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UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Bibliografia: TRINCA, Walter, e colaboradores; Diagnostico Psicológico a Prática Clínica,


São Paulo: Ed. 1984, Cap. I e VI.

RESUMO: Capitulo I: Contexto Geral do diagnostico psicológico.

O texto aborda o conceito de diagnóstico, principalmente na área da


psicologia. Ele destaca a importância do diagnóstico como uma ferramenta para
entender fenômenos humanos, mencionando várias abordagens e modelos de
diagnóstico. Além disso, ressalta a influência da psicanálise e a necessidade de
compreender o mundo interno do cliente. O texto também menciona a importância
do julgamento clínico, além do uso de testes psicológicos. No geral, o texto enfatiza
a complexidade do diagnóstico na psicologia e sua relação com a compreensão da
personalidade e dos conflitos emocionais.
Discernimento ou faculdade de conhecer conceitua a palavra “diagnostico”. O
diagnóstico por sua vez é indispensável para a explicação da compreensão de um
fenômeno. E para se chegar a tal conhecimento é necessário realização de
observações, avaliações e interpretações que se baseiam nas percepções. Por sua
vez o diagnostico psicológico utiliza conhecimentos para a compreensão de
fenômenos humanos, tais conhecimentos são constituídos em terias das quais
decorrem os procedimentos e as técnicas.
Na psicologia usa-se o termo diagnóstico psicológico como forma de
compreensão situada no âmbito da psicologia. O termo diagnóstico na psicologia
pode ser encontrado de diversas faces como diagnóstico psicológico,
psicodiagnóstico, diagnóstico da personalidade, estudo de caso ou avaliação
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psicológica. Para tal é necessário possuir conhecimentos teóricos, dominar


procedimentos e técnicas psicológicas.
O interesse pelo diagnóstico surgiu a partir do momento em que as doenças
mentais foram consideradas semelhantes as doenças físicas, então passaram a
fazer parte do universo do estudo da ciência e não mais da religião como foi no
início.
Atividade médica psiquiátrica com objetivo de combater a saúde mental
desenvolveu a psicopatologia, por sua vez a psicologia que estuda o sistema da vida
psíquica em geral desenvolveu a psicologia clínica.
O trabalho em diagnóstico psicológico teve início através da atuação médica
do profissional médico, porém houve uma transposição do modelo médico para o
modelo psicológico, o profissional psicólogo.
A busca do conhecimento se deu através da psicologia clínica e as
abordagens psicodiagnósticos, temos: o modelo médico (os comportamentos
considerados patológicos passaram a ser descritos detalhadamente); o modelo
psicométrico (onde tivemos desenvolvimento dos testes psicológicos, de
propriedade de uso dos psicólogos); o modelo behaviorista (consideram que o
comportamento humano não decorre de características inatas, imutáveis, mas é
aprendido, podendo ser modificado).
A subjetividade é importante, pois todo conhecimento estabelecido pelo
homem, há participação de sua subjetividade, não podendo se negar isso. Diante da
subjetividade, o humanismo, procurar manter uma visão global do mesmo e
compreender seu mundo e seu significado, sem referências teóricas anteriores, e
são contra o diagnóstico psicológico, acham que o diagnóstico vem acompanhado
de julgamentos baseados em teóricos que descaracterizam o ser humano, acreditam
que através do relacionamento estabelecido com cliente, e durante a psicoterapia,
ou aconselhamento alcançam a compreensão do mesmo; a psicologia
fenomenológica-existencial, os dados obtidos em entrevistas ou testes pode ser
úteis para trazer informações a respeito das pessoas ajudando-as no caminho do
autoconhecimento, porem utilizam apenas como recursos ou estratégicas para
serem trabalhados; a psicanálise, não considera possível a completa subjetividade e
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atribui significado particular a todo o comportamento humano. A psicanálise


