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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR MATO GROSSO

PREVENÇÃO E
COMBATE A INCÊNDIOS
FLORESTAIS

MÓDULO III
-
TÉCNICAS E TÁTICAS DE COMBATE AOS
INCÊNDIOS FLORESTAIS
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR MATO GROSSO
OBJETIVOS
• Definir os conceitos de Técnica e Tática;
• Entender as fases de um atendimento a ocorrências de incêndio
florestal;
• Aprender a aplicar o SCI em ocorrências de CIF;
• Padronizar e definir as formas de combate ao IF;
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CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO; 9. VIGILÂNCIA E RESCALDO;

2. TÉCNICA E TÁTICA; 10. DESMOBILIZAÇÃO;

3. FASES DE ATENDIMENTO A UM INCÊNDIO 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS;


FLORESTAL;

4. DETECÇÃO;

5. ACIONAMENTO;

6. DESLOCAMENTO;

7. AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA;

8. COMBATE AO INCÊNDIO;
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1. INTRODUÇÃO
Assim como em uma batalha, no combate a incêndio florestal também são analisados
algumas variáveis que podem ser de fundamental importância à operação. Entender
tais variáveis permite-nos ter maior controle sobre o cenário e sobre a melhor forma
de empregar os recursos, evitando assim que tanto pessoas quanto materiais e
equipamentos sejam utilizado de forma ineficaz.
O combatente florestal deve ter em mente que a prevenção é sempre a melhor opção
no trato com os incêndios florestais, pois uma prevenção bem feita pode evitar, não
apenas o dano ambiental, como também o emprego de grandes esforços no combate,
o que muitas vezes gera prejuízos econômicos em grande escala, danos físicos ao
homem e ao bioma local.
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2. TÉCNICA E TÁTICA
2.1 TÉCNICA

Consiste na correta utilização das ferramentas e recursos disponíveis tanto na


prevenção quanto no combate aos incêndios florestais, trata-se portanto, da correta
utilização das FEA’s empregadas.
A técnica é aplicada de maneira individual por cada combatente, tanto no combate
direto ou indireto. O uso correto dela potencializa o emprego das FEA’s, garante
uma vida útil prolongada e evita que ocorram acidentes de trabalho.
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2. TÉCNICA E TÁTICA
2.2 TÁTICA

Atuante de uma maneira macro, pauta-se na estratégia utilizada para gerenciar uma
ocorrência, visando garantir a otimização dos recursos disponíveis frente ao
incidente. Consiste em uma ferramenta estratégica de extrema importância, pois visa
o emprego dos recursos da melhor forma possível frente a análise dos fatores
encontrados em cada cenário. Via de regra, não é uma ferramenta rígida, pelo
contrário, visa ser suficientemente flexível para se adaptar as demandas encontradas.
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3. FASES DE ATENDIMENTO A UM IF
Para o atendimento das ocorrências ordinárias, se dividem em quatro etapas principais,
prontidão, acionamento, resposta e desmobilização. Dentro desse contexto, para os
atendimento a uma ocorrência de Incêndio Florestal, adota-se a seguinte rotina
operacional:
1. Detecção;
2. Acionamento;
3. Deslocamento;
4. Avaliação da Ocorrência;
5. Combate ao Incêndio;
6. Vigilância e Rescaldo;
7. Desmobilização;
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3. FASES DE ATENDIMENTO A UM IF

1. DETECÇÃO 2. ACIONAMENTO 3. DESLOCAMENTO

5. COMBATE AO INCÊNDIO 4. AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA

6. VIGILÂNCIA E RESCALDO 7. DESMBILIZAÇÃO


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4. DETECÇÃO

A detecção é o tempo decorrido entre a ignição ou início do fogo e o momento em que


ele é visualizado por alguém;
Quanto menor o foco mais fácil é o seu combate. Por isto, a capacidade de detectar ou
descobrir rapidamente os focos de incêndio é um dos principais objetivo dos serviços de
prevenção e combate aos incêndios florestais;
Em nosso estado, a atividade de detecção, durante o período de resposta da temporada
de Combate aos Incêndios Florestais, atua em duas frentes, majoritariamente, a primeira
através de solicitação para a Sala de Situação, via ligações 193 ou disque denúncia 0800
647 7363 e a segunda por monitoramento via satélite, pela detecção de focos de calor.
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4. DETECÇÃO
4.1 DETECÇÃO VIA SATÉLITE
4.1.1 PRINCÍPIO DE DETECÇÃO

Um material em chamas emite energia principalmente na faixa termal-média de 3,7um a


4.1um do espectro ótico. Utilizam-se as imagens que tenham esta faixa característica e
nelas selecionam-se os píxeis (elementos de resolução) com maior temperatura, em geral
saturando o sensor.
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3. FASES DE ATENDIMENTO A UM IF
4.1 DETECÇÃO VIA SATÉLITE
4.1.2 DIMENSÃO DOS INCÊNDIOS DETECTADOS

