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LEI 14.

133/2021

Nova Lei de Licitações e Contratos


APLICABILIDADE
• Aplica-se a toda Administração Pública direta autárquica e fundacional de todos os poderes e em todas
as esferas (federal, estadual, distrital e municipal;
• Art. 1º, §1º: Não se aplica às empresas estatais (Lei n° 13.303/16), nem subsidiariamente, exceto
quanto à parte penal que agora é regida pelo Código Penal.
• Art. 193, inciso I - Ficam expressamente revogados os artigos 89 a 108 da Lei n° 8.666/93 que trata
dos crimes contras as licitações e contratos. Agora essa parte foi inserida no Capítulo II – B do
Código Penal;
• Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente à Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de
1995 e à Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004.
VIGÊNCIA
• Art. 194 – A Lei nº 14.133/21 entra em vigor na data de sua publicação (em 1 de abril);
• Art. 193, inciso II – somente após 02 anos da vigência da nova Lei haverá revogação do
regime licitatório anterior: serão revogadas as Leis 8.666/93 (Lei Gerais de Licitações),
10.520/02 (Lei do Pregão) e 12.462/11 (RDC – Regime Diferenciado de Contratações);
• Art. 191. A Lei entrará em vigor na data da publicação, porém prevê um prazo de 02 anos de
convivência com as leis antigas. O Administrador pode optar, durante o prazo de 02 anos,
pelo regime licitatório antigo ou atual, indicando no edital. Não se permite combinar o
marco anterior e o novo;
• Art. 176 – prazo de 06 anos a Municípios com até 20 mil habitantes para se adaptar às
exigências legais dos arts. 7° e 8° (agentes responsáveis pela condução da licitação,
segregação de função e licitação eletrônica).
CONCEITO E FUNDAMENTOS
• ARTIGO 37, inciso XXI da CF

• Regra: obrigatoriedade de licitação, salvo casos de dispensa e


inexigibilidade

• Fundamentos: fator de igualdade, moralidade, eficiência e sustentabilidade


CONTRATAÇÃO DIRETA
• Duas hipóteses:
• 1 – dispensa de licitação: ato discricionário, hipóteses taxativas e que
apresentam competição;

• 2 – inexigibilidade: ato vinculado, hipóteses exemplificativas e que não


apresentam competição.
HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO

DISPENSA: Art. 24 da Lei 8.666/73 e art. 75 da Lei 14.133/21


A)EM RAZÃO DO VALOR DO CONTRATO – ART. 24, INCISOS I E II (obras e serviços de engenharia
até 33 mil e compras e outros serviços até 17 mil e 600 reais; ART. 75, INCISOS I E II (passa a ser 100 mil
para obras e serviços de engenharia e para serviços de manutenção de veículos automotores (nova hipótese) e
50 mil para compras e outros serviços. Esses valores são duplicados quando contratados por autarquias,
consórcios públicos e agências executivas.

B) EM RAZÃO DE SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS – ART. 24, INCISO III (guerra e grave perturbação da
ordem pública); ART. 75, INCISO VII (guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal e grave
perturbação da ordem pública); ART. 24, INCISO V (licitação deserta é hipótese de dispensa. A fracassada
não); ART. 75, INCISO III, a e b (a deserta e a fracassada, para licitações realizadas há pelo menos 01 ano,
são hipóteses de dispensa).
HIPÓTESES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO

Art. 24 da Lei 8.666/73 e art. 75 da Lei 14.133/21

C. EM RAZÃO DO OBJETO DO CONTRATO – ART. 24, INCISO XII (bens perecíveis) e


ART. 75, INCISO IV, e ;

