Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conceitos e
Aplicações
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
74 p. :il. – (EaD)
CDU 658
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 5
Atividades 11
Referências 12
1 Objetivos da Logística 14
Atividades 23
Referências 24
Atividades 38
Referências 39
1 Atividades Logísticas 41
2.3 Transporte 45
3
3 Atividades de Apoio da Logística 47
3.1 Armazenagem 47
3.4 Obtenção 52
Atividades 54
Referências 55
Atividades 71
Referências 72
Gabarito 73
4
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Este curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 5 unidades,
conforme a tabela a seguir.
Bons estudos!
5
UNIDADE 1 | DEFINIÇÃO E
IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA
6
Unidade 1 | Definição e Importância da Logística
Você tem ouvido a palavra logística inúmeras vezes? Pois, ela está na moda! Apesar
disso, não se trata de um modismo passageiro. Nós iremos compreender que ela tem
uma importância fundamental para se obter vantagens competitivas (reduções de
custos, melhoria do atendimento ao cliente) nos negócios.
7
Você percebeu como há diferentes maneiras possíveis de se conceituar a logística em
nosso país. Provavelmente, você já ouviu no rádio, na televisão ou das pessoas, ou leu
em jornais e revistas a maioria dessas expressões como sendo a definição da palavra
logística. Na verdade, a palavra sofreu certa “banalização” nos últimos tempos em
nosso país. Em outras palavras, ela começou a ser empregada para definir qualquer
processo de organização de atividades em diferentes setores, áreas ou domínios.
No entanto, dentre as opções que apresentamos só existe uma que traz a definição
correta de logística, tal qual ela foi concebida há alguns anos e tal qual ela é entendida
nos meios acadêmico e produtivo.
Pois bem, a definição correta de logística é a alternativa 5, que fala da gestão dos
fluxos de mercadorias desde os fornecedores até o consumidor final.
O termo “logística” tem origem na língua francesa. Ele vem do verbo loger, que em
francês significa alojar. A palavra logística foi pela primeira vez utilizada pelos militares
durante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos 1940 e 1945, no século passado.
Você sabia que ela era usada para designar as atividades relativas
Para que tudo corresse bem era necessário que houvesse uma logística eficiente.
Em outras palavras, era preciso que se planejasse e se fizesse uma organização das
atividades necessárias para disponibilizar as armas e munições aos soldados, no
momento em que eles delas necessitassem.
8
1.2 Definição de Logística
A definição mais tradicional e ampla para a logística empresarial foi dada pelo Council
Of Logistics Management em 1991, nos Estados Unidos, na voz dos estudiosos Bowersox
e Closs. Essa organização é um conselho de profissionais, acadêmicos e empresas
que trabalham pela divulgação, desenvolvimento e pesquisa na área de logística. A
definição é a seguinte:
Note que ela pode perfeitamente ser ilustrada pela seguinte figura:
Do ponto de Ao ponto de
origem Fluxo e armazenagem destino
Matérias - primas
Produtos em processo
Produtos acabados
Informações
Dinheiro
Figura: Definição
Fonte: Novaesde(2001)
Logística
Fonte: Novaes, 2001.
9
1.3 Importância da Logística
Veja o que dizem os autores Lambert, Stock e Vantine em seu livro “Administração
Estratégica da Logística”, publicado aqui no Brasil, em 1998:
Essas são algumas perguntas que evidenciam todo tipo de problemas que encontramos
no dia a dia de nossas empresas e de nossas vidas. São típicos problemas gerados por
uma logística ineficiente.
10
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Logística é o processo de
planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz
do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e
informações relacionadas desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades
do cliente.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
11
Referências
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.).
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas,2000.
LALONDE, Bernard J.; GRABNER, John R.; ROBESON, James F. Integrated Distribution
Systems: A Management Perspective. International Journal of Physical Distribution
and Logistics Management, United Kingdom, n. 1, p. 43-49, 1970.
WOOD Jr., Thomaz; ZUFFO, Paulo Knörich. Supply chain management. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, n. 3, jul./set. 1998, p. 55-63.
