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Trabalho de

Conclusão de Curso II
Material Teórico
Produção de Conhecimento

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. André valva

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Produção de Conhecimento

• Produção de Conhecimento.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar os meios de produção científica e quando são utilizados no ensino supe-
rior em todos os seus níveis;
• Demonstrar a relevância do estudo científico na compreensão do objeto investigado;
• Proporcionar mecanismos para absorção eficaz dos conteúdos estudados.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Produção de Conhecimento

Produção de Conhecimento
Para iniciarmos nossa discussão sobre TCC, eu gostaria de relembrar algumas
ideias importantes para a construção do nosso conhecimento. Antes de tudo, vou
relembrar o que é uma pesquisa, porque a realizamos, quais trabalhos de investiga-
ção são mais comuns na academia e como funciona cada um deles.

Depois gostaria de discutir como a construção do conhecimento é importante


para olharmos, entendermos e estudarmos o objeto de pesquisa com o qual nos pro-
pusermos a trabalhar. É relevante compreender como produzir conhecimento pode
nos ajudar a “moldar” o objeto de estudo dentro dos limites acadêmicos e científicos.

Por fim, gostaria de dividir com vocês a questão do aproveitamento das aulas.
Muitas vezes o conhecimento trazido por uma das partes – no processo de ensino/
aprendizagem – não é aproveitado pela outra parte, por inúmeras razões! O in-
tuito deste tópico é mostrar como podemos aproveitar melhor os conhecimentos
oriundos do processo de ensino/aprendizagem e como isso pode se reverter em
vantagens acadêmicas na hora de produzir investigação científica!

Então, mãos à obra!

Muito se fala em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e como esta é uma


ferramenta importante para se fazer pesquisa. Ok! Mas, afinal de contas, o que é
pesquisa? O que é pesquisa científica?

Para nos ajudar a responder esta pergunta, vou recorrer ao Professor Antonio
Chizzotti1. Ele afirma:
Este processo, designado de pesquisa, genericamente pode-se definir
como um esforço durável de observações, reflexões, análises e sínteses
para descobrir as forças e as possibilidades da natureza e da vida, e trans-
formá-las em proveito da humanidade. (CHIZZOTTI, 2014, p. 19)

Podemos entender, assim, que a pesquisa é uma forma, que a humanidade en-
controu, de construir uma realidade melhor para todos! O conhecimento acumula-
do pelos pesquisadores, ao longo da História, é que possibilita outras pesquisas de
serem realizadas!

Não faríamos pesquisa alguma se, anteriormente, não fosse descoberto, por
exemplo, a escrita, os números, o papiro, os metais (muitos deles utilizados em
equipamentos eletrônicos), a eletricidade, entre outras coisas!

Neste ponto, vale ressaltar que a pesquisa científica – ou a Ciência, como quei-
ram – não é o único caminho que leva ao conhecimento ou à “verdade”. O conhe-
cimento popular – aqui me refiro àquele conhecimento que não é produzido na
academia – é fundamental, pois ele é a base das teorias, concepções e visões de

1
Professor titular do Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com
doutorado e pós-doutorado em Educação.

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mundo que carregamos para a dentro dos centros de investigação. (LAKATOS &
MARCONI, 2010, p. 58)

Muitos pesquisadores se enveredam nas investigações com o intuito de dar senti-


do, ou de encontrá-lo, em uma série de informações e dados que estão disponíveis
na natureza, a fim de “desenvolver o conhecimento em uma área ou em problemá-
tica específica”. (CHIZZOTTI, 2014, p. 19)

Assim, é importante salientar uma colocação do Prof. Chizzotti sobre o que é


pesquisa:
A pesquisa pressupõe teorias ou visões de mundo que, em diferentes do-
mínios do conhecimento, moldam a atividade investigativa e auxiliam a
pesquisa. Essas teorias de trabalho têm sido definidas como paradigmas,
tradição, modelo, programa ou postura do pesquisador. (2014, p. 20)

Vale a pena ressaltar que, muitas vezes nós adequamos a nossa forma de enxer-
gar o mundo a uma visão já preexistente; contudo, as vezes é necessário desenvol-
vermos uma teoria nova, para podermos realizar as nossas investigações.

