Você está na página 1de 72

SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - LOGÍSTICA

INTRODUÇÃO À
LOGÍSTICA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente do Conselho Nacional

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor-Adjunto

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - LOGÍSTICA

INTRODUÇÃO À
LOGÍSTICA
© 2019. SENAI – Departamento Nacional

© 2019. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autoriza-
ção, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utiliza-
da por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação

FICHA CATALOGRÁFICA
_____________________________________________________________________________

S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Introdução a logística / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2019.
67 p. : il. (Série Aprendizagem Industrial - Logística).

ISBN 978 - 85 - 505 - 0322 - 6

1. Logística. 2. Logística empresarial. 3. Logística – Armazenamento. 4.


Administração de materiais. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.
CDU: 658.786
_____________________________________________________________________________

SENAI Sede

Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto


Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
SUMÁRIO

Conheça aqui a abertura da Leia o fechamento que o autor


MENSAGEM Unidade Curricular. Explore PALAVRAS prepararam para você! Aprovei-
esta oportunidade de apren- te todos os caminhos que levam
AO APRENDIZ dizagem e veja quantas desco- DO AUTOR ao conhecimento.
bertas serão possíveis!

7 65
CAPÍTULO 1

clipboard-list
Fundamentos da Logística
Conheça mais detalhes sobre
Você sabe o que é Logísti- CONHECENDO o autor deste livro, sua forma-
ca? Quando começou? Seus
ção e experiências profissio-
apoios? O que ela oferece para O AUTOR nais, entre outros.
o seu futuro? Embarquemos

67
agora juntos nestas respostas!
9
CAPÍTULO 2

Suprimentos, produção e

screwdriver
noções de manutenção Confira agora as referências
Mais que transportar, a Logística utilizadas nesta Unidade Cur-
também está presente na trans-
REFERÊNCIAS ricular. Aproveite e amplie seus
formação. Ferramentas, pro- conhecimentos!
cessos e serviços são seus “best
31 friends”. “Bora” conhecê-los? 69
CAPÍTULO 3

Recebimento, armazenagem, ex-


pedição, distribuição e trans-

truck-loading
porte
O cliente espera o produto certo e
perfeito o quanto antes. Para ga-
rantir este espetáculo, a Logística
mantém os serviços dos bastido-
51 res. Vamos a eles?
MENSAGEM
AO APRENDIZ

Caro(a) aluno(a), parabéns por escolher estudar e aprender. Seja bem-vindo(a) à Uni-
dade Curricular “Introdução à Logística”.
Neste livro será abordado um assunto de fundamental importância para a competi-
tividade das empresas no mercado: a Logística. Um conceito relativamente novo, mas
de uma dimensão significativa na sobrevivência do mercado em qualquer parte do
mundo. A maioria das coisas que você realiza nos dias de hoje serão envolvidas por
alguma atividade logística.
Serão abordados conceitos de operações e ferramentas logísticas, mecanismos de
suporte e controle, bem como a importância e o desempenho para o sucesso no con-
texto logístico.
Espero o melhor proveito possível em conhecimento e aplicação.
Bons estudos!

ADRIANO JOSÉ ZABEL


CAPÍTULO 1

FUNDAMENTOS DA
LOGÍSTICA

clipboard-list
9
LOGÍSTICA • GUERRA • PLANEJAR
EXECUTAR • CONTROLAR
CLIENTES E CUSTOS
Professora Elisa,
você pode explicar de onde Claro.
veio a logística? Então vamos
as guerras!
Histórico
Históricoda
da
Logística
Logística

Como?

Vamos lembrar de como eram travadas as Muito bem. Além disso, devem
guerras antigas para entender melhor a ter preocupações com a distância
função e importância da logística. que a tropa irá percorrer e se deslocar,
O que é preciso em uma guerra? onde e como vão repousar, e quais os
meios de transporte serão utilizados.

Pessoas, armas,
munições, alimentos e Nossa!
recursos para feridos. Quanta coisa
para pensar.

Sim! Para que todas as pessoas estejam Então é possível dizer que muitas guerras
ali preparadas, é preciso que os meios de foram vencidas com a ajuda da logística?
condução e trajetos sejam os menos exaustivos
possíveis. Preocupar-se com isso certamente
Sim! Uma logística eficiente pode ter
é um diferencial para maior longevidade e
contribuído a vencer guerras, bem
equilíbrio da tropa.
como uma boa logística pode ser a
garantia do sucesso nas indústrias!

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Compreender a importância da Logística.
■■ Entender a dimensão de sua atuação.
■■ Conhecer os mecanismos de apoio na transformação, proteção e
deslocamento nos serviços da Logística.

LOGÍSTICA
1.1. HISTÓRICO Especialidade respon-
sável pelo serviço de
controle, armazena-
A Logística está presente na vida das pessoas há muito tempo e é bas- mento, movimentação
tante notada nas guerras. A Segunda Guerra Mundial fortalece a impor- e entrega de produtos
tância dela, ao descrever a ciência da movimentação, manutenção e visando qualidade,
agilidade, segurança
suprimentos necessários e utilizados pelas forças militares no terreno
e, ainda, oportunidade
da guerra, que acabou em 1945. de redução de custos.

bruev ([20--?])

Apesar de a Segunda Guerra Mundial ter sido um fator predominante


para a Logística, essa história começou muito antes. Os primeiros rela-
tos históricos que existem em relação à Logística são do exército persa,
que foi o primeiro a utilizar uma marinha em grande escala. Na expe-
dição de Xerxes de encontro aos gregos, em 481 a.C., foram utilizados
mais de 3.000 navios de transporte para sustentar o exército.
Uma das grandes lendas na Logística, que inspirou outros grandes lí-
deres como Júlio César e Napoleão e que até hoje inspira as grandes
empresas, foi Alexandre o Grande, da Macedônia. Seu império alcançou
diversos países, incluindo a Grécia, a Pérsia e a Índia. Nascido em 356
a.C., aos 16 anos já era general do exército macedônico e, aos 20, com a
morte de seu pai, assumiu o trono. Seu império durou apenas 13 anos,
até a sua morte em 323 a.C., aos 33 anos.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
11
Seu sucesso não foi um acidente. Ele foi capaz de superar os exércitos
inimigos e expandir seu reinado graças a fatores como:
■■ inclusão da Logística em seu planejamento estratégico;
■■ detalhado conhecimento dos exércitos inimigos, dos terrenos de
batalha e dos períodos de fortes intempéries;
■■ inovadora incorporação de novas tecnologias de armamentos;
■■ desenvolvimento de alianças;
■■ manutenção de um simples ponto de controle que centralizava to-
das as decisões, gerenciando o sistema logístico e incorporando-o
ao plano estratégico.

Alexandre foi o primeiro a empregar uma equipe especialmente trei-


nada de engenheiros e contramestres, além de cavalaria e infantaria.
Esses primitivos engenheiros desempenharam um papel importante no
sucesso de Alexandre o Grande, pois tinham a missão de estudar como
reduzir a resistência das cidades que seriam atacadas. Os contrames-
tres, por sua vez, operacionalizavam o melhor sistema logístico existen-
te naquela época. Eles seguiam à frente dos exércitos com a missão de
comprar todos os suprimentos necessários e de montar armazéns avan-
çados no trajeto. Aqueles que cooperavam eram poupados e posterior-
mente recompensados; aqueles que resistiam, eram assassinados. O
exército de Alexandre o Grande consumia, diariamente, cerca de 100
toneladas de alimentos e 300.000 litros de água!
O exército de 35.000 homens de Alexandre o Grande não podia carre-
gar mais do que 10 dias de suprimentos e, mesmo assim, suas tropas
marcharam milhares de quilômetros, a uma média de 32 km por dia.
Seu exército percorreu 6.400 km para chegar do Egito à Pérsia e Índia, a
marcha mais longa da história. Outros exércitos se deslocavam a uma
média de 16 ou 17 km por dia, pois dependiam do carro de boi, que
fazia o transporte dos alimentos. Um carro de boi se deslocava a apro-
ximadamente 3,5 km/hora durante cinco horas até que os animais se
esgotassem. Cavalos moviam-se a 6 ou 7 km/hora, durante oito horas
por dia. Eram necessários cinco cavalos para transportar a mesma carga
que um carro de boi.
Alexandre o Grande também inovou nos armamentos. Seus engenhei-
ros desenvolveram um novo tipo de lança, chamada sarissa, que tinha
seis metros de comprimento, largamente utilizada pela infantaria. Com
esse armamento, derrotou um exército combinado de persas e gregos
de 40.000 homens, perdendo apenas 110 soldados. Em 333 a.C., seu
exército derrotou outro de 160.000 homens comandados por Darius, rei
da Pérsia, na batalha de Amuq Plain. Devido a este sucesso, a maioria
das cidades se rendeu ao exército macedônico sem a necessidade de
derramamento de sangue.
Assim, Alexandre o Grande criou o mais móvel e rápido exército da época.

12 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
1.1.1. A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
Ao passar dos anos, a Logística passou por vários fatores que são con-
siderados relevantes em sua história recente, entre os quais é possível
citar os seguintes:
■■ 1901: a Logística é examinada pela primeira vez sob o prisma
acadêmico no início do século XX, por meio de um artigo de John
Crowell intitulado Report of the Industrial Commission on the Dis-
tribution of Farm Products, que tratava dos custos e fatores que
afetavam a distribuição dos produtos agrícolas.
■■ 1916: Arch Shaw, em seu artigo An Approach to Business Problems,
aborda os aspectos estratégicos da Logística; no mesmo ano, L.
D. H. Weld introduziu os conceitos de utilidade de Marketing (mo-
mento, lugar, posse) e de canais de distribuição.
■■ 1927: Ralph Borsodi, em sua obra The Distribution Age, define o
termo logística conforme utilizado hoje.
■■ 1941-1945: com a Segunda Guerra Mundial, a Logística tem um
impulso em evolução e refinamento.
■■ Década de 1950: as empresas começam a enfatizar a satisfação
do cliente no lucro. O serviço ao cliente torna-se, mais tarde, a pe-
dra fundamental da administração da Logística.
■■ 1956: artigo publicado pela Harvard Business School introduz o
conceito de análise de custo total na área de Logística.
■■ Início dos anos 1960: a Michigan State University e a Ohio State
University são as primeiras faculdades a ministrar cursos de graduação
em Logística, devidamente reconhecidos pelo governo americano.
■■ 1963: cria-se o National Council of Physical Distribution Manage-
ment, mais tarde mudado para Council of Logistics Management
(CLM), primeira organização a congregar profissionais de Logística
em todas as áreas com o propósito de educação e treinamento.
■■ 1976: é publicado um estudo do CLM identificando os componen-
tes do custo de manutenção dos estoques e apresentando uma
metodologia para o seu cálculo.
■■ 1978: a consultoria A. T. Kearney e o CLM publicam estudo deno-
minado Measuring Productivity in Physical Distribution, a primeira
avaliação completa do estado da arte da atividade de serviço ao
cliente nas empresas americanas.
■■ Anos 1970 e 1980: implementação de diversas técnicas em Lo-
gística como MRP, Kanban, JIT etc., mostrando a eficácia dessas
práticas e a necessidade do relacionamento entre Logística, Mar-
keting, Produção e outras funções empresariais.
■■ Década de 1980: grande aumento na utilização de computado-
res na administração da Logística. Artigo publicado por Graham
Sharman, intitulado “The Rediscovery of Logistics”, aponta a ne-
cessidade de a alta administração reconhecer a importância da
administração logística.
■■ Década de 1990: formação de mercados globais (MCE, NAFTA,
Mercosul etc.).

