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INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA

Somos impactados pela cultura;


No passado as pessoas extravasam seus sentimentos
sem travas culturais (exemplo da criança, movidas pelo
princípio do prazer, é só através dos adultos que as
crianças aprendem a controlar seus instintos);
A vida social proporciona benefícios;
Viver a sociedade tem o seu preço, que é basicamente,
renunciar seus desejos “antissociais”;
O sujeito deve estar submetido a vários sistemas de
“repressão”;
A trajetória de consolidação
da Psicologia como ciência
inclui, ainda, a influência da
BIOLOGIA EVOLUCIONISTA
de Darwin (1809-1882)
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE

SIGMUND UNIVERSIDADE ESTUDOS


DE VIENA
FREUD DOUTOR EM
SOBRE
(1856-1939) MEDICINA - 1881 NEUROLOGIA
“Uma lição clínica em La Salpêtrière”
André Brouillet (1887)
DEPRESSÃO,
PARALISIA, PERDA
DE MEMÓRIA,
PERÍODO DE SINTOMAS
DETERIORAÇÃO
TRATAMENTO: HISTÉRICOS
MENTAL, NÁUSEAS,
1880-1882
DISTÚRBIOS VISUAIS
E ORAIS.
INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE

 Teoria, método de investigação.


 Conjunto de conhecimentos sistematizados
sobre o funcionamento da vida psíquica.
MÉTODO

 Investigativo e Interpretativo:
 Caracteriza-se pela interpretação que busca
significado oculto naquilo que é manifesto por
meios de ações e palavras, produções
imaginárias, sonhos, delírios, associações livres,
atos falhos.
TRATAMENTO

 Análise: A busca da cura através do auto-conhecimento


 Experiência de trabalho com Breuer e seu método de cura
pela fala, o qual denominava catarse.
 O passado influencia no presente, mesmo quando está
esquecido:
 Freud concluiu, a partir dessa experiência, que conteúdos
vividos no passado e que se encontram aparentemente
esquecidos são importantes na determinação de
comportamentos atuais, presentes.
 Desenvolve o método da associação livre.
A DESCOBERTA DO INCONSCIENTE

 Freud denominou resistência e chamou de


repressão o processo psíquico que visa encobrir,
fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou
representação insuportável e dolorosa que
está na origem do sintoma.
 Estes conteúdos psíquicos, localizam-se no
inconsciente.
A PRIMEIRA TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO

 Em 1900, no livro “Interpretação dos sonhos”,


Freud apresenta a primeira concepção sobre a
estrutura do aparelho psíquico e o funcionamento da
personalidade.

 Distinguiu três sistemas:

Inconsciente;
Pré consciente;
Consciente;
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Estão os elementos
instintivos, que
nunca foram
conscientes e que
não são acessíveis à
consciência.
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

E também, material que


foi excluído da
consciência, censurado
e reprimido.
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Uma parte do inconsciente


que pode tornar-se
consciente com facilidade.
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Pequena parte do
aparelho psíquico, inclui
tudo do que estamos
cientes em um dado
momento.
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

CONSCIENTE

PRÉ- CONSCIENTE

INCONSCIENTE
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

DETERMINISMO PSÍQUICO
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

 1920-1923: Freud remodela a teoria,


e introduz os conceitos de ID, EGO e
SUPEREGO, para referir-se aos três
sistemas da personalidade.
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Constitui o reservatório da
energia psíquica, é onde se
“localizam” as PULSÕES: de
vida e de morte. É regido pelo
princípio de prazer.
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Estabelece equilíbrio entre as


exigências do ID, as
exigências da realidade e as
“ordens” do SUPEREGO.
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

É regido pelo princípio de realidade. É


um regulador, na medida em que
altera o princípio do prazer para
buscar a satisfação considerando as
condições objetivas da realidade.
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Funções básicas: percepção,


memória, sentimentos, pensamento.
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

É o depósito dos códigos morais,


modelos de conduta. Constituem as
inibições da personalidade e geram
os “sentimentos de culpa”.
SEGUNDA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO
APARELHO PSÍQUICO

Funções: consciência, auto-


observação e formação de
ideais.
MECANISMOS DE DEFESA DO EGO

 O principal problema do
aparelho psíquico é encontrar
maneiras de enfrentar a
ansiedade.
 Esta é provocada por um
aumento da tensão ou
desprazer.
 O Ego exclui da consciência
os conteúdos indesejáveis,
protegendo o aparelho
psíquico.
MECANISMOS DE DEFESA
 O Ego protege a personalidade contra a ameaça
ruim. Para isso, utiliza-se dos chamados
mecanismos de defesa.
 Todos estes mecanismos podem ser encontrados
em indivíduos saudáveis, e sua presença excessiva
é, via de regra, indicação de possíveis sintomas
neuróticos ou, em alguns casos extremos,
sintomas psicóticos.
 Portanto, mecanismos de defesa são ações
psicológicas que têm por finalidade, reduzir qualquer
manifestação que pode colocar em perigo a
integridade do Ego.
RACIONALIZAÇÃO

