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PSICOLOGIA APLICADA Á SAUDE

Departamento de Enfermagem

Doc. Amanda Nátally Viana dos Santos


 
PSICOLOGIA APLICADA
CARGA HORÁRIA: 30 Horas

 
 Competências
Interface Psicologia e Enfermagem;
Conhecer a psicologia da Saúde: perspectivas atuais e históricas;
Entender o ser humano como sujeito: comportamento, personalidade, mecanismos de ajustamentos;
Distinguir os processos psicológicos importantes para a relação enfermeiro -paciente;
Saber o papel da Psicologia e suas possibilidades de aplicação no esclarecimento e solução de problemas humanos.
 Habilidades

Promover na interface Enfermagem;


Psicologia a criação de espaços para discussão de temas atuais que influenciam direta ou indiretamente a atuação profissional do
enfermeiro;
Conhecer as principais abordagens da Psicologia da Saúde;
Compreender o significado do comportamento humano: personalidade, aprendizagem, mecanismos de ajustamento;
Identificar processos psicológicos envolvidos na relação enfermeiro-paciente; Discutir o papel do enfermeiro na equipe
multidisciplinar/interdisciplinar;
Reconhecer a função do enfermeiro no processo de humanização hospitalar
 Bases tecnológicas

Breve história da Psicologia;


Personalidade: subjetividade, limites e diferenças;
Perspectivas Históricas e Atuais da Psicologia da Saúde;
O adoecer e a Hospitalização;
A Família;
A Morte e o Morrer;
Simbologia da Unidade de Terapia Intensiva;
Relação Enfermeiro/Paciente;
Equipe Interdisciplinar;
Atendimento Domiciliar;
Humanização.
1. BREVE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: investigando a alma humana
 O termo psicologia aparece pela primeira vez como título de uma obra em
1950, pelo professor Rudolf Goclenius, da Universidade de Marburgo,
reconhecido por suas contribuições à tecnologia filosófica.

 A historia da Psicologia se confunde com a filosofia ate meados do século


XIX. Sócrates, Platão e Aristóteles, iniciaram a instigante investigação da
alma humana.

 Os filósofos pré-socráticos se preocupavam em definir a relação do homem


com o mundo através da percepção. Daí, pode-se afirmar que a psicologia
nasceu da filosofia, da discussão sobre alma
e vida humana.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: investigando a alma humana
 Aristoteles (390 A.C) criou o primeiro manual de psicologia, onde escreve
sobre a alma e tem como tese de que o todo vem antes das partes, e é
portanto, mais que a somatória das suas partes.

 XIX: Avanço - Desenvolvimento do capitalismo;


destaca-se o papel da ciência, e seu avanço torna-se necessário para as
soluções de problemáticas e crescimento da técnica industrial.
destaca-se a razão do homem; a sua noção de verdade e racionalidade.

Consequência: existe a necessidade de investigação do pensamento


humano: o cérebro - a psicologia passa a ser vista pela fisiologia e
neurofisiologia. – (começa a se tornar ciência).
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: investigando a alma humana
 1879: Wilhelm Wundt (1832-1920), um dos fundadores da psicologia
como ciência, determina o seu objeto de estudo, o método de pesquisa, os
temas e objetivos a serem estudados, criando o primeiro laboratório de
psicologia na Alemanha.
 Expansão da psicologia: criação de distintas escolas de pensamento, para
estudo da mente humana individualmente.
 Psicologia ruptura da filosofia e alvo da medicina.
Introspecção: método preparado de reflexão para
compreender o que ocorre com o seu intimo, suas
estruturas realizando uma determinada tarefa.

 Estruturalismo – Wilhelm Wundt. Primeira teoria a ser desenvolvida. A consciência


e a mente eram entes separados que tinham papéis diferentes nas experiências do
indivíduo. Objetivava descobrir os detalhes estruturais (SNC) da mente e os
elementos da consciência. Nisso, usavam a introspecção.