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
13
No Brasil, a história da Logística é ainda muito recente, mas é possível
destacar os seguintes fatos:
Anos 1970:
■■ Desconhecimento do termo e da abrangência da Logística.
■■ Informática ainda era um mistério de domínio restrito.
■■ Iniciativas no setor automobilístico, principalmente nos setores
de movimentação e armazenagem de peças e componentes em
função da complexidade de um automóvel, que envolvia mais
de 20.000 diferentes unidades de manutenção de estoques
(SKU, em inglês).
■■ Fora do segmento automobilístico, o setor de energia elétrica definia
normas para embalagem, armazenagem e transporte de materiais.
■■ Em 1977, são criadas a Associação Brasileira de Administração de
Materiais (ABAM) e a Associação Brasileira de Movimentação de Ma-
teriais (ABMM), que não se relacionavam e nada tinham de sinérgico.
■■ Em 1979, é criado o Instituto de Movimentação e Armazenagem de
Materiais (IMAM).
Anos 1980:
■■ Em 1980, surge o primeiro grupo de estudos de Logística, criando
as primeiras definições e diretrizes para diferenciar transportes de
distribuição e de logística.
■■ Em 1982, é trazido do Japão o primeiro sistema moderno de lo-
gística integrada, o Just in Time (JIT) e o KANBAN, desenvolvidos
pela Toyota.
■■ Em 1984, é criado o primeiro Grupo de Benchmarking em Logística.
■■ Em 1984, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) cria
um departamento de logística para discutir e analisar as relações
entre fornecedores e supermercados.
■■ É criado o Palete Padrão Brasileiro (PBR) e o projeto do Veículo
Urbano de Carga.
■■ Em 1988, é criada a Associação Brasileira de Logística (ASLOG).
■■ Instalação do primeiro Operador Logístico no Brasil (Brasildock’s).
Anos 1990:
■■ Estabilização da economia a partir de 1994 com o plano Real e
foco na administração dos custos.
■■ Evolução da microinformática e da tecnologia de informação com
o desenvolvimento de software para o gerenciamento de arma-
zéns como o Warehouse Management System (WMS), códigos de
barras e sistemas para roteirização de entregas.
■■ Entrada de 6 novos operadores logísticos internacionais (Ryder,
Danzas, Penske, TNT, McLane, Exel) e desenvolvimento de mais de
50 empresas nacionais.
■■ ERP / ECR / EDI / DOT.

14 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
■■ Privatização de rodovias, portos, telecomunicações, ferrovias e
terminais de contêineres.
■■ Investimentos em monitoramento de cargas. E-COMMERCE
■■ Ascensão do e-commerce. Em português, comér-
cio eletrônico, ou seja, é
uma modalidade de co-
mércio no qual os negó-
cios e transações finan-
ceiras são realizadas via
dispositivos e platafor-
REFLITA mas eletrônicas, como
computadores, tabletes
Você sabe que a Logística evoluiu muito nos últimos anos, que se tor- e smartphones.
nou mais rápida e eficiente e, junto com a evolução da internet, nos
permitiu comprar produtos sem sair de casa e, ainda, ter informação
do status do produto em tempo real. Então, pensando nisso, como se-
riam as nossas vidas se a Logística não tivesse evoluído?

Confira, na sequência, a definição de Logística.

1.1.2. CONCEITOS DE LOGÍSTICA


Até agora falamos apenas da história da Logística, mas ainda não
abordamos o que ela realmente significa.
É possível então afirmar, segundo o Council of Logistics Management,
que Logística é o processo de planejar, executar e controlar eficiente-
mente, a custo correto, o transporte, movimentação e armazenagem de
produtos dentro e fora das empresas, garantindo sua integridade e cor-
respondentes prazos de entrega aos usuários e clientes.
Davi Leon (2019)

Missão da Logística

Disponibilizar o

Determinando:
No mínimo Produto certo
custo • O que, quanto e onde
produzir/adquirir
• O que, quanto e
onde armazenar
• Quando e como
No tempo produzir/transportar etc. Na quantidade
certo certa

No lugar certo
Figura 1 - Missão da Logística
Fonte: Do autor (2019)

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
15
Para Bowersox (1996, p. 21), “a Logística é o trabalho exigido para mo-
ver e posicionar o inventário na cadeia de suprimentos”. Sendo assim,
ela “é um subconjunto e ocorre dentro da estrutura mais abrangente de
uma cadeia de suprimentos”.
A Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição,
movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acaba-
dos (e os fluxo de informações correlatadas) por meio da organização e
seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades
presentes e futuras por meio do atendimento dos pedidos a baixo custo
(CHRISTOPHER, 2002, p. 2).
Como você viu, os autores falam de formas diferentes, mas todos eles
estão tratando do mesmo assunto.

1.1.3. A LOGÍSTICA COMO FUNDAMENTO PARA O COMÉRCIO


O Brasil, por ser um país grande e diversificado, recebe qualificações
do tipo “aqui tudo o que se planta dá”. Entretanto, nem tudo o que é
produzido em uma região pode ser produzida em outra. Um exemplo
disso é uma fruta cada vez mais conhecida por aqui e pelo mundo: o
açaí! Ela é típica da região norte, mas é encontrada em todos os super-
mercados do país e lojas especializadas. Isso sem falar no mundo! E gra-
ças à logística é possível encontrar diferentes produtos, produzidos em
diferentes locais numa mesma prateleira de supermercado.

Noel Hendrickson ([20--?])

A logística é a responsável por distribuir os produtos para as mais di-


versas regiões e permitir o comércio entre esses diferentes pontos. No
mundo, não é difícil encontrar países com elevado nível de desenvolvi-
mento, mas sem vocação para produção de itens básicos. O comércio
entre esses países seria inviável caso a logística não trabalhasse para
garantir elevados níveis de entrega e custo.

16 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
PRATICANDO

Faça um levantamento de cinco produtos ou matérias-primas utilizados


no seu trabalho que não são produzidos próximos da empresa – considere
diferentes cidades, estados e países. Tente identificar o caminho que esses
produtos fizeram até chegar à empresa, por quais canais de distribuição
passaram e como a logística ajudou nesse processo.
Organize essas informações em uma tabela conforme exemplo. Discuta
com um colega de sala de aula o resultado do levantamento e a importân-
cia da logística para a obtenção desses produtos.

ITENS PRODUTO ORIGEM POSSÍVEIS CANAIS DE


DISTRIBUIÇÃO
1

2
3
4
5

Você viu, até agora, que a logística é muito ampla e é um processo que
viabiliza o comércio em todas as esferas. Mas por que você deve estudar
sobre este assunto? Confira!

1.2. SISTEMAS DE LOGÍSTICA


Agora que você já sabe o que é Logística e como ela vem sendo im-
portante ao longo da História, é possível perceber que está envolvida
nas estratégias de negócio de qualquer organização. Para esclarecer um
pouco mais sua aplicação, vamos dividi-la em sistemas, nos quais cada
um corresponde a planos e atividades específicas que contribuem para
o gerenciamento do negócio em questão.
Segundo Bowersox, Closs e Cooper (1996, p. 194), sistema de lo-
gística é uma ferramenta que interliga as atividades logísticas num
processo integrado. Tal processo é constituído por quatro níveis de
funcionalidade: transações, controle de gestão, análise de decisão
e planejamento estratégico.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
17
William_Potter ([20--?])
Desde a sua criação, a Logística se foca na eficiência do  fluxo  de
bens ao longo dos canais de distribuição. O fluxo de informação era
muitas vezes menosprezado porque nem sempre foi visto como de
vital importância para o cliente. Além disso, a velocidade das trocas de
informação era limitada à velocidade de circulação do papel.
A informação exata é de extrema importância para a Logística e pode
ser considerada um fator crítico por três motivos:

Davi Leon (2019)


Os clientes têm Com o objetivo de se A informação aumen-
necessidade de reduzir os estoques ta a flexibilidade em
observar ao longo da cadeia relação ao como,
informações sobre o de abastecimento, quando e onde
estado da encomen- os gestores aperce- devem ser aplicados
da, disponibilidade beram-se que a os recursos para
do produto, tempo informação pode ser ganhar vantagem
de entrega e eficiente na redução estratégica.
faturação, sendo dos mesmos e das
como tal, estes necessidades de
elementos mão-de-obra.
necessários de um
conglomerado total
do serviço prestado.

Ainda segundo Bowersox, Closs e Cooper (1996, p. 190-192),

os sistemas de informação logística têm que incorporar seis


princípios/características de modo a serem capazes de cum-
prir as necessidades de informação dos gestores e suportar
adequadamente o planejamento e operação da empresa.

Confira a seguir os seis princípios/características citadas:


■■ Disponibilidade: a informação logística tem que estar disponível de
forma consistente. A rapidez de disponibilidade é necessária para

18 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
conseguir responder às necessidades dos clientes e à gestão de
decisões. Tal agilidade é crítica, pois os clientes necessitam, frequen-
temente, aceder ao nível de estoques e ao estado das encomendas.
■■ Rigor: a informação logística deve ser rigorosa de modo a poder
refletir tanto o estado atual quanto o periódico das atividades a
fim de demonstrar a condição das encomendas dos clientes e o
nível dos estoques. O rigor é definido como a relação entre a infor-
mação registada pelo sistema de informação logística e os níveis
ou estados físicos atuais.
■■ Oportuno: existem momentos certos em que a informação é ne-
cessária e, como tal, a informação logística tem que ser dispos-
ta oportunamente de modo a fornecer um feedback útil à rápida
gestão. Considera-se como momento oportuno o intervalo de
tempo entre a ocorrência da atividade e a disponibilidade da in-
formação no sistema logístico.
■■ Exceção: este sistema de informação tem que ser baseado em
exceções de modo a conseguir enfatizar problemas e oportunida-
des. As operações logísticas incluem, frequentemente, um largo
número de clientes, produtos e fornecedores de serviços.
■■ Flexibilidade: as operações logísticas também têm que ser flexí-
veis para serem capazes de suprir as necessidades tanto dos utili-
zadores do sistema quanto dos clientes. Os sistemas de informa-
ção logística têm que conseguir fornecer informação de acordo
com as urgências de clientes específicos.
■■ Formato apropriado: esses sistemas têm que ter o formato apro-
priado, pois têm que fornecer relatórios logísticos com uma dis-
posição que seja perceptível, contendo a informação, estrutura e
sequência corretas.

Obedecendo a tais características, é possível listar alguns exemplos


de aplicabilidade de sistemas em áreas da Logística. Confira.
■■ Sistema de gestão de transportes
Auxilia em todos os detalhes da gestão relacionada à entrega. Atende
as várias etapas, o plano de rota, auxilia nos caminhos, flexibiliza as en-
tregas, consegue reduzir os gastos de entrega e facilita no controle da
prestação de contas. Também contribui para a checagem e o monito-
ramento das transportadoras e ajuda a melhorar o desempenho com o
apoio na tomada de decisões.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
19
phaisarn2517 ([20--?])
■■ Sistema de gestão de armazenamento
Tem sua responsabilidade focada na estocagem. Contribui no ge-
renciamento da rotina à qual é submetido um estoque, facilitando um
processo de pré-transporte. Entre suas atribuições, consta: verificar a
necessidade de repor o estoque, espaços disponíveis, guardas dos esto-
ques, controle de todas as entradas e saídas e portaria.

OstapenkoOlena ([20--?])

■■ Resultados almejados pelo sistema:


a. Melhoria no controle de fluxo dos produtos.
b. Melhoria nos indicadores de desempenho no gerenciamento
do armazenamento.
c. Disponibilização de informações para tomada de decisão
mais eficiente.
d. Otimização do giro de estoque, evitando problemas com itens
parados e falta de produtos.

20 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
■■ Sistema de monitoramento de entrega
Esse sistema engloba as responsabilidades sobre os produtos desde
a saída do armazém até a chegada no ponto final, contribuindo para o
controle do transporte de carga.

katrink03 ([20--?])
Há um monitoramento com recursos tecnológicos de grande ajuda,
permitindo:
a. Acompanhar onde a carga se encontra através de GPS.
b. Confirmação via fotografia da entrega dos produtos no destino.
c. Utilizar SMS ou e-mail para deixar o cliente ciente do estágio
da entrega.
d. Comunicação entre empresa e motorista.
e. Atualização de informações via código de barras.

