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Relatório Final
Laurita dos Santos Vale
RA: 3019114330
6° C Noturno - Vila Prudente
Uninove
São Paulo
2021
LAURITA DOS SANTOS VALE RA: 3019114330
Uninove
São Paulo
2021
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2. OBJETIVO ................................................................................................................ 5
3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 6
4. MÉTODO .................................................................................................................. 7
5. DISCUSSÃO............................................................................................................. 8
8. ANEXOS ................................................................................................................. 14
1. INTRODUÇÃO
No século XIX, o obeso era visto como uma pessoa que possuía problemas de
autoestima, com restrições intelectuais, com mau funcionamento mental, covarde e egoísta,
visto que a obesidade era compreendida como o resultado de problemas morais. Farah (2019)
informa que as pessoas com sobrepeso ou obesidade possui o corpo biologicamente modificado,
podendo ou não ter consequências em órgãos internos e transtornos metabólicos. No estudo
realizado por Monteiro, Conde e Castro (2003), observou-se aumento da obesidade entre 1975
e 1989. Nos anos seguintes, esse aumento foi maior entre a população sem nenhum tipo de
conhecimento, destaca que entre as mulheres com ensino médio e/ou superior, o percentual de
casos de obesidade diminuiu. No Brasil, a obesidade aumentou 70% entre 1975 e 1989,
indicando que essa doença está gradualmente se tornando um problema mais sério do que a
fome como destaca Dobrow junto a vários autores (2002).
A obesidade não é considerada pela medicina um transtorno psiquiátrico embora muitos
sintomas psicológicos sejam fáceis de serem observados em pessoas obesas. Embora,
atualmente, seja considerada a importância dos psicológicos e/ou psicanalistas presentes nos
tratamentos, o principal foco ainda se encontra em procedimentos médicos, no entanto, a
recorrência do sofrimento psíquico nos faz pensar que a obesidade evidencia como a relação do
obeso com o corpo transcende o conceito de organismo vivo.
Com o crescimento de pessoas obesas no mundo, cresce-se junto a valorização do
"corpo perfeito". Foncesca e Chalhud (2009) em um de seus estudos destaca que a busca pela
magreza abre as portas para dietas irregulares e fórmulas milagrosas causando uma grande
perda na saúde, levando o ato de comer ser além de uma necessidade fisiológica, e sim tendo
um peso social. Embora a obesidade não ser destacada como um transtorno alimentas, vários
atores realizam a inclusão nesta categoria, por se assemelhar aos demais transtornos, como
destaca Malaquias (2014).
Farah (2019) destaca em seu artigo que o sobrepeso e a obesidade podem ser
consequências da compulsão alimentar compulsiva, do ponto de vista psicanalítico, embora
Freud nunca tenha abordado o assunto da obesidade em seus escritos. Essa exposição entre
corpo e comida foi possível diante o confronto entre o corpo representado e o corpo biológico
permitiu a Freud tematizar a sensualidade como elemento circulante entre esses campos na
produção de sintomas. Desta forma Hermann e Minerbo (1998) debatem a questão de forma
indireta, abordando a questão da moralidade na alimentação como causa dos transtornos
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2. OBJETIVO
3. JUSTIFICATIVA
A alimentação é uma necessidade biológica, porém também pode estar relacionada com
fatores emocionais que podem causar vários tipos de distúrbios alimentares, dentro deste estudo
irmos abordar a compulsão alimentar com foco na obesidade, buscando conscientizar a
sociedade sobre importância de ter uma qualidade de vida mais ativa e saudável.
A obesidade está presente em todas as faixas etárias, sendo assim é de suma importância
compreender sua causa, pois nem sempre a obesidade está relacionada ao excesso alimentar,
podendo também está diretamente relacionado a outros fatores como por exemplo a genética
familiar do indivíduo.
É importante ressaltar que a obesidade pode ser classificada em vários graus, indo de
leve a mórbida e dentro deste contexto podem surgir patologias diretamente ligadas a ela, tais
como: diabetes, pressão alta, colesterol elevado entre outras. Por isso a importância do estudo
dentro do contexto da sociedade buscando entender as suas principais causas.