 Funcionalismo - William James. Menos concentrada em identificar a composição


da mente humana e mais concentrada nas adaptações (processos) da mente
humana em diferentes ambientes.
“a mente está constantemente mudando e é inútil procurar os blocos de construção
da experiência,o foco deve estar em como e por que um organismo faz alguma
coisa”.  = processo

 Associacionismo – Edward Thorndike. Defendia que todo o comportamento tende


a se repetir, se recompensamos (reforço) quando o comportamento é executado.
Principais teorias da psicologia

 Behaviorismo: John Watson e Skinner. Forte desenvolvimento nos EUA.


Objeto de estudo: o comportamento de forma direta. Defende que o
comportamento do individuo pode ser estudado por meio da observação
das ações, ou seja, o comportamento é observável. 
(Os comportamentos são resultados de experiência e condicionamentos.) 
Principais teorias da psicologia
 Psicanálise: Sigmund Freud.
Objeto de estudo: investiga os conflitos psíquicos resultantes de sonhos,
lembranças reprimidas e delírios. A mente é responsável por decisões
conscientes e inconscientes que ela toma com base nos impulsos
psíquicos. Ausência da experimentação, e uso da hipnose para chegar ao
Ics.
(O id, o ego e o superego (Pre-cs/ Cs/ Ics) são três aspectos da mente que
compõem a personalidade de uma pessoa).
Principais teorias da psicologia

Humanismo: Carl Rogers.


Objeto de estudo: o homem em sua totalidade.
- Apenas o homem deve ser estudado e não os animais. Os valores devem ser
desenvolvidos através de experiências individuais. Sendo o homem responsável por
todos os seus atos. Movimento mais recente.
- Homem é livre e responsável pelos seus atos.
Aparelho psíquico: Id, ego e superego
personalidade dos indivíduos.

 Id: parte mais instintiva, privilegia desejos, vontades, ímpetos,


sem conhecer freios morais e éticos. 
 Superego: impõem limites de regras e condutas, consideradas
adequadas frente à cultura e boa convivência.
 Ego: o “meio do caminho” entre essas duas faces. Mediador que escuta a natureza quase
animalesca do id, ponderando-as em conformidade às repreensões do superego.

 Em outras palavras, o ego seria o “eu” que ouve tanto as vozes imperativas — famintas pela
autossatisfação, doa a quem doer — quanto os conselhos de um vigia muito rígido, buscando um
equilíbrio, um entendimento, entre as partes.

 Consciência - estado de alerta.


 Préconsciente (ou subconsciente) – memórias que podem se tornar acessíveis a qualquer momento
para o perfeito funcionamento da mente.
 Inconsciente – elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis á consciência e que podem
vir à tona num sonho, num ato falho.
Psicologia e o senso comum: conhecimento acumulado no dia a dia.
 O psicólogo  utiliza a psicologia para conduzir uma pessoa à
autodescoberta, à compreensão sobre as suas dificuldades e a forma
com que se relaciona com o seu “mundo interior” e exterior.
 Fazer com que o paciente seja o seu próprio psicólogo.
 
 Senso comum: psicologia pertence á humanidade, todo e qualquer
individuo faz uso do psicologiar no dia a dia. (Ex. quando procuramos
aquele amigo que está sempre disposto a nos orientar).
- Individuo com conhecimento acumulado que lhes permite explicar
e entender o problema de um ponto de vista psicológico.
(conhecimento herdado, tradicional não é
científico nem filosófico, nem possui rigor cientifico).
2. PERSONALIDADE: SUBJETVIDADE,
LIMITES E DIFERENÇAS.
Personalidade: subjetividade, limites e diferenças
 do grego: Psiquê – alma / Logia – estudo de

 Psicologia: área que estuda o comportamento humano, considerando seus


aspectos biológicos, afetivos, cognitivos e sociais. Ciência que visa compreender os
sentimentos, as emoções, as impressões e outras questões inerentes a uma pessoa.

 Questões estudadas e aplicadas pela Psicologia: personalidade, motivação,


memória, inteligência, desenvolvimento, comportamento.

 Abordagens
 Áreas de atuação
Mas, afinal, o que vem a ser subjetividade,
individualidade, personalidade e identidade?
 Subjetividade: aquilo que diz respeito ao indivíduo, ao psiquismo ou a formação,
ou seja, algo que é interno, individual. Cada um tem subjetividade e
individualidade.