■■ Sistema de gestão de frotas


Caso a empresa disponha de uma frota de veículos próprios adota-
dos para o transporte, o sistema visa contribuir no que se refere aos
veículos quanto a:
a. Controle da disponibilidade dos veículos e respectiva quantida-
de quanto à necessidade de reparos.
b. Controle no consumo de combustível.
c. Prazos de manutenção preventiva.
d. Escalas de condutores.
e. Relatórios sobre as frotas.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
21
As empresas analisam suas necessidades e os resultados que podem
conseguir na gestão de seus negócios. Cada sistema compreende espe-
cificamente um grupo de atribuições e tecnologias específicas para a
facilitação e otimização dos resultados.

■■ Sistema de roteirização
Tem a incumbência de ajudar no planejamento da operação de trans-
porte, viabilizar as melhores rotas, garantir um maior custo benefício
para a empresa no trajeto de entrega e, ainda, ofertar prazos mais sa-
tisfatórios na entrega da mercadoria. Os resultados possíveis a partir da
implementação desse sistema, são:
a. Cálculo do trajeto.
b. Cálculo do prazo de entrega considerando possíveis atrasos.
c. Definição do veículo a ser adotado de acordo com o tipo e volu-
me das cargas a serem transportadas.
d. Contribuição na auditoria para pagamento, quando se tratar de
transportadoras terceirizadas.
e. Definição da rota de melhor custo-benefício para otimizar despe-
sas com combustível, transportes e tempo estimado de viagem.
CreativaImages ([20--?])

22 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
1.3. CONTROLES LOGÍSTICOS
Conforme visto anteriormente, os sistemas de logística são grandes fa-
cilitadores para os diversos controles necessários para a Logística. Visa,
por meio de registros, fazer o monitoramento das ações, atividades, pro-
dutos armazenados e que estão em trânsito (a caminho do destino). Age
com informações que são de grande valia para resultados eficazes e oti-
mizados relacionados a decisões e à qualidade na entrega para o cliente.
A Logística é uma ferramenta estratégica para as empresas, sendo um
processo de planejamento, implementação e controle de fluxo, o qual ser-
ve para manter um bom nível de serviço prestado ao cliente, proporcionar
maior segurança às empresas e, principalmente, reduzir os custos. Todavia,
se não houver uma correta organização, consequentemente ocorrerão er-
ros que resultam em prejuízos. Para evitá-los é necessário o uso de softwa-
res de planejamento e controle, bem como de sistemas de gerenciamento.

?
PERGUNTA

Você sabia que podemos localizar onde está cada um dos caminhões e
o que está planejado para eles?

É importante ressaltar que cada empresa, região e segmento de


atuação tem suas particularidades, então não existe uma fórmula exata
para a operação logística. Mas, no mercado, existem boas práticas, tec-
nologias especializadas e alguns caminhos para alcançar a eficiência
almejada nos processos logísticos. Portanto, você pode fazer ajustes a
fim de atender às necessidades de sua empresa. Confira a seguir alguns
tipos de controle mais utilizados nas empresas.

1.3.1. CONTROLE DE ESTOQUES


Toda empresa deve gerenciar seus estoques. Muitas trabalham com gran-
des volumes de armazenamento e hoje existem softwares que contemplam
todo este controle. Empresas que ainda não dispõe de tais tecnologias de-
vem adotar planilhas ou, em casos mais simples, registrar em papel.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
23
Zephyr18 ([20--?])
1.3.2. INVENTÁRIO DE ESTOQUES
Inventários são conferências periódicas necessárias que as empresas
devem fazer e têm várias finalidades. As principais são:
■■ Conferir se todas as informações registradas e documentadas es-
tão iguais em quantidade ao que está no estoque.
ACURÁCIA
■■ Conferir a localização real da mercadoria com o registro.
Acurácia de estoque é um
indicador da qualidade e ■■ Verificar qualidade e vencimento dos produtos armazenados
confiabilidade da informa- (neste caso, dependendo muito do que é armazenado – produtos
ção existente nos sistemas que podem ser perecíveis, com curto prazo de validade etc), pois
de controle, contábeis ou podem não ter mais valor comercial ou podem sofrer manutenção
não, em relação à existência
física dos itens controlados.
e serem recuperados.
Pode ser obtida pela seguin- ■■ Minimizar a possibilidade de oferecer dados incorretos à fiscalização.
te fórmula:
ACURACIDADE=
É possível então dizer que os inventários são necessários para conferir
Qtde. de informações corretas
a acurácia de estoque, ou seja, conferir se o que temos de produtos re-
Qtde. de informações verificadas
×100
gistrados no sistema existe realmente no físico.
Estas ações de inventário se fazem necessárias devido às movimenta-
ções de estoque, entradas e saídas.

24 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
EXEMPLO:
Em uma empresa qualquer, um funcionário precisou fazer a acurácia
dos itens de A até J. Para isso, ele foi até o sistema e verificou a quan-
tidade que constava de cada item. Em seguida, ele foi até o armazém
e os contou, verificando que os itens D e G estavam errados, conforme
a tabela a seguir:

ITEM SISTEMA FÍSICO CERTO/


ERRADO
Item A 30 30 Certo
Item B 25 25 Certo
Item C 52 52 Certo
Item D 17 14 Errado
Item E 38 38 Certo
Item F 26 26 Certo
Item G 11 10 Errado
Item H 5 5 Certo
Item I 19 19 Certo
Item J 32 32 Certo

Quantidade itens certos 8


Quantidade itens contados 10

Então, para ele achar o resultado da acurácia, fez o seguinte cálculo:

 8 
=   × 100
Acurácia
 10 
Acurácia = 80%

Obs: O valor da acurácia é sempre dado em forma de porcentagem.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
25
PRATICANDO

Verifique 10 itens no sistema da sua empresa, anote a quantidade re-


gistrada de cada um desses 10 itens e vá até o local onde eles estão
armazenados e os conte no físico para verificar se as informações estão
corretas. Fazendo isto, verifique a acurácia desses 10 itens.

Existem vários métodos que podem ser utilizados em um inventário


de estoque e, dentre eles, é possível observar:
■■ Inventário geral: é um processo de contagem física de todos os
itens da empresa em uma data pré-fixada. É utilizado, usualmente,
no fechamento contábil do exercício anual ou em inventários
mensais e trimestrais para “fechamento” dos custos de produção.
■■ Inventário dinâmico: é um processo de contagem física de um
item sempre que este atinge alguma situação pré-definida. Uma
oportunidade de contagem poderá acontecer quando o estoque
ou o endereço de armazenagem do item fica zerado. Neste
momento então se processa uma verificação para ver se realmente
o estoque do item ou do endereço se esgotou.
■■ Inventário rotativo: é uma contagem física, feita de maneira con-
tínua, dos itens em estoque, programados de modo que os itens
sejam contados de acordo com sua popularidade, a uma frequên-
cia pré-determinada.
■■ Inventário por amostragem: é empregado em procedimentos
de auditoria, valendo-se de uma abordagem estatística. Neste
caso, são contados apenas alguns itens que representem uma
boa amostra do universo de itens da empresa e, pelo resultado
da amostragem, se infere se os métodos de controle estão sendo
bem executados.
A acurácia de estoque gera um indicador. Confira a seguir um pouco
mais sobre os indicadores de estoque.

1.3.3. INDICADORES DE ESTOQUES


As empresas necessitam saber tudo sobre a movimentação dos esto-
ques, pois, nos dias atuais, com a necessidade de otimização de espaços
e redução de custos, o estoque é algo valioso a ser estudado. É sempre
um jogo entre ganhar tempo e dinheiro. Um dos indicadores bastante
usado é o giro de estoque, que calcula em números a velocidade com
que o estoque é consumido.
Outro exemplo de indicador é a cobertura de estoque, que indica por
quanto tempo o produto permanece no estoque ou por quanto tempo,

26 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
se não houver mais entradas, será suficiente para atender a demanda.
Saber qual deve ser meu estoque mínimo; qual pode ser meu estoque
máximo (normalmente considerando espaço físico ou custos); total de
vendas; média de vendas e custo do estoque.

Dzyuba ([20--?])
Ter controle dos meios de transportes que serão utilizados para o tipo
de pedido − considerando os fatores tempo, custo e segurança, princi-
palmente −, bem como sobre o tempo de entrega e de recebimento são
fatores relevantes para não deixar os clientes na mão.

1.4. TENDÊNCIAS DA LOGÍSTICA


Como você vem acompanhando, a Logística, desde suas primeiras
aplicações na História até os dias atuais, vem desempenhando atribui-
ções cada vez mais significativas. Mesmo mudando o foco da empresa,
conforme os tempos mostraram, em todos eles ela cumpre um papel
de grande importância.
Num universo globalizado e totalmente integrado em comunicação, a
Logística cumpre seu papel ao fazer com que aquele brasileiro que com-
pra um aparelho eletrônico na China tenha a sensação de que fez a com-
pra a poucos quilômetros de sua casa e que só vai demorar alguns dias
para receber. Na era da tecnologia e inovações, a Logística se transforma
e assume uma função importante na gestão estratégica das empresas.
O e-commerce é um dos grandes desafios da Logística, pois existem
mais clientes que estão deixando de fazer o próprio transporte, como
era feito em uma loja física. Com isto, aumentamos a quantidade de
itens transportados e ainda precisamos entregar em menos tempo, pois
os clientes precisam de seu produto o quanto antes e necessitamos di-
minuir o preço cobrado pelo transporte.
A questão da Logística no e-commerce é um dos pontos mais
importantes para as lojas virtuais, visto que, se não for bem trabalha-
da, pode colocar tudo a perder, pois o prazo e a entrega bem-sucedida
de seu produto são fundamentais para a plena satisfação do seu cliente.

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
27
A Logística no e-commerce engloba as seguintes tarefas:
■■ Recepção e conferência dos produtos.
■■ Estocagem dos produtos no galpão.
■■ Envio dos produtos para a preparação do pedido – picking.
■■ Envio dos pedidos para a transportadora.
■■ Rastreamento de pedidos enviados.
■■ Controle de entrega.

Para que a Logística no e-commerce funcione de forma perfeita, faz-se


necessário que todas estas etapas sejam inseridas em ferramentas de
rastreamento de pedidos, permitindo um melhor controle das diferen-
tes operações e dando aos clientes informações em tempo real da fase
em que se encontra o produto adquirido.
Mas então você se pergunta: se precisamos entregar mais rápido, não
deveríamos aumentar o preço?
Então está posto o grande desafio: não é possível cobrar mais, pois os
clientes não pagariam por isso. Precisamos, então, baixar nossos custos.

1.4.1. CONTEXTO PROFISSIONAL


Os profissionais de logística tendem a conquistar um mercado cada
vez mais promissor. Nosso país ainda tem perdido mercado por proces-
so de logística ineficiente, de forma que ainda há muito que evoluir para
conquistar o mercado externo.
Com vários campos de atuação nas empresas, o profissional pode se
identificar e especializar em determinados ramos da Logística, como no
processo produtivo, de armazenamento, transporte etc.
Criatividade, conhecimento e agilidade são aptidões essenciais para rela-
cionar e decidir entre dinheiro, tempo, velocidade, qualidade, riscos, segu-
rança e precisão. Um “malabarista” que, felizmente, tem amparo de bons
sistemas e ferramentas tecnológicas para o auxiliar em suas decisões.
Um profissional de Logística precisa tomar decisões muito rápidas e
trabalha muitas vezes sobre pressão. Dentre as decisões que precisa
tomar, podemos citar: qual modal e contrato de transporte escolher,
quando perder tempo para ganhar dinheiro otimizando uma carga, de-
finir ações em um possível acidente com veículo de transporte, quando
perder dinheiro para ganhar tempo, adotar avião ao invés de navio etc.
Assim, com muita responsabilidade e percepção, o profissional de Lo-
gística entra definitivamente no grupo estratégico de uma empresa.

