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Correntes da Psicologia

Ao longo dos anos com a evolução da psicologia, surgiram várias correntes, em que cada
uma delas apoiava diferentes teorias e objetos de estudo.

Estruturalismo

Wilhelm
Wundt
         O Estruturalismo era uma das vertentes da psicologia que tinha como objetivo
analisar e estudar a estrutura da mente humana.
         Foi Wilhelm Wundt  (nascido a 16 de agosto de 1832, Alemanha) o principal
responsável propulsionador desta vertente. Wilhelm Wundt investigou a consciência
humana, nomeadamente as sensações e os sentimentos que eram considerados os processos
mais complexos da mente humana. Fundou o primeiro laboratório de psicologia
experimental em 1897, onde elaborou testes e estudos que permitiram à psicologia
desenvolver-se enquanto ciência. Neste laboratório investigou as estruturas e a consciência
da mente humana, recorrendo a métodos de introspeção (“olhar para dentro”) - um processo
rigoroso que permitia descobrir sensações e sentimentos da experiência consciente.
       A partir do trabalho de Wundt, vários cientistas aprofundaram o estruturalismo
distinguindo-o de outras áreas da psicologia. No entanto, com o tempo, esta vertente
desaparece, restando como vestígios as preocupações com as análises minuciosas de todos
os componentes duma função ou competência.

Funcionalismo
 
William
James
O Funcionalismo considera que o objectivo da psicologia é o ajustamento do organismo às
exigências do meio que vive. A psicologia deve estudar as funções adaptativas do
comportamento e dos processos mentais e não somente a sua estrutura e composição.
William James (1842-1910) assumiu uma vigorosa posição funcionalista ao criticar os
métodos e propósitos estruturalistas. Para responder às questões que o funcionalismo
defende, são elas: "o que fazem os homens?" e "porque o fazem?", James elege a
consciência como o centro de suas preocupações e busca e a compreensão do seu
funcionamento, em especial os processos adaptativos homem-ambiente, na medida que o
homem "usa" a mente (a consciência) para se adaptar ao meio.
John
Dewey
John Dewey (1859-1952) adoptou o ponto de vista de James, e, ao desenvolver o seu
sistema de psicologia, converteu-se no fundador oficial do Funcionalismo.
Como escola de psicologia, o funcionalismo desapareceu, mas a herança da psicologia
funcionalista é ainda hoje visível na moderna psicologia americana pela atenção dada aos
processos envolvidos na adaptação ao ambiente, numa perspectiva evolucionista, tal como
acontece na abordagem  da aprendizagem na psicologia comportamentalista e nos estudos
da atenção, percepção, inteligência e testes.

Gestaltismo

            A palavra gestalt é de origem germânica, e significa “forma” ou “figura”. A


psicologia de gestalt, ou gestaltismo, desenvolveu-se a partir de 1912 na Europa, pela
necessidade da existência de uma teoria que, não esquecendo o valor e a necessidade da
experimentação científica, salienta sobretudo o aspeto global da realidade psicológica,
postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade.
            Teve como pioneiros os psicólogos Kurt Kofka (1886-1941), Wolfgang Köhler
(1887-1967) e o filósofo Max Wertheimer (1880 - 1943). Estes autores estudaram os
processos percetivos do sujeito, o comportamento natural do cérebro no processo de
perceção. Defendiam que o conhecimento do mundo e o nosso comportamento dependem e
variam de acordo com aquilo que percecionamos.
            A Lei da prägnanz (pregnância) ou da boa forma, é uma ideia fundamental na
gestalt e, pressupõe que há uma tendência de vermos a figura como tendo boa qualidade
sob as condições de estímulos.
            Uma boa gestalt é simétrica, simples e estável, e não pode ser mais simples nem
mais organizada. É também chamada lei da simplicidade: os objetos são percebidos no
modo mais simples e ecológico. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.

Cubo de Necker e o Vaso de Rubin, são dois exemplos usados nesta corrente.

Construtivismo

Jean
Piaget
            O construtivismo nasceu com o objetivo de explicar como a inteligência humana se
desenvolve, determinado que o desenvolvimento intelectual do sujeito é determinado
através da relação com o meio.
            O desenvolvimento deste conceito baseou-se no trabalho de Jean Piaget (nascido a 9
de agosto de 1896, Suíça) e do seu trabalho com a inteligência infantil, onde tentou
perceber como se desenvolve o conhecimento humano. Piaget descobriu que a lógica
infantil e os seus modos de pensar são diferentes dos adultos, e baseado nesse estudo,
definiu quatro estados de desenvolvimento intelectual, em que cada um de características
diferentes. Os quatro estados do desenvolvimento intelectual para Piaget são:

         1. Sensório-motor
             2. Pré-operatório 
             3. Operações concretas
             4. Operações formais

                                    
         Para além deste quatro estados, Piaget deduziu que o ser humano, quando pretende
adquirir novos conhecimentos baseia-se na assimilação e na acomodação, para o conseguir.
            Assim o construtivismo defende que o conhecimento não é inato mas resulta da
interação do organismo com o meio.

