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III Grupo

Amarildo Roberto Luís António

Ana Jacob Nefital

Johane Luís Manuel

Margarida Cristóvão De Souza Chicuamba

Marnela Eusébio Manuel Caetano

PROCESSOS PSÍQUICOS/COGNITIVOS: Conceitos de Sensação, Percepção,


Memória, Pensamento e Imaginação; Leis, características, propriedades ou
particularidades dos processos psíquicos

Licenciatura em Ensino de Português

I Ano – Pós-laboral

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2022
III Grupo

Amarildo Roberto Luís António

Ana Jacob Nefital

Johane Luís Manuel

Margarida Cristóvão De Souza Chicuamba

Marnela Eusébio Manuel Caetano

PROCESSOS PSÍQUICOS/COGNITIVOS: Conceitos de Sensação, Percepção,


Memória, Pensamento e Imaginação; Leis, características, propriedades ou
particularidades dos processos psíquicos

Trabalho em grupo da Cadeira de Psicologia


Geral a ser apresentado ao Curso de Licenciatura
em Ensino de Português, como requisito de
avaliação parcial.
Docente: Mestre Arsénio Tesoura

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2022
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
1.1. Objectivo geral:.................................................................................................................4
1.1.1. Objectivos específicos...............................................................................................4
2. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................................5
2.1. Sensação...........................................................................................................................5
2.1.1. Leis Gerais das Sensações.........................................................................................6
Lei do limite inicial..................................................................................................................6
2.1.2. Características da Sensação.......................................................................................6
2.2. Percepção.........................................................................................................................8
2.2.1. Leis da Percepção....................................................................................................10
2.2.2. Características da percepção....................................................................................11
2.2.3. Propriedades da percepção......................................................................................11
2.3. Memória.........................................................................................................................13
2.3.1. Leis da memória......................................................................................................14
2.3.2. Características de memória......................................................................................15
2.3.3. Propriedades da memória.......................................................................................16
2.4. Pensamento....................................................................................................................16
2.4.1. Leis do pensamento.................................................................................................17
2.4.2. Características do pensamento.................................................................................18
2.4.3. Propriedades do pensamento...................................................................................19
2.5. Imaginação.....................................................................................................................19
2.5.1. Tipos de imaginação................................................................................................20
2.5.2. Leis da imaginação..................................................................................................23
2.5.3. Características..........................................................................................................23
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................25
4. FICHA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................26
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho fala sobre os processos psíquicos ou cognitivos do ser humano.

Ao realizar acções, tomar decisões ou simplesmente pensar sobre algo, não nos atemos ao facto
de que um intenso processo cognitivo está a aconter em nossa cabeça. Mas, afinal, o que é
cognitivo? A cognição é o nome dado a essa actividade cerebral que realizamos cotidianamente.
Em outras palavras, toda a interpretação das informações armazenadas pelo cérebro é de
competência cognitiva. Esse processo é o que nos permite entender as situações e nos posicionar
em relação a elas de alguma forma; sem ele, seríamos incapazes de assimilar, interpretar e
imaginar coisas.

Ao longo deste trabalho, iremos trazer conceitos, leis, características e propriedades


fundamentais que descrevem alguns processos psíquicos como a sensação, a percepção, a
memória, o pensamento e a imaginação.

Deste modo, estabelecemos os seguintes objectivos:

1.1. Objectivo geral:


 Conhecer os processos psíquicos;
 Interpretar os processos psíquicos de acordo com o seu contexto.

1.1.1. Objectivos específicos


 Identificar cada um dos processos psíquicos;
 Caracterizar cada processo psíquico;
 Definir os processos psíquicos;
 Descrever os processos psíquicos quanto às suas componentes;
 Distinguir cada um dos processos a abordar;
 Demonstrar a importância dos processoes psíquicos na vida do homem.

2. REVISÃO DA LITERATURA
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2.1. Sensação
Segundo Ebbinghaus são sensações aqueles conteúdos da consciência “produzidos
imediatamente na alma por excitações exteriores, sem intermediários específicos, em especial
sem experiências; puramente à mercê da estrutura inata dos órgãos materiais de uma parte e, por
outra, a maneira original da alma reagir frente aos impactos nervosos”.

Em tal definição, tem-se a sensação como algo que, segundo ela mesma, não poderia estar na
consciência real de um indivíduo adulto. Nessa consciência adulta todo o conteúdo se apresenta
fundido nas experiências (recordação, imagens, etc.). Segundo essa concepção, a maioria de tais
sensações “puras”, só poderá existir na consciência do recém-nascido.

Com essa observação, parece claro que se trata de uma hipótese análoga aos átomos da física.
Assim, a “sensação pura” constitui um objecto ideal, construído por reflexão metódica, com o
fim de fazer possível a explicação da gênese psíquica. Porém, longe de colocá-la presente na
consciência real, por ser isso um problema inconcluso, ou seja, um x a determinar
assintomaticamente.

O conceito wundtiano de sensação, na opinião de Hoffmann, resume-se, como “estado simples,


puramente intenso e qualitativo que pode separar-se pela análise das diversas perceções
sensíveis”. Desse modo, a sensação resulta em um elemento da consciência real que por sua
natureza elementar não se dá, claro, separado e por si mesmo; mas se dá na mera descrição da
imediatez originária da consciência. Não é como as sensações do recém-nascido; conteúdo da
consciência que se define por características completamente opostas aos possuídos pela nossa
consciência actual, mas na mera redução dessa e já não sujeito à análise.