12
UNIDADE 2 | OBJETIVOS E
RAZÕES PARA O SURGIMENTO
DA LOGÍSTICA
13
Unidade 2 | Objetivos e Razões para o Surgimento
da Logística
Nesta unidade, nosso propósito é estudar junto com você os objetivos da logística e trazer
um pouco de história, relembrando os principais acontecimentos do mundo dos negócios
que tiveram influência no surgimento da logística. Vamos lá!
1 Objetivos da Logística
Nível de serviço
Atingir
Custos totais
Nós vimos que a logística é a responsável pela movimentação das mercadorias entre os
pontos de fornecimento e os pontos de consumo, não é mesmo?
14
Alguns exemplos de atividades são: o transporte, os pedidos, o estoque, a armazenagem
de produtos, a embalagem etc.
Vamos a um exemplo prático de um problema logístico que pode ser analisado sob o ponto
de vista dos custos logísticos totais!
15
A maior preocupação ao definir a frequência da compra é determinar o intervalo ótimo
de tempo para as aquisições (tempo decorrido entre uma compra e a seguinte), de
forma a minimizar o custo logístico total.
Observe a figura, a seguir, que traz um gráfico com as curvas de custo das atividades
logísticas (eixo Y) em função da frequência da compra (eixo X).
Veja que as curvas têm esse formato porque estão em acordo com os fatores que
influenciam a decisão sobre a frequência da compra.
Vamos voltar ao gráfico da frequência de compras que acabamos de estudar. Note que
os custos de transporte aumentam com o aumento da frequência da compra (observe
a evolução da curva de custos de transporte), assim como os custos de pedidos.
Contrariamente, os custos de estoque reduzem-se com o aumento da frequência da
compra. Esse efeito inverso que a frequência da compra tem nos custos das diversas
atividades logísticas é chamado de compensação de custos ou trade-off. Assim, a
decisão da frequência da compra levando em conta os custos logísticos deve ser
orientada pelo conceito de compensação de custos e deve procurar a frequência que
minimize o custo logístico total. No gráfico, apresentado na página anterior a frequência
ótima de compra está marcada com a linha que parte do ponto mínimo da curva de
custo total e encontra o eixo das abcissas (frequência de compra).
$
Custo Total
Custo de Transporte
Custo de Processamento
Custo de Estoque
16
A grande maioria das decisões logísticas leva em consideração o
Você lembra que a definição de logística dizia que era importante servir o consumidor
de acordo com suas necessidades e de forma eficiente e efetiva? Então, torna-se
fundamental oferecer serviços logísticos de qualidade.
Como isso pode ser feito? Através de uma boa gestão dos fluxos de bens e serviços!
• disponibilidade;
• desempenho;
• confiabilidade.
a) Disponibilidade
Duas empresas vendem o mesmo produto. A empresa “A” tem o produto disponível
quando o cliente o procura em 95% dos casos. Já a empresa “B” consegue ter o produto
pronto para ser vendido ao cliente em 67% dos casos. Pergunta-se: Qual empresa tem
o melhor serviço logístico ao cliente?
17
Resposta: Aumentando a quantidade de produto em estoque. A empresa estará, então,
com níveis de serviço mais elevados.
b) Desempenho
O desempenho avalia se o nível de serviço ao cliente está condizente com o que foi
acordado no contrato de compra e venda ou de prestação do serviço firmado entre o
fornecedor e o cliente. O desempenho pode ser medido por alguns fatores:
• entregas emergenciais;
18
c) Confiabilidade
Trata-se da variação em torno dos prazos fixados para o atendimento ao cliente, para
a entrega das mercadorias etc. Nessa ótica, uma empresa confiável seria aquela que
obedece aos prazos acordados em contrato para disponibilizar o produto. Em muitas
ocasiões na logística é melhor para o cliente escolher um fornecedor que exige um
prazo mais longo para entregar sua mercadoria, mas que cumpre com rigor esse prazo,
do que selecionar um fornecedor que promete um prazo bem mais curto, mas não o
cumpre na maioria das vezes.