Este estudo se justifica em razão de aprofundar e incentivar a sociedade ter uma
qualidade de vida mais ativa e saudável, mas também promover um novo olhar sobre a
obesidade para anular a responsabilidade social que a pessoa obesa sofre socialmente e assim,
mostrar como a psicanálise e a medicina podem ser envolvidos no processo de tratamento. A
causa da doença é considerada multifatorial e que incluem questões: genéticas, sociais,
culturais, ambientais, emocionais e psicológicas.
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4. MÉTODO
5. DISCUSSÃO
Podemos relacionar a obesidade com uma dessas fases: a oral, durante esse
período, a zona erógena concentra-se na boca. Segundo Breuer e Freud (2006 [1893/1895]),
nessa fase a satisfação supera a fome e o simples sugar para se manter nutrido.
Sendo assim, a obesidade pode se relacionar com a fixação do sujeito na fase oral. Pois
a mesma pode se manifestar através de alcoolismo, tabagismo e o mais importante para a nossa
pesquisa, a compulsão por comer e/ou mastigar. Já que o indivíduo busca pelo prazer oral, ele
estará sempre em busca de algum estímulo oral. Isso pode ocorrer pela falta de amamentação
da criança ou pelo excesso, as duas situações podem gerar uma deficiência em tal fase,
ocasionando a fixação.
Encarando a obesidade com um sintoma dessa fixação, (FREUD, 1916, p. 141) aponta
que “um sintoma é um produto consideravelmente deformado da
satisfação inconsciente de um desejo libidinal, um produto equívoco, habilmente
escolhido e possuindo duas significações diametralmente opostas”.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A causa da obesidade é complexa e engloba diversos fatores. Fatores esses que podem
ser desencadeados por outros problemas psíquicos, como depressão, ansiedade, e por questões
genéticas e ambientais. A sociedade tem uma resistência antiga em aceitar esses sujeitos, o que
acaba trazendo à tona problemas com a autoestima, que causa uma necessidade ilusória em
busca de um corpo ideal.
A psicanálise se tornou essencial para o entendimento dessa compulsão alimentar,
especialmente no processo de aceitação de si mesmo.
É preciso promover ações para conscientização das causas que despertam essa doença
e incentivar melhores hábitos alimentares na sociedade, para melhor aceitação desses sujeitos.
Para a psicanálise, a obesidade se desenvolve na infância, quando a criança demanda
dos cuidados maternos, em sua fase oral, onde o bebê sente prazer durante a amamentação. Para
Freud, se esse ato não ocorrer de maneira correta, possui potencial para no futuro desenvolver
problemas compulsórios em relação à comida.
Este trabalho teve objetivo de mostrar a importância da psicanálise quando o assunto é
obesidade, um problema atual e em constante crescimento na sociedade. Apresentar uma
perspectiva psicanalítica sobre a origem dessa doença, as diversas causas, os diferentes modos
que se manifestam, e os efeitos dela em cada corpo. Entender essa satisfação por meio da
alimentação, para não se transformar numa compulsão e então ser tratada do modo mais
adequado.
Por tanto, não podemos considerar o tratamento da obesidade apenas para o corpo. A
psique e corpo caminham juntos e precisam estar alinhados para a melhor qualidade de vida do
ser humano e é através da psicanálise que é possível deixar o problema resolvido, questionando
as razões e vivências que trouxeram o indivíduo a esse momento de sua vida.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BREUER, J.; FREUD (1893[1895]). Estudos sobre a histeria. Coleção Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, Vol. 2, Rio de Janeiro: Imago. 2006.
FARAH, Juliana Ferreira Santos. Emagrecer é uma barra (de chocolate): a psicanálise de
grupo no tratamento de pacientes com queixas em relação a sobrepeso e obesidade. 2019.
Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) - Instituto de Psicologia, University of São Paulo,
São Paulo, 2019. doi:10.11606/D.47.2019.tde-03092019-151344.
FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905ª). In: FREUD, Sigmund. Edição
Standard brasileira das obras psicológicas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
V.7, p. 125 – 240.
Revista Pesquisa Fapesp. n. 140, p.40-44, out. 2007. FOUCAULT, M. (1995) A arqueologia
do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
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(2000) As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins
Fontes.
8. ANEXOS
NOME: R.A.:
RELATÓRIO PARCIAL
música ou idiomas na sociedade, pode talvez parecer rigoroso demais num médico, ou até
mesmo indigno de sua profissão. Tender-se-á a indicar os muitos acidentes que podem impedir
o paciente de comparecer todos os dias à mesma hora e esperar-se-á que sejam levadas em conta
as numerosas indisposições intervenientes que podem ocorrer no decurso de um tratamento
analítico prolongado. A minha resposta, porém, é: nenhuma outra maneira é praticável. Sob
regime menos estrito, as faltas ‘ocasionais’ aumentam de tal forma que o médico vê sua
existência material ameaçada; ao passo que, quando o acordo é seguido, acontece que
impedimentos acidentais não ocorrem de modo algum, e moléstias intervenientes, apenas de
modo muito raro. O analista quase nunca é colocado em posição de desfrutar de uma hora de
lazer pela qual é pago e da qual se envergonharia; e pode continuar seu trabalho sem
interrupções, sendo-lhe poupada a aflitiva e desconcertante experiência de 6 descobrir que um
intervalo pelo qual não se pode culpar está sempre sujeito a acontecer exatamente quando o
trabalho promete ser especialmente importante e rico em conteúdo.
BUHANDLUNG (1913) cita em seu artigo que depois de estabelecer o horário,
valores e algumas dúvidas do paciente, o objetivo posterior é criar durante a terapia um vínculo,
uma transferência ou rapport que facilita dar a esse paciente um feedback sobre seus os
significados ocultos das ideias de seu paciente em seu tratamento. Essas ideias podem ser
apresentadas como o desejo incestuoso pela mãe, uma infidelidade com a esposa ou esposo ou
que abriga o desejo de morte por ele(a), entre outras ideias. Por isso mesmo que o psicanalista
consiga rapidamente identificar no início do tratamento do analisando, ele não deve expor essas
ideias até que a transferência tenha sido sucedida. Esse processo pode também levar um tempo
significativo pois durante o tratamento o paciente pode apresentar dificuldade apresentar tais
ideias e adquirir resistências em expor algumas situações e até mesmo simular uma
imbecilidade de perda de memória sobre alguns momentos de sua história. A resistência durante
o tratamento não é algo raro e pode acontecer em vários casos. Segundo BEHANDLUNG
(1913) nas primeiras horas o paciente prepara que vai falar na terapia, aparentemente de
maneira a se certificar de que está fazendo bom uso do tempo dedicado ao tratamento. Cabe ao
médico dedicar – se por descobrir o caminho da transferência que a partir dela o fornecerá o
material patogênico do paciente.
Conforme BEHANDLUNG (1913) É tempo, agora, que empreendamos um
levantamento do jogo de forças colocado em ação pelo tratamento. A força motivadora primária
na terapia é o sofrimento do paciente e o desejo de ser curado que deste se origina. A intensidade
desta força motivadora é diminuída por diversos fatores - que não são descobertos até que a
análise se acha em andamento -, sobretudo pelo que 20 chamamos de ‘livro secundário da
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doença’; e, mas ela deve ser mantida até o fim do tratamento. Cada melhora efetua uma sua
diminuição. Sozinha, porém, esta força motivadora não é suficiente para livrar-se da doença.