acentuou o valor das entrevistas como instrumento de trabalho, ou estudo da
personalidade através da utilização de observações, técnicas projetivas, e se
desenvolveu uma maior consideração da relação psicólogo e do cliente com a
através da transferência e contra transferência. Permitindo verificar o que se passa
com o indivíduo por de trás de seu comportamento aparente.
Diante disso, as abordagem em psicologia foram surgindo e se
desenvolvendo ao longo do tempo, e encontramos as seguintes atuações:
positivistas, fenomelógico-existenciais, humanistas e psicanalíticos.
O fato é que nenhuma teoria, até agora, mostrou-se suficiente para responder
todas as questões colocadas pela psicologia. Para se compreender o homem, é
necessário organizar conhecimentos que digam respeito a sua vida biológica,
intrapsíquica e social, não sendo possível excluir nenhum desses horizontes. A
psicologia jamais poderá ser considerada um corpo de conhecimento acabado,
completo e fechado.
Diante das dificuldades que a psicologia encontra, compreenderemos com
maior facilidade como estas se refletem na prática, encontrar formas de atuação
junto aos clientes nos permitem agir com segurança e tranquilidade. O fato é que a
prática e a teoria se alimentam reciprocamente, uma não se desenvolve sem a
outra.
Na prática da psicologia clínica se busca aliviar o sofrimento psíquico do
cliente. Já na prática do psicodiagnóstico, objetivo é organizar os elementos
presentes no estudo psicológico, obter uma compreensão do cliente afim de ajudar.
Atuar em psicodiagnóstico o psicólogo estará atendendo a objetivos definidos
teoricamente, estará aplicando conhecimentos teóricos validando, ou modificando-
os.
O maior desenvolvimento dos modelos de psicodiagnóstico deu-se em
consultórios privados. Nas condições organizacionais e sociais, a demanda da
atuação do profissional é claramente influenciada pela procura que decorre de
encaminhamento de terceiros, verificando se raramente uma busca espontânea.
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O psicodiagnóstico e uma forma de organização e estruturação dos


elementos de um estudo de caso, a estruturação do processo diagnóstico pode ser
classificada conforme os seguintes tipos:
 Processo psicométricos: testes psicológicos, cuja finalidade auxiliar o trabalho
de outro profissional.
 Processo comportamental: prioridade dos dados de observação objetiva,
exclui-se as prestações do mundo interno. Faz uso das noções de
condicionamento clássico e operante.
 Processo psicanalítico: a concepção predominante é a de que o diagnóstico
deve configurar uma espécie de antevisão dos fenômenos.
 Processo baseado no modelo médico: a visão médica, toma a vida emocional
em termos similares aqueles empregados para o organismo, um objeto
concebido como doente, próprio para ser manipulado, e tratado.
 Processo compreensivo: a ideia deriva do abraçar, tomar e aprender o
conjunto, de encontrar um sentido para o conjunto das informações
disponíveis, tomar aquilo que é relevante significativo na personalidade,
entrar empaticamente em contato emocional e, também conhecer os motivos
profundos da vida emocional de alguém. Avaliação pode enfatizar
determinados aspectos intelectual psicomotor emocional sem perder de vista
o indivíduo como um todo. É tomar aquilo que é relevante e significativo na
personalidade.
O objetivo do psicólogo é compreender e explicar o significados e as origens
das perturbações e queixas do clientes, em termos de apreensão de conteúdos
inconscientes da vida mental do paciente. O psicólogo deve se esforçar e entender o
mundo interno do cliente. E ser empático diante daquele que são os responsáveis
pela organização da personalidade e pelos conflitos.
A psicanalise influenciou a pratica do psicodiagnóstico, e é importante que o
profissional tenha familiarização com a abordagem psicanalítica dos fenômenos
mentais, devendo reconhecer os fenômenos inconscientes, bem como as relações
familiares é em grande parte natureza do inconsciente. O indivíduo humano é um
ser social, sendo sua primeira sociedade a família. Conjunto de núcleo de conflitos,
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mas, ao mesmo tempo, de conforto, segurança, e preenchimento das possibilidades


de crescimento e realização.
Onde o psicólogo descreve as observação relações e conexões entre os
diferentes níveis do observado, realizando um a análise globalística (funcionamento
da personalidade em seus vários níveis, os traços de caráter, a organização e a
estruturação da personalidade, com atenção especial à distinção entre estruturas
neuróticas e psicóticas, os elementos constitutivos da personalidade, sua interação
com o mundo externo). A compreensão psicológica gira e torno de diferentes fatores
em interação com a personalidade: forças intrapsíquicas, forças intrafamiliares e
forças socioculturais.
Tem como objetivo a realização do diagnóstico da personalidade fazer o
levantamento e descrever os principais focos de angústia e fantasias inconscientes
que provocam desajustamentos emocionais, bem como os mecanismos defensivos
utilizados pelo indivíduo.
O termo julgamento clínico é consequência natural da permissão que o
psicólogo se concede de usar os recursos de sua mente para avaliar os dados de
um caso, sobre a importância e significado dos dados, não dispensando o uso de
testes psicológicos.

RESUMO: Capitulo VI: Entrevistas Clinicas.

