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TÓPICOS SOBRE
PSICOTERAPIA
BREVE DE
ORIENTAÇÃO
PSICANALÍTICA
RAYLSON AGUIAR
Monitor estágio
1. Principais Diferenças
Entre Psicoterapia Psicanalítica de Longa
Duração e Psicoterapia Breve de Orientação
Psicanalítica
PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA PSICOTERAPIA BREVE DE
DE LONGA DURAÇÃO ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA
Sua técnica está direcionada para a Sua técnica está voltada ao trabalho
transferência, regressão, resistências, com conflitos, fortalecimento e
etc. ativação das funções egóicas,
focalização, etc.
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PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA PSICOTERAPIA BREVE DE
DE LONGA DURAÇÃO ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA
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PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA PSICOTERAPIA BREVE DE
DE LONGA DURAÇÃO ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA
Lida com diversos conteúdos que o Tem seu enfoque para determinada
paciente traz pela associação livre, problemática do paciente, que adquire
não opera de forma focal prioridade, dada a sua urgência e/ou
importância, enquanto se deixam de
lado as demais dificuldades (p. 37)
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2. Principais Tópicos
Como funciona a Psicoterapia Breve ou
Focal de Orientação Psicanalítica?
A SITUAÇÃO PROBLEMA
● Se trata de uma situação presente na vida do
indivíduo, que lhe provoca dificuldades de
índole psíquica que operam como obstáculo
para alcançar um desenvolvimento adequado;
● Pode ser provocada por ocorrências tais
como um exame, uma intervenção cirúrgica,
a perda de um ente querido, um acidente,
uma gravidez, mudança de trabalho, etc.;
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A SITUAÇÃO PROBLEMA
● A partir de tais acontecimentos, podem
aparecer no sujeito inibições e sintomas
diversos (ansiedade, medo, depressão, distúrbios
corporais, etc.);
● Esses costumam constituir o motivo (manifesto)
da consulta e que poderão ou não ser ligados
pelo paciente – e pelo terapeuta – às situações
problema que na realidade os provocam.
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O FOCO
● Se refere a situação de crise (situação problema), e
com os sintomas que motivam a consulta, com os
pontos de urgência, com as metas do tratamento,
etc.;
● Cabe ainda associar os aspectos caracterológicos do
paciente, aspectos histórico-genéticos individuais e
grupais reativados, além de uma zona relativa ao
momento evolutivo individual e grupal e outra de
determinantes do contexto social mais amplo;
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O FOCO
● Com o tempo de tratamento, o foco vai se
delimitando melhor, enquanto o terapeuta obtém um
aprofundamento na compreensão de seus
psicodinamismos;
● Um critério psicanalítico para a investigação do foco
deverá privilegiar o reconhecimento das raízes
infantis da conflitiva focal – embora não seja preciso
proporcionar insight ao paciente forçosamente;
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O FOCO
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O PONTO DE URGÊNCIA
● Corresponde à situação psíquica inconsciente de
conflito que, pela ação de fatores atuais, predomina
no sujeito num dado momento, sendo motivo de
determinadas ansiedades e defesas;
● Sua busca parte da seguinte interrogação: “a que
obedece a ansiedade do paciente neste momento?”;
● Se refere a um ponto crítico de imediata prioridade
no trabalho terapêutico, pois mobiliza ansiedades e
produz descompensação no paciente;
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O PONTO DE URGÊNCIA
● Pode ser inerente ao foco e subordinado à situação-
problema ou ligado a fatos que correspondem de
algum modo à conflitiva focal, ou ser relativamente
estranho a ele (extrafocal – ex.: morte de um ente
querido, roubo, acidente, etc.);
● Trata-se primeiro do ponto de urgência para depois,
quando a calma tiver sido restabelecida, retomarmos
ao problema focal.