Duas coisas lhe faltam para isto: não sabe que caminhos seguir para chegar a esse fim a não
possui a necessária cota da energia para se opor às resistências. O tratamento analítico ajuda a
remediar ambas as deficiências. Fornece as quantidades de energia necessárias para superar as
resistências, pela mobilização das energias que estão prontas para a transferência; e, dando ao
paciente informações no momento correto, mostra-lhe os caminhos ao longo dos quais deve
dirigir essas energias. Com bastante frequência, a transferência é capaz de remover os sintomas
da doença por si mesma, mas só por pouco tempo - apenas enquanto ela própria perdura. Neste
caso, o tratamento é por sugestão, e não, de modo algum, a psicanálise. Só merece o último
nome se a intensidade da transferência foi utilizada para a superação das resistências. Somente
então a enfermidade tornou-se impossível, mesmo quando a transferência foi mais uma vez
desfeita, o que é seu destino. No decurso do tratamento, ainda é estimulado outro fator útil, que
é o interesse e a compreensão intelectuais do paciente. Mas ele, sozinho, mal entra em
consideração, comparado às outras forças que se acham empenhadas na luta, pois está sempre
em perigo de perder seu valor, em resultado da perturbação de juízo que se origina das
resistências. Assim, as novas fontes de força pelas quais o paciente é grato ao analista reduzem-
se à transferência e à instrução (através das comunicações que lhe são feitas). O paciente,
contudo, só faz uso da instrução na medida em que é induzido a fazê-lo pela transferência; é
por esta razão que nossa primeira comunicação deve ser retida até que uma forte transferência
se tenha estabelecido. E isto, podemos acrescentar, vale para todas as comunicações
subsequentes. Em cada caso, temos de esperar até que a perturbação da transferência pelo
aparecimento sucessivo de resistências transferenciais tenha sido removida.
Referências
BEHANDLUNG, ZUR EINLEITUNG DER. SOBRE O INÍCIO DO TRATAMENTO
(NOVAS RECOMENDAÇÕES SOBRE A TÉCNICA DA PSICANÁLISE I) (1913): Imago,
1913. Texto encontrado na obra de Sigmund Freud em “O caso Schreber, Artigos sobre
Técnicas e outros trabalhos (1911 e 1913) disponível em: http://conexoesclinicas.com.br/wp-
content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-12-1911-1913.pdf
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NOME: R.A.:
Ariane Pereira Alves 3019111933
Cristian Bruno de A. Espindola 419100855
Emilly Belo dos Santos 1419105048
Laurita dos Santos Vale 3019114330
Leticia Amorim Pereira 3019109150
Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961
Raquel Teixeira Flávio 1419100929
Vagner R. Bortoletto 3019114971
Estágio Básico supervisionado: Práticas em Atividade: Relatório Parcial
Psicanálise
Tema: “Setting e contrato”
Professor: Isaías Gonçalves Ferreira Turno: Noturno
Data da Entrega: 23/09/2021 Unidade: Vila Prudente
RELATÓRIO PARCIAL
“Entrevista Inicial: Indicações e Contraindicações – O Contrato” (1999)
está direcionada para aliviar suas dores, angústias e sofrimentos e paralelamente a procura pela
cura também busca estabelecer vínculo com o analista, que é figura substituta de sua mãe
simbiótica ou faltante. A maioria dos pacientes acreditam que irão resolver suas questões sem
realizar nem uma mudança pessoal ou sem ter esforço algum.
É através da entrevista inicial que o psicoterapeuta tem a oportunidade de ter uma
impressão razoavelmente segura de como o paciente processa a comunicação entre o seu
consciente e o inconsciente, reconhece que está realmente precisando do acompanhamento
terapêutico e que irá precisar realizar mudanças em sua forma de viver, se a sua forma verbal
de comunicar é veraz, ao mesmo tempo em que a comunicação não verbal merece uma
particular atenção do analista, além de outros tantos aspectos que serão abordados mais adiante
(ZIMERMAN, 1999).
O tipo de comunicação evidenciada entre o par analítico é um possível medidor ou
indicativo da personalidade do paciente, dando a possibilidade de observar como, sem perceber,
ele mobiliza nas outras representações iguais àquelas que ele está se queixando e dos quais se
diz vítima.