O texto aborda a entrevista psicológica, que é um encontro entre uma pessoa


em busca de ajuda (geralmente em um estado emocional frágil) e um psicólogo.
Destaca a assimetria nessa relação, onde um busca ajuda e o outro a oferece. A
entrevista é uma interação humana e o psicólogo deve permitir que ela se molde de
acordo com a estrutura psicológica do cliente, possibilitando a compreensão de sua
personalidade, angústias e defesas. O texto enfatiza a importância de técnicas como
a entrevista aberta e considerar fenômenos como transferência e contratransferência
para uma compreensão completa do cliente.
É importante de estabelecer um marco referencial na entrevista inicial. Isso
inclui a definição de objetivos, o papel do psicólogo, local e horário das entrevistas,
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duração aproximada do trabalho e honorários. Manter essas variáveis constantes é


essencial, pois qualquer alteração pode interferir na relação e prejudicar a
compreensão de fenômenos que possam surgir, como ansiedades e hostilidades. O
autor enfatiza a necessidade de um "período de instruções" na entrevista, onde o
psicólogo esclarece o processo, coleta informações básicas do paciente e comunica
as diretrizes da consulta, contribuindo para reduzir a ansiedade do paciente.
A relação psicólogo-paciente, destacando que as emoções e reações
emocionais desempenham um papel crucial nessa interação. O texto enfatiza que as
emoções do psicólogo se tornam ferramentas de trabalho e que ele precisa estar
ciente de suas próprias emoções para compreender o paciente.
O autor também aborda a entrevista inicial, destacando que tanto o paciente
quanto o psicólogo podem sentir ansiedade nesse encontro desconhecido. A relação
começa a ser construída a partir dessa entrevista, e é fundamental que o psicólogo
respeite as limitações e expectativas do paciente e dos pais, caso a criança esteja
envolvida. A abordagem da entrevista aberta, com os pacientes expondo suas
queixas de forma livre, pode causar ansiedade tanto no paciente quanto no
psicólogo. A objetividade na análise, no entanto, depende da capacidade de incluir o
subjetivo como parte da compreensão.
Além disso, o texto menciona a diferença entre os pais que procuram ajuda por
iniciativa própria e aqueles que são encaminhados por terceiros, destacando como
essas situações podem influenciar a colaboração dos pais no processo. Também é
abordada a inclusão da criança na entrevista, quando necessário, e a realização de
entrevistas em grupo familiar para compreender as dinâmicas familiares.
A importância de uma investigação ampla e profunda ao realizar um
psicodiagnóstico, destacando que a pesquisa deve ir além do indivíduo em foco (no
caso, a criança) e incluir todas as complexas interações dentro da família e o
contexto socioeconômico, político e cultural. O texto enfatiza a relevância de
compreender a "história vital" da criança, desde o momento da concepção, bem
como a influência da família no desenvolvimento.
Os autores sugerem que essa pesquisa deve ser flexível e adaptável,
evitando a utilização de roteiros de pesquisa preestabelecidos, que podem limitar a
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investigação e servir como instrumentos defensivos. Em vez disso, o psicólogo deve


confiar em seu conhecimento teórico, habilidades de observação e capacidade de
utilizar a contratransferência como guias na investigação. Além disso, as entrevistas
complementares podem ser valiosas para ampliar o conhecimento e revisar as
hipóteses diagnósticas iniciais.
O texto também menciona que esse processo de investigação adquire
características específicas quando realizado em uma instituição, onde o psicólogo
deve levar em consideração as peculiaridades da clientela e da própria instituição,
mantendo a qualidade do trabalho.
A entrevista devolutiva no contexto do psicodiagnóstico. A entrevista
devolutiva é um momento em que o psicólogo transmite ao paciente e aos pais as
conclusões diagnósticas obtidas ao longo do processo de avaliação psicológica.
O texto enfatiza que a entrevista devolutiva não deve ser realizada somente
no final do processo, mas que um profissional experiente pode fazer devoluções no
decorrer das entrevistas, sempre que compreender elementos significativos. A
transparência desde o início, informando aos pais e à criança que receberão
conhecimento sobre os resultados do diagnóstico, contribui para que se sintam
menos ameaçados.

Além disso, a devolução não deve se limitar aos aspectos patológicos, mas
também incluir os aspectos adaptativos. Deve ser realizada de forma compreensível,
evitando linguagem técnica excessiva. O texto destaca que a entrevista devolutiva é
uma oportunidade para a reintegração de elementos depositados na relação entre o
psicólogo, o paciente e os pais.
O texto também ressalta a importância de tratar a relação entre o psicólogo e
os pacientes com sensibilidade, evitando a relação de poder, o que pode prejudicar
a comunicação. O psicólogo deve estar preparado para essa situação, o que requer
um desenvolvimento contínuo pessoal e clínico, incluindo análise pessoal e
supervisão clínica. Em resumo, a entrevista devolutiva desempenha um papel crucial
no processo de psicodiagnóstico e requer sensibilidade, clareza e uma relação
terapêutica cuidadosamente gerenciada.
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