Você está na página 1de 35

OLHAR DA PSICANÁLISE SOBRE A OBESIDADE

Relatório Final
Laurita dos Santos Vale

RA: 3019114330
6° C Noturno - Vila Prudente

Uninove
São Paulo
2021
LAURITA DOS SANTOS VALE RA: 3019114330

OLHAR DA PSICANÁLISE SOBRE A OBESIDADE

Relatório Final do Estágio Básico


Supervisionado, para obtenção de nota a fim de
fechamento do semestre em nome do curso de
Psicologia apresentado à Universidade Nove de
Julho - Uninove.
Orientador: Prof° Isaías Gonçalves Ferreira.

Uninove
São Paulo
2021
RESUMO

Atualmente há um crescimento da obesidade e da procura pela cura para essa


doença. Embora o envolvimento do psicanalista seja importante, as diferenças entre a
orientação do trabalho do psicanalista e a da área médica muitas vezes dificultam o
diálogo entre eles. O objetivo deste trabalho é pensar a obesidade na perspectiva da
psicanálise, estabelecendo uma conexão introdutória entre os conceitos importantes da
psicanálise, que sustentam a possibilidade de que a obesidade seja um sintoma mental
manifestado por meio do corpo. Portanto, os pesquisadores investigaram como a
satisfação que os obesos buscam por meio da alimentação está relacionada ao seu impulso
interior, à busca constante pela satisfação e às estratégias necessárias para alcançá-la.
Porque o limite da expressão de dor do sujeito é corpo.

Palavras-chave: Psicanálise, Obesidade, Corpo, Foucault, Freud.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

2. OBJETIVO ................................................................................................................ 5

3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 6

4. MÉTODO .................................................................................................................. 7

5. DISCUSSÃO............................................................................................................. 8

5.1. Avanços Sobre A Obesidade ............................................................................. 8

5.2. O Entendimento e Tratamento Psicanalítico Para Obesos................................. 8

5.3. Perspectivas que O Estudo Oferece ................................................................... 9

5.4. Obesidade Na Perspectiva Psicanalítica ............................................................ 9

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 11

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 12

8. ANEXOS ................................................................................................................. 14

8.1. Relatório Parcial 1 ........................................................................................... 14

8.2. Relatório Parcial 2 ........................................................................................... 18

8.3. Relatório Parcial 3 ........................................................................................... 22

8.4. Relatório Parcial 4 ........................................................................................... 27

8.5. Relatório Parcial 5 ........................................................................................... 31


3

1. INTRODUÇÃO

No século XIX, o obeso era visto como uma pessoa que possuía problemas de
autoestima, com restrições intelectuais, com mau funcionamento mental, covarde e egoísta,
visto que a obesidade era compreendida como o resultado de problemas morais. Farah (2019)
informa que as pessoas com sobrepeso ou obesidade possui o corpo biologicamente modificado,
podendo ou não ter consequências em órgãos internos e transtornos metabólicos. No estudo
realizado por Monteiro, Conde e Castro (2003), observou-se aumento da obesidade entre 1975
e 1989. Nos anos seguintes, esse aumento foi maior entre a população sem nenhum tipo de
conhecimento, destaca que entre as mulheres com ensino médio e/ou superior, o percentual de
casos de obesidade diminuiu. No Brasil, a obesidade aumentou 70% entre 1975 e 1989,
indicando que essa doença está gradualmente se tornando um problema mais sério do que a
fome como destaca Dobrow junto a vários autores (2002).
A obesidade não é considerada pela medicina um transtorno psiquiátrico embora muitos
sintomas psicológicos sejam fáceis de serem observados em pessoas obesas. Embora,
atualmente, seja considerada a importância dos psicológicos e/ou psicanalistas presentes nos
tratamentos, o principal foco ainda se encontra em procedimentos médicos, no entanto, a
recorrência do sofrimento psíquico nos faz pensar que a obesidade evidencia como a relação do
obeso com o corpo transcende o conceito de organismo vivo.
Com o crescimento de pessoas obesas no mundo, cresce-se junto a valorização do
"corpo perfeito". Foncesca e Chalhud (2009) em um de seus estudos destaca que a busca pela
magreza abre as portas para dietas irregulares e fórmulas milagrosas causando uma grande
perda na saúde, levando o ato de comer ser além de uma necessidade fisiológica, e sim tendo
um peso social. Embora a obesidade não ser destacada como um transtorno alimentas, vários
atores realizam a inclusão nesta categoria, por se assemelhar aos demais transtornos, como
destaca Malaquias (2014).
Farah (2019) destaca em seu artigo que o sobrepeso e a obesidade podem ser
consequências da compulsão alimentar compulsiva, do ponto de vista psicanalítico, embora
Freud nunca tenha abordado o assunto da obesidade em seus escritos. Essa exposição entre
corpo e comida foi possível diante o confronto entre o corpo representado e o corpo biológico
permitiu a Freud tematizar a sensualidade como elemento circulante entre esses campos na
produção de sintomas. Desta forma Hermann e Minerbo (1998) debatem a questão de forma
indireta, abordando a questão da moralidade na alimentação como causa dos transtornos
4

alimentares, como Berg (2008), em sua dissertação de mestrado, articula o problema da


obesidade no desenvolvimento humano a partir de conceitos freudianos.
Os transtornos alimentares dominam uma posição de intersecção entre a infância e a
vida adulta, entre o psíquico e o somático, entre o indivíduo e o social. Essa posição de
cruzamento mostra um possível vínculo entre os transtornos e o procedimento de mudança,
tanto sociocultural, quanto pela inaceitável expressão puramente psíquica e representativa
dessas dificuldades, o que obriga o indivíduo a utilizar o recurso comportamental, a inscrição
corporal, para oferecer rédea livre para as emoções.
5

2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é pensar a obesidade na perspectiva da psicanálise,


estabelecendo uma conexão introdutória entre os conceitos importantes da psicanálise, que
sustentam a possibilidade de que a obesidade seja um sintoma mental manifestado por meio do
corpo. Portanto, os pesquisadores investigaram como a satisfação que os obesos buscam por
meio da alimentação está relacionada ao seu impulso interior, à busca constante pela satisfação
e às estratégias necessárias para alcançá-la. Porque o limite da expressão de dor do sujeito é
corpo.

E como objetivos específicos, pretende-se:


 Apresentar o conceito de obesidade.
 Entender as causas da obesidade.
 Identificar a relação da obesidade com a psicanálise.
 Entender como a psicanálise pode ajudar em relação a obesidade.
6

3. JUSTIFICATIVA

A alimentação é uma necessidade biológica, porém também pode estar relacionada com
fatores emocionais que podem causar vários tipos de distúrbios alimentares, dentro deste estudo
irmos abordar a compulsão alimentar com foco na obesidade, buscando conscientizar a
sociedade sobre importância de ter uma qualidade de vida mais ativa e saudável.
A obesidade está presente em todas as faixas etárias, sendo assim é de suma importância
compreender sua causa, pois nem sempre a obesidade está relacionada ao excesso alimentar,
podendo também está diretamente relacionado a outros fatores como por exemplo a genética
familiar do indivíduo.
É importante ressaltar que a obesidade pode ser classificada em vários graus, indo de
leve a mórbida e dentro deste contexto podem surgir patologias diretamente ligadas a ela, tais
como: diabetes, pressão alta, colesterol elevado entre outras. Por isso a importância do estudo
dentro do contexto da sociedade buscando entender as suas principais causas.
Este estudo se justifica em razão de aprofundar e incentivar a sociedade ter uma
qualidade de vida mais ativa e saudável, mas também promover um novo olhar sobre a
obesidade para anular a responsabilidade social que a pessoa obesa sofre socialmente e assim,
mostrar como a psicanálise e a medicina podem ser envolvidos no processo de tratamento. A
causa da doença é considerada multifatorial e que incluem questões: genéticas, sociais,
culturais, ambientais, emocionais e psicológicas.
7