A simplicidade ou irredutibilidade de uma análise maior constitui a sensação, segundo Wundt (se
entende, deixando de lado todo o âmbito sentimental da consciência). Se o conceito de
Ebbinghaus era genético, construtivo e hipotético, o de Wundt satisfaz aos propósitos da
psicologia descritiva, mantendo-se na imanência do espontaneamente dado.

2.1.1. Leis Gerais das Sensações


Existem duas leis gerais das sensações, elas foram estabelecidas primeiramente por Fechner e
Weber, considerados os primeiros a criarem leis inicialmente matemáticas que mais tarde foram
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aplicadas na psicologia. Visto que nem todo estímulo era capaz de ser reflectido no organismo
humano, essas leis tinham como objectivo de explicar e demarcar a intensidade em que um
estímulo podia produzir uma sensação.

A Lei de Fechner e Weber afirma que a sensação depende da intensidade da estimulação, ou seja,
quanto maior for a intensidade do estímulo maior seria a sensação.

Lei do limite inicial

Também conhecida como Lei do Limite de Eficácia ou Lei Primitiva, ela afirma que a produção
da sensação dependia condicionalmente do estímulo atingir ou não um valor mínimo de duração,
intensidade, frequência, altura e que não ultrapasse um valor máximo.

O limite de intensidade para a sensação é de 1,3 a 1,4 mg em média por centímetro quadrado.
Para que uma pessoa possa ouvir o limite mínimo e máximo de modo a excitar o ouvido é de 20
a 20.000 ciclos por segundo respectivamente, enquanto o limite de frequência de luz é de 375e
750 triliões ciclos por segundo respectivamente, para máximo e mínimo.

A lei do limite inicial explica fundamentalmente as condições da ocorrência de uma sensação.


Para que os nossos órgãos dos sentidos captem as características de um objecto, este deverá
emitir uma certa intensidade de vibrações.

Lei do limite diferencial

Consiste na mudança mínima da intensidade de um estímulo necessário para que um sujeito


detecte essa alteração. Neste último caso, estamos a nos referir apenas a respeito da sensação que
pode ser percetível.

2.1.2. Características da Sensação


O ser humano possui organismo com capacidades sensoriais especializados que captam cada um
destes estímulos. Dependendo da forma como os estímulos são apresentados (se são internos ou
externos) temos a seguinte classificação Sherington:
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 Sensações exteroceptivas – Aquelas sensações cuja origem é provocada por um agente


exterior ao organismo. Estas sensações são as que estabelecem a ponte entre o indivíduo
e o meio ambiente. Fazem parte destas sensações a vista, o ouvido, o tacto interno, o
gosto, o olfacto, o sentido térmico.

 Sensações interoceptivas - São assim conhecidas por recebem os estímulos a partir dos
órgãos viscerais internos (digestão respiração, circulação sanguínea, etc.). Têm a função
de equilibrar o organismo e responsáveis pelas sensações de fome, sede, bem-estar, mal
estar. O sentido cenestêsico ou visceral é o principal deste sentido que também
compreende o sentido álgido interno, o tacto interno, etc.

As sensações interoceptivas são de extrema importância para o nosso organismo. Sentimos por
exemplo que estamos com fome, com sede, com dores nos órgãos internos, graças a este tipo de
sensações.

 Sensações proprioceptivas – Fazem parte destas sensações os músculos, tendões,


articulações, canais semicirculares do ouvido interno que por sua vez excitam a
actividade dos órgãos. Também fazem parte o sentidos quinestesico ou motor, muscular,
de equilíbrio e orientação. Graças a estas sensações o homem consegue locomover-se.

2.1.3. Propriedades da Sensação


As propriedades tais como a cor, o tamanho e a forma são reflectidas no nosso cérebro; isto quer
dizer que podemos identificar a cor, a forma, o tamanho objectivamente.

Qualidade: a primeira propriedade fundamental das sensações é a sua qualidade. Tem a ver com
o tipo de estímulo que os produz; Por exemplo, um som produz uma sensação com uma
qualidade diferente de um sabor.

Por outro lado, dentro de estímulos do mesmo tipo, aqueles que produzem uma sensação
diferente também diferem em qualidade. Por exemplo, a cor vermelha tem uma qualidade
diferente da amarela e ambas têm uma cor diferente da cor azul. O mesmo vale para sons,
cheiros ou sabores. Essa diferença de qualidade é explicada pela teoria de Muller sobre energia
nervosa específica. Segundo esse psicólogo da perceção, cada estímulo carrega consigo um tipo
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de energia que estimula um órgão sensorial. Por sua vez, isso transmite um tipo específico de
energia ao cérebro através dos nervos sensoriais (como o nervo óptico ou o nervo auditivo).

Materialidade: manifesta-se no acto de objectividade, isto é, na ligação de informação recebida


do mundo exterior como o mundo interior do indivíduo. A materialidade da perceção
desempenha um papel especial da regulação da conduta.

Integridade: diferentemente da sensação em que se refere, algumas propriedades isoladas do


objecto influencia os órgãos do sentido, a perceção e imagem íntegra do objecto.

Constância da percepção: esta propriedade se forma da premissa indispensável para vida e


actividade do ser humano. Sem isso, o ser humano não poderia orientar-se nesse mundo variável
e mutáveis, esta constância pode ser de 3 tipos: de grandeza, de forma, de cor. O primeiro é a
estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objectos, o segundo é a relação que os
objectos normalmente tem, e o terceiro tem haver com a quantidade de luz recebida.