Nível de serviço
logístico
Vamos agora exemplificar, citando alguns parâmetros comumente usados para avaliar
o nível de serviço logístico praticado pelas empresas no atendimento das solicitações
dos clientes:
• disponibilidade de estoque;
19
• restrições ao tamanho dos pedidos;
Uma pesquisa de satisfação do cliente, realizada por Lavalle (2001) em São Paulo e no
Rio de Janeiro, procurou determinar o percentual de clientes varejistas insatisfeitos
com o nível de serviço logístico fornecido pelas indústrias na distribuição de seus
produtos. Três aspectos do nível de serviço foram considerados:
• a disponibilidade do produto;
Coonsistência do Prazo de
40% 71% 45% 67% 56% 56% 40%
Entrega
Tempo de Cicli do Pedido 19% 45% 35% 38% 35% 28% 19%
20
a) Alta Crescente dos Preços do Petróleo
O aumento do custo do dinheiro, materializado pelas altas taxas de juros cobradas pelo
mercado financeiro, eleva os custos com estoques de mercadorias. Pense na seguinte
situação: quando você compra mercadorias e deixa-as disponíveis para os clientes na
prateleira de seu comércio, você está imobilizando seu capital. Você poderia, ao invés
de colocar seus recursos financeiros em produtos, aplicá-lo na poupança, por exemplo.
Então, há um custo para se manter mercadorias em estoque. Quanto maiores forem as
taxas de juros, maior será esse custo, não é mesmo?
Você se lembra que antigamente havia poucas opções de produtos disponíveis aos
consumidores? Isso não tem muito tempo!
21
de distribuição, de transporte, porque geram um número muito maior de itens com
consumo individual relativamente menor. Pense na dificuldade de gestão logística
de um grande hipermercado que precisa monitorar os fluxos e o abastecimento de
cerca de 40 mil itens diferentes em suas prateleiras. Isso evidencia a necessidade de se
desenvolver técnicas apropriadas de logística para os negócios.
e) Evolução da Informática
22
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A logística é a responsável
pela movimentação das mercadorias entre os pontos de
fornecimento e os pontos de consumo.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
23
Referências
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.).
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas,2000.
LALONDE, Bernard J.; GRABNER, John R.; ROBESON, James F. Integrated Distribution
Systems: A Management Perspective. International Journal of Physical Distribution
and Logistics Management, United Kingdom, n. 1, p. 43-49, 1970.
WOOD Jr., Thomaz; ZUFFO, Paulo Knörich. Supply chain management. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, n. 3, jul./set. 1998, p. 55-63.
24
UNIDADE 3 | A CADEIA
LOGÍSTICA
25
Unidade 3 | A Cadeia Logística
É importante dizer que qualquer cadeia logística é formada por um conjunto de nós e
elos.
Observações:
26
Veja na figura a seguir um exemplo de cadeia logística encontrada com frequência na
prática:
Suprimento da
Manufatura
Transporte
Manufatura
Transporte
Centro de distribuição
do varejista
Distribuição
Física
Transporte
Consumidor
final
Figura: Fonte:
Uma cadeia logística
NOVAES, completa
2001.
Fonte: Novaes, 2007
27
De uma maneira mais simples, uma cadeia logística genérica também pode ser
representada pelo seguinte esquema:
Portanto, conclui-se que uma cadeia logística é formada por, no mínimo, três agentes
de trocas: o fornecedor, a empresa e o cliente. É comum também dizer que a logística
empresarial é a conjunção do suprimento físico ou administração de materiais e a
distribuição física (veja figura da cadeia logística).
28
Vamos detalhar o funcionamento de duas cadeias logísticas:
b) A cadeia do automóvel.
Passo 3
Um transportador. No Brasil, em geral, o transporte é feito por
caminhão, utilizando as rodovias.
Depois de processado e embalado na indústria para onde vai o suco?
Ele pode ser adquirido por grandes atacadistas, que são empresas
que compram das indústrias em grandes quantidades e em
seguida vendem o produto para as lojas de varejo (supermercados,
Passo 4
mercearias, padarias etc.). Essas últimas vendem o produto
diretamente ao consumidor final.
29
Fornecedores
Transporte Elos
Transporte
individual
Atacadistas
Transporte
Transporte
individual
Consumidores finais
30
Agora vamos detalhar uma possível cadeia do automóvel!
31
Fornecedores
Peças e
componentes Bancos Tintas Pneus Acessórios
Transporte
Montadora
Transporte em
caminhões
cegonha
Transporte individual
Consumidores
Repres.
