Você está na página 1de 301

RAMTHA, O LIVRO BRANCO

Esta tradução é baseada na edição inglesa revista, que é o ensinamento


original de Ramtha. Inevitavelmente parte da mensagem pode ser
perdida na tradução.

Título Original: Ramtha, The White Book

Copyright © 1999, 2001, 2004 JZ Knight. Edição de língua portuguesa


autorizada e publicada por Divine Mind 2017.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode


ser reproduzida ou transmitida de nenhuma forma nem por quaisquer
meios, eletrónicos ou mecânicos, incluindo fotocopiar, gravar ou
através do armazenamento de informação ou sistema de recuperação,
sem a autorização escrita de JZK publishing, uma divisão de JZK, Inc.

Este livro é uma edição revista e expandida de Ramtha, Copyright ©


1999, 2001, JZ Knight. O conteúdo desta publicação é baseado em
Ramtha Dialogues® (Diálogos de Ramtha), uma série de gravações de
fita magnética e cds (compact disc) registadas no United States
Copyright Office, com a permissão de JZ Knight and JZK, Inc.

Ramtha®, Ramtha Dialogues® (Diálogos de Ramtha), C&E®,


Consciousness & Energy® (Consciência & Energia), Fieldwork®
(Trabalho de Campo), The Tank® (O Tanque), Blue Body® (Corpo
Azul), Twilight® (Crepúsculo), Torsion Process® (Processo de
Torção), Neighborhood Walk® (Caminhada de Vizinhança), Create
Your Day® (Criar o Seu Dia), The Grid® (A Grelha), Conquer
Yourself® (Conquiste-se a Si Mesmo), Become a Remarkable Life®
(Torne a Sua Vida Notável), Gladys®, Analogical ArcherySM (Tiro ao
Alvo Analógico) e Mind as Matter® (A Mente Como Matéria) são
marcas registadas e marcas ao serviço de JZ Knight e são usadas com
autorização.

Traduzido por João Teixeira da Mota

Revisto por Daniel Peixoto, Natália Caetano e João Teixeira da Mota

Para mais informações sobre os ensinamentos de Ramtha contacte:

Ramtha’s School of Enlightenment (Escola de Iluminação de


Ramtha)

PO Box 1210, Yelm, WA 98597, USA (EUA)

www.ramtha.com

Para mais informações sobre os ensinamentos de Ramtha em


português visite:

www.vivermais.net

eISBN: 978-989-96518-0-7

v3.0_r1
ÍNDICE
I - Título

II - Direitos de Autor

III - Dedicatória

IV - Prefácio do Editor

V - Prefácio de JZ Knight

Capítulo 1: Introdução

Capítulo 2: Eu Sou Ramtha

Capítulo 3: Quando Vocês Eram O Meu Povo

Capítulo 4: Deus É

Capítulo 5: Olhai Deus

Capítulo 6: Vida Após Vida

Capítulo 7: Morte Ou Ascensão

Capítulo 8: Criação E Evolução

Capítulo 9: Superior Aos Anjos

Capítulo 10: O Deus Identificável

Capítulo 11: A Dádiva Do Amor


Capítulo 12: Somente A Verdade

Capítulo 13: Ame, E Faça O Que Quiser

Capítulo 14: A Alegria, O Estado Maior De Ser

Capítulo 15: A Divindade Esquecida

Capítulo 16: Reencarnação

Capítulo 17: A Ciência De Saber

Capítulo 18: A Mente Fechada

Capítulo 19: Abrindo A Mente

Capítulo 20: A Virtude Da Experiência

Capítulo 21: Uma Bela Manhã

Epílogo - Interpretação Dos Ensinamentos de Ramtha

Glossário

Glossário - Figuras

Anotações

Bibliografia

Lista das Fontes

Agradecimento
PREFÁCIO DO EDITOR

UMA MENSAGEM IMPORTANTE SOBRE A TRADUÇÃO

ESTE LIVRO É BASEADO nos Ramtha Dialogues® (Diálogos de Ramtha),


uma série de gravações de fita magnética e CD de aulas e
ensinamentos apresentados por Ramtha. Ramtha escolheu uma
mulher americana, JZ Knight, como o único canal para apresentar a
sua mensagem. O único idioma que ele usa para comunicar os seus
ensinamentos é inglês. O seu estilo oral é muito específico e fora do
comum, o que é frequentemente confundido com sendo arcaico ou
estranho ou invulgar. Ele explica que a escolha das palavras, a sua
alteração, a construção das frases e a ordem dos verbos e nomes que
ele usa, os seus intervalos e pausas a meio de uma frase, são todos
intencionais para alcançar múltiplas camadas de aceitação e
interpretação numa audiência composta por pessoas de uma grande
variedade de culturas e estilos de vida.

De forma a preservar a autenticidade da mensagem apresentada por


Ramtha, traduzimos o livro de modo a apresentar as palavras mais
aproximadas das originais para permitir ao leitor experienciar o
ensinamento como se estivesse estado lá presente. Se encontrar
algumas frases que não lhe parecem corretas ou que lhe parecem
estranhas de acordo com a forma linguística atual do português,
encorajamo-lo a ler essa parte novamente na tentativa de
compreender o significado por trás das palavras em vez de formar
apenas uma opinião crítica da construção literária. Também lhe
recomendamos comparar e referir-se à fonte, a obra original publicada
em inglês por JZK Publishing, uma divisão de JZK, Inc., como um
auxílio para lhe dar maior clareza. Os nossos melhores desejos para si.
Desfrute da leitura.
O Editor
PREFÁCIO DE JZ KNIGHT
“Por outras palavras, o seu interesse é apenas vir aqui ensinar-vos a serem
extraordinários.”
— JZ Knight

O MEU NOME É JZ KNIGHT e sou a proprietária legal deste corpo. Ramtha


e eu somos duas pessoas diferentes, dois seres diferentes.

Toda a minha vida desde quando eu era uma pequena pessoa, ouvi
vozes na minha cabeça, e vi coisas maravilhosas que, para mim, na
minha vida, eram normais. Tive a sorte de ter uma mãe que era um ser
humano muito psíquico e que nunca condenou o que eu estava a ver.
Tive experiências maravilhosas durante toda a minha vida mas a mais
importante era este profundo amor que eu tinha por Deus e que havia
uma parte de mim que compreendia o que isso era. Mais tarde, na
minha vida, eu ia à Igreja e tentava compreender Deus do ponto de
vista da doutrina religiosa e tinha nisso grande dificuldade porque
estava como que em conflito com aquilo que eu sentia e sabia.

Ramtha tem sido parte da minha vida desde que nasci, mas eu não
sabia quem ele era e não sabia o que ele era, só sabia que havia uma
energia maravilhosa que caminhava comigo, e que, quando eu estava
em dificuldades – e tive muita dor na minha vida enquanto estava a
crescer – tinha sempre experiências extraordinárias com este ser que
podia falar comigo. Eu podia ouvi-lo tão claramente como vos posso
ouvir quando estamos a conversar. Ele ajudou-me a compreender
muitas coisas na minha vida que estavam para além do âmbito normal
do que alguém daria como conselho a outra pessoa.

Foi somente em 1977 que ele me apareceu, na minha cozinha, num


domingo à tarde quando eu estava a construir pirâmides com o meu
marido. Estávamos a desidratar comida porque gostávamos de andar
de mochila pela natureza. Quando pus uma dessas coisas ridículas na
minha cabeça, apareceu no outro lado da cozinha esta maravilhosa
aparição que tinha mais de dois metros de altura (sete pés, na versão
inglesa original), era brilhante, belo e forte. Uma pessoa simplesmente
não está à espera que isto suceda às duas e meia da tarde. Ninguém
está preparado para isso. De forma que, a essa hora, Ramtha deu-me
realmente a conhecer a sua aparência.

A primeira coisa que eu lhe disse – e eu não sei donde isto saiu – foi:
“Tu és tão belo. Quem és?” Ele tem um sorriso como o sol. É
extraordinariamente bem-parecido. Ele disse: “O meu nome é
Ramtha, o Iluminado e vim ajudar-te a atravessar a vala.” Por ser a
pessoa simples que sou, a minha reação imediata foi olhar para o chão
para ver se algo se tinha passado com o piso, ou então se tinham
deixado cair uma bomba. A partir desse dia ele tornou-se uma
constante na minha vida. E durante o ano de 1977 aconteceram uma
série de coisas interessantes, para não dizer mais. Os meus dois jovens
filhos conheceram Ramtha e tiveram experiências fenomenais, bem
como o meu marido.

Mais tarde, nesse ano, depois de ter tido alguma dificuldade em


dizer-me quem era e eu em perceber, um dia ele disse-me: “Vou
mandar-te um ‘mensageiro’ que te vai trazer um conjunto de livros e
tu lê-os porque então vais saber quem eu sou.” Esses livros
chamavam-se A Vida e os Ensinamentos dos Mestres do Extremo
Oriente (Editora De Vorss & Co. 1964, na edição Inglesa). Eu li os
livros e comecei a compreender que Ramtha, de alguma maneira, era
um desses seres, e isso tirou-me do tipo de categoria: “és o diabo ou és
Deus?”, que me estava a assolar nessa altura.

Quando o compreendi, ele passou muitos e muitos momentos a


entrar na minha sala, esse belo ser de mais de 2 metros de altura,
instalava-se confortavelmente no meu sofá, sentava-se, falando
comigo e ensinando-me. O que eu não sabia nessa altura era que ele já
sabia todas as coisas que eu ia perguntar e que ele já sabia como as
responder, eu não sabia que ele já sabia isso.

Desde 1977 que ele pacientemente lidou comigo de uma maneira


que me permitia questionar não a sua autenticidade, mas coisas
relativas a mim como Deus, ensinando-me, agarrando-me, quando eu
estava a deixar-me apanhar pelo dogma e quando estava a ser
apanhada pela limitação, agarrando-me nesse momento, ensinando-
me e ajudando-me a atravessar isso. E eu dizia sempre: “Sabes? Tu és
tão paciente. Eu acho maravilhoso que sejas tão paciente.” E ele
somente se ria, dizendo que, se tinha 35.000 anos, que mais se pode
fazer nesse período de tempo? Foi só há cerca de dez anos que eu
compreendi que ele já sabia o que eu ia perguntar e por isso é que era
tão paciente. Mas, como o grande professor que é, ele estava a dar-me
uma oportunidade de eu encarar estas questões em mim própria. Ele
tinha a delicadeza de falar comigo num tom que não era presunçoso,
mas antes como o verdadeiro professor que é, permitindo-me que eu
chegasse às conclusões por mim própria.

Canalizar Ramtha desde os finais de 1979 tem sido uma experiência.


Ram tem mais de dois metros de altura e veste dois mantos que
sempre lhe vi. Apesar de serem o mesmo manto, são realmente
bonitos, por isso uma pessoa não se cansa de os ver. O manto interior
é de cor branca imaculada e desce até onde eu presumo que estão os
seus pés e depois tem um manto exterior que é de um belo violeta
púrpura. Deve perceber que eu olhei mesmo para o tecido destes
mantos e não é bem tecido, é como que uma espécie de luz. E apesar
de a luz lhes dar uma certa transparência, há uma compreensão de que
aquilo que ele veste tem uma certa realidade.

A cara de Ramtha é de uma pele cor de canela, isso é a melhor forma


que tenho de descrevê-lo. Porque não é nem castanho nem é branco e
também não é vermelho. É uma espécie de mistura disso tudo. Ele tem
uns olhos pretos muito profundos que podem ver para dentro de si e
você sabe que está a ser visto por dentro. Ele tem umas sobrancelhas
que parecem asas de um pássaro, que estão muito acima dos seus
olhos. Tem uma mandíbula muito quadrada e uma boca bonita e
quando sorri você sabe que está no céu. Tem umas mãos muito
compridas e dedos muito compridos que ele usa muito
eloquentemente para demonstrar o seu pensamento.

Imagine então que, depois de ele me ter ensinado a sair do meu


corpo puxando-me literalmente para fora, atirando-me para o túnel,
embatendo contra a parede de luz e voltando para trás – eu dava-me
conta que os meus filhos já tinham regressado da escola e que eu
somente acabara de limpar os pratos do pequeno almoço – imagine
pois quão difícil era para mim habituar-me ao ‘tempo desaparecido’
neste plano. Eu não percebia o que estava a fazer nem para onde ia,
por isso tivemos uma série de sessões para praticar. Tem que
compreender que ele me fazia isto às dez da manhã e que quando eu
voltava da parede de luz já eram quatro e meia da tarde. Eu tinha
mesmo um problema para me ajustar a esse tempo que tinha
desaparecido. Por isso eu e Ramtha tivemos um período longo em que
ele me ensinava como o fazer e era divertido e engraçado e às vezes
assustador. Você pode imaginar, se ele viesse ter consigo e o tirasse de
dentro do seu corpo e o atirasse para o teto e dissesse: “O que é que daí
te parece?” e depois atirava-o para o túnel – e talvez a melhor maneira
que eu tenho para o descrever é que é um buraco negro para outro
nível – e então você sentia-se arremessado através deste túnel,
embatia contra esta parede branca e tinha uma amnésia.

Ele estava a preparar-me para me ensinar algo com o que eu já tinha


concordado antes desta encarnação. O meu destino nesta vida não era
só casar-me e ter filhos e viver bem, mas vencer a resistência e deixar
acontecer o que já tinha sido planeado e esse acontecer incluía a
consciência extraordinária que ele é.

Tentar vestir o meu corpo para Ramtha era demais. Eu não sabia o
que fazer. A primeira vez que tivemos uma sessão de canalização eu
estava com saltos altos e uma saia. Eu pensava que ia para a igreja. Por
isso vocês podem imaginar, se tiverem tempo para o estudar, como é
que ele se pareceria se vestisse um fato e tivesse tacões, coisas que ele
nunca usou na sua vida.

É mesmo difícil falar com as pessoas e fazer com que compreendam


que eu não sou ele, que somos dois seres diferentes e que quando estão
a falar comigo neste corpo, estão a falar comigo e não com ele. Às
vezes, durante mais ou menos os últimos dez anos, isso tem sido um
grande desafio para mim nos meios de comunicação porque as pessoas
não entendem como é possível que um ser humano seja dotado de
uma mente divina e no entanto ser separado dela.

Eu quero dizer-lhe que apesar de ver Ramtha aqui no meu corpo,


este é o meu corpo e que ele não se parece nada com isto. A sua
aparição neste corpo não diminui a grandeza de quem e do que ele é.
Também deve saber que quando estivermos a conversar e se você fizer
perguntas sobre coisas que ele disse, é possível que eu não faça a
mínima ideia daquilo que você está a dizer, pois quando eu deixo o
meu corpo parto para um tempo completamente diferente e um outro
espaço de que não tenho memória consciente. E qualquer que seja o
tempo que ele passe convosco, para mim, isso será talvez como cinco
minutos ou três minutos. E quando eu regresso ao meu corpo, todo
esse tempo desse dia inteiro passou e eu não fiz parte dele. Eu não
ouvi o que ele vos disse e não sei o que ele fez aqui. Quando eu
regresso, o meu corpo está exausto. Às vezes é difícil subir as escadas
para mudar as minhas roupas e tornar-me mais apresentável para
aquilo que o dia me apresenta, ou para aquilo que ficou do dia.

Ele mostrou-me uma série de coisas maravilhosas que eu acho que


as pessoas que não viram, não poderiam sequer imaginar nos seus
sonhos mais excêntricos. Eu vi o 23º universo e encontrei-me com
seres extraordinários e vi a vida vir e ir. Vi gerações nascerem, viverem
e passarem numa questão de momentos. Foram-me mostrados
eventos históricos para me ajudar a compreender melhor o que eu
precisava de saber. Foi-me permitido caminhar ao lado do meu corpo
noutras vidas e ver como eu era e quem eu era e foi-me permitido ver o
outro lado da morte. Estas são oportunidades queridas e privilegiadas
que a dada altura da minha vida ganhei o direito a tê-las. Falar delas a
outras pessoas é de certo modo um desencanto pois é difícil transmitir
às pessoas que nunca estiveram nesses lugares o que isso é. Eu tento o
meu melhor como contadora de histórias e contudo não consigo.

Eu também sei que a razão porque ele trabalha com os seus


estudantes da maneira como o faz é porque Ramtha nunca quer
ofuscar nenhum de vocês. Por outras palavras, o seu interesse é
apenas vir aqui ensinar-vos a serem extraordinários. Ele já o é. E a
questão não é ele realizar fenómenos. Se ele lhe disse que vai mandar
‘mensageiros’, você vai mesmo recebê-los. Não é uma questão dele
fazer truques diante de si. Isso não é o que ele é. Esses são os
instrumentos de um avatar que ainda é um guru que precisa de ser
adorado e esse não é o caso dele.

Então o que acontece é que ele vai ensinar-lhe e vai cultivá-lo e


permitir-lhe que você crie o fenómeno e você será capaz de o fazer.
Então, no dia em que for capaz de manifestar quando quiser e for
capaz de deixar o seu corpo e for capaz de amar, quando isso for
impossível de fazer segundo os interesses humanos, ele entrará
mesmo na sua vida porque você estará pronto para partilhar o que ele
é. E ele é simplesmente aquilo em que você se tornará. Até esse
momento ele é diligente, paciente, alguém que conhece tudo e tudo
compreende, tudo o que necessitamos saber para nos tornarmos nisso.

A única coisa que lhe posso dizer é que, se está interessado na


apresentação que ele tem a fazer e está a começar a amá-lo, ainda que
não o possa ver, isso é um bom sinal pois significa que aquilo que era
importante em si era que a sua alma o urgia a desabrochar nesta vida.
E isso talvez vá contra a sua rede neuronal. A sua personalidade pode
discutir consigo e debater consigo, mas esse tipo de lógica é
verdadeiramente transparente quando a alma o impulsiona a ter uma
experiência.

Se isto é o que quer fazer, terá que praticar a paciência e a


concentração e terá que fazer o trabalho. O trabalho no início é muito
duro, mas se tiver a tenacidade de continuar, então posso dizer-lhe
que um dia este professor lhe dá a volta. Um dia será capaz de fazer
todas as coisas extraordinárias que ouviu dizer que fazem os mestres
míticos e lendários. Será capaz de as fazer porque essa é a jornada. E,
em última análise, essa capacidade é, de uma forma singular, a
realidade de um Deus que está a despertar em forma humana.

Bem, isto é a minha jornada e tem sido o meu caminho toda a minha
vida. Se não fosse importante e não fosse aquilo que eu tenho sido,
certamente, não estaria a viver no esquecimento a maior parte do ano
só para que umas pessoas viessem aqui ter uma experiência de Nova
Era. Isto é muito mais grandioso do que ter uma experiência de Nova
Era. Devo também dizer que isto é muito mais importante do que a
capacidade de meditar ou fazer yoga. Trata-se de mudar
completamente a consciência ao longo das nossas vidas, em qualquer
ponto, e ser capaz de desamarrar as nossas mentes e torná-las
ilimitadas de forma a podermos ser tudo o que podemos ser.

Outra coisa que deve saber e que eu aprendi, é que só podemos


demonstrar aquilo que somos capazes de demonstrar. Se você disser:
“bem, o que é que me está a impedir de fazer aquilo?” O único
bloqueio que temos é a nossa incapacidade de nos rendermos, de nos
entregarmos, de permitirmos e também de nos apoiarmos, mesmo
quando estamos face a face com a nossa própria rede neuronal de
dúvida. Se você conseguir ultrapassar a dúvida, então vai avançar, pois
esse é o único bloqueio que está no seu caminho. E um dia você vai
fazer todas aquelas coisas e vai ver todas estas coisas que eu vi e que
me foi permitido ver.

Portanto, o que eu quis foi vir aqui e mostrar-lhe que existo, que
amo o que faço e que espero que esteja a aprender com este professor.
E, mais importante ainda, espero que continue.
JZ Knight
CAPÍTULO UM

INTRODUÇÃO

“Não há outra redenção para a humanidade senão a de realizar a sua divindade. Vós
sois as sementes desta realização. Tudo aquilo que pensarem, tudo o que realizarem,
eleva e expande a consciência em todo lado. Quando vocês viverem aquilo que vieram
para compreender, em total proveito da vida que vocês escolheram, então permitirão
a outras pessoas verem em vós um processo superior de pensamento, uma melhor
compreensão e uma existência com mais sentido.”
— Ramtha

EU SOU RAMTHA, uma entidade soberana que viveu há muito tempo


neste plano chamado Terra. Naquela vida eu não morri, eu ascendi,
pois aprendi a utilizar o poder da minha mente e a levar o meu corpo
comigo para uma dimensão invisível da vida. Ao fazê-lo, realizei uma
existência de liberdade ilimitada, alegria ilimitada e vida ilimitada.
Outros que viveram aqui depois de mim também ascenderam.

Agora sou parte de uma fraternidade invisível que ama muito a


humanidade. Nós somos os vossos irmãos que ouvimos as vossas
preces e as vossas meditações e que observamos os vossos movimentos
de um lado para o outro. Nós somos aqueles que anteriormente
vivemos aqui como homens e experienciamos o desespero, a
infelicidade e a alegria que todos vocês conhecem. Contudo nós
aprendemos a controlar e a transcender as limitações da experiência
humana e a realizar um estado maior de ser.

Eu vim para vos dizer que sois muito importantes e preciosos para
nós pois a vida que flui através de vós e o pensamento que vem até
cada um de vós – qualquer que seja a forma como o utilizem – são a
inteligência e a força da vida a que vocês chamaram Deus. É esta
essência que nos liga a todos, não somente àqueles que estão no vosso
plano, mas a todos aqueles em universos desconhecidos que ainda não
tendes olhos para ver.

Eu estou aqui para vos lembrar de uma herança que a maior parte
de vocês há muito, muito tempo esqueceu. Eu vim para vos dar uma
perspetiva mais vasta a partir da qual vocês possam raciocinar e
compreender que são verdadeiramente entidades divinas e imortais
que sempre têm sido amadas e apoiadas pela essência chamada Deus.
Eu estou aqui para vos ajudar a perceber que só vocês mesmos, através
da vossa sublime inteligência, criaram toda a realidade da vossa vida e
que, com esse mesmo poder, tendes a opção de criar e experienciar
qualquer realidade que desejeis.

Muitos outros vieram até vós ao longo da vossa História e tentaram


muitas formas diferentes de vos lembrar a vossa grandeza, o vosso
poder e a eternidade das vossas vidas. Nós fomos rei, conquistador,
escravo, herói, Cristo crucificado, mestre, guia, amigo, filósofo, tudo o
que permitisse a ocorrência do conhecimento. E às vezes interviemos
nos vossos assuntos para vos impedir de se aniquilarem, para que a
vida aqui continuasse a fornecer um campo para as vossas
experiências e para a vossa evolução na direção da alegria. Mas vocês
perseguiram um a um todos aqueles que tentaram ajudar-vos. Em
relação àqueles que não perseguiram, fizeram estátuas deles e
alteraram e perverteram as suas palavras para servirem os vossos
objetivos. Em vez de aplicar os seus ensinamentos, muitos de vós
acabaram adorando os mestres.

Para vos impedir de me adorarem, não vim até vós no meu próprio
corpo. Em vez disso escolhi falar-vos através de uma entidade que foi a
minha filha amada quando vivi neste plano. A minha filha, que
graciosamente me permite usar o seu corpo, é o que se chama um
canal puro para a essência que eu sou. Quando vos falo, ela já não se
encontra dentro do seu corpo, pois a sua alma e o seu espírito
deixaram-no completamente.

Trouxe comigo os ventos da mudança sobre o vosso plano. Eu e


aqueles que estão comigo estamos a preparar a humanidade para um
grande evento que já foi posto em movimento. Vamos unir todas as
pessoas deste plano ao permitir ao homem testemunhar algo de
grande e de brilhante que o fará abrir-se e permitir que o
conhecimento e o amor fluam.

Porque é que isto está a ser feito? Porque vocês são amados muito
mais do que alguma vez pensaram que o amor era e porque é tempo de
o homem viver uma compreensão mais grandiosa do que aquela
calamidade que o mergulhou na escuridão durante séculos, lhe tirou a
sua liberdade, dividiu povos e causou ódio entre amantes e guerra
entre as nações. É tempo de isso acabar. Chegou o tempo do homem se
aperceber da sua divindade e da imortalidade do seu ser e deixar de
rastejar pela sobrevivência neste plano.

Um dia virá, e já está próximo, onde um grande conhecimento será


trazido a este plano por entidades maravilhosas que realmente são
vossos irmãos amados. Então os desenvolvimentos científicos
florescerão aqui como nunca. Aquilo que vem aí pode chamar-se a
Idade de Deus. Esta Idade nascerá através de uma mudança no tempo
e nos valores acerca do tempo. Nos anos vindouros, a doença, o
sofrimento, o ódio e a guerra não existirão mais neste plano. Não
haverá mais envelhecimento e morte do corpo mas sim uma vida
contínua. Será através do conhecimento, da compreensão e do amor
profundo que estas coisas ocorrerão na vida de cada entidade.

Não há outra redenção para a humanidade senão a de realizar a sua


divindade. Vós sois as sementes desta realização. À medida que cada
um de vocês for realizando o seu valor e a perenidade das vossas vidas,
vocês ampliarão, um a um, a consciência do pensamento ilimitado, da
liberdade ilimitada, do amor ilimitado. Tudo aquilo que pensarem,
tudo o que realizarem, eleva e expande a consciência em todo lado.
Quando vocês viverem aquilo que vieram para compreender, em total
proveito da vida que vocês escolheram, então permitirão a outras
pessoas verem em vós um processo superior de pensamento, uma
melhor compreensão e uma existência com mais sentido.

Estes tempos são os mais significativos de toda a vossa História


conhecida. Apesar de serem tempos difíceis e de serem desafios, vocês
escolheram viver aqui durante este tempo com o propósito de
cumprirem aquilo que vos trouxe. Sempre vos foi prometido a todos
vós que veriam Deus na vossa vida e contudo, vida após vida, vocês
nunca se permitiram vê-lo. Nesta vida, a maioria de vocês vão
verdadeiramente vê-lo. Verão um reino magnífico emergir aqui e
aparecerão civilizações que vocês nunca imaginaram que pudessem
existir. Um novo vento vai soprar. O amor, a paz e a alegria de ser
agraciarão este lugar abençoado, a esmeralda do vosso universo e o lar
de Deus.

Contemplai o que foi dito. Permitam que estas palavras penetrem no


vosso ser. Quando o fizerem, de pensamento em pensamento, de
sentimento em sentimento, voltareis a compreender a vossa grandeza,
o vosso poder e a vossa glória.
CAPÍTULO DOIS

EU SOU RAMTHA

“Eu já fiz de tudo. E por causa disso, entidade, ganhei sabedoria de tudo que alguma
vez fiz e nunca mais terei de o fazer de novo. Eu sou virtuoso, entidade, pois fiz todas as
coisas para me tornar aquilo que sou. Como é que sabe o que é o amor, entidade, até
ter odiado? Como é que sabe o que é a vida até estar no limiar da morte, e o sol irá pôr-
se mesmo que você esteja a morrer e os pássaros nem olharão para si. Você não sabe
isso até, realmente, chegar ao ponto de compreensão.”
— Ramtha

EU SOU RAMTHA, o ‘Ram’. Na língua antiga dos meus tempos significa


‘o Deus’. Eu sou o grande Rama do povo hindu, o primeiro homem
nascido do ventre de uma mulher e do sémen de um homem que
ascendeu deste plano. Aprendi a ascender não através dos
ensinamentos de algum ser humano mas sim através da compreensão
interior de que Deus vive em todas as coisas. Fui também um homem
que odiou e desprezou, que matou e conquistou.

Fui o primeiro conquistador que este plano conheceu. Eu comecei


uma marcha que durou sessenta e três anos e conquistei três quartos
do mundo conhecido. Mas a minha maior conquista foi a de mim
próprio. Quando aprendi a amar-me e a abraçar a totalidade da vida,
eu ascendi com o vento, para sempre.

Eu ascendi diante do meu povo, a nordeste da montanha chamada


Hindus. O meu povo que contava então mais de dois milhões, era uma
mistura de Lemurianos, de gente da Iónia, mais tarde chamada
Macedónia, e de tribos escapadas da Atlântia, a terra a que chamais
Atlântida. São os descendentes do meu povo que agora compõem a
população da Índia, Tibete, Nepal e Mongólia Setentrional.

Eu só vivi uma vez neste plano, há cerca de 35.000 anos, segundo a


vossa conceção do tempo. Nasci na ignorância e desespero de um povo
desafortunado, peregrinos de uma terra chamada Lemúria, e que
viviam nos miseráveis bairros de Onai, a maior cidade porto da esfera
meridional da Atlântia. Vim para a Atlântia durante os chamados
‘Últimos cem anos’, antes do continente se ter separado e as grandes
águas terem coberto a sua terra.

Nesse tempo, a Atlântia era a civilização de um povo de grande


intelecto, cuja predisposição para o conhecimento científico era
soberba. A sua ciência era ainda mais evoluída do que a vossa
comunidade científica atual, pois os Atlantianos tinham começado a
compreender e a usar os princípios da luz. Sabiam como transformar a
luz em energia pura através daquilo a que chamais ‘lasers’. Tinham até
naves espaciais acionadas pela luz (uma ciência que lhes fora entregue
através da intercomunicação com entidades de outros sistemas
estelares). Apesar das suas naves serem bastante rudimentares,
mesmo assim eles movimentavam-se nos ares. Os Atlantianos devido
ao seu grande envolvimento com a tecnologia adoravam o intelecto.
Desta forma a ciência intelectual tornou-se a religião dos Atlantianos.

Os Lemurianos eram muito diferentes dos Atlantianos. O seu


sistema social estava baseado na comunicação através do pensamento.
Eles não tinham avanço tecnológico, somente uma grande
compreensão espiritual, pois os meus antepassados tinham grande
conhecimento dos valores invisíveis. Adoravam e reverenciavam
aquilo que está para além da Lua e das estrelas. Amavam uma essência
que não se podia identificar, um poder a que chamavam ‘O Deus
Desconhecido’. Como os Lemurianos só amavam este Deus, os
Atlantianos desprezavam-nos, pois desprezavam tudo o que não fosse
‘progressista’.

Nos dias do Ram, quando eu era um rapaz pequeno, a vida era


muito pobre e árdua. Nesse momento específico do tempo, a Atlântia
tinha já perdido a sua tecnologia, pois os seus centros científicos no
norte tinham já há muito sido destruídos. Nas suas experiências de
viajar na luz, os Atlantianos tinham furado a camada de nuvens que
cobria completamente o vosso planeta, tal como ainda hoje rodeia
Vénus. Quando furaram a estratosfera, as grandes águas precipitaram-
se sobre a terra e deu-se um arrefecimento da atmosfera. Quase toda a
Lemúria e o norte da Atlântia ficaram debaixo dos grandes oceanos.
Desta forma a população da Lemúria e do norte da Atlântia fugiu para
as regiões do sul da Atlântia.

Quando se perdeu a tecnologia no norte, a vida tornou-se mais


primitiva no sul. Durante os cem anos anteriores à imersão de toda a
Atlântia, a região mais ao sul era a Atlântia primitiva, que degenerara
num governo de tiranos. Os tiranos governavam não como uma
república, mas através de leis absolutas. Nesse governo de leis
irrefutáveis, os Lemurianos eram considerados o excremento da terra,
menos do que cães.

Imaginai por um momento que vos cospem na cara e vos urinam em


cima e que só podeis usar as vossas lágrimas para vos lavardes.
Imaginai que os cães nas ruas têm melhor comida que vocês, que estão
dispostos a comer o que quer que seja que possa pacificar a agonia do
vosso estômago.

Nas ruas de Onai era comum ver as crianças serem maltratadas e as


mulheres receberem maus-tratos e violações. Era comum ver-se um
Atlantiano passar em frente de um Lemuriano esfomeado numa rua e
pôr um lenço de linho embebido em água de jasmim ou de rosas
diante do nariz, pois nós éramos considerados umas criaturas
miseráveis e mal cheirosas. Nós não éramos nada, os ‘sem-alma’, uns
desperdícios de intelecto, pois não tínhamos a compreensão científica
de coisas como os gases e a luz. Como não estávamos inclinados para o
intelecto, por assim dizer, tínhamos sido reduzidos a escravos para
trabalhar nos campos.

Isto era assim quando nasci neste plano. Eram os meus tempos. Em
que género de sonho estava eu? A chegada do homem à arrogância e
estupidez do intelecto.

Eu não culpei a minha mãe por eu não saber quem era o meu pai. Eu
não culpei o meu irmão por o nosso pai não ter sido o mesmo, nem
culpei a minha mãe pela nossa pobreza absoluta. Eu era ainda um
rapazote quando vi a minha mãe ser levada pelas ruas para lhe
roubarem a sua doçura. Depois de a minha mãe ter sido levada, eu vi
uma criança formar-se no seu ventre, e eu sabia quem era o pai. E vi a
minha mãe chorar, pois iria haver outra criança a sofrer pelas ruas
aquilo que nós tínhamos sofrido nesta Terra Prometida.

Como a minha mãe estava muito fraca para ter a criança sozinha, eu
ajudei-a a dar à luz a minha pequenina irmã. Eu buscava comida pelas
ruas, matei cães e animais selvagens e, à noite, roubei trigo dos
proprietários, pois eu era ágil. Alimentei a minha mãe, que por sua vez
amamentava a minha irmã.

Eu não culpei a minha irmã da morte da minha mãe amada, ao


chupar-lhe todas as suas forças. A minha irmã tornou-se diarreica e
não podia digerir o que lhe entrava pelo corpo, pelo que também a sua
vida se esvaiu.

Busquei umas tábuas de madeira e deitei a minha mãe e a minha


irmã juntas debaixo delas. À noite fui buscar fogo. Disse uma oração
por elas, que tanto amava. Peguei rapidamente fogo às madeiras para
que o cheiro dos corpos não perturbasse os Atlantianos, porque, se o
sentissem, eles deitariam os corpos ao deserto, onde as hienas os
teriam desmembrado e devorado.

Enquanto olhava a minha mãe e irmã arderem, cresceu no meu ser


um grande ódio pelos Atlantianos, que se tornou como um veneno de
uma grande víbora. E eu era apenas um rapazinho.

Enquanto o cheiro e o fumo do fogo se espalhavam pelo vale, eu


pensava no Deus Desconhecido do meu povo. Eu não podia perceber a
injustiça deste grande Deus ou a razão porque ele tinha criado os
monstros que tanto odiavam o meu povo. O que é que a minha mãe e a
minha irmã tinham feito para merecerem estas mortes miseráveis?

Eu não culpei o Deus desconhecido pela sua falta de amor por mim.
Não o culpei por não amar o meu povo. Não o culpei da morte da
minha mãe e da minha irmãzinha. Eu não o culpei. Eu odiava-o!

Eu não tinha mais ninguém, pois o meu irmão tinha sido raptado
por um sátrapa e levado em servidão para a terra que mais tarde se
chamaria Pérsia. Aí foi abusado para o prazer do sátrapa e para
satisfação daquilo a que se chama os desejos sexuais.

Eu era um rapaz de catorze anos, sem qualquer carne nos meus


ossos e com uma grande amargura em mim. Decidi então combater o
Deus Desconhecido dos meus antepassados – era o único motivo pelo
qual me parecia valer a pena morrer. Estava determinado a morrer,
mas como um homem honrado. Sentia que morrer às mãos de outro
homem não era uma forma honrada de perecer.

No horizonte distante, vi que se elevava uma grande montanha, um


lugar misterioso. Pensei que se existisse um Deus, seria lá que ele
viveria, acima de todos nós, tal como aqueles que governavam a nossa
terra viviam acima de nós. Se eu pudesse subir ate lá, pensava comigo,
eu entraria em contacto com o Deus Desconhecido e proclamar-lhe-ia
o ódio que lhe tinha pela sua injustiça em relação à humanidade.
Deixei a minha casa e caminhei muitos dias para chegar a esta grande
montanha. Devorei gafanhotos, formigas, raízes. Quando cheguei à
montanha subi até às nuvens que agora escondiam os seus picos
cobertos de neve, de forma a combater com o Deus Desconhecido.
Exclamei: “Sou um homem...porque não tenho a dignidade de um?” E
exigi que me mostrasse a sua face, mas ele ignorou-me.

Caí para trás e chorei longamente até que as minhas lágrimas


gelaram. Quando olhei para cima, vi o que parecia ser uma mulher
maravilhosa que segurava uma grande espada diante de mim. Ela
falou comigo, dizendo: “Ó Ram, ó Ram, tu que estás com o espírito
ferido, as tuas preces foram ouvidas. Toma esta espada e conquista-te
a ti próprio.” E desapareceu imediatamente.

Conquistar-me a mim próprio? Eu nem sequer conseguia virar a


lâmina em direção a mim para me cortar a cabeça. Os meus braços não
chegavam aos punhos da espada. No entanto sentia-me honrado com
esta espada imponente. Deixei de tremer de frio e aqueci. Quando
voltei a olhar para onde as minhas lágrimas tinham caído, aí crescia
uma flor, de uma cor e um aroma tão doce que eu soube que a flor era
de esperança.

Desci da montanha com a grande espada na mão. Esse dia é


recordado nos anais da História do povo Hindu como ‘O terrível dia do
Ram1’. Um rapaz subira à montanha e descera da montanha como um
homem. Eu já não era frágil nem fraco mas sim um Ram em todo o
sentido da palavra. Eu era um jovem com um brilho terrível no olhar e
uma espada maior do que eu. Às vezes penso que eu devia ser de
entendimento lento naquela vida pois nunca percebi completamente
aquilo que tornara a espada tão leve ao ponto de eu poder segurá-la
quando contudo ela era tão grande que nove mãos juntas podiam
segurar-lhe o punho.

Da montanha voltei até à cidade de Onai. Nos campos à volta da


cidade, vi uma mulher idosa erguer-se e cobrir a luz dos olhos para me
ver chegar. Em breve todos interromperam os seus trabalhos. As
carroças pararam. Os burros guincharam. Tudo se aquietou. As
pessoas vieram a correr para me verem e devo tê-los persuadido, pois
pegaram um a um nos seus humildes instrumentos e seguiram-me até
à cidade.

Destruímos Onai porque os Atlantianos me cuspiram nos olhos


quando lhes pedi que abrissem os celeiros para alimentar o meu povo.
Os Atlantianos estavam tão pouco preparados para este ataque, que
foram facilmente derrotados pois não sabiam combater.

Abri os celeiros ao meu povo e então queimamos Onai até às


fundações. Nunca me ocorreu que eu não o poderia fazer, pois nessa
altura tanto me fazia viver como morrer, já não tinha nenhuma razão
para viver.

Mesmo quando o massacre e o incêndio acabaram, ainda havia em


mim uma grande ferida, pois o meu ódio ainda não estava satisfeito.
Então fugi do povo para me esconder nas colinas, mas eles seguiram-
me apesar das minhas pragas, de lhes atirar pedras e de lhes cuspir.
“Ram, Ram, Ram, Ram” cantavam eles enquanto levavam aos
ombros as suas ferramentas de campo e os sacos de trigo, enquanto
encaminhavam os seus rebanhos de cabras e ovelhas à sua frente. Eu
berrei-lhes que me deixassem em paz e que voltassem para suas casas.
Mesmo assim eles continuavam a seguir-me, pois já não tinham lar.
Eu era o seu lar.

Como eles insistiram em seguir-me onde quer que eu fosse, juntei


todas essas criaturas desalmadas, de diferentes origens e elas
tornaram-se o meu exército, o meu povo. E eram na realidade um
grande povo, apesar de fracos soldados. Mas foi a partir daí que o
grande exército do Ram se formou. No início, o seu número era de
cerca de dez mil.

A partir daí fui uma entidade determinada, um bárbaro, que


detestava a tirania dos homens. Odiei e combati os homens,
francamente à espera de morrer. Não tinha o medo de morrer, que
outros tinham, pois queria morrer de uma forma honrada. Nunca
conheci o medo, somente ódio.

Para conduzir um ataque sozinho na frente, sem ninguém à sua


esquerda ou à sua direita, é preciso ser-se louco. Alguém que faça isso
está possuído por uma forte determinação, chamada ódio. Por isso eu
era um espetáculo digno de ser atacado por um inimigo nobre se me
quisessem fazer essa honra. E eu escolhi os adversários mais
merecedores para me matarem. Mas, sabem, na ausência do medo, há
uma presença de conquistar. Tornei-me assim um grande
conquistador. Antes de mim não tinha havido nenhum conquistador,
só tiranos.

Criei a guerra. Fui o primeiro conquistador que este plano conheceu.


Até mim, nunca houvera nenhuma sublevação contra a arrogância dos
Atlantianos. Nenhuma, fui o primeiro a criar uma fação guerreira. Na
minha hostilidade e no meu desejo de ser nobre e honrado em relação
ao que sentia, tornei-me o que se chama uma grande entidade. Sabeis
o que é um herói? Pois eu fui um na realidade. Um herói salva vidas e
põe termo aos males da vida sem se dar conta de que ao fazê-lo está
também a fazer um mal. Eu desejava acabar com todas as formas de
tirania e fi-lo. Contudo acabei por me tornar mesmo naquilo que tanto
detestava.

Continuei determinado a destruir tiranias e a fazer respeitada a cor


da minha pele. A partir de todas as batalhas e cercos que fiz, de todas
as terras que atravessamos e dos povos que libertamos pelo caminho,
um a um o meu exército cresceu e grande se tornou a lenda de Ram e
do seu exército.

Eu era um ignorante, um imbecil, um bárbaro. Durante os dez anos


da minha marcha, guerreei com inocentes e cortei caminho através de
muitas terras, queimando e destruindo, até que uma grande espada
me atravessou. Se a tivessem deixado no meu corpo, eu estaria bem,
mas tiraram-na, para terem a certeza que eu me esvairia em sangue
até morrer. Vi o rio da vida escorrer do meu ser para um chão de
mármore branco que me parecia perfeito, até que vi que este rio
escarlate tinha encontrado uma fissura na mármore, pela qual seguia.

Enquanto estava caído sobre a mármore fria, observando o sangue


que saía do meu ser, surgiu uma voz. Esta voz dirigia-se a mim
dizendo: “Levanta-te, levanta-te.” Levantei a minha cabeça e pus as
minhas mãos diante de mim. Depois, trouxe os joelhos por debaixo de
mim. Levantei a testa, subi a cabeça e equilibrei-me sobre os ombros.
Ergui então o pé esquerdo e apoiei-o firmemente sobre o chão.
Finalmente, reunidas todas as forças, pus a mão esquerda sobre o
joelho esquerdo e o punho direito no buraco da minha ferida e
levantei-me num movimento brusco.

De pé, com o sangue a sair-me da boca e a escorrer pelos meus


dedos e pelas minhas pernas, vi os meus agressores, certamente
convencidos da minha imortalidade, porem-se em fuga. Os meus
soldados cercaram a cidade e queimaram-na completamente.

Nunca esqueceria a voz que me fez levantar e me impediu de


morrer. Nos anos seguintes busquei encontrar a cara que correspondia
a essa voz.

Fui entregue às mulheres da minha marcha para que cuidassem de


mim. E tive que suportar as cataplasmas malcheirosas, de gordura de
abutre, que eram postas sobre o meu peito. Tinha que obedecer às
mulheres e despir-me diante delas. Para cúmulo da humilhação, nem
sequer podia urinar ou defecar sozinho, mas tinha de o fazer diante
delas. Ainda agora continuo a dizer que a gordura de abutre não servia
para me curar mas sim que, como ela era tão nojenta, quando eu a
respirava, era isso que me mantinha vivo. Durante todo esse processo
de cura, a maior parte do meu orgulho e do meu ódio foi substituída
pelo desejo de sobreviver.

Enquanto recuperava da minha terrível ferida e não podia fazer


mais nada, comecei a contemplar o mundo em meu redor. Um dia vi
uma mulher velha que abandonava este plano; ela segurava
febrilmente nas mãos um pedaço de linho de tecido grosseiro que ela
destinara ao seu filho que já morrera há muito tempo. Vi a mulher
morrer á luz do sol do meio-dia. Vi a anciã estremecer, vi a sua boca
abrir-se numa expressão de horror e os seus olhos tornarem-se vítreos
e indiferentes à luz. Nada se mexia exceto a brisa e os seus cabelos
brancos.

Pus-me a pensar sobre a mulher e sobre o seu filho que morrera e


pensei na grande inteligência deles. Depois voltei a olhar para o sol,
que nunca morre. Era o mesmo que esta mulher vira por um buraco do
telhado da sua cabana, quando pela primeira vez abriu os olhos como
bebé e foi a última coisa que ela viu quando morreu.

Voltei a olhar para o sol. Ele nem sequer reparara que ela tinha
morrido. Continuei a olhar para ela enquanto a enterravam debaixo de
um alto choupo perto do rio.

Quando o sol se pôs, amaldiçoei-o. Ele estava como que sentado


sobre o manto das montanhas, como uma bela joia incandescente, de
olhar escarlate. Olhei para as montanhas de púrpura, já envolvidas
pela névoa e vi como os raios do sol douravam todas as coisas e as
tornavam ilusoriamente belas. Também as nuvens, que se tinham
tornado de um azul pálido, tinham-se agora animado e ganho tons de
escarlate, vermelho vivo e rosa.
Continuei a observar a grande luz que ia desaparecendo atrás das
montanhas que pareciam como dentes cortantes no horizonte, até que
os últimos raios da sua beleza desceram atrás do último monte. Ouvi
um pássaro da noite gritar por cima de mim e vi nos céus a pálida lua
elevar-se contra o céu que escurecia. Soprou uma brisa, e quando ela
passava através dos meus cabelos e secava as minhas lágrimas, senti
uma grande náusea.

Eu era um grande guerreiro. Com uma espada eu podia cortar um


homem ao meio num instante. Eu tinha decapitado, abatido e
massacrado muitos homens. Tinha cheirado sangue e queimado gente.
Mas porque o fizera? O sol continuara a pôr-se magnificamente. Os
pássaros continuavam a gritar na noite. E a lua levantava-se como
sempre.

Foi então que comecei a ponderar sobre o Deus Desconhecido. A


única coisa que eu verdadeiramente queria era compreender aquilo
que parecia tão espantoso, tão misterioso e tão distante. E o que era o
homem? O que era ele? Porque não era ele superior ao sol? Porquê que
aquela mulher não podia continuar a viver? Porque é que o homem –
apesar de ser multidões e de ser a força criativa e unificadora deste
plano – era o ser mais vulnerável de toda a criação? Se o homem era
assim tão importante, como o meu povo me dizia, porque é que ele não
era suficientemente importante para que quando ele morresse, o sol
parasse para lamentar a sua partida, a lua se tornasse púrpura e os
pássaros deixassem de voar? O homem não parecia ser muito
importante, pois todas estas coisas continuavam a ocorrer apesar do
seu drama.

Tudo o que eu queria era saber.

Não tive nenhum professor que me ensinasse sobre o Deus


Desconhecido, pois eu não tinha confiança em nenhum homem. Eu
tinha visto tanto e perdido tanto à custa da maldade do homem e do
seu pensamento alterado. Eu tinha visto homens desprezarem outros e
acharem que eles não tinham alma. Eu tinha visto inocentes serem
estripados e queimados por causa do medo. Tinha visto crianças nuas
em mercados de escravos serem examinadas por almas pervertidas
que lhes arrancavam os pelos da adolescência para que elas
mantivessem a imagem de crianças, enquanto eram violadas. Vi
sacerdotes e profetas, que no seu ódio pela humanidade, inventaram
criaturas feias e atormentadoras, de forma a poderem dominar e
escravizar os povos através da religião.

Não havia nenhum homem vivo que eu desejasse para professor,


pois todos eles tinham o pensamento alterado, tinham alterado tudo
aquilo que era puro e inocente através do seu conhecimento limitado.
Por isso eu não queria ter nada a ver com um Deus criado pelo
conhecimento do homem, pois se esse Deus tinha sido criado pelo
homem era certamente um Deus falível.

Foram então os elementos da vida, os verdadeiros professores que


me ensinaram sobre o Deus Desconhecido. Aprendi com os dias.
Aprendi com as noites. Aprendi com a vida frágil, insignificante que
abundava mesmo na face da destruição e da guerra.

Contemplei o sol quando este se levantava gloriosamente sobre o


horizonte. Observei a sua viagem através dos céus, acabando no
quadrante ocidental onde adormecia. Compreendi que o sol, apesar de
mudo, controlava subtilmente a vida, pois até todos aqueles bravos
que guerreavam durante o dia, depunham as armas quando o sol se
punha.

Observei a beleza da lua, na sua luz pálida enquanto dançava pelos


céus e iluminava a escuridão com formas misteriosas e maravilhosas.
Vi os fogos dos nossos acampamentos e como eles incendiavam o céu
do entardecer. Ouvi os pássaros selvagens pousar na água, o arrulhar
dos pássaros nos seus ninhos, ouvi as crianças e os seus risos, observei
as estrelas cadentes, os rouxinóis, a geada nos arbustos e o lago gelado
e brilhante dando a ilusão de um outro mundo. Vi as folhas das
oliveiras passar de esmeralda a prateado enquanto o vento passava
através delas.

Observei as mulheres que com os seus vasos tiravam água do rio e


cujas roupas arregaçadas revelavam os seus joelhos de alabastro. Ouvi
as suas tagarelices alegres e o seu riso brincalhão, senti o cheiro de
fogos distantes e o do vinho e do alho no hálito dos meus homens.

Mas só descobri verdadeiramente quem era o Deus Desconhecido


depois de muito observar e de ponderar sobre a vida e a sua
continuidade. Eu raciocinei e cheguei à conclusão que o Deus
Desconhecido não era um desses Deuses criados pelo pensamento
alterado dos homens. Apercebi-me que os Deuses que existem na
mente dos homens são somente a personificação das coisas que eles
mais temem ou respeitam, que o verdadeiro Deus é a essência que
persiste para sempre e que permite ao homem criar e representar as
suas ilusões, quaisquer que elas sejam, e que ele encontrará de novo
quando voltar a este plano noutra primavera, noutra vida. Compreendi
que é no poder e na indestrutibilidade da força da vida que reside o
Deus Desconhecido.

Quem era o Deus Desconhecido? Era eu, e os pássaros no seu ninho,


a geada nos arbustos, o amanhecer, o céu do entardecer. Era o sol e a
lua, as crianças e o seu riso, os joelhos de alabastro e a água que corria
e o cheiro a alho, do couro e do cobre. Levou-me muito tempo a
compreender isto, apesar de sempre ter estado mesmo diante de mim.
O Deus Desconhecido não estava para além do sol e da lua. Estava por
todo lado ao meu redor. Quando esta nova compreensão nasceu,
comecei a abraçar a vida e a dar-lhe valor, e comecei a ter uma razão
para viver.

Foi através desta realização que eu compreendi nos anos


subsequentes que o homem é a maior de todas as coisas, que a única
razão porque o sol continua, enquanto o homem morre, é que o sol
nunca considera a possibilidade de morrer. A única coisa que ele sabe
é ser.

Quando realizei através do pensamento e reflexão quem era e o que


era o Deus Desconhecido, eu não quis envelhecer e morrer como
aquela mulher velha morrera. Pensei que deve haver uma forma de
não morrer, de continuar como o sol.

Como a minha terrível ferida já sarara, eu pouco mais tinha que


fazer do que sentar-me num planalto e observar o meu exército, a
engordar e a ficar preguiçoso. Um dia, enquanto eu olhava para o
horizonte para ver o recorte vago das montanhas fantasmagóricas e de
vales ainda por descobrir, ocorreu-me pensar no que seria ser como o
Deus Desconhecido, o elemento da vida. Como poderia eu ser parte
desta essência que é contínua, que persiste para sempre?

Foi então que o vento me tornou por objeto de zombaria, e o seu


insulto ultrapassou os meus limites. Levantou o meu manto, que era
comprido como o de um rei, e pousou-o no cimo da minha cabeça. Era
uma situação altamente embaraçosa e pouco digna de um
conquistador. Então, o vento fez levantar-se da terra uma
extraordinária coluna de poeira de cor de açafrão. Essa coluna estava
ao meu lado e subia alta até aos céus. Quando me distraí, o vento
cessou e fez cair toda esta poeira em cima de mim.

O vento começou então a assobiar através do desfiladeiro, até onde o


rio corria, e até às hortas, onde transformou de verde para prateado as
folhas das oliveiras. Soprou também as saias de uma bela rapariga,
que subiram até à cintura, o que provocou risos embaraçados. Soprou
então sobre o chapéu de uma criança e esta correu atrás do chapéu,
rindo alegremente.

Eu exigi ao vento que voltasse para onde eu estava, mas ele só se ria
nas suas rajadas pelo desfiladeiro. Depois de a minha cara se ter
tornado azul de tanto eu ter gritado ordens, sentei-me no chão e só
então é que ele voltou e soprou suavemente sobre a minha cara. Isso é
liberdade.

Se não havia homem nenhum que me pudesse servir de ideal, a


maneira como o vento se comportava parecia servir-me. Não se pode
ver o vento, mas quando ele chega até nós, furioso, sentimo-nos
assediados. Mesmo alguém glorioso e importante não pode declarar
guerra ao vento. Que se lhe poderia fazer? Cortá-lo com uma espada?
Dar-lhe uma machadada? Cuspir-lhe? Ele mandar-vos-ia o cuspo de
volta sobre a vossa cara.

Para além do vento, pensei eu, o que mais pode dar ao homem uma
tal liberdade de movimento, um tal poder; que nunca pode ser
aprisionado pela natureza limitada do homem, que lhe permite estar
em todos os lugares em qualquer momento, e que, ao contrário do
homem, nunca morre?

Para mim o vento era a essência última, pela sua continuidade e pela
sua maneira livre de se mover e de tudo poder conquistar. Não tem
fronteiras nem forma. É mágico, explorador e aventuroso. Isso é
certamente o que mais se assemelha à essência da vida, a Deus. E o
vento não julga ou abandona o homem. Se o chamardes ele vem até
vós por amor. Assim deviam ser os ideais.

Eu desejava assim tornar-me o vento. Durante anos e anos observei-


o com atenção, tornou-se o meu ideal. Era o que eu queria ser. Todos
os meus pensamentos estavam virados para isso. Eu contemplava o
vento e identificava-me com a sua fugacidade e leveza e os seus
contornos indefiníveis. Ao contemplar e desejar ser o vento, foi assim
que me tornei no vento.

A primeira vez que isso ocorreu foi cerca de seis anos depois de ter
sido ferido. Em cada entardecer eu subia a esse planalto solitário e
sentava-me a admirar a lua, na sua palidez suave e a contemplar o
vento. Até que um dia chegou em que, para minha surpresa, me
encontrei muito alto no céu, e sem sequer saber quem era, ao olhar
para baixo.

Apercebi-me imediatamente que tinha saído e estava muito longe do


meu minúsculo corpo. Quando olhei para ele senti medo, pela
primeira vez desde que fora ferido. E o medo trouxe-me de volta ao
corpo.

Quando abri os olhos, senti um suor quente/frio ao aperceber-me


que tinha estado noutro lugar, fora da prisão do meu corpo. Senti-me
no Paraíso pois tinha a certeza que me tinha tornado no vento. Deitei-
me por terra para louvar a Deus: a fonte, o poder, a causa, o vento.
Nunca me esqueceria desse momento esplêndido em que me tornei a
graça, a beleza e a abundância do vento. Pensei que o que me tinha
permitido isso fora a minha total determinação em tornar-me esse
ideal, fora o ter mantido sempre clara no meu pensamento a visão do
que eu queria ser. No entardecer do dia seguinte voltei ao meu lugar
solitário, contemplei o vento com alegria exuberante, mas nada se
passou. Tentei novamente várias vezes. Eu sabia que a minha
experiência não tinha sido mera imaginação. Eu tinha visto uma
perspetiva diferente. Eu tinha estado no ar como uma pomba ou um
falcão e tinha visto lá em baixo o meu mísero corpo.

Nunca mais quis nada, absolutamente nada senão tornar-me aquela


liberdade. Contudo, por mais que eu lutasse e suasse e por mais que eu
praguejasse depois, não cheguei a lado nenhum. Ali fiquei, ainda por
cima mais pesado, pois me dera entretanto conta de quão pesado eu
era. Mas nunca perdi de vista o meu ideal, nem nunca esqueci o que
senti quando olhei para o meu pobre corpo lá em baixo.

Levou muito tempo até me tornar o vento outra vez, cerca de dois
anos, segundo a vossa maneira de contar o tempo. Dessa vez, isso
aconteceu não a observar o vento mas durante o descanso do sono. Eu
tinha louvado a fonte e origem de tudo, o sol, a vida, a poeira cor de
açafrão, a lua, as estrelas, o cheiro doce do jasmim. Quando fechei os
olhos eu estava de novo nos céus, como o vento.

Depois de aperfeiçoar a minha capacidade de abandonar o corpo,


levou-me muito tempo a aprender a viajar para outros lugares. Mas,
um dia, aconteceu que um dos meus homens estava numa situação
muito perigosa. Ele tinha caído do seu cavalo mas o pé ficara preso no
estribo. O meu pensamento foi até ele e nesse momento eu estava com
ele, e libertei o seu calcanhar. Eu estava por cima dele e desejei-lhe boa
sorte, mas ele achou que fora um sonho.

Durante muitos anos viajei em pensamento até outros reinos e


entidades. Visitei civilizações na aurora do seu futuro e das suas vidas,
que ainda não conheciam. Aprendi a viajar instantaneamente, pois
compreendi que aonde está o pensamento aí está a entidade. Como é
que continuei a conquistar a partir daí? Eu era um adversário temível
pois sabia ler a mente dos meus inimigos e por isso os vencia a todos.
Eu já não tinha que destruir reinos, deixava-os desfazerem-se por si
próprios.
Progressivamente, ao longo de muitos anos – à medida que o
pensamento de me tornar o meu ideal se tornou a própria força de
vida nas células do meu corpo – o meu desejo era tão forte, que a
minha alma mudou gradualmente toda a programação das estruturas
celulares do meu corpo, de forma a acelerar a sua intensidade
vibratória. A minha vida começou a encher-se de serenidade, e quanto
mais esse sentimento se propagava por todo o meu corpo, tanto mais
eu me tornava mais leve. Cada vez mais leve. Quando me viam as
pessoas diziam: “Há uma aura à volta do nosso mestre.” Realmente
havia, pois o meu corpo vibrava a uma velocidade mais rápida,
passando da velocidade da matéria para a velocidade da luz. Era isso
que emanava uma aura à volta do meu corpo. Com o tempo, o meu
corpo tornou-se cada vez mais transparente, de forma que, uma noite,
me elevei até a lua. Não estava a viajar somente em pensamento. Eu
tinha acelerado as vibrações do meu corpo até à intensidade da luz e
tinha-o levado comigo.

Eu estava alegre e exuberante, pois o que tinha feito era inaudito.


Contudo, voltei, só para saber se o podia fazer de novo. E fi-lo,
repetidas vezes. Sessenta e três vezes antes da minha ascensão final.
Tornara-se tão simples e natural para mim como a respiração é para
vocês. Quando me tornei o vento compreendi quão limitado eu tinha
sido e quão livres eram os elementos. Quando me tornei o vento,
tornei-me num poder invisível que não tem nenhuma forma divisível,
uma luz palpitante. Nesse estado, podia-me movimentar livremente
pelos vales e desfiladeiros, pelas montanhas e oceanos, atravessar as
nuvens e ninguém me podia ver. Tal como o vento, eu tinha o poder de
fazer as folhas passar de verde a prateado, de abanar as árvores
vigorosas, de entrar nos pulmões de um bebé, na boca de um amante e
de voltar às nuvens e empurrá-las diante de mim.

Quando me tornei o vento, apercebi-me quão insignificante e


impotente é o homem na sua ignorância acerca de si próprio e quão
grande ele se torna quando se amplia através do conhecimento. Eu
aprendi que o homem se torna em tudo aquilo o que durante muito
tempo deseja. Se ele se repete a si próprio que é miserável, desalmado,
impotente, acreditará nisso e tornar-se-á isso. Se ele se chamar a si
próprio senhor do vento, ele tornar-se-á senhor do vento, assim como
eu me tornei senhor do vento. E se ele se chamar a si mesmo Deus, ele
tornar-se-á Deus.

Depois de ter aprendido todas essas coisas, comecei a ensinar os


meus irmãos amados sobre o Deus Desconhecido, a fonte de toda a
vida. Um dia chegou em que eu era já um homem idoso e em que tudo
o que eu me tinha proposto conseguir nesta vida tinha já sido
cumprido. Fiz então uma viagem em que atravessei o Rio Hindus e aí,
ao lado de uma montanha do mesmo nome, estive em comunhão com
todo o meu povo durante cento e vinte dias. Exortei-os a
reconhecerem a verdade destes conhecimentos e a reconhecerem que
a origem desta guia divina não vinha através de mim ou de qualquer
outro homem, mas sim diretamente de Deus. Para que acreditassem –
e para sua surpresa – elevei-me graciosamente diante deles. Houve
mulheres que gritaram estupefactas e os soldados admirados deixaram
cair as suas espadas. Saudei-os e despedi-me deles, exortando-os de
novo a aprender o que eu aprendi e a tornarem-se, à sua maneira,
aquilo em que eu me tinha tornado.

Eu descobri o Deus Desconhecido aprendendo a compreender os


elementos da vida, que achei mais fortes que o homem, que achei mais
inteligentes que o homem, que vivem em coexistência pacífica ao lado
e apesar do homem.

Se perguntarem ao homem: “Que aparência devo ter? Em que devo


acreditar? Como devo viver?” – se fizerem isso, irão por morrer. Isto é
uma verdade. Perguntem antes ao vento: “Dá-me o teu conhecimento,
vento. Abre-me e deixa-me saber”, e ele transformar-vos-á de verde
para prateado e levar-vos-á pelos recônditos dos desfiladeiros e rir-se-
á convosco descaradamente livre.

Eu fui muito afortunado por ser ensinado pelos elementos da vida.


O sol nunca me amaldiçoou, nem a lua me disse que eu devia ser de
uma certa maneira ou doutra. Além disso, os elementos nunca me
devolveram uma imagem de fracasso. A geada e o orvalho, o cheiro da
relva, os insetos de um lado para outro, o grito do falcão noturno são
coisas de essência simples que nunca me falharam. Além doutra coisa
maravilhosa: na sua simplicidade e constância, eles nunca me pediram
nada. O sol não me olhou com condescendência dizendo: “Ramtha, se
queres conhecer-me deves adorar-me.” Nem a lua me disse: “Ramtha,
acorda. Admira a minha beleza.” Estavam lá sempre quando eu queria
olhar para eles.

Aprendi de algo que é constante, que não faz juízos e que é fácil de
compreender se a pessoa realmente quiser. Graças a isso eu não caí
nas mãos do pensamento alterado do homem, com a sua hipocrisia, os
seus dogmas, crenças supersticiosas e todos esses deuses
multifacetados que é necessário aplacar. Foi por isso que foi fácil para
mim aprender numa só vida neste plano aquilo que a maioria ainda
não compreendeu, pois buscam Deus através do ensinamento de
outros homens. Buscam Deus na autoridade dos governos ou das
igrejas ou nos ensinamentos da história em relação à qual ainda se têm
que interrogar sobre quem a escreveu e por que razão foi escrita. O ser
humano baseou as suas crenças, entendimentos, processos mentais e
as suas vidas em algo que, vida após vida, provou ser erróneo.
Contudo, o homem, tropeçando no seu pensamento alterado,
aprisionado na sua arrogância, continua obstinado na sua hipocrisia
que somente o leva à morte.

Foi só depois de ascender que passei a saber tudo o que queria


saber, pois saí da densidade da carne e entrei na fluidez do
pensamento, sem nenhum entrave. Soube então que o homem na sua
essência é verdadeiramente Deus. Antes de ascender, eu não sabia que
a alma existia, nem compreendia o mecanismo da ascensão do corpo.
Sabia somente que estava em paz com o que tinha feito e em paz com a
vida. Eu deixara de ser um bárbaro ignorante, desejoso de batalhas.
Abracei a vida e a maravilha de tudo o que via nos céus, dia após dia e
noite após noite. Era essa a minha vida.

Aprendi a gostar de mim próprio quando me comparei com algo de


grande e majestoso. A minha vida tornou-se plena quando apliquei
todo o conhecimento que aprendera do exterior e o concentrei em
mim próprio. Foi então que comecei a saber mais. Foi então que me
tornei uno com o Deus Desconhecido. Não foi bem o vento que eu me
tornei mas sim o ideal que ele representava para mim. Sou agora o
Senhor do Vento, pois tornei-me no princípio invisível que é livre e
omnipresente e tornei-me uno com toda a vida. Foi quando me tornei
neste Princípio que compreendi o Deus Desconhecido, tudo o que ele é
e tudo o que ele não é, pois era isso que eu queria compreender.
Encontrei dentro de mim as respostas que alargaram o meu
entendimento.

Eu fui Ram o Conquistador. Sou agora Ram o Deus. Fui um bárbaro


que se tornou Deus através das coisas mais simples e contudo mais
profundas. Aquilo que vos ensino é aquilo que aprendi.
CAPÍTULO TRÊS

QUANDO VOCÊS ERAM O MEU POVO

“O que é a ascensão? Levar tudo o que sou para a eternidade, como o vento. Se eu
tivesse dado ouvidos ao homem, entidade, eu tinha morrido naquela vida. Toda a
gente aqui morre, porque sabem que vão morrer e toda a gente aqui vive pelas
opiniões dos outros. Que tolice. Eu aprendi a amar-me a mim mesmo quando me
comparei a algo grande e majestoso. Ao que quer que seja que o homem no seu ser se
contemple, nisso se tornará, pois ele é o Deus escondido atrás da máscara da
humanidade.”
— Ramtha

QUANDO HÁ MUITO TEMPO vocês eram o meu povo, atravessamos


grandes continentes e cercamos tiranos notórios. Foi através de
grandes batalhas, longas marchas, países desconhecidos, mares
ameaçadores, tempestades terríveis, que todos vocês ganharam a
recompensa: a liberdade. Uma liberdade que vocês tinham no fim da
marcha e que resultara de terem atravessado as fronteiras dos vossos
maiores terrores e de ainda estarem vivos, de terem chegado a uma
nova pátria. Quando vocês lá chegaram, tinham sido tão intrépidos e
corajosos e estavam tão cansados que o que queriam era plantar as
sementes nos campos, fazer as colheitas e criar as crianças e os
animais, pois a paz é o que se sente quando se conquista os grandes
medos. Pelo que, tudo o que vocês tinham ganho no final da marcha
valera bem a viagem, que vos levara para longe da vossa pátria até
uma nova dimensão do conhecimento.

Quando eu estava para partir, vocês plantavam as sementes e


tinham crianças, construíam cabanas e cultivavam a terra, apreciavam
a comida, as belas manhãs e o entardecer tranquilo. Era esse o vosso
destino, era assim que se cumpria o vosso desejo. Essa foi a vossa
recompensa.

Enquanto vocês acomodavam as vossas vidas, chegara o momento


de eu partir para a minha vida, pois o que para vocês era paz para mim
era mero contentamento. Aquilo para onde eu ia e que era o meu lar
era o grande e intangível Deus Desconhecido, o mistério que fazia que
todas as coisas se passassem.

A manhã da minha partida foi um belo dia, e as despedidas foram


comovedoras, ainda que curtas. Vocês tinham que tomar conta das
crianças, tratar dos campos e do gado. Ao passo que eu, fui para o meu
Pai, o qual tinha buscado toda a vida e que encontrara num tão
maravilhoso lugar do conhecimento. Esse era verdadeiramente o meu
destino, pois fora só isso que eu desejara.

Cada um de vocês voltou a viver aqui, vida após vida, e através de


cada uma destas vidas, vocês progrediram no conhecimento. Agora,
muitos de vocês querem saber. Agora muitos de vocês estão a ganhar o
conhecimento que eu desejei e encontrei. Já tiveram as vossas casas, já
espalharam pelo mundo o vosso precioso sémen. Já aprenderam tudo,
já experimentaram tudo. Estão agora preparados para aprender aquilo
que antes não puderam aprender, pois as vossas prioridades eram
então diferentes. É por amor a vós e pela humanidade que eu voltei
para vos ensinar, tal como eu há muito, muito tempo, vos prometera.
Ensinar-vos-ei verdadeiramente como um grande professor, mas
espero de vocês que só pratiquem aquilo que sintam que é correto para
vocês.