Todas essas colocações são importantes para não perdermos de vista o que o
Professor Antonio Joaquim Severino afirma sobre educação: enquanto produção
de conhecimento sistematizada e organizada, a pesquisa é um instrumento valiosís-
simo para o aperfeiçoamento da educação e o desenvolvimento da sociedade e da
humanidade. (SEVERINO, 2007, p.23)
Trata-se, pois, de redimensionar o próprio processo cognoscitivo, até por-
que, em nossa tradição cultural e filosófica, estamos condicionados a en-
tender o conhecimento como mera representação mental. O que se deve
concluir é que o conceito é uma representação mental, mas este não é o
ponto de partida do conhecimento, e sim o ponto de chegada, o término
de um complexo processo de constituição e reconstituição do sentido do
objeto que foi dado à nossa experiência externa e interna. (2007, p. 25)

O professor Antonio Chizzotti também aborda a questão do conceito. Ele afir-


ma que conceitos são ideias, paradigmas que “caracterizam as conquistas cientí-
ficas universalmente reconhecidas” e que “fornecem um modelo de problemas e
soluções aceitáveis pelos que praticam certo campo de pesquisa” (2014, p. 20).
Kuhn (1963, p. 67) afirma que conceito é “um conjunto de ilustrações recorrentes
e quase padronizadas de diferentes teorias nas suas aplicações”.

Antes de mudarmos de tópico, acredito que devemos elucidar um termo apresen-


tado anteriormente que é extremamente importante para a ciência: a VERDADE.

Herdamos nosso conceito de verdade de três vertentes bem distintas e – para a


nossa realidade – bem complementares. A primeira vertente é a grega: alétheia. A
palavra significa “o não esquecido” ou “o não escondido”. Ou seja, para os gregos
a verdade era algo que deveria ser transparente, aquilo que é lembrado.

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UNIDADE Produção de Conhecimento

A segunda vertente é a latina: veritas. O termo faz menção ao que é exato,


preciso. Assim, para os latinos, a verdade era algo que deveria ser exato, ou estar
preciso. Essa concepção de verdade ainda é a mais requisitada quando nos depara-
mos com a aplicação do conceito de verdade: se algo, ou alguém, é o que diz que
é; caso contrário é mentira!

A terceira vertente é a hebraica: emunah. A palavra significa confiança. Os he-


breus trazem o conceito de seu relacionamento com Deus; porém a utilizamos em
diversos momentos: o amigo verdadeiro é aquele em quem posso confiar. (CHAUÍ,
2010, p. 122)

Figura 1 – Moisés no momento da abertura do Mar Vermelho (Conforme relato bíblico).


Moisés é considerado um dos patriarcas do povo Hebreu
Fonte: Wikimedia Commons,

Assim percebemos que a verdade é subjetiva, particular. Cada civilização, cada


grupo humano tinha seu entendimento do que era a verdade; e, hoje em dia, não
é diferente!

Atribuímos estas diferentes formas de entender o que é verdade à cultura!

De acordo com Clifford Geertz, cultura é o modo como vivemos, nos compor-
tamos, um conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo
como em relação aos outros homens. (GEERTZ, 2015, p. 4)

Geertz defende que o ser humano dá significado às coisas e às pessoas que o


cercam, e que está amarrado a elas, uma vez que o próprio ser humano faz parte
do significado que atribui à sua realidade. (GEERTZ, 2015, p. 3 – 24)

O que quero dizer com isso é que: a verdade – mesmo sendo construída por
um grupo de pessoas – pode ser entendida diferentemente pelos membros deste
grupo, desta civilização.

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Mas, o que tem a ver a verdade com a pesquisa, a produção de conhecimento?
Percebemos que a verdade é subjetiva, particular; ela se envolve com o conheci-
mento quando o ser humano tenta entendê-la para além de sua própria realidade.