Filial Filial
Comercial
Pedido- Loja-
Varejo Varejo Varejo Varejo Varejo
Eletrônico Virtual
32
Vamos agora conhecer quais são os fluxos que existem numa cadeia logística, são eles:
• de informações;
• financeiros.
Observe a figura a seguir que simula uma cadeia logística com três nós (fornecedor,
empresa industrial e cliente).
Onde:
A = Fluxo de informações
B = Fluxo físico
C = Fluxo financeiro
Figura: Fluxos logísticos
33
Com a evolução da tecnologia, com as mudanças de hábitos de consumo das
pessoas, com o aumento considerável da demanda, com as exigências crescentes
dos consumidores e com o aumento da concorrência entre as empresas, entre outros
fatores, a informação vinda do consumidor final passou a ser fundamental para os
produtores de bens e serviços. Hoje é o consumidor que define qual produto, de qual
cor, com quais características ele deseja consumir. Por isso, os produtores precisam
escutá-lo e produzir os bens solicitados. É o que se convencionou chamar de produção
“puxada”. Ou seja, é o cliente que determina o que, quanto e quando o produto será
fabricado.
Neste sentido, você pode observar na figura dos fluxos logísticos o seguinte:
A própria evolução da logística e dos negócios impôs novas direções aos fluxos nas
cadeias:
Após fazer um pedido, uma solicitação ao fornecedor, o cliente precisa estar informado
acerca do andamento de sua aquisição.
34
Hoje muitas empresas transportadoras e organizações industriais disponibilizam aos
seus clientes informações precisas e atualizadas sobre o andamento dos pedidos na
internet. Basta acessar o site do fornecedor, digitar o número do pedido ou da nota
fiscal e o cliente obterá rapidamente as informações de que necessita.
Você já ouviu falar dos chamados “recall” que as montadoras de automóveis realizam
frequentemente com seus clientes? E o exemplo do fabricante de “achocolatado” que
recolheu recentemente vários lotes do produto do mercado por ter identificado erro
na fórmula de fabricação?
35
c) O fluxo financeiro, em função das mudanças nos outros dois fluxos, também
passou a ter duplo sentido
Antes os recursos monetários eram repassados pelos clientes finais para as contas
correntes dos fabricantes e de seus fornecedores. Atualmente com o advento da
logística reversa o fluxo financeiro também existe dos fornecedores e fabricantes para
os clientes finais. Como isso se explica?
Ora, as embalagens e produtos reutilizáveis e recicláveis têm seu valor e são, portanto,
vendidos para as empresas que os reprocessam.
hh
Note como a logística é importante: até mesmo no
reaproveitamento do lixo gerado pelas pessoas, contribuindo
com preservação do meio ambiente e com a geração de
empregos.
36
Qual é a conclusão a que nós chegamos? A figura anterior dos fluxos logísticos deve ser
atualizada.
Onde:
A = Fluxo de informações
B = Fluxo físico
C = Fluxo financeiro
Note agora que todos os fluxos têm as duas direções, ou seja, partem do fornecedor
em direção ao cliente e do cliente em direção ao fornecedor.
37
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Qualquer cadeia logística é
formada por um conjunto de nós e elos.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
38
Referências
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.).
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas,2000.
LALONDE, Bernard J.; GRABNER, John R.; ROBESON, James F. Integrated Distribution
Systems: A Management Perspective. International Journal of Physical Distribution
and Logistics Management, United Kingdom, n. 1, p. 43-49, 1970.
WOOD Jr., Thomaz; ZUFFO, Paulo Knörich. Supply chain management. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, n. 3, jul./set. 1998, p. 55-63.
39
UNIDADE 4 | AS ATIVIDADES DA
LOGÍSTICA
40
Unidade 4 | As Atividades da Logística
Nesta unidade, vamos conhecer com um pouco mais de detalhes as diversas atividades que
compõem a logística e que permitem uma gestão mais eficiente dos fluxos de matérias-
primas, produtos acabados e informações ao longo das cadeias logísticas, unindo os
fornecedores aos seus clientes. Também veremos quais são as principais funções de cada
atividade e como elas contribuem com os objetivos finais da logística: a redução do custo
logístico total e a melhoria do nível de serviço ao cliente.