4. MÉTODO

Realizamos este trabalho em modelo de pesquisa qualitativa, sendo capaz de tornar


muito visível o problema atual e relevante em nossa sociedade, também alertar a importância
de uma equipe multidisciplinar para tratar a obesidade do paciente e trazemos o olhar
psicanalítico de toda a situação em que o sujeito se encontra.
Através da literatura retirada de livros e artigos na internet, descobrimos o que autores
como Freud diz sobre a obesidade na perspectiva psicanalítica e foi através de leitura que
notamos a problemática de uma sociedade que direcionou o olhar tardiamente a esta condição.
O trabalho foi feito em grupo, com encontros parciais, dividido em partes para cada
participante e analisado por todos para melhor compreensão do mesmo. Houve encontros
quinzenais para discussão, conversamos sobre a qualidade de vida humana, razões para o
indivíduo estar obeso, como Freud, Foucault e outros autores abordam o assunto.
Contudo, podemos concluir que a obesidade tem um fator psicológico muito grande e o
acompanhamento psicológico é indispensável para a qualidade de vida deste paciente.
8

5. DISCUSSÃO

5.1. Avanços Sobre A Obesidade

O conteúdo do tema abordado neste estudo, considera que a obesidade se caracteriza


como um problema social, biológico e psicológico de maneiras diferentes, pois, de acordo com
a OMS (Organização Mundial da Saúde) ela pode ser uma doença com nível epidêmico, sendo
atribuída a fatores desenvolvedores genéticos, ambientais e psicológicos. Apesar de todos os
estudos, existem muitos pressupostos sobre o motivo. Antes do século XIX, a obesidade era
tratada pela medicina apenas como uma patologia e não como um transtorno psiquiátrico
Associação [APA] (1994); e Halmi, KA (1994), ambos referidos por Segal e Fandiño (2002, p.
70). Essa afirmação consistiu em dar ênfase ao tratamento médico apenas, mesmo que
encontrado fatores psicológicos nos obesos (BENEDETTI, 2003; LOLI, 2000). A partir disso,
entende-se que a depressão e a ansiedade sejam problemas relacionados ao campo orgânico e
que se apoiam a outra causa. Com os avanços da pesquisa a medicina começou a entender a
importância de psicólogos e psicanalistas em casos de obesidade. No tratamento, várias vezes,
pode-se encontrar uma aliança entre psicólogo, médico e nutricionista (CORDÁS, 2002),
porém, deve-se destacar que a aceitação de outros profissionais pela medicina só foi possível
se a psicologia e a nutrição fossem adaptadas ao modelo médico, que serve de conhecimento
coadjuvante para o trabalho do médico, mas não como determinante efetivo ou fator limitante
na tomada de decisões quanto à análise e tratamento de uma área do conhecimento sobre outra.

5.2. O Entendimento e Tratamento Psicanalítico Para Obesos

Conceito sobre o desenvolvimento psicossexual de Freud, na infância, a criança


necessita dos cuidados da mãe integralmente para sua melhor adaptação, levando em
consideração os estudos de Freud, apesar de não abordar assunto como a obesidade, ele criou o
conceito sobre o desenvolvimento psicossexual onde o bebê tem seu prazer no ato de sugar o
leite, em sua fase oral, e quando esta não acontece de maneira saudável, pode-se levar a um
futuro adulto com comportamentos compulsivos relacionados a comida (Freud, 1976).
O que o tratamento da obesidade não é necessário apenas para o corpo e sim tratar o
todo ‘’ psique e corpo’’, e para isso estudos como os de Freud e outros teóricos podem ser
utilizados como base para o tratamento psicológico. A psicanálise tem como objetivo acolher o
paciente como um todo, sem o julgar por sua forma física, gordura corporal ou medidas, mas
pelo vazio psíquico que busca saciar uma fome inconsciente, através de uma qualidade de
escuta, para o entendimento dos comportamentos compulsórios.
9

5.3. Perspectivas que O Estudo Oferece

A literatura estudada permite entender as necessidades de novas abordagens quando a


sociedade tem a oportunidade de iniciar o tratamento de pessoas obesas partindo da importância
psicológica envolvida em todo esse processo em que o estudo apresenta, dado que muitos desses
obesos sofrem de depressão e ansiedade e muitas vezes não entendem o porquê se alimentam
acima da nutrição recomendada e a psicanalise se tornou fundamental nesses casos para
identificar a singularidade que cada paciente obeso apresenta no consultório. A análise
individual mostra que existem vários fatores e que cada paciente leva consigo uma fome
diferente do outro que podem ser: perda do objeto de desejo ou pessoa (luto), erotização oral
ou fixação na fase oral, a contrariedade do corpo real e o imaginário, experiência com a comida
e fatos relacionados a infância. Clínicas de estéticas que aderem a cirurgias bariátricas,
lipoaspiração e atendimento a obesos em hospitais podem incluir em seu protocolo o
atendimento com um psicanalista para melhor equilibra a questão “corpo e mente”.

5.4. Obesidade Na Perspectiva Psicanalítica

Uma forma de entender a obesidade na perspectiva psicanalítica é através da teoria


Freudiana. De acordo com Freud, as crianças passam por cinco fases do desenvolvimento. A
primeira é a fase oral que vai de zero há um ano, a segunda é a fase anal que vai de um a três
anos, a terceira é a fase fálica que vai dos três a cinco anos, a quarta fase é o período de latência
que vai dos cinco anos até a puberdade e a quinta fase é a genital que engloba puberdade e a
vida adulta. Contudo, vale ressaltar que essas fases não necessariamente se encerram nestas
respectivas idades, assim pode ocasionar conflito entre as fases de desenvolvimento. Existe
também a possibilidade de o indivíduo ter fixação por alguma dessas fases e isso pode acarretar
uma série de sintomas advindas desta fixação.

(...) como características da vida sexual infantil, que é essencialmente autoerótica


(encontra seu objeto no próprio corpo) e que seus instintos parciais se empenham na
obtenção do prazer, em geral, sem conexão entre si e de forma independente. O
resultado do desenvolvimento é a chamada vida sexual normal do adulto, na qual a
obtenção de prazer ficou a serviço da função reprodutiva e os instintos parciais, sob o
primado de uma única zona erógena, formaram uma organização sólida para alcançar
a meta sexual num objeto sexual externo (FREUD 1901-1905, pag. 107).
10

Podemos relacionar a obesidade com uma dessas fases: a oral, durante esse
período, a zona erógena concentra-se na boca. Segundo Breuer e Freud (2006 [1893/1895]),
nessa fase a satisfação supera a fome e o simples sugar para se manter nutrido.
Sendo assim, a obesidade pode se relacionar com a fixação do sujeito na fase oral. Pois
a mesma pode se manifestar através de alcoolismo, tabagismo e o mais importante para a nossa
pesquisa, a compulsão por comer e/ou mastigar. Já que o indivíduo busca pelo prazer oral, ele
estará sempre em busca de algum estímulo oral. Isso pode ocorrer pela falta de amamentação
da criança ou pelo excesso, as duas situações podem gerar uma deficiência em tal fase,
ocasionando a fixação.
Encarando a obesidade com um sintoma dessa fixação, (FREUD, 1916, p. 141) aponta
que “um sintoma é um produto consideravelmente deformado da
satisfação inconsciente de um desejo libidinal, um produto equívoco, habilmente
escolhido e possuindo duas significações diametralmente opostas”.
11