Para entender o mundo onde vive, o ser humano utiliza a princípio duas formas:
a sensação e a percepção. Marilena Chauí afirma que:
Sentir algo é ambíguo, pois o sensível é, ao mesmo tempo, a qualida-
de que está no objeto externo e o sentimento interno que nosso corpo
possui das qualidades sentidas. Por isso, a tradição costuma dizer que a
sensação é uma reação corporal imediata a um estímulo externo ou a uma
excitação externa, sem que seja possível distinguir, no ato da sensação,
o estímulo exterior e o sentimento interior. Essa distinção só poderia ser
feita num laboratório, com análise de nossa anatomia, fisiologia e sistema
nervoso. (CHAUÍ, 2010, 172)

A sensação capta estímulos singularmente; porém a percepção é a síntese das


sensações simultâneas! Como sabemos que a água está gelada quando colocamos a
mão? Porque também estamos recebendo outros estímulos, através de outros sen-
tidos, ao mesmo tempo, que fazem nossa percepção nos dizer: a água está gelada!

Este conhecimento só é possível porque já possuímos a experiência anterior do


que é frio e do que é quente! Agora, pessoas possuem sensibilidades diferentes à
temperatura. O que é calor para uma pessoa, pode não ser para outra! Aí, conse-
guimos ligar o conhecimento à verdade! (CHAUÍ, 2010, p. 157 – 224)

Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images

Assim, a pesquisa é uma forma que o ser humano desenvolveu para entender
o mundo a sua volta utilizando suas experiências, suas verdades. Antonio Joaquim
Severino monta um esquema no seu livro:
Uma equação básica preside todo esse processo: Ensinar e aprender =
conhecer; Conhecer = construir o objeto; Construir o objeto = pesquisar;
Pesquisar = abordar o objeto em suas fontes primárias. (2007, p. 25)

Assim, conhecer é saber qual a verdade que cerca a realidade que queremos
observar – levando em consideração suas implicações culturais; a partir deste

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UNIDADE Produção de Conhecimento

conhecimento é que temos bases para construir um objeto que gostaríamos de


investigar e de conhecer mais profundamente; pesquisar é checar as fontes pri-
márias, ou seja, olhar as forças e a realidade diretamente ligadas ao objeto que
escolhemos investigar.

Acredito que a produção de conhecimento para a produção do objeto esteja


bem esclarecida! Vamos ao aproveitamento das aulas.

Para que a aula tenha um aproveitamento eficaz, é fundamental que o estudante


leia a bibliografia básica. Não é possível fundamentar um conhecimento se não
fizermos uma leitura prévia sobre o assunto que pretendemos estudar.

Essa leitura nos dará base para construirmos relações entre os elementos que
constituem o objeto que estará sendo exposto pelo material didático e pelo profes-
sor em sala de aula.

Geralmente, os professores disponibilizam o Plano de Ensino – documento que


contém os objetivos, as etapas e as referências bibliográficas da construção da disci-
plina – para os estudantes. O intuito é que esta tenha um andamento transparente,
principalmente, para que todos possam ler e ter acesso às informações que serão
trabalhadas em sala de aula.

Assim, se faz importante e necessário ler as referências bibliográficas básicas


e ter acesso aos materiais didáticos disponibilizados pelo curso e pelo professor.
Severino comenta que:

Uma vez documentada a matéria abordada em aula, devem ser igualmen-


te documentados os elementos complementares a essa matéria e que são
levantados mediante a pesquisa feita sobre este material de base. É que
muitos esclarecimentos só se encontram através desses estudos pessoais
extraclasse. (SEVERINO, 2007, p. 43)

Vale ressaltar que, quando Antonio Joaquim Severino fala em documentar, ele
faz referencia a “registrar os elementos colhidos mediante atividade de estudo ou
pesquisa das diversas fontes”. (2007, p. 46)

Essa documentação dos textos lidos ou dos conteúdos expostos em sala de aula
pode se dar por meio de palavras chaves, palavras que representem conceitos ou
ideias centrais sobre algum assunto. A sequência das anotações, construídas de
forma lógica e categórica, contribuem para a organização dos estudos e para o
desenvolvimento do conhecimento do objeto investigado.
É preferível e mais eficiente concentrar-se nas ideias fundamentais,
procurando expressá-las mediante algumas categorias básicas e inves-
tir na compreensão, na apreensão das ideias do orador. (SEVERINO,
2007, p. 44)

À medida que o estudante vai construindo as categorias, registrando as palavras


chaves, elencando os conceitos expostos em sala de aula, ele não está decorando

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ou memorizando o conteúdo da disciplina, mas sim, aprendendo e desenvolvendo
seu conhecimento; uma vez que a própria organização do conteúdo requer um
aprendizado e o desenvolvimento do conhecimento proposto pelo professor em
sala de aula.