1 Atividades Logísticas
Suprimento Distribuição
Primárias
Transpote
Estocagem
Proc. Pedidos
Apoio Apoio
Armazenagem Armazenagem
Manuseio Manuseio
Embalagem Embalagem
Obtenção Programação
Informações Informações
41
2 Atividades Primárias da Logística
a) Elas são responsáveis pela maior parcela do custo logístico total. Chegam a
atingir até 2/3 do custo logístico total em alguns setores.
c) Elas compõem o que se chama de ciclo crítico para atendimento aos clientes.
Cliente
Processamento dos
pedidos dos clientes
(inclui transmissão)
Manutenção de Transporte
estoque
42
Como ele funciona na prática?
Vamos agora examinar em que consiste cada uma das três atividades primárias? O que
você acha de iniciarmos pelo processamento de pedidos? Afinal é o pedido que dá
início à operação. Você notou isso?
43
Quando a empresa não tem estoque disponível para atender ao cliente num prazo
de tempo aceitável, poderá perdê-lo. Ele poderá procurar o produto num fornecedor
que o tenha para pronta entrega. Você concorda que isso acontece seguidamente
mesmo no nosso dia a dia? Quantas vezes você já chegou em um açougue para comprar
determinado tipo de carne e não o encontrou disponível? Você provavelmente procurou
outro açougue onde havia a mercadoria desejada.
Como Assim?
Note que quanto maior for a quantidade de produto disponível na empresa, maior será
o custo com estoque. Em compensação teremos menor custo de não serviço com
vendas perdidas (os clientes encontrarão com maior frequência o produto que
procuram caso a disponibilidade seja maior). Isso é o que as curvas do gráfico querem
mostrar.
$
Custo Total
Custo de Estoque
Nível de Estoque
Observação: a atividade de transporte será apresentada
na Unidade 5 deste componente curricular.
44
2.3 Transporte
O transporte refere-se aqui aos vários modais e meios utilizados para se movimentar
mercadorias.
Até pouco tempo atrás, o papel do transportador nas cadeias logísticas era de
simplesmente deslocar os produtos de um ponto da cadeia a outro. Sua missão era de
vencer espaços geográficos.
45
Com o desenvolvimento da logística, o transporte passou a ser fundamental para que
seus objetivos sejam atingidos: melhorar níveis de serviço aos clientes e reduzir o custo
logístico total.
Assim, além de vencer as restrições espaciais (distâncias entre dois pontos), deslocando
as mercadorias, a atividade de transporte e os transportadores passaram a ter papel
de maior destaque na cadeia logística. Não basta mais deslocar mercadorias. É preciso
também:
Você notou que o papel do transportador evoluiu bastante tanto em termos de tarefas
que ele executa como em importância nas cadeias logísticas? Ele é quem estabelece
a ligação entre os diversos agentes da cadeia. Hoje o transporte tem muito mais
atribuições numa cadeia logística do que há algum tempo atrás.
46
3 Atividades de Apoio da Logística
Além das atividades primárias, há uma série de atividades adicionais que apoiam o
transporte, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos. São as atividades
de apoio:
• armazenagem;
• manuseio de materiais;
• embalagem de proteção;
• obtenção;
• programação de produtos;
• informações.
3.1 Armazenagem
47
Ao contrário do transporte que estabelece a ligação entre dois participantes das
cadeias logísticas, a armazenagem acontece, na grande maioria das vezes, em locais
fixos, nos nós das cadeias logísticas. É nos nós que estão localizados os depósitos ou
armazéns para a estocagem dos produtos.
Você sabe quais são as razões básicas para que uma empresa necessite de espaço físico
para estocar mercadorias?
Vamos detalhá-las?
Quando nós temos espaço de armazenagem disponível para estocar produtos, então
podemos juntar uma maior quantidade de produtos e transportá-los até os clientes
em veículos maiores, em uma única vez. Isso reduz o custo com transporte. Da mesma
forma, os custos de produção podem ser reduzidos quando são fabricados lotes
maiores de produtos. Para isso, há necessidade de espaço para estocar os produtos
até que sejam entregues aos clientes.
