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UNIVERSIDADE RAINHA NJINGA A MBANDE

INSTITUTO POLITÉCNICO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

MATERIAL DE PSICOLOGIA GERAL

CURSO: PSICOLOGIA SOCIAL


1º ANO

DOCENTE: BROJEFRAJO

Material de Psicologia adaptado por Bronislav D’ Jesus


Nota
Não pretendemos com este material criar ou elaborar conhecimentos próprios,
pois, o mesmo, corresponde em verdade a consolidação de conhecimentos obtidos
através de referências bibliográficas previamente escolhidas. Com o este material,
pretendemos dotar de conhecimentos básicos e sólidos aquele que pretender submeter-
se a qualquer curso de psicologia numa instituição de ensino superior no país.

Algumas palavras de advertência

“Psicologia” é uma palavra que tem, para o leigo, um sentido bem pouco
definido. Ela pode sugerir muitas coisas para uma mesma pessoa e também coisas
diferentes para pessoas diferentes.

Um levantamento breve das expectativas comuns de quem vai iniciar seus


estudos em psicologia ilustra bem esta diversidade de concepções. Alguns acreditam
que vão estudar as causas

Material de Psicologia adaptado por Bronislav D’ Jesus


1- Introdução

A humanidade desde sempre colocou inúmeras questões acerca do mundo que a


rodeia, procurando respostas que lhe atenuassem a angústia e a inquietação. Contudo a
natureza não foi o único objecto destas interrogações. Este também passou a reflectir
sobre si mesmo e sobre a vida humana, nomeadamente sobre suas emoções,
inquietações, sentimentos, o porquê da existência, do nascimento, da morte... É deste
modo que nasce o conceito de alma, onde reside a raiz etimológica da psicologia:

Psiché (alma) + Logos (razão, estudo). Todavia, o termo psicologia só aparece no


século XVI com Rodolfo Goclénio.

Tem-se afirmado que a psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma
curta história. Assim, ela é tão antiga e tão nova.

Tão antiga – Ela já era estudada desde os primórdios mas dentro da filosofia, pois, todo
saber na época era amalgamado sob o nome comum de filosofia. O estudo da mesma
cingia-se simplesmente nas sensações.

Tão nova – Somente no século XIX e no ano de 1879 é que o Alemão Wilhem Wundt
criou o primeiro laboratório de psicologia experimental na universidade de Leipzig na
Alemanha e com isto ganha então o estatuto de ciência autónoma, desmembrando-se da
filosofia.

Definição etimológica

A palavra psicologia provém de duas palavras gregas Psiché + Logos.

Psiché – Alma, Espírito e mente.

Logos – Tratado, estudo, ciência abordagem, ou razão.

Sintetizando, é o estudo da alma, espírito ou da mente.

Definição na actualidade

A psicologia é o estudo dos processos mentais bem como o comportamento humano e


não só no tempo e no espaço.

Quando falamos de processos mentais, falamos dos processos mentais conscientes e


inconscientes.

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Processos mentais conscientes são aqueles que nos damos conta em qualquer momento.
Por exemplo: Consciente que tenho que responder a uma pergunta.

Processos mentais inconscientes são aqueles que não precisamos pensar neles para que
o mesmo seja concretizado. Por exemplo a respiração.

Quando falamos de comportamentos estamos precisamente falar de comportamento


fechado e aberto.3

Comportamentos abertos são todos aqueles que podemos observar a vista desarmada.
Por exemplo a forma de falar, andar, cor do cabelo, tatuagem, etc.

Comportamentos fechados são aqueles que não podemos ver a olhos nus, como por
exemplo a tristeza, a dor, a vontade, o ciúme, etc.

OBS: Tenhamos em conta que empiricamente os comportamentos abertos levam-nos


muitas vezes a perceber os comportamentos fechados.

O comportamento é uma resposta face a um estímulo, ou seja, são reacções que o


indivíduo realiza a julgar pela acção.

Processa-se da seguinte forma:

ACÇÃO = ESTÍMULO

REAÇÃO = RESPOSTA

Ainda assim quando falamos de psicologia, nos vem em primeira instância a palavra
PSIC que é a imagem subjectiva da realidade objectiva. Conjunto de fenómenos
psíquicos que são somente observados nos seres vivos.

Realidade objectiva – Pedra, Água, Árvore, etc.

Realidade Subjectiva – Refere-se ao cognitivo.

A Psicologia como ciência

A psicologia como já vimos, é uma ciência antiga que já era estudada dentro de outra
ciência.

Para que uma ciência seja considerada ciência é necessário possuir certos requisitos tais
como:

 Deve possuir um objecto de estudo próprio.


 Deve possuir métodos próprios
 Deve possuir um conceito universalmente aceite
 Deve ser útil à sociedade.

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A psicologia, embora tendo sido estudada já a muito tempo (dentro da filosofia), só
desmembrou-se da filosofia nos finais do século XIX, propriamente em 1879 quando
Wilhelm Wundt cria o primeiro laboratório de psicologia experimental na Universidade
de Leipzig na Alemanha, por este facto, é considerado como pai da Psicologia, portanto
a psicologia como ciência surge no século XIX.

OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA

Estuda o conjunto dos fenómenos psíquico e o comportamento dos seres vivos.

TAREFA DA PSICOLOGIA

- Analisar e quiçá regular as actividades do homem nos diversos sectores da vida;

- Investigar diversos fenómenos e remeter ao serviço da sociedade os seus resultados;

- Investigar os fenóme nos psíquicos incluindo os anormais.

MÉTODOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA

MÉTODOS

PRINCIPAIS: OBSERVAÇÃO EXPERIMENTAÇÃO

SECUNDÁRIOS: INQUERITO - ESTUDO DE CASO; -ESTUDO BIOGRÁFICO

- CONVERSAÇÃO CASUAL (observação naturalista) CIENTÍFICA NATURAL


LABORATORIAL ORAL ESCRITO

MÉTODO EXPERIMENTAL – Conjunto de procedimentos rigorosos que,


desenvolvendo-se habitualmente em contexto laboratorial, procura controlar variáveis
estranhas ou parasitas de modo a que os resultados se devem única e simplesmente à
manipulação das variáveis independentes, isto é, que só esta se devem as alterações na
variável dependente.

ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO EM PSICOLOGIA

- FORMULAÇÃO DA QUESTÃO;

- ELABORAÇÃO DA HIPÓTESE;

- VERIFICAÇÃO DA HITPÓTESE;

- FORMULAÇÃO DE CONCLUSÕES .

2- AS CINCO PRINCIPAIS CORRENTES QUE CRIARAM A PSICOLOGIA


MODERNA.
3.1 – O Estruturalismo – Propõe que o objectivo da psicologia, é a experiência
consciente através da análise das suas estruturas. Os estados mentais elementares como

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as sensações, as imagens, emoções, constituem a estrutura do consciente que é
directamente observável por meio da introspecção.

Método de estudo: Introspecção analítica

Fundadores: Wilhelm Wundt e Edward B. Titchener.

3.2 – Funcionalismo – Considera que o objectivo da psicologia é o ajustamento do


organismo as demandas do meio em que vive.

O Funcionalismo opôs-se ao estruturalismo referindo-se que a psicologia deve estudar


funções adaptativas ao comportamento e dos processos mentais e não somente a sua
estrutura e composição.

Método de estudo: Introspecção formal

Fundadores: John Dewey e Willian James.

3.3 – Behaviorismo – Considera que o objectivo da psicologia é o estudo do


comportamento de um organismo em interação com o meio.

John Watson criticou o estruturalismo e o funcionalismo argumentando que os


factos da consciência não podiam ser testados e reproduzidos por todos os observadores
treinados, pois dependiam das impressões e características de cada pessoa. No entanto,
Watson sentiu que os psicólogos deviam estudar o comportamento observável e adoptar
métodos objectivos. Daí que em 1912 nasce o Behaviorismo e domina a psicologia
americana por quase meio século.

Método de estudo: Extrospecção e experimentação

Fundadores: John Watson e F. Skinner.

3.4 - GESTALT – considera que o objectivo da psicologia é o estudo da experiência de


um organismo total, com ênfase a percepção. Os gestaltistas estão preocupados
compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão óptica, quando os
estímulos físicos são percebidos pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem
na realidade.

“ O TODO É DEFERENTE DA SOMA DAS PARTES” este é o slogan do movimento


da gestalt. o que é a pessoa ( O TODO) são junções várias características próprias dela
(AS PARTES).

Fundadores: Wolfang Koler, Kurt Khofka e Max Wertheimer

Métodos: Fenomenológico e Observação

3.5 - PSICANÁLISE – considera que objectivo da PSICLOGIA é a motivação que


em grande parte é inconsciente e deve ser estudada através dos símbolos, sonhos ou
livre associações.

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- HIPNOSE – Consiste em manter o paciente num estado inconsciente.

- LIVRE ASSOCIAÇÕES – Consiste em deixar o paciente exprimir-se de forma


deliberada.

- ANÁLISE DOS SONHOS – Consiste em deixar o paciente relatar todo seu sonho.

- ACTOS FALHADOS – O observador analisa coerentemente o lapso da língua, quiçá


dislexia que o sujeito faz.

3- RAMOS DA PSICOLOGIA

 PSICOLOGIA GERAL
 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 PSICOLOGIA CLINICA
 PSICOLOGIA MILITAR
 PSICOLOGIA SOCIAL
 PSICOLOGIA COMPARADA
 PSICOLOGIA DIFERENCIAL
 PSICOLOGIA DAS ORGAGANIZAÇÕES E DAS EMPRESAS
 PSICOPATOLOGIA
 PSICOFIOLOGIA…

4- OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA


FENÓMENOS PSÍQUICOS E SUA CLASSIFICAÇÃO
Fenómenos psíquicos são todos os actos conscientes ou inconscientes da vida
psíquica. E subdividem-se em:

- PROCESSOS PSÍQUICOS – (Sensação, Percepção, Pensamento, Memória,


Sentimento, Imaginação, Linguagem Inteligência) – São fenómenos psíquicos que têm
um princípio, um desenrolar e um fim. Visando transformar as acções vindas do exterior
em imagens psíquicas.

OBS: Os processos psíquicos são as fontes de toda nossa vida mental e são igualmente
factores de regulação das actividades do homem.

- ESTADOS PSÍQUICOS – (Tensão, Desejo, Ilusão, atenção, Vontade, Paixão,


Atracção) – Acompanham e apoiam geralmente os processos psíquicos, estes não são
fenómenos independentes por isso, surgem e desenvolvem-se simultaneamente com os
processos psíquicos.

- PROPRIEDADES PSIQUICAS – (Tendência, Aptidão, Carácter, temperamento


Personalidade) – São fenómenos psíquicos geralmente estáveis, duráveis, rígidos e por
vezes imutáveis, característicos de um individuo a outro.

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OBS: Em suma todos estes fenómenos acham-se interligados e formam o psiquismo.

5- O PSIQUISMO
O Psiquismo – é o conjunto de todos os fenómenos mentais.

CARACTER HISTÓRICO E SOCIAL DO PSIQUISMO

O psiquismo como resultado da matéria altamente organizada, surgiu a milhares


de anos, porque o homem tinha a necessidade de comunicar as suas expectativas na
produção de bens materiais que pode garantir a sobrevivência.

Deve-se aqui concluir que o trabalho em si foi um factor no surgimento do psiquismo

ETAPAS DA EVOLUÇÃO DO PSIQUISMO

- ETAPA DA SENSAÇÃO (Comportamento instintivo)

- ETAPA DA PERCEPÇÃO (Comportamento habitual)

- ETAPA DA INTELIGÊNCIA (Solução de problemas e criatividade através da


inteligência).

CARACTER SOCIAL DO PSIQUISMO

Assim sendo, a sociedade humana tem vindo a desenvolver em velocidade


cruzeiro atingindo patamares elevados nos diversos domínios da vida, tudo isso tem a
ver com o surgimento e desenvolvimento do psiquismo considerado como um elemento
fulcral nas invenções e transformações que o homem realiza.