O terapeuta deve ter em mente, de maneira clara os seus limites e as possibilidades de
alcance. O instrumento de avaliação do analista é o reconhecimento do estado de sua mente, ou
seja, relacionar a percepção dos fatos exteriores principalmente quando não coincidirem com
valores e crenças.
Resumidamente, o objetivo principal da entrevista inicial é avaliar a analisabilidade e a
acessibilidade do pretendente a análise, considerando o perfil do paciente, que atualmente
procura o tratamento com propósitos diferentes daquele que caracterizava os tempos dos
psicanalistas do princípio.
A procura pela psicanalise ocorre pela indefinição do sentimento de identidade, pela
procura por parte de pessoas que apresentam um funcionamento psíquico muito regressivo,
como é o caso de psicóticos, dos borderline, diversas formas de perversões, graves transtornos
de alimentação, alguns quadros de psicopatias, pacientes dogmatizadores, drogadictos, graves
neuroses incapacitantes e, enfim, um grande contingente daqueles que constituem o que vem
sendo denominado de pacientes de difícil acesso (ZIMERMAN, 1999).
Para ZIMERMAN (1999) o paciente na entrevista inicial irá relatar suas queixas
generalizadas de que está cansado de ser explorado e que pessoas que aparentavam ser suas
amigas o traiu e o decepcionou, projetando neste primeiro momento o medo de que mais cedo
ou mais tarde, venha a ocorrer o mesmo com a pessoa do analista que também está́ aparentando
ser uma pessoa amiga.
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De acordo com ZIMERMAN (1999) é importante destacar que não existe uma maneira
universal de psicanalisar, que existe diferentes estratégias e táticas de abordagem para realizar
a análise, acabe a cada psicanalista decidir qual a
Deve estar claro, para o par analítico que isomorfia se difere da ideia de que o analista
se fixará como mãe ou pai ausentes ou falhos, mas, sim, que ele desemprenhará de maneira
transitória funções de maternagem ou equivalentes que o paciente necessita.
O analista deve desde a consulta inicial ser imparcial com seu paciente mantendo um
distanciamento afetivo, é necessário que haja um esclarecimento de total sigilo entre o analista
com o paciente durante as sessões, pois é responsabilidade do analista manter a ética do sigilo
de cada caso que ele irá analisar. É de extrema importância estabelecer no contrato o horário
que será definido para as sessões, se haverá reajustes, o analista deve mencionar possíveis
horários caso o paciente de falta e reposições, questões de férias tanto do paciente quanto do
analista devem ser esclarecidas, essas questões devem ser mencionadas logo no início do
tratamento para não haver divergências posteriores (ZIMERMAN, 1999)
Referências
ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos: teoria,
técnica e clínica - uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 2007. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536308142. Acesso em: 23 de
setembro de 2021
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NOME: R.A.:
RELATÓRIO PARCIAL
“Associação Livre: recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico”
(1912)
Sigmund Freud em recomendações ao médico para o tratamento psicanalítico (1912)
propõe regras técnicas de acordo com sua experiencia que irá facilitar e auxiliar o tratamento
psicanalítico.
23
Freud ressalta que é de suma importância que analista tenha uma memória boa para que
consiga recordar e organizar as informações e acontecimentos que o paciente irá relatar, pois
também, precisará manter na memória várias informações importantes como nomes, datas,
detalhes importantes, diagnóstico e tratamentos do paciente não podendo confundir com
informações ou casos semelhantes de outros pacientes, ou seja, lembrando de todas as
informações igualmente e sem confundir os casos e pacientes (FREUD, 1912).
E para que o analista consiga lembrar de todas as informações Freud irá propor a técnica
que ela irá chamar de “Atenção Fluente” que consiste em economizar o esforço da atenção, não
querendo memorizar nada especificamente, prestar atenção uniformemente suspensa ao que se
está ouvindo (FREUD, 1912).
Freud enfatiza que ao seguir essa orientação o analista irá dessa forma:
cansativos para o leitor e não conseguem substituir a sua presença na análise (FREUD,
1912, pág. 72).