Essa razão é diretamente relacionada com as empresas que fabricam produtos com
demanda sazonal. Por exemplo, pense nas indústrias que fabricam ovos de páscoa,
aparelhos de ar condicionado e brinquedos natalinos. Essas empresas vendem seus
produtos numa época bem definida do ano: na páscoa, no verão e no natal. Em geral,
48
elas montam esquemas de produção ao longo de todo o ano, pois custa menos produzir
volumes constantes, e formam estoques em seus depósitos para vender o produto na
época da demanda.
c) Necessidades de produção
Há produtos que têm a armazenagem como uma etapa de seu processo de produção.
Eles precisam ficar guardados certo tempo até que estejam prontos para o consumo.
Pois bem, produtos como queijos, vinho e outras bebidas alcoólicas necessitam de um
período de tempo estocados para atingirem a maturação ou o envelhecimento. Nesse
caso o depósito é uma necessidade do processo produtivo.
d) Considerações de marketing
Os depósitos têm funções bem determinadas. Vamos estudá-las agora para que você
consiga identificar o papel e a importância desses edifícios chamados também de
facilidades logísticas?
As funções básicas dos depósitos são de prestar serviços aos usuários. Esses serviços
são classificados em quatro tipos: abrigo, consolidação, transferência ou transbordo e
agrupamento de produtos.
a) Abrigo de produtos
É o uso mais óbvio de um depósito para armazenagem de produtos. Ele serve para
guardar mercadorias, dando-lhes proteção e também para oferecer outros tipos
de serviço como a rotação de estoques, o envelhecimento do produto, reparos nas
mercadorias etc.
49
b) Consolidação de mercadorias
Este tipo de depósito serve para reunir mercadorias que vêm de vários pontos de
fornecimento e seguem para um mesmo destino, seja para participar como matéria-
prima ou componentes do processo produtivo de um outro bem, ou mesmo para serem
armazenados no ponto de venda ao consumidor final. Com o depósito intermediário,
localizado entre fornecedores e produtores ou comerciantes, consegue-se reduzir os
custos logísticos de transporte. Você já sabe a razão para isso, não é mesmo? Caso não
a tenha ainda claramente na memória, discuta com o seu tutor.
3.000 Kg
Cliente A
40.000 Kg 1.000 Kg
Fábrica Depósito de Cliente B
transbordo ou
transferência
2.000 Kg
Cliente C
50
d) Agrupamento de produtos
Seu objetivo primordial é a separação das cargas nos depósitos de acordo com as
necessidades dos clientes. Há três atividades principais que compõem o manuseio de
cargas nos depósitos:
• a movimentação interna;
• a expedição de mercadorias.
51
3.3 Embalagem de Proteção
Por outro lado, a embalagem também serve como instrumento para melhorar a
eficiência da logística, principalmente, na distribuição dos produtos. Uma embalagem
projetada corretamente facilita as atividades de manuseio, transporte e armazenagem.
Quando suas dimensões e design são desenvolvidos de forma racional, permitem
obter uma maior produtividade no carregamento e descarregamento dos veículos,
sejam eles manuais ou automáticos. Também permitem um maior aproveitamento dos
espaços de estocagem nos depósitos.
Você percebeu que de uns tempos para cá muitos produtos de consumo que compramos
(brinquedos, móveis, bicicletas etc.) são desmontados e embalados? Qual é a razão
para isso? Os fabricantes e distribuidores estão usando a embalagem para proteger,
para promover as vendas e para ganhar espaços nos depósitos, lojas e mesmo no
transporte.
3.4 Obtenção
52
• Determinação das quantidades de produtos que devem ser adquiridas;
Enquanto a obtenção trata da gestão dos fluxos de suprimento (entrada dos produtos
nas empresas), a programação do produto trata dos fluxos de distribuição (saída
dos produtos da empresa). Refere-se às decisões tomadas dentro da empresa: quais
quantidades devem ser produzidas por tipo de item, quando e onde devem ser
fabricadas.
53
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O ciclo crítico é formado pelo
conjunto das atividades realmente indispensáveis para a
integralização do fluxo de produtos e informações entre um
fornecedor e seu cliente.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
54
Referências
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.).
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas,2000.
LALONDE, Bernard J.; GRABNER, John R.; ROBESON, James F. Integrated Distribution
Systems: A Management Perspective. International Journal of Physical Distribution
and Logistics Management, United Kingdom, n. 1, p. 43-49, 1970.