Os satélites mais recentes, NPP-SUOMI e NOAA-20, com seu sensor VIIRS de resolução espacial 375
m, conseguem detectar áreas de alguns m2 queimando no período noturno, desde que a
temperatura seja superior a ~300 graus C.
É importante considerar o tamanho do elemento de resolução espacial da imagem, o "píxel". Por
exemplo para os sensores AVHRR (satélites NOAA-18 e 19) e MODIS (satélites AQUA e TERRA) o píxel
nominal tem 1 km x 1 km ou mais, e uma queimada de algumas dezenas de m2 será identificada
como tendo pelo menos 1 km2.
Ou seja, este sistema do INPE detecta a existência de fogo na vegetação sem ter condições de avaliar
o tamanho da área que está queimando ou o tipo de vegetação afetada. Em casos com muitos píxeis
de queima juntos, e com a presença de uma nuvem de fumaça grande, pode-se inferir que a
queimada terá a dimensão dos píxeis de queima detectados.
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4. DETECÇÃO
4.1 DETECÇÃO VIA SATÉLITE
4.1.3 QUANDO OS INCÊNDIOS / QUEIMADAS NÃO SÃO DETECTADOS POR SATÉLITES

• Fogo apenas no chão de uma floresta densa, sem afetar a copa das árvores;
• Nuvens cobrindo a região (Atenção: nuvens de fumaça não atrapalham!);
•Uso do fogo em momentos que o satélite de detecção não se encontra orbitando sobre o
local;
• Fogo em uma encosta de montanha, enquanto que o satélite só observou o outro lado;
• Imprecisão na localização do foco de queima, que no melhor caso é de cerca de 1 km,
mas podendo chegar a 6 km.
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5. ACIONAMENTO
O acionamento é o tempo compreendido entre a detecção do foco de incêndio e o
recebimento da informação pela Central de Operações do Corpo de Bombeiros caracteriza
a etapa da acionamento;
O levantamento prévio de informações pode determinar uma mobilização eficiente frente
a proporção do incêndio informado, permitindo assim fazer uma previsibilidade da
quantidade de recursos que deverão ser empregados e da gravidade da situação com que
as equipes irão se deparar;
Via de regra o acionamento é realizada pelas Salas de Situação para os Instrumentos de
resposta, repassando as informações pertinentes sobre o Incêndio Florestal, como as
coordenadas, situação em que se encontra, recomendações gerais e se possível mapas
georreferenciados para auxiliar o planejamento das táticas para combate.
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6. DESLOCAMENTO

O tempo de deslocamento e acesso pode ser um dos pontos mais críticos da ocorrência. Um
deslocamento demorado e dificultoso pode causar não apenas o desgaste antecipado da
equipe como também pode favorecer ao desenvolvimento do fogo, o que dificultará ainda
mais o controle, por isso é sempre importante ter o conhecimento das melhores rotas de
acesso ao local da ocorrência, evitando desgastes desnecessários;
Visando garantir uma condição de rápida resposta, em locais de difícil acesso e grande
probabilidade de eclosão de incêndios é importante que seja realizado a manutenção de
estradas e aceiros, o que além de facilitar o acesso diminui a capacidade de propagação dos
incêndios;
É essencial que todos os deslocamentos sejam efetuados da forma mais segura possível,
sendo eles motorizados, helitransportados ou a pé.
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA

O combatente de maior posto ou grau hierárquico, com capacidade de resposta e


decisão deverá assumir o comando local do incidente, sendo responsável para avaliar
o comportamento do fogo frente ao cenário em que se encontra e planejar a
estratégia de combate.
Uma ferramenta que pode auxiliar o comandante do incidente na avaliação inicial é a
TARJETA DE CAMPO (conforme imagem seguir), que é um instrumento de auxilio ao
primeiro período operacional.
Trata-se de um guia prático de trabalho para o período inicial do incidente, essa
ferramenta foi criada inicial para emprego no Sistema de Comando de Incidentes,
mas é de extrema importância para as ocorrências aqui tratadas.
Esta avaliação deve ser pautada em alguns princípios, que serão elencados a seguir.
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.1 Princípios do Sistema de Comando
de Incidentes

I – Terminologia Comum;
Para o entendimento completo deste item
II – Alcance de Controle;
é aconselhável ler sobre os 9 princípios do
III – Organização Modular;
SCI para auxiliar na compreensão. O
IV – Comunicações Integradas;
Material de estudo estará anexo ao slide.
V – Plano de Ação do Incidente;
VI – Cadeia de Comando;
VII – Comando Unificado;
VIII – Instalações Padronizadas;
IX – Manejo Integral dos Recursos;
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.2 OITO PASSOS A SEGUIR SE VOCÊ É O PRIMEIRO A CHEGAR À CENA COM CAPACIDADE
OPERACIONAL (OITO PASSOS DO SCI):

1. Informar à base de sua chegada à zona de impacto;


2. Assumir e estabelecer o Posto de Comando;
3. Avaliar a situação;
4. Definir um perímetro de segurança;
5. Estabelecer seus objetivos;
6. Determinar as estratégias;
7. Determinar a necessidade de recursos e possíveis instalações;
8. Preparar as informações para transferir o comando.
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.3 Ao estabelecer o POSTO DE COMANDO, assegure-se que este tenha:

1. Segurança e visibilidade;
2. Facilidades de acesso e circulação;
3. Disponibilidade de comunicações;
4. Lugar distante da cena, do ruído e da confusão;
5. Capacidade de expansão física.
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.4 Aspectos a considerar ao AVALIAR A SITUAÇÃO:

1. Qual é a natureza do incidente?


2. O que ocorreu?
3. Quais ameaças estão presentes?
4. Qual o tamanho da área afetada?
5. Como poderia evoluir?
6. Como seria possível isolar a área?
7. Quais seriam os lugares mais adequados para Posto de Comando, Área de Espera e
Área de Concentração de Vítimas?
8. Quais são as rotas de acesso e de saída mais seguras para permitir o fluxo de pessoal
e do equipamento?
9. Quais são as capacidades presentes e futuras, em termos de recursos e organização?
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.5 Ao estabelecer um PERÍMETRO DE SEGURANÇA devem ser considerados os seguintes
aspectos:

1. Tipo do Incidente;
2. Tamanho da área afetada;
3. Topografia;
4. Localização do incidente em relação à via de acesso e áreas disponíveis ao redor;
5. Áreas sujeitas a desmoronamentos, explosões potenciais, queda de escombros, acidentes com
cabos elétricos;
6. Condições atmosféricas;
7. Possível entrada e saída de veículos;
8. Coordenar a função de isolamento perimetral com o organismo de segurança correspondente;
9. Solicitar ao organismo de segurança correspondente a retirada de todas as pessoas que se
encontrem na zona de impacto, exceto o pessoal de resposta autorizado;
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.6 Ao TRANSFERIR O COMANDO considere os seguintes aspectos:

1. Estado do incidente;
2. Situação atual de segurança;
3. Objetivos e prioridades;
4. Organização atual;
5. Designação de recursos;
6. Recursos solicitados e a caminho;
7. Instalações estabelecidas;
8. Plano de comunicações;
9. Provável evolução.
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.7 ERROS COMUNS

Um dos erros mais frequentes no combate é a precipitação na tomada das primeiras


decisões. Isto pode, às vezes, dificultar ou retardar a ação de combate;

Por este motivo, o responsável pela ação de combate deve estudar detalhadamente a
situação antes de tomar qualquer decisão;

O estudo da situação compreende, por exemplo, o dimensionamento do fogo (tamanho,


extensão da frente, velocidade de propagação e intensidade), condições climáticas, tipo
de vegetação, rede de aceiros, estradas, locais para captação de água e possibilidade do
emprego de aeronaves, zonas de risco (benfeitorias, recursos naturais, etc).
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7.8 SITUAÇÕES DE RISCO

1. Equipes atuando em uma encosta acima do incêndio;


2. Equipes em encosta com material rolante incandescente que poderá originar focos
secundários e/ou atingi-los;
3. Vento começa a soprar, aumenta de velocidade ou muda de direção, podendo
colocar o combatente em uma ZHM, zona do homem morto, que ocorre quando o
indivíduo fica cercado de chamas por todas as direções;
4. Equipes em locais onde a topografia ou a vegetação impeçam ou dificultem o seu
deslocamento;
5. Equipes em terreno desconhecido;
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7. AVALIAÇÃO DE OCORRÊNCIA
7. Desconhecimento dos fatores locais que influenciam o comportamento do incêndio;
8. Ataque direto pela cabeça do incêndio, em condições extremas;
9. Quando na área protegida da linha de aceiro, aparecem diversos focos secundários;
10. Quando não é possível ver o desenvolvimento do incêndio, nem ter comunicação
entre as equipes;
11. Ordens transmitidas não assimiladas;
12. Equipes cansadas, com sono e quando houver o risco de se deixar adormecer perto
do incêndio;
13. Equipes desidratadas e/ou mal alimentadas.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
Como já estudado no Módulo I – Teoria básica do Incêndio Florestal , o princípio básico do
combate aos incêndios é remover de maneira rápida e eficiente um ou mais dos
elementos do fogo;
O combustível pode ser removido por meio de um aceiro (retirada do material). O
oxigênio pode ser reduzido temporariamente por meio de abafamento. E o calor pode ser
reduzido empregando resfriamento.
Para se controlar um incêndio florestal, com uma ou mais equipes de combate, existem
três estratégias que podem ser empregadas: ATAQUE DIRETO, ATAQUE PARALELO E O
ATAQUE INDIRETO.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1 MENTALIZE OS SEGUINTES PASSOS

