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CURSO DE TREINAMENTO ESPECÍFICO – SELEÇÃO COMPETITIVA INTERNA

Noções Básicas de Licitação

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ......................................................................................................................2
1. CONCEITO ............................................................................................................... 4
1.1. Contratação Direta, Sem Licitação .................................................................... 5
1.2. Roteiro para Licitação ........................................................................................ 7
2. MODALIDADES DE LICITAÇÃO .............................................................................. 8
2.1.Fracionamento da Despesa: ............................................................................... 9
2.2. Tipos de Licitação ............................................................................................ 10
2.3. Fases de Licitação .......................................................................................... 10
2.3.1. Fase Interna ou Preparatória .................................................................. 10
2.3.2. Fase Externa ................................................................................. .....13
3. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS ................................................................. 13
4. LEI COMPLEMENTAR 123/2006 ............................................................................ 14

5. PREGÃO ................................................................................................................. 15

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LEGISLAÇÂO

Lei Federal nº 8666/93 Lei Geral de Licitações


Lei Municipal nº 10214/02 Normas específicas licitações e contratos
Lei Federal nº 10520/2002 Lei do Pregão
Decreto Municipal nº 7485/02 Pregão Eletrônico
Decreto Municipal nº 7596/02 Pregão Presencial
Decreto Municipal nº 7692/02 Sistema de Registro de Preços
Decreto Federal nº 7892/13 Sistema de Registro de Preços
Lei Municipal nº 12211/2011 Regulamenta o tratamento diferenciado
às Micro e Pequenas Empresas
Lei Complementar Federal nº 123/2006 Estatuto Nacional das Micro e Pequenas
Empresas
Lei nº 12462/2011 Regime Diferenciado de Contratações -
RDC

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1. CONCEITO

É um procedimento administrativo prévio a contratação que visa escolher a


proposta mais vantajosa para Administração, tanto no que tange a aquisição de bens
ou a execução de obras e serviços, respeitando os requisitos antecipadamente
definidos.

A obrigação de licitar está no art. 37, inc. XXI da Constituição Federal.

"Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

É de suma importância a Administração Pública observar os princípios básicos


à licitação ( art. 3º, caput, da lei 8666/93.) , a saber:

Legalidade (art.5º; inciso II; C.F/88): Significa que somente será legítimo
qualquer ato administrativo, pertinente ao procedimento licitatório, se obedecer as
determinações constantes da Lei 8.666/93. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Igualdade ou isonomia (art. 37, da C.F/88): Significa que não é permitido a


realização de processo licitatório com discriminação entre os participantes ou com
cláusulas de editais que favoreçam a uns e prejudiquem a outros. “A igualdade
consiste em tratar desigualmente os desiguais e igualmente, os iguais” (Aristóteles)

Publicidade (art.37, da C.F/88 e art. 3o, parágrafo 3o da lei 8.666/93): Significa


permitir o amplo acesso dos interessados ao certame e facultar a verificação da
regularidade dos atos praticados no processo. É requisito absolutamente essencial a
regularidade de qualquer licitação.

Moralidade (art. 37 da C. F/88): Significa que o administrador público deve ser


honesto e estar imbuído de princípios morais e éticos.
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Impessoalidade (art.37, Parágrafo 4º da CF/88; art. 3º, Parágrafo 1º, I e II da Lei
8.666/93): Significa que o administrador público deve tratar todos de forma igual; isto
é não pode tratar a uns com benevolência e a outros com excessivo rigor.

Probidade Administrativa (art. 37, Parágrafo 4º da CF/88): Está contido no


princípio da moralidade. Todo e qualquer ato da Administração Pública deverá ser
moral ou probo.

Eficiência (Caput, art. 37 da CF/88): Para que o Estado consiga atender às


necessidades coletivas, faz-se mister que a Administração Pública atenda com
eficiência.

Informamos também que o Sigilo das propostas, vinculação ao edital,


julgamento objetivo e procedimento formal são princípios infraconstitucionais.

1.1. Contratação Direta, Sem Licitação

A regra geral é licitar, mas existem casos previstos na Lei 8666/93 , no art. 24 e
25 em que o legislador permitiu que a Administração Pública contratasse sem a
realização de processo licitatório.

Vale citar o artigo 17 da Lei 8666/93 em que trata-se de licitação dispensada. A


Administração como alienante de seu patrimônio. Isso significa que a Administração
não é adquirente do produto. Em geral não se observa as formalidades do artigo 26.
da Lei de Licitações.