 Personalidade: conjunto de peculiaridades que determinam a individualidade


pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é processo gradual,
complexo e único a cada indivíduo.
(forma física; temperamento; inteligência; criatividade; postura, atitudes)

 Individualidade: soma de atribuindo que individualizam uma pessoa, distinguindo-


a das demais. Indiscutível.

 Empatia, humanidade, paciência, constrói sua individualidade e lhe difere de


outros. Cada individuo constrói sua personalidade, com seus limites e idéias.

Pergunta: Personalidade, limites e diferenças são mudáveis ?


Quando procurar um psicólogo?
 Busca de autoconhecimento, identidade
 Problemas de relacionamento
 Situações e perdas traumáticas
 Abuso de substancias e outras dependências
 Sentimento de tristeza ou apatia constante
 Sentimento de culpa ou estar preso ao passado
 Pensamentos e comportamentos autodestrutivos
 Problemas emocionais e/ou psicológicos
Qual a importância da psicologia para as profissões ?
Como ser um bom profissional ?
 Trabalho variado; objetivo primordial: ajudar as pessoas a terem uma vida
melhor. 
Impacto profundo: a forma que o individuo interpreta as situações do dia
a dia. “Não é a situação em si que lhe afeta, é a forma como
Interpreta”.
Para ter qualidade de vida precisa ter estímulos corretamente absorvidos.

 Todo profissional deve adicionar a arte de “psicologiar” em sua bagagem.


- Ajuda a entender as necessidades do paciente;
- Dar o melhor do conforto para se sentir acolhido e calmo;
- Ser empatico, um bom ouvinte, ter paciencia;
- Ser emocionalmente estável;
- Ter capacidade de adaptação.
3. PERSPECTIVAS HITÓRICAS E
ATUAIS DA PSICOLOGIA DA SAÚDE
Perspectivas históricas e atuais da Psicologia da saúde
  Área recente (1970): desenvolvida por um grupo de trabalho APA – Associação
Americana de Psicologia.

 1978: criada a divisão 38, na Europa e acerca dos países ( organizações, simpósios,
congressos e reuniões).

 Ciência que foca em como o sujeito vive e lida com seu estado de saúde ou doença;
na relação consigo, com os outros e o mundo.
Diferente do foro médico: físico.

  Psicologia da Saúde: agrega conhecimentos científicos e psicológicos para


promoção e manutenção da saúde, na prevenção e no tratamento da doença, na
identificação e no diagnóstico, bem como no aperfeiçoamento do sistema de
política de saúde.
Psicologia da saúde
 Se distingue da Psicologia Clínica pela compressão no contexto saúde e doença.
 Doença e o emocional estão interligados, com isso houve associações as práticas de
reabilitação em saúde.
- Ex: veteranos de guerra: presença de dores nas costas e no pescoço e sua inter-
relação com o transtorno de estresse pós-traumático.
- Ex: pacientes com fibromialgia: evidências entre aspectos da personalidade e a
manifestação da fibromialgia.
- Ex: pacientes com dermatites: características de personalidade e a articulação.
- Processos de transplante de órgãos; etc.

Os quatro eixos da psicologia da saúde estão na:


 Compreensão (paciente-doença);
 Intervenções psicológicas (meditação, técnicas , acolhimento);
 Na contribuição para o bem estar;
 A manutenção da saúde e prevenção de doenças
Psicologia da saúde

 Um médico muitas vezes olha primeiro para as causas biológicas de uma


doença. Um psicólogo da saúde focará a pessoa como um todo e o que
influencia seu estado de saúde. Isso pode incluir seu status
socioeconômico, educação e histórico, e comportamentos que podem ter
um impacto sobre a doença, como o cumprimento de instruções e
medicação.
Como a Psicologia da Saúde é aplicada na sociedade, atualmente?
 A atuação do psicólogo da saúde é centrada na promoção da saúde e
prevenção de doença, nos serviços clínicos a indivíduos saudáveis ou
doentes e em pesquisa e ensino. A maioria dos profissionais atua em
hospitais, clínicas e departamentos acadêmicos de faculdades e
universidades.
(campanhas, palestras, visitas domiciliares, atendimentos individuais, observação,
acolhimento em leitos, oficinas com equipe multiprofissional, etc).
Psicologia Hospitalar
 Ramo da Psicologia.
 Foco: acolher e tratar as pessoas doentes ou com a saúde mental
debilitada. 
 Objetivo: ajudar o paciente a atravessar a experiência do adoecimento
através de sua subjetividade.