 É o processo de achar motivos lógicos e racionais


aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis.
 É o processo através do qual uma pessoa apresenta uma
explicação que é logicamente consistente ou eticamente
aceitável para uma atitude, ação, ideia ou sentimento que
causa angústia.
 Usa-se a Racionalização para justificar comportamentos
quando, na realidade, as razões para esses atos não são
recomendáveis.
Exemplo: Um aluno que, não consegue
responder a uma questão, diz “isso não é
interessante de saber mesmo” ou “não
respondi porque não tive tempo de estudar,
pois lá em casa fazem muito barulho.
REPRESSÃO

 Sua essência consiste em afastar uma determinada coisa seja


ela um evento, ideia ou percepção do consciente, mantendo-a à
distância, no inconsciente, por ser algo potencialmente
provocador de ansiedade.
 Porém, o material reprimido continua fazendo parte da
psique, apesar de inconsciente e continua causando problemas
(sintomas).
 Segundo Freud, os sintomas histéricos com frequência têm
sua origem em alguma antiga repressão. Algumas doenças
psicossomáticas, tais como asma, artrite, impotência, frigidez.
úlcera, etc, também poderiam estar relacionadas com esse
mecanismo de defesa.
PROJEÇÃO

 O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades,


sentimentos ou intenções que a pessoa recusa em reconhecer em si próprio, como
sendo seu e portanto, atribui (projeta) ao outro.
 É um mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de um
indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo.
 Além que afirma textualmente que “todos nós somos algo desonestos” esta, na
realidade, tentando projetar nos demais suas próprias características. Ou então, dizer
que “todos os homens e mulheres querem apenas sexo”, pode refletir sua própria
projeção.

OBS.: Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que


tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios
sentimentos. As pessoas que negam ter um determinado traço específico de
personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o vêem nos
outros.
Exemplo: O marido infiel, que mostra suspeita da
fidelidade de sua esposa.
RECALQUE

No recalque, o indivíduo não vê, não ouve. É como ler


uma página, sem haver uma linha ou palavra. O mais
radical dos mecanismos de defesa.
DESLOCAMENTO

 É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa


substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra
diferente e socialmente mais aceita.
 Durante uma discussão, por exemplo, a pessoa tem
um forte impulso em socar o outro, entretanto, acaba
deslocando tal impulso para um copo, o qual atira ao
chão.
NEGAÇÃO

 É a tentativa de não aceitar na consciência


algum fato que perturba o Ego.
 Os adultos têm a tendência de fantasiar que
certos acontecimentos não são, de fato, do jeito
que são, ou que na verdade nunca
aconteceram.
 Exemplo de Negação: Uma viúva coloca a mesa o
lugar de seu marido, e se põe a conversar com ele.
CONVERSÃO

 Numa linguagem simples seria a transformação


de uma coisa em outra.
 No caso de psique X corpo,
significa a manifestação orgânica de um sintoma
neurótico.

Exemplo: Dores de cabeça, passa-se o problema da mente


para o corpo (Somatização).
FORMAÇÃO REATIVA

 Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos


que são diametralmente opostos ao desejo real.
 Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente
do verdadeiro desejo.
 Exemplo: alguns pais são incapazes de admitir um certo
ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo
exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem
preocupados com seu bem-estar e segurança
(superproteção), que nesse caso é uma forma de punição.
 O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode
manifestar sua Formação Reativa tratando-a com
formalidade exagerada.
SUBLIMAÇÃO

 Na impossibilidade de realização de um
desejo, encontra um substituto aceitável por
meio do qual pode se contentar.
 É uma forma de deslocamento bem sucedido.
 A frustração de um relacionamento afetivo e
sexual mal resolvido, por exemplo, é sublimado
na paixão pela leitura ou pela arte.
 O chupar o dedo ou a chupeta para o bebê o
faz se sentir como se estivesse mamando no
seio da mãe.
BEHAVIORISMO
Lei de Efeito
Edward Lee Thorndike