1.4.2. CONCEITO DE SERVIÇOS


São atividades de produção humana não materiais. Trata-se da
prestação, execução e ação de pessoas para um bem ou produto não
físico, resultando numa transformação. Serviço é algo que não se pode
armazenar, não é físico, palpável. A avaliação dos resultados se dá prin-
cipalmente pela experiência, isto é: a repetição da execução faz com

28 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
que o resultado, fruto dos serviços, seja de qualidade e o mais próximo
possível das expectativas ou necessidades almejadas.
Dentro da Logística, existem muitas empresas especializadas que pres-
tam serviços nas mais diversificadas áreas, que vão desde a retirada da
matéria prima, passando pelos processos internos e indo até a entrega
do produto no cliente final. Dentre esses serviços, podemos citar: trans-
porte, armazenagem, sistemas logísticos etc.
Essas empresas estão no mercado para suprir alguma deficiência de
mão-de-obra qualificada ou por falta de recursos de investimento das
empresas, fazendo com que os processos possam ser executados com
baixos custos operacionais.

RESUMINDO

Davi Leon (2019)


Histórico

Contexto
Evolução
Profissional Por que
O que surgiu? O que
fazer? mudou?

Fundamentos
Quem da Logística Quem pode
Serviços fez? ajudar? Sistemas

Como Como fazer


vai ser? bem feito?

Tendências Controles

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA
29
ANOTAÇÕES

30 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
CAPÍTULO 2

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E
NOÇÕES DE MANUTENÇÃO

screwdriver
31
Terceirização • suprimentos
matéria-prima • indicadores
Kanban
Professora Elisa, qual a
diferença entre matéria-prima, Não são a
insumos e suprimentos. mesma coisa e as diferenças
Não é tudo a mesma são fáceis de perceber.
coisa?

Matéria-prima,
Matéria-prima,
insumos
insumosee
suprimentos
suprimentos

Vamos pegar um A mão de obra é


exemplo na produção de o serviço que as pessoas vão
uma camiseta. Suprimento é executar na fabricação da
tudo o que será necessário para a camiseta, que é o produto
produção: mão de obra, acabado.
matérias-primas e
insumos.

E a matéria-prima será o Agora sim entendi.


algodão ou o fio utilizado para a Poxa, nada como um exemplo para ficar mais
camiseta. Os insumos serão: água, claro. Deu até vontade de ir comprar uma
amaciante, maquinários utilizados, camiseta nova. Assim, cada vez que olhar
energia dispensada para o uso do para ela, vou lembrar de tudo isso!
maquinário etc.

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Diferenciar cada tipo de material ou produto por suas caracterís-
ticas e aplicações.
■■ Realizar a rotina administrativa utilizando instrumentos de infor-
mática para as operações logísticas.
■■ Identificar as etapas do processo produtivo.
■■ Reconhecer a filosofia Lean e os sistemas Kanban.

2.1. SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MA-


NUTENÇÃO
A população mundial aumenta a comercialização aberta a todos os paí-
ses, pois a internet nos permite acesso a qualquer produto em qualquer
lugar do mundo. Esta conexão mundial desafia, por meio da distância
e do tempo, a ousadia de quem quer, com excelência de seus serviços,
fazer uma entrega com qualidade, agilidade e segurança, oferecendo a
seus clientes de qualquer parte do mundo, a sensação de perfeição.

Davi Leon (2019)


Pesquisas indicam que o Brasil
perde mercado internacional
pela sua logística deficiente.

Desafios da Ainda há muito na logística a


Logística ser conquistado, aperfeiçoado.

Um profissional de logística
bem preparado, será um
estrategista potencial.

2.1.1. PRODUTOS X SERVIÇOS


Os empreendedores precisam realizar diversas tarefas diárias, tais
como o planejamento das vendas e elaboração das estratégias de mar-
keting. Seu plano de negócios varia de acordo com alguns fatores, es-
pecialmente o tipo de atividade exercida pela empresa e se ela oferece
produtos ou serviços.

?
PERGUNTA

Você sabe a diferença entre produtos e serviços?

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


33
Para exemplificar, é possível citar um borracheiro trocando um pneu. O
pneu é o produto. Já o trabalho do borracheiro de soltar parafusos, usar
sua força e movimentos para realizar a troca, verificar se ficou bem colo-
cado, apertar novamente e executar toda essa movimentação, é o serviço.

twinsterphoto ([20--?])
Quando vamos a um consultório, todas as ações do médico relacionadas
ao atendimento de avaliação são também um serviço, enquanto o produ-
to será algo palpável e tangível, como o medicamento que for comprado.
Ambos caminhos são muito próximos e complementares. Assim como
a troca de pneu precisa de um serviço para colocar um produto e no mé-
dico o serviço vai culminar na necessidade de um produto, na Logística
a destinação do produto é manipulada pelo serviço.
Se olharmos a Logística dentro de uma indústria, ela é apenas uma
área de apoio, portanto, áreas de serviço. Mas, se olharmos para uma
TRANSBORDO empresa que faz transporte, o produto dela é o transporte e o serviço
Ato ou efeito de passar pode ser considerado todas as outras coisas que compõem esse trans-
mercadorias, passagei- porte, como o transbordo.
ros etc. de um meio de
transporte para outro.

2.2. SUPRIMENTOS
Elemento essencial para a produção de um determinado produto ou
serviço. Inclui os fatores de produção, como maquinários e capital, ma-
téria-prima e demais componentes que agregam valor à essa última
para que o produto seja concluído.
Dentre os componentes que estão diretamente ligados à fabricação
do produto, é possível classificar como:
Insumos: conjunto de todos os fatores necessários para a fabricação
de um produto. Todo e qualquer tipo de material usado na produção,
mas que não necessariamente faz parte dele.

34 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
Existem três tipos de insumos: naturais, do trabalho e capital. Isso in-
clui ferramentas, energia, mão-de-obra, água, máquinas, a própria ma-
téria-prima e tudo o que servir para gerar, no fim, o produto acabado.

EXEMPLO:
Máquina de tecer, amaciantes e a água que lavou as camisetas podem
ser considerados insumos.

Componentes comprados: são os componentes que são comprados


de outro fabricante (fornecedor), pois não são produzidos na empresa.
Eles têm utilizações diversas, pois podem ser utilizados na produção ou
em escritório. Esses componentes podem ser matéria-prima, material
de consumo ou produto acabado.
Matéria-prima: é um produto natural ou semimanufaturado que
deve ser submetido a um processo produtivo até se tornar um produto
acabado. As matérias-primas podem ser de origem animal, vegetal ou
mineral. De maneira resumida, podemos entendê-la como todo o mate-
rial que está agregado no produto e que é empregado na sua fabricação,
tornando-se parte dele. Abaixo podemos ver um exemplo de como o in-
sumo e a matéria-prima são utilizados na indústria. Na indústria têxtil,
para se confeccionar camisetas, utiliza-se a matéria-prima algodão. En-
tão, todos os outros materiais e equipamentos podem ser considerados
insumos, tais como a máquina de tecer, a água que lavou as camisetas,
os produtos amaciantes, a máquina que colheu o algodão e todos os de-
mais elementos que fizeram parte da elaboração do produto acabado.
Matéria-prima em processo: quando a matéria-prima está submeti-
da à transformação que resultará no produto acabado, mas tal produto
ainda não está pronto. Toda a matéria-prima que sai do almoxarifado
para ser utilizada em uma fabricação passa a ser um produto em pro-
cesso até que o produto esteja realmente pronto, a exemplo de uma
cafeteria, onde o produto pode ser um cafezinho. Enquanto o pó de café
está guardado no almoxarifado, ele é uma matéria-prima. Quando ele é
retirado do almoxarifado e utilizado (colocando o pó na máquina ou fil-
tro de café), vira um produto em processo. E, quando o cafezinho estiver
pronto, torna-se um produto acabado.
Materiais de consumo: é tudo aquilo que a empresa usa, seja nas ati-
vidades comerciais, administrativas ou operacionais da empresa, desde
que não se agregue fisicamente ao que está sendo produzido. Papéis e
canetas utilizados pelo financeiro; o cafezinho do pessoal do escritório;
a graxa da máquina da produção; a madeira que você usa como lenha
para uma caldeira etc.

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


35
TShum ([20--?])
2.2.1. SERVIÇOS: PRESTADORES (PRÓPRIOS E TERCEIRIZADOS)
No âmbito da Logística, existem várias áreas que podem ser terceiri-
zadas nas empresas. Dentre elas, podemos dizer que os principais ser-
viços a serem decididos entre terceirizar ou não são as frotas (veículos,
meios de transportar), mão-de-obra, espaço físico (galpões para arma-
zenamento) e empacotamentos.

EXEMPLO:
As transportadoras são empresas terceirizadas e especializadas no
transporte de cargas. Há empresas que oferecem serviços de armazena-
gem, outras que oferecem serviços exclusivos de TI e assim por diante.

Toda movimentação requerida para que o processo das operações


logísticas seja o mais eficiente possível é realizada por serviços que po-
dem ser próprios ou terceirizados. Este é sempre um ponto de decisão
importante para a empresa: optar entre serviço próprio − isto é, fazer
com seus funcionários − ou contratar outra empresa para executar par-
tes de suas atividades ou de forma total.
Muitas vezes, as empresas terceirizam alguns serviços e outros não. A
decisão está muito ligada ao custo-benefício, pois, para adotar serviço
próprio, requer muito investimento em maquinários, veículos e outras tec-
nologias. As necessidades variam de acordo com o tamanho da empresa.
Alguns gestores podem considerar que a terceirização de determina-
das atividades vai custar mais caro, mas é preciso olhar os benefícios
a médio e longo prazo. Naturalmente, deve-se fazer os cálculos e as
projeções para ter uma noção sobre até que ponto a terceirização em
Logística será vantajosa para o negócio.

a. Vantagens dos serviços próprios:


■■ aumenta o patrimônio e valor de mercado da empresa;

36 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
■■ se bem planejada, gera estabilização de custos a longo prazo;
■■ feita de forma eficaz, tende a obter maior controle sobre o nível de
serviço, por conhecer melhor seus clientes e produtos.
b. Vantagens dos serviços terceirizados:
■■ tende a ser mais barato pela diluição dos custos;
■■ liberdade ao contratante de escolher o que terceirizar.

O gestor deve pensar em como a terceirização pode reduzir custos nos


processos administrativos e operacionais da organização. Por exemplo,
a folha de pagamento certamente ficará menos “pesada”, considerando
que serão cortadas despesas com alguns funcionários (salários e encar-
gos trabalhistas). Quando se terceiriza serviços de transporte, a empresa
não precisa gastar com uma frota própria (compra de veículos e sua con-
tínua manutenção, incluindo a necessidade regular de abastecimento).

?
PERGUNTA
Essa frota (caminhões, por exemplo) que foi terceirizada, é de máqui-
nas ou equipamentos?

A seguir, é possível conferir o conceito de máquinas e equipamentos e


como podemos enxergá-los na Logística.

2.2.2. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


Máquinas e equipamentos são recursos utilizados na geração de um
produto ou serviço. A maioria deles vêm assumindo espaço cada vez
mais importante, principalmente na indústria, quando permuta o tra-
balho braçal. Ele substitui o que antes era feito pelo próprio ser humano
de forma pesada e com riscos à saúde. Seja para reduzir serviços pesa-
dos e repetitivos que trazem lesões irreversíveis ao longo do tempo ao
corpo humano, seja para aprimorar alguns processos com mais veloci-
dade e precisão. Com a constante evolução tecnológica ou para ade-
quar-se à competitividade global, as estratégias têm sido investir em
máquinas e equipamentos que garantem resultados positivos e lucrati-
vos às empresas, em todo o contexto.

?
PERGUNTA
Máquinas e equipamentos são a mesma coisa?

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


37
■■ Máquina: trata-se de recurso físico que utiliza energia e trabalho para
atingir um objetivo pré-definido. O termo “máquina” se aplica geral-
mente a um conjunto de peças que operam juntas para executar o
trabalho. Normalmente, estes dispositivos diminuem a intensidade
de uma força aplicada, alterando o seu sentido ou transformando
um tipo de movimento ou de energia em outro equipamento; fer-
ramenta que nós, humanos, utilizamos para realizar uma atividade.

Davi Leon (2019)


Essa peça pode
ser considerada
um equipamen-
to, pois ele
auxilia a máqui-
na. Ele também
pode ser
trocado por Máquina
outro equipa-
mento, isso vai
variar conforme
o trabalho que
irá executar.

