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Lições de Psicologia 11ª Classe Elaborou e compilou o prof.: António Kahombo +244 923 365 853

INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
 Breve historial

A Psicologia é uma ciência nova que se desenvolveu graças a evolução da


ciência e da técnica, ou então, tecnociência. Segundo vários autores a palavra

“Psicologia” deveu –  se a Golclenius de  Marburgo, professor de Lógica na


Universidade de Marburgo na Alemanha, entre os séculos XVI e XVII; mas só no século
XVIII é que a palavra psicologia se tornou vulgar.

A palavra psicologia vem do grego ´(Psykhé) = alma e ou (Logia


ou logos) = estudo, palavra, razão, tratado ou ciência; etimologicamente é a ciência
da alma. Era neste sentido que se estudava quando fazia parte da Filosofia. Na
mitologia grega, Psykhé é a personificação da alma humana numa jovem
extremamente bela.

A Psicologia era estudada antigamente através da Filosofia. Só no século XIX, isto


é, 1879 é que se tornou ciência independente graças a Wilhelm Wundt (1832  –  1920)
que construiu o primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig na
Alemanha. Para a Psicologia ser considerada uma ciência contou com os seguintes
requisitos:

   Um objecto de estudo concreto e preciso;


   Um sistema de métodos de estudo concretos;


  Um conjunto de conceitos universalmente aceites;
   Um determinado interesse para a vida social.

1  - CONCEITO DE PSICOLOGIA

O conceito de Psicologia sofreu uma evolução no decorrer dos tempos devido a


contribuições de vários estudiosos. Hoje, define  –  se a Psicologia como ciência do
comportamento, dos fenómenos psíquicos (dos homens e dos animais) e da
experiência. Ou ainda, o estudo das sensações, percepções, emoções, pensamentos
e acções do homem.

 Comportamento: é o conjunto de actos com os quais o indivíduo tenta
estabelecer um equilíbrio entre as suas próprias necessidades e as exigências do meio.

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Por outras palavras, segundo John Broadus Watson, comportamento é aquilo que os
indivíduos pensam, dizem e fazem.
   Experiência: é a vivência do indivíduo durante a realização dos seus actos.

2  - CLASSIFICAÇÃO DOS FENÓMENOS NO NOSSO ORGANISMO

No nosso organismo há duas espécies de fenómenos: Psíquicos e Fisiológicos.


São exemplos de fenómenos psíquicos: escutar música, o amor, o gosto pela
leitura, pensar, sentir, imaginar, etc.
São exemplos de fenómenos fisiológicos: as actividades da digestão, da
circulação do sangue, o sistema endócrino, etc.
Cada categoria destes fenómenos exerce influência sobre a outra, como
por exemplo: a cólera acelera a circulação do sangue e a idade muito avançada
diminui a memória.
Os fenómenos psíquicos compõem a nossa vida psíquica. São: espirituais,
subjectivos, complexos, mentais, imensuráveis, imemoráveis, conscientes, imateriais,
ilocalizáveis, inextensos e em mobilidade contínua.
Os fenómenos fisiológicos compõem a nossa vida física. São: materiais,
objectivos, quantitativos,
quantitativos, memoráveis e localizáveis.
Os fenómenos psíquicos apresentam relações com os fenómenos físicos,
fisiológicos e sociais.
Todavia, a sensação produz  –  se só quando um excitante ou estímulo físico (som,
luz, etc) actua sobre os órgãos sensoriais.

3 - Características dos FENÓMENOS PSÍQUICOS


Os fenómenos psíquicos manifestam  –  se pelo comportamento que o indivíduo
toma. A actividade psíquica é ainda influenciada pela situação do homem no meio
social.
Além do pensamento puramente autístico (alheio ao mundo exterior) subjectivo,
o homem possui o pensamento socializado através da linguagem, profissão, meio
social e da época em que o indivíduo vive.
Os fenómenos psíquicos são tanto e tão variados que é forçoso classificá  –  los

para melhor os estudar. Comparando – os entre si e atendendo às características mais


salientes que neles encontramos, podemos dividi – los em três (3) grupos:

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a)   –   Representativos ou cognitivos: que constituem a vida cognitiva ou


intelectual. Exemplo: as sensações, as percepções, os pensamentos, etc. A sua
característica principal é: de representar ao sujeito um objecto ou fenómeno.
b)   –   Afectivos: que formam a vida afectiva. Exemplo: Os sentimentos, as
emoções, o prazer, a dor, a tristeza, a alegria, etc. A sua característica principal é: de
serem agradáveis ou desagradáveis.
c)   –   Activos ou volitivos: que formam a vida activa ou volitiva. Exemplo: A
vontade, a personalidade, etc. A sua característica principal é: de exprimir uma
tendência, um movimento e uma actividade.
Assim, esta divisão dos fenómenos psíquicos é um comodismo de estudo,
porque os três (3) grupos se influem mutuamente por serem três maneiras diversas de
reagir de um mesmo espírito.

4 - Função DOS FENÓMENOS PSÍQUICOS


Para facilitar os estudos e as pesquisas, os psicólogos agruparam os
fenómenos psíquicos nas seguintes categorias:
1.  Processos psíquicos: têm um início, um desenrolar e um fim, visando a
transformação das acções vindas do exterior em imagens psíquicas. Os referidos
processos compreendem as actividades cognitivas, afectivas e volitivas, que
respectivamente correspondem à vida afectiva e à volitiva.
2.  Estados psíquicos: são fenómenos que acompanham geralmente os
processos que servem  –  lhes de fundo. O estado psíquico não é um fenómeno
independente, porque aparece e existe com os processos psíquicos. Exemplo: O
processo de conhecimento vem acompanhado de atenção; os processos afectivos
estão ligados ao espírito tenso; os processos volitivos estão relacionados com a
decisão ou com a hesitação.  
3.  Propriedades psíquicas: são fenómenos que se reflectem geralmente nas
condições e actividades determinadas pelo homem e tornam  –  se características
duráveis e estáveis. As propriedades psíquicas não reflectem directamente as acções
exteriores como os processos psíquicos, mas são o resultado da unificação dos
processos psíquicos e dos estados psíquicos. Exemplo: O carácter sensível, o espírito de

observação, a memória, a inteligência, o patriotismo, a bravura, o amor, etc. A

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percepção repetida várias vezes e consciencializada dentro de um plano de


actividades, conduz o homem ao espírito de observação. 
Portanto, as propriedades psíquicas, os estados psíquicos e os processos psíquicos,
constituem a vida psíquica e têm uma forma unificada (dialéctica).
5 - OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
O objecto da Psicologia constitui o comportamento do homem e dos animais em
situação que passa por processo evolutivo de compreensão. Ou então, a Psicologia é
uma ciência cujo objecto de estudo são os fenómenos psíquicos.
6 - OBJECTIVO DA PSICOLOGIA

A psicologia tem como objectivo: Descrever; Compreender; Explicar; Prever o


comportamento e os processos mentais.

7 - FUNÇÕES GERAIS DA PSIQUE

A psique  é conjunto de todos os fenómenos psíquicos conscientes e inconscientes.


A psique tem uma grande força na vida do homem; pode torná  – lo virtuoso, mas
também pode torná  –  lo doente ou mesmo causar  –  lhe a morte. Isto acontece,
porque a psique tem as seguintes funções:
A De orientar, de guiar, de dirigir os actos do homem. Por  exemplo: Quando
explicamos uma lição durante a aula, a sensação, a atenção e a reflexão servem de
orientação. A vontade, as concepções e as ideias podem desempenhar um papel de
direcção e de regulação dos actos. Assim, sem imagens psíquicas não pode haver 

actos.
B   De impulsionar, de intensificar os nossos actos. Por  exemplo: O amor à pátria
impele o soldado a cumprir, a fazer actos de bravura; o desejo de satisfazer a
necessidade da fome pode levar o homem a andar à chuva ou à noite.
C De regular e de rectificar os actos do homem. Por exemplo: O objectivo que
pretendemos alcançar ajuda – nos a corrigir os nossos erros, a rectificar os nossos actos
para os tornar mais eficazes e úteis.

8 - A PSICOLOGIA DO SENSO COMUM


Todos nós usamos o que poderia ser chamado de Psicologia do senso comum em
nossa luta quotidiana. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio
comportamento e o dos outros. Tentamos predizer  quem fará o quê e quando. E
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muitas vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida. Por 
exemplo, O melhor método para criar filhos, fazer amigos, impressionar as pessoas e
dominar a cólera. Mas como é uma psicologia construída a partir de observações
casuais tem algumas fraquezas críticas!
O tipo de Psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um
conjunto de conhecimentos inexactos por diversas razões:
  O senso comum não proporciona directrizes sadias para a avaliação de
questões complexas: os princípios do senso comum tendem a acumular  – 
 – se ao acaso
e fora do alcance da crítica. As pessoas avaliam sistematicamente suas crenças para
identificar os princípios que permanecem verdadeiros de modo geral e desprezar os
outros. Há de facto provas de que os seres humanos comuns, tendem a passar a vida
buscando apoio para as crenças que já têm e não considerando, ou ignorando, os
dados negativos.

 A ciência proporciona directrizes lógicas para avaliar a evidência e as técnicas


bem racionados para verificar seus princípios: em consequência, os psicólogos
geralmente confiam no método científico para adquirir informações sobre o
comportamento e os processos mentais. Perseguem objectivos científicos, tais como a
descrição e a explicação precisa que conduzem ao acúmulo de um conjunto
integrado e internamente coerente de conhecimentos. Usam procedimentos
científicos, inclusive observação e experimentação sistemáticas para reunir dados que
podem ser observados publicamente tentam obedecer aos princípios científicos.

9 - O NORMAL E O PATOLÓGICO

A Psicologia Especial leva  –  nos a concluir que há indivíduos com


desenvolvimento psíquico normal e outros com o desenvolvimento psíquico anormal
ou patológico. A orientação homeostática, equilibradora, rejeita os desajustes na
pessoa normal.
Alguns exemplos de pessoa normal:
   A pessoa normal não mata o seu filho;
   A pessoa que toma banho de fato não é normal;
  
Não é normal um analfabeto ser professor universitário.
O conceito de normalidade nestes exemplos que usamos obedeceu à lei natural,
à realidade estatística, aos costumes, às normas culturais, etc.
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UNIDADE 1 A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA


1.1 - PRINCIPAIS ESCOLAS ou correntes PSICOLÓGICAS
A partir de 1879, quando a Psicologia se tornou ciência independente com a
montagem do primeiro laboratório de Psicologia experimental, por Wundt, foram
surgindo associações de psicólogos denominadas escolas ou correntes psicológicas.

Em cada uma os psicólogos tinham os mesmos pontos de vista sobre a Psicologia.


Correntes de Psicologia
Corrente Objecto Métodos de População
Autores
investigação estudada
Associacionismo / Estados de Introspecção Observadores Wundt
Estruturalismo consciência controlada treinados
Método Animais e seres
Reflexologia Reflexos Pavlov
experimental humanos
 

Comportamento
Behaviorismo Método Seres humanos Watson
observável do ser 
/comportamentalismo experimental e animais
humano e do animal
Inconsciente;
Estrutura psíquica; Método Pacientes Freud
Psicanálise
Funcionamento Psicanalítico humanos
 

psíquico
- Método
Percepção e Seres humanos Wertheimer 
Gestaltismo / experimental;
pensamento como e primatas Köhler 
Psicologia da Forma - Introspecção
totalidade superiores Koffka
Informal
- Método
Estruturas da clínico; Crianças e Jean Piaget
Construtivismo
inteligência - Observação adolescentes
naturalista

1.1.1 - Síntese das Escolas ou correntes psicológicas


  Associacionismo ou estruturalismo (Estuda os processos da mente ou da
consciência) – Wilhelm Wundt (1832-1920)  –  alemão; 
  Funcionalismo (Estuda o funcionamento dos processos mentais)  – : William James
(1842  –  1910), John Dewey (1859  –  1952) e James Cattel (1860  –  1944)   norte  –  
 – 

americanos. 
  Reflexologia (Estuda os reflexos: inato e aprendido)  –  Ivan Petrovitch Pavlov
(1849-1936)     russo.
russo. 
 – 
 – 

  Behaviorismo (Estuda os estímulos e respostas observáveis do comportamento)  –  


John Broadus Watson (1878-1958)   norte  –  americano.   – 
 – 

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  Gestaltismo (Estuda a visão global das coisas)  –  Max Wertheimer (1880-1943);

Wolfgang Köhler (1887-1964); Kurt Koffka (1886-1941)  norte  –  americano.


 – 

  Construtivismo (Estuda a interacção do sujeito com o meio)  –  Jean William Fritz

Piaget (1896 -1980)   suiço.


suiço. 
 – 

  Psicanálise (Estuda o inconsciente) –  Sigmund Freud (1856-1939)    austríaco.