Não voltei para vos contar os esplendores que estão além deste
plano, mas para vos ajudar a verem por vocês mesmos. Não através de
discursos filosóficos mas sim através de ensinamentos que soam tão
obviamente verdadeiros no vosso interior, que a vossa alma vos
persuade a tornarem-se o princípio divino que há tanto tempo
esqueceram. Até para que possam continuar como raça humana, é
muito importante que cada um tome consciência da sua divindade e
da de todos os outros. Pelo poder do meu ser e pelo amor que tenho
pelo vosso, ensinar-vos-ei como me ensinei a mim próprio, a voltarem
à vossa grandeza e glória. Na vossa alegria, eu rirei convosco. Quando
chorarem, mandarei um vento que vos seque as lágrimas.

Através deste ensinamento, vais aprender a tornares-te no soberano


que foste em toda a tua glória, quando começaste esta extraordinária
viagem. Vais aprender a só ouvir a voz do teu interior e a só seguir o
caminho da alegria. Vais aprender a sentir profundamente, de forma a
ganhar o maior tesouro deste plano, a emoção. E um dia virá em que te
vais amar a ti próprio de uma forma tão grandiosa que verás a Deus
em qualquer pessoa que esteja diante de ti da mesma forma que o
encontraste em ti, e vais amar os outros tão profundamente como
aprendeste a amar-te a ti próprio. Depois, tu que te ensinaste a ti
mesmo de forma tão eloquente serás uma luz brilhante para o mundo,
apenas porque és um exemplo radiante do amor-próprio.

Quero agora dizer que este ensinamento não é religioso, pois as


religiões são dogmáticas, restritivas e muito prontas a julgar. Eu não
sou um professor de religião, pois a religião trouxe grandes divisões e
grandes sofrimentos a este plano. Este ensinamento é um simples
conhecimento. É aprender, é experiência, é amor. Eu amar-vos-ei para
conhecerem Deus e tornarem-se o ilimitado que Deus é.

Este ensinamento não tem leis, pois qualquer lei é um obstáculo à


liberdade. Só vos ensinarei sobre Deus e sobre as escolhas que
existem. Estou aqui para abrir as portas para um conhecimento mais
vasto, para que compreendam as opções de vida que têm neste plano,
para que se apercebam que a vossa vida não é limitada a este plano,
pois a vida existe noutros planos e em muitos outros lugares.

Eu estou cá para vos ajudar – a vocês que vivem escravizados pelo


medo, enredados nos vossos próprios processos mentais – a
começarem a ver um novo panorama de pensamento ilimitado, de
propósito ilimitado, de vida ilimitada. Ensinar-vos-ei isso agora, na
medida da vossa recetividade e na medida do vosso desejo de o viver.
Conduzir-vos-ei do vosso ser enclausurado até ao regresso à vossa
grandeza. Aquilo que está dentro de vós, essa luzinha interior, brilhará
então muito mais.
Não vos peço nada senão que sejam vocês próprios. Mas a maior
parte dos que aqui estão não sabe quem é esse ser. Ensinar-vos-ei a
descobri-lo, e quando o houverdes recuperado, nunca mais o
abandonareis. A partir daí não precisareis de mais ninguém para vos
ensinar. Sereis então soberanos na vossa verdade e livres de viver
segundo os vossos planos.

Escolhi estar convosco através do corpo de uma mulher que foi nos
meus tempos a minha filha amada. Quando vivi no vosso plano, nunca
me casei. Mas, durante a marcha, muitas entidades davam-me os seus
filhos em sinal de reconhecimento. Havia aqueles que faziam queijo e
me davam o seu queijo e havia aqueles que faziam vinho e me davam o
seu vinho. Havia outros para quem a maior recompensa eram as suas
crianças e faziam delas doação à Casa do Ram. Para alguém que nunca
se tivesse deitado com uma mulher, eu tinha mais crianças que
qualquer outra pessoa que eu conhecesse. Essas crianças eram grandes
professores para mim, pois na sua inocência e pureza de espírito, as
crianças vivem uma verdade muito simples.

A minha filha era uma destas crianças e eu amava-a muito. A


menina não queria ser uma rapariguinha, queria ser um guerreiro. Ser
mulher, tecer e fazer outras atividades femininas não lhe interessava,
apesar de só muito mais tarde ter compreendido o que era a guerra.
Mas essa entidade amava-me profundamente. E ela não queria outra
coisa senão: aprender, e por isso eu a admirava.

No dia em que ascendi, apesar dela não saber para onde eu ia, eu
prometi à minha filha que voltaria. Encarreguei-a de ir para uma terra
chamada Turk, onde ela viveu à minha espera até morrer. Mas eu não
voltei.

A minha filha viveu muitas vidas e chegou a ser queimada,


decapitada e morta à fome em castigo daquilo que ela sabia ser a
verdade. Através de todas essas vidas, ela tornou-se uma nobre
criatura, que vive com humildade aquilo que é. Foi por esta humildade
que eu pude voltar através dela para a recordar da herança que ela e
vocês há muito esqueceram. Este é um serviço que ela faz pelo mundo.
Assim, tanto em relação a ela como em relação a vós, eu cumpri a
minha palavra.

Eu apareci na vida da minha filha num momento em que este tipo


de coisas inesperadas não ocorre. Porque ela era escrupulosa, honesta,
inocente, e não se aventurava em crenças extravagantes, eu escolhi-a
para este serviço. Durante muito tempo ensinei-lhe aquilo que agora
vos ensino. Através da aprendizagem e do conhecimento, começamos
este trabalho juntos, de forma discreta a princípio, para que depois
pudesse crescer progressivamente.

Escolhi falar-vos desta maneira porque vocês todos têm tendência a


adorar as imagens dos outros e a exaltá-los acima de vocês próprios.
Assim, para aqueles que vêm escutar-me, eu não tenho um corpo que
possam adorar, nem pés que possam beijar. Nem a minha filha
permitiria que o fizessem aos dela, pois no fundo são os pés dela.
Quando deixarem estes encontros, não terão uma imagem com que me
recordar – nem qualquer imagem que possam pôr à volta do pescoço,
nas vossas paredes ou que possam esculpir em pedra – pois o que aqui
é ensinado não é a adorar-me mas a adorarem e a amarem aquilo que
vocês são. Aquela maravilhosa essência latente em cada um de vós, é
chamada de Deus todo-poderoso.

Eu não sou diferente de vocês. Não há ninguém visível ou invisível


que possa ser mais que vocês e não há ninguém que possa ser menos
que vocês. No reino de Deus todos são iguais.

Devo dizer àqueles que desejam seguir alguém ou venerá-lo ou que


querem agir mais fora deles próprios do que dentro, que eu não sou o
que procurais. Estou neste mundo para vos ajudar a tornarem-se
soberanos na vossa própria verdade, na vossa própria compreensão.
Enquanto servirem, venerarem ou se devotarem a algo exterior a vós,
nunca expressarão a beleza sublime que são, nem nunca se tornarão
verdadeiramente livres.

Só você pode ser o seu melhor amante. Só você pode ser o seu
melhor amigo e professor. Não há voz alguma que vos possa ensinar
melhor do que a vossa própria voz. Não há palavra escrita maior que a
vossa. O que sois hoje é a resposta a tudo aquilo que haveis desejado,
mas, se insistirdes em procurar fora de vós caminhos a seguir e
entidades para adorar, nunca vereis ou conhecereis a glória de Deus.
Só podereis realizar a vossa divindade, a vossa iluminação e o vosso
desabrochar através de vós próprios e do vosso amor declarado pelo
vosso ser. O único caminho para a paz, a felicidade e a plenitude é
venerar-se e amar-se a si próprio, pois isso é amar a Deus e amar-se a
si próprio mais do que a qualquer outro, pois isso vos dará o amor e a
perseverança que vos permitirá abraçar toda a humanidade.

Desta forma, eu, Ramtha, não posso representar para vós um


modelo ideal. Vocês não podem compreender o mistério que são
através de mim, só através do vosso conhecimento direto. O objetivo
deste ensinamento é o de instilar, através do saber e da experiência,
uma certeza dentro de vós, que busque o Deus Desconhecido e se
apercebam que ele e vós sois a mesma coisa. Esta é uma viagem que só
vós podereis fazer por vós próprios, pois ela só à vossa vida diz
respeito. Sou na verdade um grande professor, mas não sou um ideal.
Estou muito satisfeito por terem chegado a este ensinamento, mas não
é para ficardes por aqui.

Tudo o que ensino e tudo o que vocês aprenderem manifestar-se-á


na vossa vida. Saberão assim que aquilo que aqui é ensinado não é
filosofia mas pura verdade. Através de cada manifestação, vocês
crescerão e tornar-se-ão mais fortes, mais leves, mais calmos e mais
simples. Nessa simplicidade, encontrarão o vento, e esse poder e
essência elevar-vos-ão.

Todos vocês têm sido governados pelo medo. Sempre tem sido
assim. O conhecimento permitir-vos-á abandonar o medo, de forma a
não estarem mais escravizados pelos desejos de outrem, mas sim a
viverem totalmente na vossa liberdade. Quando tiverem o
conhecimento terão a liberdade, sempre. Quanto mais contemplarem
sobre estes ensinamentos, quanto mais os aplicarem e experienciarem,
mais livres e alegres se tornarão.

Um dia – que poderá ser nesta vida ou nas que se seguirão – quando
o mundo já não tiver mais nada para vos oferecer, chegará um grande
vazio, um grande apelo e um grande desejo de vos tornardes tudo.
Então, também vós desejareis com expectativa o momento em que vos
podereis sentar na colina, onde o vento é como dedos fortes que
acariciam os vossos cabelos, onde os pássaros partem para ninhos
longínquos e onde o sol projeta os seus dardos luminosos pelos céus.
E, quando, tal como eu, se tiverem tornado vocês próprios, pois isso é
o mais importante, eu dar-vos-ei as boas vindas, lá onde o Ram
chegou, pois a porta para a liberdade, chamada conhecimento, existe
para todos vós que abram os vossos processos de pensamento a uma
compreensão mais vasta e que vivam esta compreensão não fora, mas
dentro de vocês próprios. Quando viverem isso, já não terão mais nada
a fazer aqui, estarão de partida para uma nova aventura. As aventuras
que estão para além deste lugar são mais grandiosas e espetaculares
do que podem imaginar. Vocês são tão maleáveis na luz que podem
viajar no espaço exterior ou no espaço interior até onde quer que
queiram ir.

Amo-os profundamente. Se assim não fosse, eu não poderia ter


vindo até vós da maneira que o fiz. Quando vos amardes a vós próprios
como eu vos amo, compreendereis estas verdades e compreendereis a
grandeza que na verdade sois. Será um dia grande e glorioso.
CAPÍTULO QUATRO

DEUS É

“O pai nunca o julgou em qualquer momento da sua vida. Ele tem sido você mesmo e a
plataforma da vida sobre a qual você tem expressado intencionalmente o seu ser
divino. Ele deu-vos a maneira de ser única do vosso ego e a liberdade de escolha de se
tornarem naquilo que quiserem, de percecionarem a vida que ele é da forma que
quiserem percecionar.”
— Ramtha

MEUS AMADOS IRMÃOS, muitos de vocês foram ensinados durante


séculos sobre a essência chamada Deus que seria uma personagem
sombria, assustadora, furiosa, sempre pronta a julgar. Mas Deus não é
nada disso. O deus que discursa, julga e persegue nunca existiu, exceto
no coração e na mente dos humanos. Foi um homem que criou o deus
que julga uns e exalta outros. Esse é um deus humano, criado pela
vontade do homem.

O Deus que eu conheço e amo, que é o poder que emana de mim, do


reino que sou, é um Deus de amor pleno e sem julgamento. É
unicamente isso. Deus ama-vos com um amor muito maior do que
podeis imaginar, pois ele é a vida que vós sois, o chão que pisais, o ar
que respirais. É a cor da vossa pele, a beleza de vossos olhos, a carícia
das vossas mãos. Está em vós em qualquer momento da vossa vida, em
qualquer dos vossos pensamentos ou atos, mesmo nos recantos
obscuros da vossa alma.

Deus é uma energia que consome tudo e que está em tudo. É o vento
que sopra sobre a água, a mudança das folhas, a simplicidade da rosa
de cor intensa. Deus é os amantes enlaçados, as crianças que riem, o
brilho dos cabelos cor de mel. É o nascer do sol na manhã, a estrela
que brilha à noite, a lua que cresce e decresce no céu da meia-noite.
Deus é o inseto bonito, o pássaro humilde que voa, o verme feio e
insignificante. Deus é movimento e cor, luz e som. Deus é paixão. Deus
é amor. Deus é alegria. Deus é tristeza. Aquilo que é, tudo o que é, é o
que se pode chamar Deus Pai, a totalidade da vida. Aquele que ama
tudo o que é.

Deus não é um personagem sentado no trono, que julga toda a vida,


Deus é toda a vida, cada momento que pulsa. É a continuidade e
perenidade de tudo o que existe.

Vocês pensam que foram julgados pela vida? Nem pensar, pois se
Deus – que é o que vocês são – vos julgasse, estaria certamente a
julgar-se a si próprio. E porque faria tal coisa a inteligência suprema?
A força da vida a que vocês chamam o Pai nem sequer tem a
capacidade de julgar. Pois a vida não tem uma personalidade, com um
ego que se possa dividir a si próprio em facetas boas e más, certas e
erradas, perfeitas e imperfeitas. Se Deus tivesse um ego teria também
a capacidade de perceber a dualidade dentro de si.

Deus, por si mesmo, é completamente sem bem e sem mal.


Totalmente sem positivo ou negativo. Deus não é perfeito, pois a
perfeição seria uma limitação para a vida, que é contínua, sempre em
mudança, exuberante. Deus, simplesmente, é. A única coisa que o
vosso Pai amado sabe fazer, é ser, para que tudo – que é ele – possa
expressar a vida que ele é.

Deus é ilimitado, maneira de ser suprema, totalidade indivisível do


Estado de Ser2. Porque vos ama tanto, permitiu-vos criar as noções de
perfeição e imperfeição, bem e mal, positivo e negativo. Através da
vossa perceção tornou-se naquilo que vocês percecionaram. Desta
forma, Deus, sendo a totalidade do que existe, é o errado e o certo, a
fealdade e a beleza, o vil e o divino.

O pai nunca o julgou em qualquer momento da sua vida. Ele tem


sido você mesmo e a plataforma da vida sobre a qual você tem
expressado intencionalmente o seu ser divino. Ele deu-vos a maneira
de ser única do vosso ego e a liberdade de escolha de se tornarem
naquilo que quiserem, de percecionarem a vida que ele é da forma que
quiserem percecionar. E tudo o que vocês fizeram ou pensaram, por
mais vil, miserável ou belo que tenha sido, foi sempre visto por Deus
simplesmente como ser. Deus sempre vos amou. Ele não tem outra
forma de vos ver, pois aquilo que sois ele é.

O Pai não vê nada errado, só se vê a si próprio. Ele não vê nada


falhado, só vê o seu ser continuando para sempre. Vocês criaram as
flores da vida e também o que é vil, e o Pai torna-se tanto o vil como as
flores, mas nunca julga qual é maior ou melhor. Ele simplesmente é.
Ele é o Estado de Ser que vos permite expressar através dele tudo o
que quiserem. E é bom que assim seja, porque se ele fosse aquele Deus
criado pelo homem, nenhum de vós jamais veria os chamados portões
de pérola, pois nenhum de vós estaria à altura das expectativas de um
tal Deus.

Só cada um de vós, através das suas atitudes e da sua aceitação ou


não das atitudes dos outros se julgou a si próprio. Só você provocou
em si mesmo o sentimento de ter falhado. Com a capacidade de criar a
partir do vosso Pai toda a verdade e realidade que quiserem, só vocês
próprios são os juízes da vossa vida. Só vocês determinaram o que é
bom e o que é mau, o que é certo e que é errado. Contudo, no Estado
de Ser que é chamado vida, nada disso existe. Tudo é simplesmente
parte do Estado de Ser, a que se chama o Deus Todo-Poderoso. O
vosso julgamento é meramente uma ilusão que criaram neste plano
das realidades criativas.

No vosso pensamento limitado, haveis pensado que algumas coisas


são erradas ou más. Mas essa foi a vossa seleção da verdade e o Pai
permitiu que assim fosse. A sua verdade chamada Estado de Ser. Deus
ama tudo o que fazem, porque tudo o que façam ou pensem valoriza a
vida que ele é através da sabedoria que vocês ganharam com essa
experiência. Deus sabe que vocês são imortais, e que nada do que
fazem lhes pode tirar a força da vida. Deste modo, quando vocês
saírem deste plano e pensarem em tudo o que fizerem nesta vida, Deus
lá estará amando-vos e continuando a amar-vos através dos vossos
futuros. Pois ele é a plataforma através da qual criais as vossas ilusões,
a vossa imaginação, os vossos sonhos.

Mas o que é Deus na sua forma suprema? Pensamento. O Pai, a


substância e a vida de tudo, é, num entendimento superior,
pensamento, pois o pensamento é o criador último de tudo o que
existe, do que foi e do que será. O pensamento é a substância a partir
da qual todas as coisas são criadas. Tudo o que existe, partiu primeiro
do pensamento, que é a inteligência suprema chamada a mente de
Deus.

Alguma vez pensaram no que mantém juntas todas as coisas, em


todas as suas formas e padrões? É o pensamento, essa cola cósmica
chamada amor. Todas as coisas, toda a matéria, incluindo o vosso
corpo, são mantidas em coesão pelo pensamento, pois todas as coisas
foram primeiro imaginadas pelo pensamento, que é Deus. É o amor do
Pai que permite que todas as estruturas moleculares e celulares do
vosso corpo continuem juntas. Sem esse pensamento nada existiria,
pois o pensamento é o criador e o suporte de toda a vida.

Deus não é sombrio e aterrador, é antes uma alegria completa, pois


não sabe outra forma de ser. Ele é todas as formas da vida, vibrando
em harmonia umas com as outras, que, no conjunto, emitem um som
que soa como uma gargalhada. Se escutarem intensamente, poderão
ouvir a música do Pai, o riso de Deus. É extremamente alegre, nunca o
ouvi chorar.

Portanto, quem é Deus, a causa do vosso precioso ser? É a força


prodigiosa da vida que vos atravessa, que vos liga e vos une, a
promessa da continuidade da vida e das eternidades que virão. É o
Estado de Ser que é o pensamento. É o Estado de Ser que é a
continuidade da vida. É o Estado de Ser que ama tudo o que é. É o
Estado de Ser que permite que a vida exista através do amor. É o
Estado de Ser que é a alegria total e completa. E é a vossa herança e o
vosso destino.

Estudante: Você ensina que Deus é a qualidade do Estado de Ser de


toda a vida, mas por outro lado, refere-se por vezes a essa força de vida
como ‘Ele’ ou ‘Pai’? Isso parece perpetuar a noção de que Deus não só
é uma entidade fora de nós mas uma personagem masculina, e isso
parece um pouco ofensivo para algumas mulheres.

Ramtha: É necessário, para educar o conjunto da humanidade, usar


certos termos que têm servido para descrever Deus, ou seja, falar do
Estado de Ser em termos que todos possam compreender. Apesar de
ter sido referido como Pai e portanto imaginado como do género
masculino, o Pai não é um homem; no entanto o homem no seu
género é o Pai. Mas também é a mulher, pois o Pai é ambos masculino
e feminino.

A palavra Deus não tem sexo, significa suprema inteligência.


Aqueles que não compreendem o termo Estado de Ser precisam da
palavra Pai, como aqueles que não compreendem suprema inteligência
precisam da palavra Deus.

Mestre3, se alguém pensa que Deus é um Pai, essa é a sua verdade.


Se houver mulheres que se sentem insultadas porque alguém falou de
Deus como sendo do sexo masculino, então essa é a sua verdade. Mas
Deus será sempre a perceção do que Deus é, e isso será sempre único
para cada pessoa.

Deus não é uma palavra, é um sentimento que vive em cada um de


nós. Quanto mais ilimitada for a vossa perceção de Deus, mais
grandioso e alegre será esse sentimento, pois englobará mais dessa
emoção a que se chama Deus Todo-Poderoso.

Ramtha: (Para uma senhora idosa numa cadeira de rodas) Querida


senhora que se movimenta sobre rodas de prata, o que diz você?

Estudante: Eu amo a Deus, mas tenho medo de morrer.

Ramtha: Porquê?

Estudante: Não sei. Não consigo chegar ao fundo da questão. Já


pensei sobre isso e pensei sobre isso e pensei sobre isso.
Ramtha: Acredita no inferno?

Estudante: Sim, acredito.

Ramtha: É por isso que não quer morrer, pois acha que é para lá
que vai.

Estudante: Bem, eu não acho que vou para lá. Não acredito que
Deus me deixe ir para lá pois pedi perdão por tudo o que fiz de errado.

Ramtha: Minha senhora! Acredita que o Pai a ama menos do que


aos outros filhos?

Estudante: Não, mas às vezes eu acho que ele não me ama. Talvez
eu sinta que porventura não fui perdoada. Contudo, sei que fui.

Ramtha: O que é que fez assim de tão errado?

Estudante: Bem, muitas coisas.

Ramtha: E elas impediram-na de viver?

Estudante: Não. Tenho tentado viver e quero viver. Quero viver de


forma justa.

Ramtha: E o que é que isso significa?

Estudante: Significa que o diabo não me vai apanhar.

Ramtha: É isso?

Estudante: Diga-me então o que é, por favor.

Ramtha: E vai acreditar no que eu disser?

Estudante: Sim.

Ramtha: E se eu lhe disser que não há inferno?


Estudante: Mas a mim, contudo, ensinaram-me que há.

Ramtha: Eu estou a ensinar-lhe que não há. Consegue acreditar em


mim com tanta força como quando acreditava que havia?

Estudante: Bem, eu acredito.

Ramtha: Então aceite-o, pois na realidade não existe. Sabe o que é o


inferno? É um termo que era usado no reino da Judeia para descrever
um túmulo aberto e raso, onde punham as pessoas que não tinham
dinheiro para serem enterradas. Isso era uma condenação, pois à noite
as hienas e os cães vinham escavar e devorar o corpo. Porque o seu
corpo era destruído, essas entidades acreditavam que não poderiam
mais progredir na direção da sua utopia. Isto era tudo o que o termo
significava ao princípio. Até que os sacerdotes e a religião decidiram
fazer disso um lugar de tormentos.

Estudante: Eu leio a Bíblia regularmente e ela põe muita ênfase no


inferno.

Ramtha: Quem escreveu a Bíblia?

Estudante: Várias pessoas.

Ramtha: Quem eram eles? Eram homens?

Estudante: Não sei.

Ramtha: Eram.

Eu estive nas profundezas do vosso mundo, no centro, a ver se


descobria um lago de fogo ardente, mas não o vi. Fui aos confins do
vosso universo e não descobri nenhum lugar de tormentos. Por aí
procurei o diabo e nunca o descobri. Quando voltei, encontrei-o no
coração daqueles que acreditam nele e no inferno. Mas nada disso
existe.

Estudante: Estou satisfeita que pense dessa forma.


Ramtha: Eu não penso isso, eu sei que é assim.

Estudante: Pois realmente não me parece muito lógico que Deus


nos ame tanto e depois, pela mais pequena coisa que fizermos, nos
mande arder para o inferno.

Ramtha: Isso é correto. O Pai não criou um lugar assim para


atormentar ninguém, pois não foi você criada por Deus?

Estudante: Sim.

Ramtha: E se foi criada por Deus, não tem Deus em si?

Estudante: Sim, eu amo a Deus.

Ramtha: Mas não é parte de Deus?

Estudante: Sou?

Ramtha: Certamente.

Estudante: Bem, isso toca-me muito.

Ramtha: Minha senhora, se Deus é tudo, de que é que ele a faria se


não fosse de si mesmo? A senhora é Deus. Por isso, porque é que ele se
enviaria a si mesmo para uma fossa, em vez de se amar a si próprio
por algo considerado errado que tivesse feito e que também é parte da
vida que ele é?

Vou-lhe dizer uma grande verdade. O homem criou imagens de


Deus para poder usá-las para controlar os seus semelhantes. As
religiões foram criadas para controlar os povos e as nações, quando os
exércitos já não o conseguiam fazer. O medo era um instrumento que
mantinha as pessoas sob controlo. Porque, se retirar a divindade para
fora de qualquer pessoa, se retirar Deus dela, então é fácil governá-la e
controlá-la.

Deus não criou um inferno ou um diabo. Isso são criações


assustadoras do homem para atormentar os seus irmãos. Foram
criadas através dos dogmas religiosos com o propósito de intimidar as
massas, de fazer delas uma coletividade manipulável. Isto é uma
grande verdade.

Deus Pai é tudo, cada grão de areia no mar, cada borboleta na


Primavera, cada estrela grande ou pequena na vastidão dos céus.
Todas as coisas são Deus. Por isso, se ele tivesse um lugar como o
inferno, isso seria como um cancro que devoraria o seu corpo.

Não há nada que vos possa fazer sair do reino dos céus, pois não há
nada mais poderoso que Deus e do que a vida. Deus ama-vos para
sempre, pois ele é qualquer direção para onde se virem, qualquer
pensamento que abracem.

Gostava agora que vocês compreendessem o seguinte:

A vossa religião e as vossas crenças causaram o aniquilamento de


várias civilizações ao longo dos tempos. Os Maias e os Aztecas
desapareceram, foram massacrados por causa do domínio da Igreja,
porque não acreditavam nas crenças da Igreja. Todas as guerras santas
dos séculos do obscurantismo foram feitas para propagar crenças
religiosas. Em França, houve bebés que foram arrancados dos braços
das suas mães porque elas não acreditavam nas crenças da Igreja. A
certas mulheres, queimaram-lhes os olhos e marcaram-lhes o peito
com ferro ardente. O sangue corria pelas ruas. Tudo por causa de uma
crença.

Depois vieram os Protestantes, ameaçando com o fogo do inferno, o


enxofre e o diabo, para manterem sujeitas as suas congregações,
através do medo instilado nos seus corações. Diziam-lhes que, se não
cumprissem certas obrigações e regras da Igreja, arderiam para
sempre no inferno.

Estudante: Foi assim que fui educada.

Ramtha: Minha senhora, essa educação foi uma atrocidade. Alguma


vez pensou no que se terá passado com todos aqueles que viveram
antes da Bíblia?
Estudante: Não. Somente pensei que o inferno os tinha destruído.
Bem, desculpe.

Ramtha: Não se desculpe. Isso é só a consequência daquilo em que


acredita. Agora aqui está você, uma mulher idosa. Já não é jovem e
cheia de energia e preocupa-se com a morte. Então toda essa
programação assustadora que lhe foi inculcada durante séculos
começa a pesar-lhe: “Será que existe um inferno? Será que vou para
lá? Será que o que fiz é assim tão errado?”

Digo-lhe que não vai para o inferno, pois esse lugar não existe. A
partida do seu corpo durará um instante. Depois estará por cima dele e
tornar-se-á de novo uma pura entidade de luz. Então chegarão
grandes mestres que a vão levar para um lugar onde poderá aprender
mais, onde poderá ver que aquilo que estou a dizer são grandes
verdades.

Jeshua ben Josef, a quem chamam Jesus de Nazaré, é um grande


Deus, como você também é um grande Deus. Mas ele não é o único
filho de Deus. Ele é um filho de Deus. Ele foi um homem que se tornou
Deus, tal como você se tornará Deus.

Estudante: Você acredita que Jesus era filho de Deus?

Ramtha: Eu não acredito. Sei que é. Tal como a senhora é filha de


Deus.

Estudante: Mas eu não fui ensinada dessa maneira.

Ramtha: Veja bem, minha senhora, o que é que Jeshua ensinou?


Que ele é o filho de Deus, o que é verdade. Mas ele também proclamou
abertamente, que todos são também filhos de Deus. Foi só isso que ele
ensinou. Qualquer pessoa é Deus expressando a sua perfeição como
homem. De que serviria ao Pai ter tantos filhos imbecis e um só
perfeito? Isso não refletiria uma imagem muito positiva da semente do
Pai.

Jeshua é vosso irmão, não o vosso salvador. Foi um homem que


tinha Deus dentro de si, tal como vocês têm Deus dentro de vocês.

Agora eu queria que compreendessem isto. Jeshua vivia numa época


onde os humanos não se amavam entre si, onde os homens eram como
que escravos dos outros, onde o amor não era tido em grande
consideração. Jeshua deu o exemplo de amar a todos. Foi esse mesmo
amor que o levou a ser aclamado como salvador do mundo, pois ele
trouxe o amor a este plano, onde muito poucos o expressavam. Foi ele
que deu abertamente esse amor a toda a gente. Ele trouxe também o
ensinamento de que o Pai não é um Deus de julgamento e castigo mas
um Deus que ama a todos, um Deus de misericórdia, de graça, de
compaixão. Infelizmente, essa compreensão que Jeshua tinha de Deus,
foi muito alterada ao longo da história e pelas escrituras daqueles que
falharam tremendamente a compreender o ensinamento simples desta
alma imaculada.

Jeshua amava. Esse foi o seu grande e magnífico presente à


humanidade. Ele proclamou abertamente que a origem desse amor era
o Pai que vivia nele, o mesmo Pai que vive dentro de todas as pessoas.
O que deu a Jeshua a liberdade e o poder de abraçar toda a
humanidade foi que ele sabia que ele e o Pai eram um e o mesmo. Ele
desembaraçou-se de todas as ilusões de uma vida de hipocrisia, e, ao
fazê-lo, expressou completamente o Pai que vivia em si. Nesse sentido,
Jeshua tornou-se um Cristo: um homem que se exprime totalmente
como Deus, Deus que se exprime completamente como homem. É isso
que a palavra Cristo significa: Deus/homem, homem/Deus. Todo
aquele que percebe que é Deus e que vive essa verdade é um Cristo.

A única diferença entre si e Jeshua, cara senhora, é que Jeshua


compreendeu o princípio de Deus no homem e viveu-o
completamente. Por isso ele é na verdade uma entidade admirável.
Mas também a senhora é uma grande entidade que possui a mesma
natureza e o mesmo amor necessários para se tornar naquilo em que
ele se tornou.

Jeshua não é responsável por vos salvar ou salvar a quem quer que
seja. Através da sua perceção de que era Deus vivendo na terra,
tornou-se o salvador de si próprio, que depois ensinou outros a
aperceberem-se da sua própria salvação através do Deus que estava
neles. Ele dizia a todos, “O que eu fiz, todos o podem fazer, pois o Pai e
vós sois um. O vosso reino não é deste lugar. O reino dos céus está em
vós.” Ele não falou do inferno, falou da vida e da sua beleza.

Mulher querida, ame a bela entidade que você é e o Deus que você é
e deixe de ler o seu livro insidioso. Saiba que o Pai vive dentro de si e
que você vai viver para sempre, pois vai mesmo. É assim que as coisas
simplesmente são. Além disso, o que é que o diabo faria de si quando
lá a tivesse?

Estudante: Nem quero saber, mas obrigada.

Ramtha: Minha senhora, que tipo de Pai seria esse que criaria uma
tal entidade, um tal lugar e um tal medo e a faria a si sem defesas
contra tudo isso? Esse não é o Deus do meu ser e eu recuso reconhecer
uma tal entidade. Eu reconheço a vida, a qualidade de ser que é tudo o
que existe.

Deus é tudo, pois se houvesse uma coisa que não fosse Deus, a
senhora deveria perguntar-se quem teria criado isso. Tudo é o Pai,
pois tudo é a vida. E o Pai só conhece o amor. Nunca julgou nem a si
nem a ninguém, nunca. Ele não tem a capacidade de se alterar a si
próprio e tornar-se menos do que amor ou vida.

Estudante: Sim, Deus é amor, isso eu sei.

Ramtha: E é ódio?

Estudante: Acho que não.

Ramtha: Quem é o ódio?

Estudante: Acho que é um ser mau, se é que há um.

Ramtha: Não existe tal ser.

Estudante: Então como é que somos castigados?


Ramtha: Que necessidade há de castigo, minha senhora? Você tem-
se castigado a si própria ao longo de toda a sua vida. Ao acreditar que
fez mal e que vai ser punida, isso fez com que tenha vivido no seu
próprio inferno. Tudo isso foi criado por si.

Não há nenhum carcereiro ou atormentador no reino de Deus. Se


Deus é amor, ele é somente isso e nada menos do que isso.

Estudante: Depois de uma pessoa ter sido ensinada durante tanto


tempo que existe o diabo, como é que pode sentir que não há?

Ramtha: Sabe como? Reconhecendo que não há, através do mesmo


processo que foi utilizado para lhe ensinar que havia.

Minha querida entidade, eu amo-a muito. Medite naquilo que eu lhe


disse. Ame-se a si própria e encontre-se com o Pai que está em si.
Esteja em paz consigo, minha senhora, pois depois de ter deixado este
plano vai de novo viver de forma brilhante.

Estudante: Ámen.

Ramtha: Que Assim seja.


CAPÍTULO CINCO

OLHAI DEUS

“Você ainda não sabe o quão belo é pois nunca olhou verdadeiramente para si próprio.
Nunca olhou para quem é e para o que é. Quer ver com o que é que Deus se parece? Vá
e olhe-se num espelho. Está a olhar diretamente para a sua face.”
— Ramtha

DURANTE SÉCULOS têm-vos ensinado que Deus está fora do vosso


reino, em qualquer lugar nas profundezas do espaço. Muitos de vocês
acreditaram nisso e aceitaram-no como verdade. Contudo, Deus, a
causa principal da vida, nunca esteve fora de vocês. Ele é vocês. Ele é
os maravilhosos processos de pensamento, a suprema inteligência que
apesar de silenciosa está sempre presente no homem.

Ensinaram-vos que vocês nasceram somente para viver um curto


período de tempo, envelhecer e morrer. Porque acreditaram nisso,
tornou-se a realidade da vossa vida neste plano. Mas eu estou aqui
para vos ajudar a compreender que vocês são uma essência contínua e
imortal, que existe há biliões de anos, desde que Deus, o vosso Pai
amado, a totalidade do pensamento, se contemplou a si mesmo na luz
brilhante em que cada um de vocês se tinha tornado. Foi então que
cada um se tornou único e soberano, para sempre parte do espírito de
Deus.

Vocês foram ensinados que Deus é uma entidade singular, que com
as suas mãos fez o céu e a terra e depois criou o ser vivo que é o
homem. Contudo, são vocês, seres dotados de inteligência divina e
livre arbítrio, que são os grandes criadores de toda a vida. Foram vocês
que criaram a aurora e o entardecer, e a beleza de todas as coisas que
existem. Foram vocês, em verdade, que criaram a notável criatura
chamada ser humano, para que vocês, que eram luzes brilhantes no
Vazio do espaço pudessem experienciar a maravilha das formas que
criaram.

Irmãos amados, aquilo que pensam que são, é somente a soma das
ilusões que têm vivido ao longo de milhares de anos. Vocês são mais
do que meramente humanos, muito mais do que essa criatura
limitada. Vocês são Deus. Sempre o foram, sempre o serão. Vocês são
os grandes e imortais criadores que têm vivido aqui, vida após vida,
para realizarem de novo esse grande conhecimento que permitiram
que vos fosse roubado.

Cada um de vós é o próprio Deus, criado dele próprio. Sois Deus


nascido de Deus, a primeira e única criação direta da fonte de toda a
vida. Nas vossas aventuras de exploração da vida vocês integraram a
vossa inteligência suprema com a matéria das células para se tornarem
Deus/homem – a mente de Deus expressando-se através da forma
chamada humanidade – Deuses vivendo a maravilha de sua própria
criação chamada homem. Homens, mulheres, a humanidade: É na
realidade Deus, maravilhosamente disfarçado como seres limitados e
miseráveis.

Quem é você? Por que está aqui? Qual é o seu propósito e destino?
Acha que é somente uma criatura nascida do acaso, destinada a viver
uns anos e depois desaparecer para sempre? O que o faz pensar que
não viveu antes? Porquê agora? E porquê você?

Vocês já viveram neste plano milhares de vidas. Foram e vieram


como um vento inconstante. Vocês já viveram todas as caras, todas as
cores, todos os credos, todas as religiões. Já fizeram a guerra e já vos
guerrearam. Já foram reis e já foram escravos, marinheiro e capitão,
conquistador e conquistado. Em todas as vossas experiências
históricas já foram tudo o que existe. Porquê? Para poderem exercer a
sensibilidade, para ganharem a sabedoria, para conseguirem
identificar o maior mistério de todos os tempos – vocês próprios!
De onde pensam que vieram? Acham que são simplesmente um
miserável amontoado de massa celular que evoluiu de uma única
célula? Então quem é que observa tão intensamente por detrás dos
vossos olhos? Qual é a essência que vos dá a vossa unicidade, a vossa
personalidade, o vosso carácter e animação, a vossa capacidade de
amar, de abraçar, de ter esperança, de sonhar, o vosso fantástico poder
de criação? Onde terão acumulado toda a inteligência, conhecimento e
sabedoria que mostram possuir, mesmo quando ainda eram crianças?
Acham que se tornaram tudo o que são meramente numa vida, que é
somente um sopro na eternidade?

Tudo o que são, foi aquilo em que se tornaram através da vastidão


do tempo, ao viver vida após vida após vida. De cada uma dessas
experiências de vida extraíram a sabedoria que ajudou a formular a
unicidade e a beleza que cada um de vocês é. Vocês não têm preço, são
demasiado belos para terem sido criados para viverem um só
momento na eternidade da vida.

Acham que os vossos pais vos criaram? Os vossos pais e mães são os
vossos pais genéticos mas não vos criaram. Numa compreensão mais
vasta, eles são vossos irmãos amados. Vocês têm a mesma idade que
eles, pois todas as entidades foram criadas no mesmo momento.
Todos nasceram quando Deus, o pensamento magnífico e admirável,
se contemplou e se expandiu no brilho da luz. Foi então que nasceram.
O vosso verdadeiro pai é Deus, o Princípio Mãe/Pai de toda a vida.

Acham que são o vosso corpo? Pois não são. O corpo é somente um
manto que representa a essência invisível que é a vossa verdadeira
identidade: a soma de atitudes e sentimentos chamada a vossa
personalidade, que existe dentro do vosso corpo.

Pensem nisto por um momento: O que é que amam noutra


entidade? É o corpo? Não. É a essência do outro que você ama, a
personalidade do ser invisível que se encontra por trás dos olhos. O
que você ama noutro é a essência invisível que faz o corpo funcionar,
que faz os olhos piscarem, a voz melodiosa, o cabelo lustroso, as suas
mãos sensíveis.
O seu corpo é na verdade uma maravilhosa e refinada máquina, se
assim se pode dizer, mas não é nada sem aquilo que o faz funcionar,
ou seja você. O que você é não é o corpo mas a soma de pensamentos e
emoções que se apresenta como uma personalidade de ser única. E
alguma vez viu os seus pensamentos? Alguma vez viu a sua
personalidade? E o seu riso? Consegue ouvi-lo sem o seu corpo? Nem
imagina o quão magnífico você realmente é, pois na verdade o que
você é é tão invisível como o vento. Assim como eu sou um enigma
para você, assim você é, para si próprio, o maior enigma de todos.

Sabe o que você é sem as suas pretensões, sem as máscaras que usa,
sem a sua armadura de coração endurecido? No centro do seu ser,
você é de facto Deus. Deus, o grande mistério para a humanidade
nunca esteve fora de ti. Pois o que está por trás dos teus olhos – por
baixo dos teus finos linhos, para além da ilusão do teu rosto – é a
virtude invisível do pensamento chamado Deus, o ser da
personalidade que faz com que tu sejas tu. O Deus dentro de ti é a
inteligência sublime que te dá crédito e um enorme poder para criar. É
a maravilhosa força vital que sustém a tua vida para sempre e para
sempre.

O corpo que vocês habitam é uma magnífica criação de Deus: vocês


e os vossos amados irmãos. Foi criado para que vocês, essência
invisível de pensamento e emoção, pudessem interagir com a vida que
criaram neste plano. A criatura a que se chama homem foi
simplesmente criada como um veículo para se expressarem através
dele, para que, através dos sentidos do corpo todas as criações deste
plano pudessem ser experienciadas e entendidas pelos Deuses que os
criaram no início.

O corpo foi criado para acomodar um sistema elétrico muito


complexo de raios de luz que compõem o vosso verdadeiro ser. Vocês
não são do tamanho do vosso corpo. Vocês são pequeninos pontos de
luz. Na pequenez do vosso ser está condensado tudo o que têm sido
desde que nasceram de Deus, o vosso Pai bem amado.

Você, o princípio-Deus não é uma entidade de carne. Você é um


princípio de luz, de fogo, de energia, que vive dentro de um corpo,
para conseguir o prémio da vida criativa, a emoção. Você não é o que
habita mas o que sente. Vocês são conhecidos pelas vossas emoções,
não pelos vossos corpos.

O que na verdade são é um espírito e uma alma, uma entidade de luz


e uma entidade de emoção combinados. O vosso Espírito – esse
pontozinho de luz – rodeia todas as estruturas moleculares do vosso
corpo. Deste modo, ele abriga e apoia a massa do vosso corpo. A vossa
alma situa-se dentro dessa massa, perto do vosso coração, numa
cavidade situada por baixo de um escudo ósseo onde nada mais existe
exceto energia elétrica. A vossa alma grava e armazena, sob a forma de
emoções, todos os pensamentos que alguma vez tiveram. É por causa
do conjunto único de emoções guardadas na vossa alma, que cada um
tem um ser ou identidade tão únicos. O corpo é somente uma
carruagem, um veículo escolhido que vos permite viver e representar
neste plano da matéria. Contudo, através do vosso veículo, vocês
mergulharam nessa ilusão de que o corpo é quem vocês são. Pois não é
assim. Tal como Deus não tem imagem, também vocês não a têm.

Eminente Deus criador que você é, quem pensa que criou a sua
vida? Acredita que algum ser supremo ou forças fora de si têm
controlado a sua vida? Não é verdade. Pois tudo o que você foi, fez ou
experienciou é da sua inteira responsabilidade. Você, que tem o poder
de criar as estrelas magníficas, criou todos os momentos e
circunstâncias da sua vida. Você escolheu ser quem é, criou a sua
aparência, desenhou e destinou a forma como vive. Esse é o exercício e
o privilégio de se ser um Deus/homem.

Você cria a sua vida através dos seus próprios processos mentais,
pela forma como pensa. Tudo o que pensa, sentirá, e tudo o que sente
manifestar-se-á de forma a criar as condições da sua vida.

Reflita bem nisto: só precisa de um momento para imaginar a


felicidade e todo o seu corpo se sentirá alegre. Só precisa de um
momento para representar o papel de uma criatura miserável, sem
nenhum amigo, para sentir pena e piedade por si próprio. Basta um
momento para parar de chorar e para rir com alegria. Um momento
para deixar de julgar e passar a sentir a beleza de todas as coisas.
Quem é que faz tudo isto? Você. Enquanto você fantasiou estes
sentimentos no seu ser, alguma coisa no exterior mudou? Não. Mas
em si tudo mudou.

Você é precisamente aquilo em que está a pensar. Tudo o que pensa,


assim será na sua vida. Se tiver uma fantasia sexual, o seu ser será
atraído e seduzido por isso. Se imaginar pobreza terá miséria. Se
pensar em infelicidade ou alegria tê-las-á. Se imaginar a genialidade,
ela já está lá.

Como é que o seu futuro é criado? Pelo pensamento. Todos os seus


amanhãs são desenhados pelos seus pensamentos de hoje, pois
qualquer pensamento que mantenha – qualquer fantasia, para
qualquer fim ou emoção que seja – isso cria um sentimento no seu
corpo que é gravado na sua alma. Saiba que qualquer palavra que você
pronuncia está a criar o seu futuro, pois as palavras são meramente
sons que expressam os sentimentos dentro da sua alma que nasceram
através do pensamento.

Acha que as coisas lhe acontecem simplesmente por acaso? Neste


reino não existem acidentes nem coincidências. Ninguém é vítima da
vontade ou das intenções de outra pessoa. Tudo o que lhe acontece
você pensou e sentiu para o experienciar nesta vida. Foi algo que foi
fantasiado em termos de medo ou apreensões ou de algo que alguém
lhe disse que se iria passar e que você aceitou como verdade. Tudo o
que acontece, acontece como um ato intencional, ordenado através do
pensamento e da emoção. Tudo.

Tudo o que você pensou – todas as fantasias que teve, tudo o que
disse – já aconteceu ou está à espera de se manifestar. O pensamento é
o verdadeiro doador da vida, que nunca morre e nunca pode ser
destruído, é a sua ligação com a mente de Deus.

Desde há séculos que várias entidades vos têm tentado ensinar esta
verdade através de enigmas, de cantos e de escritos. Mas a maioria de
vocês recusaram acreditar nisso. Pois poucos querem assumir a
responsabilidade pelas suas vidas. Mas a verdade é que a forma como
este reino funciona é que tudo aquilo que pensarem – qualquer atitude
que tiverem em relação a si próprios, ao Pai ou em relação à vida – se
tornará realidade. Tanto nas coisas mais vis e feias como nas mais
refinadas e supremas, pois só vocês vêm diferença entre elas. O Pai só
conhece a vida. Pelo que vocês têm aquilo que dizem. São o que
pensam. São as vossas conclusões.

Quanto pior pensarem de vocês, em menos se tornarão. Quanto


menos crédito se derem no campo da inteligência, mais imbecis se
tornarão. Quanto menos belos se imaginarem, mais feios se tornarão.
Quanto mais pobres se sentirem, mais miseráveis serão, pois assim o
ordenaram.

Contemplem agora quão grande é o amor de Deus, que vos permite


ser e criar para vós próprios tudo o que quiserem, e que contudo
nunca vos julga. Contemplem o amor que ele tem por vocês, de tal
forma que manifesta todos os pensamentos que vocês abraçarem e
todas as palavras que disserem. Contemplem isso.

Quem é então o criador e o arquiteto da vossa vida? Vocês. Tudo o


que são e que experienciaram, criaram através do vosso próprio
raciocínio coletivo, através do pensamento, que é Deus. Vocês
aceitaram nas vossas vidas precisamente tudo o que desejaram aceitar,
experienciaram a vida de acordo com os valores que aceitaram. São
vocês que determinam o que é bom para vocês, aquilo que devem
aceitar e aquilo que devem experienciar. Tudo em função dos vossos
pensamentos.

Vocês não são o escravo, o servo ou a marioneta de uma divindade


que vos observa nas vossas lutas. Vocês vivem no meio do
extraordinário que a vida é numa belíssima liberdade. Cada um de
vocês tem o livre arbítrio de aceitar e abraçar todos os pensamentos
que escolher. Com esse extraordinário poder têm criado todas as
coisas. Cada um dos vossos pensamentos cria o vosso caminho, a que
chamam vida. Tudo o que pensarem e depois sentirem, assim será na
vossa vida, pois o Pai diz: “Todas as emoções, que assim seja.”

Quem sois vós? Sois o Deus que possui dentro do silêncio do vosso
ser a capacidade de pensar, de criar e de se tornar tudo aquilo que
quer ser, pois vós sois neste momento exatamente o que haveis
escolhido ser e ninguém vos impediu de o fazer. Vós sois quem decide
as leis da vossa vida, o criador supremo da vossa vida e das suas
circunstâncias. Vós sois verdadeiramente o governante supremo,
dotado de inteligência e sabedoria ilimitadas, que, nesta e noutras
vidas, até agora, haveis negado realizar completamente.

Em tempos, vocês sabiam criar uma flor. Mas o que é que


conseguem criar agora? As vossas maiores criações são a infelicidade,
preocupação, autocomiseração, miséria, ódio, discórdia, autonegação,
envelhecimento, doença e morte. Criaram para vocês uma vida cheia
de limitações ao aceitarem as vossas crenças limitadas, que se tornam
verdades sólidas e a realidade das vossas vidas. Vocês separaram-se da
vida, ao julgarem todas as coisas, pessoas e até vocês próprios. Vocês
vivem segundo o código que está na moda, a que chamam beleza, e
rodeiam-se de coisas que vos permitem ser aceites pela consciência
limitada do homem, a qual não aceita nada senão os seus ideais
inatingíveis. Vocês nascem, crescem, os corpos perdem a vitalidade,
vocês envelhecem, devido a tanto acreditarem no envelhecimento e
acabam por morrer.

Vocês, os magníficos Deuses criadores, que foram antigamente os


ventos da liberdade, tornaram-se como que entidades que vivem em
rebanhos, que se encerram em cidades gigantescas e vivem
amedrontados por detrás de portas fechadas à chave. Em vez de
montanhas imponentes e verdes deliciosos, têm grandes edifícios e
construíram uma mentalidade de medo. Criaram uma sociedade que
regula a vossa forma de pensar, aquilo em que devem acreditar, como
se devem comportar e qual deve ser a vossa própria aparência.

Vocês têm medo da guerra e dos rumores de guerra, das doenças, de


não serem reconhecidos. Têm medo de olhar alguém nos olhos e ao
mesmo tempo estão famintos do afeto chamado amor. Tudo de bom
que vos acontece é posto em questão e duvidam que volte a acontecer.
Vocês arrastam-se pela praça pública em busca de fama e sucesso, de
ouro, dólares e dinheiro e, ah, apenas por um pouco de alegria.

Os vossos pensamentos levaram-vos ao desespero, à mediocridade,


ao falhanço, à doença e à morte. Tudo isto foi criado por vós, pois o
fogo ardente e criador que está em vós – que tem o poder de tomar um
pensamento e criar um universo e pôr as estrelas a brilhar no
firmamento para toda a eternidade – aprisionou-se a si mesmo em
crenças, dogmas, modas e tradições, ou seja, deixando-se ir de
pensamento limitado em pensamento limitado. É a vossa
incredulidade que não vos permite viver.

Em que é que não acreditam? Em tudo o que os vossos sentidos


físicos não podem percecionar, tudo o que não pode ser ouvido, visto,
tocado, saboreado ou cheirado. E contudo, mostrem-me uma crença,
ponham-na na minha mão. Mostrem-me uma emoção, quero tocar-
lhe. Mostrem-me um pensamento, onde é que ele está? Mostrem-me a
vossa atitude, como é que ela se parece? Mostrem-me a imagem do
vento. E mostrem-me o tempo, que tem roubado os preciosos
momentos da vossa vida.

Vocês têm sido incrédulos em relação aos grandes dons da vida e


permitiram assim que a vossa inteligência ilimitada se reduzisse. Vida
após vida, tornaram-se tão imersos nas ilusões desse plano que se
esqueceram do fogo maravilhoso que flui através de vós. Ao longo de
dez e meio milhões de anos, deixaram de ser entidades soberanas e
poderosas para se perderem completamente na matéria, escravizados
pelas vossas criações de dogmas, leis, modas e tradições; separados
por países, credos religiosos, sexo e raça; afundados na inveja,
amargura, culpa e medo. Identificaram-se tanto com os vossos corpos
que se deixaram aprisionar pela sobrevivência e esqueceram a essência
invisível que na realidade são, esse Deus interior que vos permite criar
todos os sonhos que escolherem. Rejeitaram completamente a
imortalidade e por isso morrem e aqui voltam, vida após vida. Por isso
aqui estão de novo, pois, apesar de estarem a viver aqui há dez e meio
milhões de anos, continuam agarrados à vossa incredulidade.

Deus, a totalidade do pensamento, é na verdade um grande palco e


Ele permite-vos escreverem a vossa peça e representá-la ato por ato
sobre esse palco. Quando o pano cai, a última palavra é dita e a última
vénia é feita, vocês morrem. Porquê? Porque vocês, legisladores
supremos, acreditam que vão morrer.

Esta vida é somente um jogo, uma ilusão. Tudo o que nela existe é
somente isso. Mas vocês, os jogadores, chegaram à conclusão de que é
a única realidade. Contudo, a única realidade, que sempre existiu e
sempre existirá é a vida, essa essência livre e contínua que vos permite
criarem os vossos jogos da forma que os querem representar.

Quando se aperceberem que têm o poder de levarem a vossa vida na


direção da ignorância, da doença e da morte, através dos pensamentos
que têm, também se aperceberão que têm o poder de se tornarem mais
nobres simplesmente ao abrirem-se a um fluxo de pensamento mais
ilimitado, que vos permitirá ser mais geniais e criativos e viver para
sempre. Quando se aperceberem que o Deus que criou o corpo é o
próprio poder que está dentro de vós, então o vosso corpo nunca
envelhecerá ou adoecerá, nem nunca morrerá. Mas enquanto
permanecerem agarrados às vossas crenças e limitarem o vosso
pensamento, nunca farão a experiência do ilimitado que deu glória ao
sol da manhã e mistério ao céu do anoitecer.

Que sucede então quando vocês decretarem que vão desaparecer


deste plano? O corpo morre, mas aquele que pensa no silêncio por
detrás de vossos olhos viverá para sempre. O verdadeiro ser não é
enterrado, não se torna pasto para os vermes, nem depois se volve
cinzas; continua com o vento. Vocês voltam para donde vieram e aí
decidirão o que querem fazer na próxima aventura. Pois isso é tudo o
que isto é. Vocês voltarão aqui tantas vezes quantas as que desejarem,
até que um dia reclamem a vossa identidade como Deus. Partirão
então para uma aventura verdadeiramente grandiosa noutro céu,
noutro lugar.

Vocês são amados muito mais do que alguma vez imaginaram, pois
apesar de tudo o que façam, continuarão a viver. Então porque se
preocuparam? Porque lutaram? Porque se deixaram cair nas doenças e
aflição? Porque se limitaram? Porque não admiraram o esplendor do
nascer do sol, a liberdade do vento e o riso da criança? Porque não
viveram em vez de lutarem?
Vocês vão viver de novo muitas vezes. A semente de que são feitos é
perpétua, dura para sempre. Apesar das vossas incredulidades, da
forma como limitam o reino e de como se preocupam e desesperam,
há uma coisa que nunca poderão destruir: a vida. Por mais cegos que
sejam, por mais que recusem, vocês serão sempre vida, pois esse é o
valor chamado Deus, e isso é o que vocês são.

Esta vida que vivem é um sonho, um grande sonho, uma fachada


por assim dizer. É o pensamento brincando com a matéria, criando
realidades profundas que prendem as suas emoções a este plano, até
que você, aquele que sonha, acorde.

Você ainda não sabe o quão belo é pois nunca olhou


verdadeiramente para si próprio. Nunca olhou para quem é e para o
que é. Quer ver com o que é que Deus se parece? Vá e olhe-se num
espelho. Está a olhar diretamente para a sua face.

Saiba que tem valor. Que não há escalas para medir o seu valor. E
não há imagens para revelar a sua beleza. E o seu reino não tem fim.

O mais belo sermão que alguma vez foi pronunciado, foi o de um


grande mestre, no cimo de uma montanha. Quando ele ali estava,
olhando as massas que o tinham vindo escutar, ele disse-lhes:
“Contemplai Deus.” Isso era tudo o que ele precisava de dizer –
“Contemplai Deus.” Pois cada um já tinha criado as suas limitações, os
seus desejos e doenças, a sua riqueza ou pobreza, a sua alegria e a sua
tristeza, a sua vida e a sua morte.

Contemplai a Deus. Lembre-se disso, pois você é aquilo que vive em


todas as coisas. Um dia verá a Deus. Entrar em contacto com o seu ser
interior é tudo o que precisa.
CAPÍTULO SEIS

VIDA APÓS VIDA

“A morte é uma grande ilusão, pois aquilo que foi criado nunca pode ser destruído. A
morte só diz respeito ao corpo. A essência que habita e opera o corpo regressará em
breve e integrará outro corpo, se assim o quiser. Pois a força da vida que habita dentro
das paredes da carne é contínua. Lembre-se disso.”
— Ramtha

SERÁ QUE VOCÊS são menos do que as flores? Elas nascem de botões
cheios de vida que desabrocham com o calor dos raios de sol. A sua
essência maravilhosa enche o ar com um aroma que faz com que tudo
se alegre com a promessa de uma nova vida. Elas incentivam os
pássaros no seu voo, as abelhas que trabalham e o homem na sua
alegria e busca de amor.

A flor maravilhosa produz uma semente para poder renascer.


Quando as pétalas murcham e o fruto nasce, ah...a isso se chama
sabedoria. É esse o produto da vida. Quando os frutos são consumidos
e os cheiros e colheitas do Outono se espalham pela terra, a árvore
começa a tremer com o frio do vento norte, começa a perder as suas
folhas, até que fica completamente nua.

Quando chega o grande silêncio da neve, que envolve os ramos das


árvores com uma espessura brilhante, quando tudo está frio e
desolado, onde está a flor? Na memória. Está em sabedoria. Está no
crescimento da Primavera passada e no seu renascer, pois quando a
estação mudar e o Inverno se for, os botões voltarão de novo e eis que
aparece outra flor.
Se a continuidade da vida se pode observar numa simples flor,
porque acham que são menos que a vida dela? Acham que vocês só
desabrocham na Primavera, produzem os frutos no Verão, deixam cair
as folhas no Outono e morrem no Inverno? Não são vocês mais que o
maior desabrochar de uma flor? Não é a vossa vida mais importante?
Claro que é. E assim como as flores renascem cada Primavera assim
vocês nascem vida após vida.

As vossas próprias flores poderiam contar uma maravilhosa história


acerca de tudo o que vocês viram.

Estudante: A minha mãe morreu no ano passado e eu gostaria de


saber se ela está viva e bem.

Ramtha: Acredita na morte, mestre?

Estudante: Às vezes sim, mas a maior parte do tempo sinto que


talvez continuemos a viver. Tenho três filhos e reparei que desde que
nasceram, cada um deles tem uma personalidade distinta, que não
mudou muito com o passar dos anos. Até os cães e os gatos têm uma
personalidade bem definida desde pequenos. Por isso, às vezes parece-
me impossível que tenham desenvolvido essa personalidade numa só
vida, o que me faz pensar que possivelmente já vivemos antes e que
continuamos a viver.

Ramtha: A sua observação é muito sábia. Vou-lhe dizer uma grande


verdade que espero que você nunca esqueça: A vida nunca acaba. É
verdade que vocês podem mutilar o corpo, decapitá-lo ou esquartejá-
lo, mas nunca podem destruir o ser pessoal que vive dentro do corpo.
Pensem por um momento na possibilidade de destruir ou combater
um pensamento. Não podem. Ora a força da vida que habita em
qualquer criatura, animal ou humana, é o conjunto invisível de
pensamentos e emoções, a que se chama o ser pessoal que vive por
detrás da máscara do corpo.

Aquilo que dá virtude, vitalidade e carácter ao corpo é a virtude


invisível do pensamento, que é energia. É o que faz a boca, os olhos e
os membros trabalharem, essa energia maravilhosa que puxa todos os
fios, por assim dizer. Nada pode jamais destruir essa energia. Nada
pode roubar a força de vida de alguém ou de alguma coisa.

A morte é uma grande ilusão, pois aquilo que foi criado nunca pode
ser destruído. A morte só diz respeito ao corpo. A essência que habita e
opera o corpo regressará em breve e integrará outro corpo, se assim o
quiser. Pois a força da vida que habita dentro das paredes da carne é
contínua. Lembre-se disso.

Deixe-me agora dizer-lhe o que sucede às entidades quando saem


deste plano. Quando o corpo já não pode mais servir, a energia, a
alma, é retirada da entidade pelo espírito. Tudo tem uma alma. Até os
animais têm espírito e alma. Se não tivessem, não possuiriam a
energia e a criatividade necessárias para sustentar a sua vida.

Quando o espírito chama a alma e a liberta da sua cavidade, as


coisas tornam-se tranquilas e cheias de paz. Há uma frase associada à
vossa religião: “No berço de Deus já não há mais dor, lágrimas nem
tristeza.” Isto é verdade, pois quando saem deste plano, vocês ficam
livres dos instintos e sensações do corpo. Ou seja, já não experienciam
mais o medo ou as dores do corpo, a fome ou a ilusão do tempo que
causa ansiedade. Tudo o que era associado ao corpo físico deixa de
existir e vocês estão naquilo a que se pode chamar uma utopia. Estão
no regaço de Deus.

A morte do corpo é como um adormecimento. Quando o espírito


chama a alma, esta atravessa os centros de energia do corpo chamados
selos ou chacras. A alma, que é memória, deixa a massa celular do
corpo através do último dos selos, o sétimo selo, chamado glândula
pituitária, que está localizado no centro da cabeça. Essa passagem é
muitas vezes experienciada como um viajar através de um túnel,
acompanhado por um som de vento. A luz que se vê ao fim do túnel é a
luz do vosso ser, o espírito do vosso ser. Quando a alma deixa o corpo,
este expira e a entidade torna-se um ser - alma livre. A transição dura
um instante, sem dor. No momento da morte tudo se começa a
iluminar e a tornar-se brilhante, pois no momento em que vocês
deixam este plano saem da densidade da matéria e voltam a uma
existência de luz. Aí vocês são simplesmente uma mente poderosa e
um conjunto de emoções e o vosso corpo é um corpo de luz, que muda
a sua forma elétrica de acordo com os pensamentos que são aceites
através da sua forma luminosa. A partir daí vocês vão para um dos sete
céus. O céu para que vão é determinado pelas atitudes que vocês
expressaram emocionalmente neste plano.

Aquilo a que vocês chamam céu é simplesmente a vida nos seus


diferentes níveis e dimensões. Jeshua ben Joseph falava de sete céus, e
na realidade há sete céus que são verdadeiramente lugares ou planos
de existência. Este plano é um deles. Em nenhum destes planos existe
um inferno, onde os seres humanos são punidos e atormentados.
Quando vocês deixam o corpo, vão sempre para um céu ou nível
vibratório que está alinhado com o tipo de consciência ou atitudes
emocionais coletivas que vocês expressaram neste plano.

Há sete realizações ou níveis de consciência. Os sete níveis são os da


reprodução e sobrevivência, medo e dor, poder, amor sentido, amor
expresso, Deus visto em toda a vida e Eu Sou Deus.

Compreendam bem: todo o pensamento que vocês contemplam e


abraçam para terem a compreensão de algo, tem uma frequência
vibratória que vocês experienciam como um sentimento. Desta forma,
se vocês estão a tentar compreender a dor, estão a contemplar os
pensamentos limitados associados com a dor, o que dá origem às
frequências vibratórias baixas que são emocionalmente sentidas como
dor. Se estão a contemplar e a trabalhar a compreensão do amor e da
sua expressão, experimentarão a exaltação produzida pelas vibrações
superiores dos pensamentos do amor expresso e partilhado. O céu
para o qual vocês vão depende do plano sobre o qual a vossa
consciência esteve focada para obter o seu conhecimento, pois o
espírito do vosso ser, o campo magnético da vossa aura, atrair-vos-á
para a vibração desse plano.

A sua mãe está agora num plano de grande sossego, que ela muito
desejava e precisava. Ela foi para o céu que ela chamou de acordo com
a consciência que tinha adquirido. Ela está agora no estado que
corresponde ao nível que é o seu, da mesma forma que vocês estão
neste momento no estado que corresponde a este plano. O seu nível é
o do quarto plano ou seja aquele que está em conformidade com a
atitude emocional do amor sentido mas não expresso. A sua mãe é
uma entidade muito sensível mas que, muitas vezes, não conseguia
exprimir os seus sentimentos. Você e o seu marido muitas vezes não a
compreenderam devido a ela ser incapaz de comunicar a maioria dos
seus sentimentos.

A sua mãe está agora num nível magnífico de ser e ela ficará aí todo
tempo que quiser. Quando ela imaginar um outro tipo de evolução, ela
começará a expandir-se a outros níveis de pensamento através do seu
corpo de luz. Ou então, se ela assim o quiser, regressará a este plano,
escolhendo os genes que lhe parecerão os mais adaptados à expressão
que deseja; ela continuará a progredir neste plano da matéria e
percorrerá o caminho que finalmente a levará ao sétimo nível de
compreensão.

Este plano, este céu, é chamado o ‘Plano da Demonstração’, pois é


aqui que as entidades têm a capacidade de testemunhar na matéria o
seu poder de criação e a expressão das suas atitudes emocionais. Este
plano é o único onde existe obscuridade e onde não se pode ouvir a
música da luz. É o plano onde nascem entidades de grande
conhecimento com o único fim de serem programadas na consciência
social para depois a ultrapassarem. É isto o que se passa aqui, o que
explica porque é tantas vezes extremamente difícil progredir neste
mundo.

Se a sua mãe decidir regressar aqui, ela poderá optar por nascer de
um dos seus filhos ou dos seus netos. Se ela voltar enquanto você é
viva, será como primeiro bebé da sua filha, se esta decidir ter filhos. Se
você se permitir fazê-lo, reconhecerá a sua mãe, pois quando olhar
para esta criança sentirá algo que transcende as aparências e o que é
óbvio.

Se a sua mãe está consciente de você? Sim, pois quando deixam este
plano, a vossa consciência intensifica-se e vocês podem pôr-se em
contacto com todos os níveis daquilo que são, pois já não estão
envolvidos na matéria densa. Estão numa densidade mais leve, numa
vibração mais alta; desta forma têm a capacidade de ver outros níveis
vibratórios que existem em paralelo ao vosso e que aparecem como
formas pensadas ou formas de luz. Pelo que a sua mãe está muito
consciente de você quando assim o deseja, também você quando
morrer estará muito consciente daqueles que estão aqui, se assim o
desejar.

A sua mãe está feliz? Se você não é feliz aqui, a sua infelicidade
amplificar-se-á quando morrer, pois quando você está sem o corpo,
está num estado de emoção e sentimentos puros, pelo que as suas
emoções se amplificam e intensificam. Mas a partir dessa ampliação
você aprende rapidamente a manifestar todos os níveis que precisa
para continuar a crescer na sua compreensão da alegria.

Eu vou contar-lhe acerca de um plano que se você alguma vez o visse


ficaria muito triste. É o plano de muitas entidades que se estão a
expressar no primeiro e segundo nível de experiência. É como uma
planície, horizontal, sem montanhas nem rios, relva ou flores e céu nas
suas formas de luz. Você encontrará biliões de entidades nos seus
corpos de luz deitadas em filas intermináveis. Estão deitadas e
adormecidas, vivendo a ilusão de que estão mortas, pois acreditam
firmemente que a vida não existe para além do túmulo. Apesar de o
seu pensamento ainda estar vivo, magnético, compulsivo e volátil, a
sua consciência pensa que está morta, quando na realidade ainda está
viva. Não se esqueça: naquilo que acreditamos firmemente,
convencemo-nos de que isso é verdade, e tudo aquilo que conhecemos
como verdade se transforma em realidade. A nossa vontade e a nossa
criatividade são tão poderosas quanto isso.

Muitas entidades foram ensinadas de que quando morrem ficarão


mortas até que um Messias regresse para ressuscitá-las. Através do
medo que sentiam e do sentimento de estarem alienadas do amor
divino, elas aceitaram este ensinamento como uma verdade. Desta
forma, nos últimos momentos antes da sua morte acreditaram que
iriam para um lugar onde esperariam a ressurreição. Desta forma,
neste nível, há filas e filas de entidades esperando serem ressuscitadas
por alguém que elas acreditam que é maior do que elas. Apesar de
termos tentado acordá-las – e algumas acordaram e levantaram-se – a
maior parte delas tinha sido ensinada que uma espécie de diabo
apareceria para as tentar a levantarem-se. Desta forma, também
acreditavam nisso como uma verdade. Então por mais que se tente
acordá-las, recusam acordar. Poderá levar milhares de anos antes que
se apercebam que estão vivas e assim acordar do seu torpor. Um
ensinamento muito infeliz.

Esse é o único plano doloroso que existe, o plano das entidades que
acreditaram nesses ensinamentos que se tornaram um dogma. Aí,
podem ver irmãos vossos deitados e adormecidos em filas até ao
horizonte. Todos os outros planos são vida magnífica.

Estudante: Ramtha, é possível ver e comunicar com os nossos


mortos?

Ramtha: Quer ver a sua mãe?

Estudante: Sim, muito.

Ramtha: Assim seja. Veremos se ela está de acordo com isso e se


assim for, arranjaremos uma ocasião em que se poderão encontrar.
Mas isso virá quando você menos o esperar. De forma que você saiba
que não se trata de pura imaginação.

Saiba também, que a razão pela qual você verá a sua mãe como luz
não é porque ela seja mais do que você. A luz vem da velocidade que
irradia a sua essência; é essa velocidade que produz a luz. Também
você tem em si essa luz. Quando você vê a luz de uma entidade, é
porque ela vibra mais intensamente e está em interação com um plano
inferior.

Neste auditório estão reunidas muitas entidades do quinto plano,


porque há pessoas que estão presentes nesta audiência, que elas
amam. São essas luzinhas vacilantes que podem ver ao canto dos
vossos olhos. Se você olhar em frente, com a parte da retina dos olhos,
você não as verá, contudo elas estão aqui. Aprendeu alguma coisa?

Estudante: Sim muito, obrigada.