Licitação Dispensável: art. 24 da Lei 8666/93, rol é taxativo não pode criar
outras hipóteses. Obrigatoriedade de observância das formalidades do art. 26 da
8666. Nas dispensas é necessário a realização de um procedimento administrativo,
para que cumpra as formalidades legal. Ainda que configurada a hipótese de
dispensa o gestor se entender apropriado pode licitar. Consulta n.448.191 “Ressalta-
se, pois que na dispensa não há, em princípio, afastamento da licitação. Nada
impede, que o administrador, entendendo conveniente, efetue a licitação, visando
selecionar as melhores propostas”.

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Iremos citar algumas hipóteses:

Art.24, I, Lei 8666/93:para obras e serviços de engenharia de valor até 10%


(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde
que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente.

Art.24,II, Lei 8666/93:para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo
serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.

Art. 24, IV, Lei 8666/93: Pressupostos da emergência


Uma situação emergencial devidamente caracterizada, na acepção técnica do
termo, demonstração de prejuízos iminentes ou do risco advindo dessa circunstância,
da urgência no atendimento, pois caso contrário seria obrigatória a realização do
certame licitatório.

Art.24, V, Lei 8666/93: Ocorre quando a licitação fica deserta, ou seja não
apareceu nenhum interessado. E não puder ser repetida sem prejuízo para
Administração. Mas todos as condições editalícias estabelecidas pelo certame
realizado devem ser mantidas.

Art. 24, VII, Lei 8666/93:preços manifestamente superiores aos de mercado.


Ocorrência de licitação anterior, deve ter apresentação, por todos os licitantes
habilitados ou convidados, de preços manifestamente superiores ao do mercado ou
todos os licitantes terem ofertados preços incompatíveis com os fixados pelo órgãos
oficiais competentes.

Art. 24, VIII, Lei 8666/93: bem ou serviço deve ser produzido pela entidade
pública, o órgão público deve ter sido criado antes da lei 8666/93 e os preços devem
estar de acordo com o praticado no mercado.

Art.24, XI, Lei 8666/93: Remanescente de obra, serviço ou fornecimento.


Alguns requisitos devem ser atendidos, tais como existência de licitação anterior,
contratação do objeto com o licitante vencedor, observância da ordem de
classificação da licitação, contratação de remanescente e as condições e preço deve
ser o mesmo que do vencedor.

Licitação Inexigível: Art.25 da lei 8666/93, rol é exemplificativo, ocorre sempre


que a competição foi inviável. Obrigatoriedade de observância das formalidades do
art. 26 da Lei de Licitações.
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Art. 25, I, Lei 8666/93:para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade
ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em
que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes.

Para a realização da contratação direta por exclusividade é necessário que


sejam atendidas todas as exigências da Lei 8666/933 sob pena de sujeitar-se a
autoridade responsável pelo processo às penalidades do art. 89 da referida lei. Neste
inciso só são contemplados as compras.

Art.25, II, Lei 8666/93: para a contratação de serviços técnicos enumerados no


art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação.
O objeto precisa ser singular e o profissional deverá ter notório saber.

Art.25, III, Lei 8666/93: o contratado precisa ser consagrado pela critica
especializada ou pela opinião pública.

Tanto na dispensa quanto na inexigibilidade a Administração Pública precisa


assegurar as prevalências dos princípios constitucionais.

1.2. Roteiro para Licitação

Para a realização das contratações direta do art. 24, inc. I e II da Lei 8666/93,
devem ser observadas alguns passos relevantes afim de formalizar o processo
administrativo, são eles:
1. Solicitação de compra do material ou serviço, denominado na PJF como
Sigdein, com a descrição clara do objeto;
2. Justificativa, parecer jurídico e indicação de não está fracionando o objeto ou
serviço;
3. Especificação do objeto, unidades e quantidades a serem adquiridas;
4. Elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência, e no caso de obras é
necessário também o Projeto Executivo;
5. Indicação da Dotação Orçamentária para cobrir o pagamento das despesas;
6. pesquisa de preços em, pelo menos três fornecedores, caso não seja possível
cotar 3 propostas, justificar nos autos do processo;
7. Juntar aos autos o original das propostas;
8. Informar, se necessário, apresentação de amostras, do produto de menor
preço;
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9. julgamento das propostas, com elaboração de quadro comparativo dos preços;
10. juntada aos autos os documentos de habilitação (certidões) do proponente de
menor preço;
11. Emissão da Nota de Empenho;
12. Assinatura do contrato, nota de empenho, autorização de compra ou ordem de
execução do serviço, quando for o caso;
13. Na PJF, ainda se faz necessário, o preenchimento de um formulário para
lançamento no SICOM.