Os casos que mais têm sucesso são aqueles em que procedemos quase sem
intenção, nos surpreendendo com cada mudança de rumo e com que nos
defrontamos sempre desarmados e sem preconcepções. (Freud, 1912, p.73)
O analista de fato lida com muitas questões e uma delas é a melhora de seu paciente,
tendo em vista que, nem todo caso, o psicanalista que está em atendimento irá conseguir realizar
esse processo. Também é parte do papel do analista saber quando o caso deve ser passado
adiante para outro terapeuta dar sua devida continuidade. No entanto, o objetivo da terapia é
que o psicanalista consiga obter alta no progresso das sessões, como todo e qualquer
profissional da área da saúde. Porém, para se fazer uma análise, é preciso ser analisado e essa
foi uma condição imposta pela escola analítica de Zurique, que determinou a todo àquele que
quiser executar uma análise, sendo analisado junto ao especialista, assim tendo suas vantagens,
de uma forma saudável o analista que será analisado irá se aperfeiçoar, conhecer, obter o
autocontrole, entre outras coisas que a terapia poderá lhe proporcionar. Entretanto, ele não
poderá se deixar levar pelas suas causas na terapia, se vendo em seus pacientes e misturando as
relações, não podendo influenciar o paciente e atiçá-lo aos seus desejos e atos, devendo assim
ser totalmente parcial e neutro, sem se deixar levar pelos seus próprios defeitos e conflitos, pois
25
o psicanalista está em uma posição de confiança e informações sigilosas serão expostas pelo
paciente na sessão (FREUD, 1912).
Segundo FREUD (1912), a experiencia clínica psicanalítica, vai além das técnicas e
recomendações. Consegue-se que o paciente, fique confortável para conversar sobre tudo o que
tem em mente e o que está guardado inconscientemente durante algum tempo por obra de
resistências convencionais. Ainda o torna mais incapaz de superar dificuldades e, em casos mais
graves, ela fracassa diante do paciente, que passa a querer inverter a relação, achando a análise
do médico é mais interessante que a sua própria. Também a resolução da transferência, que é
uma das tarefas principais do tratamento, é dificultada pela postura de intimidade do médico, e
o eventual ganho inicial ao final é mais do que anulado.
No entanto, a psicoterapia mistura uma parte de análise com uma porção de influência
por sugestão, para alcançar resultados visíveis em um espaço mais curto, tal como se torna
necessário em instituições, mas podemos exigir que ele próprio não tenha dúvidas sobre o que
está fazendo e que saiba que o seu método não é aquele da autêntica Psicanálise (FREUD,
1912).
Com isso, a atividade educativa acaba recaindo sobre o médico no tratamento
psicanalítico sem um intuito específico. Nesse momento, é comum que o terapeuta aponte
novos desafios e objetivos, depois de ver todo o caso avançando na melhoria. Logo depois de
libertar a pessoa da neurose, é comum que ele queira transformá-la em algo especialmente
notado, prescrevendo objetivos bastante altos para os desejos dessa pessoa, apostando numa
situação totalmente nova (FREUD, 1912).
Freud ainda alerta que é incorreto dar tarefas ao paciente, tais como reunir as suas
lembranças, meditar sobre um determinado período de sua vida e tarefas assemelhadas. Pois
acredita que ele terá de aprender antes, certamente o que não é fácil para ninguém admitir: que
pela atividade intelectual como a meditação, que pelo empenho da vontade e da atenção não
será resolvido nenhum dos mistérios da neurose, que só serão resolvidos através do seguimento
paciente da regra psicanalítica, que estipula o desligamento da crítica ao inconsciente e seus
derivados. Essa regra deve ser seguida de forma especialmente rígida com aqueles pacientes
que exercitam a arte de resvalar para a intelectualização durante o tratamento, e assim refletindo
muito e frequentemente com muita erudição sobre o seu estado resguardam-se, dessa forma, de
fazer algo para controlar aquele estado (FREUD, 1912).