8.1.1 Primeiro Passo


• Formule um plano de combate inicial logo após o reconhecimento, utilize também como
base os questionamentos feitos durante a fase de “avaliação da ocorrência” para subsidiar
a fase de combate. Ele deve ser rápido e baseado no tamanho do incêndio a ser
combatido. A intenção é de iniciar o trabalho logo que possível.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
Para tanto, considere:
• Localização da Rota de Fuga;
• Riscos especiais, como tocos em brasa e pontos quentes;
• Bons pontos de fuga, como estradas, áreas queimadas, etc.;
• Onde atacar o fogo (flancos);
• Como atacar o fogo (direta, indiretamente);
• Possibilidade do uso de água por meio de viaturas ou bombas;
• Possibilidade de apoio aéreo;
• Tipo de aceiro necessário;
• Existência de barreiras que podem ser usadas;
• Quando novos recursos de apoio chegarão;
• Como a topografia afetará o comportamento do fogo;
• Localização e preservação do ponto de origem do incêndio.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1.2 Segundo Passo

Converse com a guarnição antes de iniciar o trabalho. Repasse claramente as ordens, pois
as ações definidas no estágio inicial indicarão o sucesso ou não do combate inicial.
É recomendado que se inicie o combate pelos flancos, para atingir a cabeça, a fim de
extinguir o fogo rapidamente ou diminuir sua propagação.
Exceções ocorrerão quando:
• Fogo caminha em direção a uma barreira natural que impedirá sua propagação;
• Existem bens a ser protegidos em outros locais fora do perímetro do fogo;
• Vários focos esparsos em combustíveis fora do perímetro do foco principal, mas que
podem resultar em um aumento na propagação;
• Quando o incêndio for de pequenas proporções e for fácil o controle pela cabeça.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1.3 Terceiro Passo

Após adotadas as medidas de supressão e iniciadas as ações de controle, continue


avaliando o incêndio, reúna informações;
Esta ação é de suma importância para que não se perca o controle do Incêndio Florestal,
para tanto as ações de comunicação devem estar bem alinhadas, especialmente em
grandes ocorrências.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2 AVALIAÇÕES DO COMBATE INICIAL

• Caminhe em torno do fogo, ou procure um ponto elevado onde seja possível visualizá-
lo amplamente;
• Se pequeno, a avaliação é feita rapidamente, enquanto se caminha pelo seu
perímetro;
• Em casos maiores, ou ocorrendo rápida propagação, procure um bom ponto de
visualização, podendo ser até mesmo uma aeronave, possibilitando emprego desta no
monitoramento e se possível também no combate aéreo;
• É aconselhável também solicitar para as Salas de situação desconcentradas a
atualização dos focos de calor ou os mapas com os focos inseridos, para auxilio na
elaboração das estratégias e monitoramento do incêndio.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
Considere o seguinte:

• Segurança – procure por áreas de risco e avalie as rotas de escape;


• Tamanho do fogo;
• Perímetro do fogo;
• Bens a frente da linha de fogo;
• Previsão meteorológica;
• Comportamento do fogo – Qual a expectativa;
• Intensidade do Fogo;
• Tipo de combustível;
• Topografia;
• Hora do dia.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
• O combate inicial está dando resultados. Se não, por quê?
• São necessários recursos adicionais?
• Em quanto tempo será finalizada a linha de aceiro?
• Haverá mudanças climáticas, no combustível e na topografia que causarão impactos
significativo no comportamento do fogo?
• A propagação e intensidade são maiores que a esperada. Reporte imediatamente ao
superior.
• Existem bens a proteger.

Se o plano do combate inicial estiver funcionando, continue. Caso não, mude o plano e
implemente as mudanças. Informe a Central de Operações caso a complexidade do
incêndio exceder a capacidade operacional de combate. Solicite apoio sempre que julgar
necessário.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
Informações iniciais a serem reportadas

• Ao final de cada período operacional as ações desenvolvidas serão informadas via


ReDiF, Relatório diário do fogo, encaminhado diariamente para a Sala de Situação.
• Qualquer alteração a respeito da evolução do incêndio deve ser constantemente
informada.

1. Acessos 6. Hora estimada do controle


2. Tipo de Terreno 7. Clima
3. Tamanho do Fogo 8. Recursos utilizados
4. Causas (quando possível) 9. Recursos necessários
5. Bens a proteger 10. Comportamento do fogo
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1 COMBATE DIRETO

