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A PSICANÁLISE:

Em um icônico dito, Sigmund Freud diz: “Tudo compreender não é tudo


perdoar. A psicanálise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o
que devemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado. A tolerância para com o mal
não é de maneira alguma um corolário do conhecimento.”

A definição mais objetiva e branda da psicanálise seria: o estudo da área de


investigação da mente humana. Porém, sob os seus domínios estão diversos tipos de
tratamentos de saúde clínica que não poderiam ser reduzidos apenas em uma frase. Esta
área utiliza um método de investigação da mente humana e dos seus diversos processos,
que eleva a mente para além das suas relações biológicas e fisiológicas.

Para tal propósito, ela toma como objeto os processos mentais (emoções,
sentimentos, impulsos e pensamentos) que determinam os indivíduos, ou seja, tem um
objetivo de investigação, que se caracteriza pelo modo interpretativo, que busca o
significado oculto daquilo que é manifestado por meio de ações e palavras, como
também pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres
e os atos falhos.

Segundo o capítulo cinco, do estudo “A Psicanálise”, desenvolvido pela USP –


Disciplinas: Apoio às Disciplinas, é dito que a prática profissional referida, trata-se de
formas de terapia que buscam o conhecimento de si ou a cura, o desenvolvimento
desses dois objetivos se dá através de técnicas e teorias de autoconhecimento. No tempo
presente, a psicanálise se constrói de muitas maneiras, ou seja, sendo usada como base
para psicoterapia, aconselhamento, orientação; é adequado para trabalhar com grupos e
instituições. Outrossim, é uma ferramenta fundamental para analisar, compreender e
dominar fenômenos sociais pertinentes: novas formas de sofrimento mental, a
excessividade do individualismo no mundo contemporâneo, aumento da violência e
entre outros tantos.

Sintetizando a psicanálise é um campo clínico que atua como ferramenta para o


tratamento de dificuldades emocionais, como a depressão, ansiedade, síndrome do
pânico, transtorno afetivo bipolar, transtorno de desenvolvimento, como o autismo e
entre tantos outros. Mesmo sua teoria base ter sido formulada a mais de um século,
ainda é hoje, um dos principais pilares para o tratamento e entendimento das emoções
humanas.

Psicanálise, Psicologia e Psiquiatria:

É comum confundirmos as funções dos profissionais da “psi”, porém, cada um


tem uma função específica dentro do amplo estudo do cérebro humano, segundo a
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP): “...a psicanálise se constitui
numa abordagem terapêutica que parte do pressuposto de que a psique humana é
determinada, em grande medida, por aspectos inconscientes ...O tempo de duração do
tratamento psicanalítico dependerá de cada processo individual”

Por ser mais presente nos centros urbanos, a psicologia é um termo conhecido,
mas não em sua real definição de acordo com a SBPSP, o psicólogo está capacitado
para tratar desordens comportamentais e da própria psique, focado apenas no indivíduo.
Com formação superior em psicologia, o psicólogo é um profissional apto para tratar
desordens psicológicas e comportamentais. Seu foco, portanto, é apenas o indivíduo.

O maior campo de pesquisa é a Psiquiatria, que estuda temas com a neurologia,


psicofarmacologia e noções de psicologia, segundo a SBPSP, essa área tem a
capacitação “de lidar com prevenção, diagnóstico, atendimento e tratamento de
diferentes formas de sofrimento mental, tanto de origem orgânica como de origem
psíquica, como por exemplo a dependência química, os transtornos obsessiva-
compulsivos, a bipolaridade, a depressão e ansiedades.”

Origem:

Mesmo existindo tantos campos do estudo mental, a ideia da psicanálise


começou com o pesquisador e neurologista Sigmund Freud, considerado o “o pai da
psicanálise”. Desde os início dos estudos em 1882, foi e é usada como uma experiência
subjetiva, se diferenciando da prática de outros formas de tratamento e terapia
explicadas acima. O eixo de sua pesquisa era que agentes inconscientes pudessem
influenciar nas ações de cada indivíduo.