Nas demais dispensas do art. 24 e inexigibilidade de licitação, com amparo o


art. 25, os processos administrativos de contratação devem estar de acordo com as
formalidades previstas no art. 26 da Lei 8666/93:

1. Caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a


dispensa;
2. Razões da escolha do fornecedor do bem, executante da obra ou
prestador do serviço;
3. Declaração de exclusividade, quanto à inexigibilidade de licitação;
4. Justificativa do preço;
5. Inclusão de quaisquer outros documentos necessários para a
caracterização da contratação direta;
6. Publicação da dispensa ou da inexigibilidade de licitação na imprensa
oficial, no prazo de cinco dias;

2. MODALIDADES DE LICITAÇÃO

As modalidades de licitação estão previstas no art. 22 da Lei de Licitações. São


elas: Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Concurso e Leilão. Já o pregão está
previsto na Lei nº 10520/2002, pode ser na forma eletrônica ou presencial quando se
tratar de fornecimento de bens ou serviços comuns.

O conceito de bens e serviços comuns é encontrado no parágrafo único do art


1º da referida lei: “ Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos
deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.”

Pode surgir uma pergunta, como definir a modalidade? Essa escolha é definida
pelos limites do art. 23 da lei 8666/93.

“Art.23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo


anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
estimado da contratação:

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I - para obras e serviços de engenharia:
a)convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b)tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b)tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);

c)concorrência-acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).”

No pregão não tem limite de valor, será usado sempre que a contratação for
para bem ou serviço comum.

Existem outras duas modalidades, tais como, o concurso que é utilizado


quando a administração visa escolher um trabalho técnico, cientifico ou artístico e
institui aos vencedores alguma premiação ou remuneração e o leilão, o qual o Poder
Público pode colocar a venda os bens móveis e inservíveis ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação.

2.1.Fracionamento da Despesa:

O fracionamento ocorre quando valores de um mesmo bem é comprado por


várias modalidades.

O art. 23 § 5º - “É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de


preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser
realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos
termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser
executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor
da obra ou serviço.”

Citamos como exemplo de fracionamento a utilização da modalidade convite


para parcelas de uma mesma obra ou serviço em que a soma desses valores
ultrapassasse o valor permitido para a realização de convite.

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2.2. Tipos de Licitação

O art. 45 §1º ao §5º.

1. Menor Preço: É a licitação, cujo critério de seleção da proposta mais


vantajosa para a Administração, determina que será vencedor o licitante
que apresentar a proposta de acordo com as especificações do Edital e
ofertar o menor preço. Entre os licitantes considerados qualificados, a
classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos;
2. Melhor Técnica: Será o vencedor o licitante melhor qualificado para
execução de uma técnica, escolhida pela Administração, ou a que obter
a melhor qualidade técnica e adequação das soluções propostas, para
atingir determinado fim;
3. Técnica e Preço: Visa à seleção da proposta que alcance a maior média
ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de
acordo com os pesos pré-estabelecidos pelo ato convocatório;
4. Maior Lance ou Oferta:É o tipo de licitação aplicado em alienação de
bens ou concessão de direito real de uso.

O tipo Técnica e Preço será utilizado para serviços de natureza


predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos,
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e
executivos.(art. 46).

2.3. Fases de Licitação

2.3.1. Fase Interna ou Preparatória

De modo geral, o procedimento licitatório, é iniciado com a indicação da


necessidade de aquisição de um objeto ou de uma contratação de um serviço para a
Administração. Na PJF esse documento é denominado de Sigdein, este deve ser
encaminhado a Comissão Permanente de Licitação juntamente com o Projeto Básico
(Termo de Referência).

A unidade requisitante deve, elaborar o Projeto Básico ( Termo de Referência),


de modo que contenha todos os elementos necessários para aquisição do melhor
produto ou serviço pela Administração Pública.

O Termo de Referência é o documento o qual a Administração explicita o


objeto, documentando de forma sistemática, detalhada e cabal, o objeto da
contratação que se pretende realizar.

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A CPL recebe a solicitação de compras anexada ao Termo de Referência, e
solicita que seja aberto o respectivo processo administrativo, definindo qual será a
modalidade de licitação a ser adotada.

