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FUNÇÕES PSÍQUICAS

Profª Thaís R. de Sá Maia


A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES

 CONSCIÊNCIA = cum (com) + scio (conhecer)


Conhecimento compartilhado com outro e consigo mesmo.
 Existem 3 definições diferentes:

 A definição neuropsicológica (estado desperto, acordado,


lúcido)
 A definição psicológica (Soma total das experiências
conscientes de um indivíduo em determinado momento)
 A definição ético-filosófica (é a consciência moral e ética, a
capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir
responsabilidades, direitos e deveres)
ALTERAÇÕES NORMAIS DA
CONSCIÊNCIA
 O sono normal: 4 estágios
 O sonho

ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA
CONSCIÊNCIA
 Obinubilação: rebaixamento da CS em grau leve a
moderado. Dificuldade de integrar informações sensoriais.
 Sopor: o sujeito só desperta com alguma dor, sonolência.

 Coma: grau mais profundo do rebaixamento do nível da


CS.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA
CONSCIÊNCIA
 Estados crepusculares: patológico transitório, ex. atos
violentos e episódio de descontrole emocional
 Estado segundo: também transitório, há uma atividade
psicomotora estranha a personalidade
 Dissociação da CS: fragmentação ou a divisão do
campo da CS.
 Transe: sonhar acordado e sensação de fusão com o
universo
 Estado hipnótico: CS reduzida, semelhante ao transe,
técnica de concentração da atenção e de alteração
induzidas.
 EQM
A ATENÇÃO E SUA ALTERAÇÕES
 Atenção pode ser definida como a direção da CS,
o estado de concentração sobre um objeto. A
atenção é um conjunto de processos psicológicos
que nos tornam capaz de selecionar, filtrar e
organizar as informações. Consciência e Atenção
estão estreitamente relacionados.
Dois tipos de atenção
 Atenção voluntária: concentração ativa e
intencional da CS sobre um objeto
 Atenção espontânea: atenção suscitado pelo
interesse momentâneo
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
 Hipoprosexia: perda básica da capacidade de se
concentrar, fatigabilidade, lentificação
 Aprosexia: abolição da capacidade de atenção

 Hiperprosexia: consiste em um estado da atenção


exarcebada
 Distração: superconcentração ativa da atenção sobre
determinados conteúdos, com a inibição de tudo mais.
 Distraibilidade: é um estado patológico incapacidade
de se deter em algo.
Atenção = Concentração?
Sim. Mas o termo concentração não é adequado pois trata de
apenas um dos aspectos da atenção

Atenção = Consciência?
Não. Os processos conscientes requerem atenção mas nem todo
processo atencional é consciente.
TIPOS DE ATENÇÃO
 Atenção

Atenção focalizada Atenção dividida


(seleciona 1 estímulo) (processa vários estímulos)

Auditiva e visual Semelhança da tarefa,


dificuldade e treino
ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
 Capacidade de situar-se quanto a si mesmo (orientação
autopsíquica) e quanto ao ambiente (orientação
alopsíquica)

 Orientação alopsíquica = Espacial e temporal


A SENSOPERCEPÇÃO E SUAS
ALTERAÇÕES
 Sensação: fenômeno elementar gerado por estímulos
físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora
ou dentro do organismo, que produzem alterações nos
órgãos receptores, estimulando-os.

 Percepção: tomada de consciência, pelo indivíduo, do


estímulo sensorial, ouse já, percepção diz respeito à
dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica
do processo.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA
SENSOPERCEPÇÃO
 Ilusão: percepção deformada de um objeto real. Causada
por rebaixamento da CS, fadiga ou estados afetivos.
 Alucinação: percepção clara e definida de um objeto
(voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto
estimulante real.
FUNÇÃO DA PERCEPÇÃO
 A percepção de algo ajuda na preservação da espécie na
medida em que reconhecer as coisas, saber onde estão e
sua aparência ajuda a se manter vivo, já facilita o
julgamento do que é ou não perigoso, saudável ou
desagradável.
 As funções de reconhecimento, localização e constância
perceptiva se adaptam a todas as modalidades sensoriais.
FUNÇÃO DE LOCALIZAÇÃO
 A função de localização depende de indicadores de distância como;
 Tamanho relativo,
 Altura no Campo,
 Sombreamento,
 Perspectiva

PERCEPÇÃO DO MOVIMENTO
Movimento Estroboscópico: percepção de movimento sem que o objeto
tenha se movimentado (disposição de objetos em sequência mais rápidos
que a retina possa captar)
Movimento Induzido: Um objeto maior em relação com um menor. O
maior se movimenta e se dá a impressão que o menor também se
movimenta.
Movimento Real:Quando o objeto se move ou nossos olhos.
PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO
ESTROBOSCÓPICO
PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO INDUZIDO
FUNÇÃO DE RECONHECIMENTO
O nosso cérebro é doido !!!
De aorcdo com uma peqsiusa
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SELETIVIDADE PERCEPTUAL
 Externo  Interno
 Tamanho e Intensidade  Necessidades