  – 
 – 

1.2 - RELAÇÃO DA PSICOLOGIA COM OUTRAS CIÊNCIAS

   Psicologia Biológica: Investigação dos mecanismos fisiológicos que estão subjacentes


aos comportamentos e às desordens mentais.
   Psicologia Jurídica ou Forense: Analisa as questões psicológicas relacionadas com a
realização do sistema de direito. Divide  – se em:
  Psicologia Penal: Que estuda as particularidades psíquicas da conduta dos
participantes dum processo penal (psicologia de depoimento das testemunhas,
particularidades da conduta do acusado, exigências psicológicas a interrogação,
etc);
  Psicologia Criminal: Que estuda e cuida dos problemas psicológicos da conduta e
da formação da personalidade do criminoso, dos motivos do crime, etc;
  Psicologia de Trabalho Correccional: que estuda a psicologia do preso numa
colónia de trabalho correccional, problemas psicológicos de educação com os
métodos de convicção e de coação, etc.
   Psicologia Cognitiva: Investigação dos processos mentais como o pensamento, a
memória, a resolução de problemas e a tomada de decisões.
   Psicologia do Desenvolvimento: Investigação dos processos que, se alteram durante o
curso da Vida, na infância, na adolescência e na idade adulta.
   Psicologia Militar: Estuda a conduta do homem no campo de combate, os aspectos
psicológicos das relações entre os chefes e os subalternos, os métodos de propaganda
psicológica, os problemas psicológicos de uso de materiais de guerra, etc.
   Psicologia Educacional ou Pedagógica: Aplicação dos princípios psicológicos à prática
educativa do homem, incluindo métodos de ensino na sala de aula, concepção do
currículo escolar, a formação do raciocínio dos alunos, o ensino das crianças com
desenvolvimento psíquico anormal, a especificidade psicológica do ensino de adultos, etc.
   Psicologia do Desporto: Analisa as particularidades psicológicas do indivíduo e da
actividade dos desportistas, as condições e os métodos da sua preparação
psicológica, os parâmetros psicológicos da preparação e da capacidade do
desportista e os factores psicológicos relacionados com a organização e a realização
das competições.

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   Psicologia Experimental:
Experimental: Investigação dos processos que envolvem a aprendizagem, a
percepção, a motivação, a emoção".
   Psicologia Social: Investigação do comportamento de grupos, da dinâmica de grupos,
das características de um líder.
   Psicologia Clínica ou Médica: Diagnóstico ou investigação das causas e tratamento de

comportamentos desajustados. Este ramo é dividido em:


  Neuropsicologia: Que estuda a correlação entre os fenómenos psíquicos e
estruturas fisiológicas do cérebro;
  Psicofarmacologia: Que estuda a influência das drogas sobre a actividade psíquica
do homem;
  Psicoterapia: Que estuda e utiliza os meios da influência psíquica para tratar os
doentes;
  Psicoprofilaxia e Psicohigiene: Que elaboram sistemas de medidas a fim de
assegurar a saúde psíquica das pessoas.
  Psicologia da Personalidade: Investigação dos factores que tornam cada indivíduo único.

  Psicologia das Organizações ou do trabalho: Investigação dos processos tendentes à
optimização do rendimento no trabalho, motivação e formação dos trabalhadores.
   Psicologia do Comércio: Revela as condições psicológicas da influência da
propaganda, as particularidades individuais, monetárias e outras da procura, os
factores psicológicos da assistência aos clientes, estuda os problemas de psicologia da
moda, etc.

1.3 - PSICOLOGIA APLICADA OU RAMOS DA PSICOLOGIA

A propósito do objecto de estudo da Psicologia, convém sublinhar que


actualmente esta ciência não estuda somente o comportamento. O desenvolvimento
da sociedade e a sua cada vez mais complexidade levam a uma rigorosa
especialização
especialização da Psicologia em várias disciplinas.
A Psicologia hoje representa um sistema constantemente ramificado de
disciplinas científicas que se encontram em diversas fases de formação e que estão
ligados a várias esferas da vida prática. Sempre que pensamos na psicologia temos de
pensar na componente aplicada.
Geralmente a Psicologia Aplicada destaca – se:

  De acordo com a  Actividade Concreta: Psicologia Clínica ou Médica; Psicologia


 Militar; Psicologia Pedagógica; Psicologia Jurídica; Psicologia do Trabalho;
Psicologia Desportiva; Psicologia Comercial, etc;
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  De acordo com o Desenvolvimento Psíquico: Psicologia das Idades ou do


Desenvolvimento, Psicologia Especial, Psicologia Comparada ; Psicologia
Patológica ou Psicopatologia;
  De acordo com as Relações do Homem com a Sociedade: Psicologia social,
Psicologia das Religiões, Psicologia das Massas, Psicologia da Personalidade ou

Diferencial. 
1.4 - OS MÉTODOS EM PSICOLOGIA
A psicologia para conhecer o comportamento humano e os seus processos mentais, teve
de recorrer a vários métodos ou técnicas como por exemplo: Método introspectivo; Método
experimental; Observação; Método clínico; Método psicanalítico.

Método Método psicológico que consiste na observação, descrição e


Introspectivo  analise pelo sujeito dos seus próprios pensamentos, emoções e
experiências pessoais. É uma auto-análise. 
Método Método que procura, de forma rigorosa, sistemática e objectiva,
Experimental   desenvolver uma investigação. 
Observação   Método baseado na observação sistemática dos sujeitos
(observação laboratorial e observação naturalista). 
Método clínico  Método que tem como objectivo estudar de forma qualitativa e
aprofundada um sujeito ou grupo de sujeitos.
Método Método que se baseia numa concepção própria  –  psicanálise  –  
psicanalítico  que visa a exploração do inconsciente.

UNIDADE  II: A PSICOFISIOLOGIA

INTRODUÇÃO
Este capítulo surge no âmbito da disciplina de psicologia e consiste em relacionar o
 sistema nervoso central, o sistema nervoso periférico e o sistema endócrino com o
comportamento humano. O sistema nervoso divide-se em dois grandes grupos, o sistema
nervoso central e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central contém o encéfalo e
a medula espinal. O sistema nervoso periférico, subdivide-se em duas partes, o sistema nervoso
somático e o sistema nervoso autónomo, que este por sua vez divide-se em sistema nervoso
simpático e sistema nervoso parassimpático, como iremos demonstrar.
Assim, Psicofisiologia é o ramo da psicologia experimental que estuda os mecanismos

fisiológicos do comportamento humano e animal.


2.1 - O Sistema Nervoso

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O sistema nervoso é um conjunto de estruturas neurológicas e de órgãos que, constituindo uma


complexa rede de células nervosas, regula todas as actividades do nosso organismo, das mais simples
as mais complexas.

A unidade básica deste sistema é uma célula nervosa chamada neurónio. O neurónio conduz o
impulso nervoso e é composto por dendrites, corpo celular e axónio. As dendrites trazem sempre o
impulso nervoso para o corpo celular, enquanto o axónio leva o impulso para fora do corpo celular.

Existem no nosso organismo diversos tipos de nervos, em que todos eles transportam informações
através do sistema nervoso na forma de impulsos electroquímicos. São três os tipos de nervos: nervos
sensoriais, nervos motores e nervos de conexão. 
Os nervos sensoriais, conduzem mensagens para a medula espinal e para o encéfalo, essas
mensagens são captadas pelos receptores dos órgãos sensoriais.

Os nervos motores, transportam mensagens do encéfalo e da espinal-medula para outras partes


do organismo, activam os músculos do corpo para que se produza a resposta a um estímulo.

Por último, os nervos de conexão transportam mensagens de um nervo para outro realizando
maior parte do trabalho do sistema nervoso, estabelecendo a ligação entre a recepção sensorial e a
resposta motora.
2.1.1 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Qual a sua função? 


O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro, pelo cerebelo e pela medula
espinal. Desempenhando várias funções, dando-nos a possibilidade, entre outras coisas, de
nos mantermos acordados, de pensar, de reflectir e reagir ao ambiente .
2.1.1.1 - MEDULA espinal

A medula espinal nasce no interior do crânio, a nível do bolbo, e desce pelo canal
raquidiano, ao centro da coluna vertebral. Esta contém também os centros nervosos que
supervisionam a respiração, a actividade cardíaca, o estado de vigilância, entre outros. É
constituída por fibras nervosas que têm origem no cérebro e terminam nos órgãos. Estas fibras
nervosas ligam-se na espinal-medula, com o objectivo de permitir que os impulsos nervosos
alcancem o seu destino.
Em suma, pode-se dizer que as funções da medula espinal são a função condutora  
(transportam informação somasensorial para o encéfalo e do encéfalo para os músculos) e a
função coordenadora (comunicação entre encéfalo e o organismo, coordenando as
actividades reflexas).  Arco reflexo, são respostas motoras da medula espinal a estímulos
externos, sendo estes processados sem a intervenção do cérebro.
2.1.1.2 - ENCÉFALO

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Está localizado na caixa craniana, o crânio protege este órgão delicado em caso de
traumatismo. Por sua vez é dividido por três partes: o metencéfalo , o mesencéfalo e o
protencéfalo .
Metencéfalo: É constituído pelo cerebelo e pelo bolbo raquidiano esta encontra-
se ligada à espinal-medula, tendo como estruturas fundamentais o cerebelo e o bolbo

raquidiano .
Qual a função do cerebelo?
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro." O cerebelo fica localizado ao
lado do tronco encefálico. O cerebelo é parecido com o córtex cerebral em alguns aspectos:
é dividido em hemisférios e tem um córtex que rrecobre
ecobre estes hemisférios. A sua função
consiste em supervisionar a coordenação dos movimentos voluntários e manter o equilíbrio do
corpo.
Qual a função do bolbo raquidiano?
Este também é conhecido como medula alongada, O bolbo raquidiano é o ponto de
passagem dos nervos que ligam a medula ao cérebro. Contém grupos de neurónios
especializados no controlo de funções fisiológicas vitais, como o ritmo cardíaco, a respiração,
a pressão arterial, ou funções motoras básicas como engolir. Esta região também influencia o
sono e a tosse.
Mesencéfalo: A sua principal estrutura é o sistema reticular activante. É constituído por 
uma fina rede de nervos que despertam as diversas áreas do cérebro, de modo a executarem
as funções a que estão destinadas.
As suas funções são seleccionar as mensagens a serem analisadas pelo cérebro; alertar o cérebro;
responsável pelo estado de vigília / sono. Responsável pelas situações de atenção / di
distracção.
stracção.

Protencéfalo: É a maior divisão do encéfalo e tem com estruturas o tálamo, o


hipotálamo, o sistema límbico e cérebro (revestido por uma camada fina chamada córtex
cerebral).
Qual a função do tálamo?
O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex cerebral. O
córtex cerebral envia informações motoras para o tálamo que posteriormente são distribuídas
pelo corpo. Tem como funções a integração sensorial e a integração motora.
Qual a função do hipotálamo?

O hipotálamo é composto de várias áreas na base do cérebro. Mas é responsável por 


alguns comportamentos muito importantes para o indivíduo. Uma das funções do hipotálamo
é o controle da temperatura corporal, funcionando como um "termóstato". Assim, se a
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temperatura corporal estiver alta, o hipotálamo faz com que os capilares que passam pela
pele aumentem de diâmetro, permitindo que o esfriamento do sangue. O hipotálamo
também controla a hipófise, que por sua vez controla o sistema endócrino.
As suas funções para além da regulação da temperatura são o controlo das emoções,
fome, sede e ritmos
rit mos biológicos.

Qual a função do sistema límbico?


O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui a amígdala, o hipocampo. Estas
áreas são muito importantes para a emoção e reacções emocionais, também regula o
comportamento emocional e a memória.
Amígdala: Localizada na profundidade de cada lobo temporal anterior, e funciona de
modo íntimo com o hipotálamo. É o centro identificador de perigo.
Hipocampo: A mais ampla estrutura do sistema límbico. Desempenha um papel importante na
memória e na aprendizagem.

2.1.1.3 - LESÕES NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Cerebelo: Lesões nesta área provocam a perda do equilíbrio e de coordenação dos


movimentos.
Bolbo raquidiano: Lesões nesta área podem provocar
pr ovocar a morte, pois controla reflexos vitais
como engolir, tossir, vomitar e espirrar.
Sistema reticular activante: Quando danificado provoca um estado de coma
permanente.
Tálamo: Danos ou lesões no tálamo podem dificultar a memorização de novas
informações tais como números de telefone e rostos novos.
Amígdala: Danos nesta zona provocam diminuição dos comportamentos agressivos e violentos.
Hipocampo : Lesões nesta região incapacitam a formação de novas memórias.