Ramtha: Muito bem. Outra coisa que é bom saber: Nunca acredite
em nada, nunca. Isso é convencer-se a si própria de algo que ainda tem
que conhecer e compreender através da experiência. Uma crença é
algo de muito perigoso, pois ao acreditar, está a pôr a sua vida, as suas
atitudes e a sua confiança em algo que ainda não é uma verdade
dentro do seu ser, o que a torna muito vulnerável. Nesse estado de
vulnerabilidade, pode ser manipulada, amaldiçoada, condenada e
pode até perder a sua vida, tudo por causa de crenças.

Saiba que tudo o que você quer conhecer, você pode fazê-lo
simplesmente pedindo essa compreensão, escutando depois os seus
sentimentos, que estão dentro do seu ser. Tenha sempre confiança na
sabedoria dos seus sentimentos. Nunca vá contra eles nem tente
forçar-se a acreditar em algo que não sente por dentro.

Outra coisa, aprenda a ter compaixão pelos assassinos, pois para se


conquistarem a si próprios, eles terão que fazer um enorme trabalho
sobre as suas emoções, e em muitos casos isso levará milhares de anos.
As vítimas encontrarão um novo corpo quase de imediato. O
assassino, esse não pode esquecer.

Estudante: Quando saímos desta vida terrena onde vamos para


avaliar a nossa vida e decidir o que queremos fazer na próxima?

Ramtha: Ao plano ou céu que corresponde ao conjunto das atitudes


que estão a aprender. Você por exemplo, entidade, adquiriu a
experiência daquilo que se chama ‘sobrevivência na limitação’, através
da dor, do poder e do amor não declarado; pode agora exprimir-se
sobre o quinto plano de consciência, que consiste em amor consciente,
amor declarado e expresso. Se partisse deste plano agora você iria para
o quinto plano ou céu, chamado Paraíso, que corresponde ao seu grau
atual de compreensão.

Por outras palavras, mestre, aquilo que você chegou a compreender


é muito vasto. Você começa agora a descobrir o seu mérito e valor, o
carácter soberano da sua verdade e o poder do seu pensamento. Você
começa a ver a sua beleza refletir-se na vida à sua volta, e você cresce
em compaixão pelos outros e no respeito por toda a vida, pelo carácter
precioso de toda a vida. Você exprime todas estas verdades. A
contemplação e a experiência ensinaram-lhe a abraçar estas
qualidades como ideais, como verdades a serem realizadas no seu
reino. Esta expressão mostra bem o seu progresso em consciência e
compreensão. Saiba contudo que ainda tem que obter uma inteligência
ainda mais vasta, descobrir, viver e compreender estados ainda mais
ilimitados. Você só poderá acolher e abraçar estes ideais de
consciência quando compreender aquilo que agora está a expressar na
sua vida. A sabedoria edifica-se progressivamente englobando uma
inteligência cada vez mais vasta.

Por exemplo, você não pode verdadeiramente distinguir ou ser


consciente da beleza que está em toda a vida nem exprimir as
profundezas do amor e da compaixão pelos outros antes de ter tomado
consciência da beleza sublime que está em si e de ter expresso amor e
compaixão em relação a si próprio. No dia em que o amor por si
próprio se tornar uma realidade, terá aí a base sobre a qual a sua
compreensão poderá crescer e abraçar toda a vida exterior. Quando
esta compreensão for, por sua vez, real, você começará a estar
consciente de que você é a vida que vê como exterior. Compreende?

Em consequência, se você deixasse este plano hoje, você passaria ao


plano de consciência que está de acordo com os seus pensamentos e a
expressão das suas atitudes emocionais. Você não poderia chegar a um
plano de inteligência mais ilimitado, pelo simples facto de que você
ainda não se apercebeu da sua existência, de que ele não é ainda para
si uma realidade.

Estudante: A nossa vida é então exatamente o reflexo dos nossos


pensamentos, tanto neste plano como sobre o plano onde iremos
quando partirmos daqui.

Ramtha: Isso é verdade. É de resto essa é a razão pela qual eu vos


ensino a serem mais ilimitados nos vossos pensamentos. Pois quanto
mais o vosso pensamento for ilimitado, mais ilimitada será a vossa
vida, isto em todos os planos. Quanto mais vasto for o vosso céu neste
mundo, no reino dos vossos pensamentos e das vossas emoções, mais
vasto será o céu de que terão experiência ao partir deste mundo ou se
assim o escolherem, no vosso regresso aqui. Aqueles cujos
pensamentos estão mergulhados na culpa, no julgamento de si
próprios e dos outros, na amargura e no ódio pelos seus irmãos, eles
continuarão a experienciar essas atitudes, até que delas tenham
aprendido, até que já estejam fartos delas e compreendam que existem
formas de ser mais sublimes, céus mais gloriosos.

Estudante: Você disse que existem sete planos. Pode descrever-nos


os outros planos, em particular o sétimo?

Ramtha: O plano no qual você se encontra é o primeiro plano, o da


perceção tridimensional. É o plano no qual as entidades ganham a
compreensão de Deus através da forma chamada matéria. Viver neste
plano pressupõe uma grande habilidade, pois não se pode chegar aqui
senão pelo processo de nascimento e é preciso sobreviver aqui apesar
das limitações e dos instintos da carne.

Este plano contém todos os níveis de consciência e compreensão. É


o plano chamado ‘Deus exprimindo-se’, o plano da demonstração.
Quer dizer, aquele onde é possível manifestar e observar a consciência
numa forma material, com o fim de alargar a vossa inteligência
emocional. Eu gostaria que vocês compreendessem que este vosso
lugar, chamado Terra, é somente um dos inumeráveis lugares onde
uma entidade pode fazer a experiência de um corpo e exprimir-se
através dele.

O segundo plano é o daqueles cuja experiência tem por objetivo a


compreensão da dor, do remorso e da culpa. O terceiro plano é o do
poder. É aí que se tenta controlar os outros, reduzi-los à escravidão,
não através do ato sexual ou da força física, porque aí não é possível,
mas através das ideias, ou seja, tentando levar os outros a adotarem o
nosso ponto de vista.

O quarto plano é o plano do amor. Aqui as entidades sentem um


amor profundo sem contudo o poder expressar. Conhecem uma
existência de luz e sentem um amor intenso, mas não podem expressá-
lo.
O quinto plano é chamado Paraíso. É o primeiro plano que inclui o
encantamento da chamada ‘Luz dourada’. Imaginem uma luz
semelhante ao vosso sol, só que é dourada. No quinto plano todas as
coisas estão envolvidas em ouro apesar de manterem bem vivas as
suas cores. Não há nada sombrio, somente essa luz dourada. Pode-se
aí escutar uma música extraordinariamente bela, pois a luz que
envolve as coisas vibra com o som das suas cores num movimento de
maravilhosa harmonia. É esse movimento harmonioso que constitui o
sopro da vida nesse plano e não o ar. Assim, nesse plano chamado
Paraíso respira-se som e música e vive-se na luz.

No vosso plano, no primeiro plano existem alguns que


compreenderam e foram para além da copulação, da dor e do poder e
que expressaram o amor nessa realidade, e conseguiram-no de forma
bastante fácil. O domínio do sexto e do sétimo nível de compreensão
não é tão fácil de conseguir neste plano da demonstração, porque a sua
compreensão está para além da demonstração. Mas aqueles que vivem
no primeiro plano e que amam – que expressam o seu amor através de
palavras e ações e que têm o desejo de que a sua vida seja vivida
através do amor – quando deixam este plano, vão para o quinto plano.
No plano do Paraíso existem entidades que já têm biliões de anos, que
acharam que o Paraíso é um lugar tão maravilhoso que não se
aperceberam que existe algo de ainda maior por conhecer.

No quinto plano vocês têm o poder de viver e manifestar o vosso


amor, e tudo o que desejarem no momento, realiza-se. Se um
pescador, alguém que gosta de peixe, deseja comer peixe, ele vai ao
lago que está em frente dele. O lago estará rodeado por ciprestes,
salgueiros e por tudo o que ele gosta. Se ele gosta do lago quando é o
Outono, os salgueiros terão a cor da canela e os ciprestes continuarão
no seu tom de esmeralda profundo. Quando ele se senta para atirar a
sua linha, se ele deseja uma brisa, essa brisa fresca virá, soprando
gentilmente sobre o lago. Quando essa entidade atira um verme
humilde e frágil para o centro desse maravilhoso lago e imagina o que
quer apanhar, ele apanha-o. Ele então toma esse peixe – que é como o
peixe desse plano – e leva-o para a sua casa de sonho e come-o, pois
isso o faz feliz, pois ele gosta do que fez.
Existem entidades que não conseguem imaginar um lugar mais
maravilhoso do que esse. Por isso se chama o Paraíso. É um plano que
é difícil de conseguir para aqueles que não realizaram e expressaram o
amor.

Depois de se ter expressado neste quinto plano por uns tempos, ele
acabará por ponderar a essência da luz que envolve todas as coisas e
porque terá ele merecido estar ali. Muitos não se questionam porque
mereceram estar no Paraíso, meramente o aceitam. Mas, um dia ele
acabará por ponderar sobre a proveniência da luz e da música. Ele
começará então a ver uma esplêndida energia da força de vida, que
envolve a luz, a flora, os peixes, o lago e os salgueiros na sua cor canela
de Outono. Então ele começará a contemplar aquilo que é comum a
todas as coisas. Começará então a ver que nenhuma coisa é separada
das outras, que todas as coisas vivem num fluxo de unidade. Quando
ele começa a ver isso – quando ele tomar todo o amor que foi
compreendido e expresso e começar a contemplar a unidade de todas
as coisas e de todos os seres – então ele passará para o sexto plano de
compreensão.

O sexto plano do céu está para além das palavras, pois as palavras
não podem descrever como é que vocês – que acreditam estarem
separados da planta, do vento e daquele que está sentado ao vosso
lado – podem ser completamente unos com algo e contudo únicos e
separados daquilo com o qual são unos. O sexto plano é uma porta
para o sétimo, pois em tudo o que vemos e sabemos ser uma realidade,
nisso nos tornamos completamente. Desta forma, quando alguém só
vê Deus na unidade e vive nessa esfera de unidade, ele tornar-se-á
naquilo que vê e naquilo que vive. O superlativo e supremo desta
realização é o sétimo céu. A porta para esse céu é o sexto plano de
compreensão. Onde vemos aquilo em que nos vamos tornar: Deus,
razão pura, pensamento, vida e luz, a substância e a base da totalidade,
de tudo o que é.

Em relação ao sétimo plano, imaginem um brilho que é mais do que


um brilho e que o núcleo que se movimenta desse brilho é de uma
tonalidade de cor que a cor já não brilha mais mas está num estado de
emitir brilho. No núcleo desse brilho há raios maravilhosos e o mar em
que esse núcleo se encontra está em movimento, a expandir-se e
enrolando-se para cima. À medida que esse núcleo se enrola para
cima, o brilho do núcleo emite uma regeneração de luz espetacular. E à
medida que a regeneração de luz se dispara para os confins do brilho,
o núcleo continua a evoluir, a ser.

Aquilo que surge do núcleo é você. Aquilo a que se chama você – que
sai do núcleo para contribuir para o espetacular do brilho – é alguém
que contemplou a ideia do núcleo e nele se tornou numa forma
singular contínua.

Você que contemplou o núcleo e que se tornou nele, tornou-se agora


a plataforma a partir da qual toda a vida surge. Pois aquilo que surge
da emissão do núcleo e se torna brilhante é o pensamento. E do
pensamento em que você se tornou de uma forma contínua e única,
alimentará e nutrirá e expandirá a consciência de toda a vida.

As minhas palavras são muito pobres, pois a vossa visão teria que ir
para além das fronteiras do espaço, do tempo e da medida, para além
das limitações da palavra falada, até chegar a uma compreensão
emocional. Mas posso assegurar-lhe, mestre, que à medida que você
evolui e expande o seu conhecimento – momento a momento, passo a
passo, de realização em realização – o panorama que vocês verão
tornar-se-á cada vez mais vasto e expansivo, até que a vossa emoção
abraçará tudo o que existe. Será então que sereis alegria. Isso é o
sétimo plano. Isso é Deus. É aí que todos eventualmente chegarão.

Estudante: Eu gostaria de saber porque é que as pessoas voltam


para este plano.

Ramtha: Há tantas razões quantas as entidades neste plano. A


maioria das entidades continuam a voltar a este plano porque viveram
muitas vidas aqui e isto lhes é familiar; sentem-se em casa aqui. São de
certo modo as suas raízes. Quando deixam isto, deixam para trás
muitas entidades com as quais teceram grandes ligações emocionais,
que podem ter surgido da culpa e do ódio, ou então do amor. De forma
que, quando deixam este plano, a sua ligação a este plano e a outras
entidades criou um laço emocional que os puxará de novo para aqui,
vida após vida.

Há também os aventureiros, que vão a muitos lugares para terem as


suas experiências e depois trazerem de volta a este plano essas
compreensões e experiências. Há também aqueles que já completaram
as experiências deste plano e que nunca mais voltarão aqui e irão para
outros lugares.

Estudante: Você disse que quando uma pessoa morre ela vai para
um certo lugar, ou céu, para retomar a sua terminologia, em função
das suas atitudes e que aí decidiria, se queria voltar aqui ou não.

Ramtha: Tem toda a razão.

Estudante: Como é que esta decisão é tomada? Quem a toma? Cada


indivíduo decide por si?

Ramtha: Ninguém está lá em cima, sentado sobre um trono,


governando cada entidade ou a encaminhá-la para escolher um plano
ou lugar de expressão em particular, independentemente da forma
como a entidade se expressou numa vida anterior.

Em resposta à sua pergunta deixe-me contar-lhe a história de uma


entidade que viveu neste plano há muitos séculos do vosso tempo. Ao
deixar este plano essa entidade tinha conhecido o poder e o
sofrimento, tinha-os compreendido. Tinha também expresso toda a
doçura e a ternura do amor. Dito de outra maneira, a sua inteligência
estava de acordo com o quinto plano ou céu. Ao deixar este plano
resolveu tomar aquilo a que se chama férias.

Ora, o quinto plano é um lugar onde as entidades manifestam


imediatamente os seus pensamentos, que são, de certo modo, a sua
voz. Aquilo que elas imaginam ou desejam manifesta-se no próprio
instante. Elas fazem a experiência da cor, da forma e da ilusão e de
todas as coisas da vida. Continuam a viver os seus sonhos por quanto
tempo o desejarem, até ao dia em que se perguntam se existe algo
mais. Efetivamente existe algo mais, dois outros céus. Para os
conhecerem, elas devem poder distinguir Deus em todas as coisas e ser
como Deus é. Apesar de terem exprimido humildemente o amor, ainda
lhes falta compreender a sua unidade com Deus, que é toda a vida.

À sua chegada ao plano do Paraíso aquele mestre começou a


perguntar-se se não existiria qualquer coisa mais, de forma que pediu
ajuda – e a ajuda está sempre disponível. Apareceu então diante dele
uma entidade absolutamente prodigiosa, cuja luz era como seda e cuja
roupa brilhava. O mestre em questão disse à entidade: “Eu estou
perturbado. Nada me falta neste Paraíso. Há no mar os peixes que eu
antes sonhava pescar. Tenho uma casa de sonho que dantes não
conseguia ter. Gozo as flores que nem sequer necessitam dos cuidados
de um jardineiro. Vivo num lugar absolutamente maravilhoso! Veja
estas roupas, nunca tive tão belas. Apesar disto tudo, estou
preocupado. Tenho muitos amigos, mas a mulher que amo não está ao
meu lado. Não é a única razão da minha preocupação. Eu pergunto:
onde está Deus? Vejo todas estas maravilhas que me pertencem. Mas
onde está Deus?”

A entidade respondeu-lhe com sabedoria: “Bendito sejas tu que te


deliciaste com todas as coisas que existem e que contudo te perguntas
se existirá algo mais, que te perguntas onde está o Pai que tão
ricamente te vestiu.”

“É isso mesmo que me preocupa tanto. Eu gostaria de agradecer a


Deus por me ter dado todas estas coisas extraordinárias. Apesar de eu
sempre ter tido um pouco de medo Dele, gostaria agora de Lhe prestar
homenagem, se isso for possível.”

A entidade disse: “Mestre, segue-me. Há um lugar onde eu gostaria


de levar-te.”

Num instante, eles estavam perto de uma lagoa, apesar de não se


terem deslocado. A sábia entidade disse: “Mestre, senta-te ao meu lado
e olha para dentro da água.”

O homem fê-lo e que viu ele? Vê diante de si a sua última expressão


neste plano, vê-se bebé, mamando da sua mãe...ela a mudar-lhe
delicadamente as fraldas, vê as suas pernas magras de rapazito, os
berlindes que perdeu...vê-se adolescente, levando uma rapariga de
algum modo relutante... vê a maturidade, o casamento e o amor
eterno, as crianças e as oportunidades, trabalhos, amigos e dinheiro.

Ele está espantado pois se está a ver a si próprio como nunca se


tinha visto antes. Ele tinha sido um homem bom nesta vida, que
acreditara que Deus existe. Ele fora um homem poderoso, e contudo
nunca tinha escravizado ninguém com o seu poder. Ele amara a sua
mulher e os seus filhos com sinceridade e não se poupava em dizê-lo.
De forma que se tinha tornado conhecido nessa vida como alguém que
ensinara, amara e se tinha tornado puro e humilde em espírito.

Agora que a sua vida se revela no lago e que ele contempla o que vê,
o mestre olha para a entidade e diz-lhe: “Fiz bem.”

A entidade respondeu-lhe: “Fizeste bem. Fizeste muito bem


verdadeiramente, exceto numa coisa: nunca te preocupaste em saber
quem era o teu Pai e sempre te separaste Dele e de toda a vida.

“Vejamos, por exemplo, a tua mulher. A maior parte do teu amor


por ela era dar-lhe as coisas que ela adorava. Nesse contexto agiste
muito bem, exceto numa coisa: nunca te amaste suficientemente de
forma a permitir-lhe amar-te apesar de todas as coisas que lhe davas.
Nunca apreciaste verdadeiramente quão magnífico tu realmente és, o
dador de todas aquelas coisas.

“Deixa agora sugerir-te algo, para te despreocupar: Volta. Foi lá que


te expressaste e foi lá que ganhaste. Desta vez ganharás a capacidade
de te amares a ti próprio, expressando o amor com todo o teu ser e
vendo Deus na beleza de todas as coisas.

“Se decidires voltar, deixa-me sugerir-te que escolhas com muito


cuidado quem tu vais ser, para que o papel que representes te dê a
oportunidade de te tornares o que és e de compreenderes aquilo que te
falta compreender.

“Vou deixar-te agora. Reflete naquilo em que acabei de te dizer.


Toma todo o tempo necessário. Quando tiveres feito a tua escolha, faz-
me saber a tua decisão e eu indicar-te-ei a melhor forma de proceder.”

O homem continuou por ali, um pouco cansado e pensativo. Tudo o


que ele não tinha antes tem agora; se voltar vai perdê-lo. Contudo ele
está perturbado, pois deseja encontrar o Deus que o abençoou com
este Paraíso. Então chama a entidade e diz-lhe: “Desejo ver a Deus.
Mas não tenho a certeza de saber como fazê-lo.”

A entidade diz-lhe: “Tudo o que terás que fazer, mestre, é decidir


quando te queres apresentar. Em qualquer tempo ou em qualquer
espaço será apropriado, pois aquilo que vais pôr em movimento
através dos teus desejos vai-te dar as experiências que precisas,
independentemente da tua escolha do tempo e do lugar. Mas se tens
um desejo especial de te tornar novamente parte da tua família, eu
sugerir-te-ia, e é somente uma sugestão, que fiques com eles. Pois foi
com eles que até agora conseguiste os melhores ensinamentos.”

O homem pensa nisto por um momento e depois diz: “Entidade, eu


ainda tenho outra pergunta a fazer-te. Como conhecerei eu a Deus
quando o vir?” A entidade responde-lhe: “Quando te conheceres a ti
próprio conhecerás a Deus.”

Isto aliviou muito o coração do homem. Pela primeira vez lhe


ocorreu a ideia de que Deus pode ser o mesmo que ele. Então diz à
entidade: “Eu desejo voltar e ver Deus. Desejo também ser novamente
parte da minha família.” A entidade diz-lhe: “Olha para o lago. O que
vês?” O homem olha para o lago e, imaginem, o filho pequeno que ele
deixara é agora um jovem que cortejou e namorou uma encantadora
rapariga.

A entidade diz: “Existe uma grande possibilidade mestre, para que


tu possas voltar através da geração do teu filho.”

“Através do meu filho? Vou ser o filho do meu filho? Eu, o pai, vou
ser o filho do meu filho e ele o meu pai?”

“Com certeza. Quando viveste noutra altura, ele era o teu pai e tu
eras o seu filho, pelo que como vês, estás somente a repetir a mesma
coisa.”

O homem pensa nisto, olha para a entidade e diz: “Mas eu amo a


minha mulher. Como vou eu ser o seu neto?”

“Desde a tua infância vais adorar a tua avó. Quando fores um


homem, já ela terá saído deste plano. Deste modo, o amor que sentiste
por ela terá florescido; será então o momento de começar a ver Deus
em toda a sua beleza.”

O homem pondera isto e diz: “Entidade que tanto me ajudaste,


quando tudo estiver pronto, eu desejo tornar-me o filho do meu filho.”

A entidade diz-lhe: “A semente vai manifestar-se em breve. Quando


a vires, torna-te parte do teu filho.”

“Como posso eu fazê-lo?” E olha à sua volta e, imaginem, para a sua


grande surpresa, a entidade desapareceu. Em vez disto ele está a ver o
seu filho, pois tornou-se parte da luz dele. Apesar de o filho não saber
que ele está ali, tem tido recentemente alguns pensamentos sobre o
seu pai. “Se o meu pai me pudesse ver agora”, pensa ele. E realmente o
pai está a vê-lo.

Chega então um momento em que o bebé está dentro da barriga da


sua mãe. O homem vai ser parte da formação desta criança, através
dos seus pensamentos e segundo aquilo que ele deseja para esta vida.
Pode tomar posse deste corpo no momento da conceção ou pode
esperar até um ano depois do nascimento para se tornar essa criança.

O homem está ansioso, pois está a reconhecer coisas que lhe são
familiares. Escolhe então rapidamente tornar-se a criança. Lança-se
então e, num instante, esqueceu-se de quem era. A primeira coisa que
sente é a tosse na sua garganta e alguém a limpar-lhe os olhos e a
envolvê-lo em panos.

A história que acabei de vos contar é verdadeira. A entidade de luz


não escolheu para este mestre a sua próxima expressão de vida.
Meramente o ajudou, ao levá-lo para o lugar, um lago encantado, onde
a sua alma se pôde ver tal como é, para que ele pudesse rever a sua
vida e determinar a partir daí, as experiências que necessitava.

Mesmo como um bebé nesta vida, esta entidade já sabia como amar.
O que ele tinha que conseguir era ver Deus em si próprio e então
tornar-se Deus. Assim o fez. O nome desse ser era Buda.

Vocês sempre escolheram. Vocês sempre têm o livre arbítrio.


Ninguém escolhe por vocês. Se o homem que vivia no Paraíso não
tivesse feito um esforço para se tornar mais e para ver Deus através da
beleza deste plano, ele ainda estaria no quinto céu e o vosso mundo
não teria sido abençoado pela sua grande luz e sabedoria.
CAPÍTULO SETE

MORTE OU ASCENSÃO

“A morte não é uma lei inelutável. É muito mais fácil deixar este mundo levando
consigo o corpo. Não se tem então que nascer para voltar para uma consciência que,
infelizmente, não aceita a memória anterior.”
— Ramtha

ESTUDANTE: Soube recentemente que vou ter um bebé. Gostava de


saber, primeiro que tudo, porque foi que este bebé decidiu vir ter
comigo. Como escolhemos os nossos pais?

Ramtha: Como é que alguém escolhe os seus pais de forma a ter um


veículo de expressão? Há muitas razões, muitas respostas. Mas todos
aqueles que saíram deste plano e querem voltar estão à espera de
entidades que concebam crianças. Aqueles que em vidas passadas
tiveram filhos, terão sempre padrões genéticos de vida – a que vocês
chamam pais – através dos quais podem voltar.

A maioria escolherá pais que lhes sejam familiares, entidades que


foram filhos ou pais deles noutras vidas. Contudo há entidades que
escolhem pais que não conhecem, somente porque lhes podem
oferecer um veículo para se expressar neste plano. Para alguns, não há
muitas vezes um veículo disponível quando querem voltar, e poderão
ter que esperar centenas de anos antes de encontrarem um corpo
disponível que considerem apropriado.

Ninguém é verdadeiramente pai ou mãe de outra pessoa. Todos são


filhos ou filhas do Princípio de Vida Mãe/Pai chamado Deus. Todos
que aqui estão são irmãos e irmãs uns dos outros. Os vossos filhos e os
vossos pais são verdadeiramente irmãos vossos e uma parte igual da
mente de Deus.

Cada entidade sabe antes de voltar aqui, que não está a voltar aqui
para ser a mulher mais bela ou a entidade rica ou o pobre miserável.
Volta aqui porque quer viver aqui e porque quer aprender
emocionalmente neste nível. Porque quer obter compreensões
emocionais que poderão preencher o seu ser. Este é o verdadeiro
tesouro das vossas experiências de vida, quer sejam aqui, quer em
outros planos ou dimensões. É a única coisa que continua com vocês
através da eternidade.

A entidade que a escolheu a si, mestre, era o seu bisavô. Está a voltar
através da linhagem que ele pôs em movimento há mais de um século.
O seu desejo de ter filhos permite-lhe voltar, pois agora tem um
veículo através do qual pode voltar. Essa entidade está na fila, por
assim dizer, para o fruto que você vai manifestar. Há muitas entidades
nesta audiência que têm entidades que as rodeiam no seu campo de
luz, que estão esperando em fila pelo ocorrer da conceção.

Estudante: Significa então que se for um rapaz é o meu bisavô?

Ramtha: Com certeza. Está de acordo?

Estudante: Sim, muito. Ramtha, tenho outra pergunta. Temos


sempre que nascer através do canal de nascimento para estar aqui?

Ramtha: Para lhe responder, mestre, quero que compreenda que


este é o plano da perceção tridimensional.

O plano onde o pensamento é visível na forma tridimensional


chamada matéria. Este plano é a densidade da matéria, porque o
pensamento se expandiu até uma frequência vibratória chamada luz,
cuja frequência vibratória foi então tornada mais lenta para se tornar
um electro4 e depois em matéria mais grosseira – este plano denso.

Para que tudo tenha a mesma densidade aqui, tudo tem que vibrar à
mesma frequência. Deste modo o seu corpo vibra à mesma frequência
que a cadeira em que está sentada. Este nível existe para si porque os
sentidos do seu corpo foram concebidos para percecionar as mais
baixas vibrações da luz, chamadas matéria.

Como vocês são em essência energia luminosa, vibrando a uma


frequência mais intensa do que a matéria, precisam de um corpo
material, sem o qual passariam através da matéria.

Então, o corpo é o que lhe permite experienciar e interagir com a


matéria deste plano e ter a perceção do mesmo, através da sua
densidade e dos seus órgãos sensoriais. Há duas formas de obter um
corpo: o nascimento e a ascensão. Para realizar a ascensão é preciso
manter completamente a sua integridade e também acordar todas as
capacidades do cérebro. Quando o cérebro funciona plenamente, pode,
sempre que quiser, ordenar que o seu corpo eleve a sua frequência
vibratória até à frequência da luz.

O mecanismo da ascensão implica que leve todo o seu ser a existir


como luz. A morte é uma forma segura de aí chegar. Contudo ela
implica a separação do corpo, a sua perda. Na ascensão, pelo
contrário, você leva-o consigo.

Aqueles que se elevaram a partir deste plano ganharam o domínio


último, o da morte. Aprenderam a fazer subir, graças ao poder do seu
pensamento, a frequência vibratória das suas células, de forma que
elas podem levar o corpo até à luz, escapando assim para sempre à
morte.

Estudante: Não estou certa de ter compreendido como é que a


ascensão permite voltar a este plano.

Ramtha: Mestre, quando alguém leva consigo o seu corpo, pode


subir e baixar quando quiser a sua frequência vibratória. Em
consequência, se decide voltar a viver nesta frequência, não terá
necessidade de encontrar um corpo. Não terá que renascer aqui, neste
plano do pensamento limitado, com o único objetivo de sofrer a
programação da consciência coletiva e de lutar pela expressão, de
forma a poder compreender de novo quem é realmente. Não terá
necessidade de aprender de novo que o corpo pode ser regenerado,
transformado na sua luz original. Não terá necessidade de aprender de
novo que a vida neste plano da matéria não é mais que uma ilusão e
um jogo.

Quando se dominou o mecanismo da ascensão, o corpo continua


para sempre e pode-se, à vontade, ir e voltar. Desta forma, cada vez
que se deseja reintegrar este plano, basta baixar as vibrações do corpo
até que elas estejam de acordo com a frequência deste plano.

Todos têm a capacidade de ascender, pois por detrás da carne


esconde-se o criador de todos os universos. Utilizando o pensamento
ilimitado, cada um pode provocar esta manifestação; é somente
necessário decidir sobre ela. Ao aprender a não julgar os seus
pensamentos, ao autorizar todos os pensamentos, você tem o poder e a
faculdade de se tornar em qualquer ideal que visionar. Depois poderá
realizar tudo, tornar-se no que quiser, através do pensamento. Poderá,
então, concentrar o pensamento no seu corpo e comandá-lo a vibrar
mais rápido. Todo o corpo começará a vibrar a uma velocidade maior.
À medida que isso ocorre, a temperatura do corpo aumentará e o
corpo começará a parecer luminoso. Á medida que o corpo continua a
vibrar mais rapidamente a matéria do corpo transformar-se-á em pura
luz e depois em puro pensamento. Então, aquilo que era visível deixará
de o ser.

Estudante: A ascensão parece algo difícil de conseguir, pois não se


houve falar de muitas pessoas que a tenham realizado.

Ramtha: É o contrário, mestre, a ascensão é algo extremamente


fácil. É mesmo mais fácil realizar a sua ascensão do que morrer. O que
é difícil é chegar ao estado de não julgar os seus pensamentos. O que é
verdadeiramente difícil de realizar é chegar a dominar a ilusão do
tempo, ter a paciência de o adquirir. Mas quando este domínio existe,
basta um pensamento para que a ascensão se torne realidade. Então,
mantém-se o corpo eternamente e pode-se viajar em qualquer plano,
em qualquer momento.
Estudante: E já não morremos mais?

Ramtha: Não, nunca mais. Como poderia morrer se já transcendeu


a morte?

A morte é uma grande ilusão. Como toda a gente neste plano pensa
que ela é inelutável ela tornou-se uma realidade. A única realidade,
entidade, é a vida, tudo o resto é uma ilusão. As ilusões são
pensamentos...que são jogos...e que se tornam realidades.

A morte não é uma lei inelutável. É muito mais fácil deixar este
mundo levando consigo o corpo. Não se tem então que nascer para
voltar para uma consciência que, infelizmente, não aceita a memória
anterior.

Estudante: A morte então não é necessária?

Ramtha: Não, ninguém é obrigado a morrer. Só se morre se se crê


que se vai morrer. O corpo em si não está destinado à morte. Os
Deuses que o conceberam não o fabricaram com a ideia de o tornar
efémero. Conceberam-no para que ele dure até ao esgotamento das
suas glândulas, não dos seus órgãos. Graças às hormonas segregadas
constantemente pelas glândulas, ele pode manter-se durante milhares
de anos sem envelhecer. Foi desta maneira que as células foram
programadas. Ainda não há muito tempo as entidades deste plano
viviam durante milhares de anos. O que faz diminuir a força vital e
incita o corpo a morrer são as atitudes das entidades.

O seu corpo reage em função das instruções que você lhe dá. A sua
alma, que tem a sua sede muito perto do coração, governa todo o
corpo segundo as emoções que são sentidas. É ela que fornece ao
corpo as hormonas que ele precisa. A alma não exerce esta função por
si mesma mas sim de acordo com as suas atitudes e os seus
pensamentos. Por causa destes, as hormonas de vida deixam de ser
produzidas depois da puberdade. São depois substituídas pelas
hormonas da morte, de forma que o corpo começa a declinar,
envelhece e por fim morre. As hormonas da morte tornam-se ativas
através dos sentimentos de culpa ou de auto condenação e pelo medo
da morte. Neste mundo, a beleza está totalmente associada à
juventude dos traços físicos e não à juventude do espírito. O homem
chama a si a morte ao assinar os contratos de seguro para o seu
enterro. Ele assina contratos de seguro para proteger o seu dinheiro
em caso de doença. Faz todo o tipo de coisas que aceleram o seu
envelhecimento e a morte do seu corpo, pois tem totalmente a certeza
de que elas ocorrerão.

O corpo é somente um servo, um instrumento do pensamento. É


uma criação muito bela, um instrumento muito refinado, mas não foi
criado com um espírito independente. Ele foi criado unicamente para
a servir e manter-se-á em vida enquanto lhe der os meios. Se aceitar os
pensamentos de envelhecimento, na ideia que ele morrerá, ou se não
lhe der amor, felicidade e alegria, ele encaminhar-se-á para a
decrepitude e para a morte.

Neste mesmo instante, mestre, você pode abolir o tempo e viver


para sempre no presente, basta decidi-lo. O tempo é uma ilusão.
Houve alguém que já o viu? A impostura reina neste mundo, pois os
homens recusam crer no invisível, ao mesmo tempo que estão em
completa adoração diante do tempo e da servidão que ele pressupõe.

Você tem em si o poder, aí onde você está, de inverter o mecanismo


do envelhecimento, de reencontrar a juventude e de viver por tempos
infinitos, basta mudar as suas atitudes. Diga-se a si mesma: “O meu
corpo vai viver para sempre. Assim seja.” Tire da sua vida tudo a que
reconhece o carácter mortal do seu corpo e ele nunca terá fim. Tire do
seu vocabulário a palavra ‘velho’, em seu lugar ponha a expressão ‘para
sempre’. Deixe de festejar o seu aniversário, pois ao festejá-lo dá
credibilidade ao mecanismo do envelhecimento. Se gosta de
reconhecer o facto do seu nascimento, porque não? Mas neste caso
conte os anos ao contrário. Quando não se espera a morte, não se
conhece a morte.

Viva sempre no presente. Não reconheça o futuro, conheça


unicamente o instante do agora. Este agora pode durar eternamente,
basta permiti-lo. Não veja a sua vida como algo de duração limitada,
pois ela não tem fim. Pense no seu corpo como algo que dura para
sempre. E isto tornar-se-á realidade. As coisas são tão simples quanto
isso.

Ame-se a si própria, mestre. Bendiga o seu corpo. Fale com a sua


alma, o Senhor do seu Ser, e ordene-lhe que crie as enzimas da
juventude. Ele fá-lo-á. Reconheça que o seu corpo pode viver para
sempre. Como fará ele para viver para sempre? Basta que você lhe
ensine.

Não se pode atingir a imortalidade senão através da eliminação do


conceito da morte. Esta paródia chamada morte pode ser abandonada
por toda a humanidade, basta que ela deixe de viver no futuro ou no
passado e viva na continuidade do agora, que a esperança de vida
suplante a perspetiva da morte. A morte será realmente abolida nos
anos vindouros.

O tempo desaparecerá e as condições da imortalidade tornar-se-ão


uma realidade viva para cada um. A morte não será mais que uma
‘não-coisa’, uma coisa desprovida de vida.

Estudante: Tenho uma última pergunta a fazer-lhe acerca da


ascensão. A ressurreição de Jesus corresponde àquilo a que se chama
Ascensão?

Ramtha: Foi através da ressurreição que Jeshua ben Joseph


ascendeu. É o que eu próprio fiz. É o que o Buda fez. E Osíris, Omeka,
Yukad, Rackabia. E houve milhares de outros, dos quais vocês nunca
ouviram falar.

Estudante: Prevê que muitos de nós façam a ascensão nesta vida?

Ramtha: Não, só um pequeno número entre vocês ascenderão nesta


vida, pois muito poucos vão verdadeiramente compreender e avaliar
aquilo que aqui é ensinado. A maior parte vão morrer, pois aceitam a
idade e a deterioração física, pois só cuidam desta mecânica
maravilhosa para preservar a sua bela aparência. Deste modo
envelhecerão, o seu corpo degradar-se-á e depois morrerá. O espírito e
a alma libertar-se-ão da sua associação com o corpo. Mas para voltar a
este plano da matéria compacta precisarão de um veículo, é isto o
renascer dos mestres.

A maior parte das pessoas morrerão. Mas isso não significa que
acabarão. Significa unicamente que a máscara, que é o corpo, foi
retirada e que precisarão de encontrar um outro. Se escolherem voltar
a este plano, voltarão dotadas de uma consciência que facilite a sua
ascensão, e não tardarão a compreender e a admitir essa realidade.

Estudante: Há qualquer coisa que eu possa fazer ou tomar que


possa ajudar o meu bebé?

Ramtha: A única coisa que pode fazer em relação ao seu corpo,


mestre, é deixar de se inquietar com a sua aparência. Reconheça que
ele é sempre bonito e o seu bebé sentirá o mesmo. A sua grande
barriga não a impede de todo de ter uma alma alegre. Aprendeu
alguma coisa?

Estudante: Sim muito, obrigada.

Ramtha: Além disso, mestre, durante os anos onde vai criar o seu
irmão, não lhe diga que a vida será mais suave quando ele crescer. Isso
seria muito limitativo. Faça de maneira a que ele conceba que cada
instante da sua vida é importante. Deixe a esta criança o tempo de
crescer, de continuar criança por tanto tempo quanto ela o desejar.
Desta forma, você será uma bênção maravilhosa para um dos seus
amados irmãos e você participará na sua alegria de estar neste plano.
Assim seja.
CAPÍTULO OITO

CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO

“Deus Pai é o pensamento compulsivo, capaz de se contemplar, é o que se chama vida,


sempre em movimento, que não pode parar, tal como os vossos pensamentos também
não podem. Para que o pensamento ou a vida, se desenvolvam para sempre, eles têm
que ter uma razão para continuar. Vocês são essa razão. Cada um de vocês tornou-se
uma parte da mente de Deus, de forma que, através de vocês, a vida se continua a
expandir para sempre – o que realmente não se pode medir em tempo – pois para
sempre existe neste momento. É a continuidade e a eternidade do Agora.”
— Ramtha

QUEM PÔS AS LUZES NO FIRMAMENTO? Quem concebeu a beleza das flores


e o magnífico das árvores? Quem criou o mistério e a maravilha a que
se chama homem? Não foi Deus, a totalidade da vida. Foram vocês, os
Deuses - os filhos maravilhosos de um pai que a tudo ama - que
criaram tudo o que existe, tudo. O Pai é a substância, a massa de
pensamento da qual todas as coisas vêm. Mas vocês, que possuem a
capacidade de pensar e de sentir e têm a essência divina do livre
arbítrio, são os supremos criadores da vida.

Deus é, verdadeiramente, a totalidade do pensamento – a fonte de


tudo o que é, mas vocês são aqueles que tomaram do pensamento que
o Pai é e criaram todo o esplendor e beleza das formas criadas. Através
do vosso poder criativo e da vossa soberania divina, vocês têm a
capacidade de aceitar, de manter e de contemplar o pensamento; foi
através dessa inteligência que vocês modelaram tudo o que existe.

Ponderem por um momento uma fantasia. Pensem numa fantasia


que seja excitante, entusiasmante, viva para o vosso ser. Agora sintam
toda a emoção dessa fantasia. Foi dessa maneira que o vosso universo
foi criado. Foi dessa maneira que o homem foi criado. Foi dessa
maneira que tudo foi criado.

Amados mestres, vocês são com certeza os criadores de toda a vida.


Foram vocês que criaram as luminárias que veem nos vossos céus.
Foram vocês que criaram as realidades de cor, forma, textura e odor.
São verdadeiramente criaturas magníficas de um Pai magnífico que é
verdadeiramente tudo o que existe. Vocês não são os bastardos do
universo, são os seus criadores! Vocês são a suprema inteligência de
Deus expressando-se através da vossa própria criação, o ser humano.
Toda a vida está na expectativa da vossa presença, do vosso
pensamento e da vossa sensibilidade. Vocês, estimados irmãos, são
criaturas eminentes, de estatura divina, que têm latente em si a
inteligência e o poder para criar todas as coisas, e no entanto vocês
não se apercebem disso. Vocês são mais do que criaturas de carne. São
criaturas imponentes que se exprimem através da forma, de maneira a
dar continuidade às habilidades criadoras que estão dentro de vós.

Sem os vossos mecanismos do pensamento criador, sem a vossa


magnífica inteligência, sem a profunda emoção que vive nas vossas
almas – sem todos esses elementos invisíveis – vocês não seriam nada,
uma não-coisa. E sem as vossas capacidades de criar, a vida não
existiria, pois sem elas o pensamento não se poderia propagar a si
próprio para se tornar nos valores da vida ou da eternidade que ainda
está por ser vivida.

Sem o vosso valor criador nada seria reconhecido por aquilo que é.
Para que serviria a vida ou a beleza das flores se não houvesse
ninguém para apreciar a sua beleza? Sem vocês elas não teriam
nenhum sentido.

Sem vocês este planeta que é vosso seria ainda uma massa informe
nadando nas sementes da criatividade. Sem vocês as estações nunca
teriam existido, as flores nunca teriam florescido, o sol nunca se
levantaria, os ventos nunca soprariam. Pois vocês criaram este reino
segundo os vossos propósitos e objetivos e todas as coisas nasceram de
bom grado a fim de glorificar o Deus que está em vós.
Quem teria concebido este magnífico lugar para vocês habitarem?
Só vocês o fizeram. Não são vocês criaturas de inteligência suprema?
São-no realmente, e não foi através da evolução, vocês sempre o
foram.

Estou agora aqui para vos ensinar a tornarem-se ilimitados,


realmente, mas primeiro, vou ensinar-lhes sobre todo o vosso mérito e
valor. Para saberem que são divinos e para compreenderem a
inteligência suprema e o poder extraordinário que vocês possuem, é
importante que compreendam qual é a vossa herança. É importante
que compreendam como se tornaram, no vosso começo, chispas de luz
de extraordinário poder e como, através da evolução, se tornaram o
enigma chamado homem. Vou por isso começar a explicá-lo.

No vosso Livro dos Livros está escrito: “No começo era o Verbo e
tudo estava nele.” Muito impróprio. A palavra não era nada sem o
pensamento, pois o pensamento é a base e o criador de tudo o que
existe.

No princípio – segundo a vossa terminologia – tudo era a infinidade


do pensamento. A essa infinidade do pensamento eu chamarei Deus, o
Pai. Aquilo a que vocês chamam Deus é, numa compreensão ilimitada,
pensamento, a causa principal e a base de toda a vida. Tudo o que
existe, que foi e que será, deriva do pensamento, a inteligência que é a
mente de Deus.

Portanto, no princípio, havia o espaço infinito do pensamento. Deus


teria sempre continuado a ser pensamento sem forma se não se tivesse
contemplado a si próprio, se não tivesse infletido o pensamento que
era e o tivesse voltado sobre si próprio. Quando o Pai contemplou o
pensamento que era, expandiu-se e tornou-se uma forma única de si
próprio. Pois cada vez que um pensamento é contemplado, o ato de
raciocinar expande o pensamento. O pensamento torna-se mais,
torna-se maior. De forma que o Pai que até então não tinha expandido
o seu ser, se contemplou em algo maior.

O que é que fez nascer no Pai o desejo de se compreender numa


existência maior? Amor. Pois a própria essência, a razão de ser do
pensamento contemplado, é o amor. Foi o amor de Deus por si próprio
que lhe deu o desejo de se contemplar nessa forma maior e única de si
próprio.

Todos vocês nasceram desse movimento de amor, pois quando Deus


se abraçou e se amou a si próprio tornando-se maior, todos vocês se
tornaram naquilo que Deus se tinha expandido. Nesse momento
maravilhoso, cada um de vós, tornou-se uma parte ilustre do primeiro
pensamento que foi contemplado e expandido.

Ao ser a primeira unidade criada de Deus Pai, cada um de vocês


tornou-se um Deus de Deus, um filho do Pai, uma parte da inteligência
divina chamada a mente de Deus. Vocês, os Deuses, são a única
criação direta de Deus, a única réplica perfeita do que o Pai é, pois
vocês são o Pai na sua forma expandida de si próprio. Tudo o que o Pai
é, ele é-o infinitamente no conjunto dos seus filhos amados.

Deus Pai é o pensamento compulsivo, capaz de se contemplar, é o


que se chama vida, sempre em movimento, que não pode parar, tal
como os vossos pensamentos também não podem. Para que o
pensamento ou a vida, se desenvolvam para sempre, eles têm que ter
uma razão para continuar. Vocês são essa razão. Cada um de vocês
tornou-se uma parte da mente de Deus, de forma que, através de
vocês, a vida se continua a expandir para sempre – o que realmente
não se pode medir em tempo – pois para sempre existe neste
momento. É a continuidade e a eternidade do Agora.

Para se poder perpetuar, o Pai deu a cada um de vós a única coisa


que é e que sempre será: a totalidade do pensamento, que é a
totalidade de Deus. A cada um de vocês foi dado pelo Pai e para o Pai
tudo o que são: uma inteligência divina e uma vontade criadora e
soberana. Através dessa inteligência e livre arbítrio vocês receberam o
poder de tomar do pensamento que o Pai é e de se expandirem de
acordo com os vossos próprios processos de pensamento
contemplativo.

Deus, a mente divina, continua a expandir-se a si próprio e torna-se


mais através de cada um de vocês. Em tudo aquilo que vocês se
transformam na vossa expansão, o Pai transforma-se de bom grado. E
aquilo que o Pai chegou a ser – através da expansão de todos os seus
filhos amados – vocês podem tornar-se isso, pois cada um dos filhos
está sempre preparado para receber o que o Pai é. Assim, graças aos
vossos pensamentos contemplados, podem sempre ser o que Deus é:
um reino extraordinariamente belo, contínuo em expansão.

No vosso princípio, quando o pensamento se contemplou a si


próprio, ele tornou-se o princípio do pensamento chamado luz. A luz
foi criada primeiro porque cada vez que o pensamento é contemplado
e expandido a sua frequência vibratória baixa emitindo luz. A luz é
então a primeira forma de pensamento contemplado e expandido a ser
baixada. A vossa herança remonta ao nascimento da luz, pois cada
partícula de luz nascida do primeiro pensamento contemplado tornou-
se um indivíduo, um Deus, um filho. Deste modo, todos se tornaram o
que se chama seres de luz no momento em que a criação nasceu.

Todos nasceram naquele mesmo instante. Todas as entidades que


até agora existiram ou que virão foram criadas pelo pensamento
tornado luz no momento em que Deus se contemplou. A luz que
emanava do espaço do pensamento tornou-se adjacente e parte da
mente de Deus, o fluxo de todo o pensamento a que se chama o rio do
pensamento.

A luz em que cada um se tornou era e é a inteligência que vocês são,


é Deus na sua forma expandida como luz. Essa luz divina, o vosso
corpo inicial e permanente, é o Espírito do vosso ser ou aquilo a que eu
chamo o Deus do vosso ser, pois o vosso Espírito é Deus, a mente de
Deus numa forma individualizada. Até agora vocês ainda possuem o
Espírito original, o Ser-Deus original, o corpo de luz original em que
vocês se tornaram gloriosamente no instante em que o Pensamento, o
vosso Pai amado, se contemplou e se expandiu em luz.

No vosso começo, quando o pensamento, ou Deus, atravessou o


espírito do vosso ser, produziu-se uma emoção, mas ela foi fugaz.
Então a vossa alma foi criada através da vossa força criadora, de forma
a capturar o rio do amor distribuído a partir de Deus, o Pai. Foi criada
com o propósito de cativar o pensamento desde o fluxo contínuo do rio
de pensamento e imobilizá-lo – que é chamado memória – na forma
da emoção.

A vossa alma, que está situada dentro do vosso Espírito, é aquilo que
lhes tem permitido ser um princípio criador. Para se poder criar é
necessário ter a habilidade de manter na mente a imagem do
pensamento clara e firme em memória. Ao fazê-lo, poderão
contemplar o pensamento e expandi-lo de forma a dar-lhe os valores
criativos a que se chama realidade.

Por exemplo, para criar uma flor nova e única é preciso ter o
pensamento do nascer de uma flor. O pensamento de uma flor é tirado
do fluxo do pensamento contínuo, com que o Espírito ou a luz do
vosso ser é uno. Depois, o pensamento é guardado com exatidão na
alma como uma imagem na forma de emoção. Graças ao desejo vocês
poderão, a partir de então, lembrar-se da imagem do pensamento
‘flor’, contemplá-lo e expandi-lo, dando-lhe a forma, a cor e o tamanho
que desejarem. Poderão a partir daí criar uma flor única, quando o
quiserem. Mantendo o pensamento perfeitamente fixo na memória
poderão pintar a sua imagem perfeitamente.

Sem a vossa alma, vocês não poderiam expandir o Pai através das
formas criadas, pois vocês não poderiam imobilizar o pensamento de
forma a contemplá-lo e expandi-lo na criação. Aquilo a que vocês
chamam criação é realmente o valor da vida que sempre existiu. Não
há um princípio da criação nem certamente haverá um fim. E os
criadores da substância do pensamento são todos vocês, as entidades
de luz, os Deuses. Tudo foi criado pelos filhos a partir do pensamento
que o Pai é, e tudo aquilo que os filhos criam se torna o ser em
expansão do Pai.

Tudo o que veem à vossa volta é chamado de matéria. O Pai é a


matéria, pois tudo é Deus. Mas os criadores da matéria são vocês, os
Deuses, vocês são grandes artesãos. Na verdade, desde o vosso
princípio, vocês foram dotados de uma inteligência capaz de
concretizar na matéria quaisquer ideais que vocês possam imaginar
através do pensamento.
Tudo provém do pensamento – tudo – qualquer objeto material só
se tornou real por causa de um pensamento ideal que foi abraçado
pela emoção. Antes do que quer que tenha sido criado, o pensamento
dessa coisa foi encarado pela alma como um ideal. Todas as coisas da
matéria têm na origem um ideal de pensamento imaginado pelos
Deuses e manifestado por eles com a matéria que o Pai é.

Toda a matéria está envolvida por luz. Os vossos cientistas começam


a suspeitar – e eles estão corretos nas suas suspeitas – que se
baixarem e diminuírem a frequência vibratória da luz, ela torna-se
matéria grosseira.

Cada vez que um pensamento é abraçado pela emoção, ele expande-


se até à frequência vibratória da luz. Se se abrandar o movimento das
partículas de luz e as condensarem, cria-se o electro, um campo
eletromagnético com polos positivo e negativo, ao que vocês chamam
eletricidade. E se se abrandar e condensar o pensamento ainda mais,
além dos campos eletromagnéticos, o electro coagula-se em matéria
grosseira. A matéria grosseira coagula-se então em estruturas
moleculares e celulares chamadas forma. Essa forma deve a sua coesão
ao pensamento que a alma imaginou como um ideal de criação.

Todas as coisas são criadas por aquilo que não tem velocidade –
pensamento – e expandindo-o naquilo que tem – luz – e depois
abrandando a luz até que se cria isto e aquilo e tudo aquilo que está à
vossa volta.

Amados mestres, foram vocês que criaram com os vossos processos


de pensamento a beleza e o esplendor de tudo o que é. Foram vocês
que criaram todas as coisas – desde o pensamento, até à luz, ao
electro, à matéria, à forma – simplesmente pelo pensamento e pelo
sentimento, lhes deram vida; pois vocês que eram o pensamento que
tinha descido até à luz, contemplaram a luz em que se tinham tornado
e amaram a luz que eram, ao fazê-lo a luz baixou-se mais ainda e
tornou-se electro. Ao contemplar o electro em que Deus se havia
tornado pelos vossos mecanismos de pensamento, o electro baixou e
tornou-se matéria grosseira, ou pensamento coagulado, a forma de
pensamento mais baixa, contudo uma outra dimensão do Pai em si
próprio.

Então o vosso primeiro movimento foi o reconhecimento daquilo a


que se chama a ciência do pensamento na matéria. E essa ciência
nunca lhes foi ensinada, ela foi simplesmente entendida, pois era um
processo da vida no qual vocês estavam envolvidos. Foi desta ciência,
desta inteligência, que nasceram as formas criadas.

No começo das formas criadas, os Deuses contemplaram-se a si


próprios, as luzes que eles eram, e criaram o ideal de luz em matéria,
ao criar aquilo a que se chama sóis, em número incalculável. Houve
um trilião de biliões. Todos os sóis constituíram-se como resultado da
concentração ou fusão de gases, eles próprios resultado do abaixar do
electro. E a partir dos grandes sóis, as chispas centrais da vida, foram
criadas esferas em rotação, os planetas, e foram postos em órbita. Foi
nestas esferas que os Deuses começaram a moldar, e vocês demoraram
éons para aprenderem estética.

Quem criou esse universo e todos os universos que rodeiam um ciclo


ainda maior do que o sol? Vocês na verdade. Vocês simplesmente o
conceberam. Cada coisa que vocês criaram através do pensamento
contemplado expandiu a vossa experiência, o que permitiu que os
sentimentos, o verdadeiro tesouro do pensamento, ocorressem no
interior da vossa alma. E foi através dos pensamentos que este plano
da matéria foi criado.

Vocês são certamente de natureza divina, pois são estas chispas


originais de luz. Vocês, os criadores, criaram através do Pai que está
em vós e pela vossa vontade soberana, tudo o que existe – tudo. Não
foi Deus que criou os universos, Deus é os universos. Foram vocês que
os criaram pelos vossos processos de pensamento, ao senti-los nas
vossas almas.

A maioria de vocês fazia parte dos Deuses que chegaram a este lugar
chamado Terra há muito, muito tempo, e que criaram e
desenvolveram toda a vida aqui existente. Durante milhões de anos,
segundo a vossa conceção do tempo, vocês tomaram do pensamento
que o Pai é, e, graças à vossa suprema inteligência e ao vosso poder
criador, vocês conceberam todos estes ideais de criação.

Vocês, as entidades de luz, conceberam neste mundo organismos


vivos através de bactérias provenientes da reação do gás com a água.
Foi este o barro que vos serviu para criarem os diferentes valores da
vida. E no princípio, as vossas criações eram somente um amontoado
de matéria, expressando-se como uma espécie de pequenas bolas de
qualquer coisa. A vossa criatividade era muito simples, pois vocês
estavam a começar a compreender a realidade da matéria e como criar
a partir dela. Mas, através dos éons do tempo, vocês criaram as plantas
e os animais e qualquer outra criatura que vive neste plano.

Graças à emoção criadora, vocês conceberam certas criaturas, certas


formas de vida dotadas de mobilidade e de capacidade de expressão.
Um grupo de vocês criou a primeira flor. Passara a haver cores e
perfumes e, mais tarde, tipos diferentes de flores.

Compreendam que as vossas criações não foram de todo


trabalhosas, pois como entidades de luz, vocês ainda não tinham corpo
físico. Quando queriam criar algo vocês simplesmente se tornavam
nisso. De forma a darem substância à matéria – para lhe darem
personalidade, para lhe darem inteligência e os traços específicos que
queriam – tornavam-se parte de tudo o que criavam. Desde que um
tipo de criação tivesse tomado vida, estivesse dotado de toda a
inteligência do seu criador, vocês retiravam-se dela, procurando
sempre criações ainda maiores.

Tudo aquilo que criaram aqui não seria tão belo nem tão sublime,
nem teria razão de ser, senão tivesse o sopro de vida do seu criador
contido em si. Foram vocês que insuflaram nas vossas criações a
inteligência ou padrões de memória genética, chamada instinto. Foi
isso que deu às vossas criações um propósito para existirem e os meios
– através dos processos de reprodução e da partilha dos genes – para
que novas espécies pudessem evoluir. No entanto as novas espécies
continuariam a transportar a inteligência do instinto, o sopro da vida,
dos grandes Deuses criadores, que puseram em andamento os padrões
da evolução. É por isso que todas as criaturas vivas contêm a essência
divina que é a chispa da vida que partiu de vocês, os Deuses, os seus
criadores.

Só depois de terem estabelecido uma cadeia alimentar é que os


Deuses decidiram criar um veículo de matéria através do qual
pudessem experienciar as suas criações e pudessem continuar a
exprimir a sua criatividade. Por isso, criaram a corporificação
chamada homem.

O pensamento é uma frequência penetrante, uma essência que


atravessa a matéria. Desta forma, os Deuses que eram pensamento sob
a forma de luz, podiam tornar-se a flor mas não cheirar o seu perfume,
nem nunca conhecer a sua essência. Eles eram semelhantes ao vento
que, apesar de soprar nos ramos, não pode sentir nem abraçar a
árvore. Eles atravessavam a pedra mas não a podiam sentir, porque o
pensamento não é afetado pela matéria de que é feita a pedra, pois
falta-lhe a sensibilidade de sentir a essência de uma vibração mais
baixa.

Com vista a poderem cheirar o perfume duma flor, a tocar uma flor,
para conhecer a sua beleza, experimentar o seu brilho, os Deuses
tiveram que criar um veículo material que vibrasse à mesma
frequência que a flor estivesse a vibrar. Foi por essa razão que os
Deuses criaram o corpo chamado homem, depois de terem criado
todas as outras coisas, a fim de poderem experienciar as suas criações
e de forma a poderem exprimir todo o seu poder criador através da
matéria grosseira – ou aquilo que se chama massa sólida – o
pensamento levado à sua forma mais baixa.

O homem nasceu dum ideal de pensamento, de forma a servir de


veículo de exploração para os Deuses. Era o corpo perfeito para um
Deus, pois podia ao mesmo tempo conter a alma e estar impregnado
do Espírito do Deus. Graças a ele os Deuses tornaram-se capazes de
tocar a flor e sentir a sua essência, e essa experiência podia ser
guardada para sempre nas suas almas como sentimentos, o tesouro
dos seus afazeres. Agora, eles podiam verdadeiramente olhar uma
árvore, contemplá-la, saborear o seu cheiro e tocar a sua beleza. Agora
os Deuses podiam ver-se uns aos outros, tocar, abraçar e falar uns com
os outros. Eles podiam agora nutrir-se e observar-se uns aos outros e
aprender dos outros. A partir de então, os Deuses, como homem,
podiam jogar à aventura completamente nova da matéria, com o
objetivo de ganharem a essência invisível chamada sentimento.

Deste modo, os Deuses, seres de luz, sem a densidade da matéria


criaram a densidade apropriada ao seu ideal. A densidade do seu
corpo permitia-lhes exprimirem-se numa outra realidade, a do
pensamento manifestado na forma chamada matéria. Ao fazerem-no,
eles tornavam-se Deus – o pensamento divino – manifestado na
inteligência da massa celular chamada homem. Eles tornaram-se
Deus/homem, homem/Deus: Deus expressando-se através da
maravilhosa forma humana, o homem expressando Deus em si, de
forma a continuar para sempre a expansão do Pai.

Os primeiros homens nasceram ao fim de muitas experiências feitas


por um grupo de Deuses. Ao princípio, eram somente criaturas de sexo
masculino, e nem sequer foram criados com órgãos sexuais. Os seus
órgãos sexuais estavam dentro deles, de forma a eles se poderem
reproduzir através do processo chamado clonagem. Deste modo todos
os corpos eram semelhantes quando no início foram criados. Eram
criaturas bastante humildes, que vocês agora considerariam grotescas.
Mas para os Deuses, naqueles tempos, esses corpos eram muito
bonitos. Infelizmente não eram muito ágeis, pelo que eram
continuamente comidos pelos animais. Então os Deuses continuaram
a experimentar e a testar e a modificá-los, durante um longo período
de tempo, até acharem que esses corpos eram dignos de serem
completamente possuídos. Quando o corpo se tinha aperfeiçoado,
muitos dos Deuses, com grande alegria, tomaram posse desses corpos,
a fim de explorarem a vida como uma nova aventura.

Os corpos que os Deuses habitaram foram desenhados para conter


uma estrutura energética que permitisse aos seres de luz melhorar o
corpo continuamente, de forma a poderem viver e coexistir num
ambiente perigoso. O corpo foi formulado para que a memória de cada
pensamento que o Deus sentisse como emoção fosse impressa em cada
célula e assim transmitida através do processo de clonagem.

Quando muito mais tarde o interior do homem ou da mulher foi


criado a partir de uma forma mais aperfeiçoada do ser humano, isso
permitiu, através do desenvolvimento genético, uma individualidade e
um maior refinamento do corpo. O homem transportaria na sua
semente os padrões de conhecimento que ganhara até esse momento e
a mulher transportá-los-ia no seu ovo. Através do ato da copulação, os
padrões genéticos dos dois juntar-se-iam para criar uma entidade
ainda mais grandiosa com base naquilo que os seus pais tinham
aprendido e realizado. Contudo, eles estavam somente a criar um
corpo melhor através deste processo, não um Espírito melhor.

À medida que o entendimento dos Deuses vivendo como homem


começou a crescer – à medida das suas necessidades de sobrevivência
– o corpo foi sendo continuamente aperfeiçoado a partir da sua forma
primordial, ou daquilo que vocês chamam a evolução, um processo
que tem durado mais de dez e meio milhões de anos segundo a vossa
contagem do tempo. Foi esse o tempo que vos levou para se tornarem
o que são neste momento.

O vosso corpo é jovem. O homem, na sua maneira de andar ereto,


tem somente dez e meio milhões de anos. Mas vocês, os seres de luz,
sempre existiram, porque como é que se pode determinar em termos
de tempo o princípio do pensamento contemplado, quando nem
sequer havia algo a que se pudesse chamar tempo. Pelo que vocês são
muito antigos. E há biliões de anos segundo a vossa forma de medir o
tempo, vocês criaram no electro. Ao abaixar o electro para a matéria
grosseira, tornou-se uma aventura nova e diferente. Desta forma
através de biliões de anos de conceção e exploração, o homem tornou-
se uma criatura viva e que respira, formada de pensamento coagulado
e matéria densa.

Vocês criaram tudo o que existe neste plano. É por isso que esta
realidade não estaria aqui se não fossem vocês. Vocês amam os
animais, pois foi através de vocês que eles receberam o sopro da vida,
vocês foram os seus criadores. Vocês amam as flores porque elas têm
em si os vossos padrões de beleza. Toda a vida os tem e tudo isso
devido a vocês.

Quem são vocês? Vocês são os grandes Deuses de luz, os grandes


criadores de toda a vida. Vocês são o pensamento grandioso, infinito,
que foi ampliado e que desceu para entrar na matéria criativa. Vocês
são Deus, o pensamento eterno, experienciando-se através da forma
chamada humanidade. Vocês são Deus manifestado como homem,
para continuar para sempre a expansão do pensamento.

Estudante: Sinto-me numa situação de ter que decidir se vou


continuar a aprender aquilo que ensina ou não. Tudo o que você diz
agrada-me, mas tenho algumas dúvidas sobre se tudo o que diz é
verdade. Há algo que pode fazer ou dizer que me convença que aquilo
que diz é verdade?

Ramtha: Não. Mas eu pergunto-lhe o seguinte: diga-me o que não é


verdade.

Estudante: O que não é verdade? Pois por exemplo eu ouvi


recentemente uma gravação de um discurso seu em que fez uma bela
descrição de como a criação começou. Era muito agradável e
detalhada, especialmente em relação a outras versões que já ouvi. Eu
gostaria de acreditar que aquilo que disse foi exatamente como as
coisas se passaram. Mas não estou certa que o que disse é verdade.

Ramtha: Então como é que foi?

Estudante: Não tenho uma explicação. Busco somente uma melhor


compreensão.

Ramtha: Você ouviu muitas explicações sobre como a criação


ocorreu. Qual delas escolhe?

Estudante: Eu só ouvi duas ou três. A sua é a que mais me agrada.

Ramtha: Porquê?

Estudante: Porque é a mais detalhada.

Ramtha: Como é que ela pode ser tão detalhada? Como é que
alguém tem conhecimento das coisas que diz?
Estudante: Através da experiência.

Ramtha: Sim, com certeza. Esta foi a minha experiência de como as


coisas se passaram e como são. É assim que eu as recordo.

Estudante: Mas pode compreender as minhas dúvidas?

Ramtha: Com certeza, pois você não se permite a si própria


lembrar-se. Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte: Escute de novo o que
eu disse, enquanto as outras versões falharam totalmente nas suas
explicações, na minha versão nada falta e tudo é coerente.

Convencê-la? Eu nunca farei isso. Nunca a convenceria. Só você


pode permitir que isso suceda.

Estudante: Posso clarificar mais algumas questões?

Ramtha: Com certeza.

Estudante: Você disse que o Pai se expande através de nós. Significa


isso que a mente divina está realmente crescendo através de nós,
através das nossas criações?

Ramtha: Com certeza, pois o Pai, no vosso princípio, era o Vazio


sem forma, espaço sem luz. Sempre teria continuado a sê-lo se não se
tivesse contemplado a si próprio e abraçado o pensamento que era. Ao
fazê-lo, expandiu-se, tornando-se luz, a primeira expansão do
pensamento. Dessa luz todos nos tornamos. Porquê? Para continuar a
expansão para sempre do Pai. Como? Através do mesmo processo de
contemplação que o Pai iniciou no nascimento das nossas formas de
luz.

A partir do momento esplêndido do nascimento da nossa alma, cada


um de nós começou a evoluir e a expandir-se. As nossas almas
permitiram-nos capturar o pensamento e mantê-lo sob a forma de
emoção. Dessa maneira pudemos entrar no nosso interior, contemplar
o pensamento, expandi-lo em criatividade. Foi isso que permitiu o
nascimento do mundo, o desabrochar da flor a partir de uma semente
e que os animais existissem e se multiplicassem.

O pensamento, o vosso Pai amado, é por si mesmo emoção não


manifestada. O pensamento não é verdadeiramente considerado até
que se manifeste como emoção dentro da alma. Quando o pensamento
é abraçado e registado na alma, torna-se então real. Nesse momento
ele tem uma forma. Tem estrutura. Tem pertinência.

Quem criou tudo o que vocês vêm aqui? Não foi Deus, o
pensamento. Foram vocês, os Deuses, a emoção que tomou o
pensamento e o sentiu e o manifestou nas formas densas da matéria.
Aquilo que vocês chamam realidade não se torna real até que um
pensamento seja abraçado pela emoção dentro da alma, de forma a
tornar-se um ideal de criação e depois expresso como uma forma
criada. São os sentimentos e os valores da emoção que dão
credibilidade e forma àquilo a que vocês chamam realidade. É assim
que o Pai cresce todo momento.

A forma criada é assim a evolução do pensamento até à emoção. É


isso que permite a criação da matéria. É isso que lhes permite criar,
evoluir, ser, exprimirem-se, para fazerem aquilo que escolhem fazer. A
força da vida que vos faz ser o que são nunca vos julgou. Pois ao serem
aquilo que são, vocês expandem-se e dão crédito à mente de Deus.

Não só o Pai trabalha através de vocês como sente através de vocês,


ele é através de vocês. Vocês são o que ele é e essa realidade está a ser
recriada em todos os momentos. É por isso que tudo o que fazem, ou
tenham feito sempre foi aceite aos olhos de Deus.

Tudo o que existe aqui, nascido do pensamento e da luz, foi criado


por vós. Desta maneira o reino dos céus, o reino de Deus expandiu-se
através dos seus filhos amados, vocês, ele. Portanto amem
imensamente aquilo que são, pois vocês são algo belo que tudo
criaram pela alegria de o fazer.

Estudante: Obrigada, Ramtha. Tenho outra pergunta. Você diz que


o homem existe aqui há dez e meio milhões de anos. Mas, tal como eu
o compreendo, os cientistas só têm provas de que o homem está aqui
há cerca de um milhão de anos, no máximo dois milhões.

Ramtha: Para que você compreenda, os vossos arqueólogos, para


descobrirem a idade de uma coisa, usam um sistema baseado na
radioatividade daquilo que encontram. O que dá a essas coisas
radioatividade é o princípio de luz chamado o vosso sol. Contudo, a luz
do vosso sol não atingia diretamente este plano há tanto tempo quanto
os vossos cientistas acreditam, pois o vosso planeta esteve rodeado de
água por muito tempo. A água que são agora os vossos oceanos estava
nesse tempo suspensa na atmosfera. Quando a luz do vosso sol
chegava a essa água na estratosfera, a água difundia essa luz, havia
portanto, por todo lado uma luz difusa. Portanto nada estava exposto à
radiação como agora. Contudo, eles determinam a idade do homem
através da radioatividade daquilo que encontram, na crença de que os
raios de sol tivessem acesso direto a este plano durante mais tempo do
que realmente tiveram.

Os Deuses estão aqui como homem há dez e meio milhões de anos


em muitas formas corporais, de maneira a aperfeiçoar o corpo. Aquilo
que eu acabo de dizer é uma pista para contemplar, para que faça o seu
próprio raciocínio.