OBS: Ao referirmos ao seu carácter histórico estamos a relacionar com o tempo do seu
surgimento, e na outra vertente tem a ver com o espaço.

ESTUDO DE ALGUNS ELEMENTOS DOS FENÓMENOS PSÍQUICOS

ESTUDO DA MEMÓRIA

Memória – é um processo psíquico cognitivo que consiste em armazenar, fixar,


conservar e se possível reproduzir os estímulos que actuam sobre os receptores.

Tipos de Memórias

 M. Sensorial – registra a informação por segundos, minutos, horas e poucos


dias;
 M. Curto Prazo – registra a informações por dias, semanas e poucos meses;
 M. Longo Prazo – registra a informação por anos e tempos indeterminados.

Processo da Memória
 Armazenamento – consiste na fixação da infromação;
 Codificação – processo de transformação e acomodação da nova informação;

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 Recuperção ou Esquecimento – é a activação do registro da informação ou
incapacidade de activação do registro da informação.

Causas do esquecimento:

O esquecimento é causado por interfências e decaimento da informação,


quanto as interferências temos:

 I. Proativa – acontece quando a nova informaão faz esquecer a velha.


 I. Retroativa – acontece quando a velha informação faz esquecer a nova.

Decaimento é a perda do registro da informação no tempo. Acontece quando não se


recupera a informação.
Estratégias de recuperação de informação
 E. Lugar – associação dos elementos a lembrar com o lugar onde fica a pessoa;
 E. Repetição – consiste na execitação do elemento a lemrar;
 E. Palavras Chaves – identificar elementos importantes da situação a lembrar;
 E. Semântica visual – associação de palavras e imagens da situação a lembrar.

ESTUDO DO PENSAMENTO

É um dos processos psiquicos da cognição mais complexos em forma de


reflexos mediantos e generalizados da realidade. Reflexo é o que aparece em forma de
representação da realidade, ou seja, resposta do organismo. Portanto, o pensamento é o
conhecimento mediato e generalizado da realidade objectiva, com base na descoberta de
conexões, relações e intervenções.

Fases do pensamento:

1- Fase de Preparação;

2- Fase Produção;

3- Fase de Avaliação.

Operação do Pensamento

A operação do pensamento, presupõe um elemento chamado de raciocínio que é


composto de dois elementos.

Raciocínio é o permite a criação de conceitos, ideias, critérios, juízos e


avaliações da realidade. Existem dois:

R. Dedutivo é feito do geral para o particular por meio de silogismo, é uma


forma de manifestação do R. Dedutivo que aparece sempre que você consegue uma
conclusão geral por manifestação de determinadas premissas. Exemplo: A=B, B=C logo
A=C.

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R. Indutivo quando os elementos saiem do particular o geral.

Tipologia De Pensamentos

1- Pensamento Concreto;
2- Pensamento Figurativo ou visual por Imagem;
3- Pensamento Abstracto.

Processos do Pensamento
 Análise;
 Síntese;
 Comparação;
 Generalização;

Relação entre Pensamento e comportamento.


A relação entre elas é que o pensamento aparece como um avaliador do
comportamento e orientador do mesmo, o comportamento é regulado pela
personalidade, mas o pensamento é o processo decisivo.

ESTUDO DA INTELIGÊNCIA

O homem tem uma capacidade geral que o permite uma capacidade específica
para pensar de forma abstracta, interpretar, compreender edeias complexas e aprender
experiências para resolver com sucesso os prolemas da vida. Assin sendo, é entendida
como a capacidade de resolver problemas, ou seja, maneira de aprender e dar respostas
as situações do meio.

Factores da inteligência:

 Biológico ou hereditário;
 Ambiental;
 Social.

Conclusão: A inteligência não depende unicamente do património hereditário, mas


sim do meio e as condições em que o indivíduo está inserido. Sabe-se igualmente que a
hereditariedade e o meio são factores indissociáveis.

Tipos de inteligência:

 I. Linguística verbal – associação de termos, escuta e fala;


 I. Matemática – solução de prolemas numéricos;
 I. Espacial – compreensão dos elementos espaciais;
 I. Corporal – controlo e moilidade dos movimentos corporais;
 I. Musical – compreensão dos sons, ritmos e melodias;
 I. Intra pessoal – interesses pessoais nos outros fazer amizades pensa no outro;
 I. Inter pessoal - interesses próprios, fechado, pensa só em si;

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 I. Naturalista compreensão dos elementos naturais fauna e flora;
 I. Emocional – incapacidade de entender as próprias emoções e as dos outros.
 I. Múltipla – capacidade de compreender duas ou mais inteligência.

INSTRUMENTOS DE MEDIDA DO QI

O QI visa determinar a relação entre a idade mental e a idade cronológica. Para calcular
o QI, divide-se a idade mental obtida pela aplicação de uma bateria de testes, pela idade
cronológica multiplicando o resultado por 100.

QI = IM / IC * 100
CATEGORIAS DE TESTAGEM SEGUNSO TERMAN

80-89 – Lentidão
90-109 – Inteligência Média
110-119 - Inteligência Superior
120-140 – Inteligência Muito Superior

ESTUDO DA IMAGINAÇÃO
A imaginação é a criação de objectos ou acontecimentos com ou sem ajuda de
dados sensoriais, está ligada extreitamete ao passado e prevendo o futuro.
Tipos de imaginações: Voluntária e Involuntárias
Processos da imaginação
 Criação;
 Reprodução.

ESTUDO DA ATENÇÃO
Atenção – É o estado psíquico que nos permite a concentração ou tomada de
atitude atenta no tempo e no espaço, em todos os fenómenos da vida. É uma orientação
selectiva da consciência para um determinado objecto/fenómeno, o qual se torna
consciente com clareza e precisão especial.

Modelos de Atenção

Modelo de Filtro, o homem tem uma capacidade limitada de fixação e sua


atenção só pode escolher um elemento qual deve fixar sua concentração. Compõe dois
elementos:

 Selecção - consiste na escolha do elemento na qual se mantém atenção;


 Descriminação – consiste no abandono de outros estímulos e na fixação de
apenas um.

