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INTRODUÇÃO DO PSICODIAGNÓSTICO
A construção de sentidos é basilar de toda e qualquer ação dos indivíduos.
O homem, por si mesmo, é inquieto e sempre questionará todas as coisas que
estão à sua volta. Quando se trata de si próprio, o sujeito não descansa enquanto
não decodifica os mistérios de sua existência encontrando assim, explicações
para seus anseios, desejos e labutas.
No campo da Psicologia, esse anseio humano se apresenta de diversas
formas, o que justifica as diversas abordagens dessa ciência, mas é, sem dúvida,
no campo do psicodiagnóstico, que a busca pela classificação se mostra mais
premente, o que exige atitude de vigilância, postura crítica e estudo aprofundado
das questões para não incorrer em exageros, rotulações desnecessárias e
patologizações massivas.
Insta mencionar que, saúde e doença vêm sendo compreendidas de
formas diferentes ao longo do tempo, sendo que as mudanças no modo de
entendê-las acompanham a evolução da ciência e da sociedade. Assim é que,
na Idade Média, a relação do homem com o mundo era marcada pela vida
coletiva, assentada nas tradições
e na crença de entidades poderosas que exigiam submissão, pois eram donas
do destino. Já no Renascimento, com as descobertas e a ampliação do
comércio, a multiplicidade de possibilidades traz consigo a sensação de
desamparo e incertezas quanto ao destino.
Nesse contexto, o psicodiagnóstico é de fundamental importância como
possibilitador de instrumentais capazes de dar sustentabilidade às ações dos
profissionais da Psicologia, diminuindo os riscos de enganos e contribuindo para
um conhecimento mais acurado a respeito da pessoa humana e, de modo
particular, dos pacientes/clientes que procuram os serviços da Psicologia.
As intervenções no Psicodiagnóstico Interventivo se caracterizam por
propostas devolutivas ao longo do processo, acerca do mundo interno do cliente.
São assinalamentos, pontuações, clarificações, que permitem ao cliente buscar
novos significados para suas experiências, apropriar-se de algo sobre si mesmo
e ressignificar suas experiências anteriores.
De acordo com Arzeno (1995) “a primeira e principal finalidade de um
estudo psicodiagnóstico é a de estabelecer um diagnóstico” (p.6) o que não
equivale, segundo ela, a “colocar um rótulo’, mas a explicar o que ocorre além
do que o paciente pode descrever conscientemente.”
Mesmo que, ao final de um processo psicodiagnóstico, o profissional
chegue a uma conclusão que implique em identificar possíveis psicopatologias
e, até mesmo, a descrevê-las, o objetivo maior de todo o processo diagnóstico,
é utilizar os instrumentais da Psicologia para compreender a pessoa e,
sobretudo, contribuir com a autocompreensão por parte da mesma.
Ainda cabe destacar, que no caso do psicodiagnóstico infantil, esse
processo pressupõe a implicação da família na problemática, atribuída à criança,
na queixa. Parte da ideia de que, se a criança apresenta um comportamento que
atinge os pais, mobilizando-os a procurar por um psicólogo, a família está, de
algum modo, envolvida no problema.
Por fim, sabe-se que saúde e doença não podem ser vistas de forma
dicotômica, e sim como parte de um único processo no qual saúde não é o
simples fato de não ter doença ou vice-versa. Assim, a “doença mental” pode
passar a ser pensada como a construção de “outros modos de existência”, diante
da dificuldade de responder, de maneira “habilidosa”, aos fatos do existir.
ATIVIDADE PSICODIAGNÓSTICO
A partir dos slides enviados e conteúdos vistos e mais o Cap. 7 da
ARZENO, usar como ponto de partida o filme que já foi solicitado a algumas
semanas que assistissem sob a ótica psicodiagnóstica: DIVERTIDA MENTE
Trabalho INDIVIDUAL SEM CÓPIA DA INTERNET SOB PENA DE ANULAR A
NOTA.
Enviar até quarta-feira para meu e-mail em PDF, na próxima aula, haverá
apresentação e discussão em sala de aula PRESENCIAL.
