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COLÉGIO ESTADUAL PEDRO MACEDO

TIC – TÉCNICAS DOS INCIDENTES CRÍTICOS


Prevenção e Controle de Riscos e Perdas

Nomes: Natali Lopes, Beatriz, Rosangela e Kamila Mayer


3ºSTB
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................4
2 DEFINIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA TÉCNICA...........................................5
2.1 FASES DE UTILIZAÇÃO.................................................................................5
2.2 A FASE DE PREPARAÇÃO.............................................................................5
2.3 A FASE DA RECOLHA DOS DADOS..............................................................6
2.4 A FASE DA ANÁLISE DOS DADOS................................................................8
2.5 VANTAGENS NO USO DA TÉCNICA DOS INCIDENTES CRÍTICOS?.........8
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Técnica dos Incidentes Críticos (TIC).........................................................6


Quadro 2 - Técnica dos Incidentes Críticos (TIC).........................................................6
Quadro 3 - Técnica dos Incidentes Críticos (TIC).........................................................7
1 INTRODUÇÃO

A Técnica dos Incidentes Críticos enquanto técnica de recolha de informação


e apresentar as fases da sua aplicação, a Técnica dos Incidentes Críticos é uma
técnica de recolha de informação que encontra as suas origens na abordagem
qualitativa. Permite realizar estudos numa lógica reflexiva, acedendo a informação
subjetiva, focando a forma como situações e acontecimentos são vividos e
experienciados pelos indivíduos. O seu uso permite ainda aceder a descrições
narrativas de situações onde são identificados problemas de adaptação
organizacional sistémica e institucional ou problemas que têm origem nas diferenças
entre entidades que interagem entre si.
2 DEFINIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA TÉCNICA

A Técnica dos Incidentes Críticos é uma técnica de recolha de informação que


encontra as suas origens na abordagem qualitativa. Permite realizar estudos numa
lógica reflexiva, acedendo a informação subjetiva, focando a forma como situações e
acontecimentos são vividos e experienciados pelos indivíduos. O que é um incidente
crítico?
O incidente crítico define-se enquanto uma situação ou evento que se destaca
pelas suas características, que o tornam crítico, distinto e relevante para a
compreensão de um dado fenómeno ou processo.

2.1 FASES DE UTILIZAÇÃO

A aplicação da Técnica dos Incidentes Críticos (TIC) implica um conjunto de


passos, de forma a que os dados sejam recolhidos num formato que permita dar
resposta aos objetivos da investigação. Esses passos podem ser sistematizados nas
seguintes fases: (1) preparação; (2) recolha dos dados; e (3) análise dos dados.

2.2 A FASE DE PREPARAÇÃO

A primeira fase implica dar resposta a um conjunto de questões que vão


delimitar o objeto de estudo.
 Qual a situação a observar? – Delimita o que se pretende observar ou focar
no estudo.
 O que é um “incidente crítico”? – Define o que se entende por incidente crítico
naquele estudo em particular.
 Qual a temporalidade dos incidentes críticos? – Define se os incidentes
críticos a recolher são relativos a um espaço temporal particular, ou se é dada
liberdade ao participante a este nível. Por exemplo, pode-se solicitar ao
participante que descreva incidentes que tenha vivido nos seis meses
anteriores ao momento da recolha dos dados.
 Quantos incidentes recolher? – Define quantos incidentes críticos o
investigador vai recolher junto de cada participante.
As respostas a estas questões guiam o processo de recolha de dados e
contribuem para a qualidade das inferências de um estudo que faça uso da Técnica
dos Incidentes Críticos (TIC).[1] Considere-se a forma como estes elementos foram
definidos em Brandão (2010):
Quadro 1 - Técnica dos Incidentes Críticos (TIC).

Fonte: Brandão (2010).

Estes elementos deverão ser sistematizados num instrumento de recolha de


informação. Considerando que a nossa opção tem sido a recolha em contexto de
entrevista, de forma a potenciar a profundidade dos dados recolhidos, que também
resulta da qualidade da relação que se estabelece entre entrevistador e
entrevistado, poder-se-á definir um guião que, no que se refere especificamente aos
incidentes críticos, poderá ter a estrutura base sistematizada no Quadro 2.

Quadro 2 - Técnica dos Incidentes Críticos (TIC).

Fonte: Brandão (2010).

2.3 A FASE DA RECOLHA DOS DADOS

Conforme referido, os incidentes podem ser recolhidos de diferentes formas.


É possível recorrer a observadores treinados, o que geralmente está associado a
custos elevados em termos de tempo e dinheiro. Importa ainda equacionar a
possível dificuldade de aceitação dos participantes em serem observados.
Pode-se igualmente recolher os dados no formato de auto-relato, recorrendo
a entrevistas, focus groups ou questionários. Considere-se em particular a recolha
em contexto de entrevista. A evocação de incidentes críticos requer que se
apresente a TIC ao participante, informando-o acerca do tipo de informação que o
investigador pretende focar. Isso poderá passar pela apresentação de um exemplo
de incidente crítico, associado ao processo estudado ou ao contexto do participante,
o que pode facilitar a evocação do incidente crítico se o participante se revir na
situação descrita.
Por outro lado, ao se informar os participantes acerca dos elementos da sua
experiência que se pretende explorar isso poderá permitir-lhe organizar a sua
experiência e depois partilhá-la.
Note-se que importa equacionar se a expressão “incidente crítico” é profícua
para a expressão do participante, na medida em que “incidente” pode assumir a
conotação de algo que não deveria ter acontecido ou que foi errado. Brandão (2010)
quando estudou os gestores de topo da Administração Pública Portuguesa optou por
falar em “episódios” e “situações”, em detrimento de incidente, considerando o
significado que “crítico” poderia assumir junto de uma população que a literatura
demonstra ter tendência para adoptar um discurso auto-protector.
Recuperando o trabalho de Ramos e Brandão (2016) o Quadro 3 sistematiza
a forma como as autoras apresentaram aos participantes o estímulo para identificar
incidentes críticos que permitiram conhecer o processo de inovação de jovens
líderes empreendedores.