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A HIPÓTESE PSICODINÂMICA INICIAL
● Esboço reconstrutivo da história dinâmica do
paciente;
● Tentativa de compreensão global de sua
psicopatologia;
● Perturbações do paciente entre as quais se
destacam as correspondentes ao foco;
● Se constitui a partir dos dados que aparecem nas
primeiras entrevistas e no psicodiagnóstico;
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A HIPÓTESE PSICODINÂMICA INICIAL
● Tem caráter provisório, ou seja, pode ser
confirmada, ampliada ou retificada, com base nas
descobertas obtidas durante o tratamento;
● Se refere aos conflitos gerais do paciente, a tudo o
que dinamicamente podemos compreender e inferir
acerca deste, e que não necessariamente
tentaremos modificar.
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RESULTADOS EM PSICOTERAPIA BREVE
● Alívio ou supressão dos sintomas;
● Mudanças com relação a perturbações próprias;
● Aquisição de consciência da enfermidade psíquica;
● Elevação, recuperação ou auto regulação da auto estima;
● Modificações favoráveis gerais (ex.: sexualidade, relações
familiares, de amizade ou trabalho, estudo, etc.);
● Consideração de projetos para o futuro;
● Modificações na estrutura da personalidade.
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3. Dicas e sugestões
Como funciona a Psicoterapia Breve ou
Focal de Orientação Psicanalítica na prática?
DICAS E SUGESTÕES
● Existe uma diferença fundamental entre o ouvir e o
escutar;
● Na escuta focal, a estagiária irá priorizar suas
intervenções quando aparecer no discurso do
paciente algo sobre o tema focal, ou algum conteúdo
que lhe seja possível associar com o mesmo (ex.:
funcionamento e movimentos específicos em
diferentes relações);
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DICAS E SUGESTÕES
● Não lembramos de tudo, e tudo bem – sugestão: no
dia do atendimento com aquela paciente, reveja o
registro de atendimento mais recente;
● Capacidade de aceitação das ideias e pontos de vista
da paciente, que sejam diferentes das próprias, ou
abrir novos pontos de vista sobre um mesmo fato,
tal como é relatado e percebido pela mesma;
● Reconhecimento dos progressos da paciente, por
mínimos que estes possam parecer;
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DICAS E SUGESTÕES
● Decodificação da comunicação não verbal da
paciente, nas suas distintas formas – discurso normal,
um gesto, uma careta, um balbuceio, uma única
palavra, um suspiro, etc.;
● Utilizar formulações interrogativas, as interpretações
não devem ser ditas como verdade final, pois não
passam de hipóteses que podem ser aceitas ou
refutadas pela paciente;
● Tentar identificar quais papéis e/ou lugares a
paciente está lhe atribuindo transferencialmente. 21
4. A primeira sessão
O que se espera da primeira sessão?
A PRIMEIRA SESSÃO
● Deve ser feito o acolhimento visando um bom
rapport – um foi com a cara do outro?;
● Entrevista inicial rotina, relações mais
próximas, com quem mora, a quanto tempo
sofre com determinada questão ou transtorno,
rede de apoio (quem ajuda), responsabilidades,
etc. - não se limita a uma única sessão;
● Verificar o grau de motivação da paciente para
com a terapia;
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A PRIMEIRA SESSÃO
● Em casos de crise ou choro em excesso,
oferecer apoio e, se possível, interpretações
compreensivas (ex.: “de fato deve ser muito
cansativo lidar com tudo isso, principalmente não
podendo transparecer que está mal”);
● Caso a paciente precise de algum
encaminhamento para outro serviço
(psiquiatria/CRAS/CREAS, etc.), esse deverá ser
feito com o consentimento do supervisor, caso
seja do desejo da paciente;
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A PRIMEIRA SESSÃO
● Contrato terapêutico horário fixo, sessões
semanais, sigilo profissional, caso precise faltar
deve desmarcar com antecedência, privacidade
e conforto do paciente em sua casa, etc.;
● Incluir no contrato a quantidade de sessões e
data de término do tratamento, além do tema
focal que será definido entre paciente e
estagiária;
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A PRIMEIRA SESSÃO
● A primeira sessão já possui importante papel
terapêutico, pois a paciente descarrega suas
queixas e sintomas, o que lhe gera um alívio.