O combate é feito diretamente sobre as chamas, abafando-as ou lançando água,


terra sobre o fogo;
É necessário que se construa uma linha de controle* à medida que se avança no
combate;
Se o incêndio é pequeno e a frente principal pode ser atacada com segurança, a
ação de combate deve ser aplicada primeiramente na cabeça do incêndio,
seguindo depois para os flancos e cauda. Quando a frente de avanço do fogo se
propaga muito rapidamente ou com muita intensidade, deve-se iniciar o combate
pelos flancos até chegar à cabeça.
*Linha de Controle: Linha de segurança que circunda todo perímetro do incêndio. A linha de controle pode ser formada por
linhas de defesa mais barreiras naturais, artificiais e/ou química.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
Neste método o fogo é diretamente atacado com abafadores ou por meio da aplicação de
água ou terra.
O ataque direto somente pode ser feito em incêndios de baixa intensidade, que permitam
aproximação suficiente do pessoal de combate.
Sempre que possível deve-se utilizar a água no ataque direto, seja com viaturas ou
bombas/mochilas costais, pois há uma redução significativa na caloria gerada pelo
incêndio que possibilita uma maior aproximação do combatente à frente de fogo.
O emprego desta técnica permite que homens realizem o trabalho com bombas costais e
abafadores, obtendo excelentes resultados no das controle das chamas.
Ao optar por tal estratégia deve-se prever uma rota de fuga segura, bem como um ponto
onde a guarnição se reúna na necessidade de se evacuar a área em uma situação de
emergência.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1.1 TÉCNICA DE COMBATE DIRETO COM O USO DE ABAFADORES E MOCHILAS COSTAIS
• Na frente, reduzindo a intensidade calórica das chamas, vão as bombas costais pela
aplicação de água, seguidas pelos abafadores que, em movimento sincrônico, apagam as
chamas e, adicionalmente, podemos utilizar outra bomba costal para eliminação de focos
de calor remanescente ou ferramentas raspantes para arrematar a linha, jogando as brasas
para o interior da área queimada.
•Além disso, para complemento do aparato operacional, podem ser empregados
sopradores, que podem vir a desempenhar o papel de extinção do fogo, e confeccionador
de linha de controle, pois a medida em que o combatente florestal vai soprando, o
deslocamento de ar extingue as chamas e cria uma linha de defesa, separando o
combustível queimado e o não queimado;
•É de suma importância que se tenha cautela na utilização deste equipamento, devido ao
risco de agravar o incêndio, pelo fato do mesmo injetar comburente na mistura. É
aconselhável utilizar do lado não queimado soprando para o queimado.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1.2 TÉCNICA DE COMBATE DIRETO COM O USO DE SOPRADORES DE AR

•Ideal para vegetações rasteiras e serrapilheira ;


•Como complemento do aparato operacional, algumas unidades do CBMMT, incluindo o BEA, possui
sopradores de ar como equipamento de combate a Incêndio Florestal, este equipamento vem sendo
bastante utilizado recentemente por conta da sua grande eficiência frente aos incêndios de pequenas
proporções, nos quais é possível se aproximar do fogo, eficiência essa demonstrada devido a sua
autonomia de trabalho e ergonomia.
•Entretanto é necessário cuidado, por se tratar de um equipamento a combustão.
•É importante se atentar, pois o uso incorreto pode causar consequências negativas, e proporcionar
crescimento das chamas, visto que o soprador injeta comburente na mistura.
•O combatente deve se posicionar de modo seguro e soprar do lado não queimado, a proteger, para o
lado queimado do incêndio, de modo a extinguir o mesmo e criar uma linha de controle, evitando a
reignição do mesmo.
•É necessária atuação em conjunto com mochila costal ou outra reserva de água para o resfriamento.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.1.3 LINHAS PARA COMBATE UTILIZANDO TERRA:

Incêndio em terreno arenoso com vegetação baixa, podemos aplicar na frente uma bomba
costal, seguida de enxadão ou enxada para criar montes de terra, duas pás na sequência
fazendo o arremesso de terra na base das chamas e por fim uma bomba costal garantindo
a extinção.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2 COMBATE INDIRETO
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
• O método indireto é utilizado quando a intensidade do fogo é alta e não há
possibilidade de se aproximar do mesmo. Neste caso, deve-se construir uma linha de
defesa larga a frente do fogo para que o mesmo cesse ao encontrar o aceiro.
• Pode-se também abrir o aceiro e usar contra-fogo para ampliá-lo ainda mais.
• O trabalho de construção de linhas de defesa deve ser feito a uma distância segura
da frente de fogo a fim de viabilizar a conclusão do serviço antes da chegada do
fogo. O material raspado do lado deverá lançado ao lado oposto ao que vêm o fogo.
• O contra-fogo é uma técnica eficiente, entretanto deve ser utilizada somente por
pessoal experiente, mesmo assim sempre tomando todas as medidas de segurança
necessárias. Por segurança, deve-se garantir que no contra-fogo não exista nenhuma
equipe a frente da área que se pretende atingir, caso contrário estes permanecerão
cercado pelas chamas.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
• Também no método indireto é necessário fazer o rescaldo, ou seja, apagar por
meio do ataque direto todos os vestígios de fogo dentro da área queimada.
• Para a construção da linha de aceiro, ou linha de defesa (que é o nome mais
apropriado quando se trata de ação combativa e não preventiva) pode-se
empregar tratores, que facilitam em sobremaneira o trabalho das guarnições, além
de proporcionar um ganho substancial na progressão da equipe.
• Usualmente se utiliza na confecção de linhas de aceiro uma distância de pelo
menos uma vez e meia o tamanho da vegetação predominante, entretanto
fatores do clima, principalmente a ação do vento, pode gerar situações onde a
frente de fogo ultrapasse o aceiro confeccionado, devendo excepcionalmente ser
utilizado uma distância de duas vezes e meia a distância da vegetação.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.1 PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO DE ACEIROS