Quando estamos tratando do assunto entre máquinas e equipamentos,


é comum ouvirmos falar no lead time. Abaixo, podemos ver o seu signifi-
cado e como ele é empregado dentro da Logística.

2.2.3. LEAD TIME DE SUPRIMENTOS

conteflex ([20--?])

O que é Lead Time?

38 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
?
PERGUNTA

O que é lead time?

Em português, significa “tempo de entrega”. Compreende um ciclo de


duração necessária entre o início, que seria o ato do pedido, seguindo
todo o tempo necessário para o processamento, isto é: toda aquisição
de recursos como insumos para o processo ser realizado, o tempo de
transporte inevitável até o pedido ser entregue ao cliente.
Toda a diferença entre frustrar ou encantar o cliente, entre ganhar ou
perder dinheiro, pode estar diretamente ligada a um bom planejamento
do lead time. Adotar formas estratégicas que permitam agilidade, otimi-
zações de tempo e custos, organização e comunicação.
Para compreender melhor, vamos separar em três etapas:
■■ Fornecedores: distância, acessibilidade, capacidade produtiva,
modais possíveis e custos são alguns fatores determinantes que
podem fazer a diferença para o êxito de todo o lead time.
■■ Processo de transformação: ter seus fatores de produção em ple-
no funcionamento, com manutenção em dia (evitando que má-
quinas possam falhar) ou que ocorram gargalos. Que haja mão-
-de-obra qualificada disponível, evitando atrasos ou problemas
com qualidade. É necessário um total sincronismo entre todas as
etapas, pois de nada adianta tudo funcionar e, ao embalar, não
ter o produto disponível, precisando aguardar sua chegada ou ter
problemas com sua qualidade. Imagine entregar um produto com
má qualidade devido à embalagem ou atrasar dias a mais devido
a apenas ter que ficar aguardando a chegada desta.
■■ Entrega ao cliente: ter a garantia de que a entrega está conforme
o pedido do cliente, ou seja, quantidade e qualidade; que se con-
siga entregar dentro do prazo combinado ou ainda, se possível,
surpreender entregando antes; adotar o modal de transporte que
vá trazer mais satisfação à parceria (se é menor custo, menor tem-
po, maior segurança…) e monitorar para que a entrega seja feita
da melhor forma.

2.2.4. CADASTRO DE FORNECEDORES


Você sabe que, para poder gerar produtos ou serviços, são necessários su-
primentos e estes você compra dos seus fornecedores. Como você viu, mui-
tas questões são fundamentais para o sucesso de seus produtos ou serviços.

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


39
Como economizar tempo: ter fornecedor que en-
trega rápido, que não seja muito longe e que tenha
uma rota de entrega segura. Outras vezes, custo
baixo. Fornecedores que, com a mesma qualidade,
por meio de maiores produções têm um preço me-
nor. Isto faz com que possamos adquirir a um custo
menor e prazo de pagamento maior, o que nos torna
mais competitivos e com maior lucro ou, ainda, com
um preço de venda que agrade mais nosso cliente.
Em outras situações, prezamos por algum diferen-
cial de qualidade ou valor agregado.

Então, a escolha de qual será o melhor fornecedor estará diretamente


relacionada ao interesse estratégico da empresa. A relação de confian-
ça é necessária. Quanto mais conhecer o fornecedor e aproximar essa
relação, melhor para os negócios. Portanto, usar um cadastro de forne-
cedores contendo informações como nome, endereço, contato, prazos
de entrega e de cobrança e capacidades de entrega são importantes
para os momentos de consulta a fim de tomar alguma decisão.

2.2.5. CADASTRO DE MATERIAIS E COLETA DE DADOS (MATERIAIS,


DEMANDAS, FORNECEDORES)
Manter registrado todos os materiais necessários na empresa é de
fundamental importância. Seja em simples planilhas ou em sistemas
próprios, ajudam as empresas a ter êxito em seus processos de ganhar
tempo e evitar imprevistos de última hora.
O cadastro de materiais permite um controle de estoques. Ter o con-
trole do mínimo que se poder ter estocado sem que venha a faltar algum
produto até a próxima entrega, ter produtos estocados em excesso, que
podem ficar obsoletos, demandar custo de estoque desnecessário. Evi-
tar que por falta de cadastro ou controle, compre-se algo que já esteja
disponível, principalmente em se tratando de empresas com filiais.
Para cada produto, relacionar fornecedores em potencial que você te-
nha no seu cadastro de fornecedores. Isso agiliza no processo de quando
for efetuar pedido do produto, já tenha de forma rápida opções de for-
necedores. A falta de produtos, o desabastecimento de produção, risco
de perder vendas entre outros, certamente são questões importantes
para que se tenha um controle de cadastro de materiais na empresa.

2.2.6. PROCESSO PRODUTIVO: PLANOS DE TRABALHO DA PRODUÇÃO


Planejar consiste em elaborar e implementar decisões sobre o rumo fu-
turo. Você pode e deve fazer um planejamento da sua vida familiar, suas
finanças, sua carreira profissional e principalmente de sua empresa.

40 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
Planejamento da produção: trata-se de um planejamento a curto pra-
zo, expresso em semanas. Este planejamento é de nível operacional e
aponta questões do tipo: cor, tensão, modelo, embalagem – especifica-
ções detalhadas do produto em relação a ações diárias.
É possível entender melhor por que muitas empresas fecham tempos de
depois de iniciarem seus negócios. Não se pode arriscar um negócio sem
um bom planejamento. Além de planejar entregas com fornecedores, en-
tregas com clientes, suprimentos necessários, também precisamos garan-
tir que internamente nosso processo de produção esteja bem organizado.

Plano de produção

Davi Leon (2019)


jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13
BUDGET
Produto A 122 Saída 13.004 15.678 22.757 3.421 8.567 20.684 933 4.652 21.214 15.243 3.942 25.697
Estoque 83.324 108.054 122.337 122.628 134.391 121.554 132.724 132.643 111.524 98.455 97.632 72.799
Moh 6,0 9,3 11,2 12,2 7,6 13,6 9,7 9,8 7,5 7,8 5,9 5,7
Produção 9.443 40.418 36.983 3.698 20.356 8.320 11.629 4.902 0 2.052 2.177 2.502
BUDGET
Produto B 77 Saída 1.549 2.963 3.753 1.829 2.172 3.020 340 2.106 3.131 4.080 2.881 5.139
Estoque 13.999 11.960 24.611 24.068 28.082 25.144 25.872 23.663 20.556 16.488 14.608 9.130
Moh 4,9 4,6 10,5 13,1 10,7 13,5 8,3 8,3 5,1 5,1 4,6 3,9
Produção 1.182 929 16.418 1.273 6.191 1.155 0 0 0 0 201 250

Quando você elabora ou analisa um plano de trabalho de produção,


O planejamento da
você deve se preocupar com as pessoas envolvidas no trabalho, pois produção é a segunda
são elas que irão fazer com que cada processo tenha o seu seguimen- fase do PCP vindo logo
to. Sem mão de obra você não consegue produzir nada e não consegue depois do projeto de
atender nenhum tipo de serviço. Por isso, quando você elabora o plano produção; sendo este
vital para o sucesso
de produção, você precisa verificar:
da empresa, evitando
■■ quantidade de pessoas necessárias no processo; desperdícios, perda
de tempo, atrasos ou
■■ qualificações necessárias que precisarão ter para executar com antecipações desne-
qualidade suas funções; cessárias. O PP funda-
■■ desenvolvimento de treinamentos necessários para a equipe; menta-se na previsão
de vendas com base no
■■ qualidade e manutenção das máquinas e equipamentos envolvi- que a empresa preten-
dos nessa produção; de colocar no mercado
e na capacidade de
■■ garantir a disposição ideal desses recursos, o espaço necessário, produzir.
iluminação, temperatura, isto é: a qualidade do ambiente;
■■ saber a capacidade produtiva que você tem em determinado tempo;
■■ garantir o engajamento, a motivação dos funcionários envolvidos
no processo. As pessoas são o principal capital para um resultado
de sucesso.

O planejamento consiste em programar as máquinas, as matérias-pri-


mas, e mão de obra, para extrair um resultado dos recursos que seja
capaz de atender a previsão de vendas e possíveis estoques.
A principal finalidade do PP é obter simultaneamente a melhor eficá-
cia e eficiência do processo produtivo, para isso planeja as atividades
produtivas da empresa adequando-as à sua capacidade de produção e
à previsão das vendas.

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


41
2.2.7. CONTROLE DE PRODUÇÃO: RELATÓRIOS DE PRODUÇÃO E IN-
DICADORES DE EFICIÊNCIA
Garantir os melhores resultados do que foi planejado, é muito impor-
tante para o sucesso das empresas. Uma das formas utilizadas, é regis-
trar através de relatórios de desempenho.
O principal papel de um gestor é tomar decisões que levem a empresa
a obter os resultados desejados. Para isso, ele precisa de informações
das mais diversas áreas, como faturamento, custos, horas extras, turno-
ver (taxa de rotatividade dos funcionários), produtividade por homem/
hora, dias sem acidentes de trabalho, inventário, porcentagem de ocu-
pação de estoque, taxa de defeitos, entre outros.
Os relatórios possibilitam criar indicadores e acompanhar os resulta-
dos de forma extremamente simples, facilitando a tomada de decisões
estratégicas e ações corretivas. Deve ser usado também para apoiar o
planejamento, formular as metas futuras da empresa e a necessidade
de treinamento dos colaboradores.

REFLITA

Será que seria possível termos bons resultados, alcançando o que foi pla-
nejado, sem controlarmos os nossos resultados através de indicadores?

Nos relatórios de produção: registram-se todas as informações, prin-


cipalmente quantitativas relacionadas ao tipo de serviço ou produto ge-
rado. A fidelidade e a clareza das informações são fundamentais para
a fácil compreensão e poder de decisão. São informações comuns nos
relatórios: tempo, insumos, quantidade produtiva, mão de obra neces-
sária e outras.
Já os indicadores, servem para comparar os resultados alcançados
com os que foram planejados. Como exemplo: registrar a quantidade
de peças com defeitos na produção. Assim se calcula como está a quali-
dade do processo de fabricação, e então efetuar a correção descobrindo
onde está a processo falho. Ter registro de satisfação dos clientes, para
monitorar e corrigir quando os resultados forem desfavoráveis. Ter um
controle de faltas de funcionários, pois se faltarem muitos podem preju-
dicar com atraso a entrega do produto aos clientes, e assim por diante.
Os indicadores são muito importantes e ajudam no controle contínuo,
tanto para continuar o que está certo, quanto para corrigir o que está errado.
Na logística utilizamos muito os indicadores para monitorar e eficiên-
cia dos processos, podemos utilizar para verificar quantos pedidos cada
pessoa separa, quantas falhas existem em cada processo, gastos com
terceiros etc.

42 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
2.2.8. CONTROLE DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
O controle de máquinas e equipamentos, como tantos outros tipos
de controle, é de fundamental importância, tanto para fins lucrativos,
produtivos ou de segurança.
Para se ter condições seguras, adequadas e apropriadas à realização
das atividades de produção, o ponto fundamental é elaborar um pro-
jeto específico para este fim, os acidentes de trabalho têm suas causas
ligadas às condições inseguras de um ambiente de trabalho. Tanto o lo-
cal de trabalho quanto o material a ser trabalhado e a máquina (o equi-
pamento) a serem utilizados podem ser inseguros.

kzenon ([20--?])