2.2 - CÓRTEX CEREBRAL

A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a camada mais
externa do cérebro. As suas funções são o pensamento, os movimentos voluntários, a
linguagem e a percepção. Este pode ser dividido em duas partes funcionais, as áreas
primárias ou de projecção e as áreas secundárias ou de associação. As áreas primárias
recebem e produzem informação sensorial.
As áreas secundárias coordenam os dados sensoriais e as funções motoras, interpretando
a informação recebida pelas áreas primárias. Está dividido em dois hemisférios: o direito e o
esquerdo.

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Existem em cada hemisfério quatro lobos: 


Lobo temporal - cuja zona superior recebe e processa informação auditiva. As áreas
associativas deste lobo estão envolvidas no reconhecimento, identificação e nomeação dos
objectos.
Lesões: Na área auditiva primária, provoca surdez cortical (incapacidade de ouvir); Na

área secundária provoca agnosia auditiva (incapacidade de atribuir significado aos sons. Em
caso de lesão desta área, resulta a surdez verbal (incapacidade de interpretar o significado
das palavras que ouvem).
Lobo frontal - é o córtex motor primário, associado ao movimento de mãos e da face. As
funções associativas deste lobo estão relacionadas com o planeamento.
Lesões: Na área primária, pode provocar paralisia total ou parcial (incapacidade do
controlo dos movimentos voluntários). Na área secundária ou psicomotora, a lesão leva à
apraxia (incapacidade de seguir uma sequência correcta, de organizar movimentos). Área de
Broca (perto do lobo temporal). Uma lesão nesta zona provoca afasia da Broca
(incapacidade de fazer um discurso coerente. Na área mais acima da Broca, área da escrita
caso afectada provoca agrafia (incapacidade de escrever adequadamente).
Lobo parietal - é o córtex somato - sensorial primário, recebe informação através do
tálamo sobre o toque e a pressão. A nível associativo este lobo é responsável pela reacção a
estímulos complexos.
Lesões: Na área sensorial ou primária, a lesão provoca anestesia cortical (incapacidade
de receber sensações tácteis e térmicas).
térmicas). Na área somato - sensorial secundária, causa
agonias somato - sensoriais ( incapacidade de localizar as sensações no corpo).
Lobo occipital - recebe e processa informação visual. As suas áreas associativas estão
relacionadas com a interpretação do mundo visual e do transporte da experiência visual para
a fala.
Lesões: Na área visual primária provoca cegueira cortical (incapacidade de ver se a
lesão for por toda a área e conforme o lado afectado esquerdo ou direito, perde-se a visão
desse mesmo lado). Na área visual secundária provoca a agnosia visual (incapacidade de
reconhecer e identificar o que se vê). Área visual da palavra escrita, uma lesão provoca
cegueira verbal (incapacidade de ler).

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2.3 - SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O Sistema Nervoso Periférico


Periférico é dividido em duas partes: o sistema nervoso periférico
somático e o sistema nervoso periférico autónomo.
2.3.1 - SISTEMA NERVOSO periférico SOMÁTICO

A divisão somática é responsável pelo controlo da musculatura esquelética e pela


transmissão de informação dos órgãos sensoriais. Engloba vários nervos que se ramificam a
partir do SNC e são sensoriais ou aferentes e motores ou eferentes. Os nervos sensoriais recolhem
da periferia as excitações que conduzem ao SNC, traduzindo-se depois em sensação táctil,
térmica, etc.
São os nervos motores que conduzem do SNC o estímulo que vai fazer contrair os
músculos, segregar as glândulas, etc. Orientando deste modo diversos comportamentos (ex.:
andar, escrever, chorar,...). Os nervos de conexão permitem estabelecer a relação entre nervos
sensitivos e nervos motores.
 

A divisão autónoma (SNA) controla as diversas estruturas viscerais responsáveis pelos


processos vitais básicos, como o coração, os vasos sanguíneos, o sistema digestivo, os órgãos
sexuais, entre outros e funciona de modo automático. O sistema nervoso autónomo compõe -
se em duas divisões, as quais estimulam vários órgãos e glândulas: a divisão simpática e a
parassimpática.

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Divisão simpática: A divisão simpática é m


mais
ais activa e actua quando são necessárias
mais energias, isto é, poderá acelerar o ritmo cardíaco, aumentar o nível de glicose no sangue
ou inibir a digestão.
Divisão parassimpática: A divisão parassimpática actua em situações como abaixamento
da tensão arterial, diminuição do ritmo cardíaco, em situações inibitórias.
2.4 - SISTEMA ENDÓCRINO
Tem um papel fundamental no comportamento, interagindo com o sistema nervoso.
Enquanto o sistema nervoso envia mensagens para todo o corpo através de sinais eléctricos, as
glândulas endócrinas utilizam as hormonas que lançam directamente no fluxo sanguíneo. Estes
mensageiros químicos são conduzidos pelo sangue ás mais diversas partes do corpo.
Existe uma troca de informação, uma acção concertada entre o sistema endócrino e o
sistema nervoso autónomo, que interactuam funcionando de uma forma integrada, sob a
influência do hipotálamo. O sistema endócrino afecta o crescimento, a sexualidade, a
emotividade.

2.4.1 - GLÂNDULAS ENDÓCRINAS E SUAS FUNÇÕES

HIPÓFISE:
Encontra-se situada na base do cérebro. Constituída por dois lóbulos. A hipófise actua em
ligação com o hipotálamo na regulação das concentrações de grande parte das hormonas. É
considerada “glândula mestra”, “o cérebro endócrino”, porque, através das estimulinas,
produzidas pelo lóbulo anterior, controla a actividade da tiróide, das supra-renais, dos testículos
e dos ovários, segrega a vosopressina, a ocitocina e a somatotrópica.
O hipotálamo e a hipófise constituem um sistema coordenado que, através da variedade
dos seus dispositivos de regulação, assegura comportamentos indispensáveis à vida: a fome, a
sede, a temperatura a actividade sexual e a reprodução.
PÂNCREAS: A insulina e o glucogénio são as hormonas produzidas pelo pâncreas que interfere
ao nível da taxa de açúcar no sangue, baixando-o a disfunção desta glândula provoca
diabetes.
TIRÓIDE: Encontra-se localizada à frente da parte superior da traqueia. Uma das hormonas
produzidas pela tiróide é a tiroxina, que regulariza o metabolismo celular, interagido com
sistema nervoso simpático e com outras glândulas.  Uma carência de tiroxina pode provocar nas
crianças, o cretinismo, caracterizado por um crescimento raquítico e um atraso mental. O

hipofuncionamento da tiróide pode provocar nos adultos aumento de peso, letargia e


sensação permanente de fadiga. As pessoas que segregam grandes quantidades de tiroxina
apresentam sintomas de hiperexcitabilidade, irritabilidade, insónias e perda de peso. 
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SUPRA-RENAIS: Estão localizadas na parte superior dos rins e segrega, entre outras, a adrenalina
e a noradrenalina. Esta última aumenta a ttensão
ensão arterial e age como um neurotransmissor no
sistema nervoso, Em situações de stress ou de perigo, a adrenalina lançada no sangue mobiliza
as energias, produzindo efeitos semelhantes aos do sistema nervoso simpático: a tensão arterial
sobe, modifica-se a distribuição do sangue, aumenta a tensão nos músculos. A energia

necessária é suprida pela glicose libertada pelo fígado, as glândulas supra-renais


desempenham um importante papel quando experimentamos a sensação de medo,
ansiedade e angústia. 
2.4.2 - GLÂNDULAS SEXUAIS

Desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e no comportamento


humanos. Na mulher são os ovários que produzem a progesterona e os estrogénios. No homem
são os testículos que produzem a testosterona.
É no decurso da puberdade que as glândulas sexuais desencadeiam grandes
transformações.

A testosterona favorece o crescimento muscular e ósseo, bem como o desenvolvimento


dos caracteres sexuais primários, traços físicos que distinguem os sexos, é directamente
responsável pela reprodução, concretamente a produção dos espermatozóides pelos
testículos. Ao mesmo tempo ocorre o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários.

UNIDADE III: A GENÉTICA

A Genética é a ciência
ciênci a que estuda os mecanismos da hereditariedade.

A hereditariedade é a transferência da informação cromossomática dos pais para os filhos


ao longo das gerações.

3.1 - A HEREDITARIEDADE RACIAL

Processo pelo qual ascendentes de uma determinada


determinada raça não podem gerar descendentes de outra raça -
tem sido questionada pelo facto de ser questionada a própria noção de raça (isto no caso de seres humanos).

 
   Genotipo  –  É o conjunto de genes, que compõem um organismo, herdados dos
progenitores. No caso de organismos diplóides, pelo processo de meiose, metade dos genes
pertencem ao pai e a outra metade à mãe.
   Fenotipo  –  É a manifestação externa do genotipo, isto é o conjunto dos caracteres

observáveis do indivíduo. É o resultado da interacção do genotipo com o meio ambiente. O


meio ambiente de um gene á constituído pelo conjunto dos outros genes, pelo citoplasma
celular e pelo meio externo onde se desenvolve
d esenvolve o indivíduo. 
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3.3 - DIFERENÇAS ENTRE O PSIQUISMO DO HOMEM E DO ANIMAL

O psiquismo humano distingue – se do psiquismo animal pelo seguinte:


I.  Comunicação: só o homem possui a linguagem que pode informar outras pessoas
sobre o passado, o presente e o futuro, transmitindo  – lhes a sua experiência social; 
II.  Pensamento: só o homem tem pensamento abstracto ou conceptual; 
III.  Utilização de instrumentos
instrumentos:: o homem cria e conserva os seus instrumentos, segundo as
suas necessidades, modifica e adapta instrumentos usados pelos outros e transmite os
seus a outras pessoas;
IV.  Transmissão de experiências: só o homem é capaz de se apropriar da experiência
social que o vai influenciar em toda a sua vida, desde o momento do nascimento;  
V.  Sentimentos: só o homem é capaz de experimentar sentimentos, como sofrer uma
dor, experimentar a alegria, amar a pátria, etc.  
3.4 - O TEMPERAMENTO
É a maneira de ser, de sentir
s entir e de reagir sob a dependência do organismo.
Em primeiro lugar, o temperamento manifesta – se, pela impossibilidade, quer 

dizer, pela intensidade e persistência do efeito que uma impressão exerce no ser humano.
Conforme as características do temperamento, a impossibilidade é mais acentuada nuns do
que noutros. Uns são sensíveis outros insensíveis, outros duros ou impassíveis.
Em segundo lugar, o temperamento manifesta  –  se pela impossibilidade, quer dizer,
pela força (resposta) que o organismo dá à excitação ou impressão.
Todavia, o temperamento manifesta na excitabilidade emocional, na força da
excitação emocional e na velocidade com que se apodera da personalidade, bem como na
constância ou persistência com que é retida.

3.4.1 - TIPOS DE TEMPERAMENTO


A neurodinâmica está em relação com o sistema endócrino. A base fisiológica do
temperamento é a correlação neurodinâmica entre o córtex cerebral e o tronco do cérebro.
Assim, temos: o temperamento colérico, o sanguíneo, o melancólico e o fleumático. O que
determina cada um deles é a diferente proporção de impressionabilidade e de impulsividade:
  O colérico: caracteriza  –  se por uma grande impressionabilidade e por uma
grande impulsividade (generoso, cordial, cheio de acção, orador e
impetuoso);  
  O sanguíneo: caracteriza  –  se por uma fraca impressionabilidade e uma
grande impulsividade (comunicativo, oportunista, espirituoso, irónico, sabe
manejar os homens, revela – se hábil diplomata); 

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  O melancólico: caracteriza  –  se por uma grande impressionabilidade e uma


débil impulsividade (de aspecto geralmente triste, mais passivo do que activo,
desconfiado, capaz no entanto de profundas especulações);  
  O fleumático: caracteriza –  se por uma fraca impressionabilidade e uma fraca
impulsividade (homem de hábito, constante no humor, não dado a afeiçoes
de qualquer espécie, paciente, tenaz e cumpridor da lei).  
Portanto, não existe temperamento puro nos indivíduos. O temperamento
está relacionado com o psiquismo inferior. O psiquismo inferior é o complexo de
fenómenos psíquicos comuns ao homem e ao animal, tais como: as sensações, os
instintos, os apetites, etc.

UNIDADE IV: A PERSONALIDADE

Personalidade deriva do latim - persona - que significava máscara, ou seja aquilo


que queremos parecer aos outros.

Definição: Na Psicologia a Personalidade é uma organização dos vários sistemas


físicos, fisiológicos, psíquicos e morais que se interligam, determinando o modo como o
indivíduo se ajusta ao ambiente em que vive.