Modalidade: é a propriedade que permite-nos distinguir os diferentes tipos de sensações entre si.

Intensidade: refere-se a totalidade em que as sensações podem se apresentar.

Duração: é o lapso de tempo que mede entre o início e o fim da sensação.

Extensão: é o espaço de tempo afectado pela sensação.

De modo geral, as sensações são processos do organismo vivo para a obtenção de informações
sobre o meio ambiente. Elas se iniciam nos órgãos sensoriais e chegam ao cérebro, onde são
interpretadas por um outro processo chamado percepção. Os dois processos são independentes e
se influenciam mutuamente.

2.2. Percepção
Percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico
de memórias. Através da perceção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões
sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, selecção e
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organização das informações obtidas pelos sentidos. A percepção envolve também os processos
mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados
percebidos.

Um dos mais famosos estudiosos do processo de percepção foi o alemão Immanuel Kant (1724-
1804). Kant dizia que quando percebemos o que chamamos de objecto, encontramos os estados
mentais que parecem compostos de partes e pedaços. Para ele, estes elementos são organizados
de forma que tenham algum sentido, e não simplesmente por meio de processos de associação.

Durante o processo de percepção, a mente cria uma experiência completa. Assim, a percepção
não é uma impressão passiva e uma combinação de elementos sensoriais, mas uma organização
activa dos elementos, de modo a formar uma experiência coerente.

Ernest Mach (1838-1916) discutia as sensações do ponto de vista espacial e temporal e dizia que
elas não dependiam dos elementos individuais, por exemplo, que a área do espaço de um círculo
pode ser preta ou branca, grande ou pequena, mas ainda manterá a qualidade elementar circular.
Ele dizia, ainda, que um objecto não muda, mesmo que modifiquemos nossa orientação em
relação a ele. Assim, uma mesa será sempre uma mesa, mesmo se a olharmos de cima, de lado
ou de qualquer outro ângulo. Da mesma forma um som será percebido da mesma forma, mesmo
que tocado de maneira mais lenta ou rápida.

Muitos psicólogos cognitivos e filósofos de diversas escolas, sustentam a tese de que, ao transitar
pelo mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona. Ou seja, elas
sentem o mundo real, mas o mapa sensorial que isso provoca na mente é provisório, da mesma
forma que uma hipótese científica é provisória até ser comprovada ou refutada ou novas
informações serem acrescentadas ao modelo.

À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. Diversos experimentos
com percepção visual demonstram que é possível notar a mudança na percepção ao adquirir
novas informações. As ilusões de óptica se baseiam nesse facto.

Assim como um objecto pode dar margem a múltiplas percepções, também pode ocorrer de um
objecto não gerar percepção nenhuma: Se o objecto percebido não tem embasamento na
realidade de uma pessoa, ela pode, literalmente, não percebê-lo. As percepções são normais se
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realmente correspondem àquilo que o observando vê, ouve e sente. Contudo, podem ser
deficientes, se houver ilusões dos sentidos ou mesmo alucinações.

2.2.1. Leis da Percepção


Na percepção das formas, as teorias da percepção reconhecem quatro princípios básicos que a
influenciam:

Tendência à estrutura – de acordo com esta estratégia, o indivíduo é levado, de uma forma
natural, a organizar ou a estruturar os diferentes elementos que aparecem no seu campo de
estimulações. Essa estrutura pode ser feita de 2 maneiras:

 Pelas semelhanças: quando os elementos visuais que têm cor, forma ou textura
semelhantes, são vistos como pertencentes de uma mesma categoria, de uma mesma
estrutura.
 Pelas proximidades: quanto mais próximo, maior a possibilidade de agruparmos os
objectos.

Segregação Figura-Fundo – segundo esta estratégia, o indivíduo vai percepcionar figuras


definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos e reentrantes.

Pregnância ou Boa – Forma – Também conhecida por Lei da Continuidade, traduz-se como
a qualidade que determina a facilidade com que percecionamos as formas como as figuras
inscritas num fundo. Quando apresentam figuras ou objectos incompletos a tendência é
percepcionar como completos. O indivíduo percepciona, de uma forma mais fácil, as figuras
de boas formas, ou seja, simples, regulares, simétricos e equilibrados.

Constância perceptiva – é a capacidade de percepcionar um objecto com os seus atributos


básicos, independentes da variedade sensorial com que ele se apresenta. Em relação à visão,
convém salientar, a constância de tamanho, de forma e de cor: a primeira vem descrever o
facto do tamanho percebido de um objecto ser o mesmo, esteja ele próximo ou afastado. Um
dos factores que possuem um notável papel de resistência à mudança perceptual de tamanho é
a familiaridade com os objectos; a segunda refere-se ao facto de percebemos a forma do
objecto, independentemente do ângulo a partir do qual vemos; na a terceira o
individuo tende a ignorar o nível de iluminação, que incide sobre os objectos percepcionados.
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2.2.2. Características da percepção


As características de percepção são sensação, organização, interpretação e categorização de
entrada de acordo com experiências anteriores.

Sensação: característica principal da percepção no que se refere a estímulos externos. A


percepção auditiva ocorre quando os ouvidos detectam sons e carregam essa informação
perceptual para o cérebro.

Organização: ocorre quando os ouvintes identificam o tipo de som e o comparam com outros
sons ouvidos no passado.

