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Conclusão de Curso II
Material Teórico
Produção de Conhecimento
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Produção de Conhecimento
• Produção de Conhecimento.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar os meios de produção científica e quando são utilizados no ensino supe-
rior em todos os seus níveis;
• Demonstrar a relevância do estudo científico na compreensão do objeto investigado;
• Proporcionar mecanismos para absorção eficaz dos conteúdos estudados.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Produção de Conhecimento
Produção de Conhecimento
Para iniciarmos nossa discussão sobre TCC, eu gostaria de relembrar algumas
ideias importantes para a construção do nosso conhecimento. Antes de tudo, vou
relembrar o que é uma pesquisa, porque a realizamos, quais trabalhos de investiga-
ção são mais comuns na academia e como funciona cada um deles.
Por fim, gostaria de dividir com vocês a questão do aproveitamento das aulas.
Muitas vezes o conhecimento trazido por uma das partes – no processo de ensino/
aprendizagem – não é aproveitado pela outra parte, por inúmeras razões! O in-
tuito deste tópico é mostrar como podemos aproveitar melhor os conhecimentos
oriundos do processo de ensino/aprendizagem e como isso pode se reverter em
vantagens acadêmicas na hora de produzir investigação científica!
Para nos ajudar a responder esta pergunta, vou recorrer ao Professor Antonio
Chizzotti1. Ele afirma:
Este processo, designado de pesquisa, genericamente pode-se definir
como um esforço durável de observações, reflexões, análises e sínteses
para descobrir as forças e as possibilidades da natureza e da vida, e trans-
formá-las em proveito da humanidade. (CHIZZOTTI, 2014, p. 19)
Podemos entender, assim, que a pesquisa é uma forma, que a humanidade en-
controu, de construir uma realidade melhor para todos! O conhecimento acumula-
do pelos pesquisadores, ao longo da História, é que possibilita outras pesquisas de
serem realizadas!
Não faríamos pesquisa alguma se, anteriormente, não fosse descoberto, por
exemplo, a escrita, os números, o papiro, os metais (muitos deles utilizados em
equipamentos eletrônicos), a eletricidade, entre outras coisas!
Neste ponto, vale ressaltar que a pesquisa científica – ou a Ciência, como quei-
ram – não é o único caminho que leva ao conhecimento ou à “verdade”. O conhe-
cimento popular – aqui me refiro àquele conhecimento que não é produzido na
academia – é fundamental, pois ele é a base das teorias, concepções e visões de
1
Professor titular do Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com
doutorado e pós-doutorado em Educação.
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mundo que carregamos para a dentro dos centros de investigação. (LAKATOS &
MARCONI, 2010, p. 58)
Vale a pena ressaltar que, muitas vezes nós adequamos a nossa forma de enxer-
gar o mundo a uma visão já preexistente; contudo, as vezes é necessário desenvol-
vermos uma teoria nova, para podermos realizar as nossas investigações.
Todas essas colocações são importantes para não perdermos de vista o que o
Professor Antonio Joaquim Severino afirma sobre educação: enquanto produção
de conhecimento sistematizada e organizada, a pesquisa é um instrumento valiosís-
simo para o aperfeiçoamento da educação e o desenvolvimento da sociedade e da
humanidade. (SEVERINO, 2007, p.23)
Trata-se, pois, de redimensionar o próprio processo cognoscitivo, até por-
que, em nossa tradição cultural e filosófica, estamos condicionados a en-
tender o conhecimento como mera representação mental. O que se deve
concluir é que o conceito é uma representação mental, mas este não é o
ponto de partida do conhecimento, e sim o ponto de chegada, o término
de um complexo processo de constituição e reconstituição do sentido do
objeto que foi dado à nossa experiência externa e interna. (2007, p. 25)
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UNIDADE Produção de Conhecimento
De acordo com Clifford Geertz, cultura é o modo como vivemos, nos compor-
tamos, um conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo
como em relação aos outros homens. (GEERTZ, 2015, p. 4)
O que quero dizer com isso é que: a verdade – mesmo sendo construída por
um grupo de pessoas – pode ser entendida diferentemente pelos membros deste
grupo, desta civilização.
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Mas, o que tem a ver a verdade com a pesquisa, a produção de conhecimento?
Percebemos que a verdade é subjetiva, particular; ela se envolve com o conheci-
mento quando o ser humano tenta entendê-la para além de sua própria realidade.