 Lei de Efeito: O princípio de Thorndike sugere que as respostas imediatamente


seguidas de satisfação serão mais prováveis de ocorrer no futuro. A lei do efeito
também sugere que os comportamentos seguidos por insatisfação ou desconforto se
tornarão menos prováveis de ocorrer.
Um nome de grande importância para a forma de pensar em psicologia, denominada associacionismo,
bem como para a psicologia educacional, é o do psicólogo americano Edward Lee Thorndike. A partir
dos seus estudos com animais, Thorndike postulou a Lei do Efeito, um princípio de aprendizagem
que seria aplicável tanto ao comportamento animal quanto ao comportamento humano. A Lei do
Efeito afirma que aquelas ações que têm resultados agradáveis para o animal (incluindo o
homem) tendem a se repetir, enquanto que as que têm resultados desagradáveis, tendem a
desaparecer.
Não é difícil reconhecer nesses princípios as semelhanças com o chamado Condicionamento Operante,
proposto por B. F. Skinner alguns anos mais tarde. Thonrdike lança, portanto, as bases de uma das mais
influentes correntes psicológicas: o behaviorismo. Um de seus experimentos mais conhecidos foi,
certamente, a caixa problema. Neste engenhoso dispositivo, Thorndike colocou um gato preso em uma
gaiola, a partir da qual o animal só poderia sair mediante algumas ações tais como puxar cordas e abrir
ferrolhos.
Para garantir a "motivação" do animal, era colocada uma porção de alimento do lado de fora da gaiola,
de maneira que o gato não pudesse alcançá-lo do lado de dentro do dispositivo. À medida que o gato era
reintroduzido na caixa, o número de tentativas até obter êxito diminuía.
Thorndike também deu grandes contribuições à psicologia educacional, sendo considerado um dos
precursores desse campo do conhecimento, já que em 1903, ainda na "infância" da psicologia científica,
publicou um livro intitulado Educational Psychology.
Comportamento Respondente
Ivan Petrovich Pavlov
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)

Ѱ Foi um fisiólogo russo que estudou o


aparelho digestivo utilizando cães em
experimentos.

Ѱ Descobriu acidentalmente o
CONDICIONAMENTO RESPONDENTE.

Ѱ Serviu de base para a forma de behaviorismo


de WATSON e SKINNER.

Ѱ Propôs o PARADIGMA RESPONDENTE.


Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)

1. REFLEXO INATO: Comportamento biologicamente


pertencente a um organismo. Acompanha o indivíduo desde
seu nascimento, mas não necessariamente até sua morte.

Exemplos: Contração da pupila ao entrar em contato com a luz


solar; “Chute no ar” ao receber uma martelada no joelho; taquicardia
ao levar um susto.

1.1. REFLEXO APRENDIDO: Comportamento adquirido


durante a vida de um organismo.

Exemplos: Ficar com o rosto “ruborizado” ao dizer uma bobagem em


uma reunião; Sentir medo de altura ao se colocar em um lugar alto;
ficar com saudades da namorada ao sentir o cheiro de seu perfume.
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)

2. ESTÍMULOS E RESPOSTAS: Os reflexos são a relação entre


estímulos e respostas.
Estímulos: Toda modificação no ambiente que produza uma modificação
em um organismo
Respostas: Toda modificação no organismo proveniente de uma
modificação no ambiente.
Exemplos:

Reflexo Estímulo: Martelada no joelho (modificação no


patelar ambiente)
+
Resposta: Chute no ar (modificação no
organismo)
Estímulo: Seio da mãe toca o lábio do bebê (modificação
Reflexo
no ambiente)
de +
mamar Resposta: Boca faz movimentos de sucção (modificação
no organismo)
3. DESCOBERTA ACIDENTAL : Pavlov estudava os REFLEXOS
SALIVARES dos cães, oferecendo alimento (carne) e medindo a
quantidade de saliva que produziam ao comer o alimento.

O cão comia a carne


(Estímulo)

A saliva produzida ao
comer era coletada por
este tubo
cirurgicamente inserido
em sua boca.
(Resposta)
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)

Para a surpresa de Pavlov,


os cães começaram a
salivar antes de o alimento
entrar em sua boca

Outros estímulos, que não eram a


comida fizeram os cães salivar:

O barulho de seus passos;


O horário em que a comida era
apresentada;
A simples visão da comida;
A visão do recipiente onde era
servida a comida;
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)
3. DESCOBERTA ACIDENTAL: Pavlov ficou interessado em estudar com
mais cuidado o fato de que estímulos que não eram a comida estavam
eliciando resposta de salivação em seus cães. Fez um experimento:
Sem salivação
1° Barulho
passo sino

Apresentou o
Barulho alimento
2° ...
sino .
passo

Com salivação

3° Barulho ...
.
passo sino
CONSIDERADO O PRECURSOR DO BEHAVIORISMO:
Ivan P. Pavlov (1849 ­1936)

O comportamento respondente

 Pavlov e os seus colaboradores verificaram que os cães


salivavam ao cheiro ou à vista da comida;

 Cada vez que a comida era apresentada, ao mesmo tempo


soava uma campainha. O animal foi condicionado a salivar
como reação ao som da campainha. Surge assim o reforço,
não só como elemento imprescindível na aprendizagem,
como também na sua manutenção ao longo do tempo.
RESUMINDO

O condicionamento clássico (respondente)


consiste na transferência de uma resposta
associada a um estímulo para outro, que
inicialmente não a provocava;

