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Londrina
2016
Pedro Augusto Spanhol
Londrina
2016
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a luz da psicologia analítica o caso de um
paciente atendido durante o meu período de residência psicológica feita pela Unifil.
Nele é demonstrado como os complexos de origem paterna e materna, quando
desenvolvidos de forma negativa podem comprometer o desenvolvimento
psicológico e como expressar os sentimentos neles presente, ajudam a retirar a
energia dos complexos e assim diminuir sua influência sobre o ego. Apresenta-se
conteúdos fundamentais da psicologia Junguiana, como conceitos de persona, sobra
e complexo, e um breve relato do caso clínico, para então prosseguir com a análise.
Num primeiro momento o paciente se encontrava extremamente fixado em seus
complexos e sendo possuído por eles, mas com a terapia ele foi se libertando aos
poucos conseguindo inclusive melhorar a sua percepção de si. Mostrando que
mesmo um indivíduo cuja história de vida está marcada por experiências muito
traumáticas e foi controlada pelos complexos construídos com essas experiências,
pode com o devido tratamento, conseguir ir se livrando aos poucos das possessões
desses complexos e das influências que eles acarretam no cotidiano.
This work aims to analyze through the light of analytical psychology the case of a
patient attended during my psychological residency made by UNIFIL. It is shown how
paternal and maternal complex, when developed negatively can compromise the
psychological development and how to express the feelings present in them, help to
remove the power of the complex and thus reduce its influence on the ego. It
presents fundamental contents of Jungian psychology, as concepts of persona,
shadow and complex, and a brief report of the case, to then proceed with the
analysis. At first the patient was extremely set in their complex and being possessed
by them, but with the therapy he was freeing itself gradually getting even improve
their perception of himself. Showing that even an individual whose life history is
marked by very traumatic experience and was controlled by complex built with these
experiences, can with proper treatment, get going getting rid gradually of the
possessions of these complexes and the influence they carry in daily life.
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................4
2. OBJETIVOS.............................................................................................................5
3. MÉTODO..................................................................................................................6
4. REFERÊNCIAL TEÓRICO.......................................................................................7
4.1 A Persona...............................................................................................................7
4.2 A Sombra................................................................................................................9
4.3 Complexos............................................................................................................10
5. RELATO DO CASO................................................................................................15
6. ANÁLISE DO CASO...............................................................................................19
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................23
8. REFERÊNCIAS......................................................................................................24
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1. INTRODUÇÃO
Tendo isso em mente pode-se dizer que essa pesquisa pode ser
importante por reconhecer que conteúdos complexos estruturados na infância
influenciam sim no desenvolvimento, porém mesmo após vários anos, o psíquico
continua a se estruturar e questões antigas podem sim ser resolvidas até certo
ponto, havendo possibilidade de melhora mesmo após muitos anos de ocorridos os
eventos ditos traumáticos.
2. OBJETIVOS
3. MÉTODO
Para produzir esta pesquisa será utilizado o método qualitativo, onde será
feita uma análise dos relatórios das sessões através dos princípios da psicologia
analítica desenvolvida por Carl Gustav Jung.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 A Persona
JUNG (1981, pg. 146) afirma que: “Uma consciência apenas pessoal
acentua com certa ansiedade seus direitos de autor e de propriedade no que
concerne aos seus conteúdos, procurando deste modo criar um todo”, todos os
conteúdos que não se ajustarem a esse todo são “negligenciados, esquecidos ou
então reprimidos e negados”.
A sociedade exige que cada um ocupe um lugar Jung (1981, p.182), mas
o ser humano é mais do que uma característica, uma função, então nenhuma
individualidade pode se adaptar por completo nessas expectativas, nascendo daí
uma personalidade artificial. (JUNG, 1981, p. 183)
4.2 A Sombra
4.3 Complexos
Jung (2013 p.43) ainda afirma que sempre que ocorre uma
constelação de complexos ocorre uma perturbação da consciência, assim “rompe-se
a unidade da consciência e se dificultam mais ou menos as intenções da vontade,
quando não se tornam de todo impossíveis”
Jung (2013, p.43) ainda afirma que com algum esforço de vontade,
geralmente é possível reprimir o complexo, mas não é possível negar sua existência,
pois “na primeira ocasião favorável ele volta à tona com toda a sua força original”
(JUNG, 2013, p.44)
Muszka (1896, p.67) utiliza o termo Self, criado por Carl Gustav Jung
com o significado de totalidade psíquica e afirma que durante a fase matriarcal, a
mãe encarna o Self da criança (MUSZKAT. 1896, p.31) e “na medida em que o Ego
vai se estruturando, o Self, encarnado na mãe vai (...) se movendo para dentro da
criança”, assim o Self da mãe e o corpo da criança formam “os polos de um campo
unitário no qual a relação primordial se realiza. ” (MUSZKAT. 1986, p.33).