Para entender o mundo onde vive, o ser humano utiliza a princípio duas formas:
a sensação e a percepção. Marilena Chauí afirma que:
Sentir algo é ambíguo, pois o sensível é, ao mesmo tempo, a qualida-
de que está no objeto externo e o sentimento interno que nosso corpo
possui das qualidades sentidas. Por isso, a tradição costuma dizer que a
sensação é uma reação corporal imediata a um estímulo externo ou a uma
excitação externa, sem que seja possível distinguir, no ato da sensação,
o estímulo exterior e o sentimento interior. Essa distinção só poderia ser
feita num laboratório, com análise de nossa anatomia, fisiologia e sistema
nervoso. (CHAUÍ, 2010, 172)
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Assim, a pesquisa é uma forma que o ser humano desenvolveu para entender
o mundo a sua volta utilizando suas experiências, suas verdades. Antonio Joaquim
Severino monta um esquema no seu livro:
Uma equação básica preside todo esse processo: Ensinar e aprender =
conhecer; Conhecer = construir o objeto; Construir o objeto = pesquisar;
Pesquisar = abordar o objeto em suas fontes primárias. (2007, p. 25)
Assim, conhecer é saber qual a verdade que cerca a realidade que queremos
observar – levando em consideração suas implicações culturais; a partir deste
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UNIDADE Produção de Conhecimento
Essa leitura nos dará base para construirmos relações entre os elementos que
constituem o objeto que estará sendo exposto pelo material didático e pelo profes-
sor em sala de aula.
Vale ressaltar que, quando Antonio Joaquim Severino fala em documentar, ele
faz referencia a “registrar os elementos colhidos mediante atividade de estudo ou
pesquisa das diversas fontes”. (2007, p. 46)
Essa documentação dos textos lidos ou dos conteúdos expostos em sala de aula
pode se dar por meio de palavras chaves, palavras que representem conceitos ou
ideias centrais sobre algum assunto. A sequência das anotações, construídas de
forma lógica e categórica, contribuem para a organização dos estudos e para o
desenvolvimento do conhecimento do objeto investigado.
É preferível e mais eficiente concentrar-se nas ideias fundamentais,
procurando expressá-las mediante algumas categorias básicas e inves-
tir na compreensão, na apreensão das ideias do orador. (SEVERINO,
2007, p. 44)
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ou memorizando o conteúdo da disciplina, mas sim, aprendendo e desenvolvendo
seu conhecimento; uma vez que a própria organização do conteúdo requer um
aprendizado e o desenvolvimento do conhecimento proposto pelo professor em
sala de aula.
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UNIDADE Produção de Conhecimento
Resumo faz referência à síntese das ideias do texto. O ideal é que o estudante
faça uma síntese com as próprias palavras sobre as ideias do texto. Não se
trata de uma redução no tamanho do texto.
Resenha é uma síntese, ou comentários, sobre um livro. Assim, a resenha
pode ser informativa – quando demonstra os principais assuntos do livro; pode
ser crítica – quando articula os valores dos argumentos do livro; e crítico-
-informativa – quando demonstra os assuntos do livro articulando seus valores.
• Ensaio Teórico: O ensaio se configura por certa liberdade na defesa dos ar-
gumentos do autor, no que se refere à documentação empírica e bibliográfica.
(...) o ensaio não dispensa o rigor lógico e a coerência de argumentação
e por isso mesmo exige grande informação cultural e muita maturida-
de intelectual. Daí muitos dos grandes pensadores preferirem esta forma
de trabalho para expor suas ideias científicas ou filosóficas. (SEVERINO,
2007, p. 207)
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• Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado: Também podem ser consi-
derados como monografia. Recebem este nome, pois trabalham e recortam
um único tema, um único problema. A monografia também pode ser utilizada
em nível de graduação; contudo, é mais frequente sua utilização no universo da
pós-graduação. Segundo Severino, “o trabalho monográfico caracteriza-se mais
pela unicidade e delimitação do tema e pela profundidade do tratamento do que
por sua eventual extensão, generalidade ou valor didático”. (2007, p. 200)
A diferença entre a dissertação de Mestrado – enquanto monografia – e a tese
de Doutorado – também enquanto monografia – é a profundidade da pesquisa
e o tempo disponível para realizar a investigação.
Geralmente, o Mestrado é cursado em dois anos, podendo chegar a três. O Dou-
torado é cursado em 4, podendo chegar a 5 anos.
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UNIDADE Produção de Conhecimento
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Filmes
Perdido em Marte
O filme mostra como um astronauta precisa articular, desenvolver e construir conhecimento
para poder sobreviver em Marte. Lançamento: 2015; Direção: Ridley Scott.
O nome da Rosa
O filme retrata como um monge utiliza métodos de investigação para solucionar crimes
e lidar com a produção de conhecimento por parte da Igreja. Lançamento: 1986;
Direção: Jean-Jacques Annaud.
O último samurai
O filme retrata como um militar americano lida com uma cultura completamente diferente
e os seus métodos para se inserir nela. Lançamento: 2004; Direção: Edward Zwick.
V de Vendeta
O filme retrata os conflitos vividos por uma jovem à medida que investiga e descobre
como a realidade e a verdade são manipuladas por um grupo de pessoas influentes.
Lançamento: 2006; Direção: James McTeigue.
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Referências
BARROSO, André. Jesus Histórico: Importância e limites de um método em John
Dominic Crossan. p. 57 – 68. In: CHEVITARESE, A. L; CORNELLI, G. (orgs). A
descoberta do Jesus Histórico. 1ª Edição. São Paulo: Paulinas, 2009. 167 p.
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