Foi desenvolvida a chamada de “Terapia da Fala”, que é uma ferramenta


primordial para o entendimento comportamental humano. Consiste em um amplo
diálogo entre o psicanalista e o paciente, no qual o diálogo é incentivado, abrindo portas
para que o profissional possa notar padrões de fala, reações e micro reações, análise de
sonho e o exame de memórias. A partir disso, um relatório/diagnóstico pode ser
construído, e medidas e técnicas serão aplicadas para o paciente.

Outros teóricos da Psicanálise:

Outro pensador que colaborou com os estudos de Freud, foi Sándor Ferenczi,
que teve grande influência na aplicação prática dos estudo do pai da psicanálise. Além
de se preocupar também em tratamentos para psicóticos, e de pacientes
psicossomáticos. Outros temas abordados por esse autor são de grande importância para
formulação de novas teorias e técnicas atualmente, como: a regressão na cura analítica;
a importância do vínculo – relação mãe e bebê e por fim, o impacto do trauma infantil
na construção do sujeito.

Melanie Klein foi uma peça-chave no entendimento psicanalítico para o público


infantil. Iniciou um tratamento de psicoterapia com Ferenczi após perdas na família, e
dificuldades na criação dos filhos. Incentivada por Sándor, Melanie trouxe novos
avanços teóricos e técnicos para a Psicanálise, como: o estudo dos primeiros momentos
do bebê e como estes podem influenciar na construção da psique; e inseriu brincadeiras
em forma de técnicas psicanalíticas para posteriormente analisar paralelos entre
comportamentos adultos e experiências/sonhos na infância, identificando as raízes de
diversas reações comportamentais.

Outro pensador que foi muito importante na história contínua da Psicanálise foi
William Reich, que concluiu que a gênese da neurose seria uma das consequências que
o conflito de poder entre as relações sociais do indivíduo, e o reflexo disso poderia
causar implicações tanto emocionais, quanto psicológicas. Ele também formulou teorias
que diziam que a repressão não tinha influencia apenas nos planos psíquicos, também
no plano físico, e com o passar do tempo isso poderia se transformar em dores crônicas
ou enfermidades.

Cérebro: O único órgão que sabe que existe

A mente humana é o principal utensílio de estudo para essa teoria. O cérebro


adulto pesa cerca de 1,5 kg, ainda mais, estudos indicam que a mente humana é
equivalente a 1.000 terabytes de informação, bem como, existem de 80 a 100 bilhões de
células nervosas trabalhando. Diante disso, como poderíamos entender a mente em toda
a sua extensão complexa? Novamente, o estudos de Freud, elucidaram todo o campo
psíquico na divisão cerebral em três partes: Consciente; Pré-consciente e Inconsciente.

Segunda as teorias psicanalistas, o Consciente seria a menor parte do nosso


cérebro. É responsável pela interação humana com o ambiente externo social, ou seja, é
a capacidade presente que nos permite observar tudo ao nosso redor e acessar tudo isso
de formal intencional.

O Pré-consciente pode ser facilmente confundido com o subconsciente, porém,


Freud não interligava esses dois conceitos. Ele o definiu como a peneira que filtra
informações do Inconsciente para o Consciente é apenas o Pré-consciente, ou seja, são
conteúdos que chegam até o Consciente, mas ali não permanecem.

Já o Inconsciente é a área de grande estudo de Freud, já que ele afirmava que


este setor cerebral é responsável por armazenar todas as “memórias perdidas”, os nomes
esquecidos, sentimentos, medos, traumas que, por alguma razão conseguimos ignorar.
Porém, é dito que, a grande parte nossos comportamentos e reações são regidos pelo
Inconsciente.

A divisão da personalidade humana:

Em seus estudos aplicados Freud desenvolveu teorias para o entendimento da


personalidade humana, dividindo-a novamente em três partes: ID; EGO e SUPEREGO.
Estes pilares da individualidade se desenvolvem e atuam no Consciente, Pré-consciente
e no Inconsciente.

