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Profa.

Bete Shineidr
PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA

 A Psicologia é herdeira de um
modelo de ciência “moderna”
inaugurada no Renascimento
(século XVII) com Galileu = o pai
da ciência “moderna”.

 Psicologia “científica” nasceu com


WILHELM WUNDT – Leipzig
(Alemanha), em 1879 , ao fundar o
Estruturalismo (1ª escola)
reconhecendo a psicologia como
ciência.
Ciência X Senso comum
Cotidiano = onde tudo flui = fatos do dia-a-dia / realidade

 Ciência = Atividade eminentemente reflexiva


Busca compreender, elucidar e alterar esse cotidiano
A partir de um estudo sistemático

 Fazer ciência = pensar com base na realidade cotidiana

 A ciência abstrai a realidade para compreende-la melhor


 Ou seja, afasta-se da realidade transformando-a em OBJETO de
investigação para construir o conhecimento científico sobre o
real.

 Senso Comum = conhecimento da realidade

 Ciência = conhecimento sobre fatos/aspectos da realidade


expresso de forma precisa e rigorosa
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
 a) Objeto de estudo:
A psicologia pode ser definida como o estudo científico
do comportamento e processos mentais.
 b) Diversidade de objetos

Conforme a definição de homem adotada, teremos uma


concepção de objeto que combine com ela. Como há
vários concepções de homem, diríamos
simplificadamente que a Psicologia é a ciência que
estuda os “diversos homens” concebidos pelo
conjunto social.
Assim a Psicologia se caracteriza por uma diversidade de
objetos de estudo e Ana Bock e col. (1999) chegam a
postular que no momento não existe uma psicologia,
mas ciências psicológicas embrionárias e em
desenvolvimento.
c) A subjetividade

A Psicologia colabora com o estudo da


subjetividade.

A subjetividade é a síntese singular e


individual que cada um de nós vai
constituindo conforme vamos nos
desenvolvendo e vivenciando as experiências
da vida social e cultural.

A subjetividade é a maneira de sentir, pensar,


fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um,
enfim o que constitui o nosso modo de ser.
A subjetividade se refere ao processo de apropriação
da realidade objetiva, sendo processo básico para a
constituição e compreensão do psiquismo.

A singularidade é o que distingue um homem de


outros, é o que o torna único, é produto da história das
condições sociais e materiais do homem, a forma como
ele se relaciona com a natureza e com outros homens.

A personalidade é um processo resultante da relação do indivíduo


com o mundo, tendo origem nas particularidades das funções
psicológicas superiores e do temperamento, e nas experiências
vividas pelo indivíduo na sociedade.

O homem só se individualiza, por meio da subjetividade, na relação com


outros homens.
A psicologia e o misticismo
 A ciência não esgotará o que há para se
conhecer, pois a realidade está em
permanente movimento e novas perguntas
surgem a cada dia.

 Alguns dos “desconhecimentos” da


Psicologia têm levado os psicólogos a
buscarem respostas em outros campos
do saber humano.

 Com isso, algumas práticas não


psicológicas têm sido associadas às
práticas psicológicas, como por
exemplo, o tarô, a astrologia, a
quiromancia, a numerologia, entre
outras práticas adivinhatórias/místicas.
 Estas não são práticas psicológicas!

 São outra formas de saber – de saber


sobre o humano – que não podem ser
confundidas com a Psicologia pois não
são construídas no campo da ciência, a
partir de método e princípios
científicos e estão em oposição aos
princípios da psicologia que vê o
homem não como um ser com destino
pronto, mas sim como um ser que
constrói seu futuro ao agir sobre o
mundo e receber as influências deste
mundo.
Ciência
 Diferenciando áreas do conhecimento

 Psiquiatria - A psiquiatria é uma especialização da


medicina voltada ao tratamento dos transtornos mentais
causados por um funcionamento inadequado do cérebro.

 De fato, existem evidências exaustivas de que existem


correlações entre diversos distúrbios de comportamento e
afetações dos mecanismos cerebrais.

 O psiquiatra é, portanto, um médico que estará estudando


as inter-relações entre as funções orgânicas e psíquicas e
buscará cessar os sintomas decorrentes das disfunções
através do uso de medicamentos adequados a este fim.
 Psicologia - A psicologia, como vimos, é o conjunto de
ciências que estuda a pessoa através de seu
comportamento ou dos processos mentais,
relacionando-os a fatores sócio-culturais e /ou
estruturais.
 Ela foca, principalmente, o funcionamento dos
indivíduos e grupos, visando sua melhor condição de
interação com o mundo.

 Podemos dizer que sua ética se dirige para a busca do


bem-estar ou da felicidade possível dos/entre os
homens, vinculada à vontade do eu ou ao controle dos
comportamentos.
 Psicanálise - fundada por Freud, é um método de
investigação do psiquismo humano que busca evidenciar o
significado inconsciente das palavras, ações e produções
imaginárias de um sujeito e seus conflitos.