 O ORGANISMO É PASSIVO NA PRODUÇÃO


DA RESPOSTA;
INÍCIO DO BEHAVIORISMO

Surgiu no início do século XX, como uma corrente


da Psicologia cujo único objeto de estudo é o
comportamento observável nos homens ou nos
animais;

O comportamento é toda a ação observável e pode


ser medido;

O homem é visto como um organismo que


responde a estímulos provenientes do meio
exterior de uma forma mais ou menos
“automática”;
A aprendizagem é considerada como uma forma
de condicionamento, resultado de associações
entre E - R (específicos), e que podem ser
reforçadas ou inibidas;

Baseia-se no comportamento exterior do sujeito e


na análise minuciosa da tarefa que ele terá que
aprender;
PRESSUPOSTOS DA TEORIA
BEHAVIORISTA
Os princípios de aprendizagem behaviorista, foram desenvolvidos tendo em vista quatro regras
básicas da construção do conhecimento:
 EMPIRISMO - tem por base fatos realmente observados, para sustentar as explicações da
natureza. A fonte de todo conhecimento é a experiência sensorial. A base do empirismo é a
observação.
 DETERMINISMO - estabelece que qualquer evento é resultado de um grupo de determinadas
condições e variáveis.
 PARCIMÔNIA - diante de duas explicações igualmente sustentadas em dados e
plausíveis para um mesmo fato, deve-se dar preferência a mais simples delas.
 MANIPULAÇÃO CIENTÍFICA - as conclusões devem ser decorrentes de experimentos
em que a aplicação sistemática e frequente de certos procedimentos demonstre a validade
 Os behavioristas defendiam que quase todos os comportamentos característicos do ser humano
eram aprendidos. Desta forma, como veremos, a aprendizagem torna-se a área de maior
interesse para os behavioristas.
 Os behavioristas atribuem um imenso poder ao ambiente no desenvolvimento humano,
considerando o homem como um ser que desenvolve suas características em função das
condições presentes no meio em que está inserido. Partem do princípio de que manipulando os
elementos presentes no ambiente (estímulos) pode-se controlar o comportamento. O homem é,
portanto, produto do meio.
 Para os comportamentalistas, a ciência consiste numa tentativa de descobrir a ordem na
natureza e nos eventos. Os seguidores desta teoria procuram demonstrar que certos
acontecimentos estão relacionados.
JOHN BROADUS WATSON (1878 ­1958)

Considerado o pai do
Comportamentalismo,
publicou “Psicologia: como
os behavioristas a veem",
inaugura, em 1913, o termo
que passa a denominar o
Behaviorismo.
Behaviorismo Metodológico
 Watson concentra-se na busca de uma psicologia livre de conceitos
mentalistas e de métodos subjetivos e que possa reunir condições de
prever e de controlar. A ciência, constituída de métodos próprios ao
estudo do mundo objetivo, caberia lidar apenas com o mundo que
está “fora” do sujeito, o mundo que é compartilhado, acessível a
outras pessoas e com o qual, por conseguinte, todos poderiam,
potencialmente, concordar;
 A formulação do behaviorismo de Watson é representada pela relação
S-R, onde S é o estímulo do ambiente e R a resposta do organismo;
 Ao postular o comportamento como objeto de estudos da Psicologia,
Watson estabelece um objeto de estudo "observável e mensurável”,
cujos experimentos poderiam reproduzir diferentes condições e
sujeitos;
“As concepções de Watson, guiadas pela
psicologia objetiva de Comte, representam
uma grande oposição à introspecção,
movimento que vigorava na época, assim
como rejeitavam também a analogia como
método. As proposições de Watson, portanto,
trouxeram respostas essenciais aos objetivos
que os psicólogos buscavam na época e
contribuíram para o rompimento definitivo da
psicologia com a sua tradição filosófica”.
TRAJETÓRIA DO BEHAVIORISMO
COM WATSON
Em 1919 iniciou o estudo do condicionamento do bebê.