É importante que a rede de apoio, família e amigos busquem o melhor acompanhamento
de seu caro, em busca de melhoria efetiva. Geralmente, é comum que haja resistência para fazer
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o tratamento psicanalítico, mas em determinado momento será quase que inevitável, de modo
que nem se chega a começar o tratamento (FREUD, 1912).
Referências
FREUD, S (1912). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. IN: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Incompletas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Imago, 1996.
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NOME: R.A.:
Ariane Pereira Alves 3019111933
Cristian Bruno de A. Espindola 419100855
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RELATÓRIO PARCIAL
Relatório parcial de “neutralidade e abstinência” (Fundamentos da clínica
Psicanalítica).
Em “Recomendações sobre o amor transferencial” (1915) Freud apresenta uma
importante ferramenta que pode ser utilizada em processo de análise clínica e que acompanha
a técnica de atenção flutuante, a abstinência. Freud orienta que, no decorrer da análise, o
paciente e principalmente o analista necessitam de certas abstenções. (ZIMERMAN, 2001)
28
Assim, o analista, como um princípio técnico, deve abster-se de fazer gratificações externas,
mais particularmente as que se referem ao amor transferencial.
O tratamento analítico deveria ser conduzido, tanto quanto possível, numa atmosfera
de privação, num estado de abstinência". Note-se, contudo, que abstinência não quer
dizer nem a reprovação de todas as satisfações, nem a abstinência sexual, mas sim,
"algo que tem muito mais a ver com as dinâmicas da doença e da cura. (TOAMSELLI,
2008) apud Freud.
Apesar desta ferramenta parecer subentendida aos analistas, Freud (1915) orienta que
os mesmos devem permanecer em alerta para tais situações.
Já dei a entender que a técnica analítica estabelece uma lei para o médico que lhe
impõe a recusa diante da satisfação exigida pela paciente carente de amor. O
tratamento precisa ser executado em abstinência; não me refiro aqui apenas à renúncia
física nem à renúncia de tudo o que se deseja, pois isso talvez nenhum doente
suportasse. Quero, antes, estabelecer o princípio de que a necessidade [Bedürfnis] e o
anseio [Sehnsucht] devem ser mantidos na paciente como forças motivadoras do
trabalho e da mudança e devemos evitar o abrandamento desses sentimentos por
substitutos. (FREUD, 1915, pág. 172).
cirurgião, deve ter apenas um objetivo: levar a bom termo a sua cirurgia, com o máximo de
habilidade possível”. Nas vezes em que esse termo aparece nos escritos de FREUD, a palavra
original em alemão é Indifferenz, ou seja, é imparcialidade.
Essa regra refere-se à necessidade de o analista ser neutro quanto aos valores morais,
sociais, éticos e religiosos.
Zimerman diz acreditar que o analista deve envolver-se afetivamente
(ZIMERMAN, 2001), desde que não fique envolvido nas malhas da patologia
contratransferencial. Neutralidade, no sentido absoluto do termo, é uma utopia para ele.
Além disso, as palavras e atitudes do analista também funcionam com certo poder de
sugestionamento (diferente de uma sugestão ativa).
Também são acrescentados mais dois fatores nos comentários, que de acordo com
Zimerman são inerentes à neutralidade do analista: um, é uma bagagem de conhecimentos
teóricos. O outro se refere à importância de o analista não ficar perdido em suas reações
contratransferências, e reconhecer esses sentimentos que o paciente despertou nele,
aproveitando a serviço de uma empatia (ZIMMERMAN, 2001).
Ambas são ferramentas essenciais na clínica psicanalítica, e podem ser confundidas,
mas são utilizadas em diferentes contextos. Se faz importante destacar as principais diferenças
de utilização das mesmas, considerando os efeitos que podem causar no paciente.
