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Material Teórico
Motivação e Comprometimento
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Motivação e Comprometimento
• O Que é Motivação?
• O Que Não é Motivação
• Motivação e a Psicologia
• Ciclo Motivacional
• Satisfação, Compensação e Frustração
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Distinguir e descrever as etapas do ciclo motivacional, reconhecendo
os possíveis resultados do comportamento motivado pela necessidade:
satisfação, compensação e frustração.
· Reconhecer a motivação como intrínseca ao ser.
· Desmistificar considerações errôneas sobre motivação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Motivação e Comprometimento
O Que é Motivação?
Motivação é, sem dúvida, um dos temas mais estudados na Psicologia. Entender
o que motiva o homem é assunto que tem ocupado muitos pensadores. Entretanto,
a despeito da quantidade de estudos e de teorias que cercam o tema, há ainda
muita divergência no modo como a motivação humana é estudada e explicada.
Para cada ação que uma pessoa ou animal executa, nós perguntamos:
“Por que ele ou ela fez aquilo”. Quando fazemos esta pergunta, estamos
perguntando sobre a motivação daquela pessoa ou animal... Questões
sobre motivação, então, são questões sobre as causas de uma ação espe-
cífica (apud MOOK, 1987, p. 3).
Os motivos são concebidos [...] como forças que são moldadas pela
experiência (apud DWECK, 1999, p. 134).
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Como se pode notar, essa não é uma discussão nova e tampouco simples. E,
na realidade, esta Unidade não pretende esgotar o assunto, até porque este não
é o nosso objetivo principal e talvez nem se possa esgotá-lo, uma vez que, como
já notado, são várias as formas de se compreender e explicar tal conceito. Mas
procuraremos aqui, esclarecer um pouco mais sobre do que se trata a motivação.
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UNIDADE Motivação e Comprometimento
Do mesmo modo que não é a água que nos motiva a bebê-la, mas a nossa sede,
nossa compreensão de que precisamos nos manter hidratados, e assim por diante.
A água satisfaz a nossa sede.
Motivação e a Psicologia
Outro aspecto importante sobre motivação é que esta se trata de um fator
intrínseco – e não extrínseco. Ou seja, é interno, encontra-se na própria pessoa.
Não é algo que vem de fora.
A impotência do gestor na tarefa de motivar a equipe deve ser superada por meio
da compreensão mais profunda dos “[...] aspectos internos do ser humano [...]”
(CASADO, 2002, p. 248).
A Psicanálise foi desenvolvida por Sigmund Freud e a Análise do Comportamento tem como
seu principal pensador Burrhus Frederic Skinner.
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A Psicanálise compreende a personalidade como constituída por três instân-
cias: id, ego e superego. A primeira, id, é compreendida como a principal repre-
sentação do “mundo interno” do ser humano, sendo formada por “[...] instintos,
representações psicológicas do desejo que geram tensão [...]” (CASADO, 2002,
p. 248).
Já o ego é regido pelo princípio da realidade, pela razão. Tem como papel
principal no ser o de harmonizar os desejos do id e as normas do superego. É o
componente moral que atua mediando a amoralidade do id e o componente moral
e social do superego.
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UNIDADE Motivação e Comprometimento
Podemos, ainda que com visões bastante diferentes, considerar que, quer a
Psicanálise, quer a Análise do Comportamento, ambas consideram que para a
existência da motivação, torna-se necessário que algo aconteça, que haja alguma
alteração no organismo que o impulsione a reagir de forma a reduzir essa mudan-
ça, reestabelecendo, assim, seu estado inicial.
Ciclo Motivacional
A proposta do ciclo motivacional surgiu da Escola das Relações Humanas, que
propôs uma nova concepção de homem, reconhecendo a sua complexidade e
particularidades. Esse novo modelo desencadeou transformações no modo como a
motivação humana passou a ser compreendida.
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De acordo com a Escola das Relações Huma-
nas, todo comportamento é motivado. Mas o que
isso quer dizer?
Equilíbrio
De acordo com o psicólogo Kurt Lewin (1942), Interno
o organismo tende a se manter em um estado de
equilíbrio interno, ou mais especificamente, equi-
líbrio de forças psicológicas (Figura 2).
Equilíbrio Estímulo
Interno (Incentivo)
Equilíbrio Estímulo
Interno (Incentivo)
Tensão
Figura 4 – Tensão gerada pela ação do estímulo interno e/ou externo sobre o organismo
Fonte: Adaptado de Lewin (1942)
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UNIDADE Motivação e Comprometimento
Equilíbrio Estímulo
Interno (Incentivo)
Tensão
Necessidade
(Motivo)
Imagine, então, que tal ciclo tem início a partir de uma desestruturação de nosso
equilíbrio interno, evento provocado por um estímulo interno ou externo. Esse
estímulo ou incentivo, interno ou externo, interrompe nosso equilíbrio interno,
criando uma tensão na qual, por sua vez, gera uma necessidade e nos impulsiona
à alguma ação. Então, o indivíduo tenderá a reagir de forma a procurar restaurar
o equilíbrio interno. Esse processo de rompimento do equilíbrio interno, o estopim
de uma tensão que desencadeia uma ação, é denominado ciclo motivacional, o
qual é apresentado na Figura 6:
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Equilíbrio Estímulo
Interno (Incentivo)
Ciclo
Compor-
Motivacional
tamento
(Ação)
Tensão
Necessidade
(Motivo)
Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Motivação e Comprometimento
A proposta desse novo final da estória serve ao intuito de reforçar que a motiva-
ção é intrínseca. Lembra-se?