Diga-me agora mestre, porque prefere esta história da criação às


outras? Sabe porquê?

Estudante: Simplesmente porque a explicação me agrada.

Ramtha: Mas porque lhe agrada?

Estudante: Porque você diz que nós todos somos perfeitos, que
ninguém é mais que outrem e que a vida continua para sempre.

Ramtha: Com certeza. E isso significaria também que tudo o que as


vossas religiões vos ensinaram pode estar errado. Sabe o que é
maravilhoso nisso? Talvez isso signifique, na realidade, que não existe
tal coisa como o demónio, ou inferno, ou pecado, ou condenação, ou
um deus assustador, e que eles podem estar errados. E estão.
CAPÍTULO NOVE

SUPERIOR AOS ANJOS

“Eu digo-vos que ser parte da humanidade é uma experiência sagrada, pois a condição
humana permite ter a experiência completa de Deus. Só depois de ter sido humano é
que poderá viajar até aos perímetros que abrangem a totalidade do reino dos céus.”
— Ramtha

VOCÊS SÃO VERDADEIRAMENTE ESPLÊNDIDOS, vocês todos, pois são


voláteis, criativos, únicos e de facto divinos. Apesar de vos terem dito
que eram criaturas miseráveis, o que conta verdadeiramente é como
sois conhecidos na compreensão chamada vida. E nessa compreensão
sois conhecidos como os amados de Deus, o Pai, pois vocês são uma
parte eterna da mente de Deus. Ainda estão por descobrir quão
preciosos verdadeiramente são, mas irão sabê-lo.

Para mim, vocês são irmãos amados – não somente para mim mas
para todas as entidades de todos os universos, de todos os planos de
vida, visíveis e invisíveis – pois estamos todos ligados uns aos outros
pela graça, pela inteligência e sobretudo pelo amor, daquilo a que se
chama Deus, o pensamento prodigioso que sempre vos apoia e
mantém por toda a eternidade, apesar de todas as vossas
extravagâncias.

Cada um de vós é um tesouro bem maior do que aquilo que pensam,


com efeito, bastava que não houvesse um de vós para que a vida, os
universos e as estruturas moleculares nunca existissem. Para vocês e
por causa de vocês a vida tornou-se uma exibição exuberante da
inteligência – do drama, se preferirem – da continuação dos padrões
de pensamento até às cores brilhantes da realidade. Vocês são
verdadeiramente preciosos, pois apesar daquilo que vocês pensam
sobre vocês próprios, cada um contribuiu para a exibição espetacular
da totalidade do todo que é.

Vocês são esplêndidos, olhem só para todos vós que compõem a


humanidade. Em todas as semelhanças que possuem, nenhum de
vocês se parece com o outro. Vocês são como as flores de um
magnífico jardim, cujas sementes espalham o seu pólen e fazem assim
nascer flores novas, cada vez mais belas, cada vez mais ricas e subtis.
Cada um de vocês é belo, no entanto são diferentes, pois cada um é
Deus exprimindo-se através da individualidade da sua própria vontade
e das suas criações.

Outrora, vocês eram pensamento emitindo luz, que se tornaram a


continuidade de Deus na eternidade de todo o sempre. De forma a
poderem construir um reino maior para explorarem, vocês
conceberam, com grande cuidado e depois de muitas tentativas, estes
corpos de matéria, se assim quiserem, pensamento coagulado. Os
vossos corpos permitiram-vos expressarem-se num novo plano de
existência, e a partir daí explorar a totalidade dos padrões do
pensamento chamado Deus. Deste modo, ao longo das vossas
aventuras na criatividade infinita vocês transformaram-se, de luz sem
forma tornaram-se matéria celular, chamada humanidade. Cada um
tornou-se Deus/homem, a inteligência de Deus expressando-se
através do organismo vivo chamado homem.

Vocês são uma inteligência notável pois não somente insuflaram o


vosso sopro de vida nas vossas estruturas celulares e as formas
instintivas para sobreviverem, mas por motivos divinos, integraram a
vossa inteligência suprema na matéria do corpo, para que ela se
pudesse refinar e evoluir. Vocês conceberam uma ciência da evolução
e evoluíram através dela, passando daquilo a que se chama Neandertal
àquilo que se chama Homo Sapiens, humanidade. Através dos tempos,
graças a múltiplas experiências, evolução e muitos traumas, vocês
tornaram-se as entidades que vejo sentadas diante de mim, capazes de
se manterem eretas.
Vocês estão todos aqui naquilo que se chama o plano da
demonstração, com o propósito de demonstrar o poder da vossa
inteligência criadora neste nível de vida, um nível admirável de vida,
pois é aqui que o pensamento, o vosso Pai amado, existe em todos os
aspetos da sua manifestação: desde a luz até à densidade da matéria.

Sabem que a inteligência prospera em todos os sítios?


Verdadeiramente. Mas aqui neste vosso lugar chamado Terra, é onde a
humanidade – o casamento entre o pensamento e a matéria – está no
cume da evolução.

Pensam vocês, humanidade, estarem em retrocesso? Julgam-se


inferiores àqueles que estão no invisível? Não o são. Vocês estão a
viver uma grande aventura, aquela que consiste em compreender a
totalidade dos vossos mecanismos de pensamento eterno. Sem se
tornarem Deus na forma chamada humanidade, nunca poderiam
compreender a totalidade que Deus é – ninguém poderia – pois o
reino de Deus é expandido desde a luz até ao electro, até à matéria, até
à forma. Deste modo, Deus não é somente as mais elevadas
frequências de pensamento, mas é também a mais baixa e mais densa
frequência de pensamento chamada matéria grosseira.

É só ao tornarem-se humanidade que exprimem aquilo que o Pai é


em todas as formas de pensamento, pois ao serem Deus/homem,
Deus/mulher não são somente pensamento e emoção e vontade em
evolução, são também luz, são também electro, são também matéria
na forma chamada carne e osso. Ninguém exprime a totalidade do
reino de Deus até se tornar Deus na forma chamada Homem.

Para poder compreender a totalidade dos vossos mecanismos de


pensamento – para abraçar completamente aquilo e aquele que são,
ou seja Deus – é preciso ser suficientemente flexível e amar-se a si
próprio suficientemente, para embarcar em todos os planos de
existência, incluindo este. Uma vez que tenha vivido e se tenha
exprimido no plano da matéria grosseira obterá a compreensão de
Deus na forma chamada matéria.

Aqueles que ainda não foram Deus/homem, não podem possuir a


experiência inteira de Deus que os faça refletir para adquirir a
sabedoria e a inteligência de toda a vida. Só aqueles que viajam até
este plano para se tornarem parte do seu esplendor – para o
evoluírem, para moverem montanhas, para criarem cor, para criarem
monumentos de dignidade – somente eles compreendem as
complexidades do amor, da alegria, da criação. Só tais viajantes, que
vocês são, adquiriram a inteligência da eternidade e o desejo de a
perseguir, pois só eles criam para sempre, para a totalidade da vida.
Com efeito, enquanto este plano da matéria durar, ele permitirá a
continuidade da vida até à criatividade infinita. Assim, ser homem e
mulher, ser a humanidade coletiva, é certamente um privilégio. É uma
honra. É certamente vida divina.

Há um termo que vocês têm chamado anjos, e há muitos de vós que


gostariam de ser este tipo de criatura divina. Contudo, o estado
angelical apresenta um inconveniente bastante sério, porque eles não
possuem o equilíbrio da razão, pois ainda têm que viver como homem.
Eles são somente energia, os Deuses que um dia se tornarão
Deus/homem. Eles não sentem emoções nem paixão pelo género
humano. De resto, como poderia alguém no invisível compreender-vos
perfeitamente a não ser que já tivesse sido como vocês? A humanidade
é bem mais avançada que os anjos, pois eles não têm conhecimento de
Deus a viver na forma limitada chamada homem, pelo que eles são
limitados na sua compreensão do género humano e das suas alegrias e
tristezas.

Eu digo-vos que ser parte da humanidade é uma experiência


sagrada, pois a condição humana permite ter a experiência completa
de Deus. Só depois de ter sido humano é que poderá viajar até aos
perímetros que abrangem a totalidade do reino dos céus.

Ao tornarem-se homens, não se degradaram – é preciso que


compreendam isso – porque se nunca foste o elemento humano,
nunca poderás entrar totalmente no reino dos céus. Como se poderia
ascender ao céu se não se tivesse primeiro descido à vida?

Vale verdadeiramente a pena vivê-lo. É sábio ser-se homem para se


compreender este fogo que vive em vós, chamado Deus Todo-
Poderoso. Toda a vida é composta por este fogo, ao experienciá-lo
através da inteligência suprema da matéria grosseira – aquilo a que se
chama humanidade – permite-lhes uma visão completa do que Deus é.
E quando compreenderem completamente tudo o que Deus é – espaço
interior e exterior, matéria, carne e osso, amor e alegria e tristeza –
então serão tudo o que o Pai é.

O motivo pelo qual vocês estão neste plano, é para continuarem a


exploração de Deus através da densidade do corpo que vivem. Aquilo
que vos apoia no vosso desenvolvimento criativo chama-se vida, a
mesma força de vida que mantém um átomo na sua esfera e a vossa
Terra no espaço. E essa força de vida tem um princípio universal: o de
estar sempre em evolução, sempre em expansão, sempre a tornar-se.
O objetivo da vossa vida foi sempre o de experienciar a vida e de
aprender através dela, e refinar e integrar aquilo que aprenderam de
volta ao princípio chamado vida.

O que estão a viver chama-se criação. Estão a brincar com o


pensamento criador e a exprimi-lo através da matéria, com o
propósito de ganhar sabedoria, compreensão, de forma a perceberem
o grande mistério que são. Contudo, todo este plano é uma grande
ilusão. Todos pensam que o plano tridimensional é a realidade, mas
não é. Todos os jogos do homem são ilusórios – eles são sonhos – esta
realidade pode ser desfeita por um outro sonho. O mundo real é aquilo
que está dentro de vós, o encontro com a emoção que sentem em cada
momento. O mundo real só existe do ponto de vista da emoção, não é
governado pela lógica, mas pelo amor em movimento.

Este mundo, a que vocês chamam realidade, nunca existiria na


ausência da vossa capacidade de o conhecer através da emoção que
existe dentro das vossas almas, pois sem ela ele não existiria. Todo
este paraíso da matéria foi criado apenas para evocar emoção dentro
das almas daqueles que participam neste maravilhoso poder criador.
Porquê? Pelo mais grandioso prémio da vida, chamado sabedoria. E a
sabedoria não é uma compreensão intelectual, é verdadeiramente um
conhecimento emocional adquirido através da experiência.

A vida, este teatro extraordinário, é o vosso reino. É o palco sobre o


qual vocês produzem as vossas ilusões. Este palco maravilhoso
permite-lhes a oportunidade de sonhar de forma a provocarem
qualquer realidade que desejem. Pois o Deus que vocês são tem a
liberdade ilimitada de sonhar qualquer pensamento, sentir a emoção,
e manifestar o sonho em realidade. E a qualquer momento ao longo do
caminho podem mudar as vossas mentes.

A razão da vida num plano de densidade é para provar a todo aquele


que embarca nela – e isto é uma experiência exclusiva da humanidade
– que, cada vez que o pensamento se abraça em emoção, a realidade
segue-se brevemente. E quando esse entendimento é assimilado,
quando esse grande poder de criatividade é reconhecido, acelera-se o
processo de alinhamento dentro de si através do qual você sabe que é
Deus. Assim, sem a experiência humana, você nunca poderia saber
isso.

Esta vida é para a abraçar. É farta e rica com o fervor da aventura e


do desafio. Proporciona-lhe em tudo o que está à sua volta, portas
abertas e oportunidades para o seu envolvimento e para a sua evolução
em se tornar. Em se tornar o quê? Na acumulação total de todas as
experiências que vão significar para si que é Deus, pois só um Deus
tem a habilidade de criar monumentos na matéria que testemunhem a
sua própria glória.

O facto de se ser Deus/homem, Deus/mulher é altamente louvável.


Pois é somente quando Deus se torna homem que a vida neste plano
pode ser criada e desenvolvida. Vocês são seres magníficos, muito
mais poderosos do que sabem. Cada uma das vossas emoções, cada
um dos vossos pensamentos criam vida. É a vocês que incumbe dar
presença à vida, manter a continuação da vida, isso não é para aqueles
que estão no invisível. Eles perduram sempre no seu próprio
entendimento. Mas quem é que vai ser o suporte deste reino material
que é a esmeralda de todos os reinos? Vocês, pela maneira como
pensam e como o abraçam.

São vocês que dão realidade a todas as coisas, que contribuem para
esta plataforma chamada vida, que exaltam e glorificam este reino de
Deus. Vocês não sabem isso, porque sempre pensaram que eram um
pouco inferiores aos anjos. O que não é certamente o caso. Vocês não
compreendem bem ainda isso, contudo não tardarão a compreender,
porque em breve, a vida, os arco-íris, as cores, as luzes tornar-se-ão
uma lembrança que vos lembrarão daquilo que vocês verdadeiramente
são. A época que se aproxima chamar-se-á a Idade da Iluminação e,
nessa altura, como se terá tornado a vida aqui? Será compreendida
como uma experiência necessária para que alguém se torne na
compreensão de que é verdadeiramente uma parte da mente de Deus.
Quando tiveres adquirido esta inteligência, que aventuras te vão
aguardar? Terás toda a eternidade em que brincar. Terás à tua
disposição o infinito do pensamento para reavaliar e redistribuir os
elementos: matéria, tempo, espaço, distância, tu próprio.

Vocês são certamente magníficos, pois percorreram uma longa


viagem nesta esfera para se tornarem aquilo que são agora. Fizeram
essa viagem de forma a poderem conhecer Deus em tudo o que ele é:
desde o pensamento até à luz, até às divisões do electro, até à matéria
grosseira, até este plano. Vocês todos fizeram essa viagem. Foi uma
coisa notável, corajosa, pois é bastante arriscado. Na transfiguração da
grande alma imortal neste plano da matéria, existe uma grande
possibilidade de que se possa perder a identidade e ficar
completamente enredado na sobrevivência. E, veja-se, foi o que a
maioria da humanidade fez.

Sabem porque vieram escutar-me, a mim, o enigma que sou?


Porque sabem que aquilo que acabei de lhes dizer é uma verdade e
porque estão à procura do caminho que vos levará novamente ao
conhecimento divino primordial que pôs tudo isto em movimento. No
vosso interior mais profundo sabem que são mais do que matéria
coletiva, que são mais do que carne e osso, que são verdadeiramente
divinos. E vocês são. Estão aqui para se aperceberem disso, para
abraçarem o princípio divino que são, para perceberem que dentro de
vocês existe a luz das origens, o sopro do pensamento que vos deu a
vida no vosso início.

Meus belos mestres, vocês deram vida ao vento. Deram ao sol a


razão de estar onde está. Deram às nuvens da tempestade uma razão
para juntarem as suas forças, para alimentar a terra e saciar a sua
sede. Vocês não sabem isso, porque sempre se acharam inferiores ao
amor da vida que Deus verdadeiramente é. Eu adoro-vos, pois eu fui
como vocês. Vivi as vossas ilusões e encarnei os vossos sonhos. E para
onde eu fui, vocês irão um dia. Mas precisam primeiro de abraçar a
vida e abraçar Deus ao abraçarem-se a si próprios.

Das profundezas do meu Ser eu saúdo-vos. Vocês são


verdadeiramente admiráveis. São verdadeiramente amados. São
verdadeiramente indispensáveis. São verdadeiramente acarinhados.
Vocês são a razão de ser da eternidade. São certamente a razão de ser
da vida.
CAPÍTULO DEZ

O DEUS IDENTIFICÁVEL

“O Pai nunca pode ser identificado fora do vosso ser maravilhoso. Tentar fazê-lo seria
uma injustiça em relação a vocês próprios, porque estariam a procurar fora daquilo
que são para descrever algo que emana de dentro de vocês. O único meio que vocês
têm de identificar Deus é o de observar o que é o Pai em vós.”
— Ramtha

CADA UM DE VÓS, está neste plano por muitas razões, mas a razão mais
importante e nobre é a de compreender e amar o mistério maior de
todos, o ponto a que se chama o Ser. Eu refiro-me a esse ponto
apropriadamente como Deus, o Pai dentro vós, aquele que deu
realidade ao vosso princípio, aquilo através do qual vocês criam e
evoluem e aquilo que um dia vocês voltarão a ser.

Visto que vocês se vão tornar naquilo que Deus é – de forma a


exprimir completamente o Deus que está dentro de vós – em que é
que, exatamente, se vão tornar? Qual é a identidade de Deus que vos
deve servir de ponto de referência para aquilo em que se vão tornar?
Bem, vamos ver.

Este Deus que eu amo, ao qual eu sirvo, pelo qual se realizam todos
os prodígios, é o movimento da vida na sua totalidade e continuidade.
Na continuidade do reino da vida, na sua existência eterna, só o Agora
é tudo o que existe. Neste Agora, neste instante específico, Deus é
todas as coisas tal como elas são. Também neste Agora, Deus é o
Estado de Ser de tudo o que é. E, nos Agoras que virão, Deus é a
pulsação de toda a vida contínua que nunca se divide – vibrantemente
vivendo, sentindo, expandindo-se, evoluindo - exprimindo o seu Ser.

Deus é a conclusividade de todas as coisas que são, apesar de não ter


fronteiras, nem começo nem fim. Ele é a infinidade que não tem
paralelo. O Estado de Ser de Deus é realidade sobre realidade,
dimensão sobre dimensão, universo sobre universo.

Vocês estão aqui numa pequena galáxia. E se vocês pensam que são
a única vida que existe nela, são bastante arrogantes. Na vossa Via
Láctea por si só existem 10 biliões de sóis e cada sol tem planetas que
estão a permitir vida.

Nenhum número pode dar a ideia de quantos sistemas solares


existem. Nenhum. Nenhum número pode referir todos os planetas
grandes e pequenos e as vidas que aí se encontram. Não existe
nenhum número. Se quiserem compreender o infinito, é melhor
reprogramarem o vosso pensamento para que a vossa perceção
transcenda o tempo, a distância e as medidas, pois, numa realidade
mais vasta, esses fatores não existem.

Deus é. Quando foi o início? Nunca houve nenhum. Deus sempre foi
o pensamento, o espaço, o Vazio que mantém as telestrelas e lhes dá
vida.

Sabem o que é uma telestrela? Uma telestrela é uma estrela que


transforma a luz em matéria, e que então a projeta no universo a fim
de criar sistemas estelares. O que é que está na origem duma tal
estrela? Pensamento, Deus, espaço, o grande Vazio, onde se vê as
estrelas e o infinito. Se vocês querem ver Deus em todo o seu ser
infinito e impecável, visualizem o sem fim da infinidade chamado
espaço, pois o espaço é o rio do pensamento que rodeia todas as coisas
visíveis, que mantém e dá realidade a tudo o que é.

Todos falam do espaço como se não fosse nada. Mas qual é esse
poder que permite que todas as coisas estejam estabelecidas nos seus
sistemas orbitais? O que é que mantém a terra no Vazio? O que é que
mantém a Via Láctea e os seus 10 biliões de sóis? O que é que a
segura? O que faz com que o Sol se mantenha na sua posição? O que é
que permite a passagem de toda a matéria? Que estrada é essa tão
grande sobre a qual a luz avança? Vocês dizem nada? Mostrem-me um
nada capaz de manter 10 biliões de sóis e os seus sistemas solares.

A um certo nível, Deus é a matéria, a substância que forma todas as


coisas. A um outro nível, ele é a corrente do tempo das diferentes
dimensões, o rodopiar do tempo que produz universos paralelos.
Noutro nível, ele é o espectro chamado luz que dá suporte à matéria. E
ao nível máximo ele é o nada que vos mantém em posição:
pensamento, a eternidade do espaço.

Deus é o conjunto da vida – a palpitar, a expandir, a desenvolver –


continuando na eternidade. Ele é o Estado de Ser que permite aquilo
que foi, aquilo que impregna o presente, a promessa do que virá. É o
movimento que mantém a vida, o pensamento ilimitado, desprovido
de qualquer objetivo ou ideal, mas que está a criar incessantemente a
vida através do pensamento, em luz, em matéria. Deus é a essência de
tudo o que é, uma força em permanente transformação, sempre
criando, sempre expandindo, sempre sendo.

Como é possível identificar aquilo que atravessa tudo, que é todo-


poderoso, que está sempre em evolução, que sempre se move, que
sempre permite, que tudo é? É possível dizer Deus é isto quando
aquilo que ele é num instante específico já não será no próximo Agora?
Como é que compreendem um universo infinito?

Com uma mente finita, pensadora não é possível identificar o que


transcende o mundo da matéria, do tempo, da distância e do espaço,
porque com uma mente finita não se pode chegar tão longe em
descrição. Os termos Deus e Pai são somente palavras, que têm sido
utilizadas, elas são palavras para designar tudo o que é, tudo o que foi
e tudo o que será, desde o Estado de Ser daquilo que foi ao Estado de
Ser daquilo que é, ao Estado de Ser ilimitado da eternidade.

Consequentemente, onde encontrarão vocês o ponto de referência


que vos servirá para se tornarem Deus? Em vocês próprios, pois vocês
são a imagem de Deus, a réplica daquilo que o Pai é. A essência que
vocês são é aquilo que dura para sempre, evolui sempre, muda
sempre, cria sempre e é sempre. Vocês são pensamento, são luz, são
electro, são forma. São pura energia, um poder fantástico, uma
emoção que pulsa, pensamento sublime. Aquilo que compreendem
como o mais alto nível de inteligência – de poder, dignidade, sagrado e
graça – é aquilo que são. Quem são vocês? Vocês são o Deus
identificável.

O Pai nunca pode ser identificado fora do vosso ser maravilhoso.


Tentar fazê-lo seria uma injustiça em relação a vocês próprios, porque
estariam a procurar fora daquilo que são para descrever algo que
emana de dentro de vocês. O único meio que vocês têm de identificar
Deus é o de observar o que é o Pai em vós. Não é isto bastante
simpático apesar de tudo? Retira-vos das complexidades de tentarem
compreender a criação infinita e leva-os para o aqui e agora das vossas
vidas, os vossos próprios mecanismos de pensamento, o vosso próprio
Estado de Ser.

A única maneira de vocês poderem ver, compreender e conhecer


emocionalmente o Pai, é compreender e conhecer emocionalmente
aquilo que vocês são, assim conhecerão a Deus. Assim poderão dizer
“Eu sei quem é o Pai, pois o Pai e eu somos um. Eu sei quem sou.”

Ser como Deus é, é ser como vocês são. Quando vocês simplesmente
são o Estado de Ser de vocês próprios, vocês são infinitos, ilimitados,
criadores, têm todas as opções. Vocês são a tolerância, são movimento,
são quietude, são alegria. Vocês são pura energia, poder direcionado,
puro sentimento, puro pensamento. Ser e amarem-se a vocês próprios
com todo o vosso ser e com toda a vossa respiração e permitindo a
virtude do vosso ser na vida, é ser como Deus é.

Simplesmente permitam-se ser, um Estado de Ser. Ao serem, são


tudo. Ser Deus é dizer: “Eu Sou.”
CAPÍTULO ONZE

A DÁDIVA DO AMOR

“O amor, na sua forma suprema, é o desejo do Pai de permitir que a vida que ele é
continue em cada um de vocês. A expressão mais pura do amor é o livre arbítrio que o
Pai concedeu a cada um de vós, de forma que, através do exercício dessa vontade,
vocês explorassem as dimensões do pensamento e se expandissem em algo maior, o
que expande a mente de Deus.”
— Ramtha

NÃO EXISTE TAL COISA, como a vontade de Deus, para além da vossa
própria vontade divina. Se Deus quisesse que a vida fosse a
vulgaridade de uma expressão singular, ele nunca os tinha criado, nem
vos teria dotado da vontade que permite a cada um de vós exprimir o
vosso propósito único.

Aquilo a que se chama a vontade de Deus foi criada pelo homem


para que ele pudesse governar e controlar os seus irmãos. Contudo, se
vocês acreditam nesse ensinamento e vêm a vontade de Deus como
separada da vossa, então haverá sempre uma luta entre a sua vontade
e a vossa. Pois vocês quererão fazer certas coisas e sentirão que o
devem fazer e contudo a vontade de Deus dirá que não o podem fazer.

Deus não é separado de vocês. Vocês são uma e a mesma coisa. A


vossa vontade é a sua vontade. Tudo aquilo que vocês quiserem fazer é
aquilo a que se chama divina providência, vontade divina. Pelo que
vocês nunca estão em conflito com o destino, pois o destino não está
preordenado, é inteiramente comandado por vocês. Tudo aquilo em
que pensam cria os momentos que virão. O vosso próprio momento
Agora é simplesmente o produto dos pensamentos que tiveram há
momentos atrás. Essa é a ciência de Deus. A única coisa que o Pai quer
para vocês, é que experimentem a totalidade da Vida que Ele é, de
acordo com os sentimentos que estão na vossa alma. Porquê? Para que
vocês venham a compreender o que é a alegria e o amor incondicional
que Deus tem por vocês e por toda a vida. Se vocês sentem que estão
em desacordo com Deus, seria bom reconstruir a imagem que têm
daquilo que Deus é, pois eu digo-vos que Ele não é só amor se tivessem
que lutar contra ele.

No começo, quando o Pai contemplou o supremo esplendor do seu


ser, ele tornou-se o esplendor luminoso. Foi através dessa expansão e
dessa luz que cada um de vocês se tornou Deus na forma de um único
movimento singular, para que pudessem continuar a expansão do
pensamento para sempre.

Para que Deus pudesse continuar a ser essa singularidade em


expansão para sempre através dos vossos pensamentos
contemplativos, era necessário dar a cada um de vós o poder de criar
de uma forma individual a partir do pensamento que ele é. E fê-lo ao
dar-vos a ação chamada livre arbítrio. Deus deu a cada um de vós o
princípio da vontade, para que cada um de vós seja único e soberano,
para que cada um seja o criador da sua própria verdade, soberano na
sua própria compreensão.

O que vos dá a vossa essência divina é o facto de possuírem a


liberdade de abraçar e experienciar todos os pensamentos que
desejam. E essa essência divina, chamada livre arbítrio, é amor. É a
dádiva do amor de Deus para cada um de vocês. Cada um de vocês tem
a essência divina da vontade, pelo que cada um tem a liberdade de
criar singularmente qualquer ideal que visualize através do
pensamento.

O amor, na sua forma suprema, é o desejo do Pai de permitir que a


vida que ele é continue em cada um de vocês. A expressão mais pura
do amor é o livre arbítrio que o Pai concedeu a cada um de vós, de
forma que, através do exercício dessa vontade, vocês explorassem as
dimensões do pensamento e se expandissem em algo maior, o que
expande a mente de Deus.
O livre arbítrio torna-vos únicos – preservando contudo a vossa
unidade com o Pai – o que permite aos vossos processos de
pensamento terem os seus próprios fluxos criativos. E em qualquer
momento que criem através da contemplação e expansão dos vossos
próprios pensamentos, vocês estão a imitar o mesmo amor que o Pai
teve por si próprio quando vos criou como seres, pois a criação é o ato
de trazer o amor que está dentro de vós para uma forma única,
movimento livre, forma criativa, que viverá para sempre.

A partir do ilustre momento do vosso nascimento, o Pai deu a cada


um de vós através do amor puro, incondicional esta aliança: Tudo
aquilo que pensares, tudo o que desejares, nisso o Pai se tornará.
Através dessa aliança – que continua a ser e será sempre – cada um de
vós tornou-se o herdeiro da totalidade daquilo que o Pai é. Desta
forma o Pai sempre vos está a dar tudo aquilo em que Ele se tornou,
para que vocês possam experienciar e compreender a totalidade da
vida que Ele é. Ele é o fundamento da realização dos vossos sonhos.
Mas quem é o autor dos sonhos? Vocês. E de que são feitos os vossos
sonhos? Pensamento, Deus, vida.

Vocês podem tomar da totalidade do pensamento que Deus é e criar


qualquer verdade, qualquer atitude, qualquer desejo que escolham.
Sejam quais forem as verdades ou atitudes que criarem através dos
vossos processos de pensamento, O Pai, vida, prontamente se torna. E
qualquer ideal de pensamento que vocês desejem, o Pai livremente
manifesta através da matéria que ele é para que o possam
experienciar.

Para vos dar um exemplo do amor de Deus por vós, vamos olhar
para a criatura chamada serpente, um ideal que foi criado por um
Deus com o propósito de expandir a vida numa corrente de vida. Esta
criatura possui um corpo comprido e fino, com muitos músculos e
muitos ossos. Movimenta-se rapidamente e tem uma cabeça muito
grande e pode-vos morder com os seus dentes venenosos, em defesa
própria. Apesar de uma serpente poder fazer cair um gigante num
instante, qualquer homem é capaz de a cortar aos bocados ou esmagá-
la facilmente. Agora vamos considerar dois Deuses. O primeiro tem
uma mente científica, e vê a serpente como uma criatura magnífica,
pois ela é muito ágil, mesmo sem pés. Ela tem um padrão muito belo,
as cores da sua pele são muito bonitas e tem um maravilhoso
esqueleto que parece que nunca mais acaba. O segundo Deus aparece e
diz que a serpente é má e feia, é uma criatura malvada porque a sua
picada é perigosa, e pode matar um homem.

Para o Pai, o Estado de Ser de toda a vida, todas as coisas são puras
no seu estado de ser. Todas as coisas são inocentes na expressão da
vida que ele é. São somente as atitudes de cada entidade em relação a
qualquer coisa, que a faz bela, malvada ou feia. Somos somente nós
Deuses – que temos a faculdade criativa de tomar do pensamento que
o Pai é, contemplá-lo, e alterá-lo – que julgam uma coisa que é
realmente pura e inocente como outra coisa diferente de ser.

Quão grande é o amor de Deus – que é a substância da vida que a


serpente é – que lhes dá, a sua suprema criação, o direito de projetar a
vossa atitude e vontade sobre uma serpente seja qual for a vossa
escolha? O amor da fonte da vida por vós é tão grande, que se tornará
em tudo aquilo que vocês desejem através do pensamento. O Pai será
tudo aquilo que vocês desejem que ele seja. Ele permite-vos alterarem-
no de acordo com os vossos desejos. A vida que ele é tornar-se-á má ou
feia ou vulgar, ou atingirá o cúmulo da beleza, tal como vocês a
desejam ver.

Então não é isso maravilhoso, que o Pai se tornará naquilo que vocês
observam e desejam que ele seja simplesmente através dos caprichos
dos vossos processos de pensamento? Em verdade assim é. Isso é
amor.

Vocês podem usar o pensamento como quiserem, pois o amor do Pai


por vocês é inalterável.

Não importa quão vil ou miserável percebas a vida que Deus é, Ele
continua a considerar-se como Ele mesmo. Continua a ser Deus.
Continua a ser puro e continua a ser amado. Essa promessa é
inabalável porque o Pai, em si mesmo, é completo, sem atitudes, ele
simplesmente é.
O amor que existe entre vocês e Deus não tem nenhuma condição.
Se o Pai censurasse, de alguma maneira, os vossos pensamentos ou
vos pusesse restrições na forma de experienciarem a totalidade da vida
que Ele é, então vocês não teriam a liberdade de continuar para
sempre a sua expansão. Nem teriam ganho a sabedoria das vossas
aventuras no pensamento, com o objetivo de compreender o amor e a
alegria que o Pai verdadeiramente é no seu estado supremo de ser.

Deus ama-vos em completa liberdade de poderem fazer o que


quiserem, pois a vossa vontade é a sua vontade. Essa é a aliança entre
Deus e os seus filhos, entre Deus e Ele próprio. Tudo o que fizerem,
tudo o que pensarem, saibam que serão sempre amados. Ele permite-
vos fazer tudo o que desejarem, pois Ele sabe que vocês continuam,
sabe que nada vos poderá separar dele. O Pai não criou nada superior
a si mesmo que possa remover a vossa força vital, pelo que vocês
sempre serão. Quando a vossa vida aqui acabar, haverá outra, com a
liberdade de a criarem da forma que quiserem.

Vocês viverão esta vida e todas as que virão de acordo com a vossa
vontade. Aquilo que vos deu a liberdade de fazer isso é aquilo que vos
ama, aquilo a que se chama o vosso Pai, Deus Todo-Poderoso, aquele
que tudo ama.

Vocês são entidades livres. Como? Através do poder chamado


vontade e da capacidade chamada amor.
CAPÍTULO DOZE

SOMENTE A VERDADE

“Há verdade em tudo, mestre, mas há refinamento em todas as coisas, pois cada
momento refina a verdade. É por isso que Deus não está num estado de perfeição mas
num estado de se tornar. Cada entidade progride continuamente na sua compreensão,
de forma a englobar uma verdade mais ilimitada. E qualquer que seja a sua
compreensão, momento a momento a momento, será a verdade tal como ele a vê, tal
como ele a conhece.”
— Ramtha

ESTUDANTE: Sinto que passei toda a minha vida andando de uma


religião para outra e, mais recentemente, de um professor para outro,
tentando compreender o que é a vida e o que é Deus. Sinto-me
verdadeiramente confuso, Ramtha, pois cada um diz uma coisa
diferente. Apesar de algumas coisas serem semelhantes, todos eles
ensinam coisas diferentes e alguns deles são até completamente
opostos um do outro.

Por exemplo, você diz que não há certo ou errado e que Deus nos
ama apesar de tudo o que façamos. Num certo sentido, aquilo que
ensina faz sentido para mim, mas é muito diferente do que os outros
ensinam. Além disso, certas coisas que você ensina parecem-me um
pouco excêntricas, pois são tão diferentes daquilo que eu aprendi até
agora, ao longo da minha vida.

Estou confuso, Ramtha. Não sei em quem acreditar. Como é que


determino o que é realmente verdade, o que é a verdade?

Ramtha: Primeiro que tudo, mestre, o que é que quer dizer com o
termo excêntrico?

Estudante: Bem...quero dizer que temos que esticar os nossos


pensamentos para compreender ou aceitar algumas das coisas que diz.

Ramtha: Você diria que o infinito e a eternidade são excêntricos?

Estudante: Sim, de certo modo...

Ramtha: Nesse caso os meus ensinamentos são realmente


excêntricos, pois é até isso que eles vos vão levar, até aos confins da
eternidade.

Diga-me agora, mestre, o que é que não é verdade?

Estudante: Bem, por exemplo a imaginação, a fantasia, as coisas que


não correspondem à realidade.

Ramtha: Ah...sim? O que é a imaginação e a fantasia?

Estudante: As coisas que pensamos, aquilo que inventamos nos


nossos pensamentos.

Ramtha: Quando está a pensar estas coisas, não são elas reais? São
ou não uma realidade na sua consciência? Uma verdade em
pensamento?

Estudante: Sim, mas podem ser verdade só na minha mente, não


correspondem necessariamente à verdade de como as coisas
realmente são na realidade.

Ramtha: Sabe, mestre, todos querem saber o que é a verdade, mas,


admitindo que essa verdade exista, o que é que representa tudo o resto
que também tem a sua realidade na consciência?

Sabe o que é a verdade? Que não há nenhuma. Não havendo


nenhuma significa que tudo é.

Tudo é verdade, mestre. Não há nada que seja falso, pois todas as
coisas derivam do pensamento, que é Deus. E Deus não é um
pensamento formulado, ele é a realidade de todos os pensamentos.

Tudo é real, pois a tudo foi dado substância através do pensamento e


tudo tem razão de ser. Aquilo que você chama imaginação e fantasia é
certamente uma realidade, pois é constituído de pensamento
intencional.

Estudante: Mesmo que não correspondam ao mundo real que está


lá fora?

Ramtha: O mundo que está lá fora, a que você chama real, mestre, é
somente a ilusão e criação da realidade suprema, que é a realidade
invisível que tem por nome pensamento e emoção. Como é que acha
que todo o vosso mundo surgiu? Foi criado pela imaginação e pela
fantasia. Quando se tornou uma realidade em forma material, isso
estimulou ainda mais a imaginação e a fantasia, pois uma puxa a outra
e ambas são verdadeiramente reais.

Tudo o que foi criado pelo pensamento, tudo o que existe em


consciência – quer isso seja ou não alguma vez manifestado na forma
chamada realidade material – tudo isso é verdadeiro, mestre.

Estudante: Mesmo que seja algo de muito estranho?

Ramtha: É verdade, entidade, pois são somente as atitudes que


determinam o estranho. Todos os pensamentos que tenha na sua
mente são verdadeiros, pois estão vivos na consciência, deste modo
fazem parte duma realidade maior, chamada a mente de Deus, a
plataforma a partir da qual toda a vida surge.

Agora vamos ver, mestre, se o podemos ajudar na sua confusão.


Deus, o Pai, é pensamento, a verdade de todo o pensamento. Aquilo
que é esplêndido em Deus, é que ele é verdadeiramente sem leis, pois
se o Pai tivesse leis, ele seria limitado. Mas como o Pai é ilimitado, ele
permite opções à sua verdade ilimitada, pensamento ilimitado. O Pai
deu a cada um de vós o livre arbítrio para aceitar e criar a partir do
pensamento qualquer verdade que contribua algo mais para a vossa
individualidade, para percecionarem a verdade de acordo com os
vossos desejos e o vosso progresso individual na sabedoria. E qualquer
verdade que vocês criem em pensamento, o Pai, vida, se tornará para
que possam fazer a experiência e compreenderem aquela verdade,
aquela dimensão do pensamento chamado Deus.

A verdade é somente aquilo que um indivíduo compreende que é a


verdade. A verdade é uma opinião, uma atitude, uma crença acerca de
algo que se tornou algo de absoluto no pensamento criativo. Contudo,
a opinião de toda a gente sobre cada coisa será muito diferente em
variadas vezes, pois cada um formulou a sua opinião baseada nas suas
experiências únicas e no entendimento ou desentendimento que
ganhou na sua alma, não só desta vida mas em todas as outras vidas
que viveu antes desta. Por isso uma entidade acreditará que uma coisa
é verdade e uma outra poderá não acreditar. As duas não se podem
compreender uma à outra pois não foram a outra, e nem tiveram as
mesmas experiências coletivas.

Que verdade está correta? Ambas estão. Elas estão ambas corretas,
pois cada uma expressa a verdade que a sua experiência e
compreensão lhes permitiu percecionar. Mas se alguém acredita que
só a sua verdade é correta, ele é limitado na sua compreensão.

Cada entidade no seu sonho – de acordo com a sua experiência e a


sua necessidade e com o seu propósito de se auto realizar – aceitará e
criará quaisquer verdades que deseje experienciar com o objetivo de
evoluir em sabedoria. E com o propósito dessa experiência, cada um
buscará as fontes de verdade que apoiarão aquilo que cada um quiser
acreditar. Assim existem tantos conjuntos de verdades quanto o
número de Deuses que habitam este plano, pois cada entidade tem a
liberdade de escolha, o direito e a necessidade de criar a verdade de
uma forma diferente.

Assim, tudo o que leia ou ouça de um professor é verdade


percecionada: como ele a vê, como ele a aprendeu, como ele a criou,
como ele a está a experienciar. Deste modo se estudou com dez
professores, estará certamente numa grande confusão, pois a verdade
de cada um deles será diferente. E com certeza que poderá encontrar
na perceção da verdade de um ou outro algo que corresponderá àquilo
que precisa nesse momento. Mas se tentar compreender qual deles
fala a verdade quando estiver a olhar para todos eles, vai perceber que
todos dizem a verdade. Aquilo que tem que decidir é até que nível se
quer tornar uma certa verdade, pois qualquer verdade que aceite, ela
tornar-se-á uma realidade experienciada na sua vida.

Há grandes professores no vosso plano, mestre, e são uma espécie


de magos, pois podem fazer e manifestar coisas maravilhosas e
milagrosas. Contudo eles ainda acreditam na morte, e por isso
acabarão por morrer. Apesar de terem progredido muito na sua
aprendizagem, ainda não levaram a sua compreensão para além das
limitações da morte e morrer até à compreensão de que a vida é
realmente uma continuidade que decorre. Desta forma, se aceitar as
verdades deles como a verdade, você talvez se torne também um mago,
mas também morrerá. Percebe?

Há verdade em tudo, mestre, mas há refinamento em todas as


coisas, pois cada momento refina a verdade. É por isso que Deus não
está num estado de perfeição mas num estado de se tornar. Cada
entidade progride continuamente na sua compreensão, de forma a
englobar uma verdade mais ilimitada. E qualquer que seja a sua
compreensão, momento a momento a momento, será a verdade tal
como ele a vê, tal como ele a conhece.

Vejamos uma flor, por exemplo. É verdade que a flor é um botão?


Seguramente. Quando a flor floresce, será ela mentirosa só porque
deixou de ser um botão? Não. Ela está num estado de verdade
progressiva. E será que a flor é mentirosa quando as suas pétalas caem
e já não as tem? O que é ela então? Está num estado mais avançado da
sua verdade.

Quaisquer ensinamentos que leia ou ouça de alguma fonte que


ensine sobre leis – ou limita o homem, ou que divide o Estado de Ser
em bem e mal, ou diz que Deus é uma entidade singular em vez do
Estado de Ser de tudo o que é – todos esses ensinamentos provêm de
entidades que pura e simplesmente aceitaram isso como a sua verdade
e se sentem obrigados a transmiti-la ao mundo. Essa é a verdade deles,
mestre, e eles não estão errados. Mas uma verdade maior e mais
refinada é que alguém que ensina que a vida é de algum modo
limitada, ainda não progrediu tanto na sua compreensão como outros
já o fizeram. Pois, é Deus limitado? Se fosse, mestre, a vida não seria
contínua e você nem sequer teria a possibilidade de estar confuso.

Aquilo que lhe ensino é realmente uma verdade maravilhosa, pois


quem é que ousa dizer que Deus é sem leis, pois assim Ele não pode
ser usado para controlar e escravizar outros. Mas o Pai, a consciência
suprema, é verdadeiramente sem a limitação de leis e julgamentos e
términos. Quando você progredir na sua verdade e abraçar essa
compreensão ilimitada, então você terá a experiência e compreenderá
verdadeiramente o amor e a alegria e a continuidade que o Pai é.

Todos sabem, mestre, só até onde desejam e se permitem conhecer.


E a maior parte do conhecimento no vosso plano é construído sobre o
medo e sobrevivência e polaridades da compreensão. Está construído
sobre juízos e a separação dos povos. Está construído sobre a
compreensão de que o homem é uma criatura caída, que não tem
divindade. Mas o homem é Deus, mestre, pelo que julgar o homem é
julgar Deus. Limitar o homem é limitar Deus. Separar o homem da sua
divindade é tirar a divindade de Deus.

Se aquilo que lê ou ouve de um professor limita os seus processos de


pensamento, isso está realmente a limitar os processos de pensamento
do Pai. Ouça o que é dito e como é dito. Se isso limita, separa, divide,
então é uma verdade limitadora de uma entidade que ainda tem que
progredir para uma compreensão mais ilimitada.

Aquilo que você inevitavelmente aprende de todos esses professores,


mestre, é que você é o seu maior professor, pois só você sabe o que é o
melhor de todas as coisas para si. Como é que outra pessoa o poderia
saber quando está ocupado com a sua própria vida e a aceder à
verdade a partir do seu próprio ponto de vista? Só você pode saber que
experiência precisa ter na sua alma para a sua própria realização. Só
você pode ser o dador da sua própria verdade, pois a verdade é
autocriada e autoestabelecida. E essa verdade não pode ser encontrada
através da compreensão científica ou intelectual, mas sim através de
uma compreensão emocional, pois a verdade é um sentimento, um
saber, não é intelectual. Saber o que é para si a verdade é saber aquilo
que sente que a verdade é.

Estudante: Mas, Ramtha, como é que pode sentir que algo é verdade
se isso não é apoiado por factos, ou se isso é possivelmente contrário
àquilo que a ciência descobriu ser verdade?

Ramtha: Mestre, não há nada que pode ser provado por aquilo a
que você chama factos, pois os factos mudam à medida que a
compreensão da humanidade evolui e muda. Tudo é conjetura, pois a
realidade está continuamente em evolução e a ser criada através do
pensamento e da emoção. Os factos são somente as manifestações
materiais atuais da consciência coletiva, pensamentos coletivos que
foram abraçados como emoção pelo conjunto da humanidade.

A prova, mestre, está no sentimento, na emoção. Pois foi isso que


inicialmente deu realidade ao facto.

O que é a realidade suprema, a verdade suprema? Não são factos,


mestre. São os sentimentos que tem ao aceitar os factos como
realidade, como verdades no pensamento. Esse é o verdadeiro facto. É
a emoção que é a maior realidade. É onde reside toda a verdade.

No que quer que seja que escolha acreditar, mestre, assim será.
Então a partir de agora só escolha o que lhe convém, aquilo em que
deseja acreditar.

Estudante: Mas, Ramtha, não compreendo, como pode isso ser


assim. Por exemplo, nos tempos em que a maioria das pessoas
acreditava que a Terra era plana, se metade dos marinheiros que
estavam no barco acreditavam que a terra era redonda e a outra
metade que ela era plana, o que é que sucedia ao barco quando eles se
aventuravam pelo mar?

Ramtha: Aqueles que acreditavam que era plana, mestre, atiraram-


se à água. Os céus não permitiriam que eles estivessem errados.
Aqueles que pensavam que ela era redonda, continuaram a viagem.
Percebe?

Aqueles que acreditavam firmemente que o mundo era plano, nunca


se aventuraram até aos bordos do precipício para encontrarem algo de
diferente, pois eles tinham a certeza que era plano. Aqueles que
acreditavam que ele era redondo, deram a volta à Terra. E ficaram
convencidos de que era redondo. Mas eles não sabiam que não era
redondo, que é antes um pouco achatado. Está como que inchada nas
costuras, achatada por cima e por baixo, e é oca. Mas aqueles que
acreditam firmemente que ela é sólida nunca saberão, pois nunca
contemplarão entrar nela e descobrir algo de diferente. Isso porque
têm uma compreensão limitada, que contudo é verdadeira.

Seja ilimitado na sua verdade, mestre. Saiba que o seu mundo é


redondo. Mas se deseja ser ainda mais ilimitado na sua verdade, saiba
que é achatado na base e no topo. E para ser ainda mais ilimitado,
saiba que ela é oca. E para ser ainda mais ilimitado que isso, entidade,
saiba que o centro da vossa terra é altamente habitado. Mas tente dizer
isso aos seus cientistas.

Se aquilo que você acredita é algo de limitado, isso é contudo a sua


verdade e você é correto e preciso. Se você acredita em algo ilimitado,
isso é então a sua verdade correta e precisa. Mas se está à procura de
algo em que acreditar, não acredite em nenhuma delas. Acredite em si
próprio. Não há nenhuma entidade, nenhuma coisa nem realidade que
seja maior do que você é. Pois você é quem dá verdade a tudo, é o
criador de todas as realidades e aquele que dá as leis dentro do seu
reino.

Portanto, aquilo que eu digo a qualquer entidade é isto: Continue a


aprender dos seus professores e religiões até que se aborreça ou que
isso deixe de fazer sentido. Busque então a resposta que sente correta
dentro da sua alma. A sua alma sabe o que é a verdade e dir-lhe-á
através dos sentimentos. Quando a verdade lhe fizer sentido, isso é a
sua alma a alegrar-se, porque a verdade maior é a liberdade ilimitada,
tudo aquilo que lhe permita experienciar qualquer verdade que deseja.

A verdade é uma limitação, mestre. Dizer que algo é verdade quer


dizer, que existe uma não-verdade. Mas, numa compreensão mais
vasta, não existe verdade ou não-verdade; existe somente o Estado de
Ser contínuo, a vida em evolução. A vida é a única realidade, é a partir
dela que toda a verdade surge, pois a verdade está a evoluir e a ser
criada em cada momento por cada pensamento que você está a ter.
Desta forma, a qualquer momento você pode mudar aquilo que pensa,
e pensar noutra coisa e contudo, ambas são verdadeiras, ambas são
princípios reais pois ambas são possibilidades de compreensão
emocional.

Não há outra realidade senão a vida e possibilidades de escolha.


Quando você compreender que tudo é verdade e que nada o é – que só
há o Estado de Ser – então você poderá ver verdade naquilo que
determinar que assim seja. E isso será absoluto enquanto o reconhecer
como tal. No momento em que não o reconhecer e deixar de dar
validade a essa verdade, deixará de ser real. É por isso que este plano é
o plano das realidades criativas.

Saiba que qualquer verdade que você criar na sua vida é suscetível
de ser modificada por si. Aquilo que lhe permite ser soberano é saber
que pode fazer e tornar-se tudo aquilo que desejar e saber que tem a
capacidade de mudar de ideias quando quiser.

Quanto tempo lhe levará para se tornar feliz? Somente o tempo que
é necessário para pensar em alegria e imediatamente se sentirá
radiante. Quanto tempo precisa para se sentir desesperado? Aquele
que precisa para pensar em desespero, e nisso se tornará. Qual é a
verdade subjacente a esse estado de coisas? Que você tem a capacidade
de escolha de se tornar qualquer destas coisas sempre que o desejar e
que pode modificar a sua expressão sempre que o desejar. É essa a
liberdade com que o Pai o ama. Quando souber essa verdade dentro do
seu ser, ultrapassará as suas limitações acedendo à sua divindade.
Assim, enquanto outros ainda se estarão a deixar governar por leis e
códigos morais e ideais, você será uma entidade livre, pois somente
pertencerá à sua verdade.

Lembre-se apenas disto: tudo aquilo que pensar ser é. Sempre que
acreditar em algo, isso tornar-se-á verdade como uma realidade
emocional dentro do seu ser. É por isso que todos estão sempre no
pináculo da verdade, qualquer que seja o seu ponto de vista. A sua
realidade criativa será sempre diferente da dos outros. Quando os
outros falham completamente em verem a sua realidade, é apenas
porque eles ainda estão tão submergidos nas ilusões da sua própria
realidade.

Quando você compreender que a verdade é e pode ser todas as


coisas, você deixará de se ter limitado e impedido de experienciar
todas as coisas. Poderá então participar livremente em todas as
experiências e ter delas conhecimento. Será então livre, pois não
estará escravizado por conceitos ou compreensões intelectuais que
dizem como as coisas são, quando o que é, é que tudo pode
verdadeiramente ser definido através do pensamento.

Esta verdade que lhe dou, mestre, permite-lhe ser mais ilimitado,
pois na sua virtude e contexto ela abraça a verdade de cada um e
permite a todas as verdades coexistirem em harmonia. Quando você
abraçar esta compreensão, poderá então dizer-se a si próprio, “Da
verdade que eu expresso, eu sou multifacetado na minha verdade. Não
sou uma só verdade mas toda a verdade. Então o seu fluxo criativo
deixará de ser inibido ou restringido por uma qualquer forma de viver
ou de ser.”

Seja o que é, não dirigido por Ramtha ou Buda ou Jeshua ou


qualquer outro professor, pois nenhum lhe pode ensinar acerca do seu
Deus-ser, eles só podem ensiná-lo acerca do deles. Para preencher o
seu destino, você tem que se tornar aquele e aquilo que só você é. Se
tentar viver de acordo com o plano de vida de outro, nunca se tornará
nisso. A única maneira onde chegará a compreender quem é e este
fogo que vive dentro de si, é através da verdade da sua própria
compreensão emocional.

Ame atentamente aquilo que você é e escute o Deus que está dentro
de si, que fala com um tom muito subtil. Chama-se sentimentos. Os
sentimentos, se os escutar, dir-lhe-ão a verdade e o seu caminho para
a iluminação.
Viva a verdade que sente dentro de si. Viva-a e manifeste-a para que
ela seja testemunho da sua glória. Quando o fizer, então terá avaliado,
vivido e compreendido a vida a partir do seu ponto de vista. E
qualquer que seja a forma como a perceba, tudo estará bem. Seja o seu
próprio professor, o seu próprio salvador, o seu próprio mestre, o seu
próprio Deus.

Quando você contemplar a simplicidade disto, libertar-se-á para a


liberdade da compreensão. Então você não estará apanhado em tentar
determinar o que é verdade e o que não é, o que é real e o que é ilusão.
Quando você se começar a libertar das leis dos dogmas e crenças
religiosas e deixar de lutar por viver a verdade de outra pessoa, então
você estará livre para se expressar a si próprio e para experienciar as
coisas para as quais a sua alma o chama, de forma a preencher todo o
conhecimento e compreensão que ainda necessita. Então, através da
experiência e emoção, você, ao seu ritmo individual, torna-se Deus,
momento a momento a momento. E onde terminará a sua eternidade?
Em lugar nenhum, pois você continua para sempre.

Quando você aprender que em qualquer momento em que vive está


a refinar o seu ser cheio de opiniões – e quando se permitir fazer isso
sem culpa e sem se julgar – então um dia você torna-se a verdade de
todo pensamento, a plataforma a partir da qual toda a vida nasce. Mas
você não pode tornar-se nisso até se retirar da consciência coletiva do
homem – com as suas leis, ideais e identidade em massa – e se
permitir a si próprio ser o Estado de Ser da sua própria verdade, do
seu próprio propósito de ser.

Durante muito tempo o homem separou-se a si próprio da sua


divindade ao pôr de parte as suas opções e ao criar leis no lugar delas.
Mas os ventos da mudança estão sobre este plano para trazerem algo
de novo, para confrontar as pessoas, para questionar aquilo que tem
sido considerado um absoluto. Estou satisfeito que você tenha vindo
participar nisto, pois a sua vida será muito mais alegre a partir de
agora. Pois a quem tem você que prestar contas? Somente a si próprio.
E o que é verdade? Tudo aquilo que o ser assim decrete, pois tudo
aquilo em que você acredita, assim é; em tudo aquilo que acreditar,
nisso se tornará. Saiba isso. E assim ensinará a muitos somente
através da forma como vive.

Nunca busque a verdade. Seja, simplesmente. Ao ser, é uno com os


universos infinitos.

Estudante: Vou ter muito o que contemplar.

Ramtha: Sim, mestre. Estado de Ser. Assim seja.

Estudante: Eu tenho vindo a praticar astrologia há bastantes anos e


gostaria de saber, se você me pode dizer algo que me possa ajudar a
ser mais eficaz com os meus clientes.

Ramtha: Primeiro que tudo, mestre, diga-me porque se delicia com


esta prática?

Estudante: Porque acredito que as estrelas e planetas têm uma


influência nas nossas vidas e que ao estudá-las podemos saber melhor
e compreendermo-nos a nós próprios e ao nosso destino.

Ramtha: Sabe, mestre, o homem sempre contemplou o misterioso


silêncio das estrelas nos vossos céus em busca do seu lar, pois ele sabe
instintivamente dentro de si que veio dum lugar muito maior do que a
morada temporária onde nasceu. Quando o homem começou a
procurar as luzes no céu noturno, deu-se conta, surpreendido, que elas
se mexiam. E que com o seu movimento as estações se moviam
também. Quando reconheceu nelas um poder que não podia controlar,
ele imaginou que os seus movimentos deviam também ser
responsáveis pelos acontecimentos afortunados e desafortunados que
ocorrem no reino humano.

Houve muitos sábios e profetas que usaram a crença poderosa nas


estrelas para governar e dominar impérios. Se as suas profecias de
desastre se vinham a realizar, quem era responsável? Certamente que
não o vidente. Então teriam que ser as malditas estrelas que o teriam
causado. Contudo as estrelas no seu silêncio nunca foram capazes de
se defender e proclamar a sua inocência.
Vou-lhe dizer isto, mestre. Todos os que estão aqui são Deuses que
foram criados com livre arbítrio. No vosso princípio vocês, seres de
luz, como entidades soberanas usaram essa vontade livre para criarem
as estrelas, os planetas e todos os universos visíveis e invisíveis. Vocês
são também os Deuses que criaram mais tarde os corpos que possuem,
que são muito mais magníficos que qualquer universo. Vocês são neste
momento os mesmos Deuses que possuem ainda a mesma poderosa
criatividade que tinham no vosso princípio. Ao longo de todos esses
éones de tempo nunca criaram nada para vos controlar, a não ser que
vocês nisso acreditem. Mesmo nisso ainda são vocês que controlam a
vossa vida, pois foram vocês que aceitaram a crença que são
controlados por algo que é exterior ao vosso ser, desta forma foram
vocês que permitiram que assim fosse.

Há muitos que acreditam na astrologia. E isso tem a sua verdade


realmente, pois acreditam que isso é verdade. Mas leve a questão um
pouco mais adiante e questione, quem é o dador desta verdade e como
é que as estrelas e os planetas nos seus movimentos, podiam ser
maiores que os Deuses que os criaram em primeiro lugar.

Quem você é, mestre, nunca poderá ser descoberto através do


movimento nos vossos céus. Quanto à ideia de que o movimento dos
planetas e estrelas determinam o destino de uma pessoa, isso não é
assim. Pois se isso fosse uma verdade, não teríamos coisas como
sonhos, ou imaginação, ou criatividade ou vida. Em cada uma das
vossas vidas neste plano vocês nasceram sob muitas estrelas, todas
elas estavam a brilhar nesse momento. Dizer que o vosso destino é
controlado ou influenciado somente por algumas, não só é irracional,
mestre, como vos tira a liberdade e inocência de expressarem a vossa
vida e o Deus que são.

Os Deuses criaram muitos jogos e a astrologia é um deles. E às vezes


é um jogo perigoso, porque pode instilar na entidade um medo do seu
futuro e predeterminar a sua emoção sobre os dias que vêm. Aqueles
que pensam que os astrólogos possuem uma inteligência conhecedora,
plenamente sábia, estão literalmente a pôr a sua vida valiosa nas mãos
de outra pessoa, e eu não estou de acordo com isso.
Assim como a vossa astrologia é um jogo, assim também o é o vosso
dogma religioso, a vossa política, o vosso mercado, assim também o é
tudo que vocês permitem que vos escravize para que vocês possam
jogar o jogo da sobrevivência. Aqueles que praticam astrologia são de
facto belos na sua preocupação verdadeira pelos outros e no seu desejo
de os ajudar. E estudar as estrelas é uma coisa maravilhosa, pois os
seus movimentos são belos e o seu mistério é encantador. Mas se você
basear a sua vida sobre elas, mestre, você não será maior que os gases
de que elas se compõem.

A astrologia é somente um instrumento, um jogo. A verdade real


vem através da entidade que abre a sua boca e diz, “Aqui tem, eu já
determinei o que o seu futuro lhe vai trazer”, porque ela sentiu o
campo emotivo magnético e elétrico que rodeia a entidade com quem
ela está. Se você dispensar o jogo e disser ao cliente as mesmas coisas,
ele certamente ficaria admirado. Mas, é claro, não seria tão misterioso
como dizer-lhe, que uma certa estrela é a culpada e que ele é parte de
algum plano cósmico e divino. Era isso que se passava com os sábios
que liam a bola de cristal, acendiam fogos, contemplavam a água,
faziam explosões, bebiam vinho e elixires e faziam todo o tipo de
coisas somente para tornarem uma verdade mais aceitável.

O homem sempre olhou para fora de si para descobrir respostas e


razões para o seu destino. Sempre foi mais confortável acusar as
estrelas silenciosas, ou o domínio dos reis ou a vontade de Deus do
que olhar para dentro, para o criador dos universos. Foi sempre mais
fácil pedir a guia de sacerdotes, profetas e videntes, do que acreditar
que somos tão sábios que podemos dar-nos a nossa própria guia.
Enquanto olhar para fora de si em busca de razões e respostas, nunca
ouvirá a voz dentro de si. O dador de toda a verdade e o criador de
tudo o que é. Você estará sempre nas mãos de crenças supersticiosas e
de raciocínios extravagantes que o fazem cego em relação ao poder
impressionante e à compreensão infinita que você verdadeiramente
possui.

Você, mestre, é uma entidade soberana que pode aceitar e criar


qualquer verdade que queira. Você pode tornar-se o mestre do seu
reino ou permitir-se ser o seu escravo, segundo aquilo que desejar
experienciar. Quando você se aperceber que cada entidade é o
verdadeiro criador e controlador da sua vida, aquele que desenha o seu
destino, então talvez você aplique essa realização e crie para si próprio
uma vida mais ilimitada. Isso será uma coisa magnífica para o seu ser.

Quando estiver a jogar com os seus jogos, lembre-se de quem os


criou. Lembre-se que o mesmo criador, que se pode fazer vulnerável a
tudo que quiser, pode a qualquer momento mudar o que não gosta e
tomar de novo as rédeas da sua vida.

Quero ainda dizer-lhe algo em relação ao jogo da astrologia. Os


astrólogos baseiam-se em doze casas, contudo elas são catorze. Há um
planeta que é considerado uma estrela, mas que é mais uma nebulosa,
é um planeta belo e luminoso que tem estado aqui há muito tempo, é
outra casa. E existe já na órbita próxima ao vosso sol um novo planeta
em formulação, que surgiu há alguns milhares de anos, quando as
tempestades solares eram muito grandes. Isso, mestre, faz catorze.
Como é que os astrólogos podem ser tão precisos quando estão
desacertados em duas casas inteiras?

Quando fizer estas leituras, mestre, eu gostaria que você fizesse o


seguinte: Depois de ter feito todos os cálculos e planeamentos e tudo
isso, quando a leitura estiver concluída, diga aos seus clientes, que os
universos não são nada sem eles, que sem eles nem sequer haveria
coisas como estrelas ou planetas. Basta dizer-lhes isso. Eles nunca
esquecerão o que lhes disse, pois isso vai incomodá-los. Isso lhes dará
coragem e confiança em si próprios, e torná-los-á arrogantes.

Estou satisfeito que você tenha vindo. Aprenderá profundamente


nesta sessão. Daqueles que vêm aqui, há muitos que não abraçarão as
verdades ilimitadas que eu ensino, pois nem todos desejam a
liberdade. Mas isso está bem. Ainda assim eles são amados e ainda
estão corretos, e ainda são Deus, o criador de todas as realidades.
CAPÍTULO TREZE

AME, E FAÇA O QUE QUISER

“E quando o homem se libertar desta consciência restritiva com as suas leis, planos e
regras, encontrará a alegria e paz de ser, que lhe permitirão amar-se a si próprio e a
toda a humanidade e permitirá a todos prosseguirem na liberdade dos seus
propósitos. Então ele amará como Deus ama. Então ele será como Deus é, a
plataforma que nutre e apoia toda a vida. Que assim seja.”
— Ramtha

ESTUDANTE: Ramtha, como é que você se insere no plano de Deus?


Ramtha: O plano de Deus? O que é que o faz pensar, entidade, que
Deus tem um plano?

Estudante: Porque deve haver uma razão porque as coisas são como
são.

Ramtha: O único plano que o Pai tem é ser, de forma que todas as
coisas possam expressar a vida que o Pai é. Se ele tivesse um plano,
isso tirar-lhe-ia a si a liberdade de exprimir o Deus que está dentro de
si, o que lhe tiraria a sua singularidade e a sua capacidade de fazer-se
evoluir a si próprio e expandir o princípio de vida chamado Deus.

O único plano de Deus é que ele é. Ele é tudo vibrando em união


consigo próprio, num tom que é primeiro baseado no pensamento e a
partir do pensamento tornado matéria – vibrando, adicionando e
tomando da consciência, prolongando-a – expressando ainda outro
momento da vida. Tudo o que é está a exprimir algo para além do que
já é, para o próximo momento da eternidade. Se Deus pudesse
planear, limitaria tudo o que está para ocorrer.

Este tapete peludo em que você está sentado, qual é a razão dele
estar aqui? Simplesmente porque é. Desta forma se insere no plano de
Deus, porque tudo o resto é. E qual é a razão porque este mestre
amado está aqui? Porque ele é. E este amado mestre, como é que ele se
insere no plano de Deus? Simplesmente sendo, assim como você está a
ser. E como é que eu me insiro? Eu sou, entidade. Eu sou, tal como
este tapete peludo é.

Como é que me insiro? Eu vou amá-lo a si tão profundamente como


qualquer outro alguma vez o poderá fazer, porque tenho a capacidade
para fazer isso, pois não me preocupo sobre se o meu amor ou
expressão se inserem em algum plano divino ilusório.

Como é que eu contribuo para a globalidade do Estado de Ser da


vida? Ao ajudar-vos a compreenderem aquilo que o Pai
verdadeiramente é e a razão porque ele vos ama – independentemente
daquilo que vocês são – e ao trazer talvez um enfoque mais claro sobre
como toda a vida se encaixa num todo, de forma que vocês possam
compreender que a razão porque tudo é, é simplesmente para se
expressar, não de acordo com algum esquema nem por nenhum fim,
mas simplesmente porque tem vida.

Porque é que isso é importante? Quando você compreender que a


vida simplesmente é, isso dar-lhe-á a liberdade e o poder de criar a sua
vida segundo as suas maiores capacidades. E pode estar seguro de que
tudo o que fizer no próximo momento você estará em vibração com
toda a vida e assim continuará a sê-lo no próximo momento e no
próximo e nos que virão depois.

Não há um plano para a vida, mestre, só há o Estado de Ser. Estar


num estado do Estado de Ser é a maior expressão que há – Estado de
Ser. O que importa, entidade, é que você é. Só isso tem importância.

Estudante: Quer você com isso dizer que não há nenhuma forma
especial em que cada um deveria viver, que você pode ser e fazer tudo
que quiser, que vale tudo.
Ramtha: De facto. Esse é o amor que o Pai tem por vocês.

Estudante: Então qual é o propósito da vida?

Ramtha: O propósito da vida, mestre, é exprimir sobre a plataforma


da vida quaisquer pensamentos que entretenha dentro do seu ser. E a
qualquer expressão que isso o leva saiba que sempre tem a opção de
mudá-la em qualquer momento que o deseje.

O propósito da vida é ser parte dela, ser o seu criador, iluminá-la.


Não há outro destino senão o de viver e de se permitir a si próprio ser
tudo o que deseje ser, à medida que a vida se manifesta dentro de si,
momento a momento a momento. Ao cumprir esse propósito, saiba
que tem a liberdade ilimitada de tornar-se, de fazer e de ser tudo o que
deseja.

Estudante: Mas se podemos fazer tudo, não será que certas coisas
irão contra a lei de Deus, de que a Bíblia fala?

Ramtha: Meu querido mestre, o seu Pai amado não criou nenhuma
lei, senão uma, e essa lei é que expresse a sua vida de acordo com a sua
vontade soberana, pois só através do exercício da sua vontade você
expande a consciência de toda a vida, que é o que o Pai é. Se Deus, o
Pai, fosse um legislador, Ele tê-lo-ia negado a si e a Ele próprio a
liberdade de expressão que permite a evolução da vida e o seu
perpetuar. Ele ter-se-ia tornado uma fonte limitada, um acabar. A
eternidade nunca acaba, mestre.

Aquilo a que você chama a lei de Deus, tal como escrita no vosso
Livro dos Livros, são muitas leis, pois cada profeta adicionou à lei. É
verdadeiramente uma expressão muito forte dizer que a lei de Deus diz
isto ou aquilo, ou que restringe isto ou que se deve fazer aquilo. Por
causa daquilo que você chama a lei de Deus, as pessoas aprenderam a
render-se a Deus e a temê-lo. As crianças não devem ter medo dos
seus pais, devem ser como eles.

A lei do todo é que Deus, a fonte de toda a vida, permite a todas as


coisas expressarem-se através do seu Ser como elas quiserem, na
forma que a sua liberdade o desejar, pois é somente através da
liberdade que você conhecerá o Pai e será de novo uno com ele. E
quando você regressar ao Pai e ele contemplar o seu próprio regresso a
sua casa, será um grande dia verdadeiramente, uma grande
eternidade, pois no seu regresso a casa você será como ele é. E ao ser
como ele é há sempre uma vida de amor ilimitado, alegria ilimitada e a
eternidade de ser.

Deus o Pai não tem leis. É o homem que é o legislador, não Deus. O
Pai deu ao homem a liberdade de ser o legislador soberano no seu
próprio reino, de criar a partir do pensamento todas as crenças,
verdades ou atitudes que sirvam ao seu reino, na sua progressiva
compreensão de toda a vida. O homem usou essa liberdade para criar
leis, que são consideradas necessárias para viver em sociedade.
Infelizmente a maioria dessas leis foram criadas sem escrúpulos com o
propósito de intimidar e escravizar os povos. Foram criadas para
limitar a liberdade e não para a exaltar. O homem não se pode
permitir estar num estado sem leis, porque, no medo que tem de si
próprio acha que deve haver leis que governem o seu ser. Isso passa-se
porque ele não compreende quão infinito e divino é.

Estudante: Mas Ramtha, se não houvesse leis, como se poderia


impedir alguém de expressar o mal dentro de si, de fazer coisas más?