 O psicólogo oferece e desenvolve atividades em diferentes níveis de


tratamento, sua principal tarefa a avaliação e acompanhamento de
mudanças psíquicas (emocional/comportamento) dos pacientes
submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente a promoção
e/ou a recuperação da saúde física e mental.
 - Promove intervenções direcionadas à relação médico/paciente,
paciente/família, paciente/paciente e do paciente em relação ao processo
do adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste
processo.

 - Além de atuar em instituições de saúde, atua também em instituições de


ensino superior e/ou centros de estudo e de pesquisa, visando o
aperfeiçoamento ou a especialização de profissionais em sua área de
competência, ou a complementação da formação de outros profissionais
de saúde de nível médio ou superior, incluindo pós-graduação lato e stricto
sensu.
Relação da Psicologia com a Enfermagem
 Compreensão de um novo olhar (humanitário) no contato com o paciente e
também seus familiares, e não deixar essas práticas somente com o
profissional da área de assistência social.

 Psicologia+Enfermagem = novo perfil de enfermeiro centrados na


modernização, cientifização e teorização das práticas profissionais.

 Exigido não só conhecimento técnico, mas um grande equilíbrio emocional


para lidar com as divergências e problemática.

 Fim: pensamento arcaico “colocar a mão sobre o paciente”.

 Inicio: medidas que proporcione mais conforto e bem-estar ao paciente e


familiares.
 “Há quem pense que o trabalho do enfermeiro se restrinja apenas ao paciente, mas é
muito mais complexo, visto que geralmente cada um deles traz consigo um
acompanhante, um membro de sua família, que sofre no aguardo de um pequeno
gesto de melhora, de uma expressão que não haja dor, de um apoio que o sustente
nessa trajetória tão difícil. Neste sentido é necessário o empenho do enfermeiro
também no acolhimento a este ente querido que no momento se encontra em
desamparo.”

“Os conhecimentos nessa área tão ampla que é a psicologia nos auxilia a sermos
mais humanos no que diz respeito ao próximo, afinal, lidamos com vida, que por um
certo período se encontra fragilizada e sem motivação. Assim, a psicologia, é
essencial para o vínculo de confiança e uma recuperação mais satisfatória desse
paciente”.

(Milena, 28) – Teresina – PI


(Mônica, 26) Teresina - PI
4. O ADOECER E A HOSPITALIZAÇÃO
Sobre a doença
 Falha em um dos aspectos de bem-estar físico, mental e social. A doença é um
fenômeno biopsicossocial.
 Adoecer produz um desequilíbrio na vida do sujeito podendo causar um sofrimento
psíquico.
 Fenômeno social: todas as pessoas poderão adoecer ou já adoeceram.
 Hospitalização se torna necessária:
Ambiente hospitalar: sujeito passa a ter sentimentos e reações emocionais.
Papel do profissional: Lidar com essa situação e cuidar do paciente para um bom
processo. 
 Subjetividade: cada sujeito é singular e mesmo portadores da mesma doença,
passarão por este processo de maneira diferente.
 É preciso trabalhar com a subjetividade (que é algo fundamental para o sujeito
hospitalizado), mas que muitas vezes é deixada de lado.
 A pessoa com uma doença crônica convive por muito tempo com a doença.
Essa perda de saúde pode lhe causar uma dor emocional. Não é a dor que
a doença traz que incomoda, é algo mais subjetivo: é a dor de saber-se
doente, de perder a condição de sadio.
Doença crônica e seu processo
 Ter sua saúde afetada, significa muito mais do que apenas estar doente,
significa perder algo que lhe é fundamental na vida. Doença vista como
situação de perdas.
(rotina, coisas físicas, psíquicas, em muitos casos até mesmo a vida. Perde
autoestima, a esperança, contato direto com amigos e família, a liberdade; ate a
vida).