Interpretação e categorização: áreas de percepção mais subjectivas, envolvem decisões sobre


se os ouvintes gostam do que ouvem e querem continuar ouvindo. Todas essas escolhas são
feitas em fracções de segundos e podem ocorrer centenas de vezes por dia com muitos tipos de
estímulos sensoriais.

O processo de percepção visual segue os mesmos princípios da percepção auditiva. As


informações que chegam ao cérebro através dos olhos são uma parte importante de como as
pessoas entendem o mundo ao seu redor. Os psicólogos que estudam as características da
percepção frequentemente relatam que as pessoas formam uma imagem completa da realidade
como a vêem, em vez de uma visão completamente objectiva. Secções de seus cérebros
dedicadas a habilidades perceptivas fazem comparações entre a entrada sensorial actual e a
passada. Esses conjuntos de células cerebrais também são responsáveis por formular perguntas e
tirar conclusões com base nos níveis actuais de compreensão.

2.2.3. Propriedades da percepção


A percepção não é dada a uma pessoa geneticamente, mas é formada no processo de vida activa.
O período mais activo de sua formação são os primeiros anos de vida e a idade pré-escolar. O
padrão de percepção objectiva reside no facto de que as pessoas percebem a mesma informação
de forma diferente, subjetivamente, dependendo de seus interesses, necessidades, habilidades,
etc.

A ser assim, a percepção tem as seguintes propriedades:


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Integridade: A percepção é sempre uma imagem holística de um objecto. Ela é formada no


processo da actividade prática, ou seja, a percepção é um sistema de acções perceptivas que
devem ser dominadas (por exemplo, pessoas que recuperaram a visão veem o mundo
vagamente).

Constância: Devido à constância, percebemos os objectos ao redor como relactivamente


constantes em forma, cor, tamanho, etc. A fonte da constância da percepção são as acções activas
do sistema perceptivo. O impacto repetido dos mesmos objectos sob diferentes condições torna
possível destacar uma estrutura invariante relactivamente constante do objecto percebido. A
constância da percepção não é uma propriedade inata, mas adquirida. A violação de constância
ocorre quando uma pessoa é colocada em uma situação desconhecida.

Estruturalidade: A percepção não é uma simples soma de sensações. Percebemos uma estrutura
generalizada realmente abstraída dessas sensações. Por exemplo, ao ouvir música, percebemos
não sons individuais, mas uma melodia, embora as sensações sonoras individuais sejam
diferentes.

Selectividade: A percepção se manifesta pela alocação preferencial de alguns objectos em


comparação com outros. Por exemplo, mesmo manchas de tinta são sempre percebidas como
algo significativo (um cachorro, etc.). E apenas os doentes mentais percebem manchas de tinta
aleatórias como tal.

Adequação: A percepção é medida por uma medida da correspondência da imagem com o


objecto percebido: um objecto, um fenômeno, uma situação. A percepção é sempre parte de uma
determinada actividade. Por isso activamente em sua essência.

Objectividade: Graças à objectividade, o sujeito pode confiar em suas imagens e se comportar


adequadamente em determinadas situações objectivas. Objetividade é a propriedade de uma
imagem estar relacionada a um objecto percebido.

Em suma, o processo perceptivo é fundamental nos relacionamentos, pois aguça a interpretação


de sinais interiores e exteriores. Provoca reflexões críticas gerando nas pessoas a necessidade de
reavaliarem suas próprias crenças como mecanismo de preservação da qualidade de vida e da sua
identidade humana.
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2.3. Memória
A memória é compreendida, em diversos campos da Psicologia, como um local de
armazenamento, em que as informações ficam guardadas e, quando há necessidade, recuperadas
de forma quase literal.

De acordo com essa ideia, uma boa memória é aquela em que o sujeito é capaz de guardar o
máximo de informações possível e depois recuperá-las com muita exactidão. Este modelo de
memória, bastante difundido, ganhou força com os experimentos de Ebbinghaus, em que
relacionava a capacidade de rememoração com a repetição de informações. A memória permite a
aprendizagem pois é através dela que os conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos
com a memória, nos possibilita aprender coisas novas.

Portanto, podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera,
toda a informação que aprendemos. A memória é um sistema de armazenamento que permite
reter a informação aprendida e permite evocar essa mesma informação, mas a sua representação
na memória não é uma reprodução fiel.

No nosso dia-a-dia, somos bombardeados com milhões de informações que se traduz em


estímulos. Segundo o psicólogo M. Gazzaniga (12 de dezembro de 1939), cerca de 99% da
informação que entra no cérebro é posta de parte. Cabe ao nosso cérebro selecionar a informação
importante, para garantir a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie, chama-se processo
“processamento da informação”. Este processo dá-se em três fases: codificação, armazenamento
e recuperação.

Codificação: É a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem
posteriormente armazenadas no cérebro. Baseia-se na tradução de dados num código, que pode
ser acústico, visual ou semântico. Kandel (2006) chama a este processo de Aquisição.

Por exemplo: A afirmação «O mar é azul.», Pode-se codificar o seu conteúdo como: uma
imagem de sinais que são letras (código visual); uma sequência de sons (código acústico); tomar
consciência do significado da afirmação e o que ela representa (código semântico).

A codificação reporta-se à aprendizagem deliberada, ou seja, a aprendizagem que exige esforço e


no qual o objectivo é memorizar a informação. Neste caso, temos de dedicar mais atenção às
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informações que desejamos memorizar o que leva a uma codificação mais profunda. Depois de
codificada a informação, a mesma vai ser armazenada.