Ramtha: Deixe-me dizer-lhe isto, mestre. No conjunto global


cósmico não existe tal coisa como o mal. Apesar de ter sido escrito que
o homem é mau na sua alma, ele não o é. Ele é divino na sua alma,
pois a sua alma e tudo que ele é são Deus, porque se não fossem Deus,
donde teriam provindo?

Não há nada fora da jurisdição do Pai, do âmbito do ser. Nada.


Qualquer pensamento ou ação que alguém julgou ser maléfico, mal ou
errado, está vivo na consciência. Se existe na consciência, é certamente
uma parte da mente de Deus. Como tudo é parte de Deus, se você
dissesse que alguma coisa é má você estaria também a dizer que Deus
é mau, o que ele não é. Também Deus não é bom, pois para definir os
limites do que é bom, isso teria que ser pesado contra a compreensão a
que chamam mau ou o mal.
Deus não é bom nem mau, pois Deus não é uma coisa boa assim
como não é uma coisa má. Deus também não é perfeição. O Pai
simplesmente é, o Estado de Ser de toda a vida, a expressão Agora que
simplesmente vive para a alegria de obter alegria para se conhecer a si
próprio. E essa essência de vida não tem a capacidade de se alterar a si
próprio para sair desse Estado de Ser, ao julgar uma parte de si
próprio como sendo boa ou má, maléfica ou divina, perfeita ou
imperfeita.

Sabe o que aconteceria se Deus pudesse olhar para algo e dizer que
isto é mau? Toda essa consciência que estaria expressando algo que
precisaria exprimir, seria exterminada da força da vida. E se isso
pudesse acontecer, então a vida e a sua expansão contínua deixaria de
existir, pois a livre vontade, que permite a criação, deixaria de existir.
Mas Deus é totalmente ilimitado, uma totalidade indivisa do Estado de
Ser. Deste modo Deus não pode olhar para si próprio de uma forma
limitada ou de um ponto de vista restritivo. Se ele pudesse, você não
poderia estar sequer aqui para expressar a sua opção de se julgar a si
próprio ou aos seus irmãos.

Não há nem bem nem mal, mestre, só há Estado de Ser. No Estado


de Ser todas as coisas são medidas unicamente em termos de
realização, em termos da experiência emocional requerida pela alma
para se realizar em sabedoria. Tudo o que você alguma vez fez – por
mais belo ou vil que você o considere – foi feito simplesmente para
obter conhecimento. Você foi pressionado pela sua alma e pelas suas
paixões para fazer isso de forma a aprender. Foi só ao fazê-lo que você
se apercebeu e compreendeu o valor daquele ato e, desta forma,
adquiriu algo a partir dela. Isso não é mal nem maldoso, isso é o que é
preciso para se tornar um Deus.

O homem – não Deus – é que julga o homem. O homem, na sua


criatividade inventou o equilíbrio do bem e do mal para roubar aos
seus irmãos a sua liberdade de expressão. O medo de ser punido por
não obedecer aos dogmas religiosos ou às leis dos governos foi a
espada que manteve e controlou as nações durante muito tempo. E se
alguma vez houvesse aquilo a que vocês chamam uma coisa má, isso é
aquilo que tira a liberdade da entidade de poder expressar o Deus que
está dentro dela. E sempre que isso é feito a outra pessoa, isso é
igualmente feito a si próprio, até de uma forma mais profunda, pois
qualquer julgamento ou limitação que você coloca sobre outrem, isso
torna-se uma lei na sua própria consciência. E segundo essa lei você
será tão limitado quanto se estiver a julgar a si próprio.

O homem não é mau na sua alma. Embora ele viva sob os auspícios
disso, segundo uma compreensão maior o mal não existe. Somente
existe a plataforma da vida que permite ao homem a opção de criar a
partir do seu pensamento tudo o que ele quiser. Esta é a única
realidade que existe. Nessa realidade, Deus permite à ilusão do mal ser
criada através da superstição, das crenças dogmáticas e das atitudes
fechadas e muito limitadas da humanidade. E através da observação
contínua, do julgamento e da expectativa do mal, ele acaba por
realmente existir na realidade de cada um, mas somente na sua
realidade, pois tal como ele acredita, assim é o seu reino.

As únicas leis que existem são aquelas que vocês criam para serem
aplicadas nas vossas vidas. Se você escolher acreditar que há bem ou
mal, então essa é a sua verdade e você não está nada enganado. Mas,
lembre-se, é a sua verdade, não a minha ou a de mais ninguém. E se
ela é verdadeiramente sua, coletivamente ela pertence-lhe porque é
formada na sua opinião. Enquanto tiver essa opinião será certamente
real. Quando deixar de acreditar nela, ela deixará de ser uma
realidade. É simplesmente assim que é.

Agora, mestre, diga-me o que pensa que é o mal, qual é a sua


compreensão do mau?

Estudante: Bem, eu diria que é o oposto do bom. Principalmente o


que eu penso que o mal é, é prejudicar outra pessoa.

Ramtha: A sério? Porquê que isso é mal?

Estudante: Bem, por exemplo se alguém magoasse a minha filha,


isso seria mau, podemos dizer que ela poderia morrer.
Ramtha: Esse é o seu julgamento do mal. Mas que mal há em
morrer?

Estudante: Então você acha que matar alguém não é mal?

Ramtha: Isso é correto, pois eu não me limitei a acreditar no fim de


qualquer coisa, pois nada nunca é destruído – nunca. Assim, se uma
entidade morre, o que é que se perde na morte?

O Pai, no seu Estado de Ser e na eternidade da vida contínua, não


criou nada superior a si próprio que pudesse perturbar a garantia de
toda a existência. Aquilo que o Pai criou, mestre, não pode ser
destruído, viverá para sempre. Pelo que a sua filha não teria sido
destruída, pois nada pode destruir a vida de Deus.

Estudante: Então você está a dizer que o assassinato não é mal ou


errado.

Ramtha: Isso é correto.

Eu digo-lhe, mestre, a vida é contínua, continua para sempre, para


sempre, para sempre. E, de momento em momento em momento, à
medida que nos expressamos sobre a plataforma da vida, temos
oportunidades ilimitadas de nos realizarmos a nós próprios na alegria
de cada momento da vida. Mas a forma com que cada um escolhe
realizar os seus momentos, será sempre de acordo com a sua vontade e
o seu desejo, e com o que ele compreende ser bom para o seu ser. Se
num momento uma entidade escolher matar outra, então no próximo
momento ele viverá em terrível culpabilidade e autojulgamento e no
medo de que de algum modo esse ato voltará para ele. Deste modo os
seus momentos vindouros não serão seguros, a não ser que ele se
perdoe a si próprio por esse ato.

Há muitos que estarão horrorizados e que julgarão e amaldiçoarão o


assassino. Mas eu amo a entidade que matou outra, como poderia eu
deixar de o fazer? Estará ele fora da providência, da vida e da
maravilha de Deus? Não, mestre, ele não está.
Aquele que foi assassinado voltará aqui de novo, outra e outra vez
pois a vida é perpétua. Ela é contínua. Ela é a única coisa que é
perpétua, contudo é todas as coisas. Se eu odeio o ato e faço juízos
acerca do assassino, eu coloco esses juízos sobre mim próprio. O
assassino já criou o seu próprio julgamento, pois estará à mercê de
todas as atitudes que tenha em relação ao ato, com as quais terá que
lidar no seu próprio reino de pensamento e emoção nos momentos
que virão.

Eu não odeio o ato. Eu racionalizei-o. Eu compreendi-o. Eu estou


para além dele. Se eu julgar o assassino por aquele ato, eu não serei
mais por causa disso, podem estar certos, e a minha vida será então
afetada por aquele julgamento. Pois o Eu Sou que sou teria tomado
uma parte de si próprio e tê-la-ia separado do meu ser. Então eu já não
seria completo. Percebem?

Quando vocês vêm tais coisas, elas são realizações a ocorrer. Em


cada momento nós temos a opção de nos realizarmos segundo a forma
que sentimos ser a mais apropriada. É essa a nossa escolha. Essa é a
única república que o homem tem, a república que está
profundamente dentro de si próprio. Os vossos governos tentarão
governar as massas de acordo com leis e regras e regulamentos, mas
nunca poderão governar a vontade de uma entidade que trabalha no
silêncio dos seus próprios processos mentais. Só essa entidade o pode
fazer. E cada momento que ela vive, ela equilibra o momento de
acordo com o seu próprio ser emocional.

Eu digo nesta audiência que não há professor maior do que vocês


mesmos e que cada um é totalmente responsável pela vontade da sua
própria vida. Pois não somos nós aqueles que em pensamento fazemos
uma coisa, e não é a manifestação real desta coisa que nos ensinará
que os nossos pensamentos devem ser mais aperfeiçoados?

Podem pôr um homem na prisão – no buraco mais pequeno, mais


escuro, mais sujo que existe – contudo nunca poderão aprisionar a sua
mente e o seu pensamento. Um homem, mesmo com o seu corpo
oprimido, ainda está ativo em pensamento. E ele, através do
pensamento contemplativo falará consigo próprio, ensinar-se-á e
julgar-se-á.

Eu não reconheço o bem e o mal, só a vida. Se ela leva uma entidade


a matar outra – ou a fazê-lo na sua alma ao simplesmente a pensar
nisso – um não é mais que o outro, pois aquilo que você faz nos seus
pensamentos já o fez.

E não há uma entidade que não tenha agredido outra nos seus
pensamentos. De qualquer modo essa entidade precisa expressar isso
com o fim de compreender. Quero que compreendam, que aquele que
participa com o assassino na sua expressão não é a vítima do
assassino, pois ele contemplou a possibilidade de talvez ser queimado,
cortado em dois ou agredido. E porque ele tinha contemplado isso e
isso lhe causou medo, ele atraiu a situação. Desta forma, aquele que
precisa de agredir e aquele que precisa de ser agredido – porque ele
precisa de compreendê-lo – foram postos juntos para terem essa
experiência.

Na compreensão chamada Deus não existe o mal. Tudo é uma


experiência que trará sabedoria. Esta é a minha resposta para si.
Quando o homem deixar de ser condenado pelos seus irmãos e se
aperceber que ele não é mau no seu ser – que no seu ser ele é Deus – e
compreender que é completamente amado e apoiado pela força da
vida chamada Deus, ele deixará de precisar de experienciar a guerra
ou a violação ou o assassínio, ou outros atos semelhantes, de forma a
compreender o seu próprio valor. E quando o homem se libertar desta
consciência restritiva com as suas leis, planos e regras, encontrará a
alegria e paz de ser, que lhe permitirão amar-se a si próprio e a toda a
humanidade e permitirá a todos prosseguirem na liberdade dos seus
propósitos. Então ele amará como Deus ama. Então ele será como
Deus é, a plataforma que nutre e apoia toda a vida. Que assim seja.

Estudante: Recentemente apareceram duas pessoas na minha vida e


eu gostaria de saber qual é a sua razão de ser na minha vida e se
estivemos juntos em outras vidas.

Ramtha: A razão porque elas estão na sua vida, entidade, é porque


você aí as quer e elas aí querem estar. Que maior propósito poderia
haver para além disso?

Estudante: Mas eu não tenho a certeza de as querer na minha vida.


Pensei que elas aí estivessem por algum laço cármico que tivéssemos e
porque precisávamos de aprender algo uns dos outros.

Ramtha: Sabe, mestre, se uma relação de certo modo tiver alguma


carência, o lado romântico de talvez terem estado juntos em vidas
passadas, muitas vezes torna-a muito mais glamorosa do que é agora.
Mas um laço cármico, como vocês dizem, é somente uma explicação
religiosa para a palavra muito simples que vocês chamam necessidade.
Vocês precisarão, apreciarão e gostarão de estar com muitas pessoas
durante as vossas vidas, que são contínuas. Mas seria muito mundano,
muito sombrio e aborrecido, se os mesmos amigos aí estivessem vida,
após vida, após vida. Se eles estão aí agora, talvez a única lição
associada a isso, mestre, seja a de que vocês se juntaram de novo para
compreenderem que precisam de se separar novamente.

Estudante: Está bem. Eu compreendo o que você está a dizer. Mas


tenho outra pergunta sobre o carma. Ensinaram-me que a razão
porque as coisas sucedem às pessoas – coisas como assassínios,
roubos ou acidentes – é porque são cumprimentos cármicos que
ocorrem para equilibrarem algo que elas fizeram numa vida passada.
Gostaria de saber o que é que você tem a dizer sobre as leis do carma.

Ramtha: Para que você compreenda e para que todos entendam,


aquilo que vocês chamam carma não é a lei de Deus, é a lei daqueles
que acreditem nela. Infelizmente há multidões que acreditam nesta
doutrina e que estão a lutar arduamente para conseguir uma
compreensão ilusória chamada perfeição. E eles acreditam que tudo o
que fazem na vida os obrigará a voltar e a pagar por isso na próxima.
Tudo o que lhes acontece atribuem-no sempre a uma retribuição
cármica. Mas isso é uma explicação muito pobre para a vida, mestre.
Ela merece muito mais do que isso.

As leis do carma são verdadeiramente uma realidade, mas somente


para aqueles que acreditem nelas. As únicas leis que existem são
aquelas que vocês permitem serem efetivas no vosso reino. O
verdadeiro legislador é cada entidade soberana, pois cada uma possui
um ego que aceita verdades. E tudo aquilo a que ela chama verdade,
tudo aquilo que ela cria como uma lei no seu ser assim será. Assim, é
através da crença e compreensão deformada que muitos criaram para
si próprios as leis do equilíbrio e da perfeição.

Se você escolher acreditar no carma, você certamente se porá nas


mãos da sua criação, pois deu poder a essa crença. Então, com certeza
que ela terá efeitos na sua vida. Desse modo você certamente voltará
aqui muitas vezes para anular ou glorificar aquilo que fez noutra vida
neste plano.

Eu não reconheço carma ou perfeição, pois vejo-os como limitações,


não gratificações. Aqueles que estão a lutar pela perfeição através das
restrições do carma, nunca obterão aquilo pelo qual estão a lutar, pois
ao mesmo tempo que estão a cumprir um carma, estariam a criar
outro. E por muitas vidas que vivam, nunca alcançarão o Estado de
Ser, o estado de Deus, pois estarão continuamente mergulhados no
endividamento em vez de num estado de receber. E não há tal coisa
como perfeição, só há Estado de Ser. No Estado de Ser da vida, tudo
muda e evolui a cada momento, pelo que nunca se pode estabelecer
um estado de perfeição.

Eu só reconheço Estado de Ser, que é completamente sem leis e


ideais que inibem a evolução do ser, Deus. Na compreensão do Estado
de Ser, não há nada que tenham que fazer na vida exceto aquilo que
querem fazer. Se quer aceitar os ensinamentos do carma, então isso é a
sua escolha e a sua criação para a sua experiência. Mas compreenda,
mestre, que você criou para si próprio as ilusões do poder limitado e
da retribuição. Essa é a vida que você escolheu através da aceitação
daquilo a que se chama carma, ser um prisioneiro do seu pensamento
limitado.

Você é uma alma e Espírito livre, mestre. Você é livre de criar e


experienciar no momento qualquer verdade, qualquer realidade,
qualquer ilusão que escolha. E a qualquer momento que deseje, pode
recriar esse sonho, pois tem o poder ilimitado para fazê-lo.
O carma não existe, vontade existe. E vontade é muito inconstante.
Podem fazer e tornarem-se tudo aquilo que num dado momento
desejam, e podem mudar de ideias a meio do caminho de serem isso.

Coisas como assassínios, acidentes e roubos não são castigos,


mestre, não são retribuição pelo que você fez antes. São criados por
você como um resultado de pensamentos contemplados, experiências
contempladas. Nem são coisas perpétuas, circunstâncias perpétuas.
Pelo que numa compreensão maior, não são coisas terríveis. Em
retrospetiva, eles são grandes professores.

Você pode ver o massacre de dez mil inocentes, e pode dizer: “Que
pena tanta miséria. Porque é que os anjos não choram esta atrocidade?
Porque é que cantam à glória de Deus?” Porque eles não se limitaram
a si próprios acreditando que a vida acaba. Eles sabem que aqueles
que são massacrados, são imediatamente levados para o céu, como
vocês lhe chamam, para uma maior aprendizagem e mais experiências
e aquilo que eu chamo aventuras. Mesmo que você enterre dez mil
corpos e chore sobre eles, Deus não chora. É por isso que o amanhã
vem sempre.

Quem é que você pensa que cria o seu destino? Muitos acreditam
que é um soberano que manipula todos e que faz com que todas as
coisas aconteçam, porque isso tira-lhes, dos seus ombros, a
responsabilidade pelas suas vidas. Mas você controla o seu próprio
destino. Você é o criador de cada momento da sua vida através daquilo
que pensa e sente neste momento. Você só tem que aprender que este
momento, este Agora, é verdadeiramente para sempre, contínuo. E na
continuidade deste Agora, cada momento é completamente novo. É
completamente novo, mestre. Não é prisioneiro do ontem. É o Agora
que você criou para o sonhar amanhã em realidade, desta maneira
você é livre de fazer tudo o que quiser neste momento. Isto é o amor
que o Pai tem por si: a liberdade e o poder que ele lhe deu para criar
qualquer momento como novo.

Ninguém é regido pelo passado. Tudo o que você fez há um


momento atrás ou há um milénio atrás, nunca terá que pagar por isso.
No momento exato em que você o fez, você ganhou compreensão e
percebeu o bom propósito de o ter feito.

O passado foi simplesmente um momento do Agora que foi


experienciado e que já não existe. A única relação que tem com o
presente é que você já aprendeu tudo o que tinha para aprender dele.
Desta forma deu-lhe a si a sabedoria para criar este momento segundo
as suas melhores capacidades, de acordo com os seus próprios
processos de pensamento e os seus propósitos planeados.

O passado acabou, mestre, já não existe. O passado apenas vive


dentro de si, neste Agora, como sabedoria. Foi isto que ele lhe
concedeu. É por isso que neste Agora você é o máximo que alguma vez
foi em todas as suas vidas, pois neste Agora você progrediu no
conhecimento mais do que nos seus Agoras-passados. Neste momento
você é a soma acumulada de todo o seu conhecimento – conhecimento
ganho através de experiência – e experiência ganha através da virtude
chamada vida. E cada momento que você expressa, você está a criar de
novo uma nova aventura em emoção e em pérolas da experiência
chamadas sabedoria.

Só há o Estado de Ser deste Agora, mestre. O que é importante é


agora. Você é o produto do Agora. A sua vida é vivida no Agora. O seu
futuro é criado no Agora. Viver verdadeiramente como um Estado de
Ser neste Agora é viver sem leis e regras e regulamentos que inibem a
expressão e expansão do ser. Quando você vive como um Estado de
Ser, a única coisa que tem importância é agora – não o passado, não o
futuro, mas agora – pois é precisamente aí que Deus vive.

Quando compreender que a única coisa que existe é o Agora,


inevitavelmente escolherá viver de uma maneira em que em cada
momento você vive a aventura que os sentimentos na sua alma lhe
indicarem, de forma que está a experienciar o que quer que seja que
nunca experienciou antes, de maneira a poder expandir-se para uma
sabedoria ainda mais vasta.

Você não voltou a este plano para resolver certas coisas, as quais
nem sequer consegue lembrar-se, ou para fazer certas coisas que
supostamente deve fazer, que ninguém alguma vez lhe poderá dizer
quais são. Contudo, dizem-lhe que deve lutar pela perfeição. Como é
que você poderá alguma vez conseguir algo se está continuamente
confuso?

Você só voltou aqui completamente por escolha através de um corpo


que escolheu. A partir do óvulo da sua mãe e do esperma do seu pai,
você criou o seu corpo com o propósito de se expressar neste plano da
ilusão criativa. Você não voltou aqui para equilibrar algo que fez antes
mas porque você queria evoluir-se a si próprio através da matéria e
completar-se nas emoções ganhas ao experienciar este plano.

Você está aqui para aprender que onde quer que esteja, você está aí
pela mera razão de que aí quer estar. É a sua vontade estar aí. Você
está aqui para reconciliar sabedoria e para a aplicar na plataforma da
vida. Você está aqui nesta vida – e por quantas mais vidas desejar cá
estar – para viver esta ilusão e para experienciar todas as coisas que a
sua alma precisa para se realizar a si própria em sabedoria. E quando
você tiver ganho o rico vapor da emoção através das suas experiências
neste plano, você deixará de precisar ou desejar regressar aqui. E só
você determina quando acabou aqui, mais ninguém.

Você está aqui, mestre, para se tornar Deus. E para se tornar isso,
você tem que eliminar do seu ser toda a lei, toda a crença dogmática,
toda a prática ritual e tornar-se ilimitado nos seus processos de
pensamento. Se você deseja uma liberdade ilimitada de expressão –
um corpo que nunca morre e a paz e alegria de ser – saiba que a vida
que está a viver é completamente ilimitada. Quando souber isso, assim
ela se tornará, pois tudo o que você deseje e tudo o que sabe como uma
verdade no seu ser, assim será. Esta é a única lei que você alguma vez
precisará aceitar dentro do seu reino.

Saiba que você nunca terá que pagar por algo que alguma vez
pensou ou fez nesta ou noutra vida, desde que você se perdoe por tê-lo
feito. Perdoar-se a si próprio é o ato divino que elimina da sua alma a
culpa e o autojulgamento que limitam a expressão do Deus que você é.
Quando se tiver perdoado a si próprio, saiba que esta vida e as que
virão são simplesmente pela experiência de ser parte do Agora, que é o
futuro de tudo o que existe.
Saiba que você existe para sempre, que nunca falhou, e que a única
coisa que fez de errado foi acreditar que fez algo de errado.

Ame-se a si próprio, mestre, e ouça o que o seu ser lhe diz, o que ele
precisa sentir e siga isso de todo o coração até que esteja aborrecido. O
aborrecimento é um sinal da sua alma de que você já aprendeu tudo o
que tinha para aprender de uma certa experiência, e que é a altura de
passar a outra aventura. Quando você somente escuta os sentimentos
que estão dentro de si, então está livre para se tornar nesse momento
tudo aquilo que escolhe tornar-se. Saiba que nunca tem que responder
perante nenhuma lei, nenhum ensinamento ou nenhuma entidade.
Agora – os sentimentos que a partir disso adquirir – são tudo o que
será importante.

Torne-se sem leis, mestre. Isto não significa irresponsabilidade. Isso


significa tirar a corda do seu pescoço e permitir-se respirar. Quando se
libertar das leis e dogmas e crenças limitadas, você estará a permitir-se
ser a liberdade e o ilimitado que Deus é. Então você será simplesmente
o poder que é, de forma a criar e a regenerar-se a si próprio e à vida.
Então, a razão porque está aqui não é para pagar a alguém pelo que
quer que lhe tenha feito, mas sim porque quer viver. E essa aventura
manifesta-se momento a momento a momento.

Viva e seja feliz. Isto é a única coisa que o Pai alguma vez lhe pediu.
CAPÍTULO CATORZE

A ALEGRIA, O ESTADO MAIOR DE SER

“Num estado exuberante de alegria você está em paz com tudo o que o rodeia. Quando
está alegre com a vida, não pode sentir remorsos ou sentir-se inseguro, com medo,
zangado ou com falta de algo. Num estado de alegria está realizado e completo, e a
vida, a sabedoria e a criatividade fluem como um rio poderoso a partir de dentro do
seu ser. Num estado de alegria você está inspirado até às alturas da grandeza e das
profundidades do sentimento.”
— Ramtha

EM CADA UMA das vossas vidas neste plano, qual é o vosso propósito ao
estar aqui? Muitos foram educados a pensar que devem ser um certo
tipo de entidade ou uma certa profissão, e são escrupulosamente
observados pela família e pela sociedade para se ter a certeza de que
eles o serão. Que ameaçador! Há outros que imaginam que para aqui
foram mandados para serem um grande professor ou salvador ou
sanador da humanidade. Quão nobre! E ainda muitos outros que
sentem que estão aqui para seguir um caminho muito bem planeado,
estreito e santo em direção a Deus. Que aborrecido!

Ninguém tem um propósito quando vem a este plano. O Pai não lhes
deu a vocês ou a mais ninguém uma diretiva sobre como a vossa vida
devia ser, exceto uma coisa – e esse desejo que ele tem para vocês traz
o máximo do ser – e isso é que vocês sejam alegres. O que quer que a
alegria signifique para vocês. Pois quanto mais alegres e felizes vocês
estiverem no vosso ser precioso e divino, mais perto estarão de ser
como Deus e em harmonia com toda a vida.

Ser alegre e feliz é o único desejo que o Pai tem para vocês. É com
efeito o maior valor emocional que existe. É a máxima realização desta
vida. Ter compreendido e ter-se tornado alegria é o único destino que
Deus deu a toda a humanidade – em qualquer plano que esteja,
qualquer que seja a compreensão que tenham obtido – pois quando
vocês tiverem voltado ao estado de alegria e felicidade, vocês terão
voltado ao estado de Deus, pois alegria é o que o Pai é. É um Estado de
Ser que está em alegria todo o tempo.

O Pai deu-vos a oportunidade de criarem tudo que desejarem, desde


as coisas mais vis às mais belas. Ele tornar-se-á tudo aquilo que vocês
desejem que ele seja na vossa busca de compreenderem a alegria. Será
que ele alguma vez julgará as vossas ações ou a realização dos vossos
desejos? Não, nunca. Esse é o amor do Pai pelo filho, da força da vida
pela força da vida. Tudo o que ele quer que vocês façam é aquilo que
vos faz felizes, alegres, pois essa é a única maneira para conhecerem o
Pai e para serem como ele é.

O que é alegria? A alegria é a liberdade de movimento sem


interrupção. É a liberdade de expressão sem julgamento. É a liberdade
de ser sem medo ou culpa. A alegria é saber que estão a criar a vida
nos vossos próprios termos. É o sublime movimento do ser permitido.
Isso é a alegria.

Porque é que a alegria é o estado máximo do ser? Porque quando


vocês estão no estado de alegria vocês estão no fluxo daquilo que Deus
é, e, nesse fluir não há espaço para ciúmes, raiva, amargura ou guerra.
É difícil odiar alguém – é difícil assediar alguém, é difícil magoar
alguém – quando se está num estado de alegria. Quando vocês estão
alegres e felizes, vocês amam a Deus, que é visto em todas as coisas.

Num estado exuberante de alegria você está em paz com tudo o que
o rodeia. Quando está alegre com a vida, não pode sentir remorsos ou
sentir-se inseguro, com medo, zangado ou com falta de algo. Num
estado de alegria está realizado e completo, e a vida, a sabedoria e a
criatividade fluem como um rio poderoso a partir de dentro do seu ser.
Num estado de alegria você está inspirado até às alturas da grandeza e
das profundidades do sentimento.
Num estado de alegria a vida torna-se o fervor e a intensidade duma
madrugada em que o céu mostra a mais bela cor rosa, as nuvens estão
tingidas dum fogo avermelhado e os pássaros cantam nas árvores.
Quando estão em alegria deixam de envelhecer e viverão para sempre,
pois a vida deixa de ser uma tarefa penosa, para ser uma aventura
maravilhosa que vocês cada vez mais desejam. Quando a alegria é
evidente, vocês estão completamente unos dentro do reino do vosso
ser. Num tal estado, acabam de encontrar a utopia.

Como é que se tornam alegres? Sabendo que cada momento da


vossa vida vos dá a liberdade e a oportunidade de expressarem alegria,
se é esse o vosso desejo, e ao saberem que não há nada que justifique
separarem-se da felicidade, da alegria e de Deus – nada – e ao
amarem-se completamente a vós próprios continuamente, pois vocês
estão a amar Deus quando estão a fazer isso.

Não há maior amor na vida do que o amor por si próprio. Não há


amor maior, pois é a partir desse abraço do ser que a liberdade existe.
E é dessa liberdade que nasce a alegria. E é a partir desse nascimento
que Deus é visto, conhecido e abraçado. O amor maior, mais profundo,
mais significante é o amor do ser puro e inocente, a criatura magnífica
que habita dentro das paredes da carne, que se mexe e contempla, que
cria e permite, que é. E quando você amar quem você é – como quer
que esteja – então conhecerá essa essência magnífica que eu amo, que
está por detrás de todas as caras e por dentro de todas as coisas. Então
amará como Deus ama. Então é fácil amar. Então é fácil perdoar.
Então é fácil ver Deus em toda a vida.

Quando você ama quem você é, não há nada inconquistável,


nenhuma coisa inatingível. Quando se ama a si próprio
verdadeiramente, vive somente na luz do seu riso e viaja somente pelo
caminho da alegria. Quando você está apaixonado por si próprio,
então essa luz – essa força unida, essa felicidade, essa boa disposição,
esse estado bem-aventurado de ser – expande-se a toda a
humanidade. E quando o amor abunda dentro do seu maravilhoso ser,
o mundo e todos os seus desprazeres torna-se belo, a vida ganha
sentido e enche-se de alegria e essa alegria através da exuberância do
seu ser levanta e glorifica toda a vida e declara o seu ser puro.

Não há maior propósito na vida do que viver para o amor e a


realização do ser. Isso só pode ser atingido pela participação nesta
vida, fazendo as coisas que lhe trazem felicidade, quaisquer que elas
sejam, pois quem poderá dizer que isso é errado ou que não é bom
para si. Deus nunca diria isso, pois Ele será todas as direções para
onde você se vai virar e o resultado de tudo o que vai experienciar. E
não pergunte aos outros o que eles pensam. O que é que eles poderiam
saber acerca da alegria quando a vida deles tem sido sobrecarregada
pelas mesmas limitações que atormentaram a sua.

O Pai empurra a alegria para ti. Ele está sempre lá à espera que tu te
abras para a receber. É isso que significa a frase: “Pedi e ser-vos-á
dado.” É bastante simples estar-se sempre alegre. Saiba que o merece.

A alegria engendra a alegria. Pois quando aceita a alegria que é


espalhada sobre si, essa alegria faz aumentar a alegria dos seus
amanhãs e abre-lhe a uma forma maior de a receber. É por isso que é
imperativo que se ame a si próprio em cada momento. Pois ao fazer
isso, isso cria o ritmo, por assim dizer, dos momentos que virão mais
tarde. Quando você vive somente para o amor e para a alegria do ser –
ao perguntar-se sempre o que o torna feliz e ao fazer então aquilo que
os seus sentimentos lhe dizem, o que quer que isso seja – esses
momentos de êxtase e euforia são gravados na alma do seu ser, o que
criará ainda cada vez mais momentos de alegria e felicidade nos
momentos vindouros.

Quanto mais momentos você passar a ser feliz e alegre, e a amar-se a


si próprio e permitindo-se ser, mais perto estará de ser a força de Deus
de toda a vida. Se você viver a sua vida dessa forma – ou seja, de que
tudo o que procure na vida, o faça para se sentir feliz – levará a sua
vida a realizar o seu máximo destino. Fará coisas milagrosas. Será um
exemplo notável do amor por si próprio e por Deus. Experienciará e
compreenderá a grande beleza e o maravilhoso enigma que você é. E,
veja bem, que naquilo a que se chama a última análise, você terá visto
a face de Deus ao aperceber-se que ela é a sua. A partir daí começa a
experiência de uma nova eternidade de vida dentro duma
compreensão nova e mais vasta.

No meu tempo, sabem, nós éramos chamados ‘sem alma’ pelos


Atlantianos. Sabem o que é que a nossa busca significava? Não tinha
um propósito final, era somente encontrar uma alma que nos tinham
dito que não possuíamos. Eu era um bárbaro miserável e odiava o
homem. Mas quando descobri o que era a alegria e que eu a merecia,
eu tornei-me a essência que apoia e alimenta e é toda a vida.

O único caminho para o Pai é tudo aquilo que você declara ser a sua
alegria. É a única forma de chegar lá. É o que o leva de volta a casa
para Deus.

Estudante: É verdade que eu escolhi regressar num corpo?

Ramtha: Quem mais poderia escolher por si?

Estudante: Pode então dizer-me porque escolhi voltar a este tempo


e lugar?

Ramtha: Para experienciar a vida neste tempo e neste lugar.

Estudante: Mas houve algum propósito especial que eu vim aqui


para cumprir e que seria a minha razão para voltar aqui?

Ramtha: A razão especial, mestre, é o privilégio de fazer a


experiência da vida.

Estudante: Então pode ser o que quer que seja?

Ramtha: Sim, pode ser o que quer que seja. Mas não é nada
específico. Você voltou aqui simplesmente para experienciar a vida.
Você escolheu-se a si próprio. E porque não haveria você de se ter
escolhido a si próprio? Escolheu este tempo, e porque não? Este é um
tempo maravilhoso. A vida floresce agora. Você está a florescer agora.

Sabe, a vida tornou-se uma experiência tão negligenciada e pouco


apreciada que todos buscam fazer qualquer outra coisa em vez de
viver. Mas a sua razão principal e primeira para estar aqui é
simplesmente para viver. A coisa mais gloriosa que pode atingir nesta
vida, mestre, é vivê-la. Não é isto uma verdade? O que seria dum
magnífico rei se ele não tivesse primeiro que ter uma vida para se
tornar num? Ser rei não era o seu objetivo. Ele somente o fez porque
achou que isso seria algo maravilhoso. A coisa mais importante foi que
ele viveu até ao ponto de se tornar nisso.

O maior feito que concretizará na vida será vivê-la. Isso talvez não
seja precisamente a compreensão que você queria ouvir, mas eu
asseguro-lhe, mestre, quando estiver perto da morte vai apreciar essa
resposta.

Todos pensam que devem ter uma justificação para a sua existência.
“Ah, mestre”, dizem-me eles, “qual é o meu destino aqui, o meu
propósito nesta vida? Sei que há uma razão pela qual eu estou aqui.”
Então eu respondo-lhes “a Vida”, e eles continuam perplexos e
infelizes, pois estavam à espera de ouvir um plano muito bem
elaborado, segundo o qual subiriam uma grande montanha e seriam
vestidos com ouro e os pássaros cantando à volta da sua cabeça e que
seriam a salvação da humanidade.

O seu propósito, mestre, é simplesmente para viver. Tudo o que faça


a partir daí será uma extensão da sua beleza e um contributo para a
expansão em geral da vida. Quando se aperceber que viver é a coisa
mais importante que há, que é assim que você ganha os seus pontos,
por assim dizer, e que está aqui porque deseja estar aqui – porque
quer estar aqui, que por sua livre vontade achou que era um lugar
agradável para regressar – então terá compreendido tudo.

Todos vêm a esta existência porque querem viver e exprimirem-se


aqui. Essa é a prioridade de toda a humanidade. Essa é a prioridade do
Pai que vive dentro de vocês. O que acontece depois não é a obrigação
de ser algo em específico, mas de ser o máximo que puder ser em cada
momento da vida. A isto se chama criação e é isto que você está
destinado a fazer, pois Deus dentro de si faz pressão para que você
crie.

Você não está aqui por nenhum destino mas para viver e, em cada
momento da vida, fazer o que o ser criativo – a alma – o incita a fazer.
A partir daí, tudo é possível dentro dos reinos da criação. Você pode
criar reinos desconhecidos, vidas desconhecidas. Você pode realizar-se
a si próprio. Você pode tornar-se tudo o que desejar tornar-se quando
se permitir a si próprio, essa liberdade explícita. E quando descobrir
que merece fazer a experiência de tudo, pode pôr a sua luz em
qualquer realização que lhe agrade, em qualquer momento que lhe
agrade.

Sabe porque é que algumas das mais iluminadas entidades no vosso


plano são vadios que vivem pela rua? Porque vivem no momento e só
fazem aquilo que precisam para viver e ir para o próximo lugar. Desta
forma estiveram em muitos lugares, viram e fizeram muitas coisas, e
encontraram muitas entidades. Desta forma eles colheram grande
conhecimento e compreensão do espírito humano a partir de muitas
fontes. Eles são muito iluminados no estado deles – e muito felizes no
estado deles – pois deram-se a si próprios a liberdade de irem e virem
como querem. Você pode dizer-me “Mas mestre, eles não têm nenhum
propósito.” O propósito deles é o de viver no momento e divertirem-se
ao fazer algo de novo e aventuroso sempre que o desejam.

Esta vida, mestre, não foi criada para ser uma prisão. Foi concebida
para ser uma plataforma para a criatividade e expressão que é colorida
e desafiadora e sobre a qual você pode ter muitos intervalos e
aventuras, mas sempre porque lhe trarão alegria.

Estudante: Mas, Ramtha, desde que eu era criança, eu sempre senti


que queria deixar este lugar, que este não é o meu lar, que existe outro
lugar.

Ramtha: Mas há outro lugar. A vida é um contínuo em muitos


níveis diferentes e em muitos lugares. Isso é uma verdade. Mas eu vou
dizer-lhe outra verdade: Se você, verdadeiramente, não tivesse querido
estar aqui, você não teria voltado. A força de vida dentro do seu ser
está aqui para fazer a experiência desta vida, de forma a aprender e
ganhar a felicidade dela. Você pensa que é uma entidade superior que
veio aqui só para descobrir que este era um lugar miserável? Uma
entidade superior encontra felicidade onde quer que esteja.
Quando a vida neste plano se torna difícil, talvez saiba bem pensar
em ir para outros lugares, pois isso torna a vida aqui mais suportável.
Mas seguramente apercebemo-nos que criamos aquilo onde estamos,
qualquer que seja a forma como o fizermos: bom ou mau, feliz ou
infeliz, excitante ou mundano. São só as nossas atitudes e os nossos
juízos de valor que determinam as nossas experiências na vida.

Isto é um lugar maravilhoso para se ser parte dele. O Pai floresce


aqui como em todos os outros lugares, pois ele é todos os lugares.
Quando apreender isso, mestre, você será uma mulher sábia. Mais
nobre do que saber que há outros lugares é tomar esta vida e fazer dela
o máximo que puder, experienciando cada parte que ela lhe oferece e
amando-a. Então estará preenchida com esta vida. Então, quando
deixar este plano não terá nada mais a experienciar que a traga de
volta aqui.

Aqueles que vêm aqui somente com uma pequena intenção e


permanecem nela, porque ela é socialmente aceitável aqui, na altura
da morte sofrem a agonia e lamentam que deviam ter feito isto, que
deviam ter feito aquilo, que deviam ter amado este ou ter casado com
aquela. Todas essas coisas que deviam ter feito trá-los-ão aqui de novo
para experienciarem todas as coisas que agora já podem fazer, até que
estejam fartos de tudo isso. Então não precisarão de regressar.

Estudante: Então eu voltei porque tinha algo que devia ter feito e
não sei qual é.

Ramtha: Mestre, é viver. Se isso é demasiado simples para


compreender, então crie para si próprio uma razão para viver e
prossiga nessa via de todo o coração. Mas quando tiver cumprido isso,
para que viverá então? Para outra razão e assim sucessivamente.

Estudante: Então não há nenhuma razão pela qual eu voltei, não há


nada que eu possa deixar de cumprir nesta vida?

Ramtha: Meu belo mestre, a sabedoria é emoção acumulada, é isso


que torna cada entidade diferente de todas as outras que vêm a este
plano. Você já não vem para fazer a experiência das coisas que já
experimentou e compreendeu. Pois não terá nenhum desejo por isso.
As coisas que ainda não compreendeu – aventuras que contêm a
promessa de realização e sabedoria – sempre a chamarão até elas, pois
a excitarão, a tentarão, a intrigarão, sempre serão para si um puzzle.
Se você simplesmente se permitir a si própria ser e ouvir aquilo que a
incita dentro do seu ser, os sentimentos dentro de si, sempre fará a
experiência que mais está a necessitar para expandir o seu ser
maravilhoso para uma sabedoria maior e uma alegria perpétua.

Agora, mestre, deixe-me dar-lhe uma compreensão, que talvez a


possa ajudar na sua perplexidade. Se está a precisar de um motivo
para ser, deixe que o motivo seja a única coisa que estará consigo para
toda a eternidade, e isso se chama amor pelo ser. O amor por si
própria sobreviverá através de toda a eternidade, enquanto o
propósito de ser isto ou aquilo cumprir-se-á nesta vida, apenas para
ser substituído por outra coisa. Qual é a única coisa que estará consigo
para sempre? Tudo o que possa adicionar a si própria que a faça
expandir para uma sabedoria cada vez maior e em mais profundo
amor por si própria, e isso é fazer o que quer que seja que a fará o
máximo que pode ser aos seus próprios olhos, os olhos mais
discriminatórios que existem. Isso durará para sempre. Você, mestre,
é o propósito na vida.

Quando as pessoas forem para além da ideia de que têm que fazer
isto ou aquilo – ou que o seu destino é isto ou aquilo, e se aplicarem a
ser, a viver explicitamente no momento – encontrarão uma felicidade
maior e uma liberdade maior do que alguma vez terão conhecido
antes, libertando-se para a vida e como ela verdadeiramente deve ser
vivida.

Este é o seu propósito – ser.


CAPÍTULO QUINZE

A DIVINDADE ESQUECIDA

“A incarnação nunca foi concebida para ser uma armadilha. Nunca foi pensada para
durar para sempre. Era simplesmente um jogo para se participar, uma nova aventura
na exploração da criatividade e da vida. Mas vocês perderam-se rapidamente nos
sentidos corporais e o vosso corpo tornou-se toda a vossa identidade. Vocês
mergulharam tanto na matéria deste plano que se tornaram homem, o homem
inseguro, o homem amedrontado, o homem vulnerável, o elemento a caminho da
morte, pois esqueceram a essência poderosa que está dentro de vós.”
— Ramtha

EM TEMPOS O HOMEM conhecia a sua herança e a sua linhagem. Em


tempos o homem conhecia Deus não como uma essência separada do
seu ser mas como o Estado de Ser sublime da vida contínua e pensava
que isso era a própria força de vida, do seu ser eterno e divino. Em
tempos o homem sabia isso. Erigiu grandes pirâmides que
permanecessem ao longo dos tempos como algo que lembrasse a
humanidade do fogo interior, do Deus que está dentro do homem.
Apesar de todas as coisas que aconteceram ao longo da vossa história,
estas pirâmides ainda permanecem como símbolos da grandeza e
divindade do homem.

Nos princípios do homem neste plano – quando o homem ainda


sabia que era Deus – ele viveu no mesmo corpo durante milhares de
anos, pois o poder que tinha dado ao corpo, a imortalidade, era a
pureza do pensamento ilimitado que o homem expressava num estado
de ser.

O homem, Deus/homem, começou a esquecer-se de que era Deus


logo na sua primeira experiência de vida neste plano. Porquê? Porque
amava este maravilhoso campo de jogos da matéria e experimentar e
criar aqui tornou-se a única coisa que era importante. E no seu desejo
de expressar aqui a sua criatividade – e de manter o veículo que lhe
permitia fazer isso – o homem, a criatura magnífica de processos de
pensamento ilimitados, começou a experienciar os pensamentos
limitados da sobrevivência, ciúme e possessividade.

O ser do homem – a sua alma e o seu Espírito – é eterno. Nada


poderá alguma vez mudar isso. Mas o corpo que os Deuses criaram
para si próprios a partir do barro da terra, é vulnerável aos
pensamentos do ser imortal que o ocupa. Qualquer pensamento que o
homem aceite e que se permita sentir, manifestar-se-á no corpo, pois o
corpo é a última parte do reino do homem e é mantido pelos processos
de pensamento do Deus que o habita.

Quando o Deus/homem começou a experienciar as atitudes da


sobrevivência, começou a diminuir o seu poder de pensamento para
fazer faiscar dentro do seu corpo a força da vida eterna. Deste modo o
corpo começou a falhar. Como o corpo começou a falhar, isso diminuiu
a capacidade que o homem tinha de racionalizar através do seu
cérebro. À medida que o homem começou a perder o seu poder de
racionalizar, o medo começou a invadir a sua consciência. Quando o
medo se tornou uma atitude dentro dos processos do pensamento do
homem, o corpo começou a sofrer da força e efeitos do medo: doenças
e morte.

Apesar das primeiras civilizações no vosso plano terem sido dotadas


de grande iluminação, o ilimitado dos seus processos de pensamento
começou a cair na limitação através da expectativa da morte e das
atitudes de sobrevivência. Aquelas atitudes de sobrevivência, nascidas
do medo da morte, acabariam por ser passadas a gerações futuras
como aquilo que se chama o instinto de sobrevivência. Pois tudo
aquilo que o homem pensa fica padronizado dentro das suas
estruturas celulares e genéticas.

Os Deuses entraram nas limitações da matéria pelo seu desejo de


experienciarem a sua criatividade através da forma corporal. Mas,
quando os Deuses, como homem, experienciaram atitudes de
limitação neste plano, eles tornaram-se inconscientemente
prisioneiros da experiência corporal. Pois quando cada Deus
experimentou a morte do seu primeiro corpo, ele entrou naquilo a que
se chama o Vazio. Este Vazio era um lugar – uma dimensão de luz –
que não era nem um regresso à compreensão consciente do Deus que
tudo sabe nem um regresso ao plano da matéria. O Deus já não podia
voltar ao plano de pensamento ilimitado, pois agora mantinha dentro
dos seus processos de pensamento aspetos alterados de atitudes da
limitação.

Este Deus, para continuar a avançar na vida – e a deliciar-se neste


maravilhoso campo de jogos da matéria – estava ansioso de voltar
aqui. Então o Deus voltou a outro corpo através da semente da sua
descendência. De forma a continuar a expressar-se na matéria e a
reconciliar todos os pensamentos limitados que ele tinha permitido
que alterassem os seus processos de pensamento na vida anterior. Mas
à medida que começou a fazer a experiência de outros aspetos
materiais deste plano, o Deus experienciou ainda mais o alterado e
caiu cada vez mais profundamente na limitação. Foi assim que
começou o ciclo da reincarnação neste plano da demonstração.

À medida que os Deuses regressaram repetidamente aqui como


homem – para continuarem as suas aventuras na vida – este plano
tornou-se gradualmente toda a sua conceção da vida, e esqueceram a
sua linhagem e a sua divindade. Deixaram de conceber Deus como o
todo, todos os pensamentos. Deixaram de ter o conhecimento que
podiam regressar, se o desejassem, ao plano de pensamento puro do
ser ilimitado, ao plano de consciência no qual eles se tinham
exprimido desde os seus princípios. Eles racionalizaram que só
podiam experienciar esferas limitadas, pensamentos limitados. Foi
assim que emergiram outros planos de consciência expressa como
aquilo a que se chama céus limitados, esferas limitadas. Aí, depois da
morte do corpo, as entidades que tinham esquecido o maior e o mais
simples de todos os planos, podiam continuar a fazer a experiência da
vida de acordo com o seu tipo de felicidade e com o seu tipo de
pensamento e atitudes do coletivo.
Quando os Deuses, como homem, deixaram de saber que eram
divinos e imortais, e que o todo o poder e todo o saber estava
verdadeiramente neles, começaram a tornar-se vulneráveis aos egos
daqueles que os rodeavam. Rapidamente se ergueram entidades que
procuravam elevar-se acima dos outros ao dizerem que só eles, através
dos seus poderes místicos e da sua infindável fonte de conhecimento,
tinham a compreensão de Deus. Como o homem se tinha tornado uma
criatura medrosa e como que de rebanho, esses videntes e profetas e
oráculos buscaram aumentar o seu poder pelo lançamento de
profecias de perigo e de destruição. E se as pessoas não ligavam muita
atenção ao que os videntes diziam, estes lançavam pragas e ameaças
de condenação.

Foi assim que a religião nasceu neste plano, com o propósito de


separar o homem ainda mais da sua beleza interior, da sua eterna
divindade. A religião foi muito esperta, pois não teve que governar e
dominar os povos através da espada. Só tinha que perpetuar o
ensinamento de que Deus não estava ao seu alcance, que não tinham
todo o poder e todo o saber dentro deles.

Então a alma é memória perpétua. Lembra-se de todas as


experiências de todas as vidas. Tudo o que repetidamente se diga ao
homem – por mais alterada que essa compreensão seja – tornar-se-á
seguramente uma realidade firme, pois o homem, o tímido buscador
da verdade, que deseja tão desesperadamente ser aceite, está sempre
pronto a escutar qualquer parvoíce. Assim, se se disser muitas vezes ao
homem que Deus está fora dele e que ele é malvado e que a sua alma é
má, estes pensamentos tornam-se compreensões firmes dentro da
memória da alma do homem e será muito difícil mudá-las. E foi isso
que realmente se passou através de milhares de anos neste plano.
Essas entidades simples, ao voltarem de vida em vida, continuaram a
cair sob o domínio destes ensinamentos. E tornaram-se tão
condicionadas por esta compreensão de que eram maus – e que Deus
estava fora deles – que passaram a ter a certeza que não eram divinos
e que a única forma de conhecer a Deus, de voltar a Deus, era através
do domínio dos profetas, sacerdotes e organizações religiosas.
Quando o homem deixou de aceitar o seu próprio conhecimento de
que é a essência da verdade, ele abdicou do seu poder e da sua
soberania e tornou-se parte da massa coletiva, que, através dos
tempos, permitiu às religiões e aos governos governarem as pessoas
como se fossem uma só entidade coletiva. Mas elas não são. Todos são
Deuses únicos com destinos únicos para cumprir e aventuras a
experienciar. O homem tem direito às suas aventuras.

Quando o homem aceitou o ensinamento de que é malvado e um


pecador, e que o Pai está fora dele, separou-se completamente de
Deus. E foi essa compreensão e aceitação dessa crença que trouxe o
homem a, repetidamente, continuar a encarnar, pois enquanto o
homem continuar a pensar que não é divino, que o Pai não está dentro
dele, ele estará condenado, por assim dizer, a nascer um milhão de
vezes, até realizar a sua divindade e viver de novo num estado de ser.

A incarnação nunca foi concebida para ser uma armadilha. Nunca


foi pensada para durar para sempre. Era simplesmente um jogo para
se participar, uma nova aventura na exploração da criatividade e da
vida. Mas vocês perderam-se rapidamente nos sentidos corporais e o
vosso corpo tornou-se toda a vossa identidade. Vocês mergulharam
tanto na matéria deste plano que se tornaram homem, o homem
inseguro, o homem amedrontado, o homem vulnerável, o elemento a
caminho da morte, pois esqueceram a essência poderosa que está
dentro de vós. Aprenderam deste modo sobre a morte mas
esqueceram-se da vida. Aprenderam sobre a tristeza mas esqueceram
a alegria. Aprenderam sobre o homem mas esqueceram Deus, a vossa
sublime inteligência que vos permite criar as vossas ilusões como
quiserem.

Todos vocês viveram muitas vidas neste plano, alguns trinta mil
vidas, outros dez mil, outros somente duas. Esse é o número de vezes
que vocês viveram e morreram. Apesar de que as vossas vidas neste
plano não foram mais que um sonho, um jogo, uma ilusão na aventura
da vida, elas corromperam-vos muito. Vocês viveram tantas vidas em
que vos foi lembrado – pela família, pela sociedade, pela religião e
pelos poderes governamentais – que são malvados e que Deus está
fora do vosso alcance, que isso se tornou uma realidade firme nos
vossos processos de pensamento.

Até hoje muitos de vós ainda não sabem que vocês são Deus, que
possuem dentro de vós o poder de conhecer e de ser todas as coisas.
Desta forma permitem que professores e religiões e todos os outros
governem a vossa vida e interpretem para vós a verdade. Vocês
permitem que a compreensão dos outros complique e obstrua a
simples verdade que já foi dita há muitos anos no vosso tempo, de que
o Pai e o reino dos céus estão realmente dentro de vós. Que verdade
maior que essa poderia ser escrita? Mas muitos de vocês que não
sabem isso, ainda pensam que se devem guiar pelo dogma e por certos
mecanismos – rituais, orações, cânticos, jejuns, meditações – de
forma a poderem ligar-se a Deus e a tornarem-se iluminados.
Contudo, quanto mais fazem essas coisas, mais convencem a vossa
alma de que não são aquilo em que se estão a tentar tornar, que estão
longe do amor de Deus e da compreensão que buscam, pois estão a ter
que fazer coisas árduas para o obter.

Portanto a religião não está errada. Aqueles que criaram e


elaboraram os ensinamentos religiosos são os vossos amados irmãos,
que ao procurarem compreender a sua própria divindade, o seu
próprio valor e poder, escravizaram os seus irmãos, escravizando-se
assim a si próprios. Aquilo que eles fizeram, por mais prejudicial que
tenha sido, foi a sua verdade para a sua experiência e compreensão. Eu
amo todas as pessoas, incluindo os sacerdotes e os videntes, pois
também eles são Deus.

Não é errado praticar rituais e seguir dogmas, mas vocês nunca se


sentirão completamente bem, porque a voz dentro de vocês – que é
Deus – diz-vos que já são aquilo que estão a lutar para ser.

Voltei aqui simplesmente para vos dizer que há um caminho melhor


e também para vos dizer que vocês já são Deus, e que nunca falharam,
e que nunca fizeram nada errado, e que não são criaturas miseráveis e
desgraçadas, e que não são pecadores, e que não existe nenhum
maravilhoso disparate chamado diabo. Quando perceberem estas
coisas, então poder-se-ão dedicar à aventura de serem felizes, que é o
que Deus é. O Pai não é uma criatura irada, tristonha, meditativa ou
pia. É a essência que é alegria completa e infinita.

Eu digo-lhes, Deus está dentro de vós. Sempre esteve aí em todas as


vossas vidas. Vocês já são Deus, pois isso é a divina inteligência
criativa que está dentro da cavidade do vosso ser, a essência que vos
amou através do experienciar da limitação e que vos amará outra vez
até ao ilimitado.

A limitação tem sido uma aventura. Tem sido uma experiência, e a


maioria neste plano estão a experimentá-la incrivelmente.
Infelizmente, vocês esqueceram-se de que há algo melhor e tornaram a
limitação uma forma de vida. Se vocês soubessem que através do
pensamento ilimitado podem transcender o corpo e todos os universos
e planos, nunca escolheriam ser limitados outra vez. Se soubessem
isso e se permitissem receber e abraçar todos os pensamentos, teriam
paz e alegria na vida, para além dos vossos maiores sonhos.

O pensamento é o criador máximo. Tudo aquilo que pensarem e se


permitirem sentir, torna-se a realidade da vossa vida. Qualquer
pensamento que abraçarem que vá para além do espectro do
pensamento limitado, manifestar-se-á de forma a alargar e tornar
mais vasta a vossa vida. Tudo o que é preciso é abrirem os vossos
processos de pensamento à aceitação de pensamentos cada vez mais
ilimitados, de forma a irem além do homem limitado até ao Deus
ilimitado.

Assim como vocês se tornaram o saber de que são miseráveis no


vosso ser, se agora souberem que são Deus no vosso ser, assim se
tornarão Deus na vossa totalidade. Para voltarem àquilo a que se
chama agora o sétimo nível de compreensão do puro pensamento, até
ao estado máximo do ser – um estado em que vocês são o poder último
de todas as coisas – a única coisa que vocês simplesmente precisam
saber é que o Pai vive dentro de vós, pois a memória de que vocês são
Deus está situada dentro da alma do vosso ser. Está aí, adormecida na
vossa alma, à espera de ser reconhecida, pronta a tornar-se uma
realidade experienciada. Torna-se isso ao sabê-lo. Quando vocês
sabem que são Deus, esse sentimento de certeza criará as experiências
e a compreensão que vos ensinarão que o vosso saber é uma verdade.
Ninguém vos pode dar esse saber. Só vocês podem chegar a essa
compreensão através dos vossos próprios processos de pensamento e
das emoções do vosso ser.

Quando sabem que Deus e vocês são um, retiram dos vossos
processos de pensamento as atitudes de separabilidade e unem-se de
novo com a vossa divindade. Quando vocês percebem que a
inteligência toda sábia, toda conhecedora do Pai é a totalidade do
pensamento – a base de todas as coisas que são – e se se permitirem
ser todos os pensamentos, então vocês são tudo o que Deus é, que é
todas as coisas. Então voltarão à vossa liberdade, à vossa grandeza, e à
vossa glória. Então não terão que voltar repetidamente a este céu, mas
poderão passar a céus maiores e a aventuras mais vastas que vos
esperam.

Digo-vos que não há nada que devam cumprir neste plano exceto
serem aquele e aquilo que são, pois o saber que são Deus é obtido num
estado de ser, pois Deus é ser. É o Estado de Ser de toda a vida. Estar
num estado de ser – um estado em que se permitem a vós próprios
simplesmente serem quem são, qualquer que seja a forma em que se
estão a exprimir – é ser completamente como o Pai é, e isso podem
consegui-lo num momento. Num momento realiza-se.

Deus é o Agora. O Infinito é este Agora. Ser Deus para sempre é


viver completamente na eternidade deste Agora, pois é assim que Deus
vive. Sejam simplesmente. Então serão unos com o Estado de Ser e a
continuidade de toda a vida, e o vosso corpo elevar-se-á para se tornar
essa continuidade. Então não terão que morrer mas poderão
transcender todos os planos até ao sétimo, que é a conclusão de todas
as coisas, pensamento. Isso é uma verdade.

A humanidade está a começar a deixar de ser limitada porque há


muitos no vosso plano que estão a questionar as suas vidas e a razão
porque são escravos da hipocrisia dos governos, do dogma, da
sociedade e aonde isso os leva. Estão a começar a amar-se a si próprios
e aos outros suficientemente de forma a poderem ver para além do
filme da consciência limitada e a elevarem-se sobre isso. Estão a
acordar para a compreensão de que há uma essência que vive dentro
deles e dentro de todos que é gentil e amorosa e sábia. Estão a começar
a compreender que todas as profecias – e todos os contos e todos os
medos – que têm governado a humanidade por tanto tempo, não se
manifestaram, pois viveram para além deles todos. Eles estão a
perguntar-se quem são e porquê que, para amarem a Deus têm que ter
medo dele.

A consciência neste plano está a mudar. As limitações de


compreensão que tornaram o homem uma criatura animalesca,
geração atrás de geração atrás de geração, estão a levantar-se para
permitir ao homem ser a essência sublime de Deus que ele é.

Chegou o tempo de uma nova aprendizagem ocorrer, que na


verdade não é nada nova. Na profundeza da vossa alma, vocês saberão
o que é verdade, porque a verdade permitir-vos-á ver para além da
estagnação das crenças dogmáticas até ao céu do pensamento e da
compreensão que sempre ali esteve. À medida que a corda é tirada do
vosso pescoço, e que os sentimentos da alegria começam a chegar à
superfície e a tornarem-se iminentes dentro da vossa alma, vocês
começarão a ser o magnífico Deus que são, num Estado de Ser.

Esta vossa época está a acabar. Esta tem sido a Idade da Carne. A
nova época já se perfila no horizonte, e chama-se a Idade da Luz, a
Idade do Espírito Puro, a Idade de Deus. É a época em que o homem
sabe que todos são iguais e que o reino do céu sempre esteve dentro
dele. A Idade da Luz levará o homem de regresso ao pensamento
ilimitado, de regresso ao reino sublime de amor e alegria e liberdade
de ser. Aqueles que serão o novo reino não serão dominadores e
tiranos entre os homens mas os arautos da paz, que se estão a elevar
acima da estagnação da limitação para dizerem, “Eu sou Deus, e amo
todos aqueles que vejo, pois eu sou tudo o que vejo e amo o que sou.”
Todo aquele que chega a esta compreensão elevará a consciência do
todo através da sua luz solitária. E um a um vocês voltarão a um
estado ilimitado, ricos com as pérolas da sabedoria, que vos permitirão
criar mais sabiamente na eternidade que vem.

As vossas vidas neste plano têm sido uma grande ilusão. Elas têm
sido um grande sonho. Mas vocês terão aprendido quando saírem do
sonho, compreendendo Deus. Todos irão. Um dia vocês olharão para o
céu que se tornou muito nublado. Ao olharem para os vossos céus
verão a resplandecente explosão de luzes brilhantes cintilando por
todo lado, e vocês vão pensar que as próprias estrelas vieram aninhar-
se nas nuvens. O que vocês verão é o que toda a humanidade verá. Eu
ajudar-vos-ei a acordar do vosso sono e a aperceberem-se que aquilo
que eu vos estou a ensinar é realmente uma grande verdade e uma
realidade maravilhosa.

Estudante: Eu gostaria de saber como nos tornamos separados de


Deus e das coisas que nos unificavam no nosso princípio. Como é que
isso aconteceu?

Ramtha: No vosso princípio, quando cada um de vós sabia que era


uno com o Pai, o vosso ego – a vossa identidade – era Deus numa
unicidade singular e a vida era a aventura emocional para fazer a
experiência de todos os pensamentos, pois Deus é todos os
pensamentos. O vosso ego era puro e inalterado, pois nenhumas
atitudes eram mantidas dentro do vosso ser que limitasse a aceitação
do pensamento ou de Deus no vosso ser. Vocês sabiam que eram para
sempre no momento de ser do Agora e que eram ilimitados na vossa
capacidade de receber o pensamento do Pai, transmutá-lo em emoção
e manifestar essa emoção em criatividade.

Todos vocês eram como crianças pequenas, pois não possuíam


nenhuma atitude que alterasse a pureza dos vossos seres ou limitasse a
vossa expressão. Vocês não conheciam o medo. Vocês não conheciam
o julgamento do superior ou inferior. Vocês não conheciam
competitividade ou ciúme ou possessividade. Vocês não conheciam a
morte. Vocês eram como crianças pequenas, pois não tinham
experienciado nenhuma destas atitudes.

Agora vocês, os Deuses, desde o vosso princípio possuíam o


poderoso desejo de criar, de expressar a emoção do pensamento em
formas criativas. E o poder de fazer isso não fora dado a uns mais do
que a outros. Todos eram iguais. Mas mal vocês começaram a criar,
um espírito de competição surgiu dentro de vós, a vontade de tomar o
pensamento da criatividade de outro e expandi-lo em algo maior, para
criar mais, pensamento a pensamento a pensamento. Porque pensam
vocês que há tantas espécies de flores no vosso plano? Poder-se-ia
pensar que uma só rosa teria chegado. E quantas mais borboletas
poderiam ainda haver?

Porque é que os Deuses se tornaram uma raça competitiva? Porque


no seu desejo de criar, começaram a contemplar que a sua criatividade
talvez não fosse tão grande como a de outros. Eles começaram a
verem-se a si próprios diminuídos dentro dos seus seres. E para
compensarem este sentimento de inferioridade, os Deuses buscaram
ultrapassar as criações uns dos outros. E quanto mais entrelaçavam os
seus processos de pensamento na criatividade competitiva, mais se
viam a si próprios como menos que a perfeição do Estado de Ser, como
separados de Deus, que é a igualdade de todas as coisas.

Compreendam, a separação da vida e a compreensão chamada


imperfeição só surge quando algo é visto como maior ou melhor do
que outra coisa. Contudo na realidade da vida, nada é maior ou menor
que outra coisa. Todas as coisas são, simplesmente, na igualdade do
Estado de Ser. Desta forma tudo está num estado de perfeição ou,
mais apropriadamente, num Estado de Ser. São somente as atitudes,
pensamentos coletivos, que tornam algo menos que a perfeição do
Estado de Ser que verdadeiramente é.

Então a vossa maior separação ocorreu quando vocês entraram no


corpo humano. Até esse momento, apesar de vocês já se terem
começado a separar de todas as coisas, vocês ainda estavam
conscientes da vossa divindade e imortalidade do ser. Mas quando
vocês desceram a um corpo e começaram a experienciar as realidades
da matéria celular, vocês aprisionaram-se nas funções da massa
chamadas fome, frio e sobrevivência, a luta para manter aquilo em que
se tinham tornado. Estavam agora enlaçados com a matéria celular
que foi programada na sua criação para permitir a sobrevivência da
massa. Esse casamento dum grande ser imortal com um mecanismo
de massa, orientado para a sobrevivência da sua própria estrutura,
alterou profundamente o estado de ser do vosso ego. Foi então que a
árvore do conhecimento, o ego alterado, nasceu. E foi a experiência
das emoções de medo, competitividade, e ciúme neste plano – gravada
na vossa alma e programada nas estruturas celulares do vosso corpo –
que intensificou ainda mais o vosso ego alterado, o que ainda alterou
mais o saber de que vocês eram divinos, imortais e unos com toda a
vida.

Estudante: Ainda não compreendo porque é que os Deuses, que


sempre souberam que eram eternos, acabaram por acreditar que iriam
morrer. Como é que eles chegaram a aceitar a ideia da morte à
partida?

Ramtha: Eles aceitaram e compreenderam os processos da


mudança – aquilo a que vocês chamam morte – através das próprias
coisas que eles tinham criado. Você veja, muitas coisas criadas aqui
foram concebidas para se alimentarem umas das outras, pois a
substância que cada criação precisava para se manter a si própria
tinha de ser da mesma substância que ela. É aquilo a que vocês
chamam uma cadeia alimentar.

Desta forma a flora tornou-se alimento para os animais que os


Deuses tinham criado. E quando os animais comeram as plantas, os
Deuses que criaram as plantas ficaram horrorizados de ver que as suas
criações tinham sido devoradas em frente ao seu nariz e transmutadas
ainda noutro tipo de energia. Os animais podiam tornar-se então
alimento ainda para outros animais que tinham sido criados por outro
Deus para serem maiores do que os primeiros, e assim por diante. Era
uma das formas que os Deuses escolheram para competirem uns com
os outros. Como compreendem, era muito humilhante ver as vossas
criações comidas e digeridas pela criação de um outro Deus.

A morte ainda foi mais compreendida, mestre, através do processo


da conceção e desenvolvimento do corpo humano. Para aperfeiçoarem
a criatura chamada homem, os Deuses tornaram-se parte dela, como
se tinham tornado parte de todas as coisas que aqui tinham criado.
Dado que as suas primeiras versões do homem não eram criaturas
muito ágeis, os animais estavam continuamente a comer os corpos dos
homens e consideravam-nos uma iguaria. Desta forma, os Deuses
experienciaram e compreenderam a ação chamada morte. Essa
compreensão permitiu-lhes melhorar o corpo de forma a torná-lo mais
resistente à morte causada pelas outras criaturas também por eles
criadas, os animais de natureza carnívora.

O romance do homem com um Deus fora de si começou quando os


Deuses tiveram um romance com este plano, com o seu desejo de
experimentarem e interagirem com todas as coisas que aqui tinham
criado. Os Deuses tinham sido as plantas. Eles tinham sido os animais.
Eles tinham sido os insetos. Eles tinham sido tudo. Mas ter uma forma
que tivesse domínio sobre todas as coisas, essa foi a sua máxima
criação e amor.

Quando os Deuses por fim tomaram a forma de homem e de mulher


– e toda a sua atenção estava focada na ideia de escaparem às suas
criações ou de as superarem – eles tornaram-se um estado de vida
alterado. A ironia era que apesar de eles terem escapado dos animais
que os perseguiam, eles não podiam escapar das atitudes de
sobrevivência que estavam a começar a absorver a sua consciência.
Foram as suas atitudes de sobrevivência e o medo da morte que
finalmente acabaram com os seus corpos, pois tudo aquilo de que se
tem medo, nisso se torna.

Sabem, de todas as coisas que os Deuses criaram, não há nada mais


devastador do que a criação chamada medo, pois não se pode exprimir
nenhuma vida à sombra do medo.

Então quando os Deuses, como homem, experienciaram a morte, a


sua única realidade e o seu único desejo era de continuar a
experienciar este paraíso da matéria e criarem mais neste reino como
uma realização, pois os egos dos Deuses eram grandes. Desta forma os
Deuses voltaram de bom grado para se tornarem cada vez melhores,
para reconciliar a inferioridade que tinham visto em si próprios, e para
expressarem grandemente a sua criatividade aqui. Através da atitude e
do desejo de se tornarem melhores, eles mergulharam tanto na
matéria deste plano que se esqueceram que eram divinos e imortais, e
se tornaram morte e objetos que morrem. Contudo, a compreensão de
que se é uno com toda a vida já tinha começado a perder-se,
infelizmente, na conceção da criação – mesmo antes dos Deuses terem
um romance com este plano – através da competição e dos
pensamentos de serem mais ou melhor.

Eu digo-lhe isto, mestre: A sua unidade só está verdadeiramente à


distância de uma respiração. Quando você, na profundeza do seu ser,
já não quiser mais estar separado de qualquer coisa, não mais estará.
É somente a sua atitude, o seu pensamento limitado, a sua identidade
alterada que o separaram do pensamento do todo. Quando você voltar
ao pensamento do todo ao retirar o julgamento contra o pensamento,
então nunca mais estará perdido ou separado. Então será uma luz para
muitos outros que encontrarão o seu caminho de volta ao alinhamento
com o Pai.

Estudante: Ramtha, eu posso compreender que todos nós somos


realmente perfeitos, que somos Deus, e que vivemos para sempre. Mas
isso não diminui o sentimento que eu às vezes tenho de que devo ser
cuidadoso e proteger-me. Como é que eu posso superar essa ilusão que
tenho acerca de mim próprio, este sentimento de que preciso de ser
cauteloso, que parece que me inibe de expressar livremente aquele que
realmente sou?