Para o Espiritismo a personalidade está na Alma da pessoa.

A personalidade vai se fazendo ao longo do tempo, desde o nascimento até a


idade adulta, porém, devido à interacção com o meio em que vivemos e à intenção
inata de nos comportarmos como os outros desejariam que fôssemos, esse
desenvolvimento poderá não levar a pessoa à auto-realização, no sentido de seu Eu
real, mas em outras direcções menos saudáveis para o bem estar do indivíduo, tais
como: a do Eu - orgulhoso, a do Eu - coitadinho ou a do Eu - fatalista.

Para uma criança se desenvolver normalmente ela tem que se sentir aceite da
forma que é. Ela pode ser corrigida e castigada se for preciso, mas deve se sentir 
aceite apesar disso, de modo a não afectar o conceito que tem de si mesma. A

corrigenda e o castigo devem ser impessoais, sem ofensas à criança. Use mais a
palavra Eu do que a palavra Você. Diga "Eu não quero" mas nunca "Você é um burro".

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O importante não é se estamos aplicando o castigo justo mas a nossa


generosidade na sua aplicação. Caso contrário, se a criança se sentir rejeitada,
poderá construir, quando mais crescida, um novo conceito distorcido de si mesma,
onde tenta criar uma falsa ideia de superioridade, entendendo por exemplo que a
agressividade passa a ser força, a indiferença passa a ser sabedoria e onde a piedade
é vista como algo inferior. O Eu - submisso se transformaria falsamente, nestas
circunstâncias, em perfeição cristã e santidade.

As aspirações normais nascem do desenvolvimento da auto-realização


harmoniosa e não da necessidade de realizar um Eu - idealizado. As atitudes que a
criança desenvolve no Lar tornam-se seus futuros comportamentos mais tarde como
adulto.

O traço de personalidade é uma característica constante do indivíduo em


situações variadas. Jung propôs dois agrupamentos de traços que compreendem em
si todas as características pessoais, a Introversão e a Extroversão. A extroversão
consiste na tendência de focalizar o interesse no mundo exterior, vivendo mais no
presente, dando mais valor às pessoas e ao êxito social, sendo mais práticas. A
Introversão consiste em concentrar interesse nos pensamentos e ideias próprias,
visualizando mais o futuro, sendo mais intuitiva.

Alguns conflitos neuróticos convertem grande parte da angústia em acção física


no corpo da pessoa. Dizemos que houve somatização e a tensão conflituosa pode
afectar várias partes do corpo. Se a região límbica for a atingida passarão a ocorrer 
emoções de medo, de angústia e de depressão. Se atingir o hipotálamo e hipófise
surgirão distúrbios da tiróide alterando o desgaste celular, a pressão arterial e a taxa
de açúcar no sangue. Se o diencéfalo for atingido haverá perturbações na
circulação, palpitações,
palpitações, hiperacidez no trato digestivo, cólicas hepáticas, falta de ar e
inibição da actividade sexual.

Se a pessoa se fixasse demais em suas deficiências, conflitos e frustrações perderia sua auto-
estima, desintegrando sua personalidade. É preciso se ajustar através de mecanismos de
defesa.

4.1 - MECANISMOS DE DEFESA PROPOSTOS POR FREUD

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→ Repressão : impulsos perturbadores, inaceitáveis ou desagradáveis são enviados para o


inconsciente (Exemplo: Uma mulher barbaramente agredida que cria uma amnésia parcial,
 sendo incapaz
incap az de recordar momento ); 
record ar o momento);
→ Regressão: o indivíduo vai comportar-se ao nível de um estádio anterior (Exemplo: A o ver 
uma aranha no chão, a D. Gilda vai começar aos gritos e subir para uma cadeira  –  tem

fobia a aranhas; quando confrontado com um erro do funcionário o patrão em vez de


chamar o referido funcionário à atenção vai gritar com ele  –  reacção que uma criança
pode adoptar quando se zanga com as pessoas, animais ou objectos);
objectos);
→ Negação: recusa em aceitar ou reconhecer uma realidade que lhe causa ansiedade
(Exemplo: O estudante que apesar de não ter sido aceite à Universidade, frequenta as aulas
assiduamente; ou estudante que se recusa em admitir que chumbou);  
→ Projecção : atribuem-se aos outros os nossos sentimentos indesejáveis (Exemplo:  Afirmar 
que o vizinho é um indivíduo invejoso, quando de facto ele é que sente inveja do outro
porque é um homem, aparentemente, bem sucedido no trabalho, financeiramente, em
termos afectivos, etc);
→ Sublimação: substituição de impulsos indesejáveis ou inaceitáveis por outros
comportamentos aceitáveis (Exemplo: Um indivíduo altamente agressivo torna-se soldado);
→ Formação reactiva: muito usual em indivíduos com neurose obsessiva, este mecanismo de
defesa vai transformar no contrário os impulsos indesejáveis como reacção ao desejo
recalcado, por exemplo, as tendências exibicionistas vão ser substituídas por um pudor 
exagerado.
A formação reactiva pode ser muito localizada e manifestar-se por um comportamento
peculiar, ou generalizada ao ponto de constituir traços de carácter mais ou menos
integrados no conjunto da personalidade. Do ponto de vista clínico, estas assumem um valor 
sintomático no que dado o que têm de rígido, forçado e compulsivo, pelos seus fracassos
acidentais e pelo facto de, por vezes, levarem directamente a um resultado oposto ao que
é conscientemente desejado.
Os mecanismos de defesa são estratégi
estratégias
as inconscientes que a pessoa utiliza
utiliza para
ocultar de si mesma e dos outros a fonte de ansiedade. A ansiedade é um sinal de aviso
para o Ego. Esta pode ser originada em medos reais ( Exemplo:  quando por distracção quase
q uase
 somos atropelados
atrop elados ou quando
q uando face
fa ce a face
fac e com uma cobra atac ar, etc.)
c obra venenosa prestes a atacar,
ou pode ser uma ansiedade neurótica (em que impulsos irracionais, oriundos do Id,
ameaçam concretizar-se e tornarem-se incontroláveis –   Exemplo:  claustrofobia, fobia (medo
intenso e irracional) a espaços fechados, tais como elevadores; agorafobia, fobia aos

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espaços abertos em que se juntam muitas pessoas, por exemplo, estádios de futebol,
concertos rock, etc.
   Comportamento patológico: uso exagerado dos mecanismos de defesa.

Os factores que influem na formação e desenvolvimento da personalidade são:


a família, a escola, a sociedade em geral, a amizade, a solidão, etc.

Assim, o que mais tem impacto na personalidade das pessoas é o que elas
passam na infância... Geralmente traumas na infância fazem as pessoas se tornarem
assassinas, estupradoras, killer's ou até suicidas.

4.3 - TEORIAS SOBRE A PERSONALIDADE


Existem várias correntes teóricas que preconizam o que é a Personalidade e

que genericamente são designadas de Teorias da Personalidade. Cada grande


teórico isolou e esclareceu aspectos peculiares da natureza humana. De referir que:
 Cada um está essencialmente correcto na área que examinou;
 O erro só se dá quando afirma que a sua área é a melhor e a única resposta
abrangente.
4.3.1 -O PARADIGMA PSICOSSEXUAL DE SIGMUND FREUD

As relações pais  –  filhos são determinantes na construção da personalidade.


Segundo Freud o desenvolvimento da personalidade faz-se por fases ou etapas: Oral,
Anal, Fálica, Latência, Genital. Portanto, ressalte  –  se que a realidade psíquica pode

não ser igual ao real.


O inconsciente é uma parte da personalidade da qual a pessoa não está
consciente e que é um potencial determinante do seu comportamento:
  As pessoas apenas têm consciência de uma pequena parte de sua vida
mental;
  Alguns conteúdos ficam no Pré-consciente, podendo ser facilmente
recuperados.

O inconsciente contém: pulsões, pressões e forças para acção.


4.3.1.1 - ESTRUTURA DE PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD

  Id: instintos; opera de acordo com o princípio do prazer “quero o que quero, quando
quero.” 

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  Ego: emerge nas crianças em desenvolvimento quando: identificam necessidades e


desejos próprios. O Ego evolui para lidar com o mundo  –   localiza “objectos” para satisfazer 
o Id. É controlado e lógico. Actua como mediador entre Id e Super-Ego.
  Super-Ego: influencia o Ego para atender a objectivos morais e forçar o Id a inibir 
“impulsos  animais.”


 Sonhos: são desejos do Id disfarçados.
4.3.2 - TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERIK ERIKSON

Erikson defende que existem 8 etapas de vida a que chama crises, as oito idades do ciclo de vida:

   Primeira idade: Bebé (do nascimento aos 18 meses).


   Segunda idade: Criança em tenra idade (dos 18 meses, idade do berçário, aos 3 anos).  
   Terceira idade: Criança em idade pré – escolar (dos 3 anos aos 6 anos). 
   Quarta idade: Criança em idade escolar (dos 6 aos 12 anos de idade). 
   Quinta idade: Adolescente (dos 12 aos 20 anos de idade). 
Adolescente
   Sexta idade: Jovem adulto (dos 20 aos 35 anos de idade). 
   Sétima idade: Adulto (dos 35 aos 65 anos de idade). 
   Oitava idade: Idoso (dos 65 anos em diante). 

Em cada etapa o sujeito confronta-se, e de preferência supera, novos desafios ou conflitos.


Cada etapa do desenvolvimento da criança é importante e deve ser bem resolvida para que a
próxima etapa possa ser superada sem problemas.

4.3.3 - TEORIA DE APRENDIZAGEM SOCIAL DE BANDURA  

É um dos autores associado ao Cognitivismo-Social, uma teoria da


aprendizagem baseada na ideia de que as pessoas aprendem através da

observação dos outros e que os processos do pensamento humano são centrais para
se compreender a personalidade:

 As pessoas aprendem pela observação dos outros; a aprendizagem é um


processo interno que pode ou não alterar o comportamento; as pessoas
comportam-se de determinadas maneiras para atingir os seus objectivos; o
comportamento é auto-dirigido (por oposição ou determinado pelo ambiente); o
 reforço e a punição têm efeitos indirectos e impredizíveis tanto no comportamento
como na aprendizagem; os adultos (pais, educadores, professores) têm um papel

importante como modelos no processo de aprendizagem da criança.

TEORIA DA AUTO – REALIZAÇÃO DE ABRAHAM MASLOW

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Psicólogo norte  –  americano, encara o desenvolvimento da Personalidade


baseado na motivação a qual pode ser hierarquizada:
Necessidades fisiológicas: a sede é uma necessidade mais forte que a fome;
mas menos do que respirar; já o sexo é a necessidade menos forte das atrás referidas
(ar, água, comida, sexo). O Oxigénio, água, proteínas, sal, açúcar, cálcio e outros
minerais e vitaminas. Também se inclui aqui a necessidade de manter o equilíbrio
do PH (demasiado ácido ou básico pode matar) e de temperatura (mais ou menos,
36.7 ºC). Outras necessidades incluídas aqui são as que se dirigem a manter-nos
activos, a dormir, a descansar, a eliminar desperdícios (CO2, suor, urina e fezes), a
evitar a dor e a ter sexo.
Necessidades de segurança e tranquilização: quando as necessidades
fisiológicas se mantêm compensadas, entram em jogo estas necessidades.
Começamos a preocupar-nos com questões que providenciem segurança,

protecção e estabilidade. Pode-se mesmo desenvolver uma necessidade de


estrutura, de certos limites, de ordem. Vendo-o, pela negativa, poder-nos-íamos
começar a preocupar com necessidades como a fome e a sede, ou então como
os medos e ansiedades.
No adulto médio, este grupo de necessidades remete para a urgência de ir 
para casa, ou para um lugar seguro, estabilidade ao nível do trabalho, um bom
plano de férias, e um bom seguro de vida, entre outras.
Necessidades de amor e pertença: quando as outras necessidades fisiológicas e
de segurança e tranquilização, se completam, iniciam-se estas necessidades que
remetem para a necessidade de afecto (amizade, casal, crianças e relações
afectivas, em geral), incluindo a sensação geral de pertencer a uma comunidade.
Pela negativa, tornamo-nos exageradamente susceptíveis à solidão e às
ansiedades sociais. Na nossa vida quotidiana exibimos estas necessidades através
do desejo de união (matrimónio), de ter uma família, de fazer-mos parte da
comunidade, ser membros de uma igreja, de uma irmandade, fazer parte de um
grupo ou clube social. É igualmente o que procuramos quando elegemos uma
carreira.