Quando falamos em segurança de máquinas, temos a NR 12 que re-


gulamenta essas ações. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos
definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de
proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores
e estabelece requisitos para a prevenção de acidentes e agravos à saú-
de nas fases de operação, limpeza, manutenção, inspeção, transporte,
desativação e desmonte de máquinas e equipamentos de trabalho no
exercício laboral, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da
observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR
aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978.
A seguir serão listadas algumas finalidades para o que os controles
são necessários:
■■ Controlar e garantir que a cada determinado tempo, se faça a ma-
nutenção preventiva necessária para o bom funcionamento:
a. é necessário registrar a data em que foi feita a manutenção,
como também já deixar definida a próxima data para controlar;
b. o bom desempenho de uma máquina e sua funcionalidade
podem estar diretamente ligados a essa manutenção;

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


43
c. a segurança de quem está operando a máquina, relacionada
aos riscos de acidente, riscos físicos, ergonômicos e outros;
d. muitas vezes, maquinários sem controle, podem gerar ruídos
altos e vir a prejudicar a audição dos funcionários, por exemplo.

■■ Cadastro de patrimônio:
a. as máquinas e equipamentos são bens da empresa e consti-
tuem seu patrimônio;
b. então desde sua entrada na empresa, é necessário cadastrar
e manter um controle de sua localização e finalidades.

■■ Administra a vida útil da máquina ou equipamento:


a. permanência do mesmo como um bem ativo da empresa.

■■ Auxiliar no processo de auditorias e inventários:


a. para finalidades de fiscalização.

TEMPO PADRÃO
Tempo padrão auxilia a empresa na sua comunicação com o clien-
te, permitindo estimar prazo de entrega muitas vezes solicitado pelo
próprio cliente.
Esse tempo padrão é segmentado, isto é: cada processo tem o seu
tempo, que costumam ser somados criando um ciclo ou lead time. Mui-
tas vezes o pedido ao fornecedor até a entrega na empresa segue um
tempo pré-determinado devido à própria estrutura de preparo, de dis-
tância de entrega, logística etc.
Há também o tempo padrão de produção. Depende do tipo de pro-
duto ou serviço, pode estar vinculado à capacidade de produção das
máquinas por hora, pode estar vinculado ao número de empregados
disponíveis na empresa, ou ainda por um gargalo produtivo.

EXEMPLO:
Temos uma furadeira na produção que executa operações de furo de vá-
rios tamanhos em diversos produtos e que é operada por um operador.
A equipe de engenharia irá medir o tempo necessário (o ideal) para
executar essa operação em cada produto fabricado. Como podem ser
vários operadores e várias máquinas, existirão diferenças que devem
ser consideradas e, ao final da análise, a engenharia determinará qual
o tempo para cada produto.
Esse tempo teórico e ideal é o tempo que se deseja que a máquina e,
em último caso, toda a produção execute a operação. Sem atrasos,
sem falhas, sem perdas. Esse é o tempo padrão.

44 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
Há tipos de produtos que atravessam na empresa vários processos
até estarem prontos e embalados na expedição para entrega. Cada pro-
cesso precisa ser respeitado em seu tempo. Obviamente, com as tecno-
logias que entram nas empresas, um dos grandes propósitos de qual-
quer empresa é reduzir o tempo padrão. Quanto mais rápido conseguir
entregar ao cliente, mais rápido recebe o dinheiro, mais agrada o cliente
e o conquista.

CAPACIDADE INSTALADA
Trata-se da capacidade máxima de produção. É o limite máximo pos-
sível a ser produzido em determinado tempo, normalmente é possível
considerar 24 horas por dia. A capacidade é sempre definida pelo garga-
lo de sua produção.
Essa medida se torna bastante válida quando os gestores querem ter
uma noção da capacidade total de produção de uma empresa, para que,
desse modo, decisões estratégicas de investimento ou desinvestimen-
tos sejam realizadas. Medir esse dado também serve para demonstrar
se uma companhia se encontra produzindo em plena capacidade ou se
apresenta ociosidade em sua produção. Também costuma ser usado
como uma forma de comparação com relação aos concorrentes, pois
ter conhecimento dele é um importante indicativo de possibilidade de
melhoria de margens e retornos.

PRATICANDO
Para entender um pouco mais sobre gargalo, vamos usar um exemplo:

Um produto até ficar pronto, passa por três máquinas A, B e C.


Máquina A: capacidade de concluir seu processo com 70 peças por hora.
Máquina B: capacidade de concluir seu processo com 40 peças por hora.
Máquina C: capacidade de concluir seu processo com 80 peças por hora.

Quantas peças serão concluídas por hora ao final da máquina C?

A resposta é 40. Isto é: a quantidade possível pela máquina B, pois as


demais dependem dela. Portanto a capacidade máxima no exemplo
acima é de 40 peças por hora. Caso colocasse duas máquinas B? Seria
de 70 peças (máquina A).

Ações são tomadas pelas empresas para ampliar sua capacidade de


instalação. É necessário estudar o que pode ser aprimorado para au-
mentá-la. Em alguns casos o próprio layout (disposição do espaço físi-
co) e o fluxo sequencial do trabalho podem interferir. Em algumas situa-
ções dessas, após descobrir o gargalo, colocar 2 máquinas.

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


45
Além de máquina instalada, é possível considerar capacidade máxima
de pessoas, limite espaço físico etc.

2.2.9. NOÇÕES DE FILOSOFIA LEAN


O Sistema Enxuto de Manufatura ou Lean Manufacturing foi desenvol-
vido pela Toyota na década de 1950, no Japão. Com o constante traba-
lho para eliminação das atividades que não agregam valor ao processo,
a Toyota se tornou o principal exemplo de empresa enxuta no mundo.
Como seu próprio nome diz, este sistema busca funcionar da maneira
mais enxuta possível, buscando sempre reduzir os seus oito desperdícios.

?
PERGUNTA

Mas o que são esses desperdícios?

São todos aqueles fatores que não agregam valor ao produto que está
sendo comercializado sob a perspectiva do cliente. Foram listados em 8
desperdícios: transporte, inventário, movimentação, espera, produção
excessiva, processamento excessivo, defeitos e conhecimento. Portan-
to, o principal objetivo do Lean Manufacturing é eliminar ou reduzir des-
perdícios gerados pelos mais diversos processos de uma empresa.
Para fazer a aplicação, é preciso ir até onde o problema acontece. A
implementação adequada do Lean Manufacturing visa a eliminação
dos processos e atividades que não agregam valor para o cliente, o que
pode ser feito por meio da aplicação do Kaizen.
JoyImage ([20--?])

46 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
Para isso, torna-se substancial estudar a empresa, observar e medir os
dados, analisar os desvios e utilizar ferramentas simples, qualitativas e
gerenciais para trabalhar o problema e resolvê-lo. Além disso, conversar
com os colaboradores também é uma boa pedida, pois eles se sentem
mais à vontade para expor suas opiniões, dar palpites para a melhoria
de todo o processo, tendo uma maior autonomia.

2.2.10. NOÇÕES DE SISTEMA KANBAN


O Kanban é um sistema que visa aumentar a eficiência da produção
e otimizar seus sistemas de movimentação, produção, realização de ta-
refas e conclusão de demandas. Também conhecido como método de
gestão visual, o Kanban faz parte de uma das técnicas desenvolvidas
pelos japoneses da Toyota dentro do modo de produção Just In Time
(JIT), ou seja, o Kanban não é o JIT, mas sim, parte dele.

Davi Leon (2019)


A FAZER FAZENDO ESPERA FEITO

O sistema Kanban, compreende uma sequência controlada de proces-


sos produtivos em série de uma empresa. Essa sequência é orquestrada
por cartões para registrar as ações. Esses cartões podem ser representa-
dos por post-its. O objetivo do uso dos cartões é indicar o acompanhamen-
to visual do andamento do fluxo de produção dentro de uma empresa.
As pessoas envolvidas no processo terão controle detalhado da sua
demanda de produtos, sabendo quando, quanto e o que produzir, numa
sequência de produção que evita acúmulo, estocagem ou ausências do
produto no fluxo.

SUPRIMENTOS, PRODUÇÃO E NOÇÕES DE MANUTENÇÃO


47
Algumas características do Kanban provam como é interessante a
sua implantação para qualquer empresa. Dentre elas, podemos desta-
car que seu uso limita a quantidade de estoque máximo, restringindo
também eventuais gastos desnecessários ou feitos em momentos ina-
dequados na empresa.
Com o uso do visual em todo o processo de organização, se torna mais
fácil se livrar da burocracia na atribuição de novas tarefas ou na realiza-
ção de novos processos, uma vez que as demandas poderão ser iden-
tificadas através da própria quantidade de cartões, e não de sistemas
burocráticos, documentos, ofícios ou memorandos de difícil circulação
pela área de trabalho da empresa.

RESUMINDO

Davi Leon (2019)


Fornecedores
Controle

Cadastro
Entrega de
suprimentos
Contole e
manutenção
Matéria-prima

Máquinas e
Insumos
equipamentos
Suprimentos

Materiais de Matéria-prima
Kanban
consumo em processo
Componentes
comprados Filosofia
Lean

Abastecimento
Ferramentas
de apoio
Movimentados e
transformados por Processo
produtivo

Serviços Trabalho Organização

Próprio Terceirizado

Tempo Capacidade Relatório Indicadores


padrão de instalação de produção de eficiência

48 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
ANOTAÇÕES

49 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
ANOTAÇÕES

50 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
CAPÍTULO 3

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM,
EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E
TRANSPORTE

truck-loading
CONFERÊNCIA • SEPARAÇÃO •
documentos • modais • checklist
51
Alguém poderia explicar
para a turma o que é o
processo de armazenagem?

Os
Osmateriais
materiais
Eu sei. chegaram,
chegaram,
É colocar os produtos eeagora?
agora?
na prateleira!

Quanta coisa professora Elisa! Esse


Você não está errada, Rose. Mas, existem
profissional tem bastante responsabilidade.
outras coisas, como por exemplo: fazer o
recebimento, conferência dos produtos com
É isso aí! É preciso agir com
seus documentos, tanto na quantidade, quanto
atenção e responsabilidade, pois
nas especificações, pois pode ter algum com
existem inventários e auditorias que
defeito. Depois, tem que registrar essas entradas,
dependem muito de fazer certo os
especificando em qual lugar vai ser colocado.
registros de entrada, assim
Isso é importante para depois localizar.
como os de saída.

Nossa, eles cuidam da saída também? Mas é tudo no papel?


Depende de cada empresa. A maioria utiliza
Sim. São quatro atividades. Duas de entradas, sistemas que facilitam bastante todo o controle.
que é recebimento e estocagem; de saída, E cada tipo de material precisa ser mantido em
como a gestão de pedidos; e a expedição, um ambiente adequado às suas especificações,
que é o despacho, a retirada do produto para mantê-lo conservado, como controle de
e o embarque para o cliente, cumprindo umidade e temperatura.
todas as checagens necessárias.

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■■ Reconhecer o processo de distribuição.
■■ Reconhecer o processo de recebimento.
■■ Identificar os tipos de modais e suas aplicações.
■■ Reconhecer os processos e procedimentos de recepção, conferên-
cia e expedição de materiais.

3.1. RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO,


DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE
Assegurar que a mercadoria esteja segura e seja entregue ao cliente
conforme o pedido, assegurando qualidade do produto, de entrega e
agilidade, só é possível com o apoio das áreas logísticas, como: recebi-
mento, armazenagem, distribuição e transporte.
Essas áreas são responsáveis por quase toda a logística de uma em-
presa, elas têm um papel fundamental para o sucesso de qualquer em-
presa e, caso a empresa não dê a devida importância a ela, irá ter enor-
mes prejuízos e com isso irá aumentar o seu custo logístico.
Vamos agora começar a verificar quais as características de cada um
desses processos e quais os benefícios que eles trazem à empresa.

3.1.1. RECEBIMENTO
O recebimento de materiais é um conjunto de ações que abrange reti-
rar a carga do veículo, conferir materiais, conferir com nota fiscal, regis-
trar no sistema a entrada do material e local onde serão armazenados.
Os materiais são, na maioria das vezes, etiquetados e colocados nos
seus locais indicados.
A função básica do recebimento de materiais é assegurar que o produ-
to entregue esteja em conformidade com as especificações constantes
no Pedido de Compra.
A pessoa que faz o recebimento tem uma função muito importante,
pois é ela que entrará em contato direto com o seu fornecedor ou cliente
no momento da entrega, e caso o cliente não for tratado com a impor-
tância necessária, a empresa poderá perdê-lo.
Então, para que o cliente ou fornecedor saia satisfeito do atendimen-
to, você precisa definir padrões, que já começam a ser utilizados na por-
taria da empresa, fazendo com que o acesso dos veículos seja rápido,
diminuindo o tempo de espera.