D. EM RAZÃO DA PESSOA CONTRATADA – ART. 24, INCISO XIII (instituição destinada à


recuperação do preso) e ART. 75, INCISO XV e ART. 24, XXVII (catadores de lixo reunidos
em cooperativas) e ART. 75, INCISO IV, j;
INEXIGIBILIDADE
• INEXIGIBILIDADE: Art. 25 da lei 8.666/93 e Art. 74 da lei 14.133/21
• 1- ART. 25, INCISO I – Caso de único produtor ou produtor exclusivo; ART. 74, INCISO
I;
• 2- ART. 25, INCISO II – contratação de serviço técnico de natureza singular com
profissional de notório especialização; ART. 74, INCISO III (A Nova Lei deixa de
mencionar a necessidade de o serviço ter natureza singular e passa a exigir que ele seja
predominantemente intelectual. E agora os serviços técnicos estão enumerados no
próprio art. 74.
• 3- ART. 25, INCISO III – contratação de artista reconhecido pela crítica especializada ou
opinião pública; ART. 74, INCISO II.
INEXIGIBILIDADE
• A Lei também cria duas novas hipóteses de inexigibilidade:
• ART. 74, INCISO IV Credenciamento. O credenciamento é um procedimento em que a
Administração contrata sem que haja concorrência. Imaginemos que uma secretaria de saúde queira
cadastrar o máximo de laboratórios para a realização de exames clínicos pelos usuários do SUS. Ao
invés de licitar e escolher um único laboratório, a secretaria poderá fixar um valor (valor padronizado
por procedimento e para todos os interessados) e lançar um edital de credenciamento. Todos os
laboratórios que quiserem poderão se dirigir ao órgão competente para se credenciar. Quanto mais
laboratórios credenciados, melhor para os usuários. Perceba que não existe competição entre os
laboratórios.
• ART. 74, INCISO V. Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de
localização tornem necessária a sua escolha.
CONTRATAÇÃO DIRETA
• Licitação Dispensada - art. 76 (art. 17 da lei 8.666/93)
• Segundo a Lei 8.666/93, a licitação é dispensada quando o legislador determina que
não se faça licitação. Diferencia-se da dispensável porque é ato vinculado. Ocorria
em casos de alienação gratuita ou onerosa, doação, permuta de bens da
Administração entre entes federados (art. 17). Aqui não há discricionaridade.
• A Nova Lei de Licitação acabou adotando o mesmo termo dispensada o que nos
faz crer que a ideia de obrigatoriedade de dispensa de licitação acabou foi mantida
nesse caso. Então, as hipóteses do art. 76 contempla os casos de licitação dispensada
da antiga Lei 8.666/93.
NOVOS PRINCÍPIOS
• Art. 5° - repete-se o LIMPE do art. 37, “caput”;
• Fala-se também em segurança jurídica, razoabilidade e proporcionalidade (Lei nº 9.784/99);
• Competividade – a licitação deve ser estruturada de modo a atrair o maior número possível de
interessados;
• Transparência – (publicidade e transparência). A transparência é mais ampla (cria-se um portal de
transparência nacional – art. 174. PNCP – Portal Nacional de Contratações Públicas). A publicação
no portal é condição indispensável para a eficácia do contrato e seus aditamentos. Não basta publicar
seus atos. O poder público tem que fornecer toda e qualquer informação precisa e acessível aos
cidadãos e órgãos de controle, permitindo-se inclusive participação social (audiência e consultas
públicas);
• Eficiência e eficácia – Eficiência é a relação de adequação entre custo benefício, enquanto Eficácia
diz respeito ao resultado em si (ligada à análise dos resultados obtidos);
NOVOS PRINCÍPIOS
• Segregação de função – as funções devem estar distribuídas entre agentes diferentes. Uma
mesma autoridade não pode elaborar o edital e julgar as propostas, conduzir a licitação e
fiscalizá-la ao mesmo tempo. O princípio impede a formação de conflito de interesses;
• Planejamento – aplica-se sobretudo na fase interna da licitação. Não se quer licitações
aventureiras. O gestor deve planejar a licitação por instrumentos próprios: plano de
contratação anual, estudos técnicos preliminares, termos de referência, anteprojeto,
projeto básico ou executivo, orçamento estimado e matriz de riscos. Apesar de válida a
preocupação, corre-se o risco de pequenos Municípios não conseguirem implementar tantas
exigências;
NOVOS PRINCÍPIOS
• Desenvolvimento nacional sustentável – já previsto na Lei n° 8.666/93 (como fundamento da
licitação) e mantido no novo regime (como princípio). A administração usa de seu poder de compras
para condicionar comportamentos sociais, econômicos e ambientais (para efetivar políticas públicas);
• A nova Lei detalha um pouco mais o assunto, a exemplo do RDC.
• Previsões de sustentabilidade e de reservas de preferências:
✓ O edital pode prever margem de preferência para empresas que utilizam bens recicláveis ou
biodegradáveis– art.26, II;
✓ O edital pode prever percentual mínimo de mão-de-obra destinado às mulheres vítimas de violência
ou a egressos oriundos do sistema prisional – art. 25, §9º, inciso I e II;
NOVOS PRINCÍPIOS
✓ O edital poderá prever margem de preferência a bens manufaturados e serviços originários de
países partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), desde que haja reciprocidade - art. 26,
inciso III.