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Necessidades de estima: Uma vez satisfeitas as necessidades anteriores,


começamos a preocupar-nos com algo relacionado com a auto-estima. Maslow
descreveu duas versões de necessidades de estima: uma elevada, outra baixa.
A baixa necessidade de estima é em relação aos outros, a necessidade de
estatuto, fama, glória, reconhecimento, atenção, reputação, apreciação,
dignidade e inclusive domínio. A alta necessidade de estima relaciona-se com a
necessidade de respeito por si mesmo, incluindo sentimentos tais como confiança,
competência, erros, mestria, independência e liberdade. Observe-se que esta é
uma forma “elevada” porque diferencia o respei to que temos para com os outros
do respeito que temos para connosco. E este é mais difícil de se perder!
A versão negativa destas necessidades é uma baixa auto-estima, e complexos
de inferioridade. Maslow estava convicto que Adler tinha descoberto algo
importante quando propôs que esta estava na raiz de muitos dos nossos problemas

psicológicos.
Nos países modernos a maioria de nós tem o que necessita no que respeita às
necessidades fisiológicas e de segurança. Por sorte, quase sempre temos um pouco
de amor e de pertença, no entanto, isso é, na realidade, extremamente difícil de se
alcançar.
Maslow chama a estes quatro níveis anteriores as necessidades de défice ou
Necessidades D. Se não temos algo em demasia (então temos um défice), sentimos
necessidade. No entanto, se alcançamos tudo o que necessitamos já não sentimos
nada! Isto é, deixam de ser motivantes.
Este autor fala igualmente destes níveis, em termos de homeostasia, a constitui
o princípio através do qual o nosso termóstato funciona de forma equilibrada:
quando está muito frio, liga-se o aquecimento, quando está muito calor, desliga-se
o aquecimento. Da mesma forma, nosso corpo, quando falta alguma substância
desenvolve-se uma forte vontade da referida substância. O que Maslow faz é
apenas alargar o princípio de homeostasia às necessidades, tais como a
segurança, pertença e estima.
Maslow considera todas estas necessidades como essencialmente vitais.

Inclusive, o amor e a estima, são necessárias para a manutenção da saúde. Afirma

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que todas estas necessidades estão construídas geneticamente em todos nós,


como os instintos. Assim, chama-lhes necessidades “instintivoídes” (quase instintivas). 
Em termos de desenvolvimento geral, movemo-nos através destes níveis como
se de estádios se tratasse. Quando recém-nascidos o nosso foco (ou o nosso quase
completo complexo de necessidades) situa-se ao nível fisiológico. Imediatamente
começamos a reconhecer que necessitamos sentir-nos seguros. Pouco tempo
depois, procuramos a atenção e o afecto. Um pouco mais tarde, procuramos a
auto-estima. E, imagine-se, isto ocorre logo nos primeiros anos de vida!
Sob condições de stress ou quando a nossa sobrevivência se encontra
ameaçada, podemos “regressar” a um nível de necessidade menor. Quando o
nosso grande esforço falhou, pode-se procurar um pouco de atenção. Quando a
nossa família nos abandona, parece que a partir daí a única coisa de que
necessitamos é amor.

Necessidades de auto-realização: De referir uma pequena variação na Teoria


de Maslow que talvez possa ajudar a perceber um pouco melhor o ser humano. Se
formos privados das nossas necessidades físicas básicas, se estamos a viver abaixo
das circunstâncias amenizantes, se estamos alheados dos demais ou, se não temos
confiança nas nossas capacidades, podemos continuar a sobreviver, no entanto,
não vivendo. Não estaremos a actualizar completamente as nossas potencialidades
e inclusive seremos muito bem capazes de perceber que existem pessoas que se
actualizam apesar da privação.
Se considerarmos as necessidades de défice separadas das de actualização e
se falamos de uma auto-actualização completa em vez de auto-actualização
como uma categoria separada de necessidades, a teoria de Maslow entrelaça-se
com outras teorias e aquelas pessoas excepcionais que conseguem alcançar o
êxito no meio da adversidade podem então ser considerados como heróis em vez
de excepções ou raridades.

UNIDADE V: A INTELIGÊNCIA
A inteligência pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver 
problemas, abstrair ideias, compreender ideias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas
geralmente percebam o conceito de inteligência sob um escopo muito maior, na Psicologia, o estudo

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da inteligência geralmente entende que este conceito não compreende a criatividade, o carácter 
carácter ou
ou
a sabedoria. Conforme a definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da
personalidade.  
personalidade.

5.1 - INFLUÊNCIA DO MEIO E DA HEREDITARIEDADE NA INTELIGÊNCIA

Parece claro que a hereditariedade e o meio influenciam a inteligência de modo


significativo. Contudo, não há unanimidade quanto ao peso relativo de cada um dos
factores. Muitos psicólogos consideram que faz mais sentido procurar compreender como a
hereditariedade e o meio interagem na determinação da inteligência do que tentar decidir 
qual dos dois factores é mais importante.

Normalmente impõe-se a convicção de que a hereditariedade estabelece certos limites


intelectuais ao determinar o potencial genético de um ser, mas dentro desses limites não
existem fronteiras fixas. Assim, afasta-se a ideia de uma inteligência genética (inata),
concepção que facilmente conduz à doutrina de que há indivíduos geneticamente superiores
a outros, justificando erradamente a hierarquização social em bases biológicas.

Deste modo, defende-se um condicionamento multifactorial da inteligência, quer por 


parte da a influência genética como por parte dos factores ambientais, culturais e educativos
a que o ser está permanentemente sujeito.

5.2  – TIPOS DE INTELIGÊNCIA

Estabelecidos os critérios acima, foram identificadas as seguintes inteligências:

1 - Lógico-matemática - a capacidade de confrontar e avaliar objectos e abstracções,


discernindo as suas relações e princípios subjacentes. Possuem esta característica
matemáticos, cientistas e filósofos como Stanislaw Ulam, 
Ulam,  Alfred North Whitehead,
Whitehead,   Henri
Poincaré, Albert Einstein, Marie Curie, entre outros;

2 - Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras
como   T. S.
e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas, escritores, e linguistas, como
Eliot, Noam Chomsky, e W. H. Auden; 

3 - Musical - identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais,


musicais,  
executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas também escutando-os e
discernindo-os. Pode estar associada a outras inteligências, como a linguística, espacial ou

corporal-cinestésica. É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de música


exemplo, Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane; 
como por exemplo, 

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4 - Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão,


permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem
estímulos físicos. É predominante em arquitectos, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores
exemplo   Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov,
e jogadores de xadrez, como por exemplo Kasparov,  
Louise Nevelson, Helen Frankenthaler;
Frankenthaler;  

5 - Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar 


movimentos do corpo. É predominante entre actores e aqueles que praticam a dança ou os
exemplo  Marcel Marceau, Martha Graham, Michael Jordan, Pelé; 
desportos, como por exemplo

6 - Intrapessoal - expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvida em


exemplo, Sigmund Freud; 
escritores, psicoterapeutas e conselheiros, como por exemplo,  Freud; 

7 - Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos


dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos,
políticos,   religiosos e professores, como por 

exemplo:  Mahatma Gandhi; 
exemplo: Gandhi; 
8 - Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objectos,
fenómenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais,
incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio ambiente e seus
componentes. É característica de paisagistas, arquitectos e mateiros, por exemplo. São
exemplos deste tipo de inteligência Charles Darwin, Rachel Carson, John James Audubon; 
Audubon; 

9 - Existencial - investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências.


Abrange a capacidade de reflectir e ponderar sobre questões fundamentais da existência.

exemplo  Jean-
Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos como por exemplo 
Paul Sartre, 
Sartre,  Sorën Kierkegaard,
Kierkegaard,   Maya Angelou,  Paul Erdös, 
Erdös,  Frida Kahlo, Alvin Ailey,
Ailey,   Margaret
Mead, Dalai Lama, Charles Darwin ou Joni Mitchell. 

5.3 - Quociente de inteligência

Quociente de inteligência (abreviado para QI, de uso geral) é uma medida obtida por 
meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) de um
sujeito, em comparação ao seu grupo etário. A medida do QI é normalizada para que o seu
valor médio seja de 100.

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5.3.1 - História sobre o QI

Os testes de inteligência surgiram na China, no século V, e começaram a ser usados


cientificamente na França, no século XX. Em 1905, Alfred Binet e o seu colega Theodore Simon
criaram a Escala de Binet-Simon, usada para identificar estudantes
identificar  estudantes que pudessem precisar de
ajuda extra na sua aprendizagem escolar. Os autores da escala assumiram que os baixos
resultados nos testes indicavam uma necessidade
neces sidade para uma maior intervenção dos professores
no ensino destes alunos e não necessariamente que estes tivessem inabilidade de
aprendizagem. Esta opinião ainda é defendida por alguns autores modernos que não são da
área psicométrica. No seu artigo New Methods for the Diagnosis of the Intellectual Level of 
Subnormals Binet relata:

Em 1912,
1912,   Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de inteligência) para representar o nível
mental, e introduziu os termos "idade mental" e "idade cronológica"
cronológica".. Stern propôs que o QI fosse
determinado pela divisão da idade mental pela idade cronológica. Assim uma criança com idade
cronológica de 10 anos e nível mental
men tal de 8 anos teria QI 0,8, porque 8 / 10 = 0,8.

Em 1916, Lewis Madison Terman propôs multiplicar o QI por 100, a fim de eliminar a parte
decimal: QI = 100 x IM / IC, em que IM = idade mental e IC = idade cronológica. Com esta
fórmula, a criança do exemplo acima teria QI 80.

A classificação proposta por Lewis Terman era a seguinte:

   QI acima de 140: Genialidade


   121 - 140: Inteligência muito acima da média
   110 - 120: Inteligência acima da média

  90 - 109: Inteligência normal (ou média)
   80 - 89: Embotamento
   70 - 79: Limítrofe
   50 - 69: Cretino

 Sendo assim, a fórmula exacta do QI era:

A classificação, originalmente proposta por Davis Wechsler era a seguinte:

  
QI acima de 127: Superdotação
   121 - 127: Inteligência superio
superiorr
   111 - 120: Inteligência acima da média

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   91 - 110: Inteligência média


   81 - 90: Embotamento ligeiro
   66 - 80: Limítrofe
   51 - 65: Debilidade ligeira
   36 - 50: Debilidade moderada


  20 - 35: Debilidade severa
  QI abaixo de 20: Debilidade profunda

Outro teste de Q.I. comummente utilizado em crianças é a Escala de Bailey de


desenvolvimento infantil. 
infantil. 

5.3.2 - SAÚDE E Q.I.

Acredita-se que pessoas com um Q.I. elevado têm menores índices de morbilidade e mortalidade,
mortalidade,  

quando adultas. Também apresentam menos risco de sofrerem de desordens relacionadas ao stress

pós-traumático, depressão acentuada e esquizofrenia. Por outro lado, aumenta o risco de

padecimento de transtorno obsessivo - compulsivo. Existe uma grande possibilidade dessa correlação

existir pelo facto de que pessoas com um Q.I. mais alto têm em média indicadores socioeconómicos

maiores, possibilitando um acesso melhor à saúde e informação.


informação.  

UNIDADE VI: A MEMÓRIA

O que nos faz lembrar de uma detalhada história ocorrida no passado? Como deixamos
fluir naturalmente as frases complicadas de longas canções? Por que nunca nos esquecemos
de como se dirige um automóvel?

Nestes exemplos, a memória surge como um processo de retenção de informações no


qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando as chamamos. É uma função
cerebral superior relacionada ao processo de retenção de informações obtidas em
experiências vividas. O termo memória tem sua origem etimológica no latim e significa a
faculdade de reter e /ou readquirir ideias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos
anteriormente reportando-se às lembranças, reminiscências.

A memória é uma faculdade cognitiva extremamente


extremamente importante porque ela forma a
base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de
representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência.

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Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a


recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é
a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram
armazenadas na memória; em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos
conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos.

Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando


envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades intelectuais e
mecânicas. Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso conhecimento,
habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no presente e
prevermos o futuro.

6.1 - TIPOS E CARACTERÍSTICAS DA MEMÓRIA

Pense na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns amigos versus


aprender a andar de bicicleta. As diversas coisas que aprendemos e lembramos não são
processadas sempre pelo mesmo mecanismo neural.

Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão:

Memória operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como no momento


da evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos
temporariamente informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e a
resolução de problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas
logo a seguir.

Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos ou minutos,
enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em nossa memória
operacional, por exemplo, o local onde estacionamos
es tacionamos o automóvel, uma informação que será
necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta forma de memória é sustentada
pela actividade eléctrica de neurónios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao
córtex motor). Esses neurónios interagem com outros, através do córtex entorrinal, inclusive do
hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação.