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A causa da obesidade é complexa e engloba diversos fatores. Fatores esses que podem
ser desencadeados por outros problemas psíquicos, como depressão, ansiedade, e por questões
genéticas e ambientais. A sociedade tem uma resistência antiga em aceitar esses sujeitos, o que
acaba trazendo à tona problemas com a autoestima, que causa uma necessidade ilusória em
busca de um corpo ideal.
A psicanálise se tornou essencial para o entendimento dessa compulsão alimentar,
especialmente no processo de aceitação de si mesmo.
É preciso promover ações para conscientização das causas que despertam essa doença
e incentivar melhores hábitos alimentares na sociedade, para melhor aceitação desses sujeitos.
Para a psicanálise, a obesidade se desenvolve na infância, quando a criança demanda
dos cuidados maternos, em sua fase oral, onde o bebê sente prazer durante a amamentação. Para
Freud, se esse ato não ocorrer de maneira correta, possui potencial para no futuro desenvolver
problemas compulsórios em relação à comida.
Este trabalho teve objetivo de mostrar a importância da psicanálise quando o assunto é
obesidade, um problema atual e em constante crescimento na sociedade. Apresentar uma
perspectiva psicanalítica sobre a origem dessa doença, as diversas causas, os diferentes modos
que se manifestam, e os efeitos dela em cada corpo. Entender essa satisfação por meio da
alimentação, para não se transformar numa compulsão e então ser tratada do modo mais
adequado.
Por tanto, não podemos considerar o tratamento da obesidade apenas para o corpo. A
psique e corpo caminham juntos e precisam estar alinhados para a melhor qualidade de vida do
ser humano e é através da psicanálise que é possível deixar o problema resolvido, questionando
as razões e vivências que trouxeram o indivíduo a esse momento de sua vida.
12

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERG, Raquel. Uma análise freudiana da obesidade. biblioteca24horas, 2008. Disponível


em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=Z8RDhcJGl2YC&oi=fnd&pg=PA174&dq=BERG,+Raquel.+%E2%80%9CUm
a+an%C3%A1lise+freudiana+da+obesidade%E2%80%9D.+Programa+de+P%C3%B3s-
Gradua%C3%A7%C3%A3o+em+Sa%C3%BAde+e+Desenvolvimento+Humano,+Instituto+
de+Psicologia+S%C3%A3o+Paulo+-
Disserta%C3%A7%C3%A3o+de+Mestrado+&ots=b7dDVWZRmK&sig=5bcBZqaVcFQfkI
VB0lLpzALYjmI#v=onepage&q&f=false.

BERG, Raquel. Medicina, Freud e obesidade: diálogos multidisciplinares sob a perspectiva de


Foucault. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, v. 14, p. 183-196, 2011. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S1516-14982011000200002

BENEDETTI, Carmen. De obeso a magro: a trajetória psicológica. Vetor Editora, 2003.

BREUER, J.; FREUD (1893[1895]). Estudos sobre a histeria. Coleção Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, Vol. 2, Rio de Janeiro: Imago. 2006.

CORDÁS, T. A. Participação do psiquiatra e do psicólogo na fase perioperatória: a participação


do psiquiatra. Cirurgia da obesidade. São Paulo: Atheneu, p. 71-4, 2002.

FARAH, Juliana Ferreira Santos. Emagrecer é uma barra (de chocolate): a psicanálise de
grupo no tratamento de pacientes com queixas em relação a sobrepeso e obesidade. 2019.
Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) - Instituto de Psicologia, University of São Paulo,
São Paulo, 2019. doi:10.11606/D.47.2019.tde-03092019-151344.

FREUD, S. Resumo das Obras Completas. Livraria Atheneu, 1984.

FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905ª). In: FREUD, Sigmund. Edição
Standard brasileira das obras psicológicas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
V.7, p. 125 – 240.

MALAQUIAS, Daiana Ferreira. Obesidade Mórbida: uma abordagem psicanalítica.


Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Jorge Amado – UniJorge, Bahia, 2014.
Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0367.pdf.

Revista Pesquisa Fapesp. n. 140, p.40-44, out. 2007. FOUCAULT, M. (1995) A arqueologia
do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
13

(2000) As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins
Fontes.

(2006a) A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de


dezembro de 1970. São Paulo: Loyola.

(2006b) A história da sexualidade: A vontade de saber. São Paulo: Graal.

(2006c) O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária


14

8. ANEXOS

8.1. Relatório Parcial 1

NOME: R.A.:

Ariane Pereira Alves 3019111933

Cristian Bruno de A. Espindola 419100855

Emilly Belo dos Santos 1419105048

Laurita dos Santos Vale 3019114330

Leticia Amorim Pereira 3019109150

Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961

Raquel Teixeira Flávio 1419100929

Vagner R. Bortoletto 3019114971

Estágio Básico supervisionado: Práticas em Atividade: Relatório Parcial


Psicanálise

Tema: O INÍCIO DO TRATAMENTO

Professor: Isaías Gonçalves Ferreira Turno: Noturno

Data da Entrega: Unidade: Vila Prudente

Título do Texto base: SOBRE O INÍCIO DO TRATAMENTO Ano: 1913


(NOVAS RECOMENDAÇÕES SOBRE A TÉCNICA DA
PSICANÁLISE I) (1913)

Autor: ZUR EINLEITUNG DER BEHANDLUNG


15

RELATÓRIO PARCIAL

SOBRE O INÍCIO DO TRATAMENTO (1913)

De acordo com BEHANDLUNG (1913) o início do tratamento psicológico é comparado


a um jogo de xadrez onde a sua abertura e fechamento depende da dinâmica na variedade de
jogadas que desafiam um resultado em questão e seus participantes se dispor a cumprirem as
regras que são estabelecidas. Assim acontece nos primeiros passos do tratamento.
BEHANDLUNG (1913) ainda cita em seu artigo que para obter uma qualidade de análise
adequada para o alívio das queixas do seu paciente é necessário esclarecer todas as questões no
começo do seu tratamento, onde o analisando, chega cheio de dúvidas e sem parâmetros de
como funciona uma terapia psicanalítica. O autor enfatiza também sobre a importância de
entender sobre a queixa e os sintomas que traz o paciente até o psicanalista, e através disso
identificar as demandas no consultório, além de investigar nesse primeiro contato se é de
competência desse terapeuta trabalhar com o paciente em questão, ou seja, uma prévia
entrevista.
Segundo BEHANDLUNG (1913), todas as regras envolvidas no início do
tratamento podem ser chamadas de “recomendações” pois a sua prática não se torna uma
obrigatoriedade já que outros métodos muitas vezes que parecem errôneos, podem levar ao
caminho desejado, mas que suas recomendações foram criadas de forma em que foi identifica
uma eficácia na maioria de seus pacientes.
Conforme BEHANDLUNG (1913) o paciente sempre tem um receio sobre o
início do seu tratamento e em quanto tempo alcança a “cura” dos sintomas. A resposta para essa
questão o autor recomenda ser respondida para o paciente de forma cautelosa pois nem o
próprio psicanalista tem essa uma resposta concreta pois todo o tratamento vai depender muito
das demandas durante a terapia, e por isso deve não existir um tempo suficiente para a “cura
“desse paciente, mas que devemos dar uma resposta clara de forma que não abale a
credibilidade do paciente em seu terapeuta. Depois de resolver esse questionamento, o
psicanalista pode elaborar e apresentar um plano de sessões de terapias semanais com o
analisando considerando o horário e o dinheiro a ser aplicado; Estes são pontos importante no
início. Cada sessão tem o tempo de 60 minutos e inicialmente pode ser feito em mais horas
semanais até que o paciente ao ter os sintomas aliviados possa realizar em menos vezes. O
paciente se torna responsável pelo horário determinado, ainda que não utilize do mesmo.
Segundo BEHANDLUNG (1913) Este acordo, que é aceito como natural para professores de
16

