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APRESENTAÇÃO

DE APOIO

MOTIVAÇÃO MORAL:
COMPAIXÃO, EMPATIA,
ALTRUÍSMO E EGOÍSMO
Por André Palmini – Aula 2

Pós-Graduação em
Neurociências e Comportamento
Ementa da disciplina
Investigação profunda das divergências e convergências entre os atos de altruísmo e
egoísmo nas estratégias do convívio social. Estudo de possíveis verdades implícitas nas
atitudes humanas.
Professores
ANDRÉ PALMINI DRAITON GONZAGA DE SOUZA
Professor convidado Professor PUCRS

Dono de uma vasta experiência em Medicina, É advogado, filósofo, tradutor público e intérprete
com ênfase em Neurologia, André Palmini atua, comercial para o idioma alemão e vice-diretor do Centro de
principalmente, em temas como epilepsia, tratamento Estudos Europeus e Alemães (CDEA). Reconhecido por sua
cirúrgico da epilepsia, alterações comportamentais das atuação, recebeu, em 2003, um prêmio da maior organização
epilepsias, neurologia do comportamento, incluindo alemã no campo de intercâmbio acadêmico, o DAAD, e, em 2013,
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e demências, da Fundação Alexander von Humboldt (Humboldt-Alumni-Preis)
bem como neuroimagem nas doenças do comportamento. devido ao engajamento na cooperação acadêmica Brasil-
Atualmente, Palmini é chefe do Serviço de Neurologia do Alemanha. É professor titular e decano da Escola de
Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
Rio Grande do Sul (PUCRS), diretor científico do Programa do Sul (PUCRS), atuando na graduação e na pós-graduação
de Cirurgia da Epilepsia da mesma instituição e professor como professor permanente nos Programas de Pós Graduação
titular de neurologia do Núcleo de Neurociências, da Escola em Filosofia e em Direito da mesma instituição. Atua como
de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Medicina advogado na Fayet Advogados, advocacia criminal. É autor de de
e Ciências da Saúde da PUCRS. Palmini coordena e colabora 18 livros, entre os quais destacam-se ‘’Amor Scientae. Festschrift
com inúmeros projetos nas diversas áreas do conhecimento. em homenagem a Reinholdo Aloysio Ullmann’’ e ‘’Hermenêutica e
Essas colaborações já produziram mais de 100 artigos de alto filosofia primeira: festschrift para Ernildo Stein’’.
impacto clínico e científico.
Encontros e resumo da disciplina
AULA 1 AULA 2 AULA 3

As emoções conscientes
Para que possam conviver, as
A distinção entre razão e correspondem a um nível de
pessoas não devem dar vazão
emoção não é tão estrita como integração entre sistemas
permanentemente às suas
se pensava; ambas estão emocionais primitivos e estruturas
pulsões.
intimamente conectadas. córtico-límbicas.

A complexidade das interações entre


Os neurônios em espelho são estruturas corticais e subcorticais Cada pessoa observa e
um fenômeno relativo à explicam as intensas variações na compreende o mundo a
observação e à execução de expressão das emoções conscientes. partir de sua perspectiva.
ações.
O priming emocional é um estado
tônico de pré-ativação emocional
Sentimos inveja quando O ser humano se realiza no
que reduz o limiar para a
comparados a outras pessoas outro, mas ele também
inevitabilidade da resposta
pertencentes ao nosso universo. tem medo do outro.
excessiva.

THALES STUCKY THALES STUCKY EDIRCEU ROSSI


Professor convidado Professor convidado Professora PUCRS
As sinapses da vergonha e da
culpa
A estória das ‘self-conscious
emotions’

•Culpa
•Vergonha
•Orgulho
Vergonha e culpa se diferenciam na necessidade
da perspectiva alheia

• Vergonha: o outro tem que existir no contexto direto (vergonha de ter feito
ou não ter feito algo E SER JULGADO NEGATIVAMENTE POR ISSO - por
alguém )

• Culpa: Sensação subjetiva que não precisa da perspectiva direta do outro


(posso me sentir culpado por fazer uma coisa mesmo que ninguém fique
sabendo)
Dois caminhos para entender as emoções
• Consciência afetiva – the • Sem necessidade de uma
‘feeling of what happens’ consciência afetiva –
apenas processos
primários no cérebro
ancestral - ancorando a
Córtex cerebral mente consciente
Por que isto é relevante?
• Emoções como processos básicos, primitvos:
FERRAMENTAS PARA LIDAR COM A VIDA
• BASE EVOLUCIONÁRIA

• ESTUDAR AS EMOÇÕES EM MAMÍFEROS INFERIORES – E


GENERALIZAR OS ACHADOS PARA OS HUMANOS
Nas profundezas do cérebro…
PRIORIDADE:
Mecanismos regulatórios para manter a vida