Memória declarativa - (ou explícita) é a memória para factos e eventos, por exemplo,

lembrança de datas, fatos históricos, números


números de telefone, etc. Reúne tudo o que podemo
podemoss
evocar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Subcaracterizada em:

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  Episódica: quando envolve eventos datados, isto é, relacionados ao tempo.


Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de
Setembro de 2001 nos EUA.
   Semântica: Abrange a memória do significado das palavras (do latim
"significado"). É a co-participação partilhada do significado de uma palavra que possibilita às

pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve
conceitos atemporais. Usamos este tipo de memória ao aprender que Einstein criou a teoria
da relatividade, ou que a capital da Itália é Roma.

Memória não - declarativa (ou implícita) - Se difere da explícita (declarativa) porque


não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por 
exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata,
etc. Pode ser de quatro (4) subtipos:

  Memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (ou memória de representação

perceptual) - que corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que


ele significa. Um objecto, por exemplo, pode ser retido nesse tipo de memória implícita antes
que saibamos o que é, para que serve, etc. Considera-se que a memória pode ser evocada
por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos
gestos, odores ou sons).
  Memória de procedimentos - refere-se às habilidades e hábitos. Conhecemos os
movimentos necessários para dar um nó em uma gravata, nadar, dirigir um carro, sem que
seja preciso descrevê-lo verbalmente.
  Memória associativa: Empregamos a memória associativa, por exemplo, quando

começamos a salivar pelo simples facto de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em
algum momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação.
  Memória não-associativa - usamos a memória não associativa quando, sem nos
darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um cãozinho,
não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo.

6.2 - PERDA DA MEMÓRIA

A perda de memória pode estar associada a determinadas doenças neurológicas, a


distúrbios psicológicos, a problemas metabólicos e também a certas intoxicações. A forma

mais frequente de perda de memória é conhecida popularmente como "esclerose" ou


demência. A demência mais comum é a doença de Alzheimer que se caracteriza por 
acentuada perda de memória acompanhada de graves manifestações psicológicas como
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por exemplo a alienação. Estados psicológicos alterados como o stress, a ansiedade e a


depressão podem também alterar a memória.

A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos


recentes e com frequência estão associados a problemas de marcha e de confusão mental.
Doenças da tiróide, como o hipotiroidismo, se acompanham de comprometimento da
memória.

O uso de medicação tranquilizante ("calmantes") por tempo prolongado provoca a diminuição


da memória e favorece também a depressão, o que leva a uma situação que pode se confundir com
a demência. A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma dieta
deficiente, favorece a perda de memória. Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido
normalmente no dia-a-dia de nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias no cérebro que causam
séria perda de memória e também interferem com a capacidade de aprender. A esta inabilidade dá-
se o nome de Amnésia.

6.2.1 - FACTORES QUE PODEM CAUSAR PERDA TOTAL OU PARCIAL DA MEMÓRIA

   Concussão

 A Concussão ou traumatismo do cérebro pode causar perda da memória manifestada de


diferentes formas:

  Amnésia retrógrada: Os eventos ocorridos antes do trauma (no momento ou meses e anos
antes) não serão lembrados, mas a pessoa se lembra de coisas após o trauma.

  Amnésia anterógrada: Os eventos ocorridos após o trauma não serão lembrados. Em casos
mais severos, a pessoa pode ser incapaz de aprender qualquer coisa nova, como é o caso
de um paciente que todas as vezes que encontrava o seu médico o cumprimentava como
se fosse a primeira vez que o visse.

Amnésia transitória global: É uma forma de amnésia que dura um curto período de tempo e
envolve a amnésia anterógrada acompanhada pela retrógrada.

Este tipo de amnésia é causado por isquemia cerebral (redução temporária do suprimento
sanguíneo). De acordo com Bear e Cols, 1996 , embora raros, existem registos deste tipo de
amnésia causado por: Stress; Acidente de carro; Jogo de futebol; Drogas; Banho frio; Sexo.

   Alcoolismo crónico

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Álcool: O alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afectar a memória. O álcool afecta
especialmente a memória a curta duração, o que prejudica a habilidade de reter novas
informações. Estudos mostraram que mesmo a ingestão de baixas quantidades de bebida
alcoólica durante toda a semana interfere com a habilidade de lembrar.

  Drogas e Medicamentos

Medicação: algumas drogas podem causar perda da memória: tranquilizantes, relaxantes


musculares, pílulas para dormir, e drogas anti-ansiedade, particularmente os
benzodiazepínicos que incluem o diazepam (valium) e lorazepam. Algumas drogas
cardíacas, tais como o propanolol, que é usada para controlar a pressão alta (hipertensão)
pode causar problemas de memória e depressão.

Fumo: Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade de oxigénio que chega ao


cérebro e este fato muitas vezes afecta a memória. Estudos mostraram que fumantes de um

ou mais pacotes de cigarros por dia tiveram dificuldades em lembrar de faces e nomes de
pessoas em teste de memória visual e verbal, quando comparados com indivíduos não
fumantes (Turkington, 1996).

Cafeína: Café e chá têm um efeito muito positivo para manter a atenção e acabar com o
sono, mas a excitação provocada por estas bebidas pode interferir com a função da
memória.

  Tumor cerebral: O Tumor cerebral pode evoluir com problemas de memória além de outros
sintomas próprios.

  Encefalite: Nas encefalites, no acidente vascular cerebral também podem ocorrer 
problemas em diversas fases da memória.

6.3 - COMO MELHORAR A SUA MEMÓRIA

Existem muitas coisas que você pode fazer para melhorar a sua memória, entre as quais
o uso de determinadas técnicas mentais, e os cuidados com a nutrição e os medicamentos.
Estimular a memória: Utilize ao máximo a sua capacidade mental; desafie o novo;

aprenda novas habilidades, Se você trabalha em um escritório, aprenda a dançar; Se for um


dançarino; aprenda a lidar com computador; se trabalhar com vendas; aprenda a jogar 

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 xadrez; se for um programador; aprenda a pintar. Isto poderá es


estimular
timular os circuitos neurais do
seu cérebro a crescerem.

Prestar atenção: Não tente guardar todos os fatos que acontecem, mas focalize sua
atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante, procurando afastar de si
todos os demais pensamentos.

Exercício: pegue um objecto qualquer, por exemplo, uma caneta e se concentre


nela. Pense sobre suas diversas características:  seu material, sua função, sua cor, sua
anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento ocupe a sua mente enquanto
você estiver concentrado na caneta.

Relaxar: É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso.


Exercício: prenda a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente.

Associar fatos a imagens: Aprenda técnicas mneumónicas. Elas são uma forma muito
eficiente de memorizar grande quantidade de informação.

Visualizar imagens: Veja as figuras com os "olhos da mente".

Alimentos: Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento apropriado da


memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no pão e cereais, vegetais e
frutas. Alguns especialistas afirmam que vitaminas sintetizadas melhoram a memória, mas
outros duvidam dizendo que estudos não comprovaram que estes nutrientes funcionam.

Água: água ajuda a manter bem funcionantes os sistemas da memória,


especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a Dra. Turkington, a falta de água no
corpo tem um efeito directo e profundo sobre a memória; a desidratação pode levar a
confusão e outros problemas do pensamento.

Sono: Afim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita sono
suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se desconecta dos
sentidos e processa, revisa e armazena a memória. A insónia leva a um estado de fadiga
crónica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar informações.

Dicas tais como: tomar notas, organizar-se, usar um diário, manter-se em forma, check-
up regular da saúde, etc

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6.3.1 - DICAS PARA ESTIMULAR A MEMÓRIA

Estimular a memória com:

Actividade diária: Praticar jogos de xadrez, palavras cruzadas, exercícios simples como
recordar fatos do dia-a-dia (o que comeu no almoço, o que leu no jornal do dia, o que
ocorreu no último capítulo da novela, etc.)

Aprender novas habilidades: computador, pintura, música, etc.

Cultivar a atenção: Ater-se aos fatos mais importantes dos que ocorreram durante o dia
e procurar guardá - los; exercitar-se com objectos simples mantendo a concentração. (Pegue
um relógio, por exemplo, e procure concentrar-se no mesmo, observando suas características,
etc); exercitar-se com um texto e procurar reflectir somente sobre o mesmo (um poema, um
salmo, etc).

Exercícios mnemónicos: Associar factos a imagens e procurar guardá-los na memória.


Imaginar um alimento suculento e imaginar todas as suas características a ponto de sentir 
prazer.

Alimentação: A boa alimentação é fundamental para a conservação da memória.


Deve-se evitar excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação é a bem balanceada
entre proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A tiamina, o ácido fólico e a
vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos neurotransmissores envolvidos no
processo da memória, devendo ser utilizados de preferência produtos naturais. A água é muito
importante, devendo se ter cuidado em manter-se a hidratação.

Psiquismo: Estar relaxado e emocionalmente bem, é fundamental para manter uma


boa atenção de conservar a memória. A tensão e a ansiedade prejudicam a memória. A
depressão dificulta muito o processo de memorização.

Actividade física: Os exercícios feitos regularmente trazem benefícios importantes para


o processo de memorização. Uma simples caminhada diária é o suficiente.

Sono: O repouso cerebral é muito importante para se ter uma boa memória. Quem
sofre de insónia tem sua memória prejudicada.

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*LEMBRE-SE:  Não existem medicamentos específicos para o tratamento da perda


da memória. A Gingko Biloba é a droga hoje em dia mais utilizada numa tentativa de
diminuir a perda da memória ou mesmo regredir um quadro já instalado. Ela é extraída
de folhas de uma árvore muito comum na Europa e nos Estados Unidos, sendo muito
popular na Alemanha, onde tem seu uso aprovado oficialmente.

É conhecida há centenas de anos, tendo ampla gama de efeitos, actuando em


problemas cardiovasculares, neurológicos e metabólicos. É uma substância que actua
na circulação cerebral, sendo muito utilizada na velhice, com a finalidade de
melhorar problemas de memória, dificuldades de concentração e confusão mental.
Tem sido utilizada nas fases iniciais da Doença de Alzheimer, no combate aos
problemas cognitivos próprios da doença, melhorando o comportamento.
Infelizmente esses resultados são muito discutidos e controversos. Não se sabe bem
como age, mas parece activar a circulação cerebral melhorando o aproveitamento
do oxigénio pelas células nervosas.

Então, para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é EXERCITÁ LA!  – 

= BIBLIOGRAFIA = 

   BEAR, M.F., Connors, Barry W. e Paradise, Michael - Neuroscience: Exploring


the Brain, Memory Systems, Editora Williams & Wilkins, 1996.
   MARITAIN, Jacques, Introdução geral à filosofia, Agir, 1981.
   STERNBERG, Robert, As capacidades intelectuais humanas, Artes Médicas,
1992.
   TURKINGTON, C, Improve your memory through your lifestyle, C. Tarkington
Steps to a Better Memory, Editora Macmillan, s.d.

= APÊNDICE =

36
 

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I - DISFUNÇÃO ERÉcTIL (IMPOTÊNCIA SEXUAL)

Disfunção eréctil ou impotência sexual é a incapacidade de manter erecção com rigidez


suficiente para a penetração ou em manter a rigidez pelo tempo necessário para manter a relação
sexual prazerosa.

MECANISMO DA EREÇÃO PARA ENTENDER A IMPOTÊNCIA SEXUAL

Para entender a causa da impotência sexual masculina é importante saber como o pénis tem
erecção. O pénis começa a intumescer quando o cérebro, por estímulos eróticos (cheiro, som, visão,
toque ou memória), inicia todo o mecanismo de erecção: uma série de reacções nos nervos, vasos e
músculos, corpos cavernosos enchendo-se de sangue e o pénis tornando-se rígido, as veias internas são
comprimidas para evitar a saída de sangue, culminando
culmi nando com a erecção.

A testosterona controlando toda reacção. Qualquer falha em todo este mecanismo pode resultar 
na disfunção eréctil (impotência sexual). A libido (vontade para o sexo) é o principal factor para
desencadear todo este processo e cada indivíduo tem a sua libido própria.

CAUSAS DA IMPOTÊNCIA SEXUAL

1)  
1) CAUSAS ORGÂNICAS DA IMPOTÊNCIA SEXUAL MASCULINA

   Idade avançada pode causar impotência sexual;


   Diabetes causa impotência através de alteração nas paredes das artérias;
   Hipertensão arterial causa impotência através de alterações em vasos;
   Doenças vasculares causando impotência pelo mesmo motivo acima;
   Traumas na medula espinhal podem levar a impotência, devida lesões em nervos que

chegam a genitália;
   Cirurgia de próstata sem preservar os nervos da erecção;
   Cirurgia de próstata que preservou os nervos da erecção, porém o paciente criou um medo
infundado de ficar impotente;
   Problemas endócrinos ou neurológicos podem causar impotência;
   Arteriosclerose alteram paredes de artérias, podendo causar impotência, etc.