Armazenamento: Consiste no registo de informação sobre algo como por exemplo a última
passagem de ano que celebramos. Ao relembrarmos essa última passagem de ano, lembramo-nos
das pessoas com quem a celebramos, o que comemos, etc.

Recuperação: Recupera-se uma informação, ou seja, lembramo-nos, evocamos, recordamos


uma informação. A recuperação pode ser automática (lembramo-nos de quando nascemos) ou
pode requerer uma maior complexidade para recuperarmos algo (como por exemplo uma lei da
física). O segundo tipo de recuperação, já não é tão automático, requer dois momentos: o
reconhecimento e a evocação. O reconhecimento é quando tentamos lembrar se aprendemos a tal
lei da física recorrendo ao ano de escolaridade; evocação é quando após reconhecer, vamos
procurar o conteúdo dessa lei.

É importante ressaltar que, na prática, os processos de armazenamento e evocação estão


intimamente relacionados e são interdependentes, pois o modo de organizar a informação quando
a mesma é armazenada influenciará fortemente na facilidade ou dificuldade de recuperar essa
informação posteriormente.

2.3.1. Leis da memória


Duas leis da memória são conhecidas como sendo fundamentais: o reconhecimento e a
recordação.

Lei do Reconhecimento

A lei do reconhecimento se manifesta na capacidade do indivíduo fazer ou não a combinação ou


comparação da informação que recebe com a informação que está armazenada na memória. Esta
capacidade de reconhecimento de uma informação é feita através de perguntas de verdadeiro ou
falso:

Recordação
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A Recordação é portanto a capacidade de um indivíduo lembrar-se da informação desejada


quando intimado por um material associado denominado sinal, sondagem, indicador, ou
instigação.

Para testar se um indivíduo é ou não capaz de se recordar sobre o que já viu ou ouviu num
determinado lugar, basta apenas fazer-lhe as seguintes perguntas: Quem realizou a primeira
investigação sobre a memória? Quando é que isso ocorreu?

Perguntas como esta testam a capacidade de recordação do indivíduo.

A recordação implica o uso de duas estratégias fundamentais:

 Localização na memória da informação desejada. Neste sentido, o indivíduo deve


procurar a informação que se deseja recordar; e

 Reconhecimento da informação. Após a localização, o material pode ser reconhecido.

Contudo, o reconhecimento e a recordação podem comparar-se entre si. Entretanto, para


recordarmo-nos correctamente sobre um material dado precisamos de informações completas,
enquanto que para reconhecimento precisamos apenas de informações parciais.

2.3.2. Características de memória


Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas) distinguem Memória Declarativa de
Memória Não-declarativa. A Memória Declarativa armazena o “saber que” algo se deu, e a
Memória Não-declarativa o “como" isto se deu.

Memória Declarativa

Também chamada de Memória de curto prazo, a memória declarativa é aquela que pode ser
declarada (factos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também mais
rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram,
mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias explícitas
chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo
temporal medial (ex: hipocampo, amígdala).
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Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e a memória


semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de acontecimentos específicos.
São instâncias da memória semântica as lembranças de aspectos gerais.

Memória não-eclarativa

Também chamada de Implícita ou Procedural, a Memória não-declarativa inclui procedimentos


motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos distraímos e vamos no
"piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende dos gânglios basais (incluindo o
corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser
adquirida, mas é bastante duradoura.

2.3.3. Propriedades da memória


A memória tem quatro propriedades, que são:

 Memória de fixação. Processo pelo qual se percebe algo e se consegue que fique
na memória, tornando-se um dado disponível.
 Memória de conservação. Permite armazenar as lembranças e mantê-las com o
passar do tempo. Aparentemente tudo fica guardado na memória, mas não
lembramos de tudo conscientemente.
 Memória de evocação. Permite desenterrar no presente as lembranças
do passado armazenadas. Isso pode ocorrer de forma automática ou de forma
deliberada.
 Memória de reconhecimento e localização. É o processo que permite definir os
detalhes de uma lembrança evocada e situá-los em um contexto.

Para terminar, podemos dizer que a memória:

[...] desempenha papel fundamental para nossa qualidade de vida, pois é a condição
primordial ao aprendizado. A capacidade de evocar esses conteúdos condiciona nossa
adaptação ao mundo, nossos relacionamentos sociais, o planejamento e a tomada de
decisões. Quando isso não ocorre de forma satisfatória, afeta diretamente nosso
emocional, através de sentimentos de fracasso ao não conseguir realizar algo que
depende do nosso esquema de memória, resultando em autoestima rebaixada,
sentimentos de inadequação e, algumas vezes, até relacionados à depressão. (CORSO,
Adiele apud MACHADO, Sandra. 2014)
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2.4. Pensamento
Pensamento é um processo psíquico socialmente condicionado de busca e descobrimento do
essencial novo e está indissoluvelmente ligado à linguagem. Ela é a representação de uma ideia
desprovida de palavras e de imagens, esta actividade envolve-se a representação de itens que não
estão imediatamente presentes.

Em sentido lato, o pensamento corresponde a toda a sucessão de ideias ou actividade ideal,


iniciada por um problema e destinada à resolução do mesmo. Através dele orientamos e
integramos todos os conteúdos imaginativos e outros dados do nosso conhecimento em juízos e
conceitos significativos, concretos ou abstractos.

O pensamento se caracteriza por operar mediante conceitos e raciocínios, o pensar sempre


responde a uma motivação, que pode estar originada no ambiente natural, social, cultural ou no
sujeito pensante. O pensar é uma resolução de problemas.