Modelo Recursos limitados, defende que o homem tem uma capacidade limitada de
atenção, mas pode atender mais de um estímulos vindo do meio, mas nem todos
receberão a mesma concentração. Compõe dois elementos:

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 Selecção – escolher o estímulo na qual vai atender;
 Distribuição – consiste distribuir a concentração nos que chegam do meio.

Tipos de atenção:

1- Atenção Involuntária/Inconsciente; 2- Atenção Voluntária/consciente e selectiva

Processos da Atenção
 Automatizados; (situação conhecida)
 Controlados; ( situação nova ou de perigo)

ESTUDO DA SENSAÇÃO

Tomamos conhecimento do mundo através dos órgãos dos sentidos, que


organismo humano recebe em forma de sensação. É um processo psíquico cognitivo das
propriedades isoladas que actua sobre os receptores. Uma sensação é uma resposta do
organismo a um estímulo específico.

Classificação das sensações

 S. Internas – são aquelas que nos informam do mundo interior, nelas encontram-
se as quinestésicas e cinestésicas.
 Quinestésicas – são aquelas que nos informa algo sobre os movimentos
do corpo e dos esforços exercidos por essesmovimentos. Ex.: ( a que nos
faz levar a colher a boca com os olhos fechados)
 Cinestésicas – estão ligadas ao funcionamento dos órgãos de respiração,
circulação, digestão e secrecção. Nos informam do estado geral do nosso
organismo se estamos bem ou mal.ex.: ( urinar, defecar, sede, fome,
dores, vergonha, amor, ódio etc)
 S. Externas – são aquelas que estão directamente ligadas aos cinco órgãos dos
sentidos:
 Auditivas ;
 Visuais;
 Táteis;
 Olfactivas;
 Gustativas.

Estudo da Percepção – É um processo psíquico cognitivo das propriedades unificadas


ou globalizadas que actuam sobre os receptores.

A percepção é o reflexo sensível de um objecto ou fenómeno da realidade


objectiva que actua sobre os nossos órgãos sensoriais. A percepção envolve a tomada de
consciência do objecto que se destaca do ambiente por oposição ao sujeito. E esta
oposição é aspecto característico da percepção. A percepção pressupõe:

A capacidade de reagir ao estímulo sensível;

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Aptidão para se tornar consciente da correspondente qualidade sensível que é a
qualidade de um determinado objecto.

A percepção é um todo mais ou menos complexo que difere qualitativamente


das sensações elementares que pertencem ao contexto. Mas a percepção depende das
sensações.

Na percepção deve se ter em conta a estrutura total do objecto que consiste na


unidade do conjunto e das partes integrantes, da análise e da síntese. Esta estrutura total
do objecto tem como consequência a forma que, geralmente, está relacionada com o
conteúdo do percebido ou apreendido.

6- ABORDAGEM PSICOFISIOLÓGICA DO COMPORTAMENTO


A relação do organismo com o exterior realiza-se através dos subsistemas do
organismo (Sistema nervoso, Sistema Endócrino, respiratório, digestivo, entre outros)
este processo é alvo de avaliação e tomada de decisões pelos centros coordenadores do
sistema nervoso, a execução das decisões são feitas pelos órgãos efectores (músculos e
glândulas)

O Sistema nervoso é a base do desenvolvimento do psiquismo porque é através dele que


se captam as expressões do exterior provocando fenómenos o desenvolvem.

Três mecanismos actuam sobre o nosso organismo

1- Mecanismo de recepção
2- Mecanismo de Conexão
3- Mecanismo de reacção.
Importa referir que o neurónio é a unidade básica do sistema nervoso e que são
igualmente responsáveis pela transmissão de impulsos electroquímicos no organismo. O
neurónio é composto por três partes essenciais que são: Dendrite, Axónio e corpo
celular.

ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO

ENCÉFALO (centro coordenador que recebe e processa todas informações)

S.N.C

MEDULA ESPINAL (conduz os estímulos para o cérebro e deste para

os órgão efectores; Coordenação das actividades reflexas).

S. NERVOSO N. AFERENTES( Sensoriais)

S.N.SOMÁTICO

N. EFERENTES (Motores)

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S.N.P

DIVISÃO SIMPÁTICA

S.N.AUTONOMO (actua em situação de tensão e stress)

DIVISÃO PARASSIMPÁTICA
(atenua o stress e a tensão)

O Sistema nervoso tem como principais funções o controlo do comportamento e a


regulação fisiológica do organismo.

7- BASES DA GENÉTICA

A informação biológica dos traços e características está presente nos cromossomas


do indivíduo. No interior dos cromossomas que estão localizados no núcleo das células,
encontram-se os genes que desempenham um papel fundamental na transmissão dos
caracteres hereditários.

Os genes são constituídos por moléculas do ADN. Em todos os seres vivos encontramos
nos ADN as quatro letras (AGCT) que são as bases que determinam a informação
genética que definirá se o novo organismo poderá ter pernas, escamas ou pelos, pés,
asas ou barbatanas.

Uma das particularidades do ADN é copiar-se a si mesmo: Quando uma célula


se divide, as novas células recebem uma cópia do ADN da célula mãe. O código
genético é por isso idêntico em cada célula, a menos que surjam mutações causadas por
influências do meio ambiente (por exemplo radiações). A este processo de divisão
celular que permite a reprodução do código genético em novas células dá-se o nome de
MITOSE.

Contudo, é através de um outro processo, a MIOSE, que nós recebemos 23 pares


de cromossomas do pai e da mãe. Quando um óvulo é fecundado por um
espermatozoide, forma-se um ovo ou zigoto com 46 cromossomas, isto é, 23 pares de
cromossomas característicos da espécie humana.

O par 23 é diferente nos dois sexos; na mulher é constituído por dois


cromossomas X; no homem esse par é formado por um cromossoma X e um Y. Da mãe
recebe sempre um cromossoma X: se o óvulo é fecundado por um cromossoma Y,
nascerá um rapaz; se o óvulo é fecundado por um espermatozoide com o cromossoma X
, nascerá uma rapariga.

A HEREDITARIEDADE E O MEIO são factores de desenvolvimento humano.