 Mudança  Interesses

 Movimento  Personalidade

 Repetição  Valores

 Novidade  Medos
TAMANHO RELATIVO
PERSPECTIVA LINEAR
A MEMÓRIA E SUA ALTERAÇÕES
 É a capacidade de registrar, manter e evocar as
experiências e os fatos já ocorridos. A capacidade de
memorizar relaciona-se intimamente com o nível de CS,
com a atenção e com o interesse afetivo. Tudo o que uma
pessoa aprende em sua vida depende intimamente da
capacidade de memorização.
3 TIPOS DE MEMÓRIA
 Memória imediata: de poucos segundos até 1 a 3
minutos. Capacidade de reter material imediato.
 Memória recente: de poucos minutos até 3 a 6horas.

 Memória remota ou de longo prazo: pode durar toda a


vida. Capacidade de evocar dados passados e após
muito tempo.
A AFETIVIDADE E SUAS ALTERAÇÕES
 Afetividade é um termo genérico, que
compreende várias modalidades de
vivências afetivas, como o humor, as
emoções e os sentimentos.
MIRA Y LÓPEZ (1974)
 “quanto mais os estímulos e os fatos
ambientais afetam o indivíduo, mais nele
aumenta a alteração e diminui a
objetividade. Quanto menor a distância
(real ou virtual) entre quem percebe e o
que é percebido, mais o objeto da
percepção se confunde com quem o
percebe”.
5 TIPOS BÁSICOS DE VIVÊNCIAS
AFETIVAS
 Humor ou estado de ânimo: tônus afetivo
 Emoções: afeto intenso de curta duração e somatizam

 Sentimentos: configuração afetiva estáveis

 Afetos: componente emocional de uma ideia

 Paixões: estado afetivo intenso que domina a atividade


psíquica como um todo
A VONTADE
Intimamente relacionada com as esferas instintivas,
afetivas e intelectiva.
 Instinto: modo relativamente organizado, fixo e
complexo de respostas comportamentais. Ex:fome
 Desejo: é um querer, um anseio, um apetite, de natureza
CS ou ICS, que visa sempre algo, a satisfação.
 Motivação: é tanto intencional como reguladora. Tem
relação com razões intelectuais e afetivas.
ATO DE VONTADE
Processo volitivo
 1. fase de intenção: tendências básicas do indivíduo, suas
inclinações e interesses. Impulsos, desejos. Temores ICS
exercem influência decisiva.
 2. fase de deliberação: ponderação consciente, o indivíduo
faz uma análise da situação, os prós e contras.
 3. fase de decisão: começo da ação

 4. fase da execução: ação em pró do objetivo decidido e


avaliado pelo indivíduo.
ATOS IMPULSIVOS X ATOS
COMPULSIVOS
 Atos impulsivos: abole abruptamente as fases
de intenção, deliberação e decisão. O individuo
não percebe tal ato como inadequado.

 Atos compulsivos: difere do ato impulsivo por


ser reconhecido pelo indivíduo como
indesejável e inadequado, assim como a
tentativa de refreá-lo ou adiá-lo.
ALTERAÇÕES DA VONTADE
 Hipobulia/abulia: não tem vontade para nada
 Compulsões agressivas. Ex: automutilação, piromania,
ato suicida, etc.
 Compulsões sexuais: exibicionismo, vouyeurismo,
pedofilia, ninfomania, etc.
 Outros impulsos e compulsões: cleptomania, compulsão
por comprar, bulimia, etc.
O PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES
 Constituído pelo Conceito, o juízo e o raciocínio.
 Conceito: Um elemento puramente cognitivo,
intelectual. Ex: o conceito de cadeira, é valido para
qualquer tipo de cadeira. Uma representação
generalizada.
 Juízos: afirmação de uma relação entre dois conceitos.
Ex: os conceitos “cadeira” e “utilidade”, unindo ambos,
formulamos que a cadeira é útil.
 Raciocínio: a ligação entre conceitos permite a formação
de juízos, a ligação de juízos conduz à formação de
novos juízos, ou seja, o desenvolvimento do pensamento.
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO
 Pensamento confuso: dificuldade de estabelecer vínculos
entre conceitos e juízos
 Pensamento desagregado: salada de palavras

 Pensamento obsessivo e etc


O JUÍZO DA REALIDADE
 Todo juízo, implica, um julgamento, influenciada pela
subjetividade do individuo e pelo contexto cultural.

 Erro simples x Delírio


(ignorância, julgar (juízos patologicamente falsos)
apressado, basear-se em
premissas falsas)
Erros por semelhança,
Erros por coincidência
Erros por impressões dos
sentidos
ALUCINAÇÃO X DELÍRIO
 Quando sensorial considera-se como alucinação
 Quando ideativo ou de caráter mais interpretativo
como delírio.
A PERSONALIDADE E SUAS
ALTERAÇÕES
 Conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no
total das características individuais, em sua relação com
o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos,
psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando
tendências inatas e experiências adquiridas no curso de
sua existência.