• Sigilo do orçamento – Art. 24 (já previsto no RDC). Desde que justificado e previsto no edital,
o orçamento pode ser sigiloso. O sigilo não alcança os órgãos de controle interno e externo. O
sigilo não vale para o critério de julgamento maior desconto porque o preço estimado pela
Administração constará do edital;
AGENTES DE CONTRATAÇÃO
• Art. 7° - quem pode ser designado para exercer as funções da Lei:
a) servidores efetivos ou empregados públicos, preferencialmente;
b) devem ter atribuições relacionadas à licitação e contratos, ou formação
compatível, ou curso nas escolas de governo;
c) não podem ser cônjuge ou companheiro, nem mesmo ter vínculo de
parentesco (até terceiro grau)com licitantes ou contratados habituais da
Administração, nem vínculo comercial, trabalhista, civil e financeiro com
eles;
AGENTES DE CONTRATAÇÃO
• Art. 8° - a condução da licitação agora é feita por agente de contratação, exceto no pregão que
é o pregoeiro. Não há mais comissão de licitação, salvo excepcionalmente (ela está prevista
obrigatoriamente para a modalidade de diálogo competitivo e pode ser adotada para
contratação de bens e serviços especiais).
• Esse agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responde individualmente, salvo
se foi induzido a erro pela equipe (aqui a responsabilidade passa a ser solidária entre o agente e a
equipe de apoio).
• A comissão, quando possível de ser constituída, é formada por, no mínimo 3 membros, com
responsabilidade solidária entre eles, salvo aquele que expressar posição divergente dos demais.
• Art. 8°, §4° - em licitação de bens e serviços especiais, não contratados rotineiramente, poderá ser
contratada empresa ou profissional especializado para assessorar os agentes responsáveis pela
licitação.
MODALIDADES DA NOVA LEI DE
LICITAÇÃO
• Art. 28 da Lei nº 14.133/21
• São modalidades de licitação:
• I - pregão;
• II - concorrência;
• III - concurso;
• IV - leilão;
• V - diálogo competitivo.
MODALIDADES DO REGIME ANTIGO
SÃO AS MODALIDADES DE LICITAÇÃO DAS QUAIS TRÊS SÃO
INCICADAS ABAIXO (art. 22 da Lei n° 8.666/93):
1- CONCORRÊNCIA
2- TOMADA DE PREÇOS
3- CONVITE
4- CONCURSO
5- LEILÃO
6- PREGÃO – Lei n° 10520/02 e decreto federal n° 1024/19
MODALIDADES – art. 28
• 1- PREGÃO – é obrigatório para contratação de bens e serviços comuns. Também
pode ser adotada para serviços comuns de engenharia (que são aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade são definidos objetivamente pela edital, mas
dependem de acompanhamento por engenheiro ou arquiteto);
• Art. 17, §2° - preferencia para a forma eletrônica. Admite-se forma presencial, mas
desde que motivada, com sessão registrada em ata e gravada por vídeo e áudio.
• critérios de julgamento: menor preço ou maior desconto;
CONCORRÊNCIA

❑ PELA Lei 8.666/93, art. 23, §3º

▪ mais complexa das modalidades e pode substituir tomada de


preços e convite
▪ Permite que qualquer pessoa participe, desde que preencha as
condições do edital
▪ Obras e serviços de engenharia acima de 3 milhões e 300 mil e
compras e outros serviços acima de 1 milhão e 430 mil;
PROCEDIMENTO DA CONCORRÊNCIA

A CONCORRÊNCIA REGULADA PELA LEI 8.666/93 APRESENTA AS SEGUINTES FASES:


❖EDITAL (é a lei da licitação)
❖ HABILITAÇÃO (Habilitação jurídica, Regularidade fiscal, Qualificação técnica e Qualificação
econômico-financeira)
❖ JULGAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS (Conformidade de cada proposta com
o edital, desclassificação das propostas inexequíveis ou contrárias a cláusula do edital e propostas
classificadas são postas em ordem classificatória de acordo com critério de julgamento)
❖HOMOLOGAÇÃO (aprovação do procedimento licitatório)
❖ADJUDICAÇÃO (entrega do objeto contratual ao vencedor). Não gera direito adquirido à
contratação, mas apenas o direito de não ser preterido.
MODALIDADES
• 2- CONCORRÊNCIA PELA LEI 14.133/21 – para contratar obras e serviços de
engenharia – comuns ou especiais (lembrando que serviços comuns de engenharia
podem ser contratados também por pregão); para contratar bens e serviços especiais
(que são aqueles que, pela complexidade, os padrão de desempenho e de qualidade não
possam ser definidos objetivamente pelo edital). Não importa o valor da contratação;
• Critérios de julgamento: menor preço, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e
preço, maior desconto, maior retorno econômico. Só não cabe o maior lance que fica
reservado para o leilão;
• Mesma observação sobre à forma eletrônica ou presencial. Preferência para a forma
eletrônica da concorrência. Admite-se forma presencial, mas desde que motivada, com
sessão registrada em ata e gravada por vídeo e áudio.
MODALIDADES
• 3- CONCURSO PELA LEI 14.133/21 – para contratação de trabalho técnico, artístico ou
científico em que se atribui um prêmio ou remuneração ao vencedor;
• Critério de julgamento: melhor técnica ou conteúdo artístico.
• Rito: deve estar previsto no regulamento do concurso.
• 4- LEILÃO PELA LEI 14.133/21– para alienação de bens imóveis e móveis inservíveis para a
Administração ou legalmente apreendidos; Não tem mais a diferença da Lei 8.666/93.
• Agente condutor – leiloeiro oficial ou servidor designado para esse fim;
• Critérios de julgamento: maior lance;
• Rito: lances, fase de recurso, pagamento pelo vencedor e homologação.
FASES DO PREGÃO E DA
CONCORRÊNCIA
• Art. 29 - A concorrência e o pregão seguem o mesmo rito procedimental a que se refere o art. 17
• Fase preparatória ou interna*
• Edital
• Apresentação de Propostas e lances (disputa fechada ou aberta)
• Julgamento
• Habilitação (é possível primeiro habilitar e depois julgar, desde que motivado e com explicitação
dos benefícios decorrentes dessa inversão – art. 17, §1°. Precisa prever expressamente no edital.)
• Fase recursal única
• Homologação (sem adjudicação)
• Lembre-se que os critérios de julgamento na concorrência são em maior número
Nova modalidade licitatória – diálogo
competitivo
• Art. 32 - Para contratação de obras, serviços ou compras (contratações complexas) e
só pode ser adotada:
• para inovação tecnológica ou técnica;
• ou que envolva soluções que dependem de adaptação das opções disponíveis no mercado;
• ou quando envolva especificações que não podem ser definidas de forma suficiente pela
Administração;
• e pode ser adotada para a concessão de serviço público e PPP (Arts. 179 e 180 da nova Lei
alteram a Lei 8.987/95 e a Lei 11.079/04 - interessante essa possibilidade porque se
tratam de contratos complexos e a Administração nem sempre tem noção de como
instrumentalizá-los);
RITO DO DIÁLOGO COMPETITIVO
• Duas fases procedimentais:
• 1- fase dos diálogos:
• publicação do edital em sítio eletrônico apresentando suas necessidades e concedendo um
prazo de no mínimo de 25 dias úteis para manifestação dos interessados em participar;
• os critérios de pré-seleção dos interessados devem constar do edital;
• fases de diálogos em que a Administração interage com cada participante sobre soluções
apresentadas. As sessões serão registradas em ata e gravadas. Pode ser uma fase bem
demorada;
• Ao final dos diálogos a Adm. indica a melhor solução de um ou de mais de um dos
participantes, podendo combinar as soluções apresentadas;
RITO DO DIÁLOGO COMPETITIVO