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE


53
A seguir estão listados alguns padrões que devem ser utilizados desde
a chegada do veículo na portaria até a saída do mesmo; para atender
essa agilidade, são necessários treinamento das pessoas envolvidas na
recepção e recebimento:
■■ canal de comunicação eficiente entre portaria e setor de recebimento;
■■ simplificar o máximo possível os trâmites de burocracia necessários;
■■ espaços organizados para receber produtos. Evitando surpresas
de filas ou falta de lugar para armazenar;
■■ espaços para os veículos dos entregadores estacionarem;
■■ liberação para pagamento após conferência na entrega;
■■ nota fiscal e/ou a DANFE (Documento auxiliar de Nota Fiscal Ele-
trônica) e demais documentos que acompanham a entrega dos
produtos, seguir seus cursos corretamente, agilizando um proces-
so eficiente até sua quitação, registros e arquivamento.

3.1.2. ETAPAS DO RECEBIMENTO


Assim como qualquer outro trabalho, no processo de recebimento te-
mos algumas etapas que não podem deixar de serem feitas, confira a
seguir essas etapas e qual a sua função.
■■ Carga e descarga: nesse procedimento é organizado espaço para
a descarga dos materiais em que o objetivo é descarregar ou car-
regar o veículo de transporte. Cada empresa tem um local especí-
fico onde os veículos de carga e descargas são estacionados para
efetuar o descarregamento. Com a tecnologia contribuindo para a
logística, a maioria das empresas dispõe de recursos de máquinas
e equipamentos que auxiliam na retirada de materiais, agilizando
além de poupar as pessoas de muito esforço físico.
■■ Conferência física e documental: a conferência é o processo que
Identifica o material por meio de etapas.
1. Conferir o pedido com o recebido: verificar se a entrega confere
com o que foi pedido em descrição, quantidade e preço. Procedi-
mento: comparar o registro do pedido com a nota fiscal de entrega.
2. Conferir notas fiscais de entrega: verificar se a nota fiscal está cor-
reta, quanto aos dados cadastrados. Desde razão social, endereço,
descrição dos materiais, recolhimento dos impostos e outros.
3. Conferir nota fiscal com o material físico que se está recebendo:
ver se estão de acordo com o pedido que a empresa fez. Conferir os
registros da nota em itens especificados com respectivo lote, vali-
dade e quantidade, confirmando com o material físico recebido.
4. Conferir material físico: principalmente quando se trata de mate-
riais perecíveis ou frágeis que possam se danificar com facilida-
de. Assina-se a ficha de transferência, que é arquivada a seguir, a
ficha técnica que vai para a produção, e encaminha-se os mate-
riais ao armazenamento.

54 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
■■ Separação: após os procedimentos de recebimento dos materiais,
ocorre a separação. Os materiais devem ser separados para o ar-
mazenamento. Eles terão lugares próprios para serem guardados,
bem como se são armazenados embalados ou não. E então ocorre
a organização desses materiais.
■■ Registro de materiais no sistema: a qualidade das informações
e do controle do estoque depende muito do registro em que são
anotados no sistema nesse momento. É muito importante que as
informações sejam registradas corretamente, sem erros e sem es-
quecimento. Cada empresa tem seu sistema próprio de registrar
os materiais. O ideal é que essas informações sejam informatiza-
das. Após dar entrada no sistema, este permite a impressão de eti-
quetas que serão coladas em cada embalagem de material. Cada
caixa com uma etiqueta com códigos de barras, fazendo um resu-
mo de toda a quantidade da caixa. Isso permite que as empresas
possam conhecer as informações tecnológicas e operacionais de
seus materiais, bem como suas características.

EXEMPLO:
Quando você compra um produto pela internet, ele possivelmente será
entregue em sua casa, quando o produto chega, o motorista descarre-
ga o produto do veículo de transporte, ele te entrega ele juntamente
com a nota fiscal, você confere se a nota está correta, conforme espe-
cificado no pedido. Após isso você confere se o produto está correto e
armazena (guarda) no local mais apropriado.

Depois do processo de recebimento teremos o processo de armazenagem,


a seguir iremos verificar como deve ser feito a armazenagem dos produtos.

3.2. ARMAZENAGEM
Armazenagem nada mais é do que fazer o gerenciamento do espaço
tridimensional que seja adequado ao produto e seguro, colocando-o à
disposição para a guarda de produtos que serão movimentados fácil e
rapidamente, respeitando as características de cada produto, manten-
do a sua integridade física e entregando o que for de direito no prazo
que foi acordado. Ou seja, nada mais é do que receber e guardar um PALETIZADOS
produto em um local que mantenha o produto seguro, sem danos ma- É possível dizer que
teriais, e entregar quando alguém o comprar. a paletização consis-
te em organizar seus
O processo de armazenagem pode ser dividido em sete etapas: produtos de forma
compacta em cima de
1. Recebimento de mercadorias: as docas já se encontram pron- paletes para promo-
tas para o recebimento dos caminhões, que uma vez posiciona- ver uma melhor orga-
dos, iniciam a descarga dos produtos; os quais de acordo com nização do estoque e
sua espécie e características já são fracionados ou paletizados, facilitar o transporte
da carga dentro ou
ou as áreas de recebimento da produção já se encontram dispo- fora do estoque.
níveis para o recebimento de outros produtos.

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE


55
2. Endereçamento: logo após o recebimento, todas as mercado-
rias são conferidas de acordo com a nota fiscal e o pedido cor-
respondente, recebendo, após conferência, o endereçamento
e o envio para o setor de estocagem, conforme identificado na
etiqueta do produto. O correto endereçamento e a agilidade dos
profissionais podem significar tempo precioso e, em longo pra-
zo, uma grande economia para a empresa.
3. Estocagem: ao receber a carga, o operador checa o código de bar-
ras para verificar se o produto realmente pertence àquele endere-
ço. Após confirmação, o material é transportado pela empilhadeira
até o ponto de estocagem para ser armazenado de forma sistêmica,
onde ficará aguardando o procedimento de identificação.
4. Identificação: assim que necessário, a mercadoria deverá ser re-
tirada do estoque e devidamente identificada. O pedido então
entra no sistema de gestão do armazém. Depois, as informações
são enviadas para o coletor de dados do operador, identificando
o item e o conduzindo até o setor de separação.
5. Separação ou processo de picking: é quando ocorre a separa-
ção e preparação dos pedidos, para satisfazer as necessidades
do cliente. O picking pode ser muito eficaz, mas deve ser realiza-
do de forma correta, de acordo com o posicionamento dos pro-
dutos e o fluxo de informações e documentos da empresa.
6. Embalagem: já na reta final do processo, a mercadoria é embalada
de acordo com os pedidos. O tipo de embalagem a ser utilizada tam-
bém deve ser definido conforme o tipo de produto transportado.
7. Expedição: a mercadoria já embalada é enviada para a expedi-
ção, seguindo as informações contidas no sistema, referentes ao
endereço de recebimento. A carga é então carregada e o cami-
nhão parte para realizar a entrega ao cliente.

A paletização traz inúmeros benefícios para as empresas, a seguir es-


tão listadas algumas delas:
■■ tempo de movimentação da carga reduzido. Consequentemente,
melhor aproveitamento por homem/hora e melhoria nos tempos
ociosos;
■■ melhor utilização dos espaços, podendo a empresa verticalizar
em prateleiras o acondicionamento da carga paletizada;
■■ estudos apontam que há uma redução de 40% a 50% no custo da
movimentação devido à paletização;
■■ simplificação do controle de inventário;
■■ redução significativa nas avarias;
■■ redução em furtos, principalmente quando são unitizados com
cintas ou filmes;
■■ reduz a quantidade de etiquetas, rotulagens, ocasionando assim
uma redução na compra de etiquetas e, consequentemente, nas
quantidades de impressões e mão de obra;
■■ redução nos acidentes de trabalho devido à movimentação dos
paletes;

56 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
■■ os paletes bem acondicionados permitem uma melhor ventilação
entre as mercadorias, a exemplo do segmento de alimentos (pere-
cíveis), pois é algo que ajuda na manutenção de uma melhor tem-
peratura aos produtos paletizados;
■■ reduz o tempo de carregamento e descarga de caminhões.

Confira na sequência como é a forma mais detalhada no processo


de expedição.

3.3. EXPEDIÇÃO
É o departamento de uma empresa responsável pelas mercadorias ou
documentos que saem de uma empresa. A expedição logística é a área
responsável por todas as etapas relacionadas ao envio de uma mercadoria
para algum destino, incluindo o transporte e o planejamento do transporte.

tiero ([20--?])

Para que algo saia da empresa é preciso ter em ordem toda documen-
tação da remessa, devidamente identificada, além de garantir que a
embalagem seja adequada. Também é de responsabilidade da expedi-
ção carregar o veículo de transporte e providenciar o despacho. Para
que esse processo aconteça com sucesso é necessário muita organiza-
ção e capacidade de gestão.
Existem várias atividades que uma expedição deve exercer que po-
dem variar conforme empresas, a seguir iremos verificar algumas das
atividades mais comuns encontradas na expedição.
■■ Verificar o pedido: nessa etapa o expedidor deve verificar se to-
dos os itens que o cliente solicitou estão na embalagem, confron-
tando as informações do pick list com o produto.
■■ Embalar a encomenda: depois de conferido o pedido e todos os
itens conforme o solicitado é hora de embalar. Cada produto deve
ser embalado conforme a sua característica, pode ser em caixa de
papelão, plástico bolha, filme strech, ou até mesmo uma embala-
gem exclusiva para aquele produto.

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE


57
■■ Preparar os documentos: esse é o momento onde iremos juntar
e preparar as informações. Primeiro iremos identificar as embala-
gens com seus respectivos destinos e encaminhá-las para a área
do mesmo. Após iremos preparar a lista com todos os itens que
iremos carregar em determinada carga, para posteriormente emi-
tirmos a nota fiscal.
■■ Pesar as mercadorias: pesar as mercadorias e contar a quantida-
de de volumes que serão expedidos, e repassar ao setor fiscal jun-
tamente com a lista dos produtos, para a emissão da nota fiscal.
■■ Juntar as encomendas por transportadora: todas as mercado-
rias devem ser separadas por transportadora, ou em alguns casos
por cliente, quando a carga for exclusiva para o mesmo. Isso se faz
para agilizar a entrega e evitar problemas de troca de embalagens.
■■ Carregar os caminhões: esta etapa pode ser realizada tanto pela
empresa como pelo transportador, a depender do acordo no
contrato do transporte. Mas é simples, basta entregar todas as
encomendas que já estão separadas por transportadoras, confe-
rindo-as com a nota fiscal. E, para que todas essas etapas sejam
executadas com sucesso, o setor de expedição conta com os fa-
mosos checklist.

?
PERGUNTA

Você sabe o que é um checklist e para que serve?

Acompanhe no próximo tópico como verificar a sua aplicação.

3.3.1. LISTA CRÍTICA DE MATERIAIS: CHECKLIST


Os chamados checklist são listas de registros de informações muito
utilizadas em várias situações. Seja a lista de itens a serem comprados
num supermercado, evitando que se esqueça de algum, seja as listas de
materiais escolares que recebemos para adquirir em cada ano letivo.
Essas listas ocupam cada vez mais espaços em nossa vida, pois sem-
pre lidamos com muitas informações e podemos ser traídos por nossa
memória. Servem para garantir que nada fique para trás e que os resul-
tados sejam eficientes, já que, muitas vezes, esquecer algo pode ser de
grande prejuízo. Imagine o borracheiro esquecer de apertar os parafu-
sos na troca do pneu!
Na Logística, o checklist é uma ferramenta básica. Ela é útil tanto para
checar se todos os procedimentos de um recebimento ou expedição fo-
ram cumpridos, como também para checar se toda a lista do cliente foi
atendida de forma correta em quantidade, especificações, prazos etc.