música ou idiomas na sociedade, pode talvez parecer rigoroso demais num médico, ou até
mesmo indigno de sua profissão. Tender-se-á a indicar os muitos acidentes que podem impedir
o paciente de comparecer todos os dias à mesma hora e esperar-se-á que sejam levadas em conta
as numerosas indisposições intervenientes que podem ocorrer no decurso de um tratamento
analítico prolongado. A minha resposta, porém, é: nenhuma outra maneira é praticável. Sob
regime menos estrito, as faltas ‘ocasionais’ aumentam de tal forma que o médico vê sua
existência material ameaçada; ao passo que, quando o acordo é seguido, acontece que
impedimentos acidentais não ocorrem de modo algum, e moléstias intervenientes, apenas de
modo muito raro. O analista quase nunca é colocado em posição de desfrutar de uma hora de
lazer pela qual é pago e da qual se envergonharia; e pode continuar seu trabalho sem
interrupções, sendo-lhe poupada a aflitiva e desconcertante experiência de 6 descobrir que um
intervalo pelo qual não se pode culpar está sempre sujeito a acontecer exatamente quando o
trabalho promete ser especialmente importante e rico em conteúdo.
BUHANDLUNG (1913) cita em seu artigo que depois de estabelecer o horário,
valores e algumas dúvidas do paciente, o objetivo posterior é criar durante a terapia um vínculo,
uma transferência ou rapport que facilita dar a esse paciente um feedback sobre seus os
significados ocultos das ideias de seu paciente em seu tratamento. Essas ideias podem ser
apresentadas como o desejo incestuoso pela mãe, uma infidelidade com a esposa ou esposo ou
que abriga o desejo de morte por ele(a), entre outras ideias. Por isso mesmo que o psicanalista
consiga rapidamente identificar no início do tratamento do analisando, ele não deve expor essas
ideias até que a transferência tenha sido sucedida. Esse processo pode também levar um tempo
significativo pois durante o tratamento o paciente pode apresentar dificuldade apresentar tais
ideias e adquirir resistências em expor algumas situações e até mesmo simular uma
imbecilidade de perda de memória sobre alguns momentos de sua história. A resistência durante
o tratamento não é algo raro e pode acontecer em vários casos. Segundo BEHANDLUNG
(1913) nas primeiras horas o paciente prepara que vai falar na terapia, aparentemente de
maneira a se certificar de que está fazendo bom uso do tempo dedicado ao tratamento. Cabe ao
médico dedicar – se por descobrir o caminho da transferência que a partir dela o fornecerá o
material patogênico do paciente.
Conforme BEHANDLUNG (1913) É tempo, agora, que empreendamos um
levantamento do jogo de forças colocado em ação pelo tratamento. A força motivadora primária
na terapia é o sofrimento do paciente e o desejo de ser curado que deste se origina. A intensidade
desta força motivadora é diminuída por diversos fatores - que não são descobertos até que a
análise se acha em andamento -, sobretudo pelo que 20 chamamos de ‘livro secundário da
17

doença’; e, mas ela deve ser mantida até o fim do tratamento. Cada melhora efetua uma sua
diminuição. Sozinha, porém, esta força motivadora não é suficiente para livrar-se da doença.
Duas coisas lhe faltam para isto: não sabe que caminhos seguir para chegar a esse fim a não
possui a necessária cota da energia para se opor às resistências. O tratamento analítico ajuda a
remediar ambas as deficiências. Fornece as quantidades de energia necessárias para superar as
resistências, pela mobilização das energias que estão prontas para a transferência; e, dando ao
paciente informações no momento correto, mostra-lhe os caminhos ao longo dos quais deve
dirigir essas energias. Com bastante frequência, a transferência é capaz de remover os sintomas
da doença por si mesma, mas só por pouco tempo - apenas enquanto ela própria perdura. Neste
caso, o tratamento é por sugestão, e não, de modo algum, a psicanálise. Só merece o último
nome se a intensidade da transferência foi utilizada para a superação das resistências. Somente
então a enfermidade tornou-se impossível, mesmo quando a transferência foi mais uma vez
desfeita, o que é seu destino. No decurso do tratamento, ainda é estimulado outro fator útil, que
é o interesse e a compreensão intelectuais do paciente. Mas ele, sozinho, mal entra em
consideração, comparado às outras forças que se acham empenhadas na luta, pois está sempre
em perigo de perder seu valor, em resultado da perturbação de juízo que se origina das
resistências. Assim, as novas fontes de força pelas quais o paciente é grato ao analista reduzem-
se à transferência e à instrução (através das comunicações que lhe são feitas). O paciente,
contudo, só faz uso da instrução na medida em que é induzido a fazê-lo pela transferência; é
por esta razão que nossa primeira comunicação deve ser retida até que uma forte transferência
se tenha estabelecido. E isto, podemos acrescentar, vale para todas as comunicações
subsequentes. Em cada caso, temos de esperar até que a perturbação da transferência pelo
aparecimento sucessivo de resistências transferenciais tenha sido removida.

Referências
BEHANDLUNG, ZUR EINLEITUNG DER. SOBRE O INÍCIO DO TRATAMENTO
(NOVAS RECOMENDAÇÕES SOBRE A TÉCNICA DA PSICANÁLISE I) (1913): Imago,
1913. Texto encontrado na obra de Sigmund Freud em “O caso Schreber, Artigos sobre
Técnicas e outros trabalhos (1911 e 1913) disponível em: http://conexoesclinicas.com.br/wp-
content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-12-1911-1913.pdf
18

8.2. Relatório Parcial 2

NOME: R.A.:
Ariane Pereira Alves 3019111933
Cristian Bruno de A. Espindola 419100855
Emilly Belo dos Santos 1419105048
Laurita dos Santos Vale 3019114330
Leticia Amorim Pereira 3019109150
Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961
Raquel Teixeira Flávio 1419100929
Vagner R. Bortoletto 3019114971
Estágio Básico supervisionado: Práticas em Atividade: Relatório Parcial
Psicanálise
Tema: “Setting e contrato”
Professor: Isaías Gonçalves Ferreira Turno: Noturno
Data da Entrega: 23/09/2021 Unidade: Vila Prudente

Título do Texto base: Fundamentos psicanalíticos: Teoria, Ano: 1999


técnica e clínica - uma abordagem didática.
Autor: ZIMERMAN, David E.