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A HEREDITARIEDADE – implica todo material genético que herdamos dos nossos
progenitores, ou seja, é o conjunto de características físicas e psicológicas que
adquirimos dos nossos ancestrais no momento da concepção.

Contudo, já faz parte do senso comum considerar o meio como factor


corresponsável na determinação das características. É igualmente grande a polémica em
torno de saber qual dos factores hereditariedade/meio é mais importante na
determinação das capacidades e comportamentos de um indivíduo.

PARA TAL É PRECISO TERMOS EM CONTA A NOÇÃO DO GENÓTIPO E


FENÓTIPO

Nós herdamos um conjunto de genes provenientes dos nossos progenitores.


Designa-se por GENÓTIPO o património hereditário com que fomos dotados. No
entanto, as características de um indivíduo não dependem apenas do código genético
que recebem a quando da sua concepção; Ele sofre influências do meio ambiente.
Designa-se por FENÓTIPO – todas as características fisiológicas e psicológicas que
um indivíduo apresenta. O fenótipo corresponde à aparência do indivíduo, ao conjunto
de traços que resulta da interação entre o fenótipo e o meio.

OBS: O fenótipo é o resultado da acção concertada entre os dois factores:

- A informação genética

- A influência do meio

POR EXEMPLO: O genótipo pode contribuir para a possibilidade de desenvolver


membros longos e grande massa muscular, contudo, a subnutrição ou a falta de
exercícios impedirão o desenvolvimento das capacidades atléticas.

O crescimento e a maturação são fases de desenvolvimento humano.

MOTIVAÇÃO - É um conjunto de forças que mobilizam e orientam a acção de um


organismo em direcção a determinados objectivos, ou seja, o aspecto dinâmico do
comportamento dirigido a um objectivo.

O comportamento motivado é caracterizado pela presença de três factores:

Os motivos são necessidades e os desejos que o comportamento orientado para um fim


procura satisfazer ou realizar.

O ciclo motivacional desdobra-se nos seguintes momentos:

1- Necessidade – Sinal de carência ou de desequilíbrio;


2- Impulso – O que move ou impele o organismo para a realização de um
comportamento;
3- Acção ou resposta instrumental – Activade orientada para um objectivo;
4- Cumprimento do objectivo;

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5- Satisfação da necessidade.
Tipos de motivação

O comportamento é determinado, sustentado e dirigido por motivações que podem


ser inatas ou aprendidas, fisiológicas ou psicossociais ou uma complexa interacção entre
estes tipos de motivos. Portanto os tipos de motivações são:

1- Motivações primárias – São motivos ou necessidades que nascem com o


indivíduo, são inatas – formando-se independentemente da aprendizagem.
Constituem necessidade não simplesmente humanas, mas comuns a outras
espécies. São impulsos ou pulsões que, em geral tendo em vista a sobrevivência
a preservação do organismo. São também motivações fisiológicas porque,
desencadeadas por carências orgânicas, visam repor o equilíbrio do organismo.
A fome, a sede constituem exemplos de motivações ou necessidades primárias
tal como a necessidade de oxigénio, de segurança, de alívio da fadiga e
eliminação de resíduos orgânicos.
Sintetizando: as motivações primárias são necessidades essencialmente fisiológicas,
pelo que sem encontram em todos os indivíduos e não resultam de uma aprendizagem.
(são inatas)

2- Motivações secundárias – São necessidades ou motivos resultantes da


aprendizagem e da influência do meio sobre o indivíduo. Não têm bases
fisiológicas e são variáveis conforme a sociedade em que se vive. Denominam-
se também por motivações sociais porque resultam da experiência e da interação
com os outros.
Motivações secundárias como o desejo de ganhar dinheiro são resultado de experiencias
e aprendizagens, estando dependentes do meio social a que pertencemos porque há
sociedade humana que desconhece o dinheiro.

3- Motivações combinadas - O comportamento humano não é simplesmente


motivado ou por necessidade psicológico ou por necessidades adquiridas,
aprendidas. Há comportamentos que, segundo vários psicólogos, são resultado
da interação entre o inato e aprendido. Tal é o caso, como iremos ver, dos
impulsos sexual e mental. A estas complexas determinantes do comportamento
dá-se o nome de motivações combinadas.

Tecnicamente, o défice interno (NECESSIDADE) empurra o sujeito para a acção


(IMPULSO) aproximando-a ou afastando-a de uma meta específica.

Instintos - São elementos inatos que comandam os impulsos de ordem animal nos seres
vivos. Deve-se ter em conta que existem dois tipos de impulsos:

IMPULSO para a vida (Procriação) e IMPULSO para a morte (agressão).

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Ajustamento – É o processo pelo qual o organismo procura adaptar-se ou estabelecer
uma harmonia entre o seu eu e o mundo.

FRUSTRAÇÃO E CONFLITOS MOTIVACIONAIS

FRUSTRAÇÃO – é a situação em que se encontra um sujeito quando uma necessidade


não pode ser satisfeita em virtude de um obstáculo interno (falta de talento,
incapacidade física, falta de confiança, medo, etc) ou de obstáculos externos
(Convenções sociais, religiosas, falta de dinheiro, proibição de agentes da ordem, dos
pais, professores, etc.)

Quanto mais forte for a motivação e menos possibilidade houver de alcançar o objetivo
desejado tanto maior será a frustração.

A intensidade da frustração depende de quatro factores:

1- Da natureza da motivação (pode ser forte ou fraca).


2- Da natureza do objectivo (pode ser importante ou não).
3- Da natureza do obstáculo (há obstáculos que só parcialmente impedem a
realização do objectivo.
4- Da natureza da pessoa (a frustração pode ser experienciada de modo diverso por
diferentes indivíduos).

CONFLITO

CONFLITO – pode ser definido como um estado de tensão resultante da luta no


interior do sujeito de motivações diferentes e de intensidade semelhantes, que,
apresentando-se simultaneamente, são incompatíveis entre si.

A situação de conflito motivacional significa que o individuo se confronta dentro de si


mesmo com várias forças motivacionais que agem ao mesmo tempo sobre o
comportamento.