Vale lembrar que o desenvolvimento desta organização requer a leitura prévia


das referências bibliográficas!

Além disso, o estudante pode construir uma revisão do conteúdo observado de


outras formas: um grupo de estudos, preparações para seminários, ou trabalhos de
pesquisas. Estes mecanismos são válidos, pois os conteúdos são revistos e reorien-
tados para outras realidades, o que reforça e desenvolve o aprendizado.

A construção do conhecimento no ambiente universitário pode ser feita de al-


gumas formas:
• Trabalhos Didáticos: São trabalhos exigidos, com maior frequência, no âm-
bito da graduação universitária. Geralmente são propostas aplicadas em sala
de aula ou em ambiente externo, que contribuam para o desenvolvimento do
conhecimento exposto em sala de aula de forma conceitual.
» Esses trabalhos podem ser: seminários, trabalhos em grupo, grupos de estudo,
apresentações de discussões, trabalhos de pesquisa e até mini monografias.
• Trabalho de Conclusão de Curso: Para muitos cursos de graduação, o Tra-
balho de Conclusão de Curso (TCC) é pré-requisito para a obtenção do título
profissional e/ou acadêmico.
Segundo Severino:
Deve ser entendido e praticado como um trabalho científico e as diretrizes
para a sua realização (...). Mas, contando com um orientador, o aluno
terá também um acompanhamento personalizado e direto na condução
de suas atividades de pesquisa. Articulado ao próprio conteúdo do curso,
as disciplinas e o convívio com os professores, no ambiente acadêmico,
o aluno terá oportunidade de formular o seu projeto e de desenvolvê-
-lo ao longo de alguns anos, cumprindo um cronograma articulado com
o planejamento do próprio curso, de comum acordo com o orientador.
(SEVERINO, 2007, p. 202)

O TCC é regulamentado e normatizado por cada instituição, que deve seguir


algumas orientações básicas do Ministério da Educação. Assim, os TCC’s po-
dem ter especificidades de curso para curso, e de instituição para instituição.
• Iniciação Científica: Lançado pelo CNPq, o Programa de Iniciação Científica
(PIBIC) é um programa de bolsas de estudo que premia estudantes que desen-
volvem investigação científica na graduação.
O estudante desenvolve uma pesquisa, com supervisão de um professor orien-
tador, na qual precisa relatar e prestar contas à instituição financiadora do
projeto sobre os resultados que vai construindo neste processo.

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UNIDADE Produção de Conhecimento

Hoje existem outras agências de fomento à pesquisa, como a FAPESP, além


das próprias instituições de ensino.
• Resumos e Resenhas: são recursos utilizados em nível de graduação e
de pós-graduação.
Pode-se falar do resumo como síntese de um texto, qualquer que seja sua
natureza, e de resumo técnico como modo de apresentação de um traba-
lho, com configuração específica. (SEVERINO, 2007, p. 204)

Resumo faz referência à síntese das ideias do texto. O ideal é que o estudante
faça uma síntese com as próprias palavras sobre as ideias do texto. Não se
trata de uma redução no tamanho do texto.
Resenha é uma síntese, ou comentários, sobre um livro. Assim, a resenha
pode ser informativa – quando demonstra os principais assuntos do livro; pode
ser crítica – quando articula os valores dos argumentos do livro; e crítico-
-informativa – quando demonstra os assuntos do livro articulando seus valores.
• Ensaio Teórico: O ensaio se configura por certa liberdade na defesa dos ar-
gumentos do autor, no que se refere à documentação empírica e bibliográfica.
(...) o ensaio não dispensa o rigor lógico e a coerência de argumentação
e por isso mesmo exige grande informação cultural e muita maturida-
de intelectual. Daí muitos dos grandes pensadores preferirem esta forma
de trabalho para expor suas ideias científicas ou filosóficas. (SEVERINO,
2007, p. 207)