RELATÓRIO PARCIAL
“Entrevista Inicial: Indicações e Contraindicações – O Contrato” (1999)

No início do acompanhamento psicológico é de suma importância realizar uma


entrevista inicial, pois de acordo ZIMERMAN (1999) ao assumir a responsabilidade de iniciar
um tratamento psicanalítico se faz necessário realizar uma entrevista inicial para que o
psicanalista possa ter uma ideia clara das condições psíquicas e pragmáticas que tanto ele como
o pretendente à análise possuem antes de enfrentar uma empreitada de situações, pois este
acompanhamento deverá percorrer muitos anos e marcados por períodos difíceis, de muitos
imprevistos, incertezas e sofrimentos.
ZIMERMAN (1999) irá destacar que em muitos casos o psicanalista já pode ter
estruturado um projeto de terapêutico, pensado nas mudanças estruturais e caracterológicas,
conduta e o desabrochar de capacidades, pois é neste momento que a expectativa do paciente
19

está direcionada para aliviar suas dores, angústias e sofrimentos e paralelamente a procura pela
cura também busca estabelecer vínculo com o analista, que é figura substituta de sua mãe
simbiótica ou faltante. A maioria dos pacientes acreditam que irão resolver suas questões sem
realizar nem uma mudança pessoal ou sem ter esforço algum.
É através da entrevista inicial que o psicoterapeuta tem a oportunidade de ter uma
impressão razoavelmente segura de como o paciente processa a comunicação entre o seu
consciente e o inconsciente, reconhece que está realmente precisando do acompanhamento
terapêutico e que irá precisar realizar mudanças em sua forma de viver, se a sua forma verbal
de comunicar é veraz, ao mesmo tempo em que a comunicação não verbal merece uma
particular atenção do analista, além de outros tantos aspectos que serão abordados mais adiante
(ZIMERMAN, 1999).
O tipo de comunicação evidenciada entre o par analítico é um possível medidor ou
indicativo da personalidade do paciente, dando a possibilidade de observar como, sem perceber,
ele mobiliza nas outras representações iguais àquelas que ele está se queixando e dos quais se
diz vítima.
O terapeuta deve ter em mente, de maneira clara os seus limites e as possibilidades de
alcance. O instrumento de avaliação do analista é o reconhecimento do estado de sua mente, ou
seja, relacionar a percepção dos fatos exteriores principalmente quando não coincidirem com
valores e crenças.
Resumidamente, o objetivo principal da entrevista inicial é avaliar a analisabilidade e a
acessibilidade do pretendente a análise, considerando o perfil do paciente, que atualmente
procura o tratamento com propósitos diferentes daquele que caracterizava os tempos dos
psicanalistas do princípio.
A procura pela psicanalise ocorre pela indefinição do sentimento de identidade, pela
procura por parte de pessoas que apresentam um funcionamento psíquico muito regressivo,
como é o caso de psicóticos, dos borderline, diversas formas de perversões, graves transtornos
de alimentação, alguns quadros de psicopatias, pacientes dogmatizadores, drogadictos, graves
neuroses incapacitantes e, enfim, um grande contingente daqueles que constituem o que vem
sendo denominado de pacientes de difícil acesso (ZIMERMAN, 1999).
Para ZIMERMAN (1999) o paciente na entrevista inicial irá relatar suas queixas
generalizadas de que está cansado de ser explorado e que pessoas que aparentavam ser suas
amigas o traiu e o decepcionou, projetando neste primeiro momento o medo de que mais cedo
ou mais tarde, venha a ocorrer o mesmo com a pessoa do analista que também está́ aparentando
ser uma pessoa amiga.
20

Após a realização da avaliação e de ter analisado os pros e os contras tanto do


psicanalista como do paciente, ambos chegando à conclusão de que querem dar início ao
acompanhamento é muito importante que após está decisão ambos definam em comum acordo
“as combinações básicas que servirão como os referenciais essenciais da longa caminhada que
irão palmilhar, por meio daquilo que se convencionou denominar de “contrato analítico”. Na
formalização do contrato alguns psicanalistas optam por de primeiro momento não aludir ao
uso direto do divã, esperando a oportunidade e o momento em que o analisado se senta mais à
vontade para deitar ou se preferir continuar realizando a análise sentado, “e para diminuir o
risco de o paciente, desde o início, conduzir-se passivamente, cumprindo a mandamentos e
expectativas dos outros, no caso o seu psicanalista”, ou seja, o analista ira conduzir o paciente
até o divã, quando ele achar que é o momento ideal, o divã não é um uso obrigatório na
psicanalise apesar da psicanalise ser muito conhecida pelo divã. O psicanalista irá analisar cada
caso como um e a partir disso encontrará suas necessidades, o divã não é indicado a todos os
pacientes e por isso cabe ao analista ser extremamente cuidadoso ao uso do mesmo para fazer
a terapia, enquanto o paciente não é conduzido para o divã o profissional deixará o paciente o
mais confortável possível para realizar a sessão frente a frente. (ZIMERMAN, 1999).
Durante a análise pode acontecer do paciente ter uma transferência que pode ser chama
de positiva ou negativa que ZIMERMAN (1999) irá descrever como:

Um analisando pode estar em uma transferência chamada de “positiva” (é assíduo,


pontual, serio, associa bem, demonstra uma afetuosidade, concorda com as
interpretações...), sem estar em uma verdadeira aliança terapêutica (até́ mesmo porque
a aparência de “positiva” pode não estar sendo mais do que uma fase de intensa
idealização) e, em contrapartida, ele pode estar numa fase da assim chamada
“transferência negativa” (contesta tudo, agride verbalmente, resiste com faltas,
atrasos, ameaças e actings...), e estar em plena aliança terapêutica, que lhe assegura o
direito de exibir o seu lado agressivo, e garante a continuidade do trabalho analítico (
ZIMERMAN, 1999, pág. 286).

Na entrevista inicial deve-se levar em conta o conceito dos “fenômenos transferenciais


contratransferências, as características reais de cada um do par analítico, quer de afinidade,
rejeição e, principalmente, da presença de possíveis “pontos cegos” no analista, segundo
aquelas pesquisas que foram efetivadas num curso de longos anos de duração, podem
determinar uma decisiva influência no curso de qualquer análise” (ZIMERMAN, 1999).
21

De acordo com ZIMERMAN (1999) é importante destacar que não existe uma maneira
universal de psicanalisar, que existe diferentes estratégias e táticas de abordagem para realizar
a análise, acabe a cada psicanalista decidir qual a
Deve estar claro, para o par analítico que isomorfia se difere da ideia de que o analista
se fixará como mãe ou pai ausentes ou falhos, mas, sim, que ele desemprenhará de maneira
transitória funções de maternagem ou equivalentes que o paciente necessita.
O analista deve desde a consulta inicial ser imparcial com seu paciente mantendo um
distanciamento afetivo, é necessário que haja um esclarecimento de total sigilo entre o analista
com o paciente durante as sessões, pois é responsabilidade do analista manter a ética do sigilo
de cada caso que ele irá analisar. É de extrema importância estabelecer no contrato o horário
que será definido para as sessões, se haverá reajustes, o analista deve mencionar possíveis
horários caso o paciente de falta e reposições, questões de férias tanto do paciente quanto do
analista devem ser esclarecidas, essas questões devem ser mencionadas logo no início do
tratamento para não haver divergências posteriores (ZIMERMAN, 1999)

Referências
ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos: teoria,
técnica e clínica - uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 2007. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536308142. Acesso em: 23 de
setembro de 2021
22

8.3. Relatório Parcial 3

NOME: R.A.:

Ariane Pereira Alves 3019111933

Cristian Bruno de A. Espindola 419100855

Emilly Belo dos Santos 1419105048

Laurita dos Santos Vale 3019114330

Leticia Amorim Pereira 3019109150

Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961

Raquel Teixeira Flávio 1419100929

Vagner R. Bortoletto 3019114971

Estágio Básico supervisionado: Práticas em Atividade: Relatório Parcial


Psicanálise.