Ramtha: Sabe, mestre, os animais são dotados com maravilhosos


mecanismos de auto preservação, os instintos primordiais de
sobrevivência que foram programados nas suas estruturas celulares
para que eles possam viver, experienciar e evoluir. Os humanos foram
também dotados de instintos primordiais que foram transmitidos
geneticamente de semente em semente. Os instintos de sobrevivência
do homem estão mergulhados nas estruturas celulares do corpo para
que se possa proteger a si próprio, pois a humanidade nasceu nua. Ele
não tem presas, nem cornos, nem agilidade nos pés, nem
maneabilidade nos membros, nem é dotado de um sentido de visão ou
audição muito agudos. Ele é uma entidade muito refinada,
extraordinária e contida, cujos maiores instintos de auto preservação
são a cautela e a proteção do ser. A humanidade está dotada destes
instintos, se não estivesse, não teria sobrevivido para ser esta massa
criativa, maravilhosa, pensante e evolutiva que verdadeiramente é.
Quando você, como todos os outros, escolheu abandonar a sua
liberdade de Espírito para poder experienciar a densidade da matéria,
você tornou-se entrelaçado nos seus padrões genéticos e instintivos,
uma das condições para se expressar através da matéria deste plano.
Portanto, ser homem é ser medroso, seguidor num rebanho, ter
dúvidas, e muito cauteloso. Isto é uma grande verdade.

A precaução não é uma ilusão, é uma condição de viver aqui como


homem. Isso nunca pode ser esquecido dentro do ser mas aceite como
um instinto necessário com vista à preservação do seu corpo. Mas leve
esta compreensão um passo mais adiante. Agora que se apercebeu que
o seu corpo o tem protegido de forma a permitir a esta fagulha
pequena, maravilhosa e criativa que você está aqui para evoluir,
chegou o momento de ir para além da carne até aos aspetos imortais
do seu Espírito e da sua alma. Chegou o momento, se assim o quiser,
do Espírito do seu ser tomar conta do seu corpo e de o proteger através
de uma compreensão ilimitada do pensamento.

O que é preciso fazer agora é tornar-se você próprio, o Deus que é,


firme, seguro, soberano, Eu Sou. E a única ilusão que precisa
ultrapassar é a ilusão de que não tem a capacidade de se tornar nisso.
E como é que retira essa ilusão? Simplesmente ao tirá-la dos seus
processos de pensamento. O que quer que você faça em pensamento e
em sentimento é realidade, mesmo que isso nunca se tenha
manifestado na realidade desta dimensão. Desde que você já tenha
abraçado o pensamento de que é Deus, o princípio Eu Sou, você já se
tornou isso.

Ame o que você é, mestre. Ame-o. Saiba que vive para sempre, que é
Deus. Saiba-o. Sinta-o. Abrace esse pensamento. Quando a herança
instintiva que o protegeu através das épocas confrontar o
conhecimento de que você é verdadeiramente imortal e não mortal,
que é verdadeiramente um Deus ilimitado em vez de um homem
limitado, a sua alma transmitirá este pensamento ilimitado à massa
celular do seu corpo, e a massa celular rejubilará. Então o seu corpo
estará de acordo de bom grado com os pensamentos ilimitados do
grande Deus que o habita. E tanto quanto o seu corpo teve incerteza e
precauções em relação à sua existência instintiva, ele terá agora Deus
ilimitado nas suas células, de tal maneira que a matéria do corpo possa
estar unificada e alinhada com a totalidade do Deus Eu Sou.

Para ser mais você, mestre, é simplesmente necessário ultrapassar


as fronteiras da sua incerteza. E quando você, que esteve protegido
pelo seu corpo, proclamar o seu domínio sobre tudo o que está dentro
da sua compreensão, o corpo alegremente o seguirá.

Ame-se a si próprio, mestre, completamente. Ame a vida, toda ela.


Quando você o fizer, voltará à sua união, asseguro-lhe, simplesmente
através de uma atitude e somente num momento. É tudo o que é
preciso. Saiba simplesmente.
CAPÍTULO DEZASSEIS

REENCARNAÇÃO

“Vocês voltaram aqui para experienciar Deus, para compreender o ser, para viver os
princípios do Eu Sou. E os princípios do Eu Sou englobam cada emoção criada nos
reinos do pensamento chamado Deus.”
— Ramtha

ESTUDANTE: Eu não vim aqui com nenhumas perguntas específicas


para si. Eu senti que tudo o que você dissesse a qualquer pessoa seria
certamente aplicável a todos nós.

Ramtha: Assim é, e assim tem sido.

Estudante: Mas eu gostava de lhe fazer duas perguntas de carácter


geral. Você disse que quando abandonamos este plano, continuamos
sempre em direção a algo melhor.

Ramtha: Isso é correto. No entanto quando você deixar esta


audiência, você irá para um momento maior no seu ser, pois a sua vida
avança a cada momento para ser mais do que o momento anterior.

Estudante: Bem, pode dizer-nos algo acerca dos mecanismos da


reencarnação. Quero dizer, porque é que partiríamos daqui para algo
melhor e contudo voltaríamos aqui de novo? Somos mandados de
volta aqui para aprender algo?

Ramtha: Primeiro, mestre, como poderia você saber que não há


algo melhor à sua espera aqui num tempo futuro?
Estudante: Porque parece que viver aqui é uma luta, e se tem que
lidar com muita dor e tristeza. Mesmo que não estejamos a
experienciar pessoalmente uma grande dor, nós vemo-la por todo lado
à nossa volta. É evidente que aqui há muita dor e é difícil de imaginar
que isto poderá melhorar muito no futuro próximo.

Ramtha: Sabe, o último sofrimento aqui foi a fome, e toda a gente


estava sempre faminta. Aquilo que então era preciso fazer era
trabalhar arduamente para fazer dinheiro para comprar um pão, um
pouco de queijo e um vinho estragado para encherem uma barriga
vazia. Agora olhe para toda a gente. Estão todos a tentar combater a
sua gordura. Agora que todos foram alimentados e se tornaram
gorduchos, chega alguém que diz “Ai, ai, ai. Isso não é bonito.” Então
agora estão todos a lutar para serem esfomeados de novo. A vida não é
uma aventura?

A dor aqui, mestre, é chamada ego.

Estudante: Sim, mas não estou certo de estar a compreendê-lo. Você


parece estar a dizer que a vida é circular. Não há um fim para esse
círculo?

Ramtha: A vida não anda em círculos, mestre, nem se repete nunca


a si própria. Está sempre a mudar, e contudo ela evolui a cada
momento como uma constante. A vida engloba tudo e cria o próximo
momento em virtude do seu próprio ser, o seu próprio Estado de Ser.
É criada no momento por cada entidade de acordo com a sua atitude.
É a atitude em relação à vida que permite que os seus ciclos de
mudança pareçam circulares.

A reencarnação é realmente uma verdade. É simplesmente o


abandono de um corpo – porque a atitude permitiu que ele morresse –
e tomar outro, quer seja aqui ou noutra parte qualquer do plano da
matéria.

Porque é que alguém volta aqui? Porque querem. Acha que o


obrigam a voltar aqui – que o empurram de um qualquer plano onde
esteja de volta a um corpo – só para lutar através do canal de
nascimento e se tornar completamente dependente dos egos que o
rodeiam?

Você não foi mandado para aqui por nenhum édito, mestre, pois não
existe ninguém que alguma vez o possa obrigar a fazer algo contra a
sua vontade. Foi você que decidiu voltar aqui. Foi você que desejou
expressar-se de novo neste plano. Deste modo se está à procura de
alguém para o culpar de ter criado as suas misérias, você terá que
olhar-se a si próprio nos olhos. Você é inteiramente responsável pela
sua própria beleza, pelo seu próprio ser, pela sua própria vida penosa
ou maravilhosa. E já é altura de se reconhecer que é assim que as
coisas se passam.

Ninguém é alguma vez forçado a reencarnar neste plano. Mas depois


de viver aqui durante éones, o homem começa a pensar que isto é tudo
que existe. E quando ele perde o seu corpo e está afastado dos seus
laços emocionais e dos brinquedos que aqui existem, ele em breve
deseja voltar aqui rapidamente, pois ele acha que este é o único céu
que existe. E assim isso é uma realidade para ele.

A única razão porque você está aqui é porque quer estar, porque tem
uma necessidade dentro do seu ser para cumprir aqui. E a necessidade
é para expressar alegria, ou tristeza, ou pena, ou ira, ou dor, ou
qualquer outra coisa que deseja experienciar neste plano de ilusão, de
forma a ter saciado a sua necessidade. Então quando estiver cansado
ou aborrecido com isso, poderá mudar a sua atitude e experienciar
outra emoção. É tão simples quanto isso.

Será que a utopia pode viver ao lado da dor e tristeza e situações


infernais? Pode verdadeiramente. Não passa de uma atitude.

Você voltou aqui para fazer a experiência de Deus, para


compreender o ser, para viver os princípios do Eu Sou. E os princípios
do Eu Sou englobam tudo o que cada um é, cada atitude, cada emoção,
cada carácter, cada situação ilusória criada nos domínios do
pensamento, a que se chama Deus.

Sabe porque é a identidade que agora é? Porque anteriormente já foi


a maior parte dos outros papéis e agora está a fazer a experiência
deste. Porque é que você não nasceu como uma criança faminta em vez
de ser a entidade opulenta que é? Porque você foi a criança faminta
que queria ser a entidade opulenta, e assim é isso que você agora é. E
porque é que você não é o padeiro que coze o pão para alimentar a sua
família? Porque, mestre, você já foi o padeiro que cozia o pão para
alimentar a sua família. Você é agora a entidade que lhe compra o pão.

O que há de maravilhoso neste reino é que ele é contínuo e mutável,


e que você pode ser qualquer tipo de jogador que queira ser. À medida
que você avança na plataforma da vida, você avança para planaltos que
lhe oferecem um palco para representar as ilusões que lhe permitirão
obter dentro do seu ser o maior ensinamento. E sobre esse palco você
tem a liberdade de se tornar rei ou pobre, amante ou amado, escravo
ou homem livre, qualquer ilusão que lhe dê a compreensão que a sua
alma precisa para se cumprir.

Há muitas experiências que você nunca teve, mestre, pois há coisas


que você nunca fez e entidades que você nunca foi. Há entidades neste
mundo que vivem numa paz sublime e cujas necessidades são simples.
E tudo o que precisam ou desejam, elas simplesmente o manifestam.
Vivem na felicidade e na alegria, mestre, atitudes e aventuras no
pensamento que você ainda tem para escolher para a sua experiência.

Você ainda tem muitas compreensões a viver. Sabe qual é a maior


delas? Simplesmente viver por viver. Viver simplesmente só por viver
é a máxima realização na compreensão da vida, pois aí você conhecerá
a paz. É então que conhecerá a alegria. É então, mestre, que você se
torna novamente Deus na sua totalidade.

Você ainda tem que experienciar essa compreensão da vida, pois


você deixou-se intimidar a aceitar um papel secundário, um papel
laborioso, um papel competitivo, um papel idealista, um papel
sofredor, um papel neurótico. Você aceitou isso como seu destino e
assim se tornou. Mas você compreenderia que essas são somente
partes mínimas das suas opções na vida, isto se você se permitir a si
próprio ver as outras partes.
Esta vida, quaisquer que tenham sido todas as coisas que ocorreram
na vossa história da humanidade é verdadeiramente soberba.
Infelizmente, aqueles que vivem nas cidades – no meio da estagnação
e do espesso da consciência social – pensam que isto aqui é um lugar
miserável para se viver. Mas se você encontrar a coragem dentro do
seu ser para escapar dos ideais e intimidação e da consciência limitada
do homem e for viver na natureza selvagem – em união com o Deus
que está dentro de si – você descobrirá que a vida é verdadeiramente
esplêndida, contínua, ilimitada e bela.

A razão porque você voltou aqui, mestre, é para viver. Mas você
ainda não se libertou das coisas que o prendem a este plano para
poder experienciar a majestade de Deus e da vida. Você ainda não
caminhou sobre um glaciar, ou se escondeu debaixo duma ponte de
pedra, ou olhou pela janela no Inverno e viu um pássaro vermelho ali
pousado brilhando contra a neve. Também não esteve em cavernas
profundas, nem caminhou no deserto ou viu uma cobra na sua busca
pela comida. Também não dormiu numa grande pirâmide sozinho,
nem partiu em explorações para lugares onde ninguém nunca antes
esteve. E há muitos destes lugares. Não velejou através do oceano nem
viu os grandes peixes saltarem, nem seguiu um veado pela floresta
húmida.

Você ainda não fez muitas coisas que seriam eletrizantes e excitantes
e maravilhosas para o seu ser. E nenhuma destas coisas daria
importância ao seu trabalho, à sua educação, ao seu status social ou à
idade do seu automóvel.

Essas são facetas da vida que você ainda tem para experienciar. Mas
quando as fizer, elas destruirão as suas neuroses, os seus medos, as
suas armadilhas e as suas ilusões. Haverá então momentos em que
você sentirá que poderia explodir de alegria. Só que você gostaria de
ter alguém lá para o ver explodir, e contudo você sentir-se-ia
intimidado se alguém lá estivesse. Esta é a sua natureza, e não há nada
de errado com isso. Você simplesmente ainda não se permitiu
experienciar todas as opções que tem aqui, pois você foi fortemente
pressionado a tornar-se um ideal ilusório que é completamente alheio
à alegria e liberdade da vida.

Então se não quiser voltar aqui, não volte. Nunca será obrigado a
isso. Eu nunca voltei, pois ascendi com o vento e levei comigo tudo o
que era. E ao fazer isso, tornei-me uma entidade livre – uma entidade
livre. Isso ocorreu porque eu transcendera todas as coisas que tinha
feito na minha vida aqui. Eu perdoei-me a mim próprio, abracei esta
vida e continuei com a aventura de ser Deus. Se um bárbaro ignorante
e miserável o pôde fazer, mestre, é certo que você também o pode.

A forma de uma pessoa acabar a sua vida aqui é vivê-la e amá-la e


tornar-se uma parte das coisas simples. E liberta-se dos ideais que são
intimidantes, limitativos e que restringem a liberdade da vida. E vive
na sua própria liberdade e ama-se a si próprio e deixa de se comparar
com os outros.

Quando você deixar de viver para as imagens da sociedade e, em vez


disso, viver para o seu próprio ideal, a sua própria verdade – o que
quer que isso seja dentro de seu ser e amar o seu ser eterno – então
você tornar-se-á uno com a flora e os peixes, na verdade com toda a
vida. Então você poderá dizer “Acabei esta experiência. Amei toda a
vida que aqui existe e, porque o fiz, estou pronto para uma nova
aventura. Estou pronto para um reino distante e para uma nova
compreensão e para uma forma completamente diferente de ser.”
Quando você tiver feito estas coisas, mestre, você deixará este plano
numa explosão de glória. Foi assim que eu parti.

Eu amo este plano. Eu atravesso muitas vezes os seus vales. Sopro


nas árvores e torno-me parte dos risos das crianças. Eu sei o que é esta
vida, pois não desaproveitei os valores daqui. Muito mais do que isso
eu conheço os sofrimentos daqueles que amo acima de tudo, os meus
amados irmãos. E eu tenho as respostas, contudo elas têm pouco valor
se não forem aplicadas.

A razão porque você e todos os outros se estão aqui a expressar, é


porque o querem. É isso a reencarnação.

Estudante: Muito obrigado. Terei que pensar sobre o que me disse.


Ramtha: Sim. Pois quando o fizer, talvez escolha ser mais gentil
consigo próprio e se permita a liberdade de respirar um pouco mais
facilmente.

Estudante: Eu estava a pensar se você nos poderia dizer qualquer


coisa sobre aquilo que faz quando não está neste plano.

Ramtha: Eu faço a mesma coisa que você está a fazer: exprimo-me.


A única diferença é que a sua expressão é limitada e a minha não. Eu
tenho um alcance que atinge o eterno, pois nunca contemplo o fim de
mim próprio, pois não existe tal coisa. E na verdade, vou com o vento,
pois foi esse o meu máximo desejo.

Eu estou a ser feliz. E observo-a na sua vida e a ela na sua e a ele na


dele. Eu vejo as vossas ilusões aqui e – enquanto elas são tão sérias
para vocês e preenchidas de águas coloridas impressionantes – eu rio,
pois vocês somente têm que ver mais. E há mais.

Eu estou a expressar, mestre. Estou a ser feliz com aquilo que sou. E
quando não sou a identidade que você vê aqui, eu sou aquilo que é: a
plataforma a partir da qual todas as coisas emergem, pois o sétimo
nível é a totalidade do pensamento, que é o grande vazio que sustém
os planetas na sua órbita, as suas células juntas e que abarca todas as
coisas até aos perímetros da eternidade. E quando você é uma
entidade do sétimo nível, nem sequer existem níveis. Só há ser. E
nisso, você torna-se o sentir de todas as coisas, de todo o saber, de
todo o pensamento.

Imagine o que é ser pensamento. Até onde pode viajar um


pensamento? Pode depositar um pensamento na superfície do sol,
talvez no lado escuro da lua ou sobre as grandes e pequenas estrelas
dos vossos céus? Pode mandar um pensamento para outra entidade
num outro plano? Pode fazê-lo em menos de um instante. Você tem
verdadeiramente essa capacidade dentro de si. É você que não quer
essa expressão. Você quer esta expressão e assim se passa.

Estudante: Terá certamente que haver um momento em que


percebemos porque é que continuamos a voltar aqui.
Ramtha: Há, chama-se felicidade. E esse momento atinge-se
quando não há mais ninguém com quem você prefira estar do que você
próprio, e nenhum lugar onde prefira estar mais do que aquele onde
está. Esse é o ponto da realização.

Outra coisa, mestre, aquilo que para você é tristeza, miséria e dor, é
muitas vezes felicidade para outra entidade. Aqui cada um está feliz
com a vida que tem. Não sabem que isso é assim porque o seu ideal de
felicidade é um palhaço que corre como um boneco dum lado para
outro, mudando as coisas para cores de azul e lavanda e rosa.

Todos aqui estão felizes porque estão todos a fazer exatamente


aquilo que querem de acordo com a sua vontade. Se querem estar
doentes, estão doentes. Se querem estar infelizes, sentem-se infelizes,
pois assim o querem, pois isso os torna felizes. Sabe, se você forçar
certas entidades a rirem, elas desfar-se-ão em lágrimas.

Todos os que estão aqui estão expressamente a gozar a vida. Se não


o estivessem morreriam num instante. E quando o seu tempo chega,
morrem mesmo, pois acham que assim tem de ser. Um dia, mestre, em
alegria e paz de ser, você simplesmente perceberá, ao observar todos
que o rodeiam, que todos estão infinitamente felizes, qualquer que seja
a forma como o estão a expressar.

Estudante: Posso fazer outra pergunta? Você disse que eu fui


pessoas diferentes em outras vidas. Eu pergunto-me se você me
poderia dizer quem fui nas vidas passadas.

Ramtha: Mestre, se reunirmos uma audiência para dizer os detalhes


de todos os seus registos, tal como se diz, estaríamos aqui até à sua
próxima vida. Você já teve vinte mil, trezentas e quarenta e seis vidas e
meia. Portanto, para lhe falar do seu passado, você teria que decidir
que tempo, que terra, que ilusão, para que a possamos revelar.

Sabe, mestre, eu descobri que muitos que consideram esta vida


mundana ou sem interesse muitas vezes se deliciam no passado, pois
acham que talvez o passado tenha para eles uma pulsação de vida ou
uma estima que sentem que lhes está a faltar. E fantasiam acerca do
seu passado de uma forma muito romântica, heroica, pois quando a
vida aqui é sombria e aborrecida podem sempre concluir que foram
heroicos no campo de batalha e que deixaram muitas mulheres para
trás chorando por eles. E que quando voltaram, toda a cidade se
tornou numa celebração que durou eternidades. Ou então que foram
mais belas que qualquer outra mulher do mundo nesse tempo e que
todos os homens eram seus amantes nessa altura.

Vou-lhe dizer agora isto para que todos compreendam. Todos vocês
viveram muitas vidas, e essas vidas foram ilustres e românticas,
miseráveis e bárbaras, famosas ou infames. Mas tudo o que foram no
vosso passado não é tão grandioso como o que são agora. Neste Agora
você é o máximo que jamais foi, mestre, pois você é o conhecimento e
a experiência acumulados de todas as vidas que viveu. O Agora,
mestre, é o objetivo pelo qual todo o resto se passou.

Você nunca foi melhor do que é agora, pois qualquer que tenha sido
o disfarce, a ilusão ou experiência, a verdade é que em relação àquilo
que possui em termos de sabedoria, conhecimento e amor, você tem
muito mais agora do que alguma vez teve. Se eu o recuasse cinco vidas
antes desta, você nem saberia quem era, pois você refinou o elemento
a que se chama o ser a um ponto que é irreconhecível em relação ao
que era. Das vidas que você teve, se essas pessoas olhassem para o ser
que você agora é, diriam que é galante, um génio, um herético. Chamá-
lo-iam possuído pois a sua compreensão é muito maior do que era
naqueles tempos.

Não é sábio olhar para quem foi no passado. Quando você busca
respostas no passado, nunca fará a experiência deste momento da vida
nem das respostas que ele contém para o seu futuro, pois você estará
demasiado ocupado com a cabeça virada para trás para ver o Agora
quando ele chega. Você está curioso de saber quem foi antes, mestre,
contudo nem sequer sabe quem é agora.

É bom saber-se que se viveu antes, pois isso dá-nos esperança para
os nossos amanhãs. Mas a beleza fundamental que viveu todas aquelas
experiências ainda está quieta, ponderando, à espera de ser acordada
para se aperceber que é um grande Deus que tem o poder e opção de
criar a sua vida e de se realizar a si próprio da forma que escolher.

Aprenda a viver neste Agora. Os Agoras são virgens, são momentos


permissivos. Você faz um momento virgem tornar-se aquilo que
declarar através da sua atitude. Pode estar desagradado, em
sofrimento, triste, miserável, tudo no mesmo momento. Ou no
próximo momento pode mudar a sua atitude e tornar-se amável e
livre, convidativo, feliz e cheio de alegria e exuberância. No seguinte
momento, que não é afetado pelos dois anteriores, pode-se tornar
sombrio, brilhante, dedicado, cheio de remorsos, tudo o que desejar.

O que é importante, mestre, é saber quem é agora e fazer algo para


se tornar feliz nesta vida. Se quiser ter a capacidade noutra vida futura
para se lembrar desta, faça de cada momento um momento
memorável que continue para sempre vivo na sua alma. Se quer viver
no infinito tem que primeiro viver plenamente cada momento.

Estudante: Pode-me talvez dizer o que vê no meu futuro?

Ramtha: Quem será no futuro? Será sempre você. Apesar dos olhos
e da cor da pele e da máscara mudarem, você será sempre você. Terá
sempre a mesma alma e o mesmo Espírito-Deus do seu ser. Na sua
próxima vida será um qualquer papel ilusório que decida representar.
Se for neste plano, atravessará o processo de nascimento e criará o
fruto do útero de acordo com a sua intenção particular e fará com que
ele realize qualquer jogo e ilusão que para si próprio destinou nessa
existência. Ou poderá simplesmente abandonar a ilusão e passar a um
plano mais vasto de compreensão.

Aprenda a viver no Agora, mestre. Seja grande nesta vida e faça a


experiência de si próprio. Cavalgue o vento. Navegue um pensamento
até a lua. Deposite um esplêndido pensamento no sol, para que ele
saiba quem você é. Sente-se sobre uma estrela. Fale à água. Tudo isso
é você. Isso tudo é Deus. Isso tudo é vida.

Estudante: Obrigado. Tenho uma última pergunta. Pode dizer-me


para que plano estou a progredir?
Ramtha: Para Deus, mestre. Está a progredir em direção ao seu
Deus. Você está a refinar o seu Deus-ser. Você veio aqui como um
Deus, misturou-se com a carne – em fome, calor e frio e fronteiras
territoriais – e esqueceu-se da sua divindade, do poder e da
inteligência, que tudo consome e que contém toda a sabedoria, que
você é. Foi isso que causou a sua ligação a este plano que também está
a progredir em direção ao sétimo.

Você está a progredir em direção à sétima compreensão, que é


conhecer Deus em todas as coisas. E o pináculo desse saber é o dador
desse saber, que é você, completamente.

Estudante: Assim seja.

Ramtha: E assim será.


CAPÍTULO DEZASSETE

A CIÊNCIA DE SABER

“Vocês têm a capacidade de conhecer tudo o que há para conhecer. Foi para isso que o
vosso cérebro foi concebido, para que um Deus vivendo num plano físico, num corpo
físico, pudesse experienciar e compreender todas as dimensões de Deus que desejasse,
visto através das formas tridimensionais.”
— Ramtha

HÁ MUITOS NO VOSSO PLANO ABENÇOADO que lutam arduamente para


serem iluminados, como vocês dizem, algo bem merecedor de o ser.
Contudo há poucos que verdadeiramente compreendem o que esse
termo significa. Ser iluminado significa simplesmente estar na luz de,
ter conhecimento de, ter conhecimento à disposição para que o possa
aplicar como quiser.

Como é que se tornam iluminados? Não é por serem untados. A


única forma de se tornarem iluminados é permitindo ao pensamento
entrar nos vossos processos de pensamento, abraçando-o em emoção e
experienciando-o em sabedoria.

Porque é que o conhecimento é importante? É o vosso maior


tesouro, pois quando tudo o resto vos tiver sido tirado, aquilo que não
vos foi tirado e nunca poderá ser é o conhecimento que vos dá a
capacidade de criar de novo. Quando vocês têm conhecimento, têm
liberdade, têm opções. Quando vocês têm conhecimento, podem
construir reinos ilimitados. Quando vocês têm conhecimento, não há
nada a temer, pois então não existe nenhuma coisa, nenhum elemento,
nenhum principado, nenhuma compreensão que alguma vez vos possa
ameaçar, escravizar ou intimidar. Quando se dá conhecimento ao
medo a isso se chama iluminação.

O conhecimento permite à vossa mente raciocinar e contemplar


para além daquilo que vocês já sabem. Permite-vos ver para além do
conhecimento de todas as coisas que são e crescer na vossa capacidade
de receberem um conhecimento ainda maior. O conhecimento impele-
vos a expandirem-se a vocês próprios, a procurar uma identidade cada
vez mais vasta, a tornarem-se. Nesse sentido, leva-os através das
fronteiras duma vida limitada para uma expansão mais ilimitada.
Através do conhecimento e da aventura na aprendizagem, vocês
tornam-se imensos em simplicidade, e nessa simplicidade encontrarão
uma paz de ser e a alegria de viver.

Eu queria agora dar-vos uma compreensão da ciência de saber,


acerca de como vocês têm a capacidade de saber todas as coisas.
Porque é que isso é importante? Porque o que quer que saibam, nisso
se tornarão. E quando aprenderem como conhecer todas as coisas que
são, vocês tornam-se tudo o que é – que é Deus – completamente,
saber ilimitado, vida ilimitada, a totalidade do pensamento. E nisso
vocês são de novo, a liberdade ilimitada e alegria de ser.

Para compreenderem como podem conhecer tudo o que é, devem


primeiro compreender não só que tudo existe a partir do pensamento,
que é a mente de Deus, mas que tudo emana do pensamento do vosso
ser de volta à mente de Deus.

Tudo tem um campo luminoso à sua volta. Não há nada que exista
que não esteja rodeado por uma coroa de luz, pois isso mantém a
imagem do pensamento e cria o ideal na forma chamada matéria.
Através desse campo luminoso cada coisa emana o pensamento do seu
ser de volta àquilo a que se chama o fluxo da consciência, ou o rio do
pensamento, que é a mente de Deus.

Olhem para o tapete, a planta, a luz, o couro dos vossos sapatos.


Olhem para a vossa mão ou para outra entidade. O que é que estas
coisas têm em comum? Estão todas a existir. E pelo facto de existirem,
cada uma emana a partir do seu ser não só o pensamento do seu ser
mas também a sua consciência acerca de tudo o que a rodeia. Chama-
se perceção coletiva. Como o tapete está consciente das cores que tem
em si ou de quem está sentado sobre ele, ou como a planta está
consciente da sala, essa consciência é emitida através da luz do seu ser
para o fluxo da consciência. E em cada momento essa consciência
mudará, pois Deus – o rio do pensamento no qual tudo existe – está
sempre em expansão e sempre em movimento.

Cada sistema estelar, cada partícula de pó, cada entidade visível e


não visível, deste e de todos os outros universos, emana o pensamento
do seu ser para a mente de Deus, pois foi de lá que veio. Tudo emana
de volta para o pensamento. É assim que tudo é conhecido.

Como é que vocês têm a capacidade de saber tudo o que há para


saber? O vosso corpo físico está rodeado por um maravilhoso campo
de luz chamado a aura ou o campo áurico. A aura é o campo de luz que
rodeia e mantém em coesão a matéria do vosso corpo. Através da
fotografia Kirlian, os vossos cientistas já conseguiram fotografar o
primeiro campo coronário da aura. Contudo ainda existem campos
eletromagnéticos maiores que rodeiam o vosso corpo, pois a aura
estende-se desde a densidade da eletricidade – a coroa azul que rodeia
o corpo – até ao infinito do pensamento.

A aura é o Espírito do vosso ser. O Espírito do vosso ser – aquilo a


que eu chamo o Deus do vosso ser – liga diretamente à mente de Deus,
o fluxo da consciência onde todas as coisas são conhecidas. Uma parte
da aura é um poderoso campo eletromagnético de electro positivo e
negativo. Para além do campo eletromagnético não há divisões para o
electro. É uma esfera de luz indivisa, que é pura energia. A esfera de
luz permite a todos os pensamentos do rio do saber fluírem através
deste grande e poderoso campo. Os pensamentos que se tornam
conhecidos para vocês são determinados pelos vossos processos de
pensamento, pois a porção eletromagnética da vossa aura chama até
vós os pensamentos que estão de acordo com a vossa maneira de
pensar.

O vosso Espírito é como uma peneira na margem do rio do


pensamento, que está sempre em movimento e em mudança
constante. Através dessa luz vocês estão num estado de receber da
mente de Deus o fluxo de pensamento onde todo o conhecimento é.
Desta forma vocês têm a capacidade de conhecer tudo o que há para
conhecer, pois vocês estão no fluxo contínuo de toda a consciência, o
rio de todo o conhecimento.

A consciência é como um rio, e todo o vosso ser – incluindo cada


célula do vosso corpo – está continuamente a ser alimentada por ela,
pois o pensamento apoia e dá autenticidade a toda a vossa vida. Vocês
vivem do pensamento que vem do fluxo da consciência. Assim como o
vosso corpo vive do fluxo de sangue que transporta a substância da
comida a cada célula, assim o vosso ser completo é mantido através da
substância do pensamento que emana do fluxo da consciência.

Vocês criam cada momento da vossa existência com o pensamento


que vem do fluxo da consciência. Vocês estão continuamente a tomar
pensamento do rio do pensamento, a senti-lo na vossa alma,
alimentando e expandindo a totalidade do vosso ser através dessa
emoção e a colocarem o pensamento do vosso ser expandido de volta
no rio, o que expande a consciência de toda a vida. Podem contemplar
um pensamento de criatividade hoje, e enquanto o fazem, o
pensamento é sentido, gravado na vossa alma como uma frequência
elétrica, e essa mesma frequência deixa o vosso corpo e vai para a
consciência, de forma que alguma outra pessoa a possa colher e criar a
partir dela. Todos têm acesso àquilo que vocês pensam e sentem. Os
outros alimentam-se dos vossos pensamentos e vocês alimentam-se
dos deles.

A consciência consiste em todos os pensamentos que emanam de


todas as entidades e de todas as coisas. Os pensamentos que compõem
a consciência são de frequências elétricas diferentes. Alguns são muito
baixos ou pensamentos de frequência lenta, são esses que
predominam aqui na consciência social. Outros são pensamentos de
frequência mais alta, os pensamentos mais ilimitados da super-
consciência. A consciência é a soma total de todos os diferentes valores
de frequência de pensamento, cada valor de pensamento atrai valores
semelhantes de todo o lado.
A consciência social é uma densidade de frequências elétricas do
pensamento, contudo é mais leve que o ar. A densidade da consciência
social é constituída por pensamento exprimido, pensamentos que
foram expressos através da emoção por todas as entidades, isto é, é
composta de pensamento realizado, pensamento que cada entidade já
recebeu em si, sentiu na sua alma e distribuiu através do seu campo
áurico de regresso ao rio do pensamento para que todos se possam
dele alimentar.

Os pensamentos dos quais o vosso plano se alimenta são os


pensamentos limitados, de baixa frequência, da consciência social.
Esses pensamentos são muito restritivos, muito julgadores, muito
severos, porque as vossas vidas são governadas por atitudes
relacionadas com a sobrevivência e o medo da morte, quer seja a
morte do corpo ou a morte do ego. Deste modo a vossa consciência
está ocupada com pensamentos de comida, abrigo, trabalho, ouro,
com juízos do que é correto ou incorreto, bom ou mau, com a moda,
beleza, aceitação, comparação, idade, doença e morte. Estes
pensamentos de baixa frequência facilmente atravessam o vosso
campo áurico, porque predominam no pensamento daqueles que vos
rodeiam. Desta forma vocês estão continuamente a ser alimentados
pelos pensamentos limitados de uma consciência estagnada e muito
restritiva. E ao mesmo tempo que permitem que estes pensamentos
vos alimentem, vocês devolvem o sentimento deles para regenerar e
perpetuar o pensamento limitado do homem.

A consciência nas vossas grandes cidades é particularmente


limitada, porque a maioria dos que lá vivem são muito competitivos,
são bastante dominados pelo tempo e pela moda, e têm muito medo e
falta de aceitação uns dos outros. Assim, todas as vossas grandes
cidades estão envolvidas por uma espessa densidade de consciência.
Aquilo que outros que vêm aqui de outros universos veem quando
olham para as vossas cidades é uma densa rede de luzes
multicoloridas, pensamentos de baixa frequência de uma consciência
muito limitada que aparecem como um campo de luz.

Os pensamentos de frequência alta da super-consciência são os do


Estado de Ser, ser, vida, harmonia, unidade, continuidade. São os
pensamentos de amor. São os pensamentos de alegria. São os
pensamentos de génio. São os pensamentos ilimitados que na verdade
estão para além da expressão destas palavras, pois os sentimentos dos
pensamentos ilimitados vão para além das palavras descritivas.

Os pensamentos de frequência alta podem ser mais facilmente


experienciados na consciência da natureza selvagem, longe do
pensamento estagnado do homem, porque lá a vida é simples,
intemporal, contínua, e em completa harmonia com ela própria. Lá,
longe do julgamento do homem, podem ouvir o bater do coração do
vosso próprio saber.

Como é que vocês têm a capacidade de colher pensamento do fluxo


da consciência? A porção eletromagnética da vossa aura atrai
pensamentos para vós de acordo com os vossos processos de
pensamento e com o vosso estado emocional de ser. Para que o
pensamento vos possa alimentar – para que ele possa ser sentido e
realizado dentro do vosso ser – ele tem primeiro que ser baixado a
uma forma de luz. Quando o pensamento encontra o Espírito do vosso
ser, a luz que rodeia o vosso corpo, explode numa erupção de luz, ou
seja, o pensamento incendeia-se quando se encontra com a luz. A luz
baixa a substância do pensamento, desta forma a luz atraiu algo
semelhante a si próprio. O pensamento não é visível e depois é visível
através duma erupção de luz. O pensamento, na forma de luz, entra no
vosso cérebro e é transmutado num propulsor elétrico de luz de uma
certa frequência, de acordo com o valor do pensamento que está a ser
recebido.

No momento em que vocês se tornam conscientes de alguma coisa,


vocês estão a receber o pensamento dela. No momento em que estão a
receber o pensamento, a luz desse pensamento é recebida pelo vosso
cérebro. Há entidades que, às vezes, vêm erupções de luz, em geral do
canto dos olhos. O que eles estão a ver na maior parte dos casos, é a
aceitação do pensamento pelo seu próprio Espírito. O momento em
que eles vêm a luz diante deles, numa brilhante aparição é o momento
em que o pensamento entrou no seu campo áurico e se mostrou dentro
do seu cérebro. Se fecharem os vossos olhos e virem o movimento da
cor ou a expansão de desenhos, vocês estão a interpretar a forma como
um pensamento se parece ao entrar dentro do vosso cérebro.

O vosso cérebro é um grande recetor de frequências elétricas de


pensamento, com partes diferentes concebidas para receber, alojar e
amplificar as diferentes frequências de pensamento. As diferentes
partes têm potenciais diferentes para alojar e eletrificar o pensamento,
dependendo da densidade de água nas suas paredes celulares.
Algumas partes são capazes de alojar e amplificar só as mais altas
frequências de pensamento, outras partes alojam e amplificam
somente as frequências mais baixas de pensamento.

O vosso cérebro não cria pensamento, ao contrário do que


geralmente se julga. Ele simplesmente permite ao pensamento, vindo
do fluxo de consciência, entrar nele. É um órgão concebido pelos
Deuses especificamente com o objetivo de receber e alojar o
pensamento que atravessou o Espírito do vosso ser, transformando-o
em corrente elétrica, amplificando-o e enviando-o através do sistema
nervoso central para todas as partes do vosso corpo, para que ele possa
ser realizado como uma compreensão.

Na vossa tecnologia, vocês têm aquilo a que se chama recetores de


rádio com botões para determinar o volume do som e que mega hertz
ou nível de frequência é recebido. Bem, o cérebro é também um
recetor com botões, e só pode receber uma certa frequência se a parte
do vosso cérebro que foi concebida para alojar essa frequência tiver
sido ativada.

A capacidade do vosso cérebro de receber diferentes frequências de


pensamento é controlada por um poderoso botão chamado glândula
pituitária, que está alojada entre o hemisfério esquerdo e o direito do
vosso cérebro. A pituitária, também chamada o sétimo selo, governa o
vosso cérebro. É responsável por ativar diferentes partes do vosso
cérebro para receber e alojar as diferentes frequências de pensamento.
É a porta que abre a vossa capacidade de contemplar e de raciocinar
com o pensamento, de o realizar através do vosso corpo e de o
manifestar numa experiência, para uma compreensão maior.
A pituitária é uma glandulazinha muito pequena mas muito
maravilhosa, a que muitos chamam o terceiro olho. Bem, ninguém tem
um terceiro olho, não há espaço para ele na vossa cabeça. A pituitária
nem sequer se parece com um olho, parece-se com uma pera com uma
pequena boca no seu ponto mais estreito, e parece que tem pétalas. O
vosso cérebro é governado e controlado pelas funções desta poderosa
glândula através de um complexo sistema de fluxos hormonais. A
pituitária, que é uma glândula sem ductos, segrega uma hormona que
fluí através do cérebro para dentro da boca da pineal, outra glândula
sem ductos, que está situada perto da pituitária, na base do cérebro
baixo e por cima da coluna vertebral. A pineal, ou sexto selo, é a
válvula responsável pela amplificação das frequências de pensamento,
de forma a poderem ser enviadas através do corpo. O fluxo hormonal
da pituitária para a pineal é aquilo que ativa as diferentes partes do
vosso cérebro para receberem e alojarem as diferentes frequências de
pensamento.

As funções do corpo são mantidas em harmonia através do fluxo de


hormonas vindas das glândulas sem ductos e que entram na corrente
sanguínea. A pineal é responsável pela manutenção dessa harmonia. O
fluxo de hormonas da pineal, ativa todas as outras glândulas a
segregarem as suas hormonas em harmonia umas com as outras,
criando assim aquilo a que se chama equilíbrio hormonal. O nível
desse equilíbrio é determinado pelas frequências de pensamento
coletivo, a serem recebidas pelo sistema pineal. Quanto mais altas as
frequências de pensamento, maior é o fluxo hormonal que atravessa o
corpo. Também, quanto mais altas as frequências, mais a pineal ativa
a pituitária a segregar o seu fluxo hormonal, o que ativa o cérebro a
receber frequências de pensamento ainda mais altas.

Como é que o pensamento do fluxo da consciência se realiza dentro


do vosso ser? Quando o pensamento entra na vossa aura, a aura não o
define, ou seja, não julga nem altera o pensamento, deixa-o chegar de
forma ilimitada. Quando os impulsos dos pensamentos chegam ao
cérebro, eles vão primeiro para a parte superior do hemisfério
esquerdo do cérebro, onde o intelecto ou as funções do raciocínio
residem e o ego alterado se expressa.
Agora, o que é o ego alterado? É a compreensão ganha através da
experiência humana que é guardada na alma e articulada através das
porções do cérebro que raciocinam. É o conjunto das atitudes do
Deus/homem vivendo meramente como uma criatura de
sobrevivência, vivendo na sombra da consciência social. E essa
maneira coletiva de ver recusará aceitar qualquer frequência de
pensamento que não pertença ao seu nível de segurança, que não
ajude a assegurar a sobrevivência da entidade. O ego alterado é a
recusa de permitir que todos os pensamentos sejam recebidos e
considerados para ter uma realização maior dentro do corpo.

Cada frequência de pensamento que o ego alterado permite que flua


para dentro do cérebro é transferida para uma corrente elétrica e
enviada àquela porção do cérebro que foi ativada pela pituitária para
alojar essa frequência. Essa porção do cérebro amplifica então a
corrente e envia-a ao sistema pineal.

O sistema pineal governa o vosso sistema nervoso central. Reúne


cada frequência de pensamento que lhe é dado, amplifica-o ainda
mais, e impulsiona-o através do sistema nervoso central, que corre ao
longo da coluna vertebral como uma autoestrada de pensamento
elétrico.

A corrente elétrica vinda do sistema pineal flui através do fluido do


sistema nervoso central – que é água – descendo através da coluna e
depois através de cada nervo, até cada célula do vosso corpo.

Agora, cada célula do vosso corpo é alimentada pelo


armazenamento de sangue com gazes derivados da ação das enzimas
na ingestão de comida. Quando a corrente elétrica do pensamento
entra nas estruturas celulares, entra como uma faísca de luz. A faísca
incendeia a célula, fazendo com que o gás se expanda, o que permite à
célula duplicar-se a si própria naquilo a que se chama um processo de
clonagem, permite-lhe criar outra célula e regenerar-se. Desta forma
todo o corpo é alimentado através desse pensamento singular. É assim
que a vida toma forma dentro das estruturas moleculares do corpo,
através dos efeitos de todos os pensamentos que vocês se permitem
receber em cada momento da vossa existência.
À medida que o pensamento alimenta continuamente cada célula do
vosso corpo, todo o vosso corpo responde ao seu impulso elétrico –
todo o vosso corpo. Desta forma o efeito do pensamento,
experienciado através de cada célula, cria um sentimento, uma
sensação, uma emoção ou aquilo a que se chama uma descarga no
corpo. Esse sentimento é então enviado à vossa alma para lá ser
gravado.

A vossa alma é um grande gravador, um computador imparcial que


grava de forma muito científica cada emoção que é sentida no vosso
corpo. Quando vocês se sentem emocionados, estão a sentir um
pensamento que bombardeou a estrutura de luz do vosso ser, que foi
aceite através do vosso cérebro e que foi enviado através do sistema
nervoso central para produzir uma sensação em cada célula do vosso
corpo. A alma grava então essa sensação como uma emoção, para uso
posterior, aquilo a que se chama memória.

A memória não tem tamanho, é uma essência. A memória não é uma


gravação visual, é uma gravação emocional. É emoção que cria a
imagem visual. A alma não grava imagens ou palavras com a intenção
de memorizar, grava as emoções dessas imagens e palavras.

A alma colhe a emoção criada pelo pensamento sentida através do


corpo e procura através dos seus bancos de memória por algo de
semelhante, algo que as porções do vosso cérebro que raciocinam –
aquilo a que vocês chamam o intelecto – podem identificar, de forma a
selecionar uma palavra para descrever esse sentimento.

Tudo o que vocês possam descrever tem certos sentimentos


associados a isso, baseados em experiência. Vocês conhecem flores
como flores por causa das vossas experiências emocionais com elas.
Vocês viram e tocaram e cheiraram e usaram as estruturas chamadas
flores. Deste modo vocês sentem a flor de uma certa maneira. Vocês
conhecem a seda como seda porque lhe associam certas sensações e
experiências emocionais, que fazem nascer a compreensão chamada
seda. A alma gravou toda esta informação a partir das vossas
experiências emocionais. Assim quando o sentimento do pensamento
é sentido, a alma grava esse sentimento e busca nos seus bancos de
memória sentimentos semelhantes, a partir de outros pensamentos
previamente experienciados. Depois, envia essa informação de volta
ao vosso cérebro para lhe indicar que o pensamento foi realizado,
compreendido na sua totalidade através do corpo. O pensamento não é
realizado simplesmente através do vosso cérebro, é realizado na
totalidade do vosso corpo. A porção do vosso cérebro que raciocina
permite-lhes então formular uma palavra para descrever o sentimento.

Como é que o pensamento é realizado e conhecido? Pela emoção. O


saber é totalmente um sentimento. O pensamento de qualquer coisa
não pode ser conhecido antes de primeiro ter sido sentido, tem a partir
daí uma identidade. Conhecer um pensamento é aceitá-lo no vosso
cérebro e depois permitirem-se a vocês próprios senti-lo, experienciá-
lo através do vosso corpo. O conhecimento não prova nada, a
comprovação emocional de algo é que prova. Quando vocês já têm o
sentimento dentro de vocês, então podem dizer “Eu sei. Tenho o
sentimento. Sei.”

Com efeito, meus queridos mestres, dentro de vós está a porta para
todo o conhecimento. O fogo que arde dentro de vós é o mesmo fogo
que chispa em cada átomo minúsculo, em cada grande estrela, em
cada forma celular, em tudo o que existe. É o mesmo fogo, exatamente.
A vossa unicidade com toda a vida realiza-se através do princípio da
luz, pois a luz que dá substância à emoção da vossa alma é a mesma
luz que dá vida às plantas, às estrelas e a tudo o que existe. Pelo que,
dentro de vocês, possuem a capacidade de conhecer todas as coisas.
Conhecer qualquer coisa não é compreendê-la através de uma retórica
intelectual, que se rodeia de palavras elaboradas que não significam
nada. É através dos sentimentos que o ser interior consegue conhecer
uma flor. Podem sempre saber aquilo que alguém está a pensar
através da frequência que emite chamada emoção. Se querem
conhecer alguma coisa, tudo que têm a fazer é senti-la. Sempre estarão
absolutamente certos.

Como é que o pensamento cria as experiências da vossa vida? A


pineal é o selo onde o conhecimento se transforma em manifestação.
Qualquer saber que vocês se permitam receber tornar-se-á uma
realidade inicialmente no vosso corpo, pois a pineal é responsável por
enviar esse pensamento como uma corrente elétrica através do vosso
corpo, para ser registado como emoção. Quanto mais ilimitado é o
pensamento, tanto maior e mais rápida é a frequência que é disparada
através do vosso corpo, e assim, tanto maior ou mais elevada será a
descarga experienciada no vosso corpo. Esse sentimento é então
gravado e guardado na vossa alma como uma certa frequência. O
sentimento de cada pensamento, gravado na vossa alma, é então
enviado para a vossa aura como uma expectativa, e essa expectativa
ativa a porção eletromagnética do vosso campo de luz para atrair até
vós – como um íman – aquilo que é semelhante à atitude coletiva dos
vossos pensamentos. Chamará até vocês situações, coisas, objetos ou
entidades que criarão os mesmos sentimentos experienciados no vosso
corpo a partir de todos os vossos pensamentos. Porquê? Para que
vocês possam experienciar os vossos pensamentos através da
realidade tridimensional pelo prémio da experiência chamada
sabedoria.

Como é que os vossos desejos se manifestam? Um desejo não é mais


que um pensamento de realização visto através de um objeto, entidade
ou experiência. Qualquer pensamento de realização que vocês se
permitam sentir deixa o vosso corpo através do vosso campo
eletromagnético e vai até ao fluxo da consciência para atrair até vós
tudo o que produza o mesmo sentimento do desejo experienciado no
vosso corpo. Quanto mais completa e intensamente esse desejo for
sentido no vosso corpo, tanto mais completa será a sua realização. E
quanto mais souberem com certeza absoluta que o vosso desejo se
realizará, mais rápida será a sua manifestação, pois o conhecimento
absoluto é um pensamento de alta frequência que aumenta a
expectativa posta no vosso campo áurico, amplificando deste modo o
vosso poder de manifestar os vossos desejos.

Vocês têm a capacidade de conhecer tudo o que há para conhecer.


Foi para isso que o vosso cérebro foi concebido, para que um Deus
vivendo num plano físico, num corpo físico, pudesse experienciar e
compreender todas as dimensões de Deus que desejasse, visto através
das formas tridimensionais. Quaisquer pensamentos que vocês se
permitam conhecer através do vosso maravilhoso recetor tornar-se-ão
uma realidade experienciada, vista primeiramente no vosso corpo e
depois através das condições da vossa vida. E tudo o que desejam,
vocês têm a capacidade – através de saber – para manifestar na vossa
vida num piscar d’olho. É assim que vocês criam o reino dos céus na
terra.

É uma ciência simples. Lembrem-se: o pensamento é, depois, a luz é


vista, depois, a luz é baixada e então transformada em impulsos
elétricos. Os impulsos elétricos são baixados, baixados, baixados até se
transformarem em massa, e a partir da massa eles são baixados de
forma a representarem o ideal deste pensamento. A mesma verdade
age no vosso corpo. É pensamento, luz, unidade recetora; da unidade
recetora leva o electro e fá-lo atravessar a massa para que a massa
compreenda através do sentimento. Para manifestar os vossos desejos,
tudo o que têm a fazer é sentirem aquilo que desejam, e o sentimento é
enviado de volta ao Pai para que ele realize os vossos desejos. É só isto.
Demasiado simples? Querem que seja mais complexo?
CAPÍTULO DEZOITO

A MENTE FECHADA

“A capacidade de todo o vosso cérebro é imensa, contudo no vosso pensamento


limitado só usam um terço dela. Para que é que acham que serve o resto, para encher
um buraco vazio?”
— Ramtha

APESAR DO VOSSO CÉREBRO ter sido concebido para receber todas as


frequências de pensamento na mente de Deus, ele só será ativado para
receber da totalidade do conhecimento aquelas frequências que vocês
se permitam a vocês próprios receber. E de todos os pensamentos
maravilhosos que bombardeiam o Deus que vos mantém em coesão, o
único saber que a maior parte de vós permite são os pensamentos de
baixa frequência da consciência social, que são muito limitados, muito
enclausurados, como muito bem vocês têm experienciado. E quando
vocês vivem de acordo com a consciência social e raciocinam somente
com as frequências que predominam nesse pensamento limitado, as
únicas partes do vosso cérebro que são ativadas são os níveis
superiores esquerdo e direito do cérebro e algumas porções do
cerebelo baixo, que está situado sobre a vossa coluna vertebral. A
maioria do vosso cérebro continua adormecida, não faz nada. Isso
acontece porque vocês recusarão qualquer pensamento que não se
insira no pensamento limitado da vossa família, pares, sociedade, ou
dogma. Vocês recusá-los-ão ou seja, vocês permitem-se contemplar e
raciocinar só com os pensamentos que serão aceites pelos outros.

Vocês têm um termo chamado mentes fechadas. Bem, essa é uma


descrição literal. Quando vocês se recusam a aventurarem-se no
pensamento para além das fronteiras da consciência social, há porções
do vosso cérebro que se fecham literalmente às frequências mais altas
do pensamento. Isto ocorre porque a vossa glândula pituitária só foi
ativada para abrir a sua boca um bocadinho, desta forma só ativou
para uso aquelas partes do cérebro que recebem as frequências baixas
da consciência social.

A única razão porque alguém é um génio e sabe coisas que vocês não
sabem é porque ele abriu a sua mente à contemplação dos “e se?...”, os
pensamentos extraordinários, os pensamentos brilhantes que vão para
além do pensar limitado do homem. Ele permitiu-se a si próprio
entreter-se e raciocinar com esses pensamentos, ao passo que vocês os
rejeitaram. Vocês não os podem receber porque ainda têm que ativar
aquelas porções do vosso cérebro que vos permitirão raciocinar com
eles. Então o que é que acontece aos grandes pensamentos da
compreensão ilimitada que estão continuamente a bombardear a
vossa estrutura de luz? Eles fazem ricochete na vossa unidade recetora
e são mandados de volta, através do Espírito do vosso ser, para o rio
de pensamento.

Ser mente-fechada é estar fechado à possibilidade de que existam


coisas fora dos valores que podem ser experienciados através dos
sentidos do vosso corpo. Contudo, no reino chamado Deus, nada é
impossível. Se qualquer coisa pode ser concebida ou ponderada, ela
existe, pois tudo o que é sonhado ou imaginado já está dentro do reino
da existência. Foi assim que toda a criação surgiu. Cada vez que vocês
dizem a alguém que uma coisa é somente a sua imaginação, vocês
estão a programá-los para a estupidez e criatividade limitada. Isso é
precisamente o que acontece às crianças deste plano – a todos vós.

Eu digo-vos que tudo o que é permitido ser pensado, é. E tudo o que


vocês se permitem pensar, vocês irão experienciar, pois o vosso campo
eletromagnético o atrairá até vós.

Sabem, o que há de atroz numa mente fechada, é que vos


impossibilita de conhecer a alegria. Mantém-vos escravizados nas
ilusões do homem. Impede-vos de conhecer a vossa glória e Deus.
Enquanto tiverem uma mente enclausurada e viverem e pensarem de
acordo com a consciência social, vocês nunca se aventurarão no
desconhecido ou contemplarão a possibilidade de realidades maiores,
por medo que isso signifique mudança. E certamente que significará,
pois haverá mais para ver, para compreender e para se tornarem parte
de, do que havia antes num mundo arrumado que vive e morre.
Enquanto aceitarem somente os pensamentos limitados que vos foram
inculcados, nunca ativarão porções maiores do vosso cérebro para
receberem e experienciarem qualquer pensamento além daqueles que
vocês já encararam em todos os dias da vossa existência.

Cada vez que aceitam um pensamento que é maior do que aquele


que aceitaram como a vossa norma, esse pensamento ativa outra parte
do vosso cérebro para ter utilidade intencional. Cada vez que fazem
isso, o pensamento maior oferecer-se-á a si próprio como um
transportador que expande o vosso raciocínio a partir desse ponto.
Isso ativará outras porções do vosso cérebro para mais pensamento,
para mais receber, para mais saber. Quando desejam experienciar a
super-consciência, o pensar ilimitado, a vossa pituitária começa a
abrir e a desabrochar como uma magnífica flor. Quanto mais ela abre,
maior é o fluxo hormonal e mais são ativadas as partes adormecidas
do vosso cérebro para receberem as frequências mais altas de
pensamento.

Sabem, é muito simples ser um génio. Tudo o que têm de fazer é


pensarem por vocês próprios.

O cérebro tem sido um grande mistério que tem causado muita


perplexidade a muitos. Eles tiram-no para o verem e não encontram
nada dentro dele, exceto os seus fluidos, que são água. A água é um
condutor de corrente elétrica. Quanto mais densa é a água, maior será
a amplificação da corrente elétrica que a atravessa. Nas partes
adormecidas do vosso cérebro, o fluído é mais denso, com o propósito
de amplificar as frequências de pensamento mais altas, transformá-las
em correntes elétricas mais fortes e enviá-las através do corpo a uma
velocidade mais rápida. Por isso, quando vocês permitem que mais
dos vossos pensamentos sejam alojados nas partes adormecidas, o
vosso corpo é ativado para se tornar mais rápido e mais profundo nas
suas respostas. Vocês podem fazer o que quiserem com o vosso corpo,
quando a totalidade do vosso cérebro estiver a ser usado. Através da
vossa alma – que está a gravar e a manter seguras as emoções de
qualquer pensamento que recebem – o vosso cérebro e os impulsos
que manda ao vosso corpo podem fazer com que o vosso corpo seja o
que quer que seja que os vossos pensamentos determinem.

Sabe que se o seu cérebro fosse usado na sua capacidade completa


poderia transformar o corpo num raio de luz num instante e que o
corpo viveria para sempre? Sabe que o seu cérebro tem a capacidade
de fazer crescer um novo membro se perder um? Totalmente
operacional, o seu cérebro tem a capacidade de curar completamente o
corpo num instante esplêndido ou de o transformar fisicamente em
qualquer ideal que lhe der.

A capacidade total do seu cérebro é imensa. Contudo vocês no vosso


pensar limitado só têm sido capazes de usar um terço dele. Para que
pensam que serve o resto dele, para encher um buraco vazio?

O vosso corpo é mantido de acordo com o vosso cérebro e com o


conjunto dos vossos pensamentos, pois cada pensamento que vocês
permitem entrar no vosso cérebro eletrifica e alimenta cada célula do
vosso corpo. Contudo, desde o tempo em que vocês eram crianças e
começaram a raciocinar em termos de consciência social, vocês
aceitaram a programação de que devem crescer, envelhecer e depois
morrer. Porque aceitaram esse pensamento, começaram a degradar a
força de vida dentro do vosso corpo, porque o pensamento de
envelhecimento envia uma frequência lenta ou baixa, uma chispa
elétrica a cada estrutura celular. Quanto mais lenta é a velocidade mais
se perde agilidade no corpo, pois o corpo é diminuído na sua
capacidade de rejuvenescer e de se restaurar. Desta forma permite-se
ao envelhecimento ocorrer e por fim a morte do corpo. Contudo, se
vocês se permitissem receber continuamente frequências de
pensamento mais altas, vocês enviariam correntes elétricas mais
rápidas e mais poderosas pelo vosso corpo e ficariam para sempre no
momento, pelo que nunca envelheceriam ou morriam. Mas todos aqui
sabem que envelhecerão e morrerão, pois lentamente a corrente se
torna cada vez menor, menor e menor.

As porções do vosso cérebro que não foram ativadas neste momento


têm a capacidade – simplesmente através do saber – para reconstruir
qualquer parte danificada no vosso corpo, qualquer que ela seja. No
momento em que vocês sabem que o vosso corpo se pode curar a si
próprio, esse pensamento envia uma chispa mais forte através do
vosso sistema nervoso central até onde essa parte danificada se
encontra, que fará com que o fator ADN que está dentro de cada célula
se clone e reconstrua a célula perfeitamente. Perfeitamente. Pensam
que isso é milagroso? É assim que devia ser e é.

Vocês pensam que a única forma que o vosso corpo pode ser curado
é através de médicos e de medicamentos. E eles funcionam, pois vocês
acreditam que eles funcionam. Também vos foi dito – e acreditam –
que não o podem fazer por vocês próprios, e assim não podem, pois
esse saber está presente. Contudo, há entidades que procuraram
sanadores, sabendo que aquilo que iam ouvir seria uma verdade
absoluta. E ao sabê-lo, isso tornou-se uma verdade absoluta dentro do
seu corpo, dessa forma foram curados num instante. É isso que o saber
faz, e pode mudar o vosso corpo para tudo aquilo que quiserem. Vocês
têm a capacidade de serem ilimitados, mesmo nos vossos movimentos
corporais, pois ele assim foi concebido.

Porque é que vocês não conhecem todos esses pensamentos


maravilhosos que atravessam o vosso Espírito a cada momento? Vocês
não quiseram conhecê-los. Porque escolheram viver à sombra da
consciência social, vestindo e agindo e pensando como o rebanho.
Escolheram integrar-se, serem aceites, de modo a poderem sobreviver.
Vocês não quiseram saber, porque para se concentrarem nos
pensamentos de que são soberanos, que são Deus, que são eternos,
que sabem tudo, significaria ir contra o veio da vossa família, dos
vossos amigos, da vossa religião e do vosso país. Pelo que vocês
abdicaram e entregaram o vosso poder. Cederam a vossa soberania.
Vocês esqueceram a vossa identidade. Vocês fecharam o vosso cérebro.
A razão porque eu estou aqui, é para vos ensinar como o abrir de novo.

O que é esta figura religiosa chamada Deus, esse mistério infinito


que o homem tem desesperadamente procurado encontrar durante
éones? É o pensamento e a sua capacidade de se receber a si próprio e,
ao receber-se a si próprio, torna-se e expande-se a si próprio. Isso é
tudo o que Deus é, a totalidade do pensamento, a eminência da vida. E
exatamente dentro do vosso ser, vocês têm o poder de se tornarem
Deus completamente – completamente – pois se o espectro total do
vosso cérebro estivesse a ser usado, vocês estariam neste momento nos
fins da eternidade, saberiam tudo o que é conhecido, seriam a
coloração do sol, as profundezas do oceano, o poder do vento e a
estrela no horizonte.

O que é que vos impede de conhecerem e de se tornarem a


totalidade de Deus? O ego alterado, porque o ego alterado separa-vos
de Deus ao recusar aceitar todas as frequências de pensamento que
Deus é, de forma a poder viver salvo e em segurança, sem se sentir
ameaçado. É por isso que o ego alterado é verdadeiramente o que se
chama o anticristo, porque nega que cada um de vocês é o filho de
Deus. Ele não vos permite aceitar o pensamento e perceber que vocês e
o Pai são um e o mesmo, que vocês são o princípio divino e imortal,
que têm o poder de criar a eternidade e o poder de criar a morte.

O anticristo é o ego alterado e o seu reino é a consciência social. É


isso que não permite o pensamento ilimitado, e o seu dogma é o medo,
o julgamento e a sobrevivência. O Cristo é o ser humano que expressa
totalmente o poder, a beleza, o amor e a vida ilimitada do Pai que vive
dentro dele. É o homem a aperceber-se que é divino e que se torna
essa realização, transcendendo o dogma, as profecias e o medo, pois
ele sabe que para além da consciência social vive o vigor ilimitado
chamado Deus.

Desta forma, o anticristo e o Cristo partilham o mesmo templo, e


esse templo é você. Tudo está dentro de si, porque o Deus que você é
permite a ambos o anticristo e o Cristo serem. Permite a vida e a
morte. Permite a limitação e o ilimitado.

Ouviram falar da profecia chamada Armagedão? Pois bem, vocês


têm estado a vivê-la toda a vossa vida. Armagedão é a batalha entre a
realização de Deus e o reconhecimento do anticristo, que é o ego
alterado que não permite aos pensamentos ilimitados entrarem no
vosso cérebro com vista a uma expressão ilimitada. É a guerra entre a
consciência social e o saber ilimitado. Isso é o Armagedão – não uma
batalha fora de vocês, mas dentro – o conflito dentro de vós, entre o
Cristo que nasce e o ego alterado mantendo-se em controlo. Assim, a
profecia está verdadeiramente a realizar-se nestes tempos.

Ser Deus é ser saber ilimitado, ser ilimitado. Ser homem é ser uma
criatura limitada, que não abre a sua mente a um conhecimento maior,
que aceita a teoria e não pratica viver, que é o ensinado em vez do
professor, o protegido em vez do explorador.

Eu digo-vos que vocês têm a capacidade de conhecer tudo que há


para conhecer. E possuem também a capacidade de manifestar tudo o
que querem. Possuem também a capacidade de viver para sempre no
vosso corpo, se for esse o vosso desejo. Mas a todas estas coisas, o ego
alterado diz, “Nem pensar.” Por isso vocês saberão quem é o homem,
mas Deus continuará a ser sempre um mistério.
CAPÍTULO DEZANOVE

ABRINDO A MENTE

“Quanto mais desejam amar aquilo que são e viver em saber, mais o vosso cérebro é
aberto pelo Deus que rodeia o vosso ser, mais e mais e mais. Então vocês tornam-se
mais que o vosso corpo. Vocês tornam-se aquilo que vos mantém em coesão.”
— Ramtha

TODOS VOCÊS AUMENTARAM a vossa capacidade pela aprendizagem


sobre Deus na forma limitada chamada matéria. Através das vossas
muitas vidas neste plano, vocês experienciaram todos os elementos
deste paraíso da vossa admirável criatividade. E através dessa
experiência aprenderam tudo o que há para saber dos valores de
pensamento limitado de Deus/homem que vive na realidade da
consciência social, que é como a dum rebanho. Vocês já aprenderam
acerca do medo e da insegurança, do lamento, ira e ganância. Vocês já
aprenderam o ciúme, ódio, guerra. Já aprenderam sobre a morte.
Vocês já verdadeiramente aprenderam acerca da vossa alienação da
Fonte divina, que vos tem amado e apoiado através de todas as vossas
aventuras para que pudessem experienciar Deus no último nível da
sua espetacular mostra do Estado de Ser.

Para voltarem a um estado ilimitado, para experienciarem alegria e


a liberdade de ser, vocês têm que se tornar de novo aquilo que vos
mantém juntos. E a única maneira de se tornarem isso – visto que
estão embargados com um corpo – é ativar completamente o vosso
sétimo selo, a pituitária, para que o vosso cérebro possa receber os
pensamentos ilimitados que estão um pouco além da consciência
social. É assim que vocês expandem o vosso saber até à compreensão
ilimitada de Deus, aquilo que permite e ama e é a totalidade de si
próprio, que é a totalidade do pensamento.

Então como é que vocês conseguem que esta maravilhosa pequena


glândula desperte as partes adormecidas do vosso cérebro através do
seu fluxo de hormonas? Simplesmente através do desejo. Tornar-se
um Cristo é desejar conhecer o Pai e tornar-se como Deus. É o desejo
de permitir a todo o pensamento tornar-se a realidade do ser. É o
desejo de amar em qualquer momento tudo em que se tornaram. É o
desejo de serem o Estado de Ser de tudo o que são.

Porque é tão importante amar a totalidade do que são? Quando o


fazem, transcendem imediatamente a consciência social. Então
elevam-se para além da aceitação. Transcendem o julgamento. Vão
para além da ilusão do tempo. Vivem então somente para a realização
do ser. Só ouvem a voz interior. Só seguem o caminho da alegria. E
nesse caminho está o saber de tudo que é.

Então vocês podem-me dizer, “Mas, Ramtha, isso é ser


completamente egoísta.” E de facto é. Mas ser egoísta é ser como Deus.
Cada momento que vocês vivem pelo amor deste Deus que está dentro
de vós – qualquer ilusão que abraçarem e abandonarem, tudo o que
fizerem para encontrar a vossa alegria e luz – emana do vosso ser para
o fluxo da consciência para alimentar toda a humanidade. Quando
vocês viverem completamente para o amor do ser – que é o amor de
Deus – vocês irradiam Deus para a densidade da consciência social.
Então iluminam o caminho para os vossos amados irmãos nos seus
respetivos caminhos de regresso ao ser, o único caminho que os levará
de regresso a casa, ao seu Pai amado.

Quando se amarem a vocês próprios o suficiente para se sentirem


merecedores de receber tudo o que Deus é e desejarem saber que são
unos com o Pai, então começarão a desabrochar esta flor maravilhosa.
É assim que vocês abrem a capacidade do vosso cérebro de receber
todos os valores de pensamento da mente de Deus: ao quererem saber,
ao desejarem sentir toda a emoção desse saber.

Qual é a melhor forma de manifestar qualquer desejo? Ao


pronunciarem-no a partir do Senhor Deus do vosso ser. O senhor do
vosso ser, que é a vossa alma, governa o vosso corpo através da sua
estrutura emocional. É a partir da alma que a vossa pituitária é
instruída para libertar o seu fluxo hormonal. O Deus do vosso ser é a
luz que envolve tudo que vocês são e permite a todos os pensamentos
entrarem no vosso ser. O ser é o ego que está a experienciar as
realidades da matéria através da forma corpórea, que é o que encoraja
o julgamento e altera o Estado de Ser ou pureza do pensamento, daí o
termo ego alterado. Pelo que quando vocês falam a partir do Senhor
Deus do vosso ser, vocês estão a alinhar a totalidade do que são, o que
vos dá o máximo poder de manifestar e criar aquilo que querem.

Quando vocês desejam a partir do Senhor Deus do vosso ser receber


pensamentos ilimitados, esse pensamento de realização sentido dentro
da vossa alma manifesta-se no vosso corpo de forma a ativar a
glândula pituitária, e ela começa a abrir. À medida que ela começa a
abrir, um fluxo hormonal maior atravessa a glândula pineal e, desta
forma, acorda a mente adormecida. Abre outra parte do vosso cérebro
para permitir frequências de pensamento maiores e mais refinadas,
para serem experienciadas através do vosso corpo.