2)  - CAUSAS PSICOGÊNICAS DA IMPOTÊNCIA SEXUAL

  Impotência por Stress (estresse);


  Impotência por problemas no relacionamento com a companheira;

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   Medo infundado de ficar impotente após cirurgia da próstata sem o rompimento dos
nervos da erecção;
   Impotência por desvios sexuais;
   Impotência por medo de falhar (ocorre geralmente na primeira vez com a parceira);
   Impotência devida a depressão;
   Vários outros motivos de impotência.

3) CAUSA MISTA DA IMPOTÊNCIA SEXUAL

Existem situações que a impotência sexual masculina é a soma de causas orgânicas e


psicogénicas. A maioria dos homens já experimentou um situação de disfunção eréctil (impotência
sexual), devido estar passando por um momento estressante, abuso de álcool ou medo de falhar com
determinada mulher que conheceu recentemente. Estas impotências ocasionais são normais. O
problema só existe quando a disfunção eréctil persistir.

TRATAMENTO PARA IMPOTÊNCIA SEXUAL MASCULINA, TAMBÉM CHAMADA DE DISFUNÇÃO ERÉTIL

O tratamento da impotência sexual realizado nesta clínica visa retirar a causa desta disfunção
eréctil, sem uso de medicamentos. O paciente fica livre da impotência sexual sem precisar lembrar de
usar medicamento quando surge o "clima", apenas aproveita o momento. Para se entender como é o
tratamento da impotência sexual (disfunção eréctil) que realizamos, é necessário conhecer um pouco
do "mecanismo" de erecção.

Este, necessita funcionar automaticamente. A parte do nosso organismo que é responsável por 
este automatismo da sexualidade, é o subconsciente. Na impotência sexual (disfunção eréctil) o
subconsciente não envia as ordens adequadamente aos órgãos receptores (artérias, válvulas, pressão
sanguínea, etc). A erecção sexual é como uma grande máquina que possui muitas engrenagens, uma

falha qualquer neste sistema acarreta na impotência sexual (disfunção eréctil).

Para restabelecer o funcionamento sincrónico, usamos dois procedimentos no tratamento da


impotência sexual: Hipnose associada com a Medicina Tradicional Chinesa. Estas duas técnicas
milenares, associadas no tratamento da impotência, oferecem resultados incríveis. Com a hipnose
fazemos com que o subconsciente trabalhe adequadamente, deixando todo o conjunto funcionar 
naturalmente perfeito e com a Acupunctura realizamos o equilíbrio
eq uilíbrio energético.

Um exemplo é o paciente que desenvolveu impotência após cirurgia da próstata sem


rompimento dos nervos da erecção. Anatomicamente ele esta apto para a erecção, porém o medo
da impotência faz com que ele fique realmente impotente. Ou seja, seu inconsciente criou o problema.
Com a hipnose consegue-se reverter esta situação. Este é apenas um exemplo, existem infinitas
situações que o inconsciente cria a impotência sexual. Após alguns meses de tratamento contra

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impotência sexual (disfunção eréctil) o paciente alcança o que realmente deseja: a solução do seu
problema. Melhorando sua vontade por sexo (libido) e potência sexual.

EJACULAÇÃO PRECOCE

Não existe um consenso sobre a definição mais adequada para ejaculação precoce (EP).
Considero mais adequado dizer que ejaculação precoce é a falta da capacidade do homem em
conseguir conter a ejaculação por mais de três minutos após o início da penetração. A ejaculação
precoce é um problema sexual muito comum, afectando de 10 a 30% dos homens.

É provável que esses valores sejam maiores, pois a maioria dos homens, por incrível que pareça,
tem vergonha em reconhecer sua ejaculação rápida e procurar ajuda adequada. Esta vergonha
infundada só dificulta o tratamento da ejaculação precoce, pois quanto antes o paciente procurasse
ajuda, mais rápido seria o tratamento. Ejaculação precoce produz a insatisfação sexual crônica no
casal, principalmente quando o homem, se recusa a reconhecer o problema, cedendo mais ao seu
orgulho do que ao interesse do casal.

CAUSAS DA EJACULAÇÃO PRECOCE

   Preocupação em excesso com o próprio desempenho sexual;


   Ansiedade excessiva;
   Auto exigência elevada;
   Auto estima baixa;
   Não se importar o suficiente com a parceira, etc.

TRATAMENTO DA EJACULAÇÃO PRECOCE

Apesar da ejaculação precoce acometer um grande número de homens, a maioria não procura
ajuda profissional por variados motivos, sendo que o principal é a descrença no tratamento ou por 
pensar que o tratamento da ejaculação precoce seja muito complicado. O tratamento da ejaculação
precoce realizado nesta clínica é totalmente natural e eficaz, através do uso da medicina tradicional
chinesa (acupunctura) em conjunto com a hipnose. A hipnose é usada no paciente com ejaculação
precoce para reprogramar seu subconsciente, no sentido de conseguir ficar o tempo necessário para o
prazer mútuo no ato sexual. A Acupunctura é usada no tratamento da ejaculação precoce para
diminuir ansiedade e pressa. Resumidamente, o tratamento da ejaculação precoce consiste em:

  Diminuir a ansiedade;

  Diminuir a urgência de ejacular;
  Diminuir a sensibilidade exagerada da glande.

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Tudo isso sem diminuir o prazer do acto sexual.

DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA (FRIGIDEZ)

Frigidez é a alteração da função sexual com ausência de desejo, apresentando ausência ou


diminuição de resposta orgânica à excitação (lubrificação vaginal, relaxamento da musculatura, etc).

A mulher não apresenta desejo em ter relacionamento sexual, não procura o parceiro e quando
procurada evita o contacto sexual. A paciente com frigidez relata medo ou mesmo repulsa a situação
de relação sexual. Esta situação pode apresentar-se de várias formas:

   Não lubrificar durante a relação sexual;


   Ausência do desejo de ter actividade sexual;
   Algumas mulheres experimentam repulsa a estímulos sexuais, mesmo beijos e
toques.

A intensidade da reacção pode variar desde falta de prazer, até um extremo sofrimento
psicológico em ter que consumar o ato.

CAUSAS DA FRIGIDEZ

ORIGENS ORGÂNICAS DA FRIGIDEZ

   Dispareunias (dor na relação sexual);


   Alterações hormonais;
   Debilidade física ou doenças em geral que a debilitem, etc.

ORIGEM PSICOGÉNICAS DA FRIGIDEZ

   Religião;
   Tabus;
   Violência sexual anterior (como estupro);
   Educação sexual rígida;
   Medo de engravidar ou de doenças sexualmente transmissíveis;
   Idade avançada;
   Stress;
   Relacionamentos desgastados, (casamentos onde não mais existe amor e a mulher, sendo
mais sentimental, não consegue se relacionar sem sentimento), etc.

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TRATAMENTO DA FRIGIDEZ

O tratamento da frigidez realizado nesta clínica consiste na associação da


da   hipnose e acupunctura 
para a tonificação da libido e o tratamento da causa, que pode ser tanto orgânica como psicogénica.
Com a hipnose consegue-se retirar o trauma localizado no subconsciente, causando a frigidez. Com a
acupunctura é realizado equilíbrio energético, resultando em desejo sexual.

USADA NO TRATAMENTO DA IMPOTÊNCIA SEXUAL, EJACULAÇÃO PRECOCE E FRIGIDEZ

Nosso corpo é totalmente interligado por meridianos, por onde flui a energia "chi" (esta palavra
não tem uma tradução adequada do chinês para o português). Tanto a ejaculação precoce, quanto
a disfunção eréctil (impotência sexual masculina) ou a frigidez tem sua causa no desequilíbrio
energético do nosso organismo, pela óptica da medicina oriental tradicional. Desta forma, a
acupunctura actua na energia (electricidade) do nosso organismo, causando
caus ando o reequilíbrio.

Os pontos de acupunctura são individuais, ou seja, cada paciente recebe tratamento

personalizado, de acordo com a causa do seu problema. Os pontos de acupunctura são espalhados
entre: em pernas, braços e abdómen.

Obs.: Fique tranquilo, no órgão genital não são colocadas agulhas. Este é o grande temor de
muitos pacientes antes de dar início ao tratamento! O paciente com impotência sexual masculina,
ejaculação rápida ou frigidez escolhe se prefere o tratamento com agulhas, que é o método
tradicional, ou sem agulhas, com uso de raios laser. Para os pacientes que sentem medo de agulhas,
existe a acupunctura sem agulhas, sendo usado raios laser no estímulo dos pontos. A frequência do
atendimento é de uma vez por semana, quando é realizada a sessão de hipnose junto com a de
acupunctura.

HIPNOSE

USADA NO TRATAMENTO DA IMPOTÊNCIA SEXUAL, EJACULAÇÃO PRECOCE E FRIGIDEZ

A hipnose é uma técnica, também, milenar. No tratamento para impotência sexual masculina,
ejaculação precoce ou frigidez, usamos a hipnose para reprogramar o subconsciente (o que está
inacessível à consciência, está em nível diferente da consciência). Existem muitas crenças e medos
sobre hipnose devido shows de auditório, brincadeiras ou filmes retratando a hipnose de forma maligna.
Toda hipnose é auto-hipnose, explico: o hipnólogo apenas auxilia a pessoa entrar no transe hipnótico,
na realidade o próprio hipnotizado é que consente a si mesmo entrar no transe hipnótico.

Existe um medo infundado de o paciente ficar a mercê do hipnotizador. Isto não ocorre, pois o
hipnotizado fica com o controle da consciência. A hipnose é um estado alterado da consciência. A

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hipnose para tratamento da impotência sexual ou ejaculação precoce é um procedimento sério,


realizado na clínica da seguinte forma: o paciente fica sentado e através de procedimentos específicos
visuais e auditivos o paciente alcança um estado de calma tão agradável que suas ondas cerebrais
ficam com a frequência chamada "alfa” (não é necessário usar nenhum medicamento).  

Neste estado o seu subconsciente aceitará mais facilmente as ordens pós hipnóticas, que neste
caso são direccionadas no sentido aumentar o tempo de penetração na relação sexual para a
ejaculação precoce, aumentar a libido e potência sexual para a impotência sexual masculina, etc.
Obviamente trabalhando, se necessário, a ansiedade, temores ou o que estiver causando a impotência
ou ejaculação precoce. O nosso organismo é comandado pelo subconsciente.
subconsci ente. Existe uma forte relação
do corpo com a mente. É de conhecimento geral que inúmeras doenças são geradas na mente do
paciente. Incluindo-se a impotência sexual masculina, ejaculação precoce e frigidez.

DÚVIDAS E MEDOS DA HIPNOSE

USADA NO TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL, EJACULAÇÃO RÁPIDA E FRIGIDEZ

1)  MEDO: Revelar assuntos particulares (segredos), senhas de banco, etc. enquanto em transe
hipnótico;

ESCLARECIMENTO: A hipnose possui várias técnicas e vários graus de aprofundamento. Na clínica


diária, geralmente não é necessário induzir o paciente à letargia completa, basta um leve grau e os
resultados do tratamento da impotência ou da ejaculação precoce serão surpreendentes. Em alguns
poucos casos, quando necessário usar hipnose muito profunda, solicito que traga algum gravador para
gravar tudo o que foi falado durante a sessão e, desta forma, saberá que os únicos assuntos abordados
são referentes ao tratamento da impotência sexual masculina ou ejaculação precoce.

2) MEDO: Através da hipnose, induzir o paciente realizar actos ilícitos, ao invés de tratar sua
impotência (disfunção eréctil) ou ejaculação precoce.  

ESCLARECIMENTO: Da mesma forma que expliquei no item anterior, a sessão será gravada nos
raríssimos casos que seja necessária hipnose muito profunda com letargia. Desta forma o paciente
poderá comprovar posteriormente o que houve durante a sessão, ou seja, apenas assuntos pertinentes
ao seu tratamento de impotência sexual, ejaculação precoce ou frigidez.

3) MEDO: De se transformar em alvo de brincadeiras (a pessoa se sentir um cachorro, por exemplo).

ESCLARECIMENTO: A hipnose pode ser usada para brincadeiras em shows. Como esta é a única
informação que chega ao conhecimento da maioria da população, fica a impressão de chacota
sobre a hipnose, quando o mágico ordena actos totalmente sem utilidade, como a pessoa latir da
mesma forma que um cão, ou comer cebola como se fosse maçã. A hipnose clínica tem a única
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utilidade de ajudar o paciente a resolver um problema de saúde, neste caso alcançar a cura da
ejaculação precoce, da impotência sexual ou da frigidez feminina. Uma faca pode ser usada para
cortar pão ou para matar alguém, depende da intenção do seu usuário. A hipnose clínica é usada
unicamente para tratamento da impotência sexual masculina, ejaculação precoce ou frigidez.