Segundo Piaget citado por Ariel (1996), pode-se afirmar que o pensamento e a linguagem têm
raízes genéticas diferentes; o pensamento aparece antes da linguagem, e que a linguagem é
apenas uma das suas formas de expressão; as duas funções (pensamento e linguagem)
desenvolvem-se segundo trajectórias diferentes e independentes; e a formação do pensamento
depende basicamente da coordenação dos esquemas sensoriomotores e não da linguagem.

Segundo esta ordem de ideias, é complicado quase impossível ter a certeza que as pessoas
pensam em palavras ou imagens. Porém, foram desenvolvidos alguns estudos cujos resultados
demonstram que, habitualmente, surgem imagens nas mentes das pessoas quando elas estão a
pensar, o que coloca a possibilidade de que embora isso aconteça, geralmente, não pensamos em
palavras.

2.4.1. Leis do pensamento


Tradicionalmente, o termo "leis do pensamento" refere-se a três leis fundamentais da lógica: o
princípio da não-contradição, o princípio do terceiro excluído e o princípio da identidade. Estas
leis por si só não são suficientes como axiomas da lógica, mas podem ser vistas como
precursoras importantes da axiomatização moderna da lógica.
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Lei da não-contradição

O princípio da não-contradição afirma que duas afirmações contraditórias não podem ser
verdadeiras ao mesmo tempo, exemplo: as duas proposições "A é B" e "A não é B" são
mutuamente exclusivas, dito de outra forma: "nada pode ser e não ser simultaneamente".

O princípio da não-contradição foi (primeiramente) formulado por Aristóteles e diz-nos que uma
proposição verdadeira não pode ser falsa e uma proposição falsa não pode ser verdadeira.
Nenhuma proposição (na lógica clássica), portanto, pode ser os dois ao mesmo tempo.

Lei do terceiro excluído

Na lógica formal, o princípio do terceiro excluído afirma que uma proposição é verdadeira, ou
então sua negação é verdadeira. Por exemplo, Sócrates está vivo ou morto, e não há caso
intermediário entre esses dois estados de Sócrates, é por isso que falamos de "terceiro excluído":
todos os outros casos são necessariamente excluídos.

Princípio de razão suficiente

O princípio de razão suficiente é um princípio filosófico segundo o qual tudo o que acontece tem
uma razão suficiente para ser assim e não de outra forma, em outras palavras, tudo tem uma
explicação suficiente.

O processo lógico exige uma razão suficiente, tal razão é a relação necessária de um objecto ou
acontecimento com os outros. Em virtude desse princípio, consideramos que nenhum facto pode
ser verdadeiro ou existente, e nenhuma enunciação verdadeira, sem uma razão suficiente
(bastante) para que seja assim e não de outra forma. Essa definição é de Leibniz.

A razão, como actua sobre esquemas da comparação do semelhante, tende, em seu desenvolver,
a elaborar o conceito de idêntico. A razão suficiente liga, coordena um facto a outro, procura
entre eles um homogêneo, um parecido, uma “razão suficiente”. Se não o encontrar, ela não pode
compreender. Dessa forma, a razão necessita das categorias, isto é, de elementos homogêneos
que liguem um facto a outro.
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2.4.2. Características do pensamento


O pensamento pode caracterizar-se de seguinte modo:

 Surgimento com base na actividade prática;


 Processo psíquico cognitivo, socialmente condicionado e ligado à linguagem e orientada
para a busca e a descoberta do essencial novo;
 Reflexão indirecta da realidade objectiva porque não pressupõe o contacto sensorial dos
fenómenos ou objectos, e permite aprender as características não acessíveis aos órgãos
dos sentidos;
 Formação de uma unidade com linguagem e realização em conceitos os quais marcam as
qualidades e características da realidade objectiva.

2.4.3. Propriedades do pensamento

O pensamento caracteriza-se por três propriedades: imagem, acção e representação.

A imagem refere-se a aparência física dos objectos e fenómenos. Por ex.: se quiser descrever a
aparência física de seu pai você formará uma imagem visual do seu pai; A acção acompanha o
pensamento. As pessoas geralmente limitam os seus movimentos a gestos como franzir a cara,
morder o lápis, coçar a cabeça. Estas acções ocorrem quando estamos a pensar.

A acção refere-se a movimentos relacionados com a linguagem, atitudes, manifestações e


comportamentos.

A representação constitui a componente básica do pensamento. O pensamento envolve a


representação de ítens que não estão imediatamente presentes. Ao conversar ou escrever
compartilhamos os nossos conceitos com as pessoas.

2.5. Imaginação
A imaginação e pensamento caminham em paralelo. Vigotsky citado por Clark (2000), afirma
que a imaginação é a base de toda actividade criadora, se manifesta igualmente em todos os
aspectos da vida cultural, possibilitando a criação artística, científica e técnica. Wallon citado por
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Clark (2000), diz que a imaginação é indispensável ao psicólogo, ao matemático, ao físico, ou


seja, quem não imagina nada descobre.

Segundo Jung citado por Clark (2000), a imaginação é um processo pelo qual o ser humano
interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade
existencial. A imaginação começa com a captação dos sentidos e em seguida ocorre a percepção.
É portanto, um processo de pensamento, que tem como material a informação do meio em que
vivemos e o que já está registado na nossa memória. Por outro lado, Aristóteles citado por Clark
(2000), defende que o pensamento procede da imaginação.