Tema: “Associação Livre”

Professor: Isaías Gonçalves Ferreira Turno: Noturno

Data da Entrega: 07/10/2021 Unidade: Vila Prudente

Título do Texto base: Fundamentos da clínica Ano: 1912


Psicanalítica: recomendações ao médico para o tratamento
psicanalítico

Autor: Sigmund Freud.

RELATÓRIO PARCIAL
“Associação Livre: recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico”
(1912)
Sigmund Freud em recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico (1912)
propõe regras técnicas de acordo com sua experiencia que irá facilitar e auxiliar o tratamento
psicanalítico.
23

Freud ressalta que é de suma importância que analista tenha uma memória boa para que
consiga recordar e organizar as informações e acontecimentos que o paciente irá relatar, pois
também, precisará manter na memória várias informações importantes como nomes, datas,
detalhes importantes, diagnóstico e tratamentos do paciente não podendo confundir com
informações ou casos semelhantes de outros pacientes, ou seja, lembrando de todas as
informações igualmente e sem confundir os casos e pacientes (FREUD, 1912).
E para que o analista consiga lembrar de todas as informações Freud irá propor a técnica
que ela irá chamar de “Atenção Fluente” que consiste em economizar o esforço da atenção, não
querendo memorizar nada especificamente, prestar atenção uniformemente suspensa ao que se
está ouvindo (FREUD, 1912).
Freud enfatiza que ao seguir essa orientação o analista irá dessa forma:

Dessa forma, economizamos o esforço da atenção que, de resto, não conseguiríamos


mesmo durante muitas horas ao dia, além de evitarmos um perigo, que é inseparável
da postura atenta e intencional. Pois assim que afiamos a atenção intencionalmente
até um determinado ponto, começamos a selecionar em meio ao material apresentado;
fixamos uma parte de maneira bastante acurada, eliminando outra em seu lugar e,
nessa seleção, fiamos as nossas expectativas ou as nossas inclinações. Mas é
justamente isso que não podemos fazer; se na seleção seguimos as nossas
expectativas, corremos o risco de nunca encontrarmos algo diferente daquilo que já
sabemos; se seguirmos as nossas inclinações, certamente falsificaremos a possível
percepção (FREUD, 1912, pág. 71).

Em recomendações ao médico Freud não recomenda que o analista faça anotações de


grandes extensões nas sessões com o paciente, pois isso causa impressão que ele irá chamar de
desfavoráveis. Durante as sessões é importante realizar uma seleção nociva do material durante
as anotações que vão sendo realizadas, ocupando parte atividade intelectual, para interpretação
do que está sendo relatado pelo analisado (FREUD, 1912).
Segundo FREUD (1912) as anotações durante a sessão se justificam a partir da intenção
do terapeuta em realizar uma publicação científica sobre o caso em questão, porém segundo ele
é importante ter em mente que:

Registros acurados do histórico analítico de uma doença trazem menos benefícios do


que se poderia deles esperar. A rigor, eles pertencem àquela exatidão aparente da qual
a psiquiatria “moderna” nos disponibiliza vários exemplos notórios. Geralmente são
24

cansativos para o leitor e não conseguem substituir a sua presença na análise (FREUD,
1912, pág. 72).

Em muitos casos, a anotação durante a sessão gera um incomodo ao paciente e uma


certa dúvida sobre até onde ele sendo ouvidas pelo analista as questões que naquele momento
estão sendo expostas. Freud sugere que todo e qualquer tipo de anotação, sendo ela de: datas,
sonhos, queixas e pontos de grande importância, sejam anotadas pelo psicanalista somente após
o término da consulta. Ele deverá usar sua ‘’memoria inconsciente’’ pois aparecerá uma
repetição de fatos e assim que ocorrer, haverá uma contextualização e então o psicanalista
deverá se dar o foco a atenção flutuante. Assim, o paciente se sente mais confortável na sessão
e não tem a interrupção na atividade intelectual de ouvinte do próprio analista. Quando se é
abordado um caso, cientificamente é sugerido que já se tenha dado alta ao paciente, e quando
se é feitas anotações durante as sessões, é obtido menos benefícios do que poderia ser gerado
caso fosse uma sessão programada de uma maneira mais natural, ressaltando que a
recomendação segundo Freud é a anotar os fragmentos julgados importantes para análise após
a sessão (FREUD, 1912).

Os casos que mais têm sucesso são aqueles em que procedemos quase sem
intenção, nos surpreendendo com cada mudança de rumo e com que nos
defrontamos sempre desarmados e sem preconcepções. (Freud, 1912, p.73)

O analista de fato lida com muitas questões e uma delas é a melhora de seu paciente,
tendo em vista que, nem todo caso, o psicanalista que está em atendimento irá conseguir realizar
esse processo. Também é parte do papel do analista saber quando o caso deve ser passado
adiante para outro terapeuta dar sua devida continuidade. No entanto, o objetivo da terapia é
que o psicanalista consiga obter alta no progresso das sessões, como todo e qualquer
profissional da área da saúde. Porém, para se fazer uma análise, é preciso ser analisado e essa
foi uma condição imposta pela escola analítica de Zurique, que determinou a todo àquele que
quiser executar uma análise, sendo analisado junto ao especialista, assim tendo suas vantagens,
de uma forma saudável o analista que será analisado irá se aperfeiçoar, conhecer, obter o
autocontrole, entre outras coisas que a terapia poderá lhe proporcionar. Entretanto, ele não
poderá se deixar levar pelas suas causas na terapia, se vendo em seus pacientes e misturando as
relações, não podendo influenciar o paciente e atiçá-lo aos seus desejos e atos, devendo assim
ser totalmente parcial e neutro, sem se deixar levar pelos seus próprios defeitos e conflitos, pois
25

o psicanalista está em uma posição de confiança e informações sigilosas serão expostas pelo
paciente na sessão (FREUD, 1912).
Segundo FREUD (1912), a experiencia clínica psicanalítica, vai além das técnicas e
recomendações. Consegue-se que o paciente, fique confortável para conversar sobre tudo o que
tem em mente e o que está guardado inconscientemente durante algum tempo por obra de
resistências convencionais. Ainda o torna mais incapaz de superar dificuldades e, em casos mais
graves, ela fracassa diante do paciente, que passa a querer inverter a relação, achando a análise
do médico é mais interessante que a sua própria. Também a resolução da transferência, que é
uma das tarefas principais do tratamento, é dificultada pela postura de intimidade do médico, e
o eventual ganho inicial ao final é mais do que anulado.
No entanto, a psicoterapia mistura uma parte de análise com uma porção de influência
por sugestão, para alcançar resultados visíveis em um espaço mais curto, tal como se torna
necessário em instituições, mas podemos exigir que ele próprio não tenha dúvidas sobre o que
está fazendo e que saiba que o seu método não é aquele da autêntica Psicanálise (FREUD,
1912).
Com isso, a atividade educativa acaba recaindo sobre o médico no tratamento
psicanalítico sem um intuito específico. Nesse momento, é comum que o terapeuta aponte
novos desafios e objetivos, depois de ver todo o caso avançando na melhoria. Logo depois de
libertar a pessoa da neurose, é comum que ele queira transformá-la em algo especialmente
notado, prescrevendo objetivos bastante altos para os desejos dessa pessoa, apostando numa
situação totalmente nova (FREUD, 1912).
Freud ainda alerta que é incorreto dar tarefas ao paciente, tais como reunir as suas
lembranças, meditar sobre um determinado período de sua vida e tarefas assemelhadas. Pois
acredita que ele terá de aprender antes, certamente o que não é fácil para ninguém admitir: que
pela atividade intelectual como a meditação, que pelo empenho da vontade e da atenção não
será resolvido nenhum dos mistérios da neurose, que só serão resolvidos através do seguimento
paciente da regra psicanalítica, que estipula o desligamento da crítica ao inconsciente e seus
derivados. Essa regra deve ser seguida de forma especialmente rígida com aqueles pacientes
que exercitam a arte de resvalar para a intelectualização durante o tratamento, e assim refletindo
muito e frequentemente com muita erudição sobre o seu estado resguardam-se, dessa forma, de
fazer algo para controlar aquele estado (FREUD, 1912).
É importante que a rede de apoio, família e amigos busquem o melhor acompanhamento
de seu caro, em busca de melhoria efetiva. Geralmente, é comum que haja resistência para fazer
26