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5. Transferência e Setting
Como se dão a Transferência e o Setting
em Psicoterapia Breve ou Focal de
Orientação Psicanalítica?
A TRANSFERÊNCIA
● Na neurose, a transferência aparece como forma de
resistência, de modo inconsciente (sem perceber), o
paciente atribui um papel ou lugar ao terapeuta – algum
personagem importante de sua história -, na tentativa de
tirá-lo de seu lugar de psicólogo;
● O terapeuta recebe este papel, mas não o encarna;
● Apesar da transferência estar sempre presente de alguma
forma, nem tudo é transferência a ser interpretada e que,
muitas vezes, será mais importante preencher carências e
buracos no psiquismo.
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O SETTING ONLINE
● A importância da privacidade e sigilo no atendimento
online o local de atendimento;
● Desafios e soluções técnicas internet,
programas/aplicativos, perda de conexão, etc.;
● Espaço de acolhimento e escuta ativa.
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6. Supervisão Psicanalítica
Principais características sobre o
funcionamento da supervisão dita
psicanalítica
SUPERVISÃO PSICANALÍTICA
● O eterno não-saber da psicanálise;
● Compartilhamento de impressões e
interpretações sobre os casos que serão
apresentados;
● Liberdade para perguntar, contestar e expor
dúvidas e sentimentos contratransferenciais;
● Priorizar os pacientes com conteúdos mais
complexos, dificuldades técnicas e aspectos
contratransferenciais.
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OS OBJETIVOS DA SUPERVISÃO
● Educação analítica O supervisor deve facilitar que as
capacidades e potencialidades que ainda estão latentes
apareçam;
● Instrumentação O acompanhamento sistemático de um
mesmo caso em supervisão propicia a familiarização com
o processo psicoterápico, regras, procedimentos técnicos,
com uma conexão da teoria com a técnica, prática clínica,
etc.;
● Construção do sentimento de identidade Aquisição de
autoconfiança diante dos atendimentos, fazendo conexões
da teoria com a técnica, entendimento dinâmico e manejo
clínico, resultando num estilo próprio.
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O PAPEL DO SUPERVISOR
● Verificar junto a estagiária quais sentimentos foram
despertos diante de determinado caso e apontar quais
pontos precisa levar para sua psicoterapia/análise
pessoal;
● Ilustrar como exerce sua atividade interpretativa e
como formula suas intervenções diante de
determinadas situações clínicas;
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O PAPEL DO SUPERVISOR
● Auxiliar a transformar sentimentos contratransferenciais
mais complexos em “empatia”, que será muito útil para
sintonizar melhor afetivamente com o paciente;
● Auxiliar a dissociar o conteúdo real e concreto do
mundo exterior daquilo que é abstrato, simbólico,
pertencente ao mundo interno do paciente;
● Alertar sobre todas as tentativas de seu paciente
atribuir a seu terapeuta certos papéis e ocupar certos
lugares, por meio da sedução, chantagem, ameaça,
confusão, actings, de acordo com a dinâmica do seu
grupo familiar internalizado nele.
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7. Relatos e Registros
Estrutura dos relatos das sessões e registros
de atendimento
DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS
PSICOSSOCIAIS DA PACIENTE
● Idade, escolaridade, atividades laborais e recreativas,
estado civil, residência e pessoas de convivência íntima
(no lar e rede social);
● Queixa principal, indicação e motivação para procurar
atendimento psicoterápico;
● Situações que corroboram para a emergência e
manutenção da queixa;
● Averiguar o uso regular de medicação, a frequência
regular ou anterior a outros serviços de saúde geral e
mental (psicólogos, psiquiatras e internações);
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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS
PSICOSSOCIAIS DA PACIENTE
● Funcionamento mental/comportamental durante a
sessão, descrevendo os comportamentos
sinalizadores de sintomas psicopatológicos, humor,