TIPOS DE CONFLITOS

CONFLITO APROXIMAÇÃO/APROXIMAÇÃO – Neste tipo de conflito o


individuo está perante duas ou mais forças positivas, está entre dois objectos ou
actividades desejadas. O conflito surge porque só é possível escolher uma resposta.

Ex: Escolher entre um gelado de ou um chocolate…

Escolher entre ficar com esta ou com aquela pessoa…

É frequente surgir angústia por se ter escolhido a hipótese errada.

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CONFLITO AFASTAMENTO/AFASTAMENTO – Neste tipo de conflito, o
individuo está perante duas alternativas desagradáveis, duas valências negativas,
hesitando sobre qual evitar.

Ex: Quando se coloca a uma criança alternativas que não deseja fazer, por exemplo
fazer uma tarefa desagradável ou ser punida. Qualquer escolha criará no individuo
insatisfação; por isso surgem muitas vezes comportamentos de fuga.

CONFLITO APROXIMAÇÃO/AFASTAMENTO – Neste conflito o indivíduo está


perante uma situação que é positiva e negativa ao mesmo tempo.

Ex: Acariciar um cão.

VONTADE – É a predisposição que coloca o indivíduo numa situação de ou não


aceitar, fazer ou não alguma coisa.

SENTIMENTO – Reações súbitas e duradouras e quiçá estáveis.

EMOÇÕES – Reações súbitas e de curta duração.

ATITUDE - São as predisposições do individuo para agir de forma positiva ou


negativa. A atitude é somente a intenção. As atitudes são igualmente comportamentos
verbais mediante os quais os indivíduos expressam suas expectativas.

COMPONENTES DAS ACTITUDES

- COMPONENTE COGNITIVA

- COMPONENTE AFECTIVA

- COMPONENTE COMPORTAMENTAL

8- APRENDIZAGEM

Aprender e aprendizagens são termos que fazem parte do nosso discurso comum,
abrangendo um grande número de significados. Falamos de aprendizagem escolares, de
hábitos alimentares, de higiene... de aprender a escrever, a cantar, a ter boas maneiras, a
falar... e também a aprender a defender-se, aprender uma profissão, a amar... aprender a
aprender.

APRENDIZAGEM – é uma mudança relativamente estável e duradoura do


comportamento e do conhecimento. Também é um processo pelo qual o indivíduo se
pred

HÁBITOS – Resposta a um estímulo que se torna pela repetição automática.

FACTORES DA APRENDIZAGEM

Material de Psicologia adaptado por Bronislav D’ Jesus


- Inteligência

- Motivação

- Aprendizagem anterior e experiência

- Factores sociais

TIPOS DE APRENDIZAGEM

 Condicionamento Clássico
 Condicionamento Operante
 Aprendizagem motora de discriminação verbal
 Aprendizagem de conceito
 Aprendizagem de resolução de problemas
 Aprendizagem social

APRENDIZAGEM POR CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

O condicionamento clássico é uma forma de aprendizagem em que um estímulo neutro,


ao ser emparelhado com um estímulo incondicionado, acaba, ao fim de algum tempo,
por se tornar um estímulo que por si só provoca uma resposta condicionada, similar à
desencadeada pelo estímulo incondicionado ou natural. O estímulo condicionado torna-
se sinal antecipador da representação do estímulo incondicionado.

APRENDIZAGEM POR CONDICIONAMENTO OPERANTE

Há aprendizagem por condicionamento operante quando aprendemos com as


consequências do que fazemos.

As nossas acções ou comportamentos (operações no meio) podem ter consequências


positivas ou negativas: se for positiva é provável que voltemos a fazer o que fizemos e
do contrário é provável que não voltaremos a fazer o que fizemos.

As nossas acções futuras são, por conseguinte, condicionadas pelas consequências das
acções que realizamos. De acordo com a “lei do efeito” expressa por Thorndike,
tendemos a repetir as acções que têm consequências favoráveis (aumento da frequência
da acção) e a não repetir as acções que têm consequências desfavoráveis (diminuição da
frequência da acção)

APRENDIZAGEM MOTORA – Consiste na realização de actos motores e de


movimentos de diferentes graus de complexidade. Assim, é mais complexa a sequência
de movimentos necessárias para tocar violino, piano, pilotar avião, etc. Do que a
necessária para nos vestirmos, lavarmos, comer com talheres...

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APRENDIZAGEM VERBAL – Consiste em nomear mediante palavras e conceitos os
objectos, factos e acontecimentos. É considerada a base geral de todas as aprendizagens.

APRENDIZAGEM DE CONCEITOS – subjaz ao nosso pensamento, à formação de


proposições e de raciocínios. Os conceitos são unidades básicas dos processos mentais
como o pensamento, a linguagem e com eles damos sentido e organização às nossas
aprendizagens e a relação com a realidade.

APRENDIZAGEM POR DISCRIMINAÇÃO – Trata-se da aquisição da capacidade


de compreender o que determinados objectos e situações têm de semelhante e de
diferente (caso do mar e o rio, da cadeira e da mesa).

É um indispensável suporte de muitas aprendizagens mais ou menos complexas.

APRENDIZAGEM DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS – Trata-se da aquisição


de competências para responder a “desafios” quer práticos quer teóricos. Em ambos os
casos utilizamos os recursos (habilidade na manipulação que possuímos de objectos,
raciocínio lógico, intuição, criatividade, regras e métodos aprendidos ou inventados).
No fundo, toda a aprendizagem serve para resolver problemas.

MÉTODOS DA APRENDIZAGEM

 Distribuição da prática do tempo


 Conhecimento dos resultados
 Aprendizagem total e aprendizagem parcial
 Aprendizagem programada

A efectividade – refere-se no interesse da aprendizagem de um conteúdo.

Esquecimento – é a incapacidade de reproduzir ou recordar os conteúdos armazenados


na memória.

9- PERSONALIDADE

A personalidade é o conjunto de características físicas e psicológicas que definem a


cada um de nós identidades únicas e definem o nosso valor social aliado a nossa
responsabilidade.