• 2- fase de competição:
• publicação de novo edital para contratar a solução tecnológica ou técnica escolhida
na fase de diálogo;
• todos que participaram da fase de diálogo competem em condições de igualdade
(inclusive aqueles cujas soluções foram escolhidas na fase de diálogo)
• apresentação de solução tecnológica e propostas de preço (em prazo não inferior a
60 dias). Vence quem apresentar a melhor solução (e não o melhor preço);
Fonte: MÂNICA, Fernando. In: OBSERVATÓRIO DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES. Disponível em: http://www.novaleilicitacao.com.br/2021/01/12/dialogo-
competitivo-o-rito-de-uma-nova-modalidade-de-licitacao
DIFERENÇA ENTRE DIÁLOGO
COMPETITIVO E PMI
• O PMI – Procedimento de Manifestação de Interesse está previsto no art. 81.
A Adm. pode promover esse procedimento por meio de chamamento público para
que particulares a subsidiem com estudos, investigações, levantamentos para um
projeto que ela deseja implantar. Haverá um diálogo com o setor privado;
• Sempre antecede à licitação e a Adm. fica livre para decidir se realiza ou não o
certame. Aqui não há certeza de que haverá contratação.
• Aliás o particular que tiver seu projeto aprovado só será remunerado se houver
futura licitação e quem vai pagá-lo é o licitante vencedor.
• No diálogo competitivo, o diálogo entre o setor público e privado faz parte do
procedimento licitatório.
Mecanismos alternativos de resolução de
conflitos
• Art. 151 prevê autorização para uso dos meios alternativos de prevenção e solução de conflitos:
conciliação, mediação, arbitragem e comitê de resolução de disputas (dispute boards). Esse
último mecanismo é a primeira vez que se prevê um uma legislação brasileira;
• mecanismos autocompositivos (conciliação e mediação) e heterocompositivos (arbitragem). Esses
meios serão utilizados para solucionar controvérsias de direitos patrimoniais disponíveis
(equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, cálculo de indenizações e inadimplemento de
obrigações contratuais);
• Comitê de resolução de disputas – forma-se um comitê com especialistas (com previsão no
edital) que vão acompanhar todo o desenvolvimento do contrato de longa duração, atuando na
prevenção ou solução de possíveis conflitos, a depender dos poderes que lhes foram outorgados.
E a interferência do Judiciário ocorrerá apenas em relação às decisões que fujam da normalidade.
Entendimento TJSP – 10ª Câmara/2018.
Alteração do novo CPC
• O art. 177 altera o art. 1048 do novo CPC para estabelecer a tramitação prioritária
dos processos judiciais, em qualquer juízo ou Tribunal, em que se discute a Lei
Geral de Licitações;
• Toda e qualquer ação que discuta matéria da Lei Geral de Licitações deve ter
prioridade (essa foi a intenção do legislador);
• Há pontos em aberto e que devem ser refletidos: Juiz deve reconhecer de ofício a
prioridade de tramitação? Se não, quem deve argui-la?
• Vários licitantes discutindo judicialmente em diversas ações judiciais distintas
relativamente à mesma licitação. Pode conceder para uns e para outros não?
GARANTIAS
• A Administração pode exigir garantia do contratado e as hipóteses de garantia que o contratado pode
escolher foram mantidas (art. 96 – caução em dinheiro ou em títulos públicos, seguro-garantia e fiança-
bancária);
• Em relação ao seguro-garantia, de acordo com o texto, o edital para obras, serviços e fornecimentos
pode exigir uma garantia da empresa contratada por meio de um seguro de até 5% do valor inicial do
contrato, podendo ser majorado para até 10%, desde que haja justificativa.
• Já para contratação de obras e serviços de engenharia de grande vulto (valor estimado supera 200
milhões de reais) pode aumentar o valor do seguro-garantia e chegar a 30% do valor inicial do
contrato. Prevê-se a possibilidade de cláusula de retomada nesse caso.
SEGURO-GARANTIA
• Art. 102. Cláusula de Retomada (Performance bond). Se a empresa de obra ou serviços de
engenharia não cumprir o contrato, a seguradora deve assumir o remanescente da obra ou
do serviço (essa obrigação da seguradora deve estar prevista no edital).
• Essa previsão permite que o contrato seja cumprido, não importando por quem, sem
causar prejuízos para a administração pública e ao interesse público (com a previsão da
seguradora subcontratar a conclusão do contrato, total ou parcialmente).
• A seguradora funciona como fiscalizadora da execução do contrato.
• A seguradora, cumprindo o objeto do contrato, fica dispensada de pagar a importância
segurada na apólice; não cumprindo, deve arcar com esse valor integralmente.
COMPLIANCE E A NOVA LEI
• Art. 25, § 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, o
edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade
pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contado da celebração do
contrato, conforme regulamento que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a
forma de comprovação e as penalidades pelo seu descumprimento.
• Art. 60, inciso IV – estabelece que o edital pode prever como um dos critérios de
desempate (respeitando-se a ordem de critérios anteriormente elencados) o
desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme orientações
dos órgãos de controle.

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