Após aberto o processo administrativo e definido a modalidade, os autos são


encaminhado para Supervisão de Mercado, com a finalidade de verificar se a
estimativa de preço apresentada pela Unidade Requisitante está de acordo com o
mercado.

Assim que realizada pesquisa de mercado e anexada aos autos, da forma mais
próxima possível, a realidade presente no mercado, o processo é encaminhado para
elaboração de Edital.

Quando a minuta do Edital e do Contrato estão elaborados o processo segue


para análise da Assessoria Jurídica Local que emitirá parecer. Com o parecer
exarado o Processo é remetido a Presidente da CPL para aprovação final.

Depois de aprovado pela Presidente será agendado o certame, cumprindo os


prazos estabelecidos pela lei 8666/93.(Art. 21 parágrafo 2º).

Vale ressaltar, que o instrumento convocatório deve representar um conjunto


de todas as necessidades definidas em atos anteriores praticados no processo,
constituindo o mais efetivo e fundamental instrumento de defesa dos interesses da
Administração Pública. O Edital é a Lei interna da licitação, vincula inteiramente a
Administração e os proponentes às suas cláusulas, não podendo exigir-se ou decidir-
se além ou aquém daquilo previsto e por isso deve apresentar todos os elementos
para a orientação dos licitantes, de acordo com o previsto no art. 40 da Lei de
Licitações, transcritos a seguir:

“Art.40 - O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o


nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução
e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para
recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I-objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II-prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos,


como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do
objeto da licitação;

III-sanções para o caso de inadimplemento;

IV-local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V-se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação


e o local onde possa ser examinado e adquirido;

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VI-condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a
31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII-critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII-locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância


em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à
licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao
cumprimento de seu objeto;

IX-condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e


estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X-o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,


permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos,
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência,
ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48;

XI-critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de


produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data
prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se
referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

XIII-limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras


ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas,
etapas ou tarefas;

XIV-condições de pagamento;

XV-instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI-condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII-outras indicações específicas ou peculiares da licitação.”

2.3.2. Fase Externa


Inicia-se com a publicação do edital ou entrega do convite e termina com a
contratação, fornecimento do bem, da execução da obra ou da prestação do serviço.

As modalidades convencionais e o pregão são diferentes na fase de


julgamento. No Pregão primeiro se examina as propostas (objeto e preço) de todos os
licitantes. Somente será examinado os documentos de habilitação do licitante
classificado em primeiro lugar na fase de lances.

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Nas demais modalidades o envelope com os documentos de habilitação são
abertos e analisados pela Comissão de Licitação, e todos as empresas habilitadas
terão os envelopes de propostas abertos a fim de verificar qual apresentou a melhor
proposta para administração. Se o tipo for melhor preço aquela que apresentar o
menor preço será a vencedora do certame.

Os documentos de habilitação analisados são aqueles que foram solicitados no


Edital e previstos pelos arts. 27, da Lei 8666/93, são eles:

1. Habilitação Jurídica - Compreende-se como habilitação jurídica aquela


que é conferida para exercer direitos e contrair obrigações. O licitante
adquire esse direito após aprovação, por parte da Comissão, dos
documentos exigidos no art. 28, incisos I a V da Lei no 8.666/93;
2. Regularidade Fiscal:A documentação exigida para a sua comprovação
está discriminada no art. 29, incisos I a IV da Lei no 8.666/93. Esta
documentação deverá demonstrar que o licitante atendeu às exigências
do fisco, encontrando-se apto a celebrar contrato com a Administração;
3. Qualificação Técnica:Esta limita-se àquelas exigidas no art. 30 da Lei no
8.666/93 e que se comprova através do registro profissional do licitante
na entidade profissional competente; através de certidão ou atestado
que comprove a realização de serviço ou obra, de acordo com o objeto
licitado e por meio de demonstração da disponibilidade de recursos
materiais e humanos para a realização do objeto da licitação;
4. Qualificação Econômico-Financeira - É a demonstração da idoneidade
financeira do licitante, para que a Administração constate se este é
capaz de satisfazer os encargos econômicos decorrentes do Contrato.
Essa verificação pode ser feita analisando-se a boa saúde financeira da
empresa e pela inexistência de ações que possam afetar seu
patrimônio.( art. 31 da lei 8666/93).

3. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS

Conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação


de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras. Sistema de Registro de
Preço é um procedimento especial de licitação que se efetiva por meio de uma
concorrência ou pregão, selecionando a proposta mais vantajosa com observância do
princípio da isonomia, para eventual e futura contratação pela administração.

O registro de preço deve ser utilizado para aquisição bem ou serviço que
demande contratações frequentes, bens com entrega parcelada, aquisição de bens

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ou contratação de serviços para atendimento a mais de uma unidade requisitante e
quando for impossível a definição prévia do quantitativo a ser demandado.

Vantagens do SRP: Não forma estoque, não ocupa espaço útil, não obriga a
compra, evita o desperdício, a Administração Pública não tem o compromisso para
adquirir, pode ser utilizado por outra unidade gestora, com um único procedimento
licitatório realizam-se compra para todo o ano, economia na publicação, aquisição de
somente a quantidade necessária e quando necessário, diminui o problema do
fracionamento da despesa.

Desvantagens do SRP: A impossibilidade de prever todos os itens a serem


adquiridos.

4. LEI COMPLEMENTAR 123/2006

A Lei Complementar 123/2006 é a lei geral das Micro e Pequenas Empresas, a


qual permite o tratamento diferenciado e favorecido às micro e pequenas empresas
(MPE's) nas compras públicas federais, estaduais e municipais.

O Município de Juiz de Fora aprovou a lei nº 12211/2011 que dispõe sobre o


tratamento diferenciado e simplificado para as Microempresas, Empresas de Pequeno
Porte e Empreendedor Individual enquadradas na forma da Lei Complementar nº 123,
de 14 de dezembro de 2006 e políticas públicas a serem desenvolvidas no âmbito da
Administração Pública Municipal.

Com o advento da referida legislação o empreendedorismo de Micro e Pequeno


Porte possuem benefícios para participação em certames licitatórios.

1. Na documentação de regularidade fiscal, houver alguma restrição as empresas


deste segmento, e esta for declarada vencedora do certame, será assegurada
a empresa o prazo de 5 dias utéis, podendo ser prorrogável pela Administração
por igual período, a critério da Administração para a regularização da
documentação;
2. Como critério de desempate será assegurada a preferência pela contratação
para as Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte;
3. Possibilidade de os órgãos públicos realizarem licitações exclusivas para esse
segmento nas contratações no valor de até R$ 80.000,00 (oitenta mil).

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5. PREGÃO

O pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de


bens ou serviços comuns é feita em sessão pública. Os licitantes apresentarem suas
propostas de preço por escrito e por lances verbais.

São características do Pregão:

1. Limitação do uso a bens e serviços comuns;


2. Possibilidade de o licitante reduzir o valor da proposta durante a sessão;
3. Inversão das fases de julgamento da habilitação e da proposta;
4. Redução dos recursos a apenas um que deve ser apresentado no final
do certame.

Temos no pregão um única fase procedimental, isto é, os atos do seu


procedimento são realizados de forma contínua, com inversão da ordem usualmente
adotada, pois inicialmente se avaliam as propostas e somente após se analisa a
documentação exigida para habilitação.

O edital do pregão, conforme estabelece a lei n. 10520/2002, no art. 4º, III,


deverá constar:

1. A Legislação Aplicada;
2. O Objeto do Certame,
3. Regras para o recebimento e abertura dos envelopes;
4. As exigências de habilitação;
5. Os critérios de aceitação das propostas;
6. As sanções por inadimplemento;
7. As cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para
fornecimento;
8. Demais itens que se fizerem necessários para a realização da melhor
contratação por parte da Administração Pública.

É importante que o Edital contenha a definição clara e precisa do objeto da


licitação para que não dê margem a interpretações diferentes, ocasionando propostas
com objetos distintos do que é buscado pela Administração.

Na fase interna do Pregão é semelhante às demais modalidades, já acima


comentada. Na fase externa temos procedimentos diferentes.

No Pregão Presencial os licitantes devem estar obrigatoriamente


representados na sessão pública, entregando ao pregoeiro os dois envelopes

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(proposta e habilitação). São abertos os envelopes de propostas, que serão
examinados para verificar a compatibilidade do objeto com o edital, sendo
classificadas ou não.

Dentre as propostas classificadas, participarão da segunda fase do


procedimento, a chamada etapa competitiva, o autor da proposta de menor valor e
todos aquelas cujos valores propostos superarem em até 10% esse menor preço. Não
havendo, no entanto três propostas nessas condições, participarão da etapa
competitiva os autores das três propostas de menor valor, qualquer que seja o preço
ofertado.