58 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
siiixth ([20--?])

PRATICANDO

Verifique em sua empresa quais são os checklist utilizados na Logística


e participe do preenchimento de um deles.

Quando está tudo verificado e constatado que está pronto para ser
expedido, é a hora de fazer o transporte. Mas para fazer isso de forma
mais eficiente e com o menor custo, você precisa conhecer quais são os
modais existentes. Confira.

3.4. TRANSPORTE
A definição de Logística pode ser entendida como o processo de gerenciar
eficazmente a aquisição, movimentação, armazenagem e distribuição de
matéria-prima e produtos acabados, bem como os serviços e informações,
desde o ponto de origem até o consumidor final, a menor custo.
Então, se eu estou adquirindo e/ou distribuindo uma matéria-prima e/ou
produto acabado, você precisará de transporte, que não é nada mais do que
a parte da Logística responsável pelo deslocamento de cargas em geral e
pessoas por meio dos vários modais existentes, ao longo da cadeia de abas-
tecimento. Em resumo, transporte é o movimento de pessoas e mercado-
rias de um local para outro por toda a cadeia de suprimentos.

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE


59
Tryaging ([20--?])
O transporte representa uma das maiores parcelas do custo logístico
das empresas e, no Brasil, esse custo é ainda maior, se compararmos
aos países desenvolvidos, pois grande parcela do transporte é feita pelo
modal rodoviário.

REFLITA

Mas vale lembrar que o transporte tem uma parte tão considerável no
custo logístico porque não damos uma maior importância a ele e dimi-
nuímos esses custos.

Os modais são meios de movimentação de transportes de materiais.


Quanto as suas classificações, é possível dizer que existem cinco siste-
mas de movimentação de cargas e passageiros, que são:
Davi Leon (2019)

Rodoviário: feito por nossas rodovias através de veículos automotores:


carros, bicicletas, motos, caminhões, carretas e outros.

Ferroviário: feito por meios das ferrovias através dos trens. Limitado
pelos locais em que há estrutura de ferrovias em funcionamento.

Aquaviário: feito pelas águas. Fluvial pelos rios ou marítimo, pelos


nossos oceanos, barcos e navios tem sido de grande valia para a econo-
mia do Brasil, tratando-se de importações e exportações. Nosso país é
favorecido com uma grande bacia hidrográfica e uma costa do país
totalmente banhada pelo oceano que serve de caminho de destino
para tantos países do mundo.

Aéreo: feito pelos ares através dos aviões. Meio de transportes rápido
para distâncias maiores. Suas dificuldades são dos preços mais
elevados.

Dutoviário: produtos são conduzidos por dutos. Na maioria, subterrâ-


neos. Usamos como exemplo o gás natural que compramos da Bolívia.

60 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
Existe também o modal infoviário, que é responsável por fazer o trans-
porte de informação por meio da rede mundial de computadores. Tal
modal é pouco conhecido e comentado entre os profissionais da área
de Logística, pois muitos ainda não o consideram como modal. Mas, se
estamos tratando de transporte de produtos e informações, podemos
sim afirmar que ele é um modal.

3.5. DISTRIBUIÇÃO
A Logística de distribuição é responsável em retirar os produtos aca-
bados em um determinado local, seja ele na fábrica ou em um centro de
distribuição, e fazer com que chegue até o cliente, organizando os produ-
tos de forma ordenada dentro do veículo por meio de um sistema de ro-
teamento que liga até o destino final, garantindo uma entrega eficiente.
Primeiramente, é necessário entender que o processo acontece de
maneira contínua dentro de uma empresa. Estende-se desde o fecha-
mento de um pedido do cliente até a entrega para este, mas, para que
isso aconteça, uma série de situações é enfrentada e, se há problema
em uma das operações, as outras também serão prejudicadas.
A distribuição tornou-se ainda mais importante com a chegada da in-
ternet e do e-commerce, pois, para atender com maior eficiência, seja
ela no prazo de entrega ou disponibilidade de estoque, as empresas
buscaram alternativas. Entre elas, está o centro de distribuição (CD),
que nada mais é que um armazém cuja missão é realizar a gestão dos
estoques de produtos na distribuição física, sendo esta uma atividade
que engloba manuseio, armazenagem e administração de produtos e
informações e, em alguns casos, colocação de embalagem e rótulos,
processamento de pedidos e emissão de nota fiscal.
A distribuição também possui algumas etapas que devem ser seguidas:
■■ Administração do transporte: a informação é base para qualquer
tomada de decisão. Informações como análise de custos, quem
vai transportar (frota própria ou terceirizada) e qual será a estrutu-
ra necessária são fatores fundamentais para um serviço com me-
lhor desempenho.
■■ Conferência da carga após expedição: após a expedição, etapa
final dentro de uma empresa ou centro de distribuição, é neces-
sário conferir as cargas em quantidade e tipo. Ferramentas, como
leitores de código de barras, podem dar segurança nesta confe-
rência. Erros podem resultar em devoluções que geram prejuízos
tanto para o distribuidor quanto para o varejista.
■■ Controle de fretes: o controle do frete faz com que a empresa oti-
mize inúmeras atividades, ganhando agilidade nas suas operações e,
assim, aumentando o controle financeiro e de qualidade de serviço.
■■ Monitoramento e análise de indicadores: os indicadores de de-
sempenho logístico (KPIs) servem para avaliar e medir o nível de
desempenho dos processos, sejam eles individuais ou coletivos,

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE


61
os quais devem conter a estratégia e meta dos distribuidores. Os
indicadores principais no ambiente de distribuição incluem tem-
po em trânsito, devoluções, exatidão das notas de transporte e
pontualidade das entregas; porém, é possível ter outros, a depen-
der da necessidade de cada distribuidor.
■■ Roteirização de entregas: os distribuidores estão apostando em
roteirizadores inteligentes que são capazes de identificar os melho-
res itinerários, ou seja, levando em consideração tempo, distância
e qualidade (situação das estradas, por exemplo, no caso do mo-
dal terrestre). Com isso, é possível economizar combustível, tempo,
gastos com manutenção do veículo de transporte, entre outros.

Para o sucesso de uma empresa, não dependemos apenas da área


logística, existem outras que precisam dar suporte para que tudo saia
conforme o planejado. Mas não basta apenas dar suporte, essas áreas
precisam estar integradas.

3.6. INTEGRAÇÃO DA LOGÍSTICA COM DEMAIS ÁREAS


A Logística, como departamento estratégico de uma empresa, tem
contribuído de forma significativa aos demais departamentos de uma
empresa, garantindo assim um bom serviço.
Setores como armazenagem, expedição e transportes são de extrema
importância, mas não o suficiente para que o objetivo seja cumprido.
Para isso, contamos com outras funções que garantem o sucesso. Confi-
ra a seguir algumas dessas funções:
■■ Setor de Marketing: contribui na relação com o consumidor, prin-
cipalmente na forma de distribuição, acessibilidade do produto
ou serviço ao cliente. O setor de Marketing ajuda a estreitar a rela-
ção com os clientes, ampliando a confiabilidade e os resultados.
■■ RH: relacionado à mão-de-obra.
■■ Compras: auxilia na relação com fornecedores e recebimentos.
■■ Vendas: contribui em prazos com clientes, formas de entrega etc.
■■ Produção: o próprio setor produtivo tem sua relação diretamente
influenciada pela Logística, pois é voltado aos processos, fluxos e
layouts adotados na empresa.
Como podemos observar no decorrer do andamento dos capítulos, a
Logística é de extrema importância, pois sem ela os custos aumentam e
um mau desempenho pode até levar a perder um cliente.
Agora, basta apenas seguir os passos expostos e você estará muito
perto de garantir o sucesso de sua empresa.

62 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
RESUMINDO

Davi Leon (2019)


Recebimento

Recebimento
Estocagem

Gestão de pedidos
Armazenagem
Expedição

Aquaviário
Transporte
Aéreo

Dutoviário
Distribuição

Rodoviário

Ferroviário

RECEBIMENTO, ARMAZENAGEM, EXPEDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE


63
ANOTAÇÕES

64 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA
PALAVRAS
DO AUTOR

Parabéns por concluir seus estudos em Introdução à Logística!


Você conheceu como ela começou, sua importância na segunda guerra mundial e o
quanto pode ser decisiva para os resultados. Depois, estudou a evolução e o espaço
que a Logística veio ocupando conforme as necessidades das organizações e da glo-
balização, o contexto profissional atual e suas tendências. Estudou também os siste-
mas e controles que vieram contribuir para resultados ainda mais eficientes. Viu sobre
a diferença de produtos e serviços e sua representação para a Logística. Aprendeu mais
sobre os suprimentos, desde a matéria-prima ou produto acabado, a produção por
meio dos sistemas de transformação e a necessidade de manter tudo funcionando em
boas e seguras condições por meio da manutenção controlada. Você conheceu os bas-
tidores dos locais de guarda, organização de entrega e entrega por meio da armazen-
agem, distribuição e transportes.
Espero que tenha aproveitado o conteúdo e que tal conhecimento sirva de apoio
para as próximas unidades e para seu futuro neste universo amplo e desafiador!

ADRIANO JOSÉ ZABEL

PALAVRAS DO AUTOR
65
CONHECENDO
O AUTOR

ADRIANO JOSÉ ZABEL


Formado em Administração de Empresas, possui 23 anos de experiência em ativi-
dades industriais com Recursos Humanos e é docente no Senai há 2 anos, como espe-
cialista de ensino II nos cursos de Gestão.

CONHECENDO O AUTOR
67
REFERÊNCIAS

■■ BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais


e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992.
■■ BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.; COOPER, M. Bixby. Logistical management:
the integrated supply chain process. New York: McGraw-Hill, 1996.
■■ CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estraté-
gias para redução de custos e melhoria dos serviços. Trad. Francisco Roque Monteiro
Leite. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
■■ PULLIG, Antônio. Aula 1: conceitos e fundamentos da Logística. Apresentação.
Scribd. Disponível em: https://bit.ly/2V8k04V. Acesso em: 2 abr. 2019.
■■ ROCHA, Jéssica. Introdução à Logística. Apresentação. Scribd. Disponível em:
https://bit.ly/2UrrEKG. Acesso em: 2 abr. 2019.
■■ SIGNIFICADO de Insumo. Significados. Disponível em: https://bit.ly/2WEYRQc. Aces-
so em: 2 abr. 2019.
■■ SILVESTRI FILHO, Mário. Aula 1: introdução à Logística. Apresentação. Scribd. Dis-
ponível em: https://bit.ly/2UtN21G. Acesso em: 2 abr. 2019.

REFERÊNCIAS
69
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente-Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Catarina Gama Catão


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Fabrizio Machado Pereira


Diretor do SENAI/SC

Claudemir José Bonatto


Diretor de Educação do SENAI/SC

Daniel Thiesen Horongoso


Gerente Executivo da Regional Sudeste SENAI/SC

Ricardo Maximo Anzolin


Gerente de Operações da Regional Sudeste SENAI/SC

Leonardo Bernardo de Oliveira


Coordenador da Faculdade do SENAI CTAI

Priscila Carneiro Gallasse Cesconetto


Supervisora de Consultoria em Educação

Michele Antunes Corrêa


Roberta de Fátima Martins
Projeto educacional

Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni


Luiz Eduardo de Souza Meneguel
Tatiana Daou Segalin
Projeto gráfico

Adriano José Zabel


Elaboração
Charles Fernando Johann
Revisão técnica

Pâmella Rocha Flores da Silva


Design educacional

Davi Leon Dias


Ilustrações e tratamento de imagens

IStock
SENAI/SC
Banco de imagens

Giulia Affonso
Tatiana Daou Segalin
Diagramação

Tatiana Daou Segalin


Revisão e fechamento de arquivos

Luciana Effting Takiuchi


CRB – 14/937
Ficha catalográfica

Tikinet
Revisão ortográfica e gramatical

Tikinet
Normalização

Você também pode gostar