Após a imaginação, como acontece quando nos distanciamos daquilo que estávamos a ver, uma
imagem deve permanecer na mente sobre o qual construímos um pensamento mais avançado.
Para Clark (2000), a imaginação é o processo de pensamento que evoca o uso dos sentidos:
visão, audição, olfacto, gustação, o sentido do movimento, posição e toque. É o mecanismo não-
verbal e não-lógico de comunicação entre a percepção, a emoção e a mudança corporal.

Freud citado por Clark (2000), defende que a criatividade está relacionada com imaginação, que
estaria presente nas brincadeiras e nos jogos da infância. A criança produz um mundo
imaginário, com o qual interage rearranjando os componentes desse mundo de novas maneiras.
Da mesma forma, o indivíduo criativo na vida adulta comporta-se de maneira semelhante,
fantasiando sobre um mundo imaginário, que, porém, discrimina da realidade.

2.5.1. Tipos de imaginação


Em relação aos tipos da imaginação, há: involuntário, arbitrário, recriativo, criativo e sonhar
acordado.

Imaginação involuntária

A imaginação involuntária também é chamada de passiva. Essa é a forma mais simples e


consiste em criar e combinar representações, seus componentes em uma nova imagem, quando
uma pessoa não tem intenção directa de fazer isso, quando a consciência é fraca, e o controle
sobre o fluxo de idéias é pequeno.
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A imaginação passiva é encontrada em crianças pequenas. Ela se manifesta com mais frequência
quando uma pessoa está em um estado sonolento, meio adormecido, depois as imagens aparecem
por si próprias, algumas mudam para outra, conectam-se, assumem formas e tipos mais irreais.

Não apenas em estado de sonolência essa imaginação funciona, ela também se manifesta em
estado de vigília. Nem sempre novas idéias aparecem quando uma pessoa propositalmente dirige
sua consciência para a criação. Uma característica das imagens criadas é sua variabilidade como
resultado da instabilidade das excitações do cérebro traçado e da facilidade de sua relação com
os processos de excitação nos centros cerebrais adjacentes.

Imaginação arbitrária

A imaginação arbitrária, também chamada de activa, é a construção intencional de


representações da tarefa correspondente em uma actividade particular. Uma imaginação activa se
desenvolve quando as crianças começam a desempenhar papéis (médico, vendedor, professor).
Quando eles tentam retratar seu papel, com a maior precisão possível, eles precisam forçar o
cérebro, usando a imaginação. Além disso, o desenvolvimento desse processo ocorre quando
uma pessoa começa a agir de forma independente, toma iniciativas e esforços criativos no
processo de trabalho, exigindo representações claras e precisas do assunto, que serão criadas a
partir das operações e que devem ser concluídas.

A imaginação activa é mais manifestada na actividade criativa do homem. Nesse processo, a


pessoa se coloca a tarefa que é o ponto de partida para o desenvolvimento do processo da
imaginação. Como o produto dessa actividade é objecto de arte, a imaginação é guiada por
requisitos que decorrem das características específicas da arte. O olhar recreativo desse processo
está contido no facto de que uma pessoa deve criar uma imagem de um objecto que ele nunca viu
com base em certas descrições.

Imaginação recriativa

A imaginação recreativa em sua estrutura psicológica é a tradução de um estímulo de segundo


sinal em uma imagem de ressignificação. Ela engloba a criação do que já existe e como ele
existe. Não é separado da realidade, mas se você se afastar um pouco, a imaginação não
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alcançará os objectivos da cognição - expandir o campo do conhecimento humano, reduzindo as


descrições às imagens visuais.

Uma imaginação recriadora ajuda a pessoa a viajar para outros países, para o espaço, para ver
eventos e objectos históricos que nunca tinha visto em sua vida, mas pode recriar através da
recreação. Esse processo permite que as pessoas que lêem obras de arte recriem pinturas, eventos
e personagens em suas cabeças.

Imaginação criativa

A imaginação criativa é também considerada uma imaginação activa, está envolvida na formação
de novas imagens em actividade criativa, arte, ciência, actividade técnica. Compositores,
escritores, artistas recorrem a tal processo para exibir a vida em imagens em sua arte. Criam
imagens artísticas através das quais reflectem a vida da forma mais sincera possível e não
copiam fotograficamente os eventos da vida. Essas imagens também reflectem a individualidade
da pessoa criativa, sua abordagem da vida, o estilo artístico.

A imaginação criativa é também usada na actividade científica, que não pode ser interpretada
como uma cognição mecânica comum dos fenômenos. A construção de hipóteses é um processo
criativo, que é então confirmado pela prática.

Há outro tipo peculiar desse processo - isto é um sonho, como uma representação do que é
desejado no futuro. É criado de forma significativa, em contraste com sonhos não intencionais.
Uma pessoa dirige conscientemente seus pensamentos para a formação dos objectivos desejados,
planeando estratégias para atingir esses objectivos e traduzi-los em vida real.

Imaginação efectiva

Essa imaginação é a que, basicamente, da origem a novos conceitos e ideias. É muito flexível,
podendo estar em constante mudança, permite alterações e pode levar a outros tipos de
imaginação. Além disso, ela pode nascer ou ser guiada de pensamentos aleatórios, que
normalmente são baseados em experiências passadas.

Construtiva ou intelectual
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Usamos quando desenvolvemos diferentes teses para uma informação, ou seja, quando pensamos
em diferentes possibilidades. No entanto, é originada apenas de uma ideia. Por isso, pode
demorar muito tempo para ser desenvolvida, igualmente a um estudo ou tese.