WOOD Jr., Thomaz; ZUFFO, Paulo Knörich. Supply chain management. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, n. 3, jul./set. 1998, p. 55-63.
55
UNIDADE 5 | A EVOLUÇÃO DA
LOGÍSTICA
56
Unidade 5 | A Evolução da Logística
Ela iniciou-se logo após o final da segunda guerra mundial. Na época, as indústrias
se aproveitaram da grande capacidade ociosa existente, pois reduziram a produção
de armas, de veículos militares e de munições, e adequaram as suas instalações e
equipamentos para fabricar bens duráveis e semiduráveis (geladeira, fogão, carro,
sapatos e etc.) a fim de atender ao crescente consumo da população.
57
Vale lembrar que nesta época não existiam computadores, tampouco a Internet,
elementos que facilitam a comunicação entre quem produz e quem vende as
mercadorias. Desta maneira, as informações e os produtos circulavam mais lentamente
na cadeia.
Estoque de matérias-primas
nos fornecedores
Estoque de insumos e de
produtos acabados na fábrica
Estoque em
trânsito
Estoque de produtos
Estoque de produtos
acabados no varejo
58
Ainda hoje, há empresas no Brasil que se encontram nesta primeira fase de
desenvolvimento da logística. A maior preocupação para elas é o gerenciamento de
seus estoques ou a administração dos materiais. Elas desenvolvem, basicamente,
as funções de estocagem, de compras e de movimentação de materiais (transporte
de produto). Cada uma dessas funções na empresa é de responsabilidade de um
departamento ou setor, que trabalha de forma isolada.
Outra preocupação das empresas nessa fase era com a redução dos preços dos fretes,
que tinham mais importância que a qualidade do serviço de transporte.
Empresa
F
o
r
n Compras Vendas
C
e l
c Produção i
e e
d Controle de
Distribuição n
o materiais t
r e
e s
s
59
2 Evolução da Logística: Segunda Fase
60
A figura, a seguir, retrata a integração funcional no ambiente interno da empresa,
mostrando os três níveis de gerência: materiais, produção e distribuição.
Empresa
Fluxo de
Informações
Fluxo material
61
o Uso mais intensivo da informática: os computadores e os programas
computacionais (os chamados softwares) passaram a ser mais utilizados
para realizar controle de estoques, para o planejamento da produção e
da distribuição de produtos.
A busca da integração da cadeia de suprimento era feita, em geral, entre duas empresas
(o fornecedor e a indústria, a indústria e o cliente).
Agora, pode-se dizer que a empresa funciona como um só corpo: todas as decisões são
tomadas em conjunto, envolvendo todos os seus setores.
Com os outros agentes que formam a cadeia logística, a integração dá-se de forma
dinâmica (as decisões são tomadas em curto espaço de tempo). Assim, a empresa
integra seu sistema com os agentes com quem tem uma relação direta (fornecedores
e clientes). Por exemplo, se a empresa representada na figura, abaixo, for uma fábrica
de fogões, então ela se relaciona diretamente com seu fornecedor, no suprimento, e
com as lojas que compram o produto (seus clientes), na distribuição. Por outro lado,
não existe ainda uma integração direta entre os fornecedores da fábrica e as lojas
varejistas que vendem o produto. Veja, a seguir, a ilustração dessa situação:
62
Informações
Esta fase começou no final da década de 1980, mas ainda está sendo implementada
por muitas empresas. Foi o avanço da informática que possibilitou o acesso rápido
à informação. O uso do código de barras, hoje comum na maioria das cadeias de
suprimento, teve início nesta época (anos 80). Você lembra-se dele?
gg
Saiba tudo sobre o código de barras e as etiquetas inteligentes
que auxiliam no fluxo de informações entre os agentes da cadeia
de suprimentos. Acesse o link a seguir e confira!
www.codigodebarrasean.com
63
o suprimento do produto para a loja e para as gôndolas. É um típico exemplo da
tecnologia da informação (EDI, código de barras, softwares de controle de estoques e
computadores) a serviço da logística.