Na etapa competitiva, os licitantes oferecem lances verbais, iniciando com o


autor da proposta de maior preço. Quem se recusar a apresentar lance será excluído
dessa etapa, valendo para efeito de ordenamento final das propostas, o último preço
apresentado.

Concluindo essa etapa, o pregoeiro examinará a aceitabilidade do menor preço


ofertado, frente ao estimado constante do processo. O pregoeiro poderá negociar com
o licitante que ofertou esse menor preço, procurando obter redução nesse valor.
Sendo aceito o menor valor proposto, proceder-se-á `a abertura do envelope
contendo a documentação exigida para habilitação exclusivamente do licitante cuja
proposta foi classificada em primeiro lugar. Atendidas as condições editalícias o
licitante será considerado vencedor do certame. Se o licitante for inabilitado, serão
examinados os documentos apresentados pelo segundo classificado e assim
sucessivamente.

Caso o licitante tenha intenção em recorrer ele deve declarar o interesse e


motivá-lo. O momento para essa manifestação é esse, sendo o prazo decadencial.
Havendo interesse em recorrer, o licitante terá o prazo de três dias para apresentação
do mesmo, e os demais participantes do certame ficam desde logo intimados a
apresentar contrarrazões.

Destacamos as principais atividades do Pregoeiro:

1. Credenciar os licitantes;
2. Receber os envelopes de proposta e habilitação;
3. Abrir os envelopes de proposta, analisar sua aceitabilidade e classificar
as propostas;
4. Condução da etapa competitiva até a definição do lance de menor valor;
5. Examinar a documentação apresentada pela licitante vencedora;
6. Elaborar a ata registrando as manifestações dos representantes
credenciados;
7. Adjudicar o objeto da licitação ao autor da melhor proposta;
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8. Receber, examinar e decidir sobre os recursos;
9. Encaminhamento do processo devidamente instruído, à autoridade
superior, para homologação.

Verifica-se dessa forma, que o pregoeiro tem uma atuação bastante ampla nas
licitações realizadas na modalidade de pregão. Trata-se de uma pessoas que precisa
estar preparada para enfrentar todas as situações comuns em processos licitatórios,
porem com habilidades mais amplas, pois sua atuação, especialmente durante a
etapa competitiva, é de um negociador, que tem obrigação de buscar a melhor
contratação para a Administração Pública.

DIFERENÇAS ENTRE O PREGÃO PRESENCIAL E O PREGÃO ELETRÔNICO

PRESENCIAL ELETRÔNICO
Na ausência do licitante o mesmo será O credenciamento do licitante dar-se-á
representado somente por um único pela atribuição de chave de identificação
preposto,com poderes para formular e de senha de acesso.
propostas e praticar todos os demais atos
inerentes ao certame.

Declaração dando ciência de que o Os fornecedores somente serão


licitante cumpre plenamente os requisitos habilitados quando do envio de propostas
de habilitação exigidos no edital. dentro do período estabelecido no edital.

O fornecedor deverá estar presente Os lances serão ofertados


in loco para ofertar seus lances. eletronicamente via internet.
O licitante portará dois envelopes A habilitação somente será exigida da
contendo: um, a habilitação e o outro as licitante vencedora do certame.
propostas de preço.

Alta probabilidade de recursos. O índice de recursos é bem inferior em


relação as outras modalidades.
As licitantes tomam conhecimento das As Licitantes não identificam as suas
suas concorrentes no ato pregão. concorrentes.

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PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE PREGÃO E A LEI 8666/93

PROCEDIMENTO PREGÃO LEI 8666/93


Habilitação Firma Vencedora Todas
Presença do Licitante Obrigatória Não é Obrigatória
Negociação de Preços Têm Não Têm
Publicação Edital 08 Dias Úteis 05 a 45 dias
Tipo de Licitação Menor Preço Menor Preço, Melhor técnica,
Técnica
Uso do Meio Eletrônico Permite Não Permite
Margem de Inclusão 10% do menor preço ou as 03 Não tem
propostas menores
Impugnação de Edital Até 02 dias úteis 05 dias úteis
Valores Não Há Valores mínimo e Diferença de valor dispensa
máximo
Fracionamento Não há risco Existe risco
Validade da Proposta 60 dias se outro prazo não Até 60 dias
estiver fixado
Prazo Recursal 03 dias 05 dias úteis

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