1. Execute a linha de aceiro (medida preventiva) ou a linha de defesa (medida


combativa) a uma distância que possibilite o término da mesma antes da
chegada da frente de fogo;
2. Calcule o tempo de forma que a guarnição não execute apenas a linha de
defesa, mas também outros trabalhos necessários;
3. Fazer uma linha de aceiro curta e estreita é a forma mais rápida e prática;
4. Procure utilizar rotas fáceis, que não sacrifiquem a guarnição;
5. Elimine a possibilidade de riscos vindos da área queimada. Procure isolar
pontos considerados críticos como arbustos secos, combustível morto, etc.;
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8. COMBATE AO INCÊNDIO

6. Evite pontos quentes na linha de aceiro, como ângulos retos ou agudos, que
propiciam um encontro de fogo gerando intensa caloria;
7. Procure utilizar barreiras naturais e barreiras construídas pelo homem;
8. Use maquinário quando possível para a construção do aceiro;
9. Faça a previsão para socorro de feridos a qualquer momento;
10. Considere o meio ambiente predominante;
11. Percorra a linha de aceiro várias vezes para certificar-se do serviço;
12. Oriente que na área raspada o solo mineral deve ser exposto;
13. Avise a guarnição para ficar atenta quanto aos riscos de acidentes com
animais peçonhentos ou venenosos, rochas e troncos que podem rolar;
14. Fique atento para a utilização dos EPIs necessários;
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2 MÉTODOS PARA CONSTRUÇÃO DE LINHAS DE DEFESA/ACEIROS:

8.2.2.1 Aceiro Manual


4.2.2.1.1 Progressivo Funcional;
4.2.2.1.2 Progressivo Golpe Único;
4.2.2.1.3 Por Setor;
8.2.2.2 Aceiro Mecânico;
8.2.2.3 Aceiro Negro;
8.2.2.4 Aceiro Químico;
8.2.2.5 Aceiro Verde (aceiro preventivo).
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.1.1 ACEIRO PROGRESSIVO FUNCIONAL

Técnica na qual a guarnição de combate a


incêndios florestais tem um passo constante,
ou seja, após o chefe da equipe definir o
comprimento, traçado e forma de construção
da linha de aceiro, ele adentra à vegetação
iniciando a marcação, sendo que logo em
seguida iniciam-se os trabalhos das
ferramentas de corte e raspagem, que vão
caminhando e limpando a área.
Ao final todos se encontram no ponto preestabelecido pelo chefe da equipe, estando
concluído o trabalho.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.1.1 ACEIRO PROGRESSIVO
FUNCIONAL

Quando o aceiro progressivo é


executado de forma rápida e com uma
pequena largura, com o objetivo de
diminuir a carga do combustível para
que se possa realizar um contra fogo,
ele é conhecido como “golpe único” ou
“método paralelo”. Os trabalhos serão
realizados de modo que todos realizem
a função de acordo com a ferramenta e
de maneira proporcional ao efetivo da
GCIF (trabalho homogênio);
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.1.2 PROGRESSIVO GOLPE
ÚNICO

Cada militar realizará apenas um


golpe/movimento com a sua
ferramenta e em seguida dará um
passo lateral no sentido paralelo ao
aceiro.
Aconselhável a utilização deste
método quando houver um número
elevado de combatentes na GCIF e
for um trabalho que necessite ser
realizado com certa urgência.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.1.3 POR SETOR

Nesta técnica, o chefe da guarnição


necessita posicionar cada integrante da
mesma em determinado ponto,
estando os mesmos equidistantes. Ao
comando de iniciar o trabalho cada um
dos integrantes é responsável por um
determinado setor, que deverá estar
limpo no término do mesmo.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.1.3 POR SETOR

Se compararmos as duas técnicas acima descritas observamos haver diferenças


significativas entre ambas, pois no aceiro progressivo se emprega diferentes ferramentas,
contrariamente ao aceiro por setor, onde se necessita que cada integrante possua
ferramenta semelhante para executar o serviço.
A experiência tem mostrado que o aceiro progressivo é executado de forma mais rápida,
porém a qualidade do serviço normalmente é melhor no aceiro por setor.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS

Aceiro Progressivo
Ao longo de todo o trabalho o militar utiliza ferramentas diferentes;
O trabalho tende a ser mais rápido desse modo;

Aceiro Por setor


Ao longo de todo o trabalho o militar utiliza as mesmas ferramentas;
O trabalho tende a ser mais eficiente;
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
CONSIDERAÇÕES SOBRE ACEIROS

•A utilização de uma ou outra técnica dependerá das condições que se


apresentarem, como tamanho da frente de fogo, distância da mesma à linha
de aceiro e velocidade de propagação.
•Deve-se lembrar também que em muitas ocasiões basta raspar uma pequena
área (quebra da continuidade do material combustível, retirar a vegetação,
deixando em solo mineral) e roçar a vegetação próxima (quebra do arranjo
vertical e diminuição da carga do material combustível – bordadura).
• Lembre-se:
Bordadura – área raspada nas linhas de defesa – borda do aceiro (lateral);
Demais partes – roçadas para quebrar a continuidade do material combustível
(aceiro propriamente dito).
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.2 ACEIRO MECÂNICO MECÂNICO