Orbita da doença
Instabilidade psíquica ocasionada pelo sofrimento do físico e psiquico.
Tudo gira em torno da doença.
Estágios da órbita da doença
 Negação: O individuo não aceita adoecer.
Estado de choque, a descrença.
Minimiza a gravidade e adia as providências e cuidados necessários.

 Revolta: Evolução: sentimento de raiva por estar doente.


A raiva e irritação é o mais dominante.
Frustração: mudança de seu espaço para um lugar de incertezas e
desprazer.

 Depressão: Desânimo, cansaço, exaustão.


Sentimento de perda passa a prevalecer, tristeza profunda.
Entrega passivamente a sua doença.
Desesperança.
Estágios da órbita da doença
 Enfrentamento: Encerra o ciclo, momento da elaboração e da luta.
Vivência do real; reorganização dos pensamentos.
Mudanças de hábitos
Visão pra luta.
O que sustenta a pessoa nessas quatro posições da órbita é a esperança.

Pergunta: E como o profissional da saúde poderá ajudar esse paciente no


processo de orbita?
Papel do enfermeiro frente à órbita da doença
 Negação: o profissional vai trabalhar com questões que não tem a ver com
a doença. (assuntos cotidianos ou escolhidos pelo paciente).
 Revolta: trabalhar o sofrimento psíquico (raiva) dessa situação. (como
trabalhar as emoções e escutá-lo).
 Depressão: dar suporte, cuidado, atenção, empatia, sem criticá-lo.
 Enfrentamento: espaço para o sujeito refletir sobre sua condição. Não há
necessidade dele ser coerente mas sim ser verdadeiro consigo mesmo.
- posição de fluidez, tanto de emoções como de idéias.
5. A FAMILIA
A família e a hospitalização: Dificuldades no enfrentamento do adoecimento de um
membro familiar.
 - Mudanças e impacto emocional (angústias, medos , sofrimentos e dúvidas, incertezas do
tratamento  e prognóstico).
 - Estresse permanente, sofrimento interno, elevação de ansiedade, medos do desconhecido, e
apreensão quanto às decisões a tomar, e situações a enfrentar.
 - Falta de informações sobre o estado do paciente.
 - Ritmo de vida incompatível com horários hospitalares.
 - Dificuldade no contato com o médico.
 - Responsabilidade frente a decisões difíceis (amputações, medicamentos, procedimentos
invasivos, internação em CTI).

 Insegurança, ansiedade, desespero, tristeza


– melhorias: um ambiente que lhe possa devolver o equilíbrio,a segurança, a força, a
estabilidade.
(presença dos profissionais com compreensão teórica e habilidade técnica.
A família e a hospitalização: Dificuldades no enfrentamento do adoecimento de um
membro familiar.

 A assistência de enfermagem deve atender às necessidades dos pacientes


e familiares, ajudando-os a compreender, a aceitar e a enfrentar a doença,
o tratamento e as consequências que essa nova situação impõe à vida
familiar.
 - Fornecer informações fidedignas, claras e objetivas, sobre o estado de
saúde.
 Apoio emocional, atendimento as necessidades da familia e paciente.
QUESTÕES
Quanto à questão da psicologia como
ciência, é INCORRETO afirmar que:
A) A Wilhelm Wundt é atribuído o título de fundador da Psicologia com a inauguração de seu
Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig em 1879. Na verdade, o marco
inaugural não seria o fato de ser o primeiro laboratório deste gênero, mas ter-se tornado o
primeiro centro internacional de formação de psicólogos.

B) A instituição da psicologia como disciplina científica se consolidou com o laboratório de Wundt
que pretendia estudar intensidade das sensações, sensações táteis, psicologia do som, sensações
de luz, gustação, olfação, percepções espaciais, curso das representações, estética experimental,,
sentimentos e afetos, processos de associação e memória, entre outros processos.

C) A Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos
(psiquismo), dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do
método científico as quais regem as outras ciências: ela procura um conhecimento objetivo,
baseado em factos empíricos. Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo
entre as ciências socias, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia,
e áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde.