“O bebê não é mais do que um pedaço de barro que pode ser moldado e trabalhado pelas mãos de um mestre
artesão”.
Um bebê pode ser moldado, através do uso das técnicas de condicionamento.
Começou a escrever a sua obra (1913) na mesma altura em que o trabalho de Pavlov começava a ser
conhecido nos EUA. Pensou que se um cão podia ser condicionado, também um bebê podia ser.
Testou esta teoria condicionando um bebê de nove meses, a ter medo de toda a variedade de objetos:
estímulos.
Conseguiu este condicionamento apresentando ao bebê um certo estímulo condicionado (EC) – um rato
branco – e depois, batia com um martelo (estímulo incondicionado – EI) numa tábua, perto da cabeça do
bebê.
EC – rato branco – inicialmente neutro e em termos de propriedades indutoras de medo;
EI – o som forte – produzia uma resposta de medo por parte do bebê.
Associação EC + EI fez com que o bebê reagisse, de forma idêntica à que reagia com um som forte.
“Aprendeu” a associar o rato ao som forte = “aprendeu” a ter medo do rato.
Mais tarde o bebê apresentava medo de qualquer estímulo que lhe fizesse lembrar um rato à generalização de
estímulos.
O estudo do bebê o fez acreditar que o comportamento humano podia ser controlado.
Acreditava que não só os antecedentes genéticos, mas também a estimulação do meio, sob a forma de
condicionamento, podia produzir qualquer comportamento.
Watson, considerado pai do behaviorismo, foi o
primeiro a utilizar o termo behaviorismo, defendendo
que o objeto da psicologia era o comportamento,
definido como: um OBJETO OBSERVÁVEL,
MENSURÁVEL, que podia ser REPRODUZIDO em
diferentes condições e em diferentes sujeitos;

A partir desta perspectiva watsoniana, o homem


começa a ser estudado como produto do processo de
aprendizagem pelo qual passa desde a infância, ou
seja, como produto de associações estabelecidas
durante a vida, entre estímulos (do meio) e
respostas (manifestações comportamentais);
WATSON

“Não existe uma coisa chamada


consciência, toda aprendizagem
depende do meio externo, toda
atividade humana é condicionada
e condicionável”...
Teóricos da aprendizagem comportamentalista seguidores de
Watson:

Thorndike;
Guthrie; Defensores da importância do meio sobre a
Hull; aprendizagem.
Skinner;
Foram poucos os teóricos da aprendizagem que estudaram
crianças na sala de aula ou que de fato estudaram crianças:

 THORNDIKE estudou gatos;


 GUTHRIE estudou gatos;
 HULL estudou ratos;
 SKINNER estudou ratos e pombos.

 Mas os princípios da aprendizagem derivados destas estudos foram


generalizados aos seres humanos.
“A personalidade é uma coleção de padrões de
comportamento”...
“A melhor forma de resolver as diferenças não é
engajar-se em discussão e sim olhar para os
dados”...
“Preferimos imaginar que os animais são como nós,
ao invés do contrário”...
“Somos mais parecidos com animais do que
queremos observar ou admitir”...
BEHAVIORISMO
RADICAL;

BURRHUS FREDERIC
SKINNER (1904 – 1990)
BEHAVIORISMO
BURRHUS FREDERIC SKINNER (1904 – 1990)

O COMPORTAMENTO OPERANTE

É considerado por muitos o mais expressivo psicólogo


americano;

Graduou-se em inglês e desejava tornar-se escritor, mas


após dois anos de formado, frustrado com sua
incapacidade literária, declarou que “não tinha nada
importante a dizer”;
Os behavioristas radicais assumem, dessa forma, que
as causas do comportamento encontram-se na
hereditariedade e no ambiente passado e presente.
Dessa perspectiva, os behavioristas radicais admitem
todos os eventos naturais - passíveis de serem
acessados;

À luz do que precede, o behaviorismo radical de


Skinner está na formulação do "comportamento
operante" que pode ser representado pela relação: R à
S;
 “No caso do comportamento operante a aprendizagem
deixa de ser um mero condicionamento de hábitos e passa
a considerar a interação sujeito-ambiente. Difere-se da
relação R-S do comportamento respondente ou reflexo
(Watson) na medida em que o estímulo reforçador que é
chamado de REFORÇO assume a responsabilidade pela
ação, apesar de ela ocorrer após a manifestação do
comportamento. Neste caso, o que vai propiciar a
aprendizagem dos comportamentos é a relação
fundamental”;

A aprendizagem está na relação entre uma ação e o


seu efeito, significando entender com isso que as
consequências das respostas às ações que praticamos são
as variáveis de controle mais relevantes na determinação de
nossos comportamentos;
Comportamento Respondente
Envolve uma resposta produzida ou originada a
partir de um estímulo específico. Um
comportamento reflexo. Esse comportamento
não é adquirido, ocorrendo automática e
involuntariamente;
Em um nível mais alto está esse tipo de
comportamento que é adquirido, o aprendizado
chamado de condicionamento, é baseado na
substituição de um estímulo por outro. Reforço;
 Animais podem ser
condicionados ao serem
reforçados, ao exibir um
determinado
comportamento;

 O comportamento
respondente depende do
reforçamento e está
relacionado com o estímulo
físico, toda resposta é
originada de um estímulo
específico. Para Skinner
esse era menos importante.
Condicionamento Operante

 Atua sobre o ambiente e, como resultado, modifica-o;

 Ele é emitido e não originado por um estímulo, sendo que é emitido


espontânea e voluntariamente;

 “O condicionamento operante molda o comportamento como um


escultor molda um pedaço de argila.” Skinner(1953, p.91);