 Sujeito a determinadas modificações


 Dinâmica

 Constante desenvolvimento
PERSONA
 Origem etimológica: Provém do termo Persona
 Máscara que cobria o rosto de atores em Roma

 O ator faz sua versão da história através de diversas


máscaras.
ASPECTOS RELACIONADOS A
PERSONALIDADE E SUA EXPRESSÃO
 Constituição corporal
Aspecto, aparência, voz, movimentos, etc. Tudo isto tem
significativa influência sobra as experiências psicológicas e
relação com os outros.
 Temperamento

Conjunto de particularidades psicofisiológicas inatas, que


diferenciam um indivíduo de outro. Também muito influenciado
pela subjetividade do sujeito e pelo contexto social.
 Caráter

Soma de traços de personalidade, expressos no modo básico de


o indivíduo reagir perante a vida, seu estilo pessoal, suas formas
de interação social, gostos, aptidões, etc. É a resultante, ao longo
da história pessoal.
TEMPERAMENTO ≠ CARÁTER
 Temperamento: algo básico e constitutivo do indivíduo
 Caráter: tipo de ração predominante da pessoa ante a
diversas situações e estímulos.

 Casos que o caráter se desenvolve no sentido oposto ao


do temperamento. Ex: Um caráter agressivo que encobre
um temperamento medroso e angustiado.
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE
 Há uma marcante desarmonia que se reflete tanto no
plano intrapsíquico como no das relações interpessoais;

 Embora de modo geral produzam consequências penosas


para o indivíduo, familiares e pessoas próximas, não são
facilmente modificáveis por meio da experiência da vida
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE
DOENÇAS (CID-10 )
 Transtornos da personalidade são definidos pelas
seguintes características:
 Surge na infância ou adolescência

 Comportamentos e reações desarmônicos

 Longa duração

 O padrão anormal é generalizado

 Má adaptação

 Não se relaciona à lesão cerebral

 Grau de sofrimento

 Pode desenvolver mau desempenho ocupacional e social


CLASSIFICADOS EM TRÊS SUBGRUPOS:
 Grupo A - Desconfiança
Paranóide (distorce experiências, sensação de estar sendo
injustiçado, suspeitas recorrentes, explicações
“conspiratórias”)
Esquizóide (afeto embotado, indiferença, desmotivação,
solidão, introspecção, insensibilidade)
Esquizotípica (egocentrismo, ilusões corporais,
pensamento desconexo, aparência excêntrica, ansiedade
excessiva)
 Grupo B - Instabilidade e/ou manipulação
personalidade anti-social – sociopatia- (insensibilidade,
desrespeito as normas, incapacidade de manter relacionamentos,
baixa tolerância a frustração, violência, sem culpa, crueldade,
sadismo)

Boderline (instabilidade emocional, vazio existencial,


relacionamentos intensos, se esforça para não ser abandonado,
instabilidade à auto imagem, autolesão)

Impulsivo (instabilidade, raiva intensa e explosões)

Narcisista (sendo de ser grandioso, fantasias de poder, sente-se


único, especial, requer admiração excessiva, “explorador”, sem
empatia, invejoso, arrogante)
 Grupo C – ansiedade e/ou controle

Obsessivo (preocupação excessiva com detalhes e ordem,


perfeccionismo, cautela demasiada, insistência, rigidez, etc)

Ansioso (tensão, inferioridade, medo de ser criticado,


restrições por medo, evita atividades sociais)

Dependente (indeciso, sentimento de desamparo, medo de


estar só, insegurança, etc)
A INTELIGÊNCIA
 Conjunto de habilidades cognitivas do indivíduo, a
resultante, o vetor final dos diferentes processos
intelectivos.

 Capacidade de identificar e resolver problemas novos


 Reconhecer adequadamente situações

 Encontrar soluções satisfatórias


HABILIDADES INCLUSAS
 Raciocínio
 Planejamento

 Resolução de problemas

 Pensamento abstrato

 Compreensão de ideias complexas

 Aprendizagem rápida

 Aprendizagem por experiência


INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS (1960)
 Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte americano Howard
Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências
múltiplas, divulgada no início da década de 1980.
 Ele concluiu, a princípio, que há sete tipos de inteligência:
1. Lógico-matemática é a capacidade de realizar operações numéricas e de fazer
deduções.
2. Lingüística é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir
objetivos.
3. Espacial é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam
apreensões visuais.
4. Físico-cinestésica é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou
fabricar produtos.
5. Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e
consequentemente de se relacionar bem em sociedade.
6. Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para
alcançar certos fins.
7. Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.

 Mais tarde, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural (reconhecer e classificar


espécies da natureza) e existencial (refletir sobre questões fundamentais da vida humana)
e sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só.

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