D) O indivíduo não é a unidade básica de estudo da psicologia, mesmo ao estudar grupos, o
indivíduo não permanece no centro de atenção ao contrário da sociologia, que estuda a
sociedade como um conjunto.
Um dos desafios éticos no cotidiano dos profissionais da saude é a comunicação.
Tanto que muitas dificuldades ocorrem na interação entre esses profissionais, o
paciente, familiares ou acompanhantes. São características de uma comunicação
eficaz e efetiva:

 I. Clareza
 II. Objetividade
 III. Simplicidade

Esta correta:
a) Somente afirmativa I.
b) Somente afirmativa II.
c) Somente afirmativa III.
d) Todas estão corretas.
e) Somente I e II.
Leia a frase de Merces Bock e marque a alternativa que esta relacionada com os
conceitos de psicologia social. “A subjetividade é a sintese singular que cad um de
nós vai construindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as
experiências da vida social e cultural.
 Alternativas:
a) A subjetividade é formada pela relação entre o individuo e seu meio
familiar.
b) O ser humano esta em constante processo de subjetivação a partir de sua
relação com o mundo.
c) A subjetividade é a própria personalidade do individuo que, estabelecida,
determina pelos seus instintos e por todos os seus comportamentos ao
longo da vida.
d) A formação da subjetividade é um processo passivo. O individuo apenas
absorve os estímulos do ambiente social e físico.
No controle das doenças crônicas, compete ao enfermeiro em equipe de
saúde:
 Cuidar dos equipamentos e solicitar sua manutenção, quando necessária.

 Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento


não medicamentoso, adesão e possíveis intecorrencias ao tratamento,
encaminhando o individuo ao medico quando necessário.

 Aferir os níveis de pressão, na triagem da enfermagem, verificar peso, altura


e circunferência abdominal, em indivíduos de demanda espontânea da
unidade de saude.

 Tomar a decisão terapeutica, definindo o inicio do tratamento com drogas.

 Participar das decisões acerca de tratamentos terapêuticos juntos à equipe


de saúde.
6. A MORTE E O MORRER
A morte e o morrer
 Morte : em latim = cessação completa da vida, da existência, do corpo
biológico.

 Faz parte do processo de desenvolvimento humano.

 Humanidade: experiência com a morte e o morrer é complexa de ser


compreendida e aceita. Cada sociedade tem uma perspectiva.
(medo do desconhecido, temor e negação, crenças, valores e culturas).

Um dos aspectos mais marcantes da morte é o impacto emocional que


ela causa nos sobreviventes.
A morte e o morrer nos primórdios da humanidade
 Homem medieval: vivido de modo pacífico.
- O indivíduo se sentia acolhido pela comunidade e pelas crenças
religiosas: a morte era um evento corriqueiro e familiar.

Sociedade moderna: um evento familiar; compreensão cultural das


crenças de cada grupo social.
- O medo sobre os reais acontecimentos/sentimentos que a cercam
fazem com que o homem adquira repulsa em relação à aceitação
natural da morte.
Idade Média: acontecimento público.
Ao pressenti-la, o individuo se recolhia
no quarto, com parentes e vizinhos.

Ritual: pedia perdão por culpas, legava


seus bens e esperava a morte chegar.
Não havia um caráter dramático.

Mortos e vivos coexistiam no mesmo


espaço: enterrado nos pátios da igreja
onde tinham festas.

 
A morte e o morrer nos primórdios da humanidade
 Século 18: morte tomou um sentido dramático, exaltado.
 transgressão: roubava o homem de seu cotidiano e sua família.
Inaugurava-se o culto aos cemitérios.

 Século 19: morte se transformou em tabu: os parentes passaram a


tentar poupá-lo, esconder a gravidade do estado. 

 1930: medicina mudou a representação social da morte


- já não se morre em casa, mas no hospital, sozinho. Os avanços da
ciência permitem prolongar a vida ou abreviá-la. Pacientes podem ser
condenados a meses ou anos de vida vegetativa, ligados a tubos.
A morte e o morrer
 Falar de morte não é algo comum. Costumamos pensar na vida somente
como planos, sonhos, conquistas, perspectivas, chegadas; e anulamos o
fato da finitude, da partida, das perdas, do fim, ou seja, da morte que
também é parte do ciclo da vida.

 Discutir é fundamental para entender e saber lidar de forma ajustada


quando este chegar.