O local de operação deverá ser bem delimitado, evitando-se


que pessoas permaneçam na área sem a devida autorização;
É importante que um militar fique designado para
acompanhar a execução do aceiro pelo maquinário
empregado, de modo a garantir que este seja executado da
forma adequada, seguindo as recomendações descritas
anteriormente;
Via de regra, em áreas agrícolas o número de maquinário
encontrado tende a ser maior que se comparado à áreas de
pecuária e demais criações.
Podem ser encontrados tratores com grade, lâmina ou pás
carregadeiras, que ajudam na confecção de aceiros ou linhas
de defesa.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.3 ACEIRO NEGRO:

Por intermédio do pinga-fogo pode-se proceder


a queima de alargamento, ou aceiro negro, assim
ao passar por aquela área o fogo perderá sua
intensidade devido à baixa quantidade de
combustível, ou será extinto.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
É aconselhável que se efetue esse tipo
de procedimento nos horários mais
frescos e com menor incidência de
ventos no dia, para que não seja
perdido o controle das chamas;
Sempre deve haver equipes de
prontidão para atuar caso haja algum
imprevisto;
Para que possamos entender
corretamente a dinâmica de queima é
necessário que observemos o Módulo
IV.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.2.2.4 ACEIRO QUÍMICO;

Podemos usar apoio aéreo com retardantes,


(com o lançamento a frente da linha de fogo),
espumas e demais compostos químicos que
visam diminuir a inflamabilidade dos
combustíveis, ou no caso da espuma,
aumentar a capacidade de penetração da água
e absorção de calor, criando assim uma
barreira que desacelere a propagação do IF,
possibilitando atuação mais eficiente das
equipes de combate em solo.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO

8.2.2.4 ACEIRO VERDE

Algumas vegetações possuem


menor inflamabilidade
(vegetação ripária – próximas
de área úmida) que outras,
servindo portanto como
barreira a propagação das
chamas, retardando velocidade
do incêndio.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.3 MÉTODO PARALELO

Quando o calor desenvolvido pelo fogo permite


certa aproximação, mas não o suficiente para o
ataque direto, usa-se esse método, que consiste
em:
a)fazer rapidamente uma linha de defesa, paralelo à
linha do fogo. Ao chegar ao aceiro, o fogo diminuirá
a intensidade e poderá ser atacado diretamente;
b) fazer a construção de uma linha fria com o uso de
água por meio de viaturas ou bombas costais de
forma a criar-se um obstáculo úmido à frente do
fogo e, havendo possibilidade, envolvendo o seu
perímetro, para ser atacado diretamente.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
8.3 MÉTODO PARALELO

É possível citar, como exemplo prático de combate paralelo, um método utilizado para se combater
incêndio em palhada de milho, muito comum em áreas de lavoura da cultura citada, no período pós
colheita, julho e agosto.
Devido à grande inflamabilidade da palhada e às condições da lavoura (campo aberto), o que
favorece a incidência de vento, somado às baixa umidade do ar, o incêndio neste cenário tende a ser
de queima extremamente rápida, sempre na direção do vento. Nesse caso que se costuma fazer é
utilizar um trator de grade para criar uma linha de defesa (aceiro), se possível, utilizar água também,
criando uma linha fria. Após o fogo passar pelo aceiro em menor quantidade será possível combater
os focos pontuais através do resfriamento, facilitando o combate devido à diminuição da intensidade
e proporções do incêndio.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
CONSIDERAÇÕES IMPORTÂNTES

O melhor período para se combater um incêndio vai do entardecer até a


manhã do dia seguinte, porque o ar contém mais umidade, a temperatura é
menor e a atmosfera se encontra calma.

SOMENTE CONSIDERAR ESTA POSSIBILIDADE, SE NÃO HOUVER RISCO AOS


COMBATENTES ;

Nunca abandonar uma área após um incêndio, sem se certificar que o fogo não
tem mais condições de se reativar; deve-se ter certeza que o incêndio está
realmente extinto.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO

ERROS COMUNS NO COMBATE:

1. Demora em iniciar o combate;


2. Desatenção no estudo da situação;
3. Falta de planejamento adequado no Combate;
4. Ferramentas em más condições;
5. Equipes destreinadas;
6. Utilização inadequada dos materiais disponíveis;
7. Não revezar as turmas antes que se cansem em demasia;
8. Não manter atuação e vigilância adequada;
9. Fazer rescaldo ineficiente.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
EMPREGO DE MAQUINÁRIO NO CIF

Apesar da grande diversidade e variedade de marcas e


modelos de maquinários empregados no campo, para
cultivo do solo, alguns tipos podem ser comumente
observados em ocorrências no Estado de Mato Grosso, por
exemplo:
•Uni porte (pulverisador);
•Caminhão Pipa;
•Trator com tanque de água acoplado;