• Relatórios Técnicos de Pesquisa: Esses relatórios são comuns para o acom-


panhamento da pesquisa por parte das agências de fomento e instituições de
ensino. É um procedimento normal para aqueles estudantes que produzem
investigação científica.
O relatório deve apresentar os caminhos percorridos, as etapas concluídas e
as vindouras, apresentar os resultados já obtidos, sejam elas parciais ou finais.
É um mecanismo importante, inclusive para o pesquisador, para ter uma visão
holística do projeto desenvolvido.
• Artigos Científicos: São produções cuja finalidade é a publicação em revistas
e periódicos científicos, sejam eles impressos ou eletrônicos. Estes artigos,
geralmente, apresentam os resultados parciais de trabalhos mais extensos e se
destinam a um público específico.
Os artigos não possuem profundidade, pois não contemplam a pesquisa como
um todo, somente um aspecto dela.
O artigo tem a estrutura comum ao trabalho científico em geral, mas quan-
do relacionado aos resultados de uma pesquisa, deve destacar os objetivos, a
fundamentação e a metodologia da mesma, seguindo-se a análise dos dados
envolvidos e as conclusões a que se chegou, completando-se com o registro
das referências bibliográficas e documentais. (SEVERINO, 2007, p. 208)

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• Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado: Também podem ser consi-
derados como monografia. Recebem este nome, pois trabalham e recortam
um único tema, um único problema. A monografia também pode ser utilizada
em nível de graduação; contudo, é mais frequente sua utilização no universo da
pós-graduação. Segundo Severino, “o trabalho monográfico caracteriza-se mais
pela unicidade e delimitação do tema e pela profundidade do tratamento do que
por sua eventual extensão, generalidade ou valor didático”. (2007, p. 200)
A diferença entre a dissertação de Mestrado – enquanto monografia – e a tese
de Doutorado – também enquanto monografia – é a profundidade da pesquisa
e o tempo disponível para realizar a investigação.
Geralmente, o Mestrado é cursado em dois anos, podendo chegar a três. O Dou-
torado é cursado em 4, podendo chegar a 5 anos.

Bom, depois dessa introdução sobre pesquisa, ensino, conhecimento e TCC,


podemos desenvolver outros assuntos com o intuito de construir um Trabalho de
Conclusão de Curso adequado e primoroso!

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UNIDADE Produção de Conhecimento

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Filmes
Perdido em Marte
O filme mostra como um astronauta precisa articular, desenvolver e construir conhecimento
para poder sobreviver em Marte. Lançamento: 2015; Direção: Ridley Scott.
O nome da Rosa
O filme retrata como um monge utiliza métodos de investigação para solucionar crimes
e lidar com a produção de conhecimento por parte da Igreja. Lançamento: 1986;
Direção: Jean-Jacques Annaud.
O último samurai
O filme retrata como um militar americano lida com uma cultura completamente diferente
e os seus métodos para se inserir nela. Lançamento: 2004; Direção: Edward Zwick.
V de Vendeta
O filme retrata os conflitos vividos por uma jovem à medida que investiga e descobre
como a realidade e a verdade são manipuladas por um grupo de pessoas influentes.
Lançamento: 2006; Direção: James McTeigue.

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Referências
BARROSO, André. Jesus Histórico: Importância e limites de um método em John
Dominic Crossan. p. 57 – 68. In: CHEVITARESE, A. L; CORNELLI, G. (orgs). A
descoberta do Jesus Histórico. 1ª Edição. São Paulo: Paulinas, 2009. 167 p.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14ª Edição, 1ª Reimpressão. São Paulo:


Editora Ática, 2010.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. 6ª


Edição. 3ª Reimpressão, 2017. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014a. 144 p.

FERREIRA, Lydia Masako (coord. e org.). Projetos, dissertações e teses: orienta-


ção normativa – guia prático. São Paulo: Red Publicações, 2017. 118 p.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. 1ª Edição (Reimpressão). Rio


de Janeiro: LTC, 2015.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de meto-


dologia científica. 7º Edição. São Paulo: Atlas, 2010. 297 p.

LAKOFF, George. Metáforas da Vida Cotidiana. Campinas, São Paulo: Mercado


de Letras; São Paulo: Educ, 2002.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª Edição


Revisada e Atualizada. 10ª Reimpressão, 2014b. São Paulo: Cortez, 2007. 304 p.

WIEBE, Donald. Religião e Verdade: rumo a um paradigma alternativo para o


estudo da religião. São Leopoldo: Sinodal, 1998. pp 131 – 174.

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