 Morte “destruição, ruína, fim.


 No sentido figurado é definida como “uma grande dor.
 Cultural: “Um esqueleto humano armado de foice com a qual ceifa as
vidas”.
 Filosófico, única certeza que se tem do desdobramento da existência
humana.
 No geral: momento em que se encerra a vida biológica. Vivida apenas
por quem está morrendo.
 A morte talvez seja mais amena, menos dolorida, especialmente
quando se acredita que ela leva ao encontro da paz tão almejada pelo
homem durante sua vida.
 Já o morrer é doloroso; processo que precede a morte; ocorre ao longo
da vida, um evento familiar e compartilhado.
 Envolve as perdas diárias da caminhada; levam ao sofrimento tanto
físico quanto emocional.

 Desejo: sem dor, depressa, e que traga consigo a


 morte repentinamente. A temida morte súbita,
 se transforma, na morte desejada para si.
 “Morte aceitável”: decisão voluntária dos médicos(as) em
cumplicidade com a família, prevêem a hora da morte e estabelecem a
trajetória da agonia. Se o doente se conforma, tudo normal.

 “Morte embaraçosa”: doente venha a morrer de uma forma diferente


da prevista, ou seja, aquela que ao quebrar o equilíbrio normal do
meio hospitalar, cria um estado de crise para os profissionais e de
desequilíbrio para o hospital de um modo geral.
 Neste início de século com o surgimento do “home care” talvez se
possa pensar num futuro muito próximo, reconduzir a dignidade da
morte, deixando ao doente a opção de morrer em casa ou no
hospital. Isso leva à crença de que existe a esperança de que a
sociedade atual reaprenda que a morte é parte essencial da vida e
que a livre discussão do processo do morrer e da perda, possam
contribuir para uma melhoria da qualidade de vida/morte.
Luto: psicologia da morte
 Luto: conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente
pela morte de outro ser.

 Quanto maior o apego ao objeto perdido, maior o sofrimento do luto.

 Característica inicial: relembranças da perda + sentimento de tristeza e


choro. Processo evolutivo: relembranças são intercaladas com cenas
agradáveis e desagradáveis.
- Estado de choque, raiva, solidão, tristeza e a fadiga; "vazio no
estômago" e "aperto no peito”.
 A duração deste processo é inconstante e seguido de uma notável falta de
interesse pelo mundo exterior. Com o passar do tempo, o choro e a tristeza
diminuem e é esperado a reorganização.
 + de 6 meses: continue intenso sofrimento e falta da reorganizar, é
considerado um luto patológico.

 O luto pode provocar uma crise na família, pois exige a tarefa de


renúncia, de excluir e incluir novos papéis na cena familiar.

 Pessoas em processo de luto: "sobreviventes“( reforço positivo da luta


pela sobrevivência diante de desafios difíceis).
Luto na criança
 Bebês e crianças: luto observável
em desenhos e jogos.

 Fatores que influenciam o luto


(adolescentes e crianças):
- apego e dependência com relação à pessoa perdida;
- percepção que possuem da morte;
- quanto tempo tiveram para se preparar para essa situação (luto
antecipatório);
- forma de restruturação familiar.
 Caso o luto não seja enfrentado adequadamente é comum resultar em 
depressão nervosa ou transtorno de estresse pós-traumático.
7. SIMBOLOGIA DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
 1854: criação de uma UTI pela enfermeira italiana Florence, durante
a Guerra da Crimeia.
 “Alocando os pacientes mais graves próximos aos profissionais da
saúde, facilitaria o monitoramento e o atendimento”.
 Taxa de mortalidade do soldados 40%, -equipe treinada -alcançou
uma redução a 2%.
 1950: UTIs chegaram

no Brasil (Hospital das


Clínicas de São Paulo).
 Unidades de Terapia Intensiva (UTI): acolhimento de pacientes em
estado grave. Com chances de sobrevida, instabilidade e que
demandam monitoramento constante.

 Espaço de maior complexidade técnica.


- Ambiente reservado e único.
- Monitoria e vigilância 24 horas.