Usar a personagem principal como paciente e ESCOLHER DUAS OU TRÊS
EMOÇÕES, como sintomas e a partir de então formular:
CASO
a. Queixa passiva
Paciente apresentou autocuidado, mostrou-se desajeitada, apática,
discurso aflito, monótono e com tempo de reação lento, humor triste,
autodepreciativo, choroso, gravemente deprimido, congruente com o humor,
estado de memória preservado, ausência de alterações senso-perceptivas,
integração das funções psicomotoras, insight emocional verdadeiro e inteligência
aparentemente dentro da média clínica, paralelamente apresentou sentimento
de alegria, satisfação interior, bem-estar, disposição, positividade, extroversão,
capacidade para o relacionamento e autoestima.
b. Questões que faria para tornar ativa
c. História (pequena, a partir do filme)
Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade, que enfrentou
mudanças importantes em sua vida de forma interna e externa, sendo
respectivamente a transição da fase da infância para adolescência e quando
seus pais decidiram deixar a sua cidade natal. Desde então, Riley passa a
conviver várias emoções diferentes, como a Alegria e tristeza.
d. Planejamento do psicodiagnóstico
Planejamento de avaliação, seleção dos intrumentos diagnósticos e aplicação
de testes.
e. Testes (é preciso definir o que os testes avaliam) a serem usados e com
quais objetivos foram selecionados.
Aplicação de teste projetivo H-T-P, com a função de avaliar a
personalidade e de suas integrações com o ambiente. Visando coletar
informações de como uma pessoa experiência a sua individualidade em relação
ao ambiente do lar e em relação a outras pessoas estimulando a projeção de
elementos da personalidade de áreas de conflitos. Após o término do teste, será
apresentado à paciente a família terapêutica para brincar de forma livre para que
dessa forma a criança expresse suas fantasias, desejos e experiências de forma
simbólica, através dos jogos e brinquedos. Em outro momento, será realizada a
aplicação do teste das fábulas, tendo em vista que, através dessa técnica é
possível explorar histórias incompletas como estímulo para investigar conflitos
inconscientes, assim, ao completar as histórias, a criança projeta suas atitudes,
motivações, conflitos, esquemas de reações pessoais.
f. Devolutiva para os pais e para a criança
Devolutiva aos pais: Apresentou-se aos pais que a filha: é portadora do
Transtorno depressivo persistente (distimia) grave, com episódio depressivo
maior persistente e com características melancólicas, que podem vir a ser
superadas com ajuda contínua da família e amigos e profissional da psicologia.
Para tanto se indicou o encaminhamento psicológico, para que possam ser
trabalhados seus medos e bloqueios emocionais, principalmente de autoestima.
Ademais, se deu o encaminhamento para que a examinanda fosse indicada para
psicoterapia de orientação cognitiva-comportamental, apontada como
extremamente eficaz para manejo de sentimentos e emoções provenientes de
eventos traumáticos e perdas não vivenciadas (Habigzang, et. al, 2009). A
terapia cognitiva comportamental visa a resolução de problemas, a colaboração
entre terapeuta-paciente, qual juntos atuam como uma equipe e tem por objetivo
auxiliar o paciente a ser seu próprio terapeuta, aprendendo habilidades
especificas para serem usadas durante a vida do paciente.
Devolutiva para criança: Foi utilizada história infantil para facilitar a
comunicação com a paciente, tendo em vista trata-se de uma criança em fase
de transição para adolescência, a história foi realizada a partir dos dados trazidos
pela criança e sua família, com o objetivo de integrá-los. Elas apresentam os
principais conflitos e medos. Pode-se perceber que paciente reagiu de diferentes
formas no momento de ouvir a história. O que demonstra indícios do quanto à
criança se reconheceu na história e em sua família.
Na história que lhe foi contada, havia uma menina que se viu obrigada a
mudar de cidade com os pais e o seu processo de adaptação na vida nova
envolveu as emoções (Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho) que moldavam
o seu comportamento. Foi demonstrado através de personagens lúdicos o
funcionamento cerebral da personagem principal e como ela se comporta
socialmente. Dessa forma, ao final a paciente disse que parecia com ela a
personagem da história contada.
ATIVIDADE
Para compor o Portfólio/2020 Turma Psi 082
Responda e comente se entender que seja importante.
1. Quanto a avaliação psicológica/ Psicodiagnóstico, indique a
importância sobre:
Saber comunicar os resultados ao cliente/paciente de maneira
compreensível.
o Não importante
o Pouco importante
o Muito importante
2. Indique o seu grau de confiança/ domínio sobre: comunicar resultados
ao cliente/paciente de maneira compreensível.
o Nenhum domínio
o Pouco domínio
o Domínio completo
3. Quanto ao ensino sobre instrumentos na graduação você considera
importante, indique o quanto:
o Muito pouco
o Importante
o Muito importante
4. Para a sua formação profissional, você considera importante o
conhecimento dos testes e sua aplicação?
o Sim
o Não
o Muito
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADRADOS, I. Manual de Psicodiagnóstico e Diagnóstico Diferencial. Petrópolis:
Vozes, 1980.
ANCONA-LOPES, M. Contexto geral do diagnóstico psicológico. In: TRINCA, W.
Diagnóstico Psicológico. São Paulo: EPU, 1984.
ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995.