Associacionismo

Edward L. Thorndike
Edward L. Thorndike (1947-1949) revelou a sua importância através da formulação da
primeira teoria de aprendizagem na psicologia.
O termo associacionismo tem origem da concepção de que a aprendizagem se dá por um
processo de associação de ideias – das mais simples para as mais complexas.
Thorndike formulou a lei do efeito, que viria a ser de grande utilidade para a psicologia
comportamentalista. De acordo com esta lei, todos os comportamentos de um organismo
vivo(um homem, um pombo, um rato, etc.) tendem a repetir-se se nós recompensarmos
(efeito) o organismo assim que emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento
tenderá a não acontecer se o organismo for castigado (efeito) após a sua ocorrência.
Concluindo, pela lei do efeito, o organismo irá associar essas situações a outras situações
semelhantes.

Behaviorismo

O behaviorismo nasce com John Broadus Watson (1878-1958), nos Estados Unidos.
Também conhecida como teoria SR (stimuli-respond / estímulo-resposta) contrastava com
o paradigma dominante na psicologia da sua época, caracterizado por uma grande
preponderância da filosofia e da dimensão consciente.

John Watson
Tal como o seu percursor pretendia, esta teoria tornava possível a aplicação da psicologia a
animais e seres humanos. Era uma teoria, na qual os factos da consciência eram
subjectivos, pois dependiam das impressões e características de cada pessoa, ‘’refutando’’
assim a teoria do estruturalismo, a qual defendia que esses mesmos factos da consciência
eram de estados e reproduzidos por todos os observadores treinados. Foi fundada num
artigo de 1913, ‘’Psychology has a behaviorist views it’’, publicado na Psychological
Review.
Para Watson, a psicologia não devia ter em conta nenhum tipo de preocupação
introspectiva, filosófica ou emocional, mas usando somente os comportamentos objectivos,
concretos e observáveis,  adoptando apenas meios objectivos.
Com  o behaviorismo, a psicologia podia medir respostas utilizando o método
experimental, tornando a psicologia numa matéria científica.
Psicanálise

Sigmund
Freud
Nasce com Sigmund Freud (1856-1939), na Áustria, a partir da prática médica. Freud,
médico neurologista, foi o primeiro a comunicar a demonstração positiva da existência de
atividade psíquica inconsciente e a formular as leis do dinamismo inconsciente. Ao
recuperar para a psicologia a importância da afetividade e ao postular o inconsciente como
objeto de estudo, quebra a tradição da psicologia como a ciência da consciência e da razão.
Sendo assim, a teoria da psicanálise é um campo de clínico e de investigação teórica da
psique humana independente da psicologia, embora também inserido nesta, desenvolvido
por Sigmund Freud que se propõe à compreensão e análise do homem, compreendido
enquanto sujeito inconsciente e abrange três áreas:
- um método de investigação da mente e seu funcionamento
- um sistema teórico sobre a vivência e comportamento humano
- um método de tratamento psicoterapêutico.

A vida humana é estudada a partir da motivação básica, o impulso sexual ou princípio de


prazer. Este impulso existe na criança, na qual a satisfação de zonas erógenas. De facto, a
personalidade é determinada fundamentalmente por processos e forças inconscientes
moldadas nos primeiros anos de vida, durante a primeira infância (até aos 6-8 anos), pelo
que a exploração das lembranças dos primeiros cinco anos de vida é essencial ao
tratamento. Freud insistia em que todos os detalhes se ajustam perfeitamente entre si.
Estas considerações implicaram um conjunto de críticas da sociedade de então mas
constituiriam a base da sua aceitação posterior, sendo hoje um dos autores mais
referenciados sobre o comportamento humano (embora, pela sua popularização, com
muitos exageros e erros de interpretação).
Esta teoria defende então que a vida psíquica é determinada, o inconsciente desempenha
um papel preponderante na determinação do comportamento do homem, os conceitos
explicativos mais importantes são motivacionais, o impulso básico é sexual e tem os seus
alicerces na biologia do organismo, a história do organismo é extremamente importante na
determinação do comportamento atual. Estuda também, a teoria do desenvolvimento, que
iremos falar mais detalhadamente a posteriori, sendo esta muito importante, que envolve as
fases:
- oral
- anal
- fálica
- latente
- genital

Freud encontra na mente uma divisão entre três elementos:


- o consciente (ego), que se baseia no raciocínio e nas operações lógicas
- o pré-consciente (superego), que envolve as memórias, a interiorização de proibições
sociais que produz angústias, ansiedades e castiga o ego quando este aceita impulsos vindos
do id
- o inconsciente (id), sendo constituído pelos pulsões, desejos e medos recalcados e não
obedece à lógica nem à moral.
Freud tratava dos seus pacientes tentando trazer à consciência o que estava inconsciente.
Daí resultam comportamentos incompreensíveis (fobias, auto-agressão) o que permite
pensar em soluções para a cura. Para termos acesso ao inconsciente ficamos limitados a
processos indiretos como a hipnose, a interpretação dos sonhos, a associação livre, os atos
falhados e a transferência.

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