Quadro 3 - Técnica dos Incidentes Críticos (TIC).

Fonte: Ramos e Brandão (2016).

A definição destes elementos e a sua apresentação permite que o participante


se contextualize no tempo e no espaço, recuperando vários elementos da sua
experiência. Trata-se, assim, de uma técnica altamente contextualizada. Note-se,
contudo, que é promovida a exploração livre dos incidentes críticos pelo participante.
Cabe ao entrevistador informá-lo dos elementos da experiência que são relevantes
para a compreensão do fenómeno em estudo, mas sempre evitando que a entrevista
se torne rígida. Os elementos do incidente crítico funcionam como guias. O
entrevistador deve observar se esses elementos estão presentes na narrativa do
participante, estimulando-o a falar sobre os elementos que não sejam abordados.

2.4 A FASE DA ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos incidentes críticos pode ser realizada segundo diferentes


técnicas. A que temos privilegiado é a análise de conteúdo, seguindo princípios
definidos por Bardin (2009) e codificando os dados em categorias significativas.
Temos adoptado, conforme o estado da arte e o fenómeno em estudo, uma lógica
dedutiva.

2.5 VANTAGENS NO USO DA TÉCNICA DOS INCIDENTES CRÍTICOS?

Assumindo à partida que a própria definição da técnica informa o investigador


sobre o seu potencial, há ainda a considerar outros elementos que demonstram o
potencial da Técnica dos Incidentes Críticos para aceder à experiência humana. A
primeira prende-se exatamente com o permitir estudar processos, naquilo que se
pode denominar de abordagem temporal, baseada em Chell (2004), em que se situa
o participante no tempo e se procura que ele vá descrevendo o incidente seguindo
uma lógica temporal e organizando diversos incidentes numa linha temporal,
percebendo-se a sequência da sua experiência.
Uma outra vantagem desta técnica prende-se com a capacidade de minimizar
a influência de reações e opiniões estereotípicas. À medida que o autor do incidente
(ou seja, a fonte da informação) se vai situando no tempo e no espaço e, assim,
envolvendo na situação que é descrita por si, minimiza-se a possibilidade do efeito
da desabilidade social se manifestar no seu discurso.
Esta técnica permite ainda identificar o contexto de situações com elevada
carga emocional e possui um elevado potencial reflexivo. Ou seja, ao mesmo tempo
que o indivíduo evoca um incidente crítico que permita, por exemplo, caracterizar um
dado contexto ou processo (imagine-se, a título ilustrativo, a exploração do processo
de interação médico – paciente), cria um espaço para o participante refletir e
compreender melhor o seu próprio contexto e os comportamentos críticos para a sua
situação.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste texto abordamos a utilização da Técnica dos Incidentes Críticos em


contexto de investigação. Contudo, o seu potencial a nível da intervenção merece
igual destaque e é percebido no próprio momento da recolha de informação, quando
permite ao participante refletir sobre a sua ação. A nível de intervenção, pode ainda
ser utilizada enquanto ferramenta de diagnóstico, permitindo a identificação de
formas de ação, pensamento e reações alternativas a situações que caracterizam a
experiência do sujeito em diferentes contextos de vida. É, por isso, uma técnica que
permite não só estudar a experiência humana como também capacitar o participante
a agir.
REFERÊNCIAS

Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70: Persona.

Brandão, C. (2010). O Desempenho Individual de dirigentes de topo da


Administração Pública Portuguesa: um contributo para o desenvolvimento de
uma taxionomia comportamental e motivacional. (Doutoramento), Universidade
do Porto, Porto.

Butterfield, L. D., Borgen, W. A., Amundson, N. E., & Maglio, A.-S. T. (2005). Fifty
years of the critical incident technique.

Chell, E. (2004). Critical incident technique. In C. Cassel & G. Symon


(Eds.), Essential guide to qualitative methods in organizational
research. London: Sage Publications Ltd.

Flanagan, J. C. (1954). The critical incident technique. Psychological bulletin,

Hay, A. (2014). ‘I don’t know what I am doing!’: Surfacing struggles of


managerial identity work. 

Hettlage, R., & Steinlin, M. (2006). The critical incident technique in knowledge
management-related contexts. Ingenious Peoples Knowledge.

Ramos, E., & Brandão, C. (2016). Leader’s creativity and innovation: state of the
art. Paper presented at the International psychological applications conference
and trends: proceedings, Lisboa, Portugal.

Testa, M. R., & Ehrart, M. G. (2005). Service leader interaction behaviors.


Comparing employee and manager perspectives. Group & organization
management, Web QDA.net

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