 Skinner acreditava que a maior parte do comportamento humano e


animal é adquirido por meio do condicionamento operante. Os bebês ao
nascerem apresentam comportamento aleatórios, aqueles que são
reforçados pelos pais permanecem, os demais extinguem-se;
Personalidade

Para Skinner a personalidade era um padrão de


comportamentos que foram reforçados, ou um
conjunto de comportamentos operantes;

Podendo ser modelada, através do


condicionamento, e extinta as coisas desagradáveis
através do reforço negativo ou da punição;

Por não estar lidando diretamente com a Personalidade,


Skinner não tinha interesse em avaliá-la, no entanto
avaliou o comportamento;
BEHAVIORISMO
TEORIA DO CONDICIONAMENTO OPERANTE

 O mundo é algo já construído, a realidade é um fenômeno objetivo


e o meio pode ser manipulado. Pode-se mudar o comportamento
alterando-se os elementos (estímulos) ambientais.

 O papel do indivíduo nesta sociedade é um ser passivo e


respondente ao que dele é esperado. É uma peça numa máquina
planejada e controlada, realizando a função que ele realize de
maneira eficiente.

 A base de todo conhecimento na teoria behaviorista é a experiência


planejada.
 A preocupação de Skinner em seus estudos sempre foi
com o controle dos comportamentos observáveis, os
chamados “estados internos” não são considerados
relevantes em uma análise funcional.
 Toda teoria de Skinner tem por objetivo uma modificação
social, uma sociedade ideal regida pelas leis da
engenharia comportamental.
 Na obra Walden II (1948) o autor deixa bem claro o que
ele pretende como sociedade: o homem pode obter uma
vida melhor se as tradições sociais forem substituídas por
um planejamento amplo que busque o bem-estar de
todos, e que utilize, para isso, a teoria do reforço.
 A principal contribuição de Skinner, profundamente
difundida e aplicada na educação
 COMPORTAMENTO OPERANTE - são todas as coisas que
fazemos e que têm um efeito sobre o ambiente ou operam sobre ele.
Não são automáticos e não se relacionam com estímulos
conhecidos. Ex.: caminhar, andar de bicicleta, ler, estudar, etc;

 No modelo operante a resposta é a condição do reforço: o


organismo deve atuar sobre o ambiente;

 A partir de suas experiências com ratos albinos na chamada “caixa


de Skinner”, o psicólogo conseguiu condicionar o comportamento
dos ratos. A partir disto, estabeleceu as bases de sua teoria,
acreditando que os princípios do condicionamento operante poderia
ser aplicado em qualquer pessoa;
 De acordo com o condicionamento operante, manipulando os
elementos presentes no ambiente (os estímulos) pode-se controlar o
comportamento:

 Fazer com que aumente ou diminua a freqüência com que ele


aparece;
 Extingui-lo;
 Fazer com que apareça em situações adequadas;

No condicionamento operante o comportamento é controlado por suas conseqüências, pelos


estímulos que se segue às respostas.
REFORÇO

Fator que torna provável o aumento de uma frequência


de uma resposta. Pode ser positivo ou negativo;

POSITIVO NEGATIVO

Qualquer estímulo que, quando Qualquer estímulo que, quando


acrescentado à situação, retirado da situação, aumenta a
aumenta a probabilidade de probabilidade de ocorrência da
ocorrência da resposta. resposta.
TIPOS DE REFORÇO
Contínuo Intermitente

 É CONTÍNUO quando reforçamos um comportamento toda vez que


ele ocorre. Este tipo de reforço provoca, geralmente, comportamentos
pouco resistentes a extinção.