Esta é a parte que nos conecta com outras pessoas, pois permite que você sinta ou imagine o que
a outra pessoa está sentindo. Ou seja, é a nossa compaixão, que faz com que possamos ver
diferentes realidades e perspectivas.

Sonhar acordado

Sonhar acordado pode ser benéfico, mas prejudicial também. Quando um sonho está além, irreal,
não conectado com a vida, ele relaxa a vontade de uma pessoa, reduz sua actividade e retarda o
desenvolvimento psicológico. Esses sonhos são vazios, sem sentido, eles são chamados de
sonhos. Quando um sonho está conectado com a realidade e potencialmente real, isso ajuda a
pessoa a mobilizar, combinar esforços e recursos para alcançar um objectivo. Tal sonho é um
incentivo à acção e ao rápido desenvolvimento das melhores qualidades do indivíduo.

2.5.2. Leis da imaginação

Nossa imaginação compreende o ser, entende tudo que é, porém, ela não compreende o não ser,
nós não conseguimos compreender tudo aquilo que não é. Entretanto, a imaginação é
verdadeiramente infinita, pois o conjunto de seres é infinito.

Pense no maior número que você puder imaginar, dependendo da sua noção matemática, o
número que você pensou pode ser bem grande, porém, é só você somar mais um que este número
já não é o maior que você pensou, e desta forma, você pode realizar este processo para sempre e
conseguirá pensar em outro número. Através disso, percebemos que assim como nossa
habilidade de pensar em números diversificados, nossa imaginação também é infinita, pois nossa
mente sempre conseguirá fazer junções e acrescentar pensamentos, idéias e ideais e criar novos
seres.

Para Alexandre Chernichenco, a imaginação é porta para o divino. Ela funciona como
laboratório de ideias onde você tem toda a liberdade de experimentá-lo, sem pagar nenhum preço
adicional, não há limite na sua imaginação.
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2.5.3. Características

A imaginação é uma especificidade do ser humano, aliás de todos e varia de pessoa para pessoa,
portabto, não existem características específicas. Em alguns casos pode ser mais intensa e em
outros um pouco ausente, ainda mais quando se adiciona criatividade, o que faz com que se
explore cada vez mais a imaginação principalmente se você estimulá-la positivamente. Pois
assim as possibilidades de se ter pontos de vistas distintos aumenta, e com isso o optimismo
também e, inclusive a conscientização.

A imaginação é a habilidade que os indivíduos possuem de formar representações ou seja de


construir imagens mentais acerca de mundo real ou mesmo de situações não directamente
vivenciada. Ela é a actividade do pensamento na situação não presente.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Feito o trabalho, constatamos que a sensação e percepção são processos quase similares, a
diferença, porém, está no facto de que a sensação reflecte as propriedades particulares de um
objecto, enquanto que a percepção apresenta o objecto como um todo.

Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das


pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este
motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objecto
ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.

Consideramos que sem a memória é impossível aprender. A memória é a base do conhecimento,


ela é extremamente importante pois é o que nos dá a continuidade do presente e que nos permite
manter uma conversa e dar continuidade ao presente.

Já a imaginação é a base de toda actividade criadora. Sem a imaginação, o ser humano não tem a
possibilidade de realizar qualquer trabalho.

Compreendemos que os pensamentos realizam coisas em nossas vidas; que isso seja uma forma
positiva de estimular o bom pensamento na prática e assim, possamos, de certa forma, viver uma
vida mais feliz. Devemos salientar que é mais fundamental que juntarmos dias às nossas vidas é
termos a chance de uma existência melhor.
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4. FICHA BIBLIOGRÁFICA

1. ALÍPIO, J. da C. e VALE, M. M.. Psicologia Geral: Ensino a Distância. Ministério da


Educação; Moçambique: Universidade Pedagógica, pp 70-127.

2. Imaginação. Disponível em http://pt.housepsych.com/voobrazhenie_default.htm,


acessado em 28 de Abril de 2022.
3. JÚNIOR, C.A.M. e FARIA. N.C.. Memória - Memory. Porto Alegre, Curso de Pós-
Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015, pp 782-
785. Disponível em https://www.scielo.br/j/prc/a/kpHrP364B3x94KcHpCkVkQM/?
lang=pt, acessado em 25 de Abril de 2022.
4. MACHADO, S.. A importância da memória. MultiRio. 2014.
5. MUHACHA, B. Pensamento: Conceito, Características, Tipos, Importância,
Perturbação, Transtornos e Psicopatologia. Moçambique, Sopra Educação, 2021.
Disponível em https://sopra-educacao.com/2021/01/26/pensamento-conceito-
caracteristicas-tipos-importancia-perturbacao-transtornos-e-psicopatologia/#Pensamento,
acessado em 26 de Abril de 2022.

6. Quais são as características da percepção?. Spiegato. Disponível em


https://spiegato.com/pt/quais-sao-as-caracteristicas-da-percepcao, acessado em 28 de
Abril de 2022.
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7. SANDE, E.R.. Processos Cognitivos: Imaginação E Pensamento - Introdução À


Psicologia. Universidade Eduardo Mondlane - Faculdade De Educação - UEM-Maputo:
Moçambique, 2011. Disponível em
http://eliassantaylor85.blogspot.com/2011/04/processos-cognitivos-imaginacao-e.html,
acessado em 25 de Abril de 2022.

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