O ID é o primeiro aspecto da personalidade que temos contato, é ele que rege


nossas vontades e instintos na primeira infância, ou seja, ele é responsável por nossos
comportamentos influenciados diretamente pelo instinto e na busca pelo prazer
imediato. Simplificando é o guia de nossos impulsos mais primitivos de nossa essência.

O Ego, é a parte racional, é ele que fica responsável por controlar os impulsos do
ID. Ao completarmos quatro ou cinco anos, vemos a necessidade de sobreviver ao
mundo externo, nessa idade, o Ego se desenvolve excessivamente, reiteradamente, com
a função de conter o ID, suprindo suas necessidade de modos aceitáveis ou socialmente
corretos.

Por fim, o SUPEREGO, o artigo do órgão privado: Saúde Interior, define esse
aspecto da personalidade como “É o aspecto moral da personalidade, produto da
internalização dos valores e padrões recebidos dos pais e da sociedade.”, ou seja,
responsável por zelar pelos princípios e valores morais. Toda essa divisão pode ser vista
e sistematizada através do anexo 1.

Mecanismo de defesa do EGO:

Sabendo-se da teoria, foi estudado ações e reações baseados na divisão


Freudiana, estudo esse que demonstrou as diversas maneiras que o EGO tem de se
proteger, ou seja, se adaptar ao conflito e patologia. A problemática é que essas defesas
podem se mostrar ineficazes, além de não se adaptar a realidade interna ou externa.

Foram postuladas quinze maneiras de defesa conhecidas, as quais podemos citar:


compensação; expiação; fantasia; formação reativa; identificação; isolamento; negação;
projeção e regressão.

Contextualização:

A abordagem inicial da teoria Freudiana neste trabalho terá como função pré-
entender de forma técnica as transformações vividas por adolescente durante o Ensino
Médio. Como também, compreender como as defesas do EGO se manifestam durante
essa fase, e como todas as teorias e técnicas poderiam ser utilizadas na escola para o
entendimento e pré-treinamento para que os jovens possam lidar com todas essas
transformações.

Anexos:
Anexo 1: A divisão da personalidade humana. Esquema didático.

FONTES E REFÊNCIAS:

CARNIER, Alex. “Psicanálise: história, conceitos e autores da abordagem terapêutica”.


Saúde Interior. Disponível em: < https://saudeinterior.org/psicanalise/#:~:text=A%
20psican%C3%A1lise%20come%C3%A7ou%20com%20o,ansiedade%20e%20s
%C3%ADndrome%20do%20p%C3%A2nico.>. Acesso em 09 de setembro de 2022.

CARVALHO, J. B. “Metanoia: A Chave Está Em Sua Mente”, 2018. Chara, 1ª edição.

DE LIMA, Nádia L.; DE ARAÚJO, Ronaldo S.; DE SOUZA, Eduardo P.; DIAS,
Allana F. G.; BARBOSA, Carolina A.; ALVES, Raquel G. S.; NIHARI, Karina M. e
MARCHI, Nayara S. B. “PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO: UM TRATAMENTO
POSSÍVEL PARA AS QUEIXAS ESCOLARES”. SciELO, 2015. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/edreal/a/4s3prJjK5LzjXFJZZJ3R44N/?lang=pt# >. Acesso em
09 de setembro de 2022.

EQUIPE CAMINHOS PARA O FUTURO. “45 Fatos sobre o cérebro humano”.


Revista GALILEU, 2016. Disponível em: <
https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Saude/noticia/2016/09/45-
fatos-curiosos-sobre-o-cerebro-humano.html>. Acesso em 09 de setembro de 2022.

SCHNEIDER, Raquel. “Contos de fada: de sua origem à clínica contemporânea”. PUC


Minas. Disponível em: < http://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/a
rticle/view/899 >. Acesso em 09 de setembro de 2022.

ANEXO:

MACIEL, Débora. “Teoria Estrutural da Mente”. TrataMente Psicanálise . Disponível


em < https://tratamenteblog.wordpress.com/2017/09/13/teoria-estrutural-da-mente/>.
Acesso em 18 de setembro de 2022.

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