Consciência primitiva
A interação entre EMOTIONAL SYSTEMS (conjunto de
de estruturas interligadas) constitui a base das
emoções conscientes
• CARE
• FEAR
• LUST
• PLAY
• PANIC
• RAGE
• SEEKING
Emoções básicas, emoções sociais
Feelings = corticalization of emotions
• pride
• SEEKING • shame
• PLAY • guilt
• passion
• FEAR
• admiration
• RAGE
• envy
• LUST • jealousy
• CARE • excitation
• PANIC/GRIEF
•love
Emoções básicas, emoções sociais
Feelings = corticalization of emotions
• pride
• SEEKING • shame
• PLAY
• guilt
• FEAR
• passion
• RAGE • admiration
• LUST • envy
• CARE • jealousy
• PANIC/GRIEF • excitation
• love
Em resumo, as emoções conscientes (morais)…
• Correspondem a um nível de integração entre sistemas
emocionais primitivos e a experiência cultural ancorada em
estruturas cortico-límbicas

• Como todas as ‘emoções’, buscam ‘conduzir’ o indivíduo para


a manutenção da HOMEOSTASE (sobrevivência)

• HOMEOSTATIC ‘PRIMES’: ‘drives ANTECIPATÓRIOS para


manter a homeostase’ - ‘antes da casa cair ‘
The debate about the nature of emotions and
feelings that guide decisions…
Vergonha: (Ínsula, sulco temporal
superior, córtex pré-frontal)
Culpa: (Ínsula, sulco temporal superior,
córtex pré-frontal)
A complexidade das interações entre
estruturas subcorticais e as regiõies
que contém nossa cultura
(experiiencia, etc) explicam as
intensas variações individuais na
expressão das emoções conscientes,
como culpa e vergonha
A inevitabilidade orgásmica da
raiva (emoção) e a sabotagem do
controle mental (razão)
Um modelo da complexa integração entre razão e emoção,
ou como a raiva pode levar a uma ‘cascata’ de
comportamentos incontroláveis, progredindo até um final
desastroso
Caso 1

• Jogador de futebol reagiu com intensa


irritação quando foi vaiado pela torcida
do seu próprio time, inicialmente fazendo
gestos obscenos, a seguir jogando a
camisa do clube no chão e, expulso, saiu
de campo bradando insultos
generalizados.
Caso 2

• No outro, um homem iniciou uma perseguição


quando viu sua ex-mulher com o novo companheiro
em um carro, jogou seu carro contra o deles e, após a
mulher a ter prestado queixa na delegacia e ser
encaminhada ao Hospital, perseguiu a ex-mulher até
este Hospital, arrastou-a para fora de um consultório
médico, levou-a para a calçada e a matou com 3
tiros.

A ‘inevitabilidade orgásmica da raiva’

• Em ambas situações, reações motivadas pela raiva


foram num ‘crescendo’ de intensidade até cruzar um
limiar a partir do qual não havia mais possibilidade de
controle – similar à ‘inevitabilidade orgásmica’.

Metáfora para a intensidade e extensão


de certas reações emocionais
Raiva é uma emoção básica natural
• Organização no cérebro animal há milhões de anos.
• Homem = tigre: raiva como resposta emocional à uma frustração
• fundamental para que mudem o ambiente, corrigindo o contexto que levou à
frustração.
• Homem ≠ tigre... algum controle sobre essa raiva e evite um
‘crescendo’ de reações que possam resultar em consequências sérias.
• interferência no ambiente de forma que o satisfaça, resolva a frustração e a
sensação de raiva, ‘esvazie o peito’, mas que não seja tão intensa a ponto de ser
destrutiva.