 Ela dá um golpe no narcisismo da humanidade ao revelar que


o eu – investido pela psicologia - não é o Senhor em sua
própria casa, além de enunciar uma sexualidade em ruptura
com instintos e impulsos naturais.

 Através da escuta, o psicanalista pretende auxiliar o paciente


na busca de um maior conhecimento dos desejos que o
atravessam, de sua constituição como diferença e
singularidade, através de um instrumento terapêutico
essencial: a palavra.
 Forças em PSICOLOGIA:

 1ª Força Comportamental/ Behaviorismo =

A Primeira Grande Força da Psicologia, a Comportamental,


surgiu em 1913, através de John B. Watson.

Podemos situar esta corrente como o início de um período


moderno na psicologia ocidental.

Ele rejeitou tudo o que não pudesse ser mensurável, replicável


ou observável pelos cinco sentidos.

Segundo ele, somente o comportamento manisfesto era


possível de ser validado cientificamente.
 2ª Força Psicanálise =

Através de Sigmund Freud, surgiu a Segunda Grande Força da


Psicologia, a Psicanálise, no início do século XX, que estava
insatisfeito quanto aos procedimentos médicos tradicionais
no tratamento das desordens mentais.

Para ele a consciência era a parte visível de um iceberg, com a maioria


dos processos de pensamento ocorrendo abaixo da superfície não
visível, Freud utilizava esta analogia para explicar que o
comportamento manisfesto observável, era apenas um terço do
iceberg.

E que a parte submersa, os outros dois terços, por ele denominados


de inconsciente, correspondiam a instintos, pulsões, sentimentos
determinantes do comportamento e das motivações mais
profundas do ser humano, mostrando que, sob certas
circunstâncias, parte desses conteúdos vinham à tona de forma
patológica e eram decisivos para os nossos afetos, escolhas e
tendências psíquicas.
 Conceitos Psicanálise:

• Objeto de estudo: Inconsciente.Valorização da motivação


inconsciente para o comportamento e da primeira infância na
formação da personalidade.

 O aparelho psíquico sendo o local dos sentimentos e


repressões.

 Idéias e sentimentos seriam substituídas pelos sintomas.

 A utilização da hipnose, para a obtenção da historia de


origem dos sintomas.

 A liberação dos afetos levando a eliminação dos sintomas.


 1ª Tópica (1900)
 Freud propôs sua primeira teoria (tópica) sobre a estrutura
da mente:

 Nela a mente foi dividida em 3 sistemas:

 O Inconsciente (regido pelo princípio de prazer);

 O Pré-consciente regidos pelo princípio


 O Consciente da realidade

 As censuras que impediriam os conteúdos indesejados


do Inc. e do pré-consc. Chegassem à consciência.
Consciente:
È o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as
informações do mundo exterior e as do mundo interior.
Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção e, principalmente, a
percepção do mundo exterior.

Pré-consciente:
Refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos accessíveis à
consciência. É aquilo que não está na consciência, neste momento, mas
que no momento seguinte pode estar.

Inconsciente:
 Exprime o conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da
consciência.
 Constituído por conteúdos reprimidos, não tem acesso aos sistemas
pré-consciente e consciente pela ação de censuras internas.
 É regido por leis próprias de funcionamento.
2ª Tópica
 Freud propõe um aperfeiçoamento de sua 1ª teoria,
incluindo processos dinâmicos da mente:
 Id/ Ego /Superego
Mecanismos de defesa
 São processos psíquicos cuja finalidade é afastar um
evento gerador de angústia da percepção consciente.

 O ego (parte consc. e parte incs.) é mobilizado diante


de um sinal de perigo e desencadeia mecanismos
repressores que impedirão a vivência dos fatos
dolorosos, os quais o organismo não está preparado
para suportar.

 Os mecanismos não são percebidos nem o evento


doloroso.
Mecanismos de defesa do EGO

REPRESSÃO: reprime
recordações, REGRESSÃO: adoção
pensamentos, de comportamentos,
memórias, desejos. condutas de estágios
Ex: traumas anteriores.
Ex: adulto pedir
colinho à mãe.

NEGAÇÃO: recusa em
aceitar uma situação.
Ex: mãe que não
PROJEÇÃO: projeta
enxerga que seu filho
algo que é seu no
agride.
outro.
Ex: a amiga me inveja.
 3ª força

 A Corrente Humanista é considerada como a Terceira


Grande Força da Psicologia.

 Essa corrente surgiu nos Estados Unidos e na Europa na


década de 1950, como reação explícita ao behaviorismo e à
analogia entre o homem e a máquina.

 Abraham Maslow é indicado como sendo o fundador


desse movimento, embora tenha declarado que a psicologia
humanista não tem um líder isolado, mas representou um
esforço e trabalho de muitos homens com idéias oriundas
especialmente no pensamento fenomenológico e
existencial, com raízes na própria filosofia humanista.

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