5. RELATO DO CASO
Disse também que o pai batia muito nele e por qualquer motivo, até
que, quando ele tinha 11 anos, o pai morreu assassinado pelo padrasto da mãe, por
ataques de foice e tiros. O paciente chegou a ver o corpo.
Diz que não sabe também como amar e diz que não sente nada
pelos filhos, percebendo a semelhança entre ele e os pais.
Disse que o tio paterno havia sido assassinado pelo primo da mãe
por causa de invasão de terreno.
Dez meses depois o pai então surtou pegou o jipe e correu para
matar esse primo, porem como estava correndo capotou o carro no barranco, em
seguida saiu do carro e tirou as roupas e foi atrás desse primo que estava na casa
do sogro. Porém quando chegou lá o sogro atirou nele e o primo o atacou com uma
foice. A mãe então ficou com medo de ficar com a terra e se mudou com os filhos.
era o único que entendia os problemas dele. Depois da morte desse irmão ele
começou a piorar.
Afirmava que agora toda noite tem pensamentos ruins como morte e
violência, como se houvesse um enxame na cabeça e não consegue dormir sem
remédio. Durante o dia passa fechado em casa pois se irrita e explode facilmente e
não quer fazer isso na rua.
As vezes sai para andar sem rumo e chega a ir longe. Diz que tem
os nervos atacados, que não aguenta fazer força nem segurar a bíblia por muito
tempo.
com todos inclusive com o avô, inclusive contou que um dia antes dele nascer ela
tentou se enforcar. Contou também vários incidentes da infância, sobre o fato de que
quando pequeno tinha o pescoço mole e andava até os quatro anos se arrastando,
quando os pais iam trabalhar eles o amarravam junto a mesa pois não tinham onde
deixa-lo, e que sempre foram muito doente e quase morreu de uma doença que
matou outros dois irmãos.
Disse que os pais nunca lhe deram amor, o pai era agressivo e mãe
já lhe dissera várias vezes para ele pegar um cobertor e sair de casa, pois ele era o
filho diferente.
Falou que sente culpa por tudo na vida, inclusive pela morte do pai
mesmo sabendo que não podia evita-la pois era apenas uma criança. Comentou que
se sente um peso para a família e queria poder ajudar mais financeiramente.
Agora também percebe que apesar da falta de amor dos pais ele
consegue amar os filhos e apesar de não conseguir abraça-los, sempre se
“desvirou” por eles.
6. ANÁLISE DO CASO
É valido de nota que o fato de a mãe ter ficado sem respirar, apesar
de não possuirmos nenhum exame comprovando isso, pode ter causado danos
neurológicos ao bebe e isso ter influenciado seu desenvolvimento tanto emocional
quanto psico motor.
O paciente relatou que durante muito tempo não foi capaz de andar
e somente se arrastava, o que pode ter sido devido a essa falta de oxigênio
enquanto estava na barriga da mãe. Apesar de não podermos calcular a extensão
dos danos biológicos que essa experiência lhe acarretou, podemos falar muito sobre
o impacto emocional.
força, e com a mãe teve a experiência de amor negada, não tendo aprendido como
amar.
Apesar de ele não ter chego a essa conclusão pode-se supor que
suas crises de agressividade tinham agora também a função de lhe proteger da
perda de que ele ama. Ele perdera o irmão, o único da família com quem ele se
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relacionava bem, então começou a ter as explosões como uma forma de afastar os
outros e evitar relação com os outros e assim evitar o relacionamento com o
próximo.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. REFERÊNCIAS
JUNG, C. G. Estudos sobre psicologia analítica. 3.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1981.