Quando pensamentos duma frequência maior chegam, eles são


levados através da porção acordada do vosso cérebro. A glândula
pineal na parte de trás da vossa cabeça recebe esta frequência maior e
começa a inchar, o que vos causa uma dor de cabeça, ou podem sentir-
se um pouco tontos ou aéreos. Essa frequência é então transformada
numa corrente elétrica de alta-potência e disparada através do vosso
sistema nervoso central para todas as células do vosso corpo. A partir
daí vocês sentirão uma descarga, ou sensações de formigueiro, ou de
estarem a ser elevados, porque uma energia maior do que a que vocês
até então tinham sentido está agora a ser descarregada pelo vosso
corpo. Essa frequência incendeia cada célula, levando-a a aumentar a
sua frequência vibratória. Quanto mais vocês recebem pensamentos
ilimitados, mais o corpo vibra. E vocês começam a emitir uma
luminosidade porque estão a fazer o corpo voltar da densidade à luz.

Como é que vocês vão descrever o sentimento de pensamentos


ilimitados? Vocês não conseguem. O saber de um pensamento
ilimitado não tem palavras com as quais o possam associar, porque é
um novo pensamento que está a ser experienciado, uma nova emoção,
um imenso sentimento que vos move de uma forma profunda e
contudo serena. O saber chegará até vós como sentimento puro: não
anunciado, não identificado, emoção sem nome.

A maioria dos que buscam a iluminação pensa que ela chegará em


forma de palavras. Mas se aquilo que vocês compreendem pode ser
descrito por palavras, vocês já o terão sentido antes. Se não pode, e
vocês estão somente a sentir, o que estão a sentir é genialidade, é
brilhante, é verdadeiramente pensamento ilimitado. Todas as coisas
que quiseram compreender não têm palavras, têm emoção e visão. E
quando o saber chega, vocês não terão palavras, só sentirão.

A arte do pensamento limitado associa a si as palavras. Um mestre


não explica nada, ele somente o sabe. Explicá-lo significa que ele terá
que se limitar a si próprio. Quando vocês chegam ao ponto que
simplesmente sabem – sem terem que justificar ou explicar o vosso
saber – então são verdadeiramente o mestre do vosso reino. Então
estão num saber absoluto.

O que é que acontece ao sentimento de elevação que é experienciado


como resultado dos pensamentos de alta frequência? É cativado na
vossa alma, que o guarda lá para sempre como memória. A vossa alma
permite o ocorrer da memória de pensamentos ilimitados através da
emoção, do sentimento. Desta forma, guarda para sempre o vosso
saber, para que aquilo que vocês se permitirem receber possa ser
alcançado vezes sem conta.

A outra coisa maravilhosa que acontece a esse sentimento de


elevação é que a vossa alma o emana através do vosso campo áurico
até ao fluxo da consciência, o que não só eleva a densidade da
consciência mas atrai à vossa vida uma situação que produzirá o
mesmo sentimento. Porquê? Para que o pensamento possa ser
completamente compreendido através da experiência. Quando o
pensamento de frequência mais alta é completamente compreendido,
ele é gravado na vossa alma como sabedoria. A sabedoria significa que
o saber se solidificou dentro de vós como algo de absoluto. A sabedoria
não só eleva o nível de frequência da alma – o que fará com que a
vossa vida se ajuste ao seu estado emocional maior – mas ativa ainda
mais a pituitária, de forma a permitir ao cérebro receber e raciocinar
com cada vez mais pensamentos de frequência elevada, e por aí
adiante.

À medida que a vossa pituitária começa a florescer, as coisas mudam


na vossa vida de forma que vocês nunca poderiam ter pensado
possíveis. Tudo aquilo que pensam, sentem com grande emoção. À
medida que o saber que vocês sentem por dentro se vai encaminhando
de uma forma criativa, vocês começam a ver os vossos pensamentos
manifestarem-se de forma cada vez rápida. O vosso amor,
compreensão e compaixão são aumentados. E certas entidades
desaparecerão da vossa vida porque vocês subiram a uma
compreensão diferente. Contudo, em seu lugar, outros com uma
maneira de pensar semelhante à vossa são atraídos até vós.

Em breve à medida que, o brilho, a criatividade e o saber se


intensificam dentro de vós, começam a conhecer e a sentir coisas que
não sentiram ou sabiam antes. São capazes de olhar para outra
entidade e sentir essa entidade dentro do vosso ser. A partir dos vossos
pensamentos são capazes de saber o que está para vir no vosso futuro.

Pensam que um ser com capacidades psíquicas é uma entidade


rara? Isso é só porque vocês pensam como a consciência social, e a
consciência social não acredita que estas grandes habilidades podem
ser antes realmente normais. Todos têm essa capacidade psíquica.
Quando vocês se permitem a vocês próprios saber, vocês sabem tudo,
pois o saber – inibido pelas ilusões da consciência social – remove o
véu dos vossos olhos, de forma a poderem ver outras dimensões.
Retira os bloqueios dos vossos ouvidos de maneira a poderem ouvir a
música de toda a vida vibrando em harmonia consigo mesma. E como
é que fazem com que isso aconteça? Desejando-o.

Quanto mais desejam o ilimitado e quanto mais abraçam e sentem


os pensamentos que surgem, mais a pituitária segrega a sua hormona
e mais larga se torna a sua boca. Quanto mais desejam amar aquilo
que são e viver em saber, mais o vosso cérebro é aberto pelo Deus que
rodeia o vosso ser, mais e mais e mais. Então vocês tornam-se mais
que o vosso corpo. Vocês tornam-se aquilo que vos mantém em
coesão.

A pituitária é verdadeiramente a porta para Deus. Quanto mais


vocês permitem pensamentos ilimitados no vosso cérebro, mais ela
abre. Quanto mais ela abrir, mais vocês saberão. E tudo o que
souberem, nisso se tornarão.

A flor está a emanar uma frequência de pensamento. Ao mesmo


tempo o tapete está a emanar uma frequência de pensamento. Quando
vocês tiverem a habilidade de receber todas as frequências de
pensamento, vocês poder-se-ão tornar qualquer frequência final que
escolherem. Então terão a liberdade absoluta de se tornarem o vento
ou qualquer outra coisa que desejam.

Em breve, todo o sistema da pituitária está totalmente em flor e todo


o vosso cérebro está ativado. Então tudo aquilo que a pituitária tem
tido dentro do seu corpo espiritual é dado à mente completa, e a mente
nunca mais pode voltar a um estado limitado. Uma vez que a flor
começa a abrir, nunca mais fecha outra vez, fica aberta para sempre.

Quando o vosso cérebro estiver completamente ativado, o vosso


posicionamento na realidade torna-se oscilante. É por isso que, apesar
de vocês estarem aqui, podem estar no sétimo nível, apesar de estarem
no sétimo nível, podem estar nas Plêiades, apesar de estarem nas
Plêiades, podem estar ao lado de um amigo vosso.

Quando a vossa pituitária está completamente desabrochada, param


de morrer, param de envelhecer. Tudo o que disserem ao vosso corpo
para fazer, ele fará. Podem dizer ao vosso corpo para aumentar a sua
frequência vibratória e ele elevar-se-á para outra dimensão. O vosso
cérebro é tão poderoso quanto isso. Podem até ressuscitar o vosso
corpo da morte. Quando são tão poderosos como isso, estão a usar a
coroa divina de Deus. E quando forem puramente Deus, que é pura
vida, então são a eternidade. Então são tudo. Esse é o mais alto céu.
Então o grande sétimo selo coroou-se, e toda a vossa mente está
acordada e é permitido ao vosso belo recetor abraçar completamente o
saber. Quanto mais vocês sabem, e mais o vosso corpo experiencia
essa frequência, mais rápido o corpo vibra, até que se torna cada vez
mais leve e mais leve e mais leve. Então, um dia, quando toda a vida
que vocês amaram e abraçaram – e a alma tiver completado as suas
experiências aqui – esse mesmo saber e essa mesma vibração
aumentarão imenso e levarão o corpo à invisibilidade e para longe
deste lugar. Então vocês estarão fora da roda da vida após vida.

Você é uma criatura de três dimensões – Espírito, alma e ego – a


expressar-se num plano de densidade. E só com três dimensões pode
concretizar o eterno. Dirija-se ao Senhor Deus do seu ser. Ele ouvi-lo-
á. Quando o faz, é um senhor, um Deus, um mestre que fala. Quando
lhe disser para se lembrar, ele lembrar-se-á. Quando lhe disser para
ser maior, ele será maior. E quando desejar a partir do Senhor Deus do
seu ser possuir compreensão ilimitada, ele abrirá a sua mente para
permitir que frequências maiores de pensamento sejam sentidas no
corpo com vista ao saber. É tudo o que tem que fazer. É ordenar-lhe
que assim faça, e as glândulas sem ductos obedecem. E quando
surgirem sentimentos que eletrificam o seu ser levando-o a uma
compreensão maior, agradeça ao Deus que está dentro de si por ser
tão simples.

Como é que pode compreender mais acerca de tudo o que é? Saiba


que é. A forma como pensa e fala determina quanto se permite saber.
Não diga “Eu espero saber mais”, pois nunca saberá. E não diga, “Eu
tentarei saber mais”, pois nunca se conseguiu nada tentando. E não
diga “Eu procuro saber mais”, pois procurando nunca se encontrou.
Diga “Do Senhor Deus do meu ser, eu sei agora tudo o que há para
saber neste momento. Assim seja.” E espere pelas respostas. Quer você
se aperceba ou não, naquele momento, aquilo que deseja saber, ao
dizer “Eu sei”, abre a porta para que essa realização ocorra. É só isso
que tem que dizer, e o saber surgirá.

A forma como limita a sua criatividade e a sua vida é ao dizer que


não sabe ou ao duvidar do saber que vem até si. A pior abominação
que há é a frase, “Eu não sei.” Lembre-se, você é aquele que dita a lei, e
lembre-se que aquilo que pensa e depois diz é a lei. Se diz, “Eu não
sei”, não saberá. Se diz “Eu nunca posso”, nunca poderá. Se diz “Não
sou merecedor do amor do meu Pai”, nunca o receberá. Se fala desta
maneira, isso significa que deve pensar desta maneira. E se assim
pensa, o sentimento desse pensamento é registado na sua alma, e a sua
alma manifesta a realidade, que dá cumprimento aos seus processos
de pensamento.

Você é como um computador. Cada dia, programa no seu


conhecimento, dúvidas. Programa no seu conhecimento, carência.
Programa no seu conhecimento, realmente, não saber. Você é o ladrão
do seu próprio reino, pois você que só conhece a dúvida e a limitação
roubou de si próprio a própria força da vida pela forma como pensa e
fala.

Eu digo-vos, vocês têm a capacidade de saber tudo o que existe e que


alguma vez existirá. A porta que vos abre a esse conhecimento é dizer
simplesmente, “Eu sei”, e a realização disso seguir-se-á em breve.
Podem ser momentos ou dias, mas ela chegará. Sempre chega, pois a
palavra ‘Saber’ é absoluta, e traz o vosso desejo para o absoluto. O
pensamento de saber, sentido dentro da vossa alma, manifesta-se
dentro do vosso ser para abrir a vossa pituitária para permitir a
receção de pensamentos maiores. Saber é a porta que permite ao rio
do pensamento fluir até vós num fluxo ilimitado.

Agora saber não é crença. A crença é uma conjetura, o saber é


absoluto. A única coisa que traz o saber é saber. Quando vocês
acreditam em algo, a alma compreende a palavra acreditar como
significando na realidade que alguém – ou até o vosso próprio ser –
vos assalta para vos convencer de uma verdade acerca da qual vocês
não têm nenhuma consciência ou certeza de, pois essa verdade não se
tornou uma realidade experienciada.

Eu não vos peço que acreditem em nada. Eu quero que saibam. Ser
iluminado é saber; sem, dúvida, crença, fé ou esperança. Todas estas
coisas são conjeturais. Enquanto acreditarem ou tiverem fé em alguma
coisa, isso nunca será. Saber torna-o absoluto, o que traz o que é
conhecido para uma manifestação. Através da manifestação do
pensamento realizado numa experiência, a compreensão ocorrer-vos-
á. Então será parte do vosso ser e não algo de que se tenham que
convencer.

O saber absoluto é o criador da totalidade do vosso reino. Para


serem todo-saber, digam simplesmente, “Eu sei.” Nunca duvidem ou
hesitem. Saibam, absolutamente. Cada vez que dizem, “‘Eu sei”, isso é
um pensamento de certeza sentido dentro do vosso ser, o que abre
espaço para esse saber ocorrer. A genialidade ocorre quando vocês
abrem a porta do saber para que pensamentos maiores possam surgir
numa forma criativa.

Se vocês disserem com segurança, “Do Senhor Deus do meu ser, eu


agora sei a resposta a isto e estou num estado de recetividade disso.
Assim seja”, isso faz surgir à vossa frente o saber num estado de
resolução. Mesmo que a realização não esteja lá nesse momento, a
porta apresenta-se completamente aberta para que isso seja realizado
numa experiência, a partir da qual ganharão sabedoria. O vosso ser
ajustar-se-á rapidamente de forma a tornar-se naquilo que é agora o
saber. Vocês não têm que trabalhar para conseguir isso. Não têm que
esforçar-se ou procurar ou lutar por isso. Não têm que fazer cânticos
ou rituais para o obter. Saibam simplesmente. Ao saberem, estão num
estado de recetividade para terem consciência disso.

Como é que acelera a manifestação dos seus desejos? Sabendo.


Saber é a porta que permite ao reino dos céus demonstrar a sua
abundância dentro do domínio do ser. Ao saber que um desejo –
qualquer que seja – já se cumpriu, isso amplifica o pensamento do seu
desejo, envia-o através do seu campo áurico até ao fluxo da
consciência, e manifesta o seu desejo para que você possa ser o
destinatário desse desfecho.

A verdade é que todas as coisas já são suas. Quando sabe que elas
são, então elas tornam-se acessíveis. Tem que compreender que o
principal dador de tudo o que precisa é você e a sua capacidade de
receber aquilo que quer. A forma de receber os seus desejos é
simplesmente saber o que quer e saber que é merecedor de consegui-
lo. Saber é a verdade, é o dador, é o seu futuro. Quando você fala, saiba
que isso é. Tudo o que quiser, pode tê-lo simplesmente sabendo que é
você que cria as leis e que tudo aquilo que você sabe e fala, tem de ser.
Essa é chamada a Lei do Um.

Digo-vos, vocês sabem tudo o que há para saber e podem ter tudo o
que desejam. Neste momento de saber, vocês simplesmente não
perceberam essa verdade. Saber abre a porta a essa realização. Ativa
outra parte do vosso cérebro para que o pensamento se possa tornar
uma realidade manifestada.

Então, quando a experiência do vosso pensamento ilimitado


verdadeiramente tiver acontecido, isso solidifica na parte do ego do
vosso cérebro, a perceção que o saber funciona realmente, o que vos dá
força para avançarem um degrau mais no pensamento ainda mais
ilimitado.

Se eu pudesse tirar-vos todas as vossas palavras e dar-vos só


algumas poucas, elas seriam: Eu agora sei. Sou absoluto. Sou
completo. Sou Deus. Eu Sou. Se não houvesse mais outras palavras
vocês deixariam de estar limitados a este plano.

Quão maior é para vocês saberem em vez de presumirem ou


acreditarem? Quão maior é para vocês saberem em vez de serem um
talvez? Quão maior é para vocês saberem em vez de não saberem. É
necessário o mesmo processo de pensamento, a mesma energia, a
mesma expressão facial e movimento corporal para saber como para
não saber.

Saibam. Simplesmente saibam. “Eu sei que isto ocorrerá. Eu sei que
sou Deus. Eu sei que sou feliz. Eu sei que eu sou.” Saibam, saibam,
saibam. É só isso que é preciso. Saibam sempre. Se vocês dizem que
não têm ou que não podem, nunca poderão. Digam que agora já
sabem. Então conhecerão tudo.

Sabem qual é a diferença entre mim e vocês? Eu sei que sou um


Deus ilimitado e vocês não. Essa é a única diferença. Eu sei que sou, e
vocês ainda têm que se aperceber que são. A vossa sociedade diz que
vocês não são, mas o que é que eles sabem? Eles enterram-se
diariamente.

Porque é que vocês obstruíram o vosso saber? Porque no vosso


propósito de compreenderem o pensamento na forma chamada
matéria, os vossos processos de pensamento tornaram-se tão presos
pelas realidades da matéria que alteraram completamente a vossa
perceção da vida. Veem, a matéria é um nível de pensamento que é
criado pela alteração do pensamento até à sua maior extensão. É
criado ao baixar o pensamento até à luz, até ao electro, e depois
dividindo o electro em partes que têm valores negativos e positivos.
Pelo que cada vez que vocês se relacionam com Deus na forma da
matéria, vocês estão a percecionar e a compreender o pensamento de
acordo com divisões ou polaridades em vez da pureza e do indiviso
Estado de Ser que é. Quanto mais estão focados na matéria e
orientados para a sobrevivência, mais veem a vida em termos de
dimensões polares: em cima/em baixo, perto/longe, rápido/lento,
luminoso/escuro, grande/pequeno, quente/frio, bom/mau,
positivo/negativo.

Para regressarem ao Estado de Ser do puro pensamento, têm que


dominar o ego alterado, a porção do vosso cérebro que raciocina, que
está orientada para viver e sobreviver na matéria. O ego alterado é
aquilo que perceciona de acordo com as ilusões do tempo, distância e
separação. É aquilo que perceciona em termos de sobrevivência e
aceitação. É aquilo que divide e julga o pensamento puro.

Um pensamento puro pode surgir a cada um de vós, mas


rapidamente vocês começam a raciocinar sobre se ele é correto ou
incorreto para vocês, devem fazê-lo ou não o devem fazer, é possível
ou impossível, real ou imaginário, razoável ou não razoável. Cada vez
que julgam o vosso pensamento ao dividi-lo até onde ele tem um
positivo e um negativo, alteraram-no para um valor de frequência
mais baixa. Saber não julga nada. Quando vocês sabem, nunca
ponderam se um pensamento é verdadeiro ou correto. Todos os
pensamentos são verdadeiros e corretos. Saber não avalia ou pesa o
pensamento. Saber permite ao pensamento ser um Estado de Ser.
Permite aos vossos processos de pensamento serem sem interrupção
ou interceção.

Para verem outro plano, para ouvirem um som mais subtil, para se
tornarem mais leves que o vosso peso, tudo o que precisam é saber que
eles são realidades e permitir a esse saber ser experienciado no vosso
corpo. É só isso que têm que fazer. Se não acreditam que eles são reais,
o não acreditar é um julgamento que impede o vosso cérebro de se
tornar maior. Desta forma todo esse saber que está a atravessar o
vosso Espírito a cada momento, faz ricochete no vosso cérebro e é
enviado de volta à mente do Pai. Então tudo o que sempre receberão é
aquilo que vos mantém seguros neste plano e limitados a ele.

Quando você deseja, a partir do Senhor Deus do seu ser, possuir


conhecimento ilimitado, tem que permitir a todos os pensamentos
entrarem na sua consciência cerebral – inalterados por julgamentos –
de forma a poderem ser completamente experienciados no seu corpo.
Através dessa permissão consciente por parte do ego alterado, que dá
crédito ao seu desejo, a pituitária ativa uma outra parte do seu cérebro
para receber compreensão ilimitada.

O que é que lhe permitiu receber um pensamento criativo de forma


inesperada quando o queria? Apenas permitiu que ele entrasse no seu
saber. Foi só isso que fez. Ele sempre esteve lá, à espera que você o
solicitasse e lhe permitisse entrar no seu recetor. É só isto que é
preciso fazer. E quanto menos os seus processos de pensamento
estiverem presos por julgamentos e pelo pensar alterado, mais fácil
será para os pensamentos da super-consciência entrarem na unidade
recetora do seu cérebro.

Aprendam a verem-se a si próprios e à vida através dos olhos do


Estado de Ser. Quando veem uma flor, não digam que é bela ou feia.
Isso é um julgamento que alterou o pensamento da flor. O que é puro é
o pensamento ‘flor’. Quando olham para a flor e a veem como flor, luz,
vida, Estado de Ser, então vocês estão a permitir-se a si próprios
receberem a pureza e o Estado de Ser do pensamento, o que envia um
electro duma frequência mais alta, que será sentido através do corpo.
Então pensarão como um Cristo pensa, pois vocês verão a todas as
coisas com igualdade e como um Estado de Ser. Cada vez que vocês
não limitam ou julgam as vossas experiências, vocês permitem ao
vosso cérebro ser ativado para receber os pensamentos ilimitados que
vão para além da vossa existência diária.

Nunca julguem os pensamentos que recebem. Não pensem em algo


como sendo positivo, pois como poderia ser positivo sem dizerem que
também há um negativo? Se vocês dizem, “Isto é bom”, isso significa
que certas coisas são más. Quando vocês se dão carinho ou se amam a
si próprios, não digam que são bonitos ou amorosos, digam que são
Deus. Quando fazem algo com o vosso vizinho, não digam que é bom,
digam que é Deus. Isso significa que é simplesmente uma experiência
pura e virtuosa da vida.

Quando olharem para outras entidades na expressão das suas vidas,


nunca as vejam senão como um Estado de Ser. Se vocês julgam a sua
expressão como boa ou má, positiva ou negativa, vocês estão a criar
em vocês próprios uma perceção de um estado alterado. E tudo aquilo
que percecionam, nisso se tornarão, pois esse pensamento será
registado como um sentimento dentro do vosso ser. Desta forma
vitimizam o vosso próprio ser, porque vocês – não eles – experienciam
os efeitos do vosso julgamento. E esse sentimento gravado na vossa
alma cria um precedente segundo o qual vocês continuarão a julgar as
vossas ações e o vosso próprio ser.

Quando condenam alguém por alguma coisa, só estão a condenar


certos aspetos vossos vistos neles. É por isso que são tão fáceis de
identificar. É por isso que a vossa atenção é atraída para esses aspetos.
A outra entidade serviu meramente como um espelho dos vossos
próprios julgamentos interiores, um instrumento para vocês
reconciliarem julgamentos de vocês próprios que aceitaram de outros.

Quando olham para outros, vejam-nos como um Estado de Ser e


naquilo que se chama equanimidade. Se eles estiverem a ser cruéis ou
odiosos para outra pessoa, dizer que eles são cruéis ou odiosos é uma
verdade, pois é realmente assim que eles se estão a expressar. Essa é a
sua experiência do Estado de Ser. Dizer que eles são maus ou errados
ou maldosos nessa expressão é um julgamento, o que se torna
totalmente a vossa experiência, um estado alterado.

Ninguém é merecedor de ser julgado. Nenhuma cor de pele,


nenhuma ação, nada justifica vocês deixarem alterar o vosso estado de
Deus, de Estado de Ser. Quem quer que eles sejam, qualquer que seja a
forma como eles se estão a expressar, amem-nos pelo Deus que está
dentro deles, que lhes permite ser daquela maneira. Simplesmente
pela virtude do seu ser, devem ser amados. O facto de eles existirem é
maior do que qualquer coisa que eles alguma vez farão. Amem-nos por
serem, pois enquanto eles forem, é certo que vocês serão. Se os
amarem independentemente de quem eles são e deixarem que esse
amor somente seja, então serão sempre puros no vosso ser.

Agora qual é a forma mais fácil de tirar os julgamentos dos vossos


processos de pensamento? Ao tornarem-se conscientes dos vossos
sentimentos e dos pensamentos que os originaram. Simplesmente
através dessa consciência vocês ensinar-se-ão a si próprios a serem
mais refinados no vosso pensamento.

Quando se sentem infelizes, tristes, irritados, medrosos, apressados,


separados – ou qualquer outro sentimento que não gostam –
examinem o vosso pensamento. Verão rapidamente a ligação entre o
vosso pensar alterado – julgando-vos a vós próprios ou aos outros, ou
a verem a vida em facetas ou dimensões – e as vossas emoções
desagradáveis. E em breve, à medida que se vão cansando destes
sentimentos, vão começar a refinar o vosso pensamento para remover
os julgamentos que vos separam da vida. Quando o fizerem, e à
medida que permitirem mais e mais pensamentos ilimitados serem
experienciados no vosso ser, começarão também a ver uma ligação
entre o vosso pensar ilimitado e os sentimentos de paz, alegria,
harmonia e leveza do vosso movimento corporal. E nunca se julguem a
vocês próprios por fazerem julgamentos. Tenham compaixão de vocês
próprios e permitam simplesmente que a consciência dos vossos
pensamentos e sentimentos vos ensinem, pois eu asseguro-vos que
eles o farão.

De todas as palavras alguma vez criadas, existe uma que mais se


aplica a este ensinamento, e essa chama-se ser. Ser. E o que é que isso
significa? Significa permitirem-se a vocês próprios serem como quer
que sejam, e amarem-se totalmente a si próprios por serem isso. É
sentir o que quer que seja que estão a sentir e viverem essa emoção.
Ser é viver completamente no momento, porque sabem que o Agora é
tudo o que é. É fazerem aquilo que querem fazer, vivendo a aventura
que a vossa alma vos impulsiona a prosseguir.

Qual é a razão para ser? Quando vocês vivem dessa forma, vocês
nunca se julgam a vocês próprios ou a outros ou os pensamentos que
vos ocorrem. Então não há certo nem errado, possível nem impossível,
perfeito nem imperfeito, positivo nem negativo. Não há mais a ilusão
do tempo, que não vos deixa sentir e saborear a beleza do momento.
Quando vocês estão num estado de ser, só há o Estado de Ser da vida e
a continuidade do Agora.

Num estado de ser, os vossos pensamentos já não estão a tratar do


passado ou futuro, preocupados com culpa e remorsos, com teres ou
deveres. No ser, vocês não estão presos a nenhuma verdade em
particular, mas são aquele que vê todas as verdades. Veem todas as
verdades como um Estado de Ser e permitem a cada uma ser
explorada para determinar se funciona no vosso estado de ser. Quando
vocês vivem dessa maneira, então todos os pensamentos que vos
ocorrem são ponderados e, através do vosso cérebro, compreendidos
no vosso corpo como sentimentos, o que permite que mais saber, mais
pensamento, mais Estado de Ser possa surgir.

Quando simplesmente são, vocês estão alinhados com o Estado de


Ser de todas as coisas. E através desse alinhamento podem ter tudo o
que desejarem, e não têm que fazer nada senão ser. O Deus do vosso
ser atrairá até vós o que quer que seja que pensarem, o que quer que
seja que desejarem e isso chegar-lhes-á. Aqueles que se ocupam ao
tentarem realizar todos os princípios exteriores, fazem uma pequena
troça do processo interior. Ao ser, já têm e já são tudo.

Quando simplesmente são, e se permitem receber todos os


pensamentos, então podem ouvir a voz de Deus. Então, tudo o que
sempre desejaram saber, poderão sabê-lo num piscar de olhos.
Quando não julgam os vossos pensamentos, mas lhes permitem
manifestar-se como emoção na vossa alma, estão a viver como um
Deus ilimitado meramente ao estarem abertos ao Estado de Ser e a
tudo o que ele é. Então tornam-se um canal puro do vosso Deus-ser e
aproximam-se da simplicidade pura da mente de Deus.

Aprendam a viver pelo saber e a permitir. Então terão dominado o


ego alterado. Então terão dominado o sétimo nível, o sétimo selo, o
sétimo céu, pois no sétimo não há julgamento, só há a continuidade do
Estado de Ser da vida. Quando tiverem dominado o julgamento, terão
dominado a totalidade deste plano e podem partir quando quiserem.

A não ser que tenham neste momento a habilidade de clonarem


outro corpo para vocês próprios – o que são capazes de fazer quando o
vosso cérebro está a funcionar completamente – não tenham pressa
em destruí-lo.

Amem o vosso corpo. Sejam amáveis com ele, nutram-no, estimem-


no. É o instrumento puro de expressão que vos permite experienciar a
vida neste plano. Tornem-se ilimitados nos vossos processos de
pensamento mas tomem também conta do veículo que vos permite
fazê-lo.

Se são uma mulher, sejam uma mulher, se são um homem, sejam


um homem. Amem o que são. Nunca abusem do vosso corpo. Nunca o
estraguem ou violem. Não o façam fazer coisas para as quais não foi
concebido.

Admirem a grandeza do vosso ser. Considerem-se divinos. Vistam o


que há de melhor sobre a pele. Usem cremes. Perfumem-se.
Alimentem-se apenas daquilo que o vosso corpo quer. Se o escutarem
ele dir-vos-á o que precisa para se nutrir.

Nunca metam dentro do vosso corpo nada que o prejudique, que


saibam que é prejudicial. Qualquer coisa que cause a falta do fluxo de
oxigénio para o vosso cérebro causa a morte de grande número de
células e elas deixarão de existir, pois o cérebro não tem a habilidade
de reproduzir as suas células. Quando as células do vosso cérebro são
destruídas, diminuem a vossa habilidade de transferir o pensamento
em emoções realizadas no vosso corpo. Apesar da pessoa poder
contemplar o pensamento, é uma não-coisa para ela. É então que a
alegria acaba, pois como é que se pode sentir alegria com um
pensamento, a menos que se torne nisso através da sua sensação?

Quando são incapazes de sentir, são incapazes de gravar saber neste


plano. É este o mal que fazem ao vosso cérebro quando tomam aquilo
que chamam erva ou drogas que causam a ocorrência de ilusões. Cada
vez que tomam estas coisas, elas tiram oxigénio ao vosso cérebro. É a
morte do vosso cérebro que causa aquilo que chamam o pico que
sentem. É por isso que ocorre. Cada vez que fazem isso, limitam a
vossa habilidade de conhecer. E chegará então uma altura onde não
poderão rir ou chorar, pois já não haverá mais nada suficientemente
forte para suscitar uma emoção dentro do vosso ser.

Experienciar o todo-saber – onde poderá chorar ao ver o abrir de


uma flor ou esperar que o sol se levante e conhecer cada pormenor do
seu esplendor – é ter a capacidade de saber, de processar o
pensamento em sentimentos. Isso é chamado êxtase. Essa é uma boa
pedrada, como lhe chamam.

Aquilo que o amou antes do tempo ter começado – que tem estado
consigo em todas as vidas que viveu, que é a única entidade que estará
consigo na morte do seu corpo ou na sua ascensão – é você. É o único
ser que o ama com força suficiente para ultrapassar todas as coisas que
ultrapassou. Quando se abraçar e se amar a si próprio e permitir que
esse amor seja o seu padrão, transcenderá a consciência social do
homem para a toda-consciência de Deus, pois aquilo que é está para
além da beleza. Está para além da perfeição. Está para além das
restrições das leis e dogma e padrões sociais. Vai para o destino, para o
cumprimento do ser, que é a realização de Deus. Isso é a única coisa
que é importante aos olhos do Estado de Ser da vida.

Você é tudo o que pensa que é e tudo o que se permita conhecer.


Saiba que o Pai, que é todas as coisas, é aquilo que você é, e através
desse saber, conhecerá e tornar-se-á tudo o que é.

Saiba que nada tem fim e que nada é absoluto. Tudo é no momento
e há sempre mais para vir. Tornar o seu pensar ilimitado é
simplesmente saber que há uma verdade maior, e que há ainda uma
verdade maior que essa. Saiba isso, e isso ocorrer-lhe-á de acordo com
o seu estado de recetividade.

Nunca se deixe escravizar ou intimidar. Há sempre uma forma, e


uma maneira melhor. Saiba isso e permita aos pensamentos que
iluminam o seu caminho para a alegria, que cheguem até si.

Encare as suas limitações. Abrace-as. Domine-as. Exclua da sua vida


tudo aquilo que o impede de conhecer a totalidade de Deus. Abandone
a culpa e o julgamento, de forma a permitir-se saber, e que as
respostas e a alegria surjam.

Encare os seus medos e permita-se desmascarar das ilusões desses


medos. Saiba que é eterno e que não há nada no desconhecido que o
pode impedir da felicidade e da alegria. Abandone o medo que o
impede de conhecer algo maior do que aquilo que está a experienciar
neste plano. Você até pensa que aqueles que vieram até aqui de tão
longe são assustadores. Os seus irmãos nas grandes naves têm uma
beleza incrível. Abandone o medo de forma a poder ter a capacidade
de tornar-se amigo doutro tempo, doutro espaço, doutra entidade
doutra dimensão.

Ao lutar por se tornar maior, se olhar para este plano para encontrar
algo de mais grandioso no qual se tornar, tudo em que se tornará é o
que já é neste plano. Ultrapassar o pensamento limitado do homem é
contemplar que talvez exista algo que ainda está invisível, que é mais
vasto na sua compreensão.

Esteja aberto à verdade, independentemente da sua fonte, e deixe os


seus sentimentos serem o seu guia. O homem sábio, mesmo que seja
cego, sabe o que dentro da sua alma sente ser correto. A verdade
encontra-se na relva que pisa. Está no riso duma criança. Está nos
olhos de um mendigo. Está em todos os lugares e em todas as coisas,
em todas as pessoas e em todos os momentos. Aquele que não sabe
isso não conhece Deus, pois Deus é tudo o que é. E nem uma farpa de
relva, nem um sussurro de um momento pode separar-se da Fonte de
tudo o que é. Aprenda a ser sábio. Ouça a verdade, qualquer que seja a
forma como ela vem, e saiba que é merecedor de recebê-la.

Aquele que sabe que o reino dos céus está dentro de si é uma
entidade sábia. Com a vossa capacidade de pensar qualquer
pensamento e senti-lo na vossa alma, possuem dentro de vocês as
chaves para o reino dos céus, o tesouro da emoção. Aprenda a sentir.
Conhecer Deus completamente é sentir completamente cada
pensamento até que cada pensamento que Deus é seja sentido no
núcleo do seu ser, a alma do seu ser.

Não se exceda demais ao querer que a totalidade do seu cérebro se


abra todo duma vez. Faça com que se abra pensamento a pensamento,
experiência a experiência, para que cada pensamento se fortaleça
dentro de si.

Acima de tudo, permita-se ser, pois no ser é tudo. Quando você é


simplesmente o Estado de Ser de si próprio, o princípio Eu Sou, então
está alinhado com a totalidade da vida. Então terá transformado a sua
alienação como homem para a unicidade com Deus.
CAPÍTULO VINTE

A VIRTUDE DA EXPERIÊNCIA

“Eu estou aqui para vos dizer que vocês são amados para além da vossa compreensão
do amor, pois nunca foram vistos senão como um Deus que luta para se compreender
a si próprio. E de cada experiência em todas as vossas vidas, ganharam conhecimento,
sabedoria. Deram algo ao mundo. Adicionaram à virtude da vida que se vai
revelando.”
— Ramtha

NAS VOSSAS AVENTURAS na exploração do pensamento, escolheram


expressarem-se através da forma celular chamada humanidade, para
poderem aprender tudo o que há a aprender da experiência humana,
de Deus a viver na forma limitada chamada matéria. Esta experiência
é necessária para a compreensão completa de Deus, pois como
poderiam compreender o ilimitado senão tivessem experienciado e
compreendido o limitado? Como poderiam compreender a vossa
totalidade, o Deus que são, até terem experienciado e abraçado a
totalidade que Deus é, desde a expansão selvagem do pensamento
puro até à restrição da matéria? Como podem compreender a alegria,
a liberdade e aquilo que dura para sempre até terem experienciado a
tristeza, a limitação e a ilusão da morte?

Apesar de vocês representarem e jogarem os vossos jogos e ilusões


com uma grande e terrível seriedade, eles só existem realmente com o
propósito de vos ensinarem, de vos expandirem, de vos iluminarem,
para vos ajudar a compreenderem-se a vocês próprios. Esta vida é
simplesmente uma plataforma sobre a qual se podem representar os
vossos jogos e ilusões experienciados pelo maior prémio da vida
chamado sabedoria.
O que é sabedoria? É um tesouro muito maravilhoso que pertence
completamente ao Deus dentro do homem, um tesouro que é
guardado dentro da alma do homem. A sabedoria é a coleção das
emoções acumuladas de todas as vossas aventuras nos reinos de
pensamento chamado Deus, e é a única coisa que vocês levam
convosco quando deixam este lugar. Pensam que levam as vossas belas
roupas, ou as vossas grandes mansões, ou os vossos automóveis que
andam tão depressa? O que é que pensam que levam convosco? Levam
o que são, todas as emoções acumuladas da vossa viagem para o
princípio chamado vida. Emoção é tudo o que é a vida.

Tudo o que a humanidade aprendeu através da tirania e das


restrições do domínio religioso e governamental – através da
separação e inferiorização das raças, através da separação dos homens
das mulheres e do irmão do irmão – fê-lo ao rebaixar Deus até talvez
ao mais baixo nível de sempre. Contudo, vocês nunca teriam sabido o
que era derrotar alguém em batalha, negar a outro a sua liberdade,
degradar as mulheres e fazê-las menos que os homens, a não ser que
tivessem experienciado todas essas coisas. Nunca teriam conhecido
emocionalmente essas coisas a não ser que tivessem sido antes o
criador que as sonhou até à realidade e que depois viveu
propositadamente esse sonho. Contudo, ao vivê-lo vida após vida e
momento a momento, tornou-se uma realidade tão sólida, que a
maioria se tornaram neuróticos, inseguros e completamente perdidos
no sonho.

Onde está este Deus, perguntam vocês, que permitiu a humanidade


ser tão animalesca consigo própria? E onde está o amor de Deus,
afinal, se Ele permitiu que estas atrocidades ocorressem? Bem, Deus
esteve lá todo o tempo, pois Ele foi todas as vossas ilusões e todos os
vossos jogos. E certamente que Deus vos amou esse tempo todo, pois
permitiu-vos experienciar os vossos sonhos de acordo com as vossas
conceções. Vocês simplesmente se esqueceram que primeiro criaram o
sonho e que têm a opção de o mudar em qualquer momento que
queiram.

Vocês bordam as vossas ilusões em contos de grande mágoa e


tristeza. Destroem os vossos corpos. Desfazem as vossas mentes.
Adoram ídolos. Criticam os outros. Estão sempre a julgar, cheios de
ódio, possessivos, medrosos e verdadeiramente arrogantes. E contudo
porque o fazem? Para compreenderem o que significa ser-se todas
essas coisas. Qual é o resultado final? Nunca para morrer mas para
viver para sempre, para compreender e abraçar aquilo que é chamado
o reino dos céus, olharem para a face de Deus e perceberem que é a
vossa própria.

Todos vocês, entidades eminentes – apanhados pelas vossas


inseguranças e a vossa própria pequenez de pensamento – são muito
mais vastos do que os jogos que têm representado, vocês que têm
escondido profundamente debaixo das vossas ilusões a beleza sublime
que são. Se somente soubessem quão poderosos e esplendorosos são,
não amaldiçoariam ou julgariam ou se alterariam das formas como o
fazem.

Eu venho até vós – e eu sou tudo o que foram e tudo o que se


tornarão – para vos ajudar a reacender em vós o saber que já possuem,
para que nunca mais se percam nem se revolvam em culpa e medo e
auto negação. Vocês são realmente muito maiores do que isso.

Porque é que eu vos amo tão profundamente? Porque aquilo que


são, eu também sou. Tudo aquilo que são, no espectro do vosso ser,
sou eu, pois eu sou o espectro a partir do qual vocês contemplam e
criam as vossas ilusões. O Eu Sou que sou é amor que transcende a
expressão comum aqui, pois não tem condições nem obrigações. Eu
amo-os simplesmente por aquilo que são, pois quem são – qualquer
que seja a forma como o expressam – é o Pai que eu tanto amo.

Agora, desejo falar-vos acerca daquilo que entendem ser os vossos


erros e falhanços.

O facto de o homem ter criado o certo e o errado, perfeito e


imperfeito, criou também as armadilhas chamadas culpa e remorso,
que tanto vos dificultaram o progresso na vida. Mas eu digo-vos,
entidades, o que quer que tenham feito – através da virtude das vossas
muitas vidas neste plano – nunca foi mau nem nunca foi bom. Foi
simplesmente uma experiência de vida que vos ajudou a tornarem-se
quem são agora. E isso é verdadeiramente uma coisa muito preciosa e
maravilhosa, pois são neste Agora o máximo que jamais foram desde
que começaram esta viagem extraordinária, pois a vossa sabedoria é
maior do que alguma vez foi.

Tudo o que já fizeram, eu fiz o mesmo. E quanto aos vossos erros, eu


fiz outros tantos. E todas as coisas que julgaram em vós próprios como
não tendo força ou virtude, também eu as fiz. Mas eu nunca teria
conhecido a força do meu ser senão tivesse conhecido a fraqueza do
meu ser. Nunca teria amado a vida senão a tivesse visto esvair-se de
mim. E nunca teria sido capaz de os abraçar a todos senão tivesse já
odiado a crueldade dos homens.

O que quer que tenham feito – por mais vil ou miserável que tenha
sido – fizeram-no simplesmente com o propósito de criarem uma
aprendizagem para vocês. E através dessa aprendizagem vocês
magoaram, causaram dor, criaram tristeza, degradaram-se, e contudo
elevaram-se acima disso porque estão agora aqui prontos para
conhecer e abraçar a beleza que são.

Para aqueles que sentem que falharam ou fizeram algo errado,


desejo que contemplem isto. Desde o momento do vosso nascimento,
vocês e os vossos irmãos amados lançaram-se numa grande aventura
em direção à compreensão emocional de todo o pensamento,
pensamento a pensamento a pensamento. A vossa alma foi criada para
armazenar a emoção de cada pensamento – cada dimensão de Deus –
que aceitam através do Deus ou Espírito do vosso ser. Cada
pensamento que aceitaram e sentiram na vossa alma. Contudo, aquilo
que vocês ainda têm para compreender completamente, a vossa alma
pressionar-vos-á a experienciar. Porquê? Para ganhar a compreensão
emocional completa de todos os aspetos desse pensamento, vistos
somente através da virtude da experiência, que é a virtude chamada
vida.

Vocês foram conduzidos através da eternidade para evoluírem e


expandirem a vida em criatividade e para experienciarem todas as
manifestações dessa criatividade a partir do pensamento até à luz, até
à matéria, até à forma, e de novo de regresso ao pensamento, do amor
e alegria até à inveja, ódio e tristeza e de novo de volta à alegria. A
vossa alma tem-vos conduzido de experiência em experiência, de
aventura em aventura, de forma a poder realizar-se na compreensão
completa de todas as formas de pensamento – cada atitude, cada
emoção – de forma a vocês poderem conhecer e compreender a
totalidade do pensamento, que é a totalidade de Deus, que é a
totalidade do ser.

A vossa alma está faminta daquilo que nunca experienciou. Quando


a vossa alma tem fome de uma experiência, isso significa que ela
precisa dos dados emocionais dessa experiência. Desta forma, a vossa
alma criará um sentimento – chamado querer – que tomará conta de
todo o vosso ser e vos impulsiona para uma aventura, uma
experiência. Então, quando a experiência acabar e as emoções desta
tiverem diminuído, a experiência conseguiu-vos um tesouro maior que
todo o ouro que existe no vosso plano. Avançou-vos em sabedoria, o
que significa que a vossa alma está a dizer que vocês nunca terão que
ter de novo essa experiência, pois já ganharam dela toda a
compreensão. Então a vossa alma tornar-se-á faminta de algo
diferente, e vocês serão impulsionados a fazerem outras coisas pois
precisam, querem, porque o fogo que está dentro de vós vos urge a
experienciar toda a vida.

Então, acham que alguma vez se propuseram experienciar algo


sabendo que era errado para vocês ou que iriam falhar? Não. Vocês
embarcaram sempre em cada aventura com muita curiosidade,
interesse, e deleite. Apesar de, ao princípio, o desfecho ser um pouco
desconhecido, vocês decidiram realizá-lo simplesmente porque ainda
não o tinham feito antes. A experiência era nova e excitante e vocês
queriam aprender dela. E apesar de poderem ter experienciado dor na
aventura, ajudou-vos a compreender a emoção chamada dor, o que
ampliou a vossa compreensão da vida. Desta forma, essa experiência
teve um propósito na vossa vida. Então embarcaram na próxima
aventura que a vossa alma vos urgiu a experienciar, para uma nova
aventura em emoção e compreensão. E isso trouxe-vos uma alegria e
realização dentro da vossa alma.
Tudo o que fazem, no próprio momento em que estão a fazer, sabem
dentro da vossa alma que a experiência é certa para vós. É só depois de
terem experienciado a aventura e dos sentimentos derivados dela já
estarem integrados como sabedoria, que começam a pensar que talvez
pudessem ter feito melhor ou de forma diferente. Mas nunca teriam
sabido que havia uma forma melhor sem primeiro terem embarcado
na experiência e terem obtido dela a joia da sabedoria. Deve alguém
ser julgado por isso? Não, pois a isso chama-se inocência e também se
chama educação.

O falhanço só é uma realidade para quem acredita que é. Mas


ninguém verdadeiramente falha na vida – nunca. Apesar de tudo que
tenham feito – cada coisa miserável, desprezável, escondida, que
realmente não é – vocês ainda estão vivos, uma ocorrência milagrosa.
Falhar significaria parar. Contudo nada nunca pára, pois a vida é
contínua, avança a cada momento. Pelo que vocês nunca podem estar
parados ou regredir na vida, pois cada momento da expansão contínua
da vida traz sempre compreensões cada vez maiores.

Vocês nunca falharam, aprenderam sempre. Como podem saber o


que é a felicidade até terem sido infelizes? Como podem saber qual é o
vosso objetivo até o terem abordado e descoberto que ele é de uma cor
diferente daquela que tinham imaginado?

Vocês nunca cometeram nenhum erro – nunca. Nunca fizeram nada


de errado. De que é que se deve sentir culpa? Todos os vossos enganos,
os vossos falhanços, os vossos erros, são o que se chama
apropriadamente degraus para Deus, passo a passo. E para saberem
tudo o que sabem agora, só podia ter sido conseguido dando esses
passos.

Nunca se sintam culpados de aprender. Nunca se sintam culpados


acerca da sabedoria. A isso se chama iluminação. Devem compreender
que fizeram o que precisavam de fazer, era tudo necessário. E fizeram
todas as escolhas corretas, todas elas. Vocês vão continuar a viver
amanhã e verdadeiramente o abençoado dia depois desse e por aí fora.
E aquilo que hão-de descobrir nesses dias é que sabem mais do que
sabiam hoje. Contudo, o dia de hoje não é um erro. Leva-vos ao eterno.
Vocês têm a opção de criar o vosso sonho da forma que escolherem.
Mas seja qual for a forma que o criam, para vossa propositada
compreensão, estão a adicionar à totalidade da consciência que está
por todo lado. Nunca lhe tiram nada, nunca lhe podem tirar nada.
Cada aventura que vocês fazem com alegria, aumenta o fervor e
intensidade da vida. Cada pensamento que abraçam, cada ilusão que
experienciam, cada descoberta que fazem, cada coisa vil ou miserável
que fazem, expande a vossa compreensão, o que por sua vez alimenta e
amplia a consciência de toda a humanidade e expande a mente de
Deus.

Se vocês pensam que falharam na vida ou que fizeram algo errado,


estão a diminuir a vossa habilidade de entenderem a vossa grandeza
interior e exterior e a importância que têm para a totalidade da vida.
Nunca desejem tirar nada do vosso passado – nenhuma parte dele –
porque a fricção de todas as vossas experiências sublimes e miseráveis
produziu na vossa alma maravilhosas e belas pérolas de sabedoria.
Isso significa que nunca mais terão que sonhar esses sonhos, criar
esses jogos, ou experienciar essas experiências, pois já as
experienciaram e sabem a sensação delas e têm os registos delas na
vossa alma – chamados sentimentos – o tesouro mais verdadeiro da
vida.

Eu estou aqui para vos dizer que vocês são amados para além da
vossa compreensão do amor, pois nunca foram vistos senão como um
Deus que luta para se compreender a si próprio. E de cada experiência
em todas as vossas vidas, ganharam conhecimento, sabedoria. Deram
algo ao mundo. Adicionaram à virtude da vida que se vai revelando.

A vossa vida tem sido um espetáculo maravilhoso do fogo que vive


em vós. Deve ser vista novamente com reverência, santidade,
divindade, pois o que quer que façam, são sempre Deus. Seja qual for a
máscara que usam, vocês são Deus. Qualquer que seja o
relacionamento que estão a experienciar, ainda são Deus.

Vocês são merecedores das aventuras desta vida, de cada uma delas.
E ainda mais do que isso, são merecedores das aventuras esplêndidas
que ainda vos esperam. Contudo, nunca se tornarão o Eu Sou ou
entrarão pelas portas da eternidade até perceberem que tudo o que
fizeram, fizeram-no simplesmente para ganhar a compreensão do
Deus que são, que é demonstrada aqui e agora através da virtude de
todas as vossas experiências sobre a plataforma chamada vida.

Pelo que, se vocês que carregam pesadamente a vossa bagagem de


fardos sobre as vossas costas, se sentem felizes assim, que assim seja.
Mas se já aprenderam tudo o que tinham a aprender deles e estão
cansados deles, livrem-se deles. Como? Amando-os, abraçando-os e
permitindo-lhes estar no vosso ser. Quando vocês tiverem feito isso,
eles nunca mais vos dominarão. E a partir daí, a maravilha que é a
vida pode ser vista com olhos limpos, o amor pode ser sentido sem
julgamento, e a alegria de ser pode tornar-se o poder do saber
ilimitado.

Abracem a vossa vida. Saibam que são divinos e que a força do vosso
ser está aí em vocês por tudo aquilo que fizeram. Acabem com a culpa.
Acabem com a paródia da tristeza no ser. Deixem de se carregar com
pesos. Deixem de culpar todos os outros. Apropriem-se da vida. Ela
pertence-vos.

Agora, o que é que acontece quando tiverem abraçado tudo o que


julgaram, amado tudo o que desprezaram, vivido todas as vossas
ilusões, perseguido todos os vossos sonhos? Podem olhar para os
outros que estão a experienciar essas coisas para a sua aprendizagem,
e podem compreender e ter compaixão por eles. Então poderão amá-
los como o Pai vos ama, e podem permitir-lhes a virtude das suas
próprias experiências de vida. Então tornam-se aquilo a que chamam
um santo.

Como é que acham que se tornam santidades? Certamente que não é


por se absterem da vida, escondendo-se numa gruta ou num templo e
queimando incenso, ou estando sentados no cimo de uma alta
montanha, contemplando sabe deus o quê. Vocês só se tornam um
santo vivendo a vida – que o Pai é – e experienciando-a até ao máximo
para que a virtude da sabedoria atinja o seu pico numa entidade que
pode abraçar toda a humanidade e amá-la.
A única forma de conhecer e de se tornar Deus é viver e abraçar a
vida completamente, experienciar todas as situações, sentir todas as
emoções, fazer todo tipo de atos sublimes e miseráveis, para que a
vossa alma tenha nela a sabedoria de toda a vida.

Vocês nunca sabem aquilo que o rei sofre até serem um rei. E o rei
nunca sabe o que é a humildade do seu criado até se tornar um criado.
E a mulher devota não sabe quais são as dificuldades da concubina até
ela ser uma. E a concubina não conhece os julgamentos da mulher
devota até ela ser uma. Desta forma o caminho para uma vida virtuosa
engloba tudo. Inclui todo o carácter, todas as situações ilusórias
criadas dentro da consciência do homem. É por isso que as entidades
mais sábias e mais nobres viveram todas as situações criadas pelas
aventuras da humanidade. Foram a prostituta e o padre, o guru e o
camponês, o assassino e o assassinado, o conquistador e o
conquistado, a criança e o pai.

Estão a ver, só condenam nos outros aquilo que não podem aceitar
em vocês próprios. Se já tiverem vivido todas as situações e tiverem
encontrado a paz nelas, então é fácil compreender a todos e permitir-
lhes ser, sem julgamento, porque já os foram e sabem que se os
julgam, estão a julgar-se a si próprios. Então terão ganho a virtude da
verdadeira compaixão, e o amor mais profundo deverá existir na vossa
alma. Então são verdadeiramente um Cristo, pois compreendem,
amam e perdoam os vossos amados irmãos nas suas limitações.

Amar o Pai na sua totalidade, ser a sua totalidade, é amar tudo o que
ele é. E tudo que ele é, são os vossos amados irmãos que vos rodeiam.
Qualquer que seja a forma como eles se parecem, eles são Deus na sua
realidade como vocês são Deus na vossa. E quando vocês tiverem
vivido toda a glória deles, todas as lutas deles, todas as tristezas e
alegrias deles, então podem abraçar Deus visto em todas as pessoas.
Então podem amá-las. Isto não significa que têm que ir ensiná-las ou
socorrê-las. Deixem-nas simplesmente em paz e permitam-lhes que
evoluam de acordo com as suas próprias necessidades e conceções. Há
pessoas cujo destino é ser um ditador ou um padre ou alguém que
trabalha num mercado, porque isso é o que precisam e querem fazer.
Quem são vocês para lhes tirarem isso?

Todas as pessoas neste mundo – quer estejam esfomeados ou


aleijados ou sejam um agricultor ou um rei – escolheram a sua
experiência com o objetivo de adquirir algo a partir dela. Só quando
tiverem aprendido dela e estiverem preenchidos por ela, é que irão
para outra experiência, que lhes trará uma compreensão ainda maior
do seu ser mais interior.

Quando se tornam um mestre, podem caminhar no caos da


consciência limitada e manter a vossa totalidade, porque
compreendem as massas que se agitam e porque são da forma que são,
pois vocês já foram anteriormente como eles. Vão permitir-lhes a
liberdade de serem limitados – o que é amor verdadeiro – porque
vocês sabem que essa é a única forma de eles aprenderem a ter uma
compreensão ilimitada e a amarem-se uns aos outros que, obviamente,
é amarem-se completamente a si próprios. E quando virem outra cara
no meio da multidão – independentemente da sua cor ou asseio ou
aparência – olharão para a entidade e verão Deus nela, pois se
olharem bem perto, encontrarão Deus em todas as pessoas. Então
amarão como o Pai ama. Então verão o que Ele vê, não somente em
vocês, mas em todos os outros. Quando puderem olhar para todas as
pessoas e ver a beleza que elas são, estão no vosso caminho para a
ascensão deste plano em direção a um espaço maior, onde há muitas
mansões. Contudo as portas estão fechadas àquele que não se
consegue abraçar totalmente a si próprio e ao Deus que vive em toda a
vida que o rodeia.

Quando colocam as pessoas de volta onde elas pertencem, na sua


divindade, e sabem que o que quer que elas estejam a fazer, estão a
viver para o Deus dentro delas – tal como vocês estão a viver para o
Deus dentro de vós – então podem aprender a amar a todas as
pessoas. Qualquer que seja a expressão delas, podem agora pela
primeira vez na vossa existência amá-las verdadeiramente, pois o
vosso amor não está governado ou restringido por julgamentos. E é
assim que, verdadeiramente, um Cristo – um homem que vive como
Deus – é dentro do seu ser.
Qual é o vosso caminho na vida? Seguirem sempre os vossos
sentimentos, ouvirem os sentimentos que estão dentro da vossa alma e
embarcarem nas aventuras que a vossa alma vos impele a
experienciar. Se a ouvirem, a vossa alma, dir-vos-á aquilo que
precisam de experienciar. Se se sentem aborrecidos e não desejam
fazer nada, isso significa que já fizeram essa experiência e já
receberam a sabedoria dessa aventura. Mas se querem fazer algo, essa
vontade dentro da vossa alma significa que devem ter a experiência, a
sua virtude. Se se abstêm dela, só estão a adiar a experiência até outro
momento ou outra existência.

Vivam a verdade daquilo que sentem dentro de vós e amem aquele


que a sente. Compreendam que o sentimento tem que ser expressado e
realizado. Se querem fazer qualquer coisa que seja,
independentemente daquilo que for, não seria sábio ir contra esse
sentimento, pois há uma experiência que vos aguarda e uma grande
aventura que tornará a vossa vida mais doce. Se ouvirem os vossos
sentimentos, estarão sempre a fazer a coisa certa para a evolução do
vosso belo ser até à sabedoria profunda. É quando vão contra os
vossos sentimentos que têm doenças no corpo, neuroses e desespero.

Sigam o vosso coração, os vossos sonhos, os vossos desejos. Façam


aquilo para que a vossa alma vos chama, o que quer que seja, e
permitam que isso se complete. Então partirão para outra aventura.
Nunca serão julgados a não ser que aceitem o julgamento daqueles que
vos rodeiam. E se aceitarem os seus julgamentos, é somente a vossa
vontade que assim quer para ter essa experiência.

Um dia virá, nesta vida ou nas que se seguirão, em que chegarão ao


ponto onde não têm nenhum desejo de fazer isto ou aquilo mas
somente ser. Já não mais desejam amaldiçoar ou julgar a prostituta, o
ladrão, o assassino, ou o país belicoso pelos seus feitos. Terão sido
todas essas coisas e saberão como é ser como eles são. Estão tão
completos nas experiências deste plano que não há mais nada que vos
puxe aqui de regresso para experienciar. Então estão de partida para
novas aventuras em planos maiores de ser.

Quando contemplarem o que eu acabo de vos dizer, observarão e


compreenderão um valor em vocês próprios que é a propositada
demonstração do Deus poderoso, o fogo, a vida que são.
Compreenderão também que qualquer que seja a forma como desejam
dirigir a vossa vida, esse é o caminho para a vossa iluminação, e que de
todas as aventuras que ocorram no caminho, ganharão uma perceção
maior do mistério do vosso ser. Vão amar aquilo que são e adorá-lo,
poli-lo, até onde a luz do vosso ser pode competir com o grande Rá nos
vossos céus e a paz do vosso ser pode competir com a meia-noite,
quando tudo está quieto sobre a terra. Nunca mais se negarão a si
próprios. Nunca mais alterarão o que são. Nunca mais julgarão o que
são. Permitir-se-ão ser o que são.

Quando amam o que são, então podem dizer graciosamente,


dignamente, e com humilde força, “Eu amo grandemente o Pai, pois o
Pai e Eu somos Um. E Eu amo grandemente aquilo que sou, pois o Eu
Sou que eu sou é a essência de tudo o que é.” Então estão em harmonia
com o fluxo da vida. São um mestre que caminha sobre este plano. São
o Cristo ressuscitado, o Cristo despertado. São uma luz para o mundo.
Mas não se podem tornar isso enquanto não amarem e abraçarem
tudo o que fizeram e tiverem percebido que tudo isso teve um bom
propósito na vossa vida, porque vos fez a entidade magnífica que são
neste dia.

Eu dei-vos um grande ensinamento de uma forma especial, pois ele


liberta-vos do karma, do pecado, do julgamento e da punição, pois o
Pai é amor. E o Pai é sem julgamento. O Pai é sem bom ou mau. É sem
positivo e negativo. O Pai é simplesmente o Estado de Ser que é. E esse
Estado de Ser engloba todas as pessoas, todos os atos, todos os
pensamentos, todas as emoções, todas as coisas. Se o Pai vos pudesse
julgar, ele estaria certamente a julgar-se a si próprio, pois vocês e ele
são um e o mesmo.

Pelo que o amor de Deus chamado vida sempre vos foi dado.
Independentemente de todas as vossas experiências miseráveis, o sol
continuou a levantar-se e a dançar pelos céus. As estações
continuaram a ir e vir. Os pássaros continuaram a voar para um céu do
norte. E o falcão da noite continua a grasnar enquanto fecham as
persianas do vosso quarto. Veem, é na continuidade dessas coisas
onde, se olharem, perceberão o perdão e eternidade que a vida sempre
vos ofereceu.

Partam desta audiência com um coração ligeiro e amoroso, pois os


vossos fardos foram-vos tirados. A vossa redenção é certa. Saibam que
Deus vos ama e que sempre vos amou. Saibam que não são maus, nem
são bons. Saibam que não são perfeitos nem imperfeitos, que
simplesmente são. Esperem que o Pai esteja na vossa vida, pois Ele
sempre esteve aí. E sempre que contemplarem o amor, pensem em
mim, e de um lado qualquer chegará o vento.
CAPÍTULO VINTE E UM

UMA BELA MANHÃ

“O meu caminho nesta vida neste plano foi tornar-me o Deus Desconhecido – o que
descobri que era eu próprio – e de passar para além das dimensões para brincar nas
aventuras da eternidade. E assim fiz, e continuo a fazer. Voltei para vos dizer que essas
aventuras também vos esperam, quando abraçarem toda esta vida como eu fiz.”
— Ramtha

ESTES MOMENTOS QUE PARTILHAMOS juntos têm sido doces. Entrar na


vossa vida e tocar talvez apenas uma pequena parte dela é um grande
prazer, eu asseguro-lhes. Tudo o que partilhei convosco, fi-lo por mim,
pois cada um de vós é o que eu sou, o Pai que eu amo fervorosamente e
sempre amarei. Tudo o que eu faça para acrescentar à evolução dos
vossos seres preciosos, glorifica e magnífica o Pai que é o reino Eu Sou.

Vim como um irmão para a humanidade, da qual fui uma vez uma
parte fervorosa. Vivi aqui como homem e experienciei tudo aquilo que
vocês experienciaram. Vivi o vosso desespero e chorei a vossa tristeza.
Sonhei os vossos sonhos e conheci a vossa alegria. Apesar de eu ter ido
a todos os níveis, a mais profunda de todas as minhas experiências foi
quando eu estive aqui entre vós como um homem, Deus/homem,
experienciando os perigos, o desespero e momentâneos instantes de
glória que todos vocês conheceram. Escolhi voltar aqui porque vos
compreendo. E compreender-vos é amar-vos.

Eu voltei não para vos salvar, pois não há realmente nada de que os
salvar. Vim simplesmente para vos lembrar da maravilhosa herança
que há muito tempo haveis esquecido e para vos dizer do futuro
glorioso que todos vocês em breve vão ver. Vim para vos ajudar a
aperceberem-se que têm opções maiores para a expressão da vossa
vida e para vos ajudar a fazer surgir o conhecimento que vos permite
exercer essas opções, se for a vossa vontade fazê-lo. Tudo o que vos
tenho pedido é que apliquem na vossa vida – ao vosso ritmo e à vossa
maneira – quaisquer compreensões que vos sejam frutíferas na vossa
evolução para uma vida mais harmoniosa e alegre.

O meu caminho nesta vida neste plano foi tornar-me o Deus


Desconhecido – o que descobri que era eu próprio – e de passar para
além das dimensões para brincar nas aventuras da eternidade. E assim
fiz, e continuo a fazer. Voltei para vos dizer que essas aventuras
também vos esperam, quando abraçarem toda esta vida como eu fiz.

Vão e vivam as compreensões que vos dei. Deixem-nas estar dentro


do vosso ser. Quando o fizerem, rapidamente se vão aperceber que
receberam um tesouro maior do que alguma vez poderiam ter pedido
ou concebido.

Tomem aquilo que aprenderam, aquilo que ouviram, aquilo que


leram, e apliquem-no com simplicidade. Quanto mais simples forem,
mais poderosos se tornarão. E se quiserem algo, peçam-no. Ninguém
neste plano tem poder para lhes darem. Peçam do Senhor Deus do
vosso ser que o Pai lhes dê e saibam que ele o deu, independentemente
daquilo que seja. E onde vão para pedir? Ao templo interior. Peçam
simplesmente dentro do silêncio dos vossos próprios pensamentos. É
sempre ouvido.

Eu sei quem vocês são. E sei aquilo que fazem e aquilo que sonham.
Quando pensam que ninguém vos vê, devem compreender que são
como as estrelas nos céus à meia-noite. Vocês estão lá para todos
verem. Todas as coisas sabem quem vocês são e o que fazem,
sobretudo aqueles que estamos no invisível.

Quem vocês são só tem realmente importância para vocês. Quando


tudo estiver dito e feito, só podem depender de vocês próprios e dessa
preciosa luz dentro de vós, chamada Deus Todo-Poderoso. Sejam
imparciais convosco. Sejam individuais convosco. E amem o que são
para que a vossa luz e a forma como são vistos, como as estrelas à
meia-noite, se torne muito brilhante e muito bela.

O meu povo chamava-me Ramtha, o Iluminado, e por isso mantive


esse nome até esta hora. Um iluminado? Eu fui uma entidade solitária
que se sentava num planalto enquanto todos os outros se ocupavam
com as coisas da sua vida diária. Contudo, nessa natureza livre,
afastado da vida diária, eu encontrei o Deus Desconhecido.

O mundo não está no mercado, meus amados irmãos. Apesar de este


estar cheio de vida. Mas a vida maior está para ser encontrada fora do
mercado, debaixo duma árvore magnífica, ou no cimo de uma
montanha nevada, onde o vento é estaladiço e frio e limpo, ou na
imensidão do deserto, ou no mar sem fim. Ainda há tanto neste vosso
plano que a maioria de vocês não se permitiram ver. Ainda têm que
verdadeiramente vivê-lo e investigá-lo. Vocês só têm estado na
consciência opressora da vossa sociedade, com os seus julgamentos e
os seus ideais mesquinhos e a sua corrida enlouquecida contra a ilusão
do tempo.

Não conhecerão verdadeiramente a vida até se tornarem solitários


em tais lugares com a paz dum céu da meia-noite e a lua que aumenta
e diminui até ao brilho da madrugada. E através de todo o
conhecimento e sonhos que chegam até vós, vejam, vocês também se
tornarão o iluminado, pois as prioridades aí mudam. A consciência da
natureza selvagem aceita-vos, amados irmãos. Ela aceita-vos e espera
que vivam fora do tempo, como ela é. Em tais circunstâncias vocês
crescem para se tornarem um Deus e para se tornarem constantes em
todos os dias da vossa vida.

O Deus Desconhecido é silêncio – grande silêncio – e contudo ele


fala convosco se o deixarem. Estendam-se e façam parte deste
continente. Vão para todos os seus lugares. Tornem-se parte deles.
Dispam as vossas sedas e joias e descalcem os vossos sapatos.
Rodeiem-se de uma simplicidade fora de moda e vão experienciar
Deus neste vosso céu que criaram. Suplico-vos que o façam. Vocês
nunca terão vivido verdadeiramente – nem nunca compreenderão o
Deus que são – até terem estado nestes lugares e terem sido parte da
sua continuidade, consciência eterna.

Eu desejo a partir da totalidade do meu ser, a partir do Pai que arde


em mim, que saibam quão valiosos são e até que ponto são amados e
queridos. Se alguma vez pensarem que ninguém se importa se vivem
ou morrem, saibam que eu me importo. E sempre que começarem a
duvidar de quão preciosos são e sentirem que precisam dum
companheiro, chamem por mim, pois eu estarei lá.

Eu estarei convosco em cada dia das vossas vidas neste plano


enquanto as vossas preciosas almas – grávidas de amor e esperança e
alegria – desabrocham em magníficas flores de sabedoria, compaixão
e amor para abraçar toda a vida, visível e invisível. Na tempestade
emocional desse desabrochar, haverá momentos em que desejarão
nunca ter ouvido o nome Ramtha, mas muito, muito mais grandiosos
verdadeiramente serão os momentos em que Deus é visto, realizado e
conhecido dentro de vós.

Agora, eu disse-lhes de todas as formas concebíveis – e uma e outra


e outra e outra vez – a maior verdade que irão para sempre saber:
Vocês são Deus. E talvez estejam a começar a aperceberem-se que isso
é realmente uma verdade. Saber isso seguramente, amados mestres, só
pode vir pelo momento a momento desenrolado na vossa vida.

Mas desejo que saibam isto: Uma bela manhã, nos momentos antes
do amanhecer, enquanto estão deitados sozinhos na vossa cama e a
calma é tão calma que pode ser ouvida, vocês acordarão de um sonho
que não é um sonho. Abrirão os vossos olhos para a escuridão do vosso
quarto, levantar-se-ão da vossa cama e caminharão para a janela que
lhes dá a única luz que se vê.

Olharão através da janela, que ainda está cheia de gotas de orvalho,


para o cinzento-escuro de uma manhã e verão nos céus a promessa de
uma grande e brilhante luz. E ao olharem para a beleza das pequenas
joias brilhantes que reluzem contra o fundo de veludo escuro da
eternidade, vão ver que a lua cresceu e diminuiu e se encontra agora
parada e silenciosa no horizonte, esperando uma luz maior.
Sós, estremecendo com um sentimento indizível, ali estarão
contemplando maravilhados a tranquilidade da vida que acorda. Em
breve ouvirão um sussurro num ramo, que vem de um pássaro que, tal
como vós, se levantou da sua cama e se prepara para saudar a manhã.
Enquanto escutam a sua suave e doce melodia de esperança e alegria,
viram-se para o Oriente, para ver o horizonte distante. E aí verão as
montanhas solitárias e de cor púrpura, como sentinelas da vida,
surgindo altas e tranquilas e fortes, em silhueta com uma luz pálida,
de cor rosada. E as nuvens que fizeram um caminho silencioso até ao
horizonte estão rodeadas pela promessa de um amanhecer dourado.