Infelizmente, essa expectativa pode ser excessivamente otimista,


como mostram os casos acima, e fica a pergunta de porque a raiva pode sair
tão exageradamente de controle e levar a comportamentos gravemente anti-so
Como seria o ‘duelo
razão versus emoção’
nestes casos?
Emoções: ferramentas para a sobrevivência
• Emoções como ‘idioma’ de circuitos sinalizadores das necessidades
atendidas ou negligenciadas. Raiva é a frustração direcionada a
outro ser (animal ou gente) que impediu a realização de um
instinto.
• Na versão homo sapiens, muito mais complexa, o leque de
frustrações possíveis é quase infinito, mas sempre ligado a algum
‘desprazer’.
• Circuitos / sistemas emocionais são profundamente ancestrais
(milhões de anos), fortemente regulados do ponto de vista
genético para garantir a sobrevivência – MUITO INTENSOS EM
TODA A ESCALA FILOGENÉTICA
Como seria o ‘duelo razão versus emoção’
nestes casos?
• O cérebro racional :
• conjunto de estruturas que evoluíram para lidar com o ‘mercado
social , ultra-recente (centenas de milhares de anos),–
possibilitados pelo surgimento de estruturas mais superficiais,
na casca (‘córtex’) do cérebro.
• Duo linguagem / razão, que permite organização em sociedades
mais ou menos civilizadas.
• Base: modulação da resposta às emoções, visando consequências
favoráveis (futuras) no contexto social (e não no imediatismo dos
instintos).
+ cortex ≠ - subcórtex
• Imperativo que se module a RESPOSTA às emoções –as emoções são
exatamente iguais às do tigre.
• Explicando melhor: evolução na direção dos humanos trouxe o
desenvolvimento do córtex cerebral, mas não trouxe a involução das
potentes estruturas subcorticais que buscam a todo pano atender os
instintos
• Logo: duelo entre circuitos cerebrais mais recentes ‘ que funcionam
com base na razão versus outros, ‘arcaicos’, ‘mega-testados’ pelo
tempo) e ‘linkados’ na preservação da vida.
• Esse duelo é responsável pela riqueza da cultura humana.
Duelo razão emoção e a riqueza da cultura
humana
• As religiões, a literatura, as leis organizam-se ao redor deste
duelo:
• razão (fraca-mas-que-deve-ser-forte-para-que-exista-civilização)
versus emoção (forte, fundamental para a vida, mas-que-deve-ser-
controlada-pela-razão-para-que exista-civilização).
• No micro-cosmo de cada um dos humanos, esse duelo é a
chave do que entendemos como a percepção de que somos
indivíduos únicos – nosso código de barras.
Regras ‘escritas’ tornaram-se possíveis
• O desenvolvimento do córtex cerebral e o estabelecimento do
‘duelo’ córtico-subcortical (ie, razão vs emoção) é o ‘marco neural’
da civilização,
• Pela primeira vez na história da vida na Terra apareceu um animal
equipado para modular a resposta às emoções, buscando maximizar
consequências futuras positivas – e minimizar as negativas.
• Assim, tornou-se necessário e possível estabelecer um conjunto de
regras – TODAS ELAS voltadas exatamente a estimular e revestir de
importância este controle emocional.
Como nos 2 casos que vimos…

•Se pararmos para pensar, as regras e as leis têm como


base coibir expressões emocionais inaceitáveis dentro
do contexto civilizatório da vida em sociedade. Ou seja,
toda regra e toda lei partem do pressuposto de que,
caso não existissem, as pessoas automaticamente fariam
o oposto, movidas por impulsos emocionais.
(E inviabilizariam a vida em sociedade).
Paradoxo civilizatório
• ‘Julgamos’ e ‘somos julgados’ racionalmente por atitudes que tomamos
emocionalmente.
• Este paradoxo é o preço funcionamento civilizado em sociedade, restringindo
reações emocionais excessivas que inviabilizariam a convivência humana.
• Entretanto, estes mecanismos externos de controle social (leis, regras,
costumes,…) não minimizam o poder dos circuitos emocionais básicos do
nosso cérebro, que ‘tentam’, a todo instante, influenciar e tomar conta do
nosso comportamento.
Nas profundezas do cérebro…
PRIORIDADE:
Mecanismos regulatórios para manter a vida

Consciência primitiva
Compreensível, inevitável, mas biologicamente
complicado

Premissa racional
Atitude
absurda
Intensa emoção
Comentar vs estar no spot
• Resumindo: Quando comentamos uma atitude de alguém
que nos parece absurda, inevitavelmente partimos de
nossa premissa racional, enquanto a pessoa que cometeu o
ato ‘absurdo’ agiu em resposta a uma intensa emoção. Da
mesma forma, quando fazemos alguma coisa que parece
absurda aos olhos dos outros, as críticas e condenações
que recebemos são porque esses ‘outros’ usam a lente da
racionalidade para enxergar um ato que não teve nada a
ver com a razão. Isso é compreensível, inevitável, mas
biologicamente complicado.
Continuum da ‘intensidade’ e da capacidade de
controle destas respostas emocionais

• Variabilidade maior na capacidade de controle do que na


evocação de emoções, embora esta também varie
• ≠ pessoas, mesma emoção, ≠ intensidades (psicopatas menos medo )
• Média das pessoas: emoções semelhantes diante de uma mesma
experiência (vide filmes e campanhas publicitárias) - mas varia a
capacidade de controlar as respostas a estas emoções.
• Ou seja, raiva todos sentimos quando somos alvo do que percebemos
com injusto (ex: quando vemos nossa ex-mulher com outro homem.)
Reação variável, dependendo de fatores modificáveis e outros impressos
no nosso DNA pela herança ou por experiências vividas.
Funcionamento racional: neuroanatomia frágil ?

• Sujeito a toda espécie de influências.