 Intensidade das atividades: concepção de


ambiente agressivo, tenso e traumatizante;
gerador de ansiedades, angústias, tristeza,
estresse.
Fatores que influenciam o emocional dentro da UTI
 Geradores de segurança e medo, estresse e ansiedade, isolamento e solidão:
- ruptura de rotina
- isolamento dos pacientes
- restrição às movimentações dentro da unidade
- rotina ininterrupta de atividades
- desconhecimento (pacientes) sobre estado atual de saúde
- influência midiática (presença de tubos e sondas na boca e nas narinas dos
pacientes, ambientes frios e de solidão).

Consequencias:
desestruturação emocional e desenvolvimento de transtornos mentais
reativos: transtornos de ajustamento, delirium, depressão, agitação
psicomotora, episódios psicóticos, entre outros.
 Os cuidados intensivos multidisciplinares: monitorização de sinais e
sintomas, avaliação e manejo da dor e a avaliação nutricional e
psicológica.
 Médicos;
 Enfermeiros;
 Técnicos de enfermagem; Conhecimento teórico e técnico
Competência
 Fisioterapeutas;
Dedicação
 Nutricionistas; Trabalho em equipe
 Dentistas; Concentração
 Psicólogos; Equilíbrio emocional
 Farmacêuticos;
 Bioquímicos;
 Assistentes sociais.
 Sentimentos positivos
 Boa nota na permanência: possibilidade real de recuperação, através
do cuidado especializado.
- intensificação da força de vontade em sair e continuar a sua vida fora
da instituição hospitalar.
- maior conhecimento sobre seu estado.
- ambiente acolhedor e limpo.
- acompanhamento dos profissionais.
- fé e religiosidade.
Sentimentos associados à esperança de continuar lutando contra a
doença.
Cuidados prestados pela equipe profissional
 Qualidade e presteza suficiente para que o paciente acredite
na relevância do tratamento.
- Assistência e atenção;
- Cuidado e empatia = humanização profissional.

Cuidados fundamentados às necessidades humanas, no resgate à


sensibilidade através da empatia, de um compromisso moral, de
atenção aos fatores orgânicos, psicológicos e sociais; atitudes estas
que denotam uma visão integral do sujeito.
8. RELAÇÃO ENFERMEIRO/PACIENTE
 Impossibilidade da realização de atividades do paciente:
necessidade de cuidado humano.
 Destaque da equipe de enfermagem: contato direto e constante
com o paciente.
 Poder de atenção e suporte maior.
 Tecnico e enfermeiro: profissionais que tem maior contato com
paciente.
- história de vida ate o final do caso.
 Casamento: Técnico/ enfermeiro – paciente – família.
 Fundamentos:
1. Respeito e dignidade: Ouvir ativamente  o paciente e os
membros da família, bem como fazer uso do conhecimento sobre
os valores, crenças e questões culturais.

2. Partilha de informação: comunicação, no tempo adequado.

3. Participação: Incentivo e apoio na tomada de decisão.

4. Colaboração: pacientes e as famílias devem ser convidados a


trabalhar ao lado de líderes de cuidados de saúde.
Humanização do profissional de saúde
 Função que requer posicionamento individualizado com estima e
apreço.
 - Fim do processo mecanicista.
 - Nível de vocação para demonstrar humanização.
 - Praticar o aprendizado da formação técnica.
 - Respeito a individualidade de seus pacientes.
 - Empatia e cuidado seja aferindo uma pressão como em um caso
mais delicado.

“Lidar com o sofrimento de pacientes e familiares não é uma tarefa fácil.


Enfrentar uma rotina de trabalho, vivenciando diferentes experiências de
enfermidades, requer do profissional um equilíbrio emocional para que
tais sentimentos não permeiem sua vida”.
 “Às vezes eu entro no quarto, não tenho nada para fazer, mas só
de estar ao lado do paciente, você percebe que ele fica melhor
porque você está ali. É isso, é enfermagem humanizada”. (E1)

 Humanizar é isso, é você tentar individualizar sempre, e


pensando que cada pessoa tem um hábito diferente do outro.
(E4).

 Eu desrespeito o paciente quando cuido dele sem olhar para ele,


conversando com a minha colega, ou quando começo qualquer
procedimento e vou fazer outra coisa, deixando o paciente
exposto ali. (E10)

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