 É INTERMITENTE quando um comportamento é reforçado de forma


descontínua. Este tipo de reforço provoca um comportamento mais
estável e resistente à extinção.
EXTINÇÃO é a negação do reforço com o
propósito de eliminar ou enfraquecer um
comportamento. Para que isto aconteça, é
necessário retirar do ambiente as consequências
que mantém o comportamento.
ORIGENS DA
PSICOLOGIA
JURÍDICA
ORIGENS DA PSICOLOGIA JURÍDICA
 Perícia;
 Paul Zacchias (1650): Primeiro médico na “função de perito”;
 Phillippe Pinel (1745-1826): Loucura como doença mental (subtrai a
liberdade das pessoas a partir do discurso médico, do cuidado, o
discurso do que é verdadeiramente saúde mental);
 Jean-Étienne Esquirol (1772-1840): Degeração racial;
 Francis Galton (1822-1909): Frenologia (tamanho do crânio);
 Cesare Lombroso (1835-1909): Tese do criminoso nato;
 Alphonse Bertillon (1853-1914): características físicas que eram únicas.
Foi um criminologista francês, que em 1870 fundou o primeiro
laboratório de identificação criminal baseada nas medidas do corpo
humano, criando a antropometria judicial, conhecida como “sistema
Bertillon”, um sistema de identificação adotado rapidamente em toda a
Europa e nos Estados Unidos, utilizado até 1970;
 Michell Foucault (1926-1984): A razão precisa estabelecer o seu outro,
a desrazão.
O hospital e o internamento são, por um lado, a expressão
mesma da percepção clássica; de outro são o princípio
organizador dessa percepção. Organiza na medida em
que reúne em seu espaço de reclusão os personagens
que constituem esse objeto da percepção clássica que
é a desrazão: o pobre e o ocioso, o devasso e o
libertino, o blasfemo, e também o louco. São todos
múltiplos personagens – distintos entre si – da desrazão, e
por isso são imorais. Como tais, isto é, como figuras da
desrazão, da falta moral por excelência, eles devem ser
terminantemente enclausurados. Desse modo, o
internamento se configura como reclusão e punição, ou
melhor, tem como função e significado esse caráter.
Na idade clássica para Foucault (1961), ocorre uma mudança
na visão crítica da loucura, adversa à razão, operando uma
identificação do louco com outros tipos de desviantes sociais
(vagabundos, delinqüentes, prostitutas e marginais de toda
ordem). Esta visão, a serviço do saneamento das cidades,
passa a ser cada vez mais predominante, fazendo
praticamente dissipar a visão nefasta renascentista, e
registrando a loucura no curso da desordem a ser abafada ou
reprimida. Entrando na modernidade pós-revolucionária,
encontraremos o médico Philippe Pinel, e com ele o
nascimento do modelo asilar de tratamento do louco.
Segundo Jacobina (2003), o procedimento pineliano de
tratamento da loucura se apoiava em fortalecer a autoridade
moral do médico, retratado como um pedagogo firme, porém
justo, que reorientaria a razão perdida do paciente.
Phillippe Pinel (1745 – 1826)

O ato libertador de Phillippe Pinel, está ligado ao


reconhecimento da loucura como doença mental. Os loucos
foram, portanto, retirados do abismo indiferenciado de uma
massa de excluídos sociais e passaram a ser o objeto de
uma prática médica específica com as suas
classificações e os seus tratamentos. Segundo Foucault,
Pinel faz parte da tradição crítica, ou seja, daqueles que
não vêem na loucura uma potencialidade de qualquer tipo,
mas uma ausência de potencialidades, sendo portanto,
objeto de tratamento e cuidados.
REPRESENTAÇÕES DA LOUCURA NA
IDADE CLÁSSICA

Consciência crítica da loucura;


Consciência prática da loucura;
Consciência enunciativa da loucura;
Consciência analítica da loucura;
CRÍTICA

“Uma consciência crítica da loucura, que a reconhece e a designa sobre um fundo


de coisa razoável, refletida, moralmente sábia; consciência que se compromete
inteiramente em seu julgamento, antes mesmo da elaboração de seus conceitos;
consciência que não define, que denuncia”: trata-se da consciência
segura de que não é louca e, em sua segurança, compreende que justamente por
ser o que é, não se é louca
. Entretanto, justamente por estar num lado da oposição, o jogo de diferença entre
loucura e não-loucura se coloca como possibilidade sempre presente de reversão.
É possível tornar-se louco e, pior, é possível ser louco sem perceber, pois “não
existe para a loucura a certeza de estar louca”.

PRÁTICA

“Uma consciência prática da loucura: aqui o descompromisso não é nem


virtualidade nem virtuosidade da dialética. Ele se impõe enquanto realidade
concreta porque é dado na existência e nas normas de um grupo; mais ainda,
impõe-se como uma escolha, escolha inevitável, pois é necessário estar deste
lado ou do outro, no grupo ou fora do grupo”. Uma consciência normativa,
sociológica, baseada e influente na vida cotidiana, ao mesmo tempo, a escolha
que ela exige é falsa, pois somente aqueles que estão dentro do grupo podem
decidir não só quem está dentro, mas quem está fora por sua própria decisão. É
necessário relembrar que a loucura é entendida como recusa ética fundamental.
ENUNCIATIVA

“Uma consciência enunciativa da loucura, que possibilita dizer de pronto, sem


nenhuma recorrência ao saber: ‘Esse aí é um louco'”, ou seja, como se a loucura
fosse um sinal. Sua identificação é o ponto da consciência enunciativa, não
exatamente sua avaliação, sendo assim, a loucura não é nem benção nem
maldição para o olhar imediato da diferença entre a loucura e o resto do mundo.