• Álcool / drogas reduzem a ativação do córtex cerebral,
• Reações mais descontroladas
• ‘Duelo’ desparelho, as emoções tomam conta do
comportamento e ganham de WO.
• Estar sóbrio versus estar alcoolizado ou drogado é
frequentemente a diferença entre matar ou não matar numa
discussão de bar, baile e outros palcos da vida.

Entretanto, aparentemente nem o Fabrício e nem o homem de Venâncio Aires estavam alcoolizados quando cometeram
seus atos raivosos caricaturais. A explicação para o descontrole, portanto, tem de estar em outro lugar.
‘Priming emocional’: uma hipótese para a
inevitabilidade das reações emocionais excessivas

•Estado tônico de pré-ativação emocional,


que lentamente reduz o limiar para a
inevitabilidade da resposta excessiva.
Orgasmo, medo: Priming emocional
• Todos passamos por isto, com maior ou menor intensidade.
• Vejamos: A tesão é uma emoção básica e o orgasmo sua consumação. Estado de
excitação crescente, que pode durar dias ou semanas antes de um encontro amoroso e
que faz com que, quando o encontro acontece, rapidamente cheguemos ao orgasmo –
com muito menos ‘controle’.
• Medo e o pavor são outras emoções básicas: estado de ansiedade antecipatória antes
de um evento onde podemos fracassar, perder algo ou alguém importante. Nesse dia
estamos muito mais suscetíveis a sobressaltos e reações autonômicas, que já vinham
crescendo subliminarmente
• Todos já nos sentimos tonicamente frustrados ao longo de dias, semanas, meses ou
mesmo anos com uma situação que percebemos como injusta, precisando muito
pouco para explodir quando a ocasião se apresenta.
Priming emocional nos casos apresentados

• Segundo a imprensa, o Fabrício vinha frustrado por lhe ter sido negado algo
que lhe parecia muito relevante – um valor em dinheiro a partir da venda
de seu passe. Quando foi tratado de forma que lhe pareceu injusta pela
torcida do clube que o ‘reteve’, explodiu.

• Não conheço detalhes, mas imagino o estado de frustração tônica do


homem de Venâncio Aires por ter perdido a mulher para outro. Quando
isto se materializou pelo sentido da visão, explodiu.
Questão central: ‘cascata’ do descontrole
• A questão central não são os motivos óbvios para as frustrações que vinham
produzindo uma ‘raiva tônica’ subliminar, mas sim por qual mecanismo estes
‘motivos’ geraram o descontrole e a intensidade das respostas emocionais.
• Jogadores descontentes e irritados com a torcida são fenômenos comuns, assim
como homens agredindo ex-mulheres que os largaram. Isto não é notícia, pois
na maior parte das vezes estes eventos frustrantes não tem um longo ‘priming
emocional’ e conseguem ser interrompidos ANTES de evoluir para a
incontrolabilidade e a destruição.
• O que chamou a atenção de todo mundo foi o absurdo e imparável ‘mis en scene’
do Fabrício e a sequência absurda do assassinato de Venâncio Aires. Ou seja, a
incomum intensidade das respostas à emoção da raiva. Cascatas imparáveis de
atitudes irritadiças e agressivas, aumentando sem parar até o clímax.
Hipótese para a cascata / priming emocional
• Sistema cortical de controle das reações emocionais não é apenas frágil, como
também suscetível a uma sabotagem continua, tônica, que vai sub-
repticiamente tirando de ação progressivas ‘camadas’ de controle, que
poderiam fazer a reação emocional cessar ANTES DO CLÍMAX.

• Esta sabotagem vem de ruminações recorrentes sobre as frustrações e


interfere a tal ponto na função cortical que quando sobrevêm um estímulo
emocional significativo a resposta é totalmente impulsiva, de intensidade
progressiva e chegando rapidamente ao clímax.

• Em outras palavras, as ruminações vão lentamente reduzindo o limiar de


‘inevitabilidade da reação descomunal’, sabotando e praticamente eliminando a
capacidade cortical de controle. Quando sobrevem o estímulo, ja é inevitável o
clímax. Exatamente como num orgasmo.

A idéia que tenho de organização do tema "Motivação moral: compaixão,
empatia, altruísmo e egoísmo" seria (i) iniciar a discussão traçando
paralelos entre a interação entre animais inferiores e trocas sociais entre
seres humanos. A seguir, (ii) pretendo discutir a forma como nosso cérebro
flexibiliza sua atividade acomodando sentimentos e comportamentos
conforme o contexto socio-cultural em que estamos inseridos. Ao longo da
discussão, pretendo (iii) trazer exemplos práticos e (iv) integrar a
neurobiologia da compaixão, empatia, altruísmo e egoísmo a partir da
relação entre aspectos neuroquímicos e anatômicos, estudados
em indivíduos expostos a situações que evoquem estas emoções morais.
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