Como já visto anteriormente, é recomendada a aplicação da técnica da abstinência em
contextos/situações em que haja ou a fim de evitar transferência ou contratransferência. Porém
devemos nos atentar à intensidade com que a mesma é empregada, pois os efeitos no paciente
podem ser diversos. Abstendo-se demasiadamente, o analista pode gerar frustrações
desnecessárias no analisando, e as mesmas podem interferir de maneira negativa no processo
de análise. E nos fica claro que, quando empregada em escassez, o psicanalista pode satisfazer
desejos do paciente, de forma substitutiva aos seus sintomas. Ou até mesmo assumir lugares
que não lhe cabem e que o analisando pode tentar lhe empregar, visto que teria essa liberdade.
em sessão suas opiniões pessoais; Em alguns casos, a mesma pode ser utilizada quando analista
visa que o paciente alcance a auto analise sobre a demanda trazida, sem interferências do
mesmo; Como Coelho; Souza (2012) apud (FREUD, 1996[1914], p. 182) "[...] não devemos
abandonar a neutralidade para com a paciente, que adquirimos por manter controlada a
contratransferência".
Mas independentemente dos significados de cada um dos termos, levando em
consideração os tempos atuais, há uma crítica sobre estes, dizendo que psicanalistas, apoiados
neste tipo de conceito psicanalítico, moldaram uma fórmula mais agradável e cômoda para
se manter por fora da realidade e fazer do tratamento uma forma de se desresponsabilizar seu
lugar de cidadão, correr das lutas e esconder-se atrás de uma neutralidade que talvez não
seja boa para os pacientes e a si mesmos. Interpretaram por abstinência de uma forma extrema,
de não participar, e muito menos de ter opinião. Precisam vestir-se engomados à risca para então
evitar que o paciente possa visualizar as diferenças nesta relação e assim influenciar a projeção?
Seguindo esta percepção, o psicanalista deve se apresentar um livro em branco dando a
possibilidade que o paciente possa fantasiar.
REFERÊNCIAS
FREUD, S (1912). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. IN: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Incompletas de Sigmund Freud.
SOUZA, Carolina Rodrigues Alves de; COELHO, Daniel Menezes. O neutro em psicanálise:
da técnica à ética. Fractal: Revista de Psicologia, v. 24, p. 95-110, 2012.
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NOME: R.A.:
Ariane Pereira Alves 3019111933
Cristian Bruno de A. Espindola 419100855
Emilly Belo dos Santos 1419105048
Laurita dos Santos Vale 3019114330
Leticia Amorim Pereira 3019109150
Lucas Fernando Muñoz de Assis 3019113961
Raquel Teixeira Flávio 1419100929
Vagner R. Bortoletto 3019114971
Tema: “Interpretação”
RELATÓRIO PARCIAL
Relatório parcial de “Interpretação” (Fundamentos da clínica Psicanalítica)
Para a produção dos sonhos, por muitas das vezes, os processos podem parecer assim
como o entendimento do paciente pode se tornar um alvo do cansado. Partindo do ponto de
que isto tornasse uma regra, é necessário estabelecer um limite para ué do analista não
ultrapasse a superfície da mente, e saída orientar o comportamento. A interpretação que é levada
em terapia deve-se considerar como suficiente, não se analisando uma perda de conteúdo, e o
sonho apresentado, nunca deve ser levado nas próximas terapias, mesmo que seja em exceção,
até que seja completa a ideia de interpretação do sonho.
Se novos sonhos ocorrem antes que os anteriores tenham sido examinados, as
produções mais recentes devem ser atendidas e nenhum constrangimento se precisa
sentir por negligenciar as mais antigas (FREUD. 1911).
Freud (1911) informa que este tipo de profissional não segue a regra de interpretação,
ocasionando conflitos entre a elaboração dos sonhos, além disto síntese na livre espontaneidade
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entre criar conflitos entre os sonhos e o tratamento, sobretudo, fazendo o uso deste
conhecimento para informar ao paciente tudo o que foi encontrado em seu sonho, quanto mais
o paciente tem conhecimento sob a chance de interpretar os sonhos, mais obscuros e sem
informações as próximas seções podem ser.
REFERÊNCIAS
FREUD, S (1911). O manejo da interpretação dos sonhos na psicanálise. IN: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Imago, 1996 (Vol. XII).