ANALÍTICA

“Uma consciência analítica da loucura, consciência isolada de suas formas, de


seus fenômenos, de seus modos de aparecimento […] A loucura é, aí, apenas a
totalidade pelo menos virtual de seus fenômenos; não comporta mais nenhum
perigo, não implica mais nenhuma divisão; não pressupõe mesmo nenhum outro
recuo além do existente em qualquer outro objeto do conhecimento. É esta forma
de consciência que lança as bases de um saber objetivo da loucura”: esta
consciência retira a loucura do campo essencial de obscuridade a que ela sempre
esteve ligada e a coloca como elemento a ser conhecido. Evidentemente, tal
conhecimento só pode se dar por um sujeito razoável que consiga identificar a
loucura rapidamente e, claro, a perceba como não-ser. A tranquilidade da
consciência analítica pressupõe uma distância infinita entre o sujeito razoável e o
louco.
 Algumas das principais obras de Foucault dizem respeito às
sociedades disciplinares, ou seja, sociedades compostas por
instituições nas quais o poder se exerce mediante o confinamento
dos corpos no espaço.
 Do ponto de vista da filosofica política, Foucault desloca a reflexão
acerca do poder, tradicionalmente voltada para o Estado, para os
mecanismos dispostos em instituições como a prisão. O caso exemplar
de mecanismo descrito por Foucault é o panóptico. Trata-se, assim,
de descrever o modo de funcionamento dos aparatos de poder.
 Segundo essa concepção, o poder não é uma substância (algo que
alguém possui) nem é concentrado em um ponto. Está disseminado
pela vida cotidiana. Além disso, exerce-se diretamente sobre os corpos.
No entanto, do ponto de vista de Foucault, o poder não é repressivo, na
verdade, ele é inteiramente positivo na medida em que é através dele
que se dá a emergência de subjetividades (condutas, comportamentos,
modos de vida, etc.).
O homem moderno surge através de vários mecanismos. Ele não é uma essência, é um
projeto levado a cabo pela modernidade. Os processos de subjetivação são vários: a família
nuclear, a escola, o exército, o hospital e caso tudo falhe, as prisões. Há um caminho a
percorrer, uma trilha da qual não se deve desviar, um plano traçado.
Foucault se debruçou sobre o aparecimento e funcionamento destas instituições e, dentre
suas conclusões, percebeu que todas funcionavam através do modelo panóptico, figura
arquitetural idealizada por Jeremy Bentham:
Em 1793 Bentham concebeu seu projeto de Panopticon, que se tornaria a matriz arquitetônica
das prisões europeias” – Foucault, Sociedade Punitiva

Podemos começar com uma pergunta: como vigiar mais e melhor? Ora, na escuridão da
masmorra não podemos ver nada, o recluso se esconde. É necessário luz. Quanto mais luz,
melhor! O Iluminismo é também aquele que torna visível o estranho, o desprezível, o anormal,
o excluído.
“O princípio é conhecido: na periferia uma construção em anel; no centro, uma torre; esta é vazada de largas janelas que se
abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da
construção; elas têm duas janelas, uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá para o exterior,
permite que a luz atravesse a cela de lado a lado” – Foucault, Vigiar e Punir

A arquitetura é pensada para que a luz passe. Tudo deve ser iluminado, tudo deve poder ser
visto! Na sociedade da transparência, nada deve ficar de fora. O panóptico é como um
zoológico, aqueles que estão à disposição devem estar numa posição de poder ser
observados a qualquer momento.
Vista interna da penitenciária de Stateville, Illinois, EUA.
 Em seu livro 'Vigiar e punir', de 1975, Michel Foucault fez um estudo sobre as
técnicas de poder disciplinar e as relações entre saber e poder, analisando os
métodos de vigilância e punição utilizados não apenas nas prisões, mas também
nos hospitais, nas escolas e fábricas.

 Por meio de seus estudos, ele constatou que a prisão, enquanto modalidade
punitiva, não surgiu por uma "evolução" das teorias jurídicas ou por uma
preocupação de caráter meramente humanitário, mas foi um modelo de punição
resultante de uma série de "técnicas disciplinares" que começaram a aparecer
por volta do século XVIII, quando os métodos de punição do poder monárquico
estava muito custoso e pouco eficaz.

 A disciplina e o poder disciplinar compõem um conjunto de técnicas e


procedimentos de exercício de poder, cujo objetivo é produzir corpos
politicamente dóceis e economicamente rentáveis, promovendo uma maior
eficácia produtiva de seus movimentos e de sua distribuição espacial, por meio
de uma normalização, tendo em vista aumentar sua utilidade e docilidade.

 Para analisar os efeitos do poder, Foucault utilizou o método genealógico,


analisando os efeitos do poder institucional e os discursos científicos na
sociedade disciplinar moderna. Ele constatou que as relações de poder
constituem formas de saber, do mesmo modo que os saberes também implicam
em formas de poder. Assim, não há poder sem saber ou saber sem poder.
TAREFA:
Assistir ao documentário
produzido por FRANÇOIS
CAILLAT

https://www.youtube.com/watch?v=PSsJ-62CqKE

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