o tratamento psicanalítico, mas em determinado momento será quase que inevitável, de modo
que nem se chega a começar o tratamento (FREUD, 1912).

Referências

FREUD, S (1912). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. IN: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Incompletas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Imago, 1996.
27

8.4. Relatório Parcial 4

NOME: R.A.:
Ariane Pereira Alves 3019111933
Cristian Bruno de A. Espindola 419100855
Emilly Belo dos Santos 1419105048
Laurita dos Santos Vale 3019114330
Leticia Amorim Pereira 3019109150
Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961
Raquel Teixeira Flávio 1419100929
Vagner R. Bortoletto 3019114971

Estágio Básico supervisionado: Práticas em Atividade: Relatório Parcial


Psicanálise.
Tema: “Neutralidade e Abstinência”

Professor: Isaías Gonçalves Ferreira Turno: Noturno

Data da Entrega: 14/10/2021 Unidade: Vila Prudente

Título do Texto base: Fundamentos da Ano: 1912


clínica
Psicanalítica: recomendações ao médico para o tratamento
psicanalítico
Autor: Sigmund Freud.

RELATÓRIO PARCIAL
Relatório parcial de “neutralidade e abstinência” (Fundamentos da clínica
Psicanalítica).
Em “Recomendações sobre o amor transferencial” (1915) Freud apresenta uma
importante ferramenta que pode ser utilizada em processo de análise clínica e que acompanha
a técnica de atenção flutuante, a abstinência. Freud orienta que, no decorrer da análise, o
paciente e principalmente o analista necessitam de certas abstenções. (ZIMERMAN, 2001)
28

Assim, o analista, como um princípio técnico, deve abster-se de fazer gratificações externas,
mais particularmente as que se referem ao amor transferencial.
O tratamento analítico deveria ser conduzido, tanto quanto possível, numa atmosfera
de privação, num estado de abstinência". Note-se, contudo, que abstinência não quer
dizer nem a reprovação de todas as satisfações, nem a abstinência sexual, mas sim,
"algo que tem muito mais a ver com as dinâmicas da doença e da cura. (TOAMSELLI,
2008) apud Freud.

Apesar desta ferramenta parecer subentendida aos analistas, Freud (1915) orienta que
os mesmos devem permanecer em alerta para tais situações.
Já dei a entender que a técnica analítica estabelece uma lei para o médico que lhe
impõe a recusa diante da satisfação exigida pela paciente carente de amor. O
tratamento precisa ser executado em abstinência; não me refiro aqui apenas à renúncia
física nem à renúncia de tudo o que se deseja, pois isso talvez nenhum doente
suportasse. Quero, antes, estabelecer o princípio de que a necessidade [Bedürfnis] e o
anseio [Sehnsucht] devem ser mantidos na paciente como forças motivadoras do
trabalho e da mudança e devemos evitar o abrandamento desses sentimentos por
substitutos. (FREUD, 1915, pág. 172).

Em seu trabalho “Recomendações sobre o amor de transferência” (1915), Freud coloca


em pauta uma situação especifica acerca do tema, que seria a de um sentimento “amoroso” do
analisando para com psicanalista, porém, podemos levantar outras considerações. Dessa forma,
abstinência se faz necessária para o analista a fim de preservar o percurso saudável da análise.
Abster-se pode significar também não interferir nas escolhas ou ações do analisando, seja
direcionando, julgando, opinando, entre outros.
Tanto para o terapeuta quanto para o analisando, a abstenção se faz importante a fim de
evitar que o paciente se torne dependente da “aprovação” do analista em atitudes tomadas fora
do consultório.
De acordo com ZIMERMAN (2001), a melhor forma de o analista atender às demandas
do paciente, é a de entender (e interpretar) o porquê e o para quê delas.
Já em relação a ‘’ Neutralidade’’, (regra evidentemente mencionada por Freud) é visto
que abordagem mais conhecida de é a que consta em “Recomendações aos médicos que
exercem a psicanálise” FREUD (1913), onde é apresentada a metáfora do espelho. Nela afirma
que: “O psicanalista deve ser opaco aos seus pacientes e, como um espelho, não lhes mostrar
nada, exceto o que lhe for mostrado”. Também em “O início do tratamento” (1912), outra
metáfora com o mesmo sentido aparece, recomendando que “O analista, à semelhança do
29

cirurgião, deve ter apenas um objetivo: levar a bom termo a sua cirurgia, com o máximo de
habilidade possível”. Nas vezes em que esse termo aparece nos escritos de FREUD, a palavra
original em alemão é Indifferenz, ou seja, é imparcialidade.
Essa regra refere-se à necessidade de o analista ser neutro quanto aos valores morais,
sociais, éticos e religiosos.
Zimerman diz acreditar que o analista deve envolver-se afetivamente
(ZIMERMAN, 2001), desde que não fique envolvido nas malhas da patologia
contratransferencial. Neutralidade, no sentido absoluto do termo, é uma utopia para ele.
Além disso, as palavras e atitudes do analista também funcionam com certo poder de
sugestionamento (diferente de uma sugestão ativa).
Também são acrescentados mais dois fatores nos comentários, que de acordo com
Zimerman são inerentes à neutralidade do analista: um, é uma bagagem de conhecimentos
teóricos. O outro se refere à importância de o analista não ficar perdido em suas reações
contratransferências, e reconhecer esses sentimentos que o paciente despertou nele,
aproveitando a serviço de uma empatia (ZIMMERMAN, 2001).
Ambas são ferramentas essenciais na clínica psicanalítica, e podem ser confundidas,
mas são utilizadas em diferentes contextos. Se faz importante destacar as principais diferenças
de utilização das mesmas, considerando os efeitos que podem causar no paciente.
Como já visto anteriormente, é recomendada a aplicação da técnica da abstinência em
contextos/situações em que haja ou a fim de evitar transferência ou contratransferência. Porém
devemos nos atentar à intensidade com que a mesma é empregada, pois os efeitos no paciente
podem ser diversos. Abstendo-se demasiadamente, o analista pode gerar frustrações
desnecessárias no analisando, e as mesmas podem interferir de maneira negativa no processo
de análise. E nos fica claro que, quando empregada em escassez, o psicanalista pode satisfazer
desejos do paciente, de forma substitutiva aos seus sintomas. Ou até mesmo assumir lugares
que não lhe cabem e que o analisando pode tentar lhe empregar, visto que teria essa liberdade.