Uma tendência marcante desta fase é a busca do estoque zero. Isso significa dizer que
as empresas envolvidas na cadeia logística tentam reduzir ao máximo seus produtos
em estoque, imprimindo maior velocidade à movimentação dos produtos e utilizando
com maior intensidade e com mais eficiência a tecnologia da informação.
gg
A prática do comércio eletrônico entre as empresas e entre elas
e o consumidor apareceu e se intensificou nesta fase, acesse o
link a seguir e conheça informações interessantes sobre esse
tipo de comércio. Visite-o!
www.codigodebarrasean.com
Você pode estar pensando: O que a logística tem a ver com o comércio eletrônico?
64
4 Evolução da Logística: Quarta Fase – Supply Chain
Management
Para isso são formadas parcerias entre as empresas com o objetivo de reduzir custos e
abrir novos mercados. A figura, a seguir, ilustra a cadeia de suprimentos integrada.
Fluxo de produtos
Empresa
Fluxo de informações
65
No Brasil, são poucas as empresas que estão na quarta fase da evolução da logística.
Destacam-se os setores: automobilístico; confecções e informática. Mas, na verdade, a
grande maioria das empresas brasileiras encontra-se na primeira ou na segunda fase.
• Empresas virtuais (empresas ágeis): vimos na fase anterior que hoje é comum
a compra de produtos através da Internet. Algumas empresas para serem mais
rápidas no atendimento de um pedido do consumidor montam suas fábricas
ao lado de grandes aeroportos. Quando recebem um pedido, elas acionam,
através da Internet as fábricas de componentes, que enviam o lote pedido por
via aérea para a fábrica de equipamentos. O equipamento então é montado e
enviado também por via aérea para os compradores. Tudo isso num período
de tempo bastante reduzido, em comparação com as cadeias logísticas mais
tradicionais.
66
consumo (pós-consumo) através da coleta do lixo, que poderá ser reciclado.
Esse caminho de retorno dos produtos é chamado de logística reversa. Há
também o processo de retorno dos equipamentos às fábricas para correção
de defeitos de fabricação. Isso é bastante comum na indústria automobilística
e nas indústrias de componentes eletrônicos. Um processo de logística reversa
deve ser planejado para atender aos consumidores.
67
Ao criar o ECR, os pioneiros desta prática deram ênfase a dois princípios básicos:
gg
Aprofunde-se a respeito Associação ECR acessando seu portal
oficial através do link a seguir.
www.ecrbrasil.com.br
68
Infelizmente, ainda são poucas as empresas que trabalham em parcerias com seus
fornecedores. Na prática, o mais comum, ainda, é o comprador ter muitos fornecedores
para cada item. O argumento da área de compra para isso é que uma única fonte de
fornecimento não é confiável (pode falhar). Outro ponto de justificativa é de que existe
também a possibilidade de especular com os fornecedores e, assim, reduzir o custo da
compra (menor preço).
69
• Maior prioridade dada aos pedidos: como o fornecedor tem garantia da
compra do seu produto a longo prazo, ele prioriza a entrega para esse tipo de
fornecedor.
Primeira Terceira
Segunda Fase Quarta Fase
Fase Fase
Supply
Administração
Perspectiva Administração Logística chainmanagement +
de materiais e
Dominante de materiais integrada resposta eficiente ao
distribuição
consumidor (ECR)
Visão
Gestão de
sistêmica
estoque
da empresa Visão sistêmica da
Otimização
empresa, incluindo
Focos Gestão de do sistema de
Integração o uso de parcerias e
compras e transporte
por alianças estratégicas
movimentação
sistemas de
de materiais
informação
70
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. No Brasil a grande maioria das
empresas já está na quarta fase de evolução da logística,
destacando-se entre elas as dos setores automobilístico, de
confecções e informática.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
71
Referências
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.).
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas,2000.
LALONDE, Bernard J.; GRABNER, John R.; ROBESON, James F. Integrated Distribution
Systems: A Management Perspective. International Journal of Physical Distribution
and Logistics Management, United Kingdom, n. 1, p. 43-49, 1970.
WOOD Jr., Thomaz; ZUFFO, Paulo Knörich. Supply chain management. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, n. 3, jul./set. 1998, p. 55-63.
72
Gabarito
Questão 1 Questão 2
Unidade 1 V F
Unidade 2 V V
Unidade 3 V V
Unidade 4 V V
Unidade 5 F V
73