4) - MEDO: A hipnose ter efeitos colaterais.

ESCLARECIMENTO: Felizmente os efeitos colaterais da hipnose são totalmente benéficos e bem


vindos: a pessoa sente mais calma no dia a dia, maior concentração no trabalho (muitos pacientes
após o término do tratamento da impotência sexual ou ejaculação optam em continuar com as
sessões, apenas para dar segmento da melhora no rendimento profissional ou escolar).

FREQUÊNCIA DO TRATAMENTO PARA IMPOTENCIA SEXUAL MASCULINA, EJACULAÇÃO PRECOCE OU FRIGIDEZ

A frequência de sessões é de uma vez por semana, quando é realizada a sessão de hipnose junto
com a de acupunctura. O tempo total de tratamento dependerá de cada caso. Homens que sofrem
de impotência sexual há muitos anos terão tratamento demorado, vários meses. Já quem sofre da
impotência há pouco tempo terá sua cura em menor tempo. Poucos meses já serão suficientes. Outro
factor importante a se levar em conta no tempo do tratamento da impotência ou ejaculação é a
sensibilidade em ser hipnotizado. Quem tiver uma boa sensibilidade na hipnose consegue resultados
mais rápido. Quem tem dificuldade em ser hipnotizado demora um pouco mais de tempo para
conseguir a cura da sua impotência sexual ou ejaculação precoce, mas consegue totalmente
também. O paciente sente progressiva melhora dos seus sintomas da impotência ou ejaculação
precoce. A meta do tratamento é resolver a causa do problema e,
e , não apenas, tirar os sintomas.

COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA DO TRATAMENTO CONTRA IMPOTÊNCIA SEXUAL MASCULINA (DISFUNÇÃO ERÉTIL), EJACULAÇÃO RÁPIDA (PRECOCE) E
FRIGIDEZ.

Usamos dois procedimentos em conjunto para o tratamento para disfunção eréctil (impotência
sexual), ejaculação rápida (precoce) ou frigidez. A associação destas duas técnicas é ainda pouco
conhecidas do público brasileiro, por este motivo divulgamos alguns estudos científicos, comprovando
sua real eficácia contra as disfunções sexuais (impotência sexual, ejaculação rápida e frigidez):

Um trabalho científico interessante mostrando os benefícios da hipnose e da acupunctura foi


citado, em Abril de 2005, pelo 
pelo "American Journal of Clinical Hypnosis by Samuels,
Sam uels, Noah" no uso em várias
doenças com vários estudos. Um destes estudos usou 60 homens com impotência sexual masculina não
orgânica. 16 foram tratados apenas com acupunctura, 15 apenas com hipnose e 29 foram do grupo
controle (não receberam tratamento e não sabiam disso - placebo). O resultado demonstrou melhora
de 75% para os homens com impotência que receberam hipnose e de 60% para quem recebeu apenas
acupunctura. Os resultados poderiam ter sido melhores fossem usadas as duas técnicas em conjunto.

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Trabalho específico, publicado no "Scandinavian Journal of Urology and Nephrology" em 1997", veja no
site:  informa health care. 
site:

Associando as duas técnicas, consegue-se potencializar as respostas do tratamento para


impotência sexual, ejaculação rápida e frigidez, alcançando resultados muito mais elevados. Um
estudo da "University of Texas Health Science Center, Dallas" sobre o uso apenas da hipnose para a
impotência sexual masculina e também para fumantes, relata melhora em 88% de pacientes com
impotência. O resumo pode ser lido no 
no   site
site da PubMed. 

Este resultado de tratamento para impotência sexual masculina é bem satisfatório, mas poderia
ter sido mais próximo dos 100% se associado com acupunctura, potencializando os resultados.

Um estudo do uso de técnicas ditas "alternativas" no tratamento de impotência sexual masculina,


ejaculação rápida e frigidez, escrito em 2004 no "The American Journal of Chinese Medicine, Vol. 32, No.
2, 161 – 173"
173" demonstrou real eficácia do uso da hipnose e da acupunctura. Este trabalho estudou
também o uso fitoterápicos nas disfunções sexuais. O trabalho pode ser lido na íntegra no  site:
www.encognitive.com 

DICAS SOBRE SEXUALIDADE

Ao ensinar estes pontos de acupunctura para melhora da libido e energia sexual, não pretendo
que o leitor que sofre de impotência sexual (disfunção eréctil), ejaculação precoce (rápida) ou a
mulher com frigidez se auto medique, nem que substitua os cuidados médicos. A minha intenção é
apenas mostrar alguns pontos existentes com a função de leve melhora da energia sexual para pessoas
que não sofrem alteração das funções sexuais. Para quem sofre de impotência sexual, ejaculação
rápida ou frigidez recomendo o tratamento.

POTÊNCIA SEXUAL, LIBIDO

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Massagear simplesmente apertando e soltando com a ponta do seu dedo indicador sobre o
ponto demonstrado na figura ao lado. Este é um dos pontos de acupunctura usados para estimular a
energia sexual, melhorando a libido. Nos casos de impotência sexual (disfunção eréctil) ou frigidez, este
é um dos mais de 20 pontos estimulados com agulhas de acupunctura ou com raios laser que,
obviamente, oferecem resultados muito mais fortes do que apenas a massagem.

Massageie, intermitentemente, com a ponta de seu dedo indicador estes 3 pontos. Aperte e solte
várias vezes, durante alguns minutos. O ponto central fica logo acima do osso púbis, na sua borda
superior, facilmente sentida ao apalpa-lo, sobre a linha média do corpo. Os dois pontos laterais ficam
ao lado do ponto central a, aproximadamente, 1,5cm dele. Em Impotência sexual (disfunção eréctil) ou
frigidez, este, também, é um dos mais de 20 pontos estimulados com agulhas de acupunctura ou com
raios laser, tendo resultados muito mais fortes do que apenas com a massagem.

O ciclismo é um desporto que dificulta


di ficulta a circulação do sangue na região genital, podendo causar 
dormência nos genitais e até levar a impotência sexual (disfunção eréctil). Para felicidade de quem
não deseja parar com este desporto, existe um tipo de selim, chamado "sem nariz", que parece não
predispor a este transtorno. O Dr. Steven Schrader do "National Institute for Occupational Safety and
Health" em Cincinnati - USA efectuou um estudo com policiais, que usavam bicicleta com selim normal
antes da pesquisa, na sua rotina de trabalho, sendo que apenas 27% não sentiam dormência genital.

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Após os 6 meses do estudo constatou que houve um aumento dos 27% para 82% dos policiais que não
sentiam dormência. Estes policiais relataram, também, melhora da função eréctil. Para quem não
consegue deixar este desporto e não deseja ter impotência sexual é aconselhável procurar um selim
adequado. Se desejar ler na íntegra este artigo: http:
//www.sciencedaily.com/releases/2008/08/080807175444.htm. 

II - GRAVIDEZ ECTÓPICA - CAUSAS,


C AUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTOS

Ectópica significa «deslocada» ou «fora de sítio». Numa gravidez ectópica, o óvulo fecundado
assenta fora do útero e em 95% dos casos, implantam-se nas trompas falopianas. A gravidez ectópica
ocorre ainda quando o óvulo se implanta nos ovários, abdómen ou cervical, levando a que chamem
também de gravidez abdominal ou cervical.

Nenhuma dessas áreas possui espaço ou tecidos adequados para que a gravidez evolua, da
mesma forma que no útero. Numa gravidez ectópica, à medida que o feto cresce, é provável que
rebente o órgão onde está inserido. Isto pode provocar  hemorragias severas e colocar em perigo a

vida da mãe. Em regra, os bebés de uma gravidez ectópica nascem mortos.


Sinais e Sintomas 

Uma gravidez ectópica pode ser  difícil de diagnosticar, porque os sintomas iniciais espelham os
de uma gravidez normal: menstruação atrasada, sensibilidade nas mamas, náuseas , vómitos e muita
vontade de urinar.

Os primeiros sinais de uma gravidez ectópica são muitas vezes, a dor e hemorragias  vaginais.
Pode sentir dores na pélvis e abdómen ou em casos extremos, nos ombros e pescoço. Isto acontece
quando o sangue acumulado devido à ruptura de uma gravidez ectópica provoca irritações em alguns
nervos. Grande parte das mulheres descreve a dor como aguda. Pode concentrar-se num dos lados da
pélvis, aparecer e desaparecer e oscilar em intensidade.

Qualquer dos seguintes sintomas adicionais pode sugerir uma gravidez ectópica:

   Manchas ou sinais anormais na vagina


   Tonturas ou desmaios (causados por perda de sangue)
   Baixa pressão arterial (também causada por perda de sangue)
   Dores na zona lombar

Causas da Gravidez Ectópica

Uma gravidez ectópica resulta da incapacidade do óvulo em descer de forma rápida pelas
trompas até ao útero. Uma infecção ou inflamação das trompas pode bloquear em parte ou
totalmente essa descida. Uma Doença Inflamatória Pélvica (DIP), causada por gonorreia ou clamídia,

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pode provocar o bloqueio das trompas de Falópio. A endometriose (doença que surge quando as
células do tecido interno do útero se implantam e crescem noutra parte do corpo), ou tecidos
cicatrizados de cirurgias anteriores ao abdómen ou às trompas, podem também causar bloqueios.
Ainda que mais raros, os defeitos de nascença e crescimento abdominal anormal podem alterar o
desenvolvimento das trompas e afectar por sua vez, o progresso do óvulo.

Diagnóstico

Se chegar às urgências de um hospital com queixas de dores abdominais, o mais certo é fazerem-
lhe um 
um  teste de gravidez  à urina. Apesar de não serem sofisticados, estes testes são rápidos e o tempo
de resposta é crucial no tratamento da gravidez ectópica.

Se já sabia que estava grávida ou se o teste der positivo, ser-lhe-á aplicado um teste quantitativo
à hormona Gonadotrofina Coriónica Humana (GCH). Este teste consiste em analisar o sangue e medir os
níveis da GCH que é produzida pela placenta e pode ser detectada no sangue e urina logo entre os 8
e 10 dias após a concepção. Os níveis duplicam a cada dois dias nas primeiras semanas pelo que, se os
níveis de CGH forem menores que o normal para a sua etapa de gravidez, uma explicação possível
pode ser uma gravidez ectópica.

Deverão também fazer-lhe uma eco grafia para ver se o útero contém um feto em
desenvolvimento, ou se se encontram massas noutro local na região abdominal. Mas a eco grafia pode
não conseguir detectar toda e qualquer
qualquer gravidez ectópica. O médico pode fazer um exame pélvico,
localizando as áreas doridas para verificar se o útero alargado se deve a gravidez, ou para encontrar 
quaisquer massas «estranhas».

Mesmo com o melhor equipamento é difícil ver uma gravidez inferior a cinco semanas após a
última menstruação. Se o seu médico não conseguir diagnosticar uma gravidez ectópica mas também

não a descartar, ele/ela podem pedir-lhe que volte a cada dois ou três dias para medir os níveis de
GCH. Se esses níveis não aumentarem de forma rápida e adequada, continuará a ser monitorizada
cuidadosamente até que a eco grafia consiga mostrar o local da gravidez.

Opções de Tratamento

O tratamento da gravidez ectópica caria, dependendo da estabilidade médica da mulher, do tamanho e


do local da gravidez. Uma gravidez ectópica inicial pode ser tratada com uma injecção de metotrexato, que
interrompe o crescimento do embrião. Se a gravidez estiver mais avançada, necessitará provavelmente de cirurgia
para remover a gravidez anormal. No passado, esta era uma intervenção complicada, requerendo uma grande
incisão na região pélvica. Isto pode ainda ser necessário e, casos de emergência ou danos iinternos
nternos extensos.

No entanto, a gravidez pode por vezes ser removida recorrendo à laparoscopia, uma cirurgia menos
invasiva. O cirurgião faz pequenas incisões no abdómen inferior, e insere uma pequena câmara de vídeo e

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instrumentos através destas


destas incisões. A imagem da câmara é mostrada num ecrã na sala de operações, permitindo
ao cirurgião ver o que se passa dentro do corpo, sem fazer grandes cortes. A gravidez ectópica é assim removida e
são reparados ou também removidos, quaisquer órgãos que tenham sofrido danos. Independentemente do
tratamento submetido, o médico deverá acompanhá-la para certificar que os níveis de GCH retornam a zero, o
que pode levar algumas semanas. Níveis elevados de GCH significam que escaparam alguns tecidos ectópicos,
que terão de ser removidos.

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