Em união com todo este esplendor na sua simplicidade de ser, vocês


não ouvem nada exceto o bater do vosso coração, enquanto ele bate
em antecipação dum grande acontecimento que em breve será visto
numa explosão de glória no horizonte. À medida que as cortinas da
noite a pouco e pouco se desvanecem na luz da manhã, veem as
estrelas cada vez mais e mais transparentes, e a lua na sua magia
rende a sua beleza à madrugada que desponta.

À medida que ficam presos na beleza e no êxtase do momento,


chega-vos esta realização. Sem a continuidade dessa manhã, todos os
vossos medos, as vossas inquietações, os vossos sonhos e as vossas
ilusões não seriam nada. Nesse momento aparece ali, levantando-se
por detrás das montanhas douradas o esplendor de uma joia
incandescente, cujos raios dourados atravessam o vale enevoado como
brilhantes raios de esperança. À medida que o grande Rá sobe cada vez
mais e mais, o céu incendeia-se em cores de azul e lavanda e rosa,
cores de laranja e de vermelho profundo. E o pássaro canta mais alto e
começa o seu voo enquanto todo o mundo desperta para a promessa e
o maravilhoso sopro da manhã.

À medida que olham fixamente para esta vista espetacular que


testemunhou todos os instantes do tempo, e que a emoção desta
maravilha imobiliza o vosso ser inteiro, elevar-se-ão à realização de
que são realmente a vida de Rá. Vocês são as sentinelas fortes e
tranquilas da vida, que se elevam como torres no horizonte distante.
Vocês são verdadeiramente as cores da madrugada que acorda, o
movimento dos ramos no arbusto, as gotas de orvalho no parapeito da
janela, e a doce e suave melodia de alegria do pássaro da manhã.

E a próxima madrugada que virem será vista como Olhai Deus Que
Eu Sou. E ficarão presos na majestade e na beleza de tudo o que é, pois
são agora unos com a luz e o poder e a continuidade desta força que
não diz nenhuma palavra.

Aprender sobre uma verdade é uma coisa, tornar-se nela é outra


bem diferente. Mas quando menos o esperarem, levantar-se-ão para
olharem fixamente para um grande esplendor no céu. E o saber desta
verdade, através da paz de ser, tornar-se-á uma realidade numa bela
manhã. Então, todas as palavras, a confusão, a ira, a rejeição do ser, as
complexidades de compreender Deus, a busca, os livros e os
professores, tudo terá terminado tranquilamente, através de uma
realização profunda que não tem palavras.

A vossa manhã está a chegar, como a minha chegou.

Ramtha
EPÍLOGO

INTERPRETAÇÃO DOS ENSINAMENTOS DE RAMTHA

OS ENSINAMENTOS DE RAMTHA são um sistema único de pensamento


metafísico. Requerem um exame muito atento e ponderação de forma
a compreender o sentido completo e o impacto do seu conteúdo.
Dizemos que os ensinamentos de Ramtha são de natureza metafísica
porque tratam das questões fundamentais da existência humana e da
pessoa humana, do nosso destino e origens, da natureza do bem e do
mal, da alma, da vida e da morte, do mundo e da nossa relação com os
outros.

A forma como os ensinamentos de Ramtha são transmitidos está


intrinsecamente relacionada com a própria mensagem. Os
ensinamentos não são só uma dissertação intelectual sobre certos
assuntos ou uma mera análise intelectual deles, nem são uma forma
de verdade revelada que requeira o compromisso cego da fé. Os
ensinamentos de Ramtha não são uma nova religião, nem são os
tijolos da construção de uma nova igreja. Os seus ensinamentos são
um sistema de pensamento que contém dentro da sua abordagem da
realidade os elementos e mecanismos que permitem ao indivíduo
utilizar a filosofia de Ramtha e verificar e experienciar o seu conteúdo
duma forma imediata. Por outras palavras, este aspeto único dos
ensinamentos permite que a filosofia ou ‘conceitos sobre a realidade’
sejam experienciados e se tornem ‘sabedoria sobre a natureza da
realidade’. Este aspeto particular do sistema de pensamento de
Ramtha assemelha-se às iniciações ao conhecimento sagrado,
praticadas pelas antigas escolas de mistério da Grécia, Egipto e Médio
Oriente, bem como pelas antigas escolas gnósticas do Médio Oriente e
da Europa.
É importante sublinhar que esta característica distingue os
ensinamentos de Ramtha das escolas filosóficas tradicionais do
mundo ocidental.

Aquilo que encontramos na compreensão ocidental tradicional do


conhecimento objetivo e da verdade é uma suposição fundamental
acerca da pessoa humana e da natureza da realidade. O método
científico limita o seu alcance de conhecimento atingível aos
fenómenos que podem ser observados e verificados através dos
sentidos do corpo físico.

Tudo o que estiver fora deste alcance é considerado como parte dos
domínios do mito e do folclore. Ou seja, que a natureza da realidade e
da pessoa humana não são mais do que a sua natureza física e
materialidade. A psicanálise de Sigmund Freud e a sua análise da
psique humana são um exemplo claro desta tendência.

No pensamento de Ramtha, o corpo físico e o mundo material são


somente um aspeto do mundo real. Na realidade, são somente o
produto e o efeito causados pelo mundo real, que é constituído pela
consciência e pela energia. Neste contexto, a pessoa humana é antes
descrita como consciência e energia, criando a natureza da realidade.
O mundo físico é somente um dos sete níveis de expressão da
consciência e energia. Ramtha usa o conceito do Observador, utilizado
na física quântica, para explicar o seu conceito de consciência e
energia. Utiliza também o conceito de Deus como criador e soberano
para descrever a pessoa humana como consciência e energia.

É fácil para muitos sectores da sociedade atual descartar


imediatamente os ensinamentos de Ramtha devido à forma altamente
inabitual como são transmitidos. Infelizmente, existe um tipo muito
habitual de resposta, que consiste em julgar uma mensagem baseado
na forma como ela é apresentada, em vez do seu conteúdo. O
marketing, as comunicações e as técnicas de publicidade e vendas são
maravilhosos exemplos disto.

A forma inabitual como Ramtha entrega os seus ensinamentos não é


de todo arbitrária ou superficial. Ele explicou claramente as razões que
estão por detrás desta forma e declarou, que para se compreender a
sua mensagem, é preciso tornarmo-nos conscientes dos paradigmas de
pensamento, raízes de ideias preconcebidas, preconceitos
inconscientes e ‘moldes’ através dos quais nós normalmente
percecionamos e avaliamos a realidade.

As técnicas de ensinamento de Ramtha buscam muitas vezes


desafiar o indivíduo ou oferecer-lhe os instrumentos que lhe permitam
tornar-se consciente destas ideias preconcebidas que dão forma e
põem fronteiras na maneira como percecionamos a realidade. O
propósito disto é permitir a emergência de uma perspetiva mais vasta
de pensamento, que nos permita experienciar a realidade de uma
forma mais significativa, ilimitada, consciente e extraordinária, ao
mesmo tempo que nos dá um espectro maior de potenciais para as
nossas experiências, mais vasto do que tínhamos.

Um dos aspetos mais controversos dos ensinamentos de Ramtha é a


forma como escolheu transmitir a sua mensagem. Ao apresentar a sua
filosofia como fruto da sua própria verdade e da sua própria
experiência pessoal, Ramtha está a dizer-nos que ele próprio é a
materialização dessa filosofia, a representação viva do seu
pensamento. Desta forma, diz que é um Deus imortal, consciência e
energia, e que viveu como humano há trinta e cinco mil anos, no há
muito tempo desaparecido continente da Lemúria. Ele diz-nos que
nessa vida se dedicou às questões da existência humana e do sentido
da vida, e que através da sua própria observação, reflexão e
contemplação se tornou iluminado e conquistou o mundo físico e a
morte. Ele ensinou que conseguiu levar o seu corpo a um nível de
consciência no qual a sua verdadeira essência, como consciência e
energia pode continuar completamente consciente, completamente
livre e ilimitada, para experienciar todos os aspetos da criação e
continuar a tornar conhecido o desconhecido. Ele refere-se a esse
processo como a sua ascensão.

O facto dele não estar mais limitado pelo seu corpo físico permite à
sua consciência e energia interagir de outras formas com o mundo
físico. Ele costuma falar de si próprio como sendo o vento que
empurra as nuvens, por exemplo, ou como sendo a manhã, um
estranho, ou um pedinte na rua, observando as civilizações que vão e
vêm, ou como qualquer coisa que a consciência ouse imaginar.

A forma como ele comunica os seus ensinamentos é através do


fenómeno chamado ‘canalização’. Na realidade foi Ramtha que tornou
conhecido este termo. Ele usa o corpo de JZ Knight para se canalizar e
para ensinar pessoalmente a sua filosofia. Um canal é diferente de um
médium no sentido de que o canal não é o intermediário entre a
consciência que o atravessa e a audiência que escuta. O canal não se
mantém num estado alterado ou como que hipnotizado enquanto está
a canalizar. Em vez disso ele deixa o seu corpo completamente e
permite à consciência que o atravessa ter completo domínio dos seus
movimentos corporais e das suas funções. Ramtha, ao ser canalizado
através de JZ Knight, tem a capacidade de abrir os olhos, andar,
dançar, comer e beber, rir, falar, conversar e ensinar pessoalmente os
seus estudantes. JZ Knight é o único canal que ele escolheu e que ele
usa para transmitir a sua mensagem.

O facto de Ramtha ter escolhido passar a sua mensagem através de


uma mulher, em vez de usar o seu próprio corpo físico, significa que
está a declarar que Deus e o divino não são prerrogativa dos homens
mas que as mulheres são expressões dignas do divino, capazes de
genialidade e de se tornarem Deus realizado. Está também a sublinhar
que o que é importante na sua filosofia não é a adoração do
mensageiro, de uma cara ou de uma imagem – o que causou o colapso
de tantos esforços de iluminação no passado – mas sim ouvir a própria
mensagem. Está também a declarar, que a verdadeira essência do ser
humano não está limitada ao corpo físico ou a um género específico. O
fenómeno da ‘canalização’ é desta forma tornado possível, dentro do
contexto do sistema de pensamento de Ramtha. Ou seja, a canalização
tal como ocorre na pessoa de JZ Knight só é possível, se os
ensinamentos de Ramtha são verdadeiros.

A veracidade deste fenómeno aponta para a verdade da mensagem


de Ramtha. Isto é um ponto importante a considerar, pois o avanço da
ciência desenvolveu testes e equipamento que podem investigar este
fenómeno e estudá-lo de um ponto de vista fisiológico, neurológico e
psicológico. Existem agora técnicas científicas que permitem estudar o
fenómeno da canalização por JZ Knight e excluir a possibilidade de
fraude. Estes estudos científicos ocorreram em 1996, altura em que
um reconhecido painel de doze especialistas – cientistas, psicólogos,
sociólogos e peritos em religiões – estudou JZ Knight antes, durante e
depois dela canalizar Ramtha.

Depois de terem realizado os seus estudos de pesquisa científica,


usando a tecnologia e os equipamentos mais modernos existentes, eles
concluíram que os dados recebidos das respostas do sistema nervoso
autónomo de JZ Knight eram tão extraordinários, que excluíram
categoricamente qualquer possibilidade de uma fraude intencional,
esquizofrenia ou desordens de personalidade múltipla.

Ramtha dá-se a grandes trabalhos para fazer com que o conjunto da


sua audiência evolua à mesma velocidade de compreensão. Ele insiste
continuamente na importância dos estudantes articularem cada
segmento do ensinamento, explicando-o uns aos outros. Isto assegura
que toda a audiência esteja a compreender o ensinamento, o que
permite a Ramtha dirigir-se com mais força às personalidades
específicas de cada um e ao seu nível de compreensão. Às vezes ele
leva a audiência a uma contemplação filosófica profunda de um
determinado assunto; outras vezes ele usa uma dramatização para
tornar mais forte a sua mensagem.

Quando o aspeto filosófico do ensinamento já foi transmitido,


Ramtha inicia então o estudante nesse conhecimento, de forma a este
se poder tornar uma experiência pessoal e uma sabedoria. Estas
iniciações são formadas por várias disciplinas que ele concebeu, nas
quais o estudante tem oportunidade de se relacionar na prática com
este conhecimento. Neste aspeto Ramtha age de forma diferente de
outros mestres. Ele toma o papel de Instrutor Mestre e de Hierofante,
um instrutor que tem o poder de manifestar aquilo que fala e que quer.
Este é um aspeto importante dos ensinamentos que os aproximam dos
movimentos filosóficos gnósticos e das antigas escolas de mistério.
Contudo, um exame mais aprofundado do sistema de pensamento de
Ramtha revela uma diferença clara, quer de forma quer de conteúdo,
em relação àquilo que é tradicionalmente conhecido como
Gnosticismo e com a filosofia das escolas de mistério. Ramtha não se
refere ao seu sistema de pensamento nestes termos; em vez disso
chama-lhe a Escola de Iluminação de Ramtha, a Escola de Antiga
Sabedoria dedicada à Grande Obra. A Grande Obra é a aplicação
prática dos ensinamentos de Ramtha, na qual a pessoa tem a
possibilidade de se conhecer a si própria e de se tornar iluminada.

Desta forma, ao ter em consideração tudo o que foi referido, o leitor


deve estar consciente que os ensinamentos de Ramtha em forma
impressa só capturam uma parte da sua apresentação dos
ensinamentos, pois não contêm o elemento dinâmico dos
ensinamentos, a inflexão de voz, o ensinamento sem palavras e a sua
aplicação na prática.

Ramtha redefine a linguagem que usa para ensinar, pois inventa


palavras novas. O significado destas palavras inventadas torna-se claro
dentro do contexto do seu ensinamento. E certos ensinamentos
específicos tornam-se claros através do uso dessas palavras não
habituais. Nós reunimos um Glossário dos termos e conceitos que
Ramtha usa de uma forma específica para facilitar a interpretação
correta dos seus ensinamentos. Juntamos também um Índice
detalhado, que permitirá ao leitor referenciar certos tópicos
específicos de interesse tratados neste livro, bem como encorajar a
investigação destas matérias.

É importante que o leitor tenha em conta estas considerações,


quando está a ler os ensinamentos de Ramtha, pois nalguns casos
poderá parecer ao princípio, que o seu uso da língua inglesa é arcaico e
pouco refinado. Ramtha é muito cuidadoso e completo na
apresentação do seu pensamento. Tudo o que faz – cada termo que usa
– tem um significado específico, um propósito e é consistente com a
totalidade da sua mensagem, a qual representa.

A nossa preocupação principal ao preparar os ensinamentos de


Ramtha para publicação em forma impressa foi a de os apresentar, o
máximo possível, dentro do contexto e da forma na qual foram
transmitidos. Deve-se ter grande cuidado para evitar alterar e mudar o
significado dos ensinamentos, ao tirá-los fora do contexto ou até
introduzindo-lhes um sistema de pontuação, que lhes pudesse alterar
o sentido. Contudo, estamos conscientes de que o elemento humano
de perceção e a compreensão limitada é inevitável. A única forma de
assegurar que a mensagem será transmitida e recebida na sua
originalidade e bela pureza, é ela ser abraçada pelo leitor como um
verdadeiro paradigma. É então que ela entrega os frutos da verdade e
sabedoria que promete.

O conteúdo deste livro é baseado nos Ramtha Dialogues® (Diálogos


de Ramtha), um conjunto de gravações magnéticas das sessões de
Ramtha com os seus estudantes, que está registado na Agência de
Patentes dos E.U.A., com autorização de JZ Knight e de JZK.Inc. A
Bibliografia contém uma lista dos encontros originais com Ramtha,
que foram usados nos capítulos deste livro.

Os ensinamentos de Ramtha cobrem um grande número de


assuntos, contudo, todos eles servem para expor os conceitos
fundamentais do seu próprio sistema de pensamento. Várias vezes ele
sublinhou que toda a sua mensagem se poderia expressar numa frase:
“Você é Deus.” Mas como podemos interpretar esta declaração?
Existem provavelmente tantas definições do termo ‘Deus’, quantas as
pessoas nesta terra. Para compreendermos corretamente os
ensinamentos de Ramtha é crucial tornarmo-nos conscientes do nosso
conceito de Deus e de como ele difere da explicação e definição que
Ramtha dá de Deus e da natureza da realidade.

Qual é a essência de todas as coisas? Qual é a sua origem? Qual é a


sua natureza? Qual é o seu destino? A abordagem que Ramtha faz a
estas questões começa com o seu conceito do Vazio. O Vazio é a fonte a
partir da qual surgiu tudo o que existe. Ele descreve o Vazio como “Um
vasto nada em termos materiais, contudo todas as coisas
potencialmente.” No Vazio não há nada – nem movimento nem ação.
Várias abordagens filosóficas da questão de Deus, incluindo as
teológicas das religiões monoteístas, conceberam Deus como um Ser
omnisciente e infinito, absoluto, transcendente e imutável. No sistema
de Ramtha os atributos de absoluto, infinito e imutável são
características do Vazio. O Vazio contém-se a si próprio, é
autossuficiente, encontra-se num estado de repouso e não tem
necessidades. Apesar do Vazio ser visto como uma vastidão que a tudo
engloba, ele não contém, no seu estado original, nenhum
conhecimento de si próprio, pois o conhecimento é uma ação.

O conceito de Deus como criador, ‘Causa Primeira’, e ‘Aquele que


move sem se mover’, que encontramos na filosofia de Aristóteles e na
teologia de Tomás de Aquino é descrito por Ramtha em termos do
Vazio que se contempla a si próprio e que se conhece a si próprio. Este
ato de contemplação representa um movimento único no Vazio, que
produziu um ponto de consciência e conhecimento de si próprio. A
este ponto de consciência chamou-se o Ponto Zero, o Observador, a
consciência primária, consciência e energia e Deus. O Ponto Zero
contém a intenção primordial de tornar conhecido e de experienciar
tudo o que é desconhecido e que existe como potencial dentro da
vastidão do Vazio. Esta é a base da evolução. O Vazio ao contemplar-se
a si próprio é a fonte e origem do ser humano. A declaração de
Ramtha: “Tu és Deus” refere-se à pessoa como o Observador, o Ponto
Zero, como consciência criativa e energia.

O Ponto Zero cumpriu a sua natureza de tornar conhecido o


desconhecido e de evoluir ao imitar o ato de contemplação do Vazio.
Ao fazê-lo o Ponto Zero criou um ponto de referência de consciência
que lhe serviu como espelho, para se poder tornar consciente de si
próprio. Ramtha refere-se a esta consciência espelho como consciência
secundária. O Ponto Zero descansa no regaço do Vazio e não tem
limites na sua capacidade de conhecer. O reflexo existente entre o
Ponto Zero e a consciência espelho é aquele que cria um ambiente, um
plano tangível de existência no tempo e no espaço. O Espírito é o
aspeto dinâmico do Ponto Zero, é a vontade ou intenção que quer
conhecer e experienciar o desconhecido. Foi a exploração dos
potenciais do Vazio, realizada pelo Ponto Zero e pela Consciência
Espelho que produziu os sete níveis de consciência e os sete níveis de
tempo e espaço, ou frequência, que lhe correspondem. Este caminho e
ato de criação, descendo através dos sete níveis de consciência e
energia, chama-se caminho da involução. O caminho de regresso a
Deus e ao Vazio chama-se o caminho da evolução. A alma não é o
mesmo que o espírito. Ramtha fala da alma como o livro da vida. A
alma é quem grava todas as experiências e sabedoria ganhas nos
caminhos da involução e da evolução.

O drama do ser humano é expresso em termos de esquecimento,


amnésia, e de ignorância das suas origens e destino. O viajante ou
consciência espelho identificou-se tanto com o plano mais denso e
mais lento da existência, que se esqueceu da sua própria imortalidade
e divindade. A humanidade tornou-se um desconhecido para si
própria, para o Deus que vive em nós e que nós somos. Em vez disso
buscou ajuda, sentido e redenção numa fonte exterior a si própria. Ao
fazê-lo nega a sua divindade e impede qualquer possibilidade de se
libertar da sua situação atual.

É importante sublinhar que no sistema de pensamento de Ramtha, o


mundo material – o plano mais denso da existência – e o corpo físico
nunca são considerados como um mal, algo de indesejável ou
intrinsecamente mau. A interpretação dualística da realidade, que é
comummente encontrada nas tradições gnósticas, que sublinha a luta
entre o bem e o mal, a luz e as trevas, o pecado e a virtude – é
intrinsecamente excluída do sistema de pensamento de Ramtha. O que
passa a ser uma condição indesejável é continuarmos num estado de
ignorância e negação acerca da nossa verdadeira natureza e destino. É
também absurdo defender e justificar as nossas limitações, quando
fomos nós, como consciência e energia, aqueles que as criaram.

O caminho para a iluminação é o caminho da evolução de regresso


ao Ponto Zero. Ao realizarmos esta tarefa cumprimos o mandato de
tornar conhecido o desconhecido e de trazer a sua experiência até ao
Vazio, de forma a ser tornada em sabedoria perene.

Todas as disciplinas da Grande Obra, concebidas e usadas por


Ramtha para iniciar os seus estudantes nos ensinamentos, foram
moldadas de acordo com e de certo modo imitam, o processo como o
Vazio se contemplou a si próprio, que fez nascer a consciência e a
energia, que por sua vez criou a natureza da realidade.
Em conclusão os quatro pontos cardiais da filosofia de Ramtha são o
conceito do Vazio, a consciência e energia, criando os sete níveis da
realidade, a declaração “Tu és Deus” e o mandato de tornar conhecido
o desconhecido. Há muitos vestígios do pensamento de Ramtha que se
podem encontrar nas antigas tradições, apesar de na maioria dos
casos, tudo o que resta são ecos distantes, que mal sobreviveram à
passagem do tempo e à perda do contexto apropriado onde pudessem
ser interpretados. Algumas destas tradições são as filosofias dos
antigos Egípcios e do faraó Akhenaton, a descrição de Buda de si
próprio como “Aquele que despertou”, as compreensões de Sócrates
sobre a virtude e a imortalidade da alma, o conceito das formas
universais de Platão, a vida e ensinamentos de Jesus Cristo, as obras
do apóstolo São Tomé, o Hino da Pérola, o hino à palavra divina no
evangelho segundo João, Apolónio de Tiana, Orígenes, Mani, os
Cátaros e os Albigenses, Francisco de Assis, os místicos espanhóis, a
descrição que São João da Cruz faz da Ascensão ao Monte Carmelo,
onde o cume é situado no topo da cabeça humana, as obras de arte de
vários artistas como Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci, os escritos e
experiências místicas de Santa Teresa de Ávila, as obras de Frei Luis
de León, os humanistas do movimento da renascença na Europa, os
Rosa Cruzes, os Mestres do Oriente Longínquo e ainda outros.

Os ensinamentos de Ramtha dão-nos uma perspetiva única, a partir


da qual se pode ver o mistério da vida. Oferecem-nos uma estrutura na
qual as questões que até agora permaneceram sem resposta da
filosofia, ciência e religião, têm um novo sentido. Estes ensinamentos
podem alargar a dimensão da experiência humana, muito para além
das fronteiras criadas pela ciência, e pelas várias religiões do mundo.
O sistema de pensamento de Ramtha não é nem uma religião nem
uma interpretação filosófica da realidade. É a verdade que foi ganha e
verificada pela experiência de um membro da raça humana. Neste
sentido é o conhecimento de Ramtha e a ciência de Ramtha. Agora as
portas estão abertas para aqueles que desejam explorar o caminho e
fazer o seu próprio caminho pelo desconhecido.
Jaime F. Leal Anaya
Yelm, Washington
GLOSSÁRIO

Alma. Ramtha refere-se à alma como o Livro da Vida, onde a


percurso completo da involução e da evolução do indivíduo está
gravado sob a forma de sabedoria.

Analógico. Estar analógico significa viver no Agora. É o momento


criativo e está fora do tempo, do passado e das emoções.

Bandas, as. As bandas são os dois conjuntos de sete frequências


que rodeiam o corpo humano e o mantêm coeso. Cada uma das
camadas de sete frequências da cada banda corresponde aos sete selos
dos sete níveis de consciência no corpo humano. As bandas são o
campo áurico que permite os processos das mentes binária e
analógica.

C&E® = R. Consciência e energia criam a natureza da realidade.

C&E® Abreviação de Consciência & Energia (Consciousness &


Energy®). Esta é a marca ao serviço da disciplina fundamental para a
manifestação e elevação da consciência, ensinada na Escola de
Iluminação de Ramtha. Através desta disciplina os estudantes
aprendem a criar um estado de mente analógico, a abrir os seus selos
superiores e a criar a realidade a partir do Vazio. Um Curso de
Iniciação de C&E®, é o nome do Curso de Introdução para estudantes
que estão a principiar, no qual aprendem os conceitos fundamentais e
disciplinas dos ensinamentos de Ramtha. Os ensinamentos do Curso
de Iniciação de C&E®, encontram-se em Ramtha, A Beginner’s Guide
To Creating Reality, terceira edição (Yelm: JZK Publishing, uma
divisão de JZK Inc., 2004), e em Ramtha, Creating Personal Reality,
Cassete 380 (Yelm: Ramtha Dialogues, 1998).

Caminhada de Vizinhança (Neighborhood Walk®). Esta é a


marca registada de uma técnica criada por JZ Knight para elevar a
consciência e energia e modificar intencionalmente as nossas redes
neuronais, deixar padrões de pensamento que já não são desejados e
substitui-los por novos padrões da nossa escolha. Esta técnica é
ensinada exclusivamente na Escola de Iluminação de Ramtha.

Caminhar de um Cristo, o. O Caminhar de um Cristo é uma


disciplina concebida por Ramtha, na qual o estudante aprende a
caminhar muito lentamente e com profunda consciência. Nesta
disciplina os estudantes aprendem a manifestar, com cada passo que
dão, a mente de um Cristo.

Campo de nomes. O campo de nomes é o nome do vasto campo


onde é praticada a disciplina do Trabalho de Campo (Fieldwork®).

Campo do tanque. É o nome do grande campo com o labirinto


que é usado para a disciplina do Tanque (The Tank®).

Cérebro amarelo. O cérebro amarelo é o nome dado por Ramtha


ao neocórtex, o lar do pensamento analítico e emocional. É chamado
cérebro amarelo porque os córtices foram pintados de amarelo no
desenho original, estilo caricatura, a duas dimensões, que Ramtha
usou para o seu ensinamento sobre a função do cérebro e dos seus
processos. Ele explicou que os diferentes aspetos do cérebro, neste
desenho específico, foram exagerados e destacados com cores para o
seu melhor estudo e compreensão. Este desenho específico tornou-se o
instrumento padrão usado para todos os posteriores ensinamentos
sobre o cérebro.

Consciência. A Consciência é o filho que nasceu quando o Vazio se


contemplou a si próprio. É a essência e a constituição de todo o ser.
Tudo o que existe tem origem na consciência e foi manifestado
exteriormente através da energia que esta produz. Uma corrente de
consciência refere-se ao contínuo da mente de Deus.

Consciência do corpo/mente. A consciência do corpo/mente é a


consciência que pertence ao plano físico e ao corpo humano.

Consciência e energia. Consciência e energia são a força


dinâmica da criação e estão inextricavelmente ligadas. Tudo o que
existe tem a sua origem na consciência e foi manifestado através da
modulação do seu impacto energético na matéria.

Consciência espelho. Quando o Ponto Zero imitou o ato de


contemplação do Vazio criou um reflexo espelho de si próprio, um
ponto de referência que tornou possível a exploração do Vazio.
Chama-se consciência espelho ou consciência secundária. Veja Eu, o.

Consciência primária. É o Observador, o grande ser, o Deus


dentro da pessoa humana.

Consciência secundária. Quando o Ponto Zero imitou o ato de


contemplação do Vazio criou um reflexo espelho de si próprio, um
ponto de referência que tornou possível a exploração do Vazio.
Chama-se consciência espelho ou consciência secundária. Veja Eu, o.

Consciência social. É a consciência do segundo plano e da banda


de frequência de infravermelho. Também é chamada a imagem da
personalidade humana e a mente dos três primeiros selos. A
consciência social refere-se à consciência coletiva da sociedade
humana. É o conjunto dos pensamentos, presunções, julgamentos,
preconceitos, leis, moralidade, valores, atitudes, ideais e emoções da
fraternidade da raça humana.

Corpo Azul (Blue Body®). É o corpo que pertence ao quarto


plano de existência, à consciência-ponte e à banda de frequência
ultravioleta. O Corpo Azul (Blue Body®) é soberano em relação ao
corpo de luz e ao plano físico.

Corpo de Luz. É o mesmo que o corpo luminoso. É o corpo que


pertence ao terceiro plano de consciência-desperta e à banda de
frequência de luz visível.

Corpo dourado. É o corpo que pertence ao quinto plano, super-


consciência e frequência de raio-x.

Corpo emocional. O corpo emocional é o conjunto das emoções


do passado, atitudes e padrões eletroquímicos que constituem a rede
neuronal do cérebro e definem a personalidade humana de um
indivíduo. Ramtha descreve-o como a sedução da pessoa não
iluminada. É a razão da reencarnação cíclica.

Criar o Seu Dia (Create Your Day®). Esta é a marca registada


para uma técnica criada por Ramtha, para aumentar a consciência e
energia e criar intencionalmente um plano construtivo de experiências
e acontecimentos para o dia, de manhã cedo, antes de o dia começar.
Esta técnica é ensinada exclusivamente na Escola de Iluminação de
Ramtha.

Cura pelo Corpo Azul (Blue Body®). É uma disciplina


ensinada por Ramtha na qual os estudantes elevam a sua consciência
até à consciência do quarto plano e do Corpo Azul (Blue Body®) com
o objetivo de curar ou transformar o corpo físico.

Dança do Corpo Azul (Blue Body®). É uma disciplina


ensinada por Ramtha na qual os estudantes elevam a sua consciência
até à consciência do quarto plano. Esta disciplina permite o acesso ao
Corpo Azul (Blue Body®) e a abertura do quarto selo.

Deus. Os ensinamentos de Ramtha são uma exposição da


declaração, “Você é Deus.” A humanidade é descrita como os Deuses
esquecidos, seres divinos por natureza que esqueceram o seu legado e
a sua verdadeira identidade. É precisamente esta declaração que
representa o desafio da mensagem de Ramtha para a nossa era
moderna, uma era cheia de superstições religiosas e conceitos errados
sobre o divino e o verdadeiro conhecimento da sabedoria.

Deus Desconhecido. O Deus Desconhecido era o único Deus dos


antepassados de Ramtha, os Lemurianos. O Deus Desconhecido
representa também a divindade esquecida e a origem divina da pessoa
humana.

Deus Interior. É o Observador, o grande ser, a consciência


primária, o Espírito, o Deus que reside dentro da pessoa humana.
Deus/homem. A completa realização de um ser humano.

Deus/mulher. A completa realização de um ser humano.

Deuses. Os Deuses são seres tecnologicamente avançados de


outros sistemas estelares que vieram à Terra há 455.000 anos atrás.
Estes Deuses manipularam geneticamente a raça humana, misturando
e modificando o nosso ADN com o deles. Eles são responsáveis pela
evolução do neocórtex e usaram a raça humana como uma força de
trabalho subjugada. As provas destes acontecimentos estão registadas
nas tabuinhas e nos artefactos Sumérios. Este termo também é usado
para descrever a verdadeira identidade da humanidade, os Deuses
esquecidos.

Disciplinas da Grande Obra. A Escola de Antiga Sabedoria de


Ramtha é dedicada à Grande Obra. As disciplinas da Grande Obra
praticadas na Escola de Iluminação de Ramtha foram integralmente
concebidas por Ramtha. Estas práticas são iniciações poderosas onde
o estudante tem a oportunidade de aplicar e experienciar diretamente
os ensinamentos de Ramtha.

Emoções. Uma emoção é o efeito físico e bioquímico de uma


experiência. As emoções pertencem ao passado, pois são a expressão
de experiências que já são conhecidas e foram mapeadas nos
percursos neuronais do cérebro.

Energia. Energia é a contraparte da consciência. Toda a


consciência traz consigo um impacto dinâmico de energia, radiação ou
expressão natural de si própria. Da mesma maneira, todas as formas
de energia trazem consigo uma consciência que as definem.

Enviar-e-receber. Enviar-e-receber é o nome da disciplina


ensinada por Ramtha na qual o estudante aprende a aceder à
informação, usando as faculdades do cérebro médio, excluindo a
perceção sensorial. Esta disciplina desenvolve no estudante as
capacidades psíquicas de telepatia e adivinhação.

Eu, o. O eu é a verdadeira identidade da pessoa humana, diferente


da personalidade. É o aspeto transcendente da pessoa. Refere-se à
consciência secundária, o viajante num caminho da involução e
evolução tornando conhecido o desconhecido.

Evolução. É o caminho de regresso a casa, desde os níveis de


frequência e de matéria mais lentos até aos níveis mais altos de
consciência e ao Ponto Zero.

Extravagante. Ramtha usa esta palavra de uma forma positiva


para se referir a algo ou a alguma pessoa que é extraordinária e pouco
usual, ilimitada nas ações e excessivamente ousada e forte.

Força de vida. A força de vida é o Pai/Mãe, o Espírito, o sopro de


vida na pessoa, que é a plataforma a partir da qual a pessoa cria as
suas ilusões, imaginação e sonhos.

Grande Obra. A Grande Obra é a aplicação prática do


conhecimento das Escolas de Antiga Sabedoria. Refere-se às
disciplinas através das quais o ser humano se torna iluminado e é
transmutado num ser imortal e divino.

Grelha, a (The Grid®). Esta é a marca registada para uma


técnica criada por Ramtha para elevar a consciência e a energia e para
aceder intencionalmente ao campo de Energia do Ponto Zero e à
estrutura da realidade através de uma visualização mental. Esta
técnica é ensinada exclusivamente na Escola de Iluminação de
Ramtha.

Hierofante. Um hierofante é um professor mestre que é capaz de


manifestar o que ensina e de iniciar os estudantes nesse
conhecimento.

Hiperconsciência. Hiperconsciência é a consciência do sexto


plano e da frequência de raio-gama.

Iluminação. A iluminação é a realização total da pessoa humana, o


atingir da imortalidade e da mente ilimitada. É o resultado de se elevar
a energia Kundalini que está localizada na base da coluna até ao
sétimo selo que abre as partes adormecidas do cérebro. Quando a
energia penetra no cerebelo e no cérebro médio e a mente
subconsciente se abre, o indivíduo vive um encandeamento, a que se
chama iluminação.

Infinito Desconhecido. É a banda de frequência do sétimo plano


de existência e da ultra-consciência.

Involução. A involução é o caminho desde o Ponto Zero e do


sétimo plano até aos níveis de frequência e de massa mais lentos e
mais densos.

JZ Knight. JZ Knight é a única pessoa nomeada por Ramtha para o


canalizar. Ramtha refere-se a JZ como a sua filha amada. Ela foi
Ramaya, a mais velha das crianças oferecidas a Ramtha durante a sua
vida.

Kundalini. A energia Kundalini é a força de vida de uma pessoa


que desce dos selos mais altos até à base da coluna durante a
puberdade. É uma grande quantidade de energia reservada para a
evolução humana, normalmente representada como uma serpente
enrolada assente na base da coluna. Esta energia é diferente da energia
que vem dos três primeiros selos responsável pela sexualidade, dor e
sofrimento, poder e vitimização. É frequentemente descrita como a
serpente adormecida ou o dragão adormecido. O caminho da energia
Kundalini para a coroa da cabeça, chama-se o caminho da iluminação.
Esta jornada ocorre quando esta serpente desperta e começa a
bifurcar-se e a dançar à volta da coluna, ionizando o fluido espinal e
mudando a sua estrutura molecular. Esta ação provoca a abertura do
cérebro médio e a abertura da porta para a mente subconsciente.

Lista, a. A lista é a disciplina ensinada por Ramtha, na qual o


estudante escreve uma lista de itens que deseja conhecer e
experienciar e depois aprende a concentrar-se nela num estado de
consciência analógico. A Lista é o mapa usado para conceber, mudar e
reprogramar a rede neuronal da pessoa. É o instrumento que ajuda a
criar mudanças significativas e duradouras na pessoa e na sua
realidade.
Livro da Vida. Ramtha refere-se à alma como o Livro da Vida,
onde todo o caminho da involução e evolução de cada indivíduo está
gravado sob a forma de sabedoria.

Luz, a. A luz refere-se ao terceiro plano de existência.

Mensageiro. No tempo de Ramtha um mensageiro era responsável


por trazer mensagens ou informações específicas. Um professor
mestre tem a habilidade de mandar mensageiros a outras pessoas para
manifestar as suas palavras ou intenção na forma de uma experiência
ou acontecimento.

Mente. A mente é o produto das correntes de consciência e energia


que ao agir sobre o cérebro criam formas de pensamento, segmentos
holográficos ou padrões neuro-sinápticos chamados memória. As
correntes de consciência e energia são o que mantém o cérebro vivo.
São a sua fonte de energia. A habilidade de pensar de uma pessoa é o
que lhe atribui uma mente.

Mente Analógica. Mente analógica significa uma mente. É o


resultado do alinhamento da consciência primária e consciência
secundária, do Observador e da personalidade. Neste estado de mente
abrem-se, o quarto, quinto, sexto e sétimo selos do corpo. As bandas
rodam em direções opostas, como uma roda dentro de uma roda,
criando um vórtice poderoso que permite aos pensamentos mantidos
no lóbulo frontal coagularem e manifestarem-se.

Mente binária. Este termo significa duas mentes. É a mente que


se produz ao aceder ao conhecimento da personalidade humana e do
corpo físico sem aceder à nossa mente subconsciente profunda. A
mente binária depende unicamente do conhecimento, perceção e
processos de pensamento do neocórtex e dos primeiros três selos.
Neste estado de mente, o quarto, quinto, sexto e sétimo selos
permanecem fechados.

Mente de Deus. A mente de Deus compreende a mente e a


sabedoria de todas as formas de vida que alguma vez viveram em
alguma dimensão, em qualquer tempo, ou que alguma vez viverá em
algum planeta, estrela ou outra região do espaço.

Mente de macaco. A mente de macaco refere-se à mente


vacilante, oscilante da personalidade.

Mente subconsciente. O lugar da mente subconsciente é o


cerebelo ou cérebro reptiliano. Esta parte do cérebro tem as suas
próprias ligações independentes com o lóbulo frontal e com todo o
corpo e tem o poder de aceder à mente de Deus, a sabedoria dos
tempos.

Observador. Refere-se ao Observador responsável pelo colapsar


da partícula/onda da mecânica quântica. Representa o grande ser, o
Espírito, a consciência primária, o Deus que está em cada pessoa
humana.

Pensamento. O pensamento é diferente de consciência. O cérebro


processa uma corrente de consciência, transformando-a em segmentos
– imagens holográficas – de impressões neurológicas, elétricas e
químicas, chamadas pensamentos. Os pensamentos são os blocos de
construção da mente.

Pessoas, lugares, coisas, tempos e acontecimentos. Estas


são as áreas principais da experiência humana à qual a personalidade
está emocionalmente ligada. Estas áreas representam o passado da
pessoa humana e constituem o conteúdo do corpo emocional.

Personalidade, a. Veja Corpo Emocional.

Plano da demonstração. O plano físico também é chamado de


plano da demonstração. É o plano onde a pessoa tem a oportunidade
de demonstrar o seu potencial criativo na massa e testemunhar a
consciência na forma material para expandir a sua compreensão
emocional.

Plano de Paz. Refere-se ao plano de descanso, onde as almas


podem planear as suas próximas reencarnações depois da revisão das
suas vidas. Também é conhecido como céu e paraíso, onde não existe
sofrimento, dor, necessidade ou carência e onde cada desejo é
manifestado imediatamente.

Ponto Zero. Refere-se ao ponto original de consciência criado pelo


Vazio através do seu ato de se contemplar a si mesmo. O Ponto Zero é
o filho original do Vazio, o nascimento da consciência.

Primeiro plano. Refere-se ao plano material ou físico. É o plano


da consciência da imagem e da frequência Hertziana. É a forma mais
lenta e mais densa da consciência e da energia coaguladas.

Primeiro selo. O primeiro selo está associado aos órgãos


reprodutores, à sexualidade e à sobrevivência.

Primeiros três selos, os. Os primeiros três selos são os selos da


sexualidade, da dor, do sofrimento e do poder de controlo. Estes são os
selos que, frequentemente, estão em atividade em toda a
complexidade do drama humano.

Princípio Mãe/Pai. É a fonte de toda a vida, o Pai, a Mãe eterna, o


Vazio. Nos ensinamentos de Ramtha, a Fonte e Deus, o criador, não
são o mesmo. Deus, o criador, é visto como o Ponto Zero e consciência
primária mas não como a Fonte ou o Vazio.

Processo de Torção (Torsion Process®). Esta é a marca


registada de uma técnica criada por Ramtha, para elevar a consciência
e energia e intencionalmente criar um campo de torção usando a
mente. Através desta técnica, o estudante aprende a construir um
buraco de minhoca no espaço/tempo, a alterar a realidade e a criar
fenómenos dimensionais tais como a invisibilidade, levitação,
bilocação, teletransportação e outros. Esta técnica é ensinada
exclusivamente na Escola de Iluminação de Ramtha.

Processo de Visualização Twilight®. É o processo usado para


praticar a disciplina da Lista ou outros formatos de visualização.

Quatro selos superiores. Os quatro selos superiores são o


quarto, o quinto, o sexto e o sétimo selos.
Quarto plano. O quarto plano de existência é o domínio da
consciência-ponte e da frequência ultravioleta. Este plano é descrito
como sendo o plano de Shiva, aquele que destrói o velho e que cria o
novo. Neste plano a energia ainda não está dividida em polaridade
positiva e negativa. Quaisquer mudanças duradouras ou cura do corpo
físico têm primeiro que ser efetuadas ao nível do quarto plano e do
Corpo Azul (Blue Body®). A este plano chama-se também o Plano
Azul ou o plano de Shiva.

Quarto selo. O quarto selo está associado ao amor incondicional e


à glândula do timo. Quando este selo é ativado liberta-se uma
hormona que mantém o corpo com uma saúde perfeita e pára o
processo de envelhecimento.

Quinto plano. O quinto plano de existência é o plano da super-


consciência e da frequência de raio-x. É também conhecido como o
Plano Dourado ou paraíso.

Quinto selo. Este selo é o centro do nosso corpo espiritual que nos
liga ao quinto plano. Está associado à glândula da tiroide e ao falar e
viver a verdade sem dualismos.

Ram. Ram é uma versão mais curta do nome Ramtha. Ramtha


significa o Pai.

Ramaya. Ramtha refere-se a JZ Knight como a sua amada filha.


Ela foi, na vida de Ramtha, Ramaya, a sua primeira filha adotada.
Ramtha encontrou Ramaya abandonada nas estepes da Rússia. Muitas
pessoas, durante a marcha, davam os seus filhos a Ramtha, como um
gesto de amor e de grande respeito. Estas crianças foram criadas na
Casa do Ram. Chegou a ter 133 crianças embora nunca tenha tido
filhos do seu próprio sangue.

Ramtha (etimologia). O nome Ramtha, o Iluminado, Senhor do


Vento, significa o Pai. Também se refere a Ram, que desceu da
montanha, naquele que é conhecido como ‘o terrível dia do Ram’.
“Toda a antiguidade o caracteriza dessa forma. E no antigo Egito há
uma avenida dedicada a Ram, o grande conquistador. E foram
suficientemente inteligentes para perceberem que quem quer que seja,
que fosse capaz de descer a avenida de Ram podia conquistar o vento.”
A palavra Aram, o nome do neto de Noé, vem do nome aramaico: Araa
– que significa terra, massa terrestre – e da palavra Ramtha, que
significa alto. Este nome semítico reflete a descida de Ramtha da
grande montanha, que iniciou a grande marcha.

Rede neuronal. É uma rede de neurónios que realiza uma função


em conjunto.

Revisão da vida. É a revisão da encarnação anterior que ocorre


quando a pessoa, depois da morte, chega ao terceiro plano. A pessoa
tem a oportunidade de ser o Observador, o ator e o recetor das suas
próprias ações. As questões por resolver dessa vida, que emergem
durante a revisão da vida ou luz, preparam a agenda para a próxima
encarnação.

Segundo plano. É o plano de existência da consciência social e da


banda de frequência infravermelha. Está associada à dor e sofrimento.
Este plano é a polaridade negativa do terceiro plano da frequência de
luz visível.

Segundo selo. Este selo é o centro de energia da consciência social


e da banda de frequência infravermelha. Está associado à experiência
da dor e sofrimento e está localizado na área inferior do abdómen.

Sete selos. Os sete selos são poderosos centros de energia que


constituem sete níveis de consciência no corpo humano. As bandas são
a forma segundo a qual o corpo físico é mantido junto de acordo com
estes selos. Em cada ser humano existe energia que sai em espiral dos
três primeiros selos ou centros. A energia que sai pulsando destes três
primeiros selos, manifesta-se respetivamente como sexualidade, dor
ou poder. Quando os selos superiores são abertos, ativa-se um nível
superior de consciência.

Sétimo plano. O sétimo plano é o plano da ultra-consciência e da


banda de frequência do Infinito Desconhecido. Foi neste plano que o
caminho da involução começou. Este plano foi criado pelo Ponto Zero
quando este imitou o ato de contemplação do Vazio e foi criada a
consciência espelho ou secundária. Um plano de existência ou
dimensão de espaço e tempo existe entre dois pontos de consciência.
Todos os outros planos foram criados pelo abrandar da velocidade do
tempo e da banda de frequência do sétimo plano.

Sétimo selo. Este selo está associado à coroa da cabeça, à glândula


pituitária, e à obtenção da iluminação.

Sexto plano. O sexto plano é o reino da hiperconsciência e da


banda de frequência de raio-gama. Neste plano experiencia-se a
consciência de se ser uno com toda a vida.

Sexto selo. Este selo está associado à glândula pineal e à banda de


frequência de raio-gama. A formação reticular que filtra e reveste a
sabedoria da mente subconsciente abre-se quando este selo é ativado.
A abertura do cérebro refere-se ao abrir deste selo e à ativação da sua
consciência e energia.

Shiva. O Senhor Deus Shiva representa o Senhor do Plano Azul e


do Corpo Azul®. Shiva não é usado em referência a uma divindade
específica do hinduísmo, mas à representação de um estado de
consciência que pertence ao quarto plano, à banda de frequência
ultravioleta e à abertura do quarto selo. Shiva não é masculino nem
feminino. É um ser andrógino, pois a energia do quarto plano ainda
não se dividiu em polaridade positiva e negativa. Esta é uma distinção
importante em relação à tradicional representação Hindu de Shiva
apresentado como uma divindade masculina que tem uma esposa. A
pele de tigre a seus pés, o bastão com tridente e o sol e a lua ao nível da
cabeça, representam o domínio deste corpo sobre os três primeiros
selos de consciência. A energia Kundalini é representada como uma
energia de fogo que dispara a partir da base da coluna até à cabeça.
Esta é outra distinção em relação a certas representações hinduístas de
Shiva com a energia da serpente a sair ao nível do quinto selo ou
garganta. Outra imagem simbólica de Shiva são os longos fios de
cabelo escuro e uma abundância de colares de pérolas, que
representam a sua riqueza de experiência ganha em sabedoria. A
aljava e o arco e as flechas são os instrumentos com os quais Shiva
dispara a sua vontade poderosa, destruindo a imperfeição e criando o
novo.

Super-consciência. Esta é a consciência do quinto plano e da


banda de frequência de raio-x.

Tahumo. Tahumo é a disciplina ensinada por Ramtha na qual o


estudante aprende a habilidade de controlar os efeitos do ambiente
natural - frio e calor - no corpo humano.

Tanque, o (The Tank®). É o nome atribuído ao labirinto usado


como parte integral das disciplinas da Escola de Iluminação de
Ramtha. Os estudantes são ensinados a descobrir a entrada para este
labirinto, de olhos vendados e a movimentarem-se lá dentro
concentrados no Vazio, sem tocarem nas paredes e sem usarem os
olhos ou os sentidos. O objetivo desta disciplina é encontrar, de olhos
vendados, o centro do labirinto ou um certo espaço que representa o
Vazio.

Teias azuis. As teias azuis representam a estrutura básica de um


nível subtil do corpo físico. É a estrutura do esqueleto invisível do
reino físico, que vibra ao nível da frequência ultravioleta.

Terceiro plano. É o plano da consciência-desperta e da banda de


frequência de luz visível. Também é conhecido como o plano de luz e o
plano mental. Quando a energia do Plano Azul é baixada a esta banda
de frequência, divide-se em polaridade positiva e negativa. É nesta
altura que a alma se divide em dois, dando origem ao fenómeno das
almas gémeas.

Terceiro selo. Este selo é o centro de energia da consciência


desperta e da banda de frequência de luz visível. Está associado ao
controlo, tirania, vitimização e poder. Está localizado na região do
plexo solar.

Tornar Conhecido o Desconhecido. Esta frase expressa o


mandato divino original dado à Fonte de consciência para manifestar e
despertar na consciência todos os potenciais infinitos do Vazio. Esta
declaração representa a intenção básica que inspira o processo
dinâmico da criação e evolução.

Trabalho de Campo (Fieldwork®). O Trabalho de Campo


(Fieldwork®) é uma das disciplinas fundamentais da Escola de
Iluminação de Ramtha. Os estudantes são ensinados a criar um
símbolo de algo que querem saber e experienciar e desenham-no num
cartão. Estes cartões são colocados com a parte em branco virada para
fora na vedação de um vasto campo. Os estudantes cobrem os seus
olhos com vendas e concentram-se no seu símbolo, permitindo ao seu
corpo andar livremente para encontrar o seu cartão através da
aplicação da lei da consciência e energia e da mente analógica.

Twilight®5. Este termo é usado para descrever a disciplina


ensinada por Ramtha na qual os estudantes aprendem a conduzir os
seus corpos para um estado catatónico, semelhante ao sono profundo,
mas mantendo a sua consciência desperta.

Ultra-consciência. É a consciência do sétimo plano e da banda de


frequência do Infinito Desconhecido. É a consciência de um mestre
ascendido.

Vazio, o. O Vazio define-se como um vasto nada materialmente,


contudo todas as coisas potencialmente. Veja Princípio Mãe/Pai.

Yeshua ben Joseph. Ramtha refere-se a Jesus Cristo como


Yeshua ben Joseph, seguindo as tradições judaicas desse tempo.
ANOTAÇÕES

Capítulo 2: Eu Sou Ramtha


1. A palavra inglesa «Ram»significa carneiro.

Capítulo 4: Deus É
2. No original, em inglês, «Isness», é uma palavra que Ramtha usa
para se referir ao Estado de Ser de consciência profunda inerente a
toda a vida.

3. Ramtha chama aos seus alunos «mestres», já que estes estão a


aprender a pensar e a agir como tal. Note que em inglês a palavra
«master» não denota qualquer género, portanto quando se lê ‘mestre’
pode tratar-se tanto de um homem como de uma mulher.

Capítulo 7: Morte ou Ascensão


4. «Electro» provém da palavra grega Elektron que significa força
fluída.

Glossário
5. «Twilight» em inglês significa crepúsculo, o estado intermédio
entre o dia e a noite.
BIBLIOGRAFIA

Alford, Alan F. Gods of the New Millennium, Scientific Proof of Flesh


& Blood Gods. England: Eridu Books, 1996.

Bohm, David. Wholeness and the Implicate Order. London:


Routledge, 1980.

Davies, Stevan L. The Gospel of Thomas and Christian Wisdom. New


York: Seabury Press, 1983.

De la Cruz, Juan. Obras Completas. 4th ed. Madrid: Editorial de


Spiritualidad, 1992.

De la Cruz, Juan. The Collected Works. Washington, D.C.: Institute of


Carmelite Studies, 1979.

De León, Luis. De los Nombres de Cristo. Edited by Antonio Sánchez


Zamarreño. Madrid: Espasa Calpe, 1991.

Goswami, Amit. The Self-Aware Universe. New York:


Tarcher/Putnam, 1995.

Grof, Christina and Stanislav. The Adventure of Self Discovery. New


York: State University of New York Press, 1988.

———. The Stormy Search for the Self. London: HarperCollins, 1991.

Guillaumont, A. et al. The Gospel According to Thomas, Coptic Text


Established and Translated. London: Collins, 1959.

Henry, Martin. On Not Understanding God. Dublin: Columba Press,


1997.

Hirschberger, Johannes. Historia de la Filosofía. Vol. 1, Antigüedad,


Edad Media, Renacimiento. Barcelona: Editorial Herder, 1994.

In Search of the Self: The Role of Consciousness in the Construction of


Reality, a Conference on Contemporary Spirituality. February 8-
9, 1997, Yelm, Washington. Video ed. Yelm: JZK Publishing, a
division of JZK, Inc., 1997.

JZ Knight and Ramtha: Intimate Conversations. Video ed. Yelm: JZK


Publishing, a division of JZK, Inc., 1998.

Knight, JZ. A State of Mind — My Story. Yelm: JZK Publishing, 2004.

Krippner, Stanley, Wickramasekera, Ian, et al. The Ramtha


Phenomenon: Psychological, Phenomenological, and
Geomagnetic Data. In The Journal of the American Society for
Psychical Research, Vol. 92, No. 1, January 1998.

Layton, Bentley. The Gnostic Scriptures. The Anchor Bible Reference


Library ed. New York: Doubleday, 1987.

Melton, J. Gordon. Finding Enlightenment, Ramtha’s School of


Ancient Wisdom. Hillsboro: Beyond Words Publishing, 1998.

New Jerusalem Bible

Pert, Candace B. Molecules of Emotion. New York: Simon & Schuster


Inc., 1997.

Platón. Dialogos. 22nd ed. Edited by Colección Austral. México:


Espasa Calpe, 1984.

Ramtha, A Beginner’s Guide to Creating Reality. Third Ed. Yelm: JZK


Publishing, a division of JZK, Inc., 2004.

Ramtha, A Master’s Reflection on the History of Humanity. Part I,


Human Civilization, Origins and Evolution. Yelm: JZK
Publishing, a division of JZK, Inc., 2001.

Ramtha, A Master’s Reflection on the History of Humanity. Part II,


Rediscovering the Pearl of Ancient Wisdom. Yelm: JZK
Publishing, a division of JZK, Inc., 2002.

Ramtha, That Elixir Called Love. Yelm: JZK Publishing, a division of


JZK, Inc., 2003.

Ramtha, The Mystery of Birth and Death, Redefining the Self. Yelm:
JZK Publishing, a division of JZK, Inc., 2000.

Reese, William L. Dictionary of Philosophy and Religion, Eastern and


Western Thought. Expanded ed. New York: Humanity Books,
1999

Santos Otero, Aurelio de. Los Evangelios Apócrifos: Colección de


textos griegos y latinos, versión crítica, estudios introductorios y
comentarios. 9th ed. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos,
1996.

Schrödter, Willy. A Rosicrucian Notebook. York Beach: Samuel


Weiser, Inc., 1991.

Spalding, Baird T. Life and Teaching of the Masters of the Far East.
California: DeVorss & Co. Publishers, 1964.

Talbot, Michael. The Holographic Universe. New York: HarperCollins,


1992.

The Portable Jung. Edited by Joseph Campbell. New York: Penguin


Books, 1976.

The Works of Plato. Edited by Irwin Edman. New York: Modern


Library, 1956.

The World of Michelangelo, 1475-1564. Edited by Robert Coughlan.


New York: Time-Life Books, Inc., 1966.

Tillich, Paul. Systematic Theology, Combined Volume. London: James


Nisbet and Company Limited, 1968.
Waite, Arthur Edward. Real History of the Rosicrucians. New York:
Steinerbooks, 1982.

Wolf, Fred Alan. Parallel Universes. New York: Simon & Schuster,
1990.

———. Taking the Quantum Leap. New York: Perennial Library, 1989.

———. The Spiritual Universe. Portsmouth: Moment Point Press,


Inc.,1999.

Zukav, Gary. The Dancing Wu Li Masters. New York: Bantam Books,


1980.
LISTA DAS FONTES

Albuquerque Diálogo I. Vol.03, #27, 09/4/82; Vol.04, #3, 01/15/83;


Vol.04, #17, 09/10/83. Ramtha Dialogues®.

Albuquerque Diálogo II. Vol.04, #4, 01/16/83; Vol.04, #18, 09/11/83.


Ramtha Dialogues®.

Aspen Diálogo I. Vol.03, #34, 11/13/82. Ramtha Dialogues®.

Aspen Diálogo II. Vol.03, #35, 11/14/82. Ramtha Dialogues®.

Atlantic City Diálogo I. Vol.00, #12, 06/23/79; Vol.00, #13,


06/24/79; Vol.00, #14, 06/30/79. Ramtha Dialogues®.

Atlantic City Diálogo II. Vol.00, #16, 07/21/79; Vol.00, #17,


07/24/79. Ramtha Dialogues®.

Beverly Hills. Vol.01, #12, 04/26/80. Ramtha Dialogues®.

Birmingham Diálogo I & II. Vol.00, #26, 11/10/79; Vol.00, #27,


11/11/79. Ramtha Dialogues®.

Birmingham Diálogo I. Vol.01, #2, 02/1/80; Vol.01, #3, 02/2/80;


Vol.01, #36, 09/20/80; Vol.01, #48, 11/21/80; Vol.02, #19,
03/21/81; Vol.02, #37, 06/6/81; Vol.02, #48, 08/22/81; Vol.02,
#61, 11/6/81; Vol.03, #16, 05/18/82; Vol.03, #36, 11/20/82.
Ramtha Dialogues®.

Birmingham Diálogo II. Vol.01, #4, 02/3/80; Vol.01, #37, 09/21/80;


Vol.02, #20, 03/22/81; Vol.02, #38, 06/7/81; Vol.02, #49,
08/23/81; Vol.02, #62, 11/7/81; Vol.02, #63, 11/8/81; Vol.03, #5,
02/20/82; Vol.03, #6, 02/21/82; Vol.03, #17, 05/19/82; Vol.03,
#37, 11/21/82. Ramtha Dialogues®.
Birmingham Diálogo III. Vol.03, #26, 08/14-15/82. Ramtha
Dialogues®.

Birmingham Workshop. Vol.01, #49, 11/22/80; Vol.01, #50,


11/23/80. Ramtha Dialogues®.

Birmingham. Vol.00, #25, 11/9/79; Vol.01, #17, 05/24/80; Vol.01,


#18, 05/25/80. Ramtha Dialogues®.

Boston Diálogo I. Vol.03, #14, 05/8/82; Vol.03, #28, 10/2/82.


Ramtha Dialogues®.

Boston Diálogo II. Vol.02, #31, 05/9/81; Vol.02, #32, 05/10/81;


Vol.03, #15, 05/9/82; Vol.03, #29, 10/3/82. Ramtha Dialogues®.

Boston. Vol.02, #64, 11/21/81; Vol.02, #65, 11/22/81. Ramtha


Dialogues®.

Calabasas Diálogo I. Vol.03, #3, 02/6/82; Vol.03, #13, 04/30/82;


Vol.03, #22, 07/24/82; Vol.03, #30, 10/10/82; Vol.04, #15,
07/16/83; Vol.05, #1, 01/14/84. Ramtha Dialogues®.

Calabasas Diálogo II. Vol.03, #4, 02/7/82; Vol.03, #23, 07/25/82;


Vol.03, #31, 10/11/82; Vol.04, #14, 05/20/83; Vol.05, #2,
01/15/84. Ramtha Dialogues®.

Cambridge, MA. Vol.02, #13, 03/7/81; Vol.02, #14, 03/8/81. Ramtha


Dialogues®.

Chicago Diálogo I. Vol.01, #38, 09/27/80. Ramtha Dialogues®.

Dallas Diálogo I. Vol.05, #3, 01/21/84. Ramtha Dialogues®.

Dallas Diálogo II. Vol.05, #4, 01/22/84. Ramtha Dialogues®.

Denton Diálogo I. Vol.02, #51, 09/5/81; Vol.03, #18, 05/21/82.


Ramtha Dialogues®.

Denton Diálogo II. Vol.02, #52, 09/6/81; Vol.02, #53, 09/13/81;


Vol.03, #19, 05/22/82. Ramtha Dialogues®.

Denver Diálogo I. Vol.03, #11, 04/24/82; Vol.04, #12, 05/14/83;


Vol.05, #9, 05/5/84. Ramtha Dialogues®.

Denver Diálogo II. Vol.03, #12, 04/25/82; Vol.04, #13, 05/15/83;


Vol.05, #10, 05/6/84. Ramtha Dialogues®.

Ft. Worth Diálogo I. Vol.03, #1, 01/23/82. Ramtha Dialogues®.

Ft. Worth Diálogo II. Vol.03, #2, 01/24/82. Ramtha Dialogues®.

Honolulu Diálogo I. Vol.04, #5, 02/12/83; Vol.05, #13, 07/14/84.


Ramtha Dialogues®.

Honolulu Diálogo II. Vol.04, #6, 02/13/83; Vol.05, #14, 07/15/84.


Ramtha Dialogues®.

Lafayette, IN Diálogo. Vol.01, #20, 06/14/80. Ramtha Dialogues®.

Long Island. Vol.01, #1, 01/12/80. Ramtha Dialogues®.

Los Angeles Diálogo I. Vol.02, #6, 02/13/81; Vol.02, #7, 02/14/81;


Vol.02, #27, 04/25/81; Vol.02, #35, 05/28/81; Vol.04, #1,
01/8/83; Vol.02, #9, 02/16/81. Ramtha Dialogues®.

Los Angeles Diálogo II. Vol.02, #8, 02/15/81; Vol.02, #28, 04/26/81;
Vol.02, #36, 05/29/81; Vol.04, #2, 01/9/83. Ramtha Dialogues®.

Maui Diálogo I. Vol.04, #19, 11/5/83. Ramtha Dialogues®.

Maui Diálogo II. Vol.04, #20, 11/6/83. Ramtha Dialogues®.

Mt. Laural Diálogo I. Vol.01, #6, 02/24/80; Vol.01, #23, 07/18/80;


Vol.01, #25, 07/20/80; Vol.01, #28, 08/21/80; Vol.01, #45,
11/14/80. Ramtha Dialogues®.

Mt. Laural Diálogo II. Vol.01, #5, 02/23/80; Vol.01, #24, 07/19/80;
Vol.01, #46, 11/15/80; Vol.01, #47, 11/16/80. Ramtha
Dialogues®.

New Jersey, Ram’s Workshop. Vol.01, #31, 08/24/80. Ramtha


Dialogues®.

New Jersey. Vol.01, #13, 05/2/80; Vol.01, #14, 05/3/80; Vol.01, #15,
05/4/80; Vol.01, #30, 08/23/80. Ramtha Dialogues®.

New York City Diálogo I. Vol.00, #8, 05/18/79; Vol.00, #9,


05/20/79; Vol.00, #10, 05/21/79; Vol.01, #7, 03/21/80; Vol.01,
#21, 06/21/80; Vol.01, #22, 06/22/80; Vol.01, #39, 10/2/80;
Vol.01, #42, 10/5/80; Vol.01, #51, 12/4/80; Vol.01, #54, 12/7/80;
Vol.01, #55, 12/13/80; Vol.01, #56, 12/14/80; Vol.02, #1,
01/9/81; Vol.02, #2, 01/10/81; Vol.02, #3, 01/11/81; Vol.02, #15,
03/13/81; Vol.02, #30, 05/3/81; Vol.02, #40, 06/26/81; Vol.02,
#44, 07/25/81; Vol.03, #7, 03/6/82; Vol.03, #20, 07/17/82;
Vol.03, #38, 12/4/82; Vol.04, #7, 03/12/83; Vol.04, #23,
11/19/83; Vol.05, #5, 03/17/84. Ramtha Dialogues®.

New York City Diálogo II. Vol.01, #8, 03/22/80; Vol.01, #9,
03/23/80; Vol.01, #10, 03/24/80; Vol.01, #40, 10/3/80; Vol.01,
#41, 10/4/80; Vol.02, #4, 01/12/81; Vol.02, #16, 03/14/81;
Vol.02, #17, 03/16/81; Vol.02, #29, 05/2/81; Vol.02, #41,
06/27/81; Vol.02, #45, 07/26/81; Vol.02, #55, 10/9/81; Vol.02,
#56, 10/10/81; Vol.02, #57, 10/11/81; Vol.02, #58, 10/12/81;
Vol.03, #8, 03/7/82; Vol.03, #21, 07/18/82; Vol.03, #39,
12/5/82; Vol.04, #8, 03/13/83; Vol.04, #24, 11/20/83; Vol.05,
#6, 03/18/84. Ramtha Dialogues®.

New York City, Ramtha’s Workshop. Vol.01, #53, 12/6/80. Ramtha


Dialogues®.

New York City. Vol.00, #21, 09/23/79; Vol.00, #22, 10/5/79; Vol.00,
#23, 10/6/79; Vol.00, #24, 10/7/79; Vol.01, #43, 10/6/80;
Vol.01, #44, 10/7/80. Ramtha Dialogues®.

Ojai Diálogo I. Vol.02, #22, 03/28/81. Ramtha Dialogues®.


Ojai Diálogo II. Vol.02, #23, 03/29/81. Ramtha Dialogues®.

Patterson, NJ Diálogo I. Vol.01, #33, 09/12/80; Vol.02, #10,


02/21/81. Ramtha Dialogues®.

Patterson, NJ Diálogo II. Vol.01, #35, 09/14/80; Vol.02, #11,


02/22/81; Vol.02, #12, 02/24/81; Vol.01, #34, 09/13/80. Ramtha
Dialogues®.

Phoenix, AZ Intensive. Cassete 107 ed. Yelm: Ramtha Dialogues®,


1985.

Pleasantville Diálogo I. Vol.00, #7, 05/13/79. Ramtha Dialogues®.

Ridgewood, NJ. Vol.00, #19, 08/19/79. Ramtha Dialogues®.

San Diego Intensive. Cassete 105 ed. Yelm: Ramtha Dialogues®, 1985.

San Francisco Diálogo I. Vol.03, #32, 11/6/82; Vol.04, #10, 05/7/83;


Vol.04, #21, 11/12/83; Vol.05, #11, 05/12/84. Ramtha
Dialogues®.

San Francisco Diálogo II. Vol.03, #33, 11/7/82; Vol.04, #11, 05/8/83;
Vol.04, #22, 11/13/83; Vol.05, #12, 05/13/84. Ramtha
Dialogues®.

Seattle Diálogo I & II. Vol.02, #50, 08/30/81. Ramtha Dialogues®.

Seattle Diálogo I. Vol.00, #2, 01/28/79; Vol.00, #5, 04/1/79; Vol.00,


#11, 06/9/79; Vol.02, #42, 06/15/81; Vol.02, #59, 10/31/81;
Vol.03, #9, 03/20/82; Vol.03, #24, 08/7/82; Vol.03, #40,
12/11/82; Vol.04, #9, 03/19/83; Vol.04, #25, 12/3/83; Vol.00, #1,
12/30/78. Ramtha Dialogues®.

Seattle Diálogo II. Vol.00, #3, 02/10/79; Vol.00, #4, 02/25/79;


Vol.00, #6, 04/24/79; Vol.00, #15, 07/10/79; Vol.02, #21,
03/24/81; Vol.02, #25, 04/14/81; Vol.02, #26, 04/21/81; Vol.02,
#34, 05/26/81; Vol.02, #54, 09/22/81; Vol.02, #60, 11/1/81;
Vol.03, #10, 03/21/82; Vol.03, #25, 08/8/82; Vol.03, #41,
12/12/82; Vol.04, #26, 12/4/83; Vol.05, #8, 04/27/84. Ramtha
Dialogues®.

Seattle Intensive. Cassete 101 ed. Yelm: Ramtha Dialogues®, 1985.

Seattle Q&A. Vol.01, #27, 08/19/80. Ramtha Dialogues®.

Seattle Workshop. Vol.02, #24, 04/11-12/81. Ramtha Dialogues®.

Seattle. Cassete 103 ed. Yelm: Ramtha Dialogues®, 1985.

Seattle. Cassete 106 ed. Yelm: Ramtha Dialogues®, 1985.

Seattle. Vol.02, #5, 02/3/81. Ramtha Dialogues®.

Tacoma. Vol.02, #18, 03/17/81. Ramtha Dialogues®.

Vishnu Springs Diálogo II. Vol.02, #33, 05/16/81. Ramtha


Dialogues®.

Woodridge, NY. Vol.00, #18, 08/4-5/79. Ramtha Dialogues®.

Yucca Valley Retiro, March 1985. Tape 102 ed. Yelm: Ramtha
Dialogues®, 1985.

Yucca Valley Retiro, May 1985. Tape 104 ed. Yelm: Ramtha
Dialogues®, 1985.

Yucca Valley Retiro. Vol.04, #16, 09/2-4/83; Vol.05, #7, 03/23-


25/84; Vol.05, #15, 09/28/84. Ramtha Dialogues®.

Você também pode gostar