Esses maquinários podem ser utilizados no combate direto,


visto que possuem reservatório capaz de armazenar água,
além de motobomba.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO

•Uni porte •Trator com tanque •Caminhão Pipa;


(pulverisador); de água acoplado;
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8. COMBATE AO INCÊNDIO
EMPREGO DE MAQUINÁRIO NO CIF

Normalmente os maquinários mais comuns encontrados nos grandes incêndios, que podem ser
utilizados para confecção/manutenção de linhas de defesa e aceiros, são:

•Trator com grade aradora;


•Carregadeira;
•Carregadeira de esteira;

Conhecer, pelo menos visualmente, esses maquinários agrícolas, pode auxiliar o combatente florestal
no gerenciamento do atendimento, possibilitando o emprego mais efetivo deles.

É importante dizer que o maquinário não foi projetado para uso específico em CIF, desta forma seu
emprego pode causar mau funcionamento no mesmo, podendo incorrer até na baixa deste.
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8. COMBATE AO INCÊNDIO

•Carregadeira; •Trator com grade •Carregadeira de


aradora; esteira;
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9. VIGILÂNCIA E RESCALDO
9.1 VIGILÂNCIA

Consiste na permanência de pessoal patrulhando o


setor afetado pelo incêndio já extinto, de maneira a
detectar todos aqueles focos ativos que ainda
existem para sufocá-los e evitar que reacendam.

9.2 RESCALDO

Rescaldo é a eliminação dos focos ardentes que


permanecem dentro do setor afetado pelo incêndio,
de maneira que se possam apagar completamente as
chamas ou as brasas ainda existentes e evitar que o
fogo reacenda e volte a propagar.
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9. VIGILÂNCIA E RESCALDO
9.2.1 O rescaldo inclui as seguintes tarefas:
• Descobrir e eliminar possíveis reignições, causados por fagulhas lançadas ou
que queimam embaixo da terra, de troncos e por toda a zona queimada;
• Ampliar o aceiro ou faixa limpa em torno da área queimada, para melhor
isolamento da mesma;
•Eliminar, ao máximo todas as possibilidades de reignição no perímetro do
incêndio e suas proximidades;
•Manter a área queimada sob monitoramento até que não haja mais perigo de
reativação do fogo. Voltar no dia seguinte para nova verificação;
•Assegurar que toda a área queimada esteja segura.
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10. DESMOBILIZAÇÃO
10. DESMOBILIZAÇÃO

Consiste em garantir o retorno de toda a equipe aos seus locais de origem, bem como a
conferência, a limpeza e o recolhimento de todos os materiais e equipamentos
utilizados. Também deve ser realizada a manutenção das ferramentas e dos
equipamentos e as avaliações sobre as estratégias e as técnicas utilizadas, de forma que
fortaleçam os acertos e corrijam os erros.
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10. DESMOBILIZAÇÃO
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BARROS, Edemilson de. Manual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. Curitba:


CB/PMPR, 2010.
• CBMDF. Manual de Sistema de Comando de Incidentes (SCI). Brasília: 2011.
• CBMERJ. Procedimento Operacional Padrão: fogo em vegetação. Rio de Janeiro: 20-?. Disponível
em: <htp://pop.cbmerj.rj.gov.br/j Acesso em: 08 de abril de 2019.
• CBMGO. Manual Operacional de Bombeiros: Prevenção e combate a incêndios forestais. Goiânia:
2017.
• PEREIRA, Alexandre de Matos Martns, org. Investgação de Incêndios Florestais. Brasília:
Prevfogo/Ibama, 2010.
• LORENZON, Alexandre Simões, at al. Incêndio Florestal: princípios, manejo e impactos. Viçosa:
2018
• MMA, ICMBIO. Manual para formação de brigadista de prevenção e combate aos incêndios
forestais. Brasília: 2010.
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10. DESMOBILIZAÇÃO
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• MUÑOZ, Ricardo Vélez (coord.). La Defensa Contra Incendios Forestales: Fundamentos y


experiencias. 2ª Ed. Madrid: 2009.
• RUIZ, Enrique Martnez. Manual del Contrafuego: El manejo del fuego en la extnción de incêndios
forestales. Madrid: 200-?.
• RUIZ, Enrique Martnez. Manual de extnción de Grandes e Peligrosos Incêndios Forestales:
Técnicas Efcaces y seguras. Madrid: 2010.
• RUIZ, Enrique Martnez. Manual de Quemas Controladas: El manejo del fuego en la prevención de
incendios forestales. Madrid: 2001.
• SOARES, Ronaldo Viana; BATISTA, Antônio Carlos. Incêndios Florestais: controle, efeitos e uso do
fogo. Curitba: 2007.
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DÚVIDAS E
CONSIDERAÇÕES
“Um Florestal é um homem sapiente para suportar as agruras de um ambiente
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silvestre, onde um ser humano comum não possa sobreviver”.
(5º Teorema do Combatente Florestal)

FLORESTAL !
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FLORESTAL!!
BATALHÃO DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS

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