O termo personalidade pode apresentar diferentes conceituações:

A personalidade é:

 Uma estrutura, uma totalidade dotada de organização e não uma simples


acumulação de diversos aspectos;

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 Um processo, uma construção activa que se realiza na interacção entre factores
biológicos, ambientais (culturais e educativos) e individuais (o modo como cada um
vive e assimila as suas experiências);
 Uma estrutura activa dotada de consistência é uma maneira singular e relativamente
constante de comportamento, de resposta às situações. Por isso é um padrão
psíquico e comportamental. Torna, em certa medida, previsível a interacção social
de um determinado indivíduo.

FACTORES GERAIS QUE INFLUENCIAM A PERSONALIDADE

 INFLUÊNCIAS HEREDITÁRIAS
 MEIO SOCIAL
 EXPERIÊNCIAS PESSOAIS

A personalidade é um cruzamento de influências hereditárias e ambientais que, em


certa medida, são interpretados por nós, isto é, assimiladas de acordo com o significado
que atribuímos às nossas experiências pessoais.

As vivências pessoais com os outros significados (familiares, amigos, colegas) e no


seio dos diversos grupos e instituições que de forma temporária ou durável integramos
contribuem para formar positiva ou negativamente a personalidade. Carências afectivas
e amor, êxitos e fracassos, acidentes e perdas são vivências que, de acordo com o modo
como cada um de nós reage a elas, podem moldar a personalidade de um indivíduo e
tornar harmonioso ou conflituoso o seu desenvolvimento e estruturação.

A personalidade não é construída em absoluto, independentemente da cultura, uma


vez que existem traços de personalidade comuns aos indivíduos pertencentes ao mesmo
ambiente sociocultural. A personalidade diferencia os indivíduos, mas devemos ter em
conta um património genético específico e elementos culturais comuns transmitidos
pelos agentes socializadores.

TEORIA DA PERSONALIDADE SEGUNDO SIGMUND FREUD

Para Freud a personalidade é orientada por forças pulsionais, marcada pelo


inconsciente, por uma grande importância atribuída à infância e as relações de objectos.

Freud admite que dois princípios fundamentais regem a vida psíquica: o princípio do
prazer e o princípio da realidade.

O PRINCÍPIO DO PRAZER – que visa a realização imediata dos desejos, rege o


inconsciente e o ID.

O princípio do prazer entra em conflito com a zona consciente, dominada pelo princípio
da realidade, já que, de acordo com aquele princípio, o sujeito deverá lutar pela
satisfação pulsional.

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O PRINCÍPIO DA REALIDADE – que domina a vida consciente e corresponde a
necessidade de adaptação ao real social, visa um comportamento controlado, adequado
às exigências desta.

O EGO regido por este princípio e tendo em conta às exigências do SUPEREGO vai
avaliar quais as pulsões do ID podem ou não ser satisfeitas.

O SUPEREGO, que existe, enquanto instâncias do aparelho psíquico, mais ou menos a


partir dos 5 anos, vai impor ao EGO valores morais e regras socioculturais, levando-o a
viver conflitos, ambivalências, complexos, sofrimentos (sentimentos de culpabilidade),
mas também orgulho e bem-estar consigo próprio.

ID EGO SUPEREGO

- Elemento inato, tendente - Elemento mediador entre - Representa a


na busca do prazer; o ID e o SUPEREGO; interiorização das normas
e padrões de convivência
- Representa toda energia - Regula as tensões do ID social que regula a conduta
psíquica semelhante aos e as forças do humana.
instintos que sufocam a SUPEREGO.
integridade do EGO.
- Censura;
-Processos primários;
- Processos secundários; - EGO ideal.
-Princípio do prazer
- Princípio da realidade

ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

TEMPERAMENTO Carácter Tendência Aptidão

- Velocidade de reacção diante


os estímulos
- Sanguíneo - Melancólicos Maneira de Inclinação do - Capacidade e
gesticular, indivíduo. É o habilidade na
- Coléricos - Fleumáticos falar, andar, mesmo que execução de
etc. vocação. tarefas
Reacções Calmos e
rápidas e ponderantes
preciptadas

TIPOS DE PERSONALIDADE

KRETSHERMER SHELDON

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PICNICO ENDOMORFIA( gordo alto)

ATLETICO MESOMORFIA( estreito)

LIPTOSCÓMICO ETOMORFIA(musculoso)

TRAÇOS DE PERSONALIDADE – Consiste em caracterizar o comportamento de


uma pessoa em várias situações e que leva o psicólogo ou não, que conheça essa pessoa
a predizer o que provavelmente fará.

MECANISMOS DE DEFESA DO EGO

Os mecanismos de defesa são estrategias incoscientes que a pessoa usa para tentar
reduzir a tensão e a ansiedade, fruto dos conflitos entre o ID, EGO e SUPEREGO.

São vários os mecanismos de defesa que reconhecem existir no indivíduo:

RECALCAMENTO – Pelo recalcamento, o sujeito envia para o ID as pulsões, desejos


e sentimentos que não pode admitir no seu EGO. Os conteúdos recalcados, apesar de
inconscientes, continuam actuantes e tendem a reaparecer de forma disfaçada ( sonhos,
actos falhados, lapsos de linguagem...).

REGRESSÃO – Pela regressão, o sujeito adopta modos de pensar, atitudes e


comportamentos característicos de uma fase de desenvolvimento anterior.

Frente a uma frustração ou incapacidade de resolver problemas, a criança ou o adulto


regridem procurando protecção de épocas passadas. Assim, o nascimento de um irmão
pode levar a criança a fazer chichi na cama, ou um adulto face a problemas pode fugir à
realidade refugiando-se em atitudes infantis (Dependência excessiva, choro,
chantagem...).

INTELECTUIALIZAÇÃO – pela intelectualização ou racionalização, o sujeito


ocultando a si próprio e aos outros as verdadeiras razões, justifica racionalmente o seu
comportamento retirando assim os aspectos emocionais de uma situação geradora de
angústia e de stress. Deste modo, com justificações racionais tenta-se tenta-se explicar
de forma “aceitável” porque bateu no irmão, se faltou ao exame médico, se mentiu ao
marido ou à mulher.