Reflita acerca de outras motivações conflitantes. Considerando o que vimos até aqui, ou
Explor
seja, que a motivação surge de um motivo para a ação, de um estímulo e mesmo se tratando
de algo interno, você consegue analisar e pensar em outros exemplos de necessidades
conflitantes e como tende a reagir diante das quais?
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
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A equipe de recursos humanos e os gerentes da área técnica realizam, então,
campanhas de sensibilização junto aos funcionários, demonstrando a importância
da capacitação tanto para os colaboradores como para a organização. Contudo,
passado o período de inscrições e matrículas no curso, as adesões são insignificantes,
frustrando os objetivos da empresa.
É evidente que ainda assim, alguns continuaram sem se interessar pelo curso,
enquanto outros já tinham feito a matrícula quando esta não estava relacionada à
manutenção do emprego. Lembre-se que cada caso é um, é próprio do indivíduo,
está relacionado à história de vida da pessoa.
Ademais, o que é necessidade para uma pessoa, pode não ser para outra. Não
podemos julgar as necessidades dos outros a partir das nossas, pois se trata de
questão social, econômica e cultural. Por isso as pessoas podem ter necessidades
que para nós podem parecer excessivas, mas que para as quais são realmente
necessárias – ou o contrário. Por exemplo, podemos suprir as nossas necessidades
de canetas com modelos esferográficos ou entender que tais necessidades serão
supridas apenas quando houver legítimas canetas Montblanc.
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Explor
Montblanc é uma das marcas mais luxuosas do mundo. A empresa, que fabrica diversos
produtos, tem em suas canetas o sonho de consumo de muitas pessoas.
Figura 9
Fonte: Divulgação
Por isso, vale ressaltar que um estímulo pode ser poderoso para gerar tensão e
necessidade em algumas pessoas, mas não em outras.
Equilíbrio Estímulo
Interno (Incentivo)
Ciclo
Satisfação Compor-
Motivacional
tamento
(Ação)
Tensão
Frustração
Necessidade
Compensação (Motivo)
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O comportamento, a ação desencadeada pela tensão, pode satisfazer nossa
necessidade, devolvendo-nos o equilíbrio interno. No entanto, como sabemos,
nem sempre conseguimos tudo o que queremos, ou seja, nem sempre obtemos
satisfação. Podemos, em alguns momentos, frustrar-nos, ou seja, não satisfazer a
nossa necessidade a despeito da ação adotada. A frustração mantém a tensão, que
fica acumulada no organismo, permanecendo no estado de desequilíbrio interno.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Operações Estabelecedoras: Um Conceito de Motivação
CUNHA, Rachel Nunes da; ISIDRO-MARINHO, Geison. Operações estabelecedoras:
um conceito de motivação. In: ABREU-RODRIGUES, Josele; RIBEIRO; Michela
Rodrigues (Org.). Análise do comportamento: pesquisa, teoria e aplicação. Porto
Alegre, RS: Artmed, 2007.
https://goo.gl/1dLOSj
O Modelo Estrutural de Freud e o Cérebro: Uma Proposta de Integração entre a Psicanálise e a Neurofisiologia
LIMA, Andréa Pereira de. O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta de
integração entre a Psicanálise e a Neurofisiologia. Revista Psiquiatria Clínica, São
Paulo, v. 37, n. 6, 2010.
https://goo.gl/YCJOOi
Importância da Motivação dentro das Organizações
PEDROSO, Daniel Oesley de Oliveira et al. Importância da motivação dentro das
organizações. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, v. 1, n. 1, p.
60-76, 2012.
https://goo.gl/wwBdIw
O Conceito de Motivação na Psicologia
TODOROV, João Cláudio; MOREIRA, Márcio Borges. O conceito de motivação na
Psicologia. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. São Paulo,
v. 7, n. 1, 2005.
https://goo.gl/c5AV9b
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Referências
CASADO, T. A motivação e o trabalho. In: FLEURY, M. T. L. F. (Org.). As pessoas
na organização. São Paulo: Gente, 2002.
LEWIN, K. (1942). Field theory and learning. In N. Henry (editor), The forty-first
yearbook of the National Society for the Study of Education: Part II, The
psychology of learning (pp. 215-242). Chicago: University of Chicago Press.
MASLOW, A. H. Motivation and personality. 3th ed. New York: Harper, 1954.
Disponível em: <http://s-f-walker.org.uk/pubsebooks/pdfs/Motivation_and_
Personality-Maslow.pdf>. Acesso em: mar. 2017.
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