Sendo a frustração resultante da aplicação da regra de abstinência considerada por


Freud homóloga da frustração que está na origem da doença, e a neurose de
transferência homóloga dos sintomas neuróticos, é lógico admitir uma relação
dinâmica entre a aplicação da regra de abstinência e o desenvolvimento da neurose de
transferência (Tomaselli, 2008).

Já o uso da neutralidade é recomendado por alguns motivos, os quais podemos destacar:


A imparcialidade do analista, não aprovando ou desaprovando ações do paciente ou colocando
30

em sessão suas opiniões pessoais; Em alguns casos, a mesma pode ser utilizada quando analista
visa que o paciente alcance a auto analise sobre a demanda trazida, sem interferências do
mesmo; Como Coelho; Souza (2012) apud (FREUD, 1996[1914], p. 182) "[...] não devemos
abandonar a neutralidade para com a paciente, que adquirimos por manter controlada a
contratransferência".
Mas independentemente dos significados de cada um dos termos, levando em
consideração os tempos atuais, há uma crítica sobre estes, dizendo que psicanalistas, apoiados
neste tipo de conceito psicanalítico, moldaram uma fórmula mais agradável e cômoda para
se manter por fora da realidade e fazer do tratamento uma forma de se desresponsabilizar seu
lugar de cidadão, correr das lutas e esconder-se atrás de uma neutralidade que talvez não
seja boa para os pacientes e a si mesmos. Interpretaram por abstinência de uma forma extrema,
de não participar, e muito menos de ter opinião. Precisam vestir-se engomados à risca para então
evitar que o paciente possa visualizar as diferenças nesta relação e assim influenciar a projeção?
Seguindo esta percepção, o psicanalista deve se apresentar um livro em branco dando a
possibilidade que o paciente possa fantasiar.

REFERÊNCIAS

FREUD, S (1912). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. IN: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Incompletas de Sigmund Freud.

Rio de Janeiro: Imago, 1996.


ZIMERMAN, David E. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre:
Artmed, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536314143

PIRES, António Pazo. A mudança em psicanálise e a psicanálise em mudança: Parte I. Tempo


psicanalítico, v. 51, n. 2, p. 244-269, 2019.

SOUZA, Carolina Rodrigues Alves de; COELHO, Daniel Menezes. O neutro em psicanálise:
da técnica à ética. Fractal: Revista de Psicologia, v. 24, p. 95-110, 2012.
31

8.5. Relatório Parcial 5

NOME: R.A.:
Ariane Pereira Alves 3019111933
Cristian Bruno de A. Espindola 419100855
Emilly Belo dos Santos 1419105048
Laurita dos Santos Vale 3019114330
Leticia Amorim Pereira 3019109150
Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961
Raquel Teixeira Flávio 1419100929
Vagner R. Bortoletto 3019114971

Estágio Básico supervisionado: Práticas em Atividade: Relatório Parcial


Psicanálise.

Tema: “Interpretação”

Professor: Isaías Gonçalves Ferreira Turno: Noturno

Data da Entrega: 04/11/2021 Unidade: Vila Prudente

Título do Texto base: Fundamentos da clínica Psicanalítica: Ano: 1911


O manejo da interpretação dos sonhos na psicanálise.

Autor: Sigmund Freud.

RELATÓRIO PARCIAL
Relatório parcial de “Interpretação” (Fundamentos da clínica Psicanalítica)

Em “O manejo da interpretação dos sonhos na psicanálise” Freud não apresenta técnicas


de interpretação, métodos, ou mesmo os significados de que cada sonho pode ter, Freud coloca
em pauta, a maneira que o analista deve dentro dos tratamentos psicanalíticos dos pacientes
relacionado aos sonhos.

Existem indubitavelmente maneiras diferentes de trabalhar no assunto, mas


por outro lado a resposta a questões de técnica em análise nunca é coisa
rotineira. Embora haja talvez mais de um bom caminho a seguir, existem ainda
32

muitíssimos maus, e uma comparação entre os diversos métodos não deixa de


ser esclarecedora, mesmo que não conduza a uma decisão em favor de algum
especificamente (FREUD, 1911).

Para a produção dos sonhos, por muitas das vezes, os processos podem parecer assim
como o entendimento do paciente pode se tornar um alvo do cansado. Partindo do ponto de
que isto tornasse uma regra, é necessário estabelecer um limite para ué do analista não
ultrapasse a superfície da mente, e saída orientar o comportamento. A interpretação que é levada
em terapia deve-se considerar como suficiente, não se analisando uma perda de conteúdo, e o
sonho apresentado, nunca deve ser levado nas próximas terapias, mesmo que seja em exceção,
até que seja completa a ideia de interpretação do sonho.
Se novos sonhos ocorrem antes que os anteriores tenham sido examinados, as
produções mais recentes devem ser atendidas e nenhum constrangimento se precisa
sentir por negligenciar as mais antigas (FREUD. 1911).

Caso os sonhos se tornem recorrentes e de um alto padrão de volume, toda a análise e


interpretação deve ser abandonada desde o início do tratamento. Devesse descartar a ideia de
que subo tratamento seja interrompido se ele não apresentar os sonhos e evitar demonstrar
atenção aos novos relatos exibidos por ele. O paciente deve ser conduzido de uma forma que
ele veja a continuação do tratamento, independente da apresentação de novos recursos. É
necessário que seja feito a análise completa para que possa ser explicado; no decorrer do
tratamento, temos de esforçar-nos por apreender primeiro este, depois aquele fragmento do
significado do sintoma, um após outro, até que possam ser todos reunidos (FREUD, 1911).
Assim, podemos abandonar a ideia de interpretação completa dos sonhos. É descoberto em
diversos exemplos que sonhos inteiramente estudados podem apresentar os o mesmo conteúdo
no final e pode considerar que o mesmo sonho pode ser apresentado em outras vezes durante o
inconsciente.
Freud (1911) adverte que a interpretação dos sonhos não seja acompanhando por um
tratamento clínico, como “arte pela arte”, mas as orientações devem ser seguidas para a
interpretação completa.
Um intérprete onírico excepcionalmente hábil encontrar-se-á às vezes em posição de
poder perscrutar cada um dos sonhos de um paciente, sem exigir que este passe pelo
tedioso e demorado processo de elaborá-los (FREUD, 1991).

Freud (1911) informa que este tipo de profissional não segue a regra de interpretação,
ocasionando conflitos entre a elaboração dos sonhos, além disto síntese na livre espontaneidade
33

entre criar conflitos entre os sonhos e o tratamento, sobretudo, fazendo o uso deste
conhecimento para informar ao paciente tudo o que foi encontrado em seu sonho, quanto mais
o paciente tem conhecimento sob a chance de interpretar os sonhos, mais obscuros e sem
informações as próximas seções podem ser.

REFERÊNCIAS
FREUD, S (1911). O manejo da interpretação dos sonhos na psicanálise. IN: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Imago, 1996 (Vol. XII).

ETCHEGOYEN, R.H. Tipos de interpretação. IN: _______ Fundamentos da Técnica


Psicanalítica. Porto Alegre: ArtMed. 2004. p.244-241(e-book na biblioteca virtual UNINOVE)

LAPLANCHE, J. Vocabulário de psicanálise Laplanche e Pontalis. São Paulo:

Martins Fontes. 2001.


ZIMERMAN, D.E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica – Uma abordagem
didática. Porto Alegre: Artmed, 2007. (e-book na biblioteca virtual
UNINOVE).

Você também pode gostar