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PROJECÇÃO – Pela projecção, o sujeito atribui, aos outros (à sociedade, a pessoas, a
objectos) desejos, ideias, características que não consegue admitir em si próprio. São
reflexos deste processo frases como o fulano detesta-me; aquele indivíduo não suporta
critica; a sociedade não tem ideias solidárias... Quando é a prórpia pessoa que tem esses
sentimentos.

DESLOCAMENTO – Pelo deslocamento, o sujeito transfere pulsões e emoções do seu


meio natural, mas perigoso, para um objecto substituto, mudando assim o objecto que
satisfaz a pulsão.

FORMAÇÃO REATIVA - pela formação reativa o sujeito resolve o conflito entre os


valores e as tendências consideradas inaceitaveis, apresentando comportamento oposto
as pulsões. Assim uma pessoa pode ser demasiado amável e atenta com alguém que
odeia; manifestar uma excessiva caridade para esconder um sadismo latente; uma
pessoa submissa e dócil pode esconder um dominador violento...

SUBLIMAÇÃO – Pela sublimação o sujeito substitui o fim ou objecto das pulsões de


modos a que estas se possam manifestar em modalidades socialmente aceites.

CONVERSÃO – A tranformação de conflitos emocionais em sintomas físicos.

10- ACTIVIDADE, ABORDAGEM PORMENORIDA


A actividade implica a realização de tarefas socialmente úteis para fins preconizados.

PROCESSOS DA ACTIVIDADE

A INTERIORIZAÇÃO OU A EXTERIORIZAÇÃO OU
SUBJECTIVAÇÃO OBJECTIVAÇÃO

- PROCESSO QUE VISA GUARDAR - PROCESSO QUE VISA


NA MENTE AS INFORMAÇÕES REPRODUZIR DA MENTE AS
DISPONÍVEIS; INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS;

- TRANSFORMAÇÃO DO OBJECTO - TRANSFORMAÇÃO DO SUJEITO


EM SUJEITO. EM OBJECTO.

OBS: ESTE PROCESSO OCORRE EM SIMULTÂNEO.

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11- BASES DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento é o conjunto de tranformações físicas, fisiológicas e


psicológicas que marcam a existência de um indivíduo durante todo o ciclo vital. O
impacto dessas mudanças no desenvolvimento depende, em certa medida, das
características pessoais de cada indivíduo, das suas atitudes e experiências. Somos
influenciados pelas mudanças que experienciamos, mas também, enquanto participantes
activos do nosso desenvolvimento, definimos o seu sentido e as suas consequências.

Os psicólogos que se dedicaram ao estudo do desenvolvimento procuraram


compreender as razões por que as pessoas mudam sob diversos aspectos (cognitivos,
psicossociais, afectivos...) ao longo da sa vida e como se processam essas
transformações.

A psicologia do desenvolvimento visa conhecer a dinâmica do


desenvolvimento humano. Aborda diferentes fases de maturação e processos de
desenvolvimento desde a vida intra uterina até a morte.

PRINCÍPIO GERAIS DA TEORIA DE PIAGET

1- O desenvolvimento intelectual implica mudanças qualitativas.


2- O conhecimento é uma construção activa do sujeito.
3- O desenvolvimento cognitivo é descontínuo, qualitativamente diferenciado,
processando-se ao longo de momentos distintos denominados estádios.

OS FACTORES EXPLICATIVOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

1- A hereditariedade e a maturação física – Piaget refere-se a mudanças


biologicamente determinadas no desenvolvimento físico e neurológico que
ocorrem de forma relativamente independente em relção às experiências.
2- A experiência pessoal – não é um simples registo passivo de dados da
experiência, mas sim a actividade do sujeito sobre os objectos – física e mental –
que permite distinguí-lo e organizá-los.
Através dessa actividade dá-se a formação de estruturas ou de esquemas que
possibilitem a acção e a compreensão da realidade.

3- A trensmissão social – Refere-se ao processo através do qual somos


influenciados, não pela nossa actividade própria, mas pelo contexto social, pela
observação dos outros e pela educação.
4- A equilibração – Cada novo estádio define-se pelo surgimento de novos
esquemas e estruturas ou formas e estruturas mais complexos.
Para Piaget o desenvolvimento cognitivo implica que a actividade do sujeito na
interacção com o meio responda aos desequilíbrios cognitivos procurando atingir um

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estado de equilíbrio entre a assimilação e acomodação, mecanismos de adaptação ao
meio.

MÉTODOS

LONGITUDINAIS TRANSVERSAIS NORMATIVOS

- Acompanha o - Utilizados para estudar - Recorre a testes e


desenvolvimento do vários indivíduos da analisa estatisticamente
indivíduo através de mesma idade para os seus resultados.
etapas. encontrar semelhanças no
desenvolvimento.

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO PIAGET

SENSÓRIO PRÉ- OPERAÇÕES OPERAÇÕES


MOTOR OPERATÓRIO CONCRETAS FORMAIS

0-2 ANOS 2-6/7 ANOS 6/7 – 11/12 ANOS 11/12- 15/17 ANOS

Fase dos reflexos; - Função - Capacidade de - Caracteriza-se


simbólica; operações mentais por um pensamento
- Evolui devido ao abstracto e pelo
confronto com as - Linguagem e exercício de
experiências com socialização raciocínio
o mundo hipotético -dedutivo
envolvente – ela
tem um papel
activo no seu
desenvolvimento

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO FREUD

ORAL ANAL FÁLICA LATÊNCIA GENITAL


0-12/18 12/18 MESES 2/3 ANOS – 5/6 ANOS DEPOIS DA
MESES – 2/3 ANOS 5/6 ANOS PUBERDADE PUBERDADE
- Reactiva a
- A criança é - - Fases das - Diminuição sexualidade
muito passiva Interiorização perguntas e da actividade que esteve
e dependente, das primeiras interesses da sexual que pode como que

Material de Psicologia adaptado por Bronislav D’ Jesus


mas na época normas. realidade ser total ou adormecida
do desmame objectiva. parcial. durante o
é activa e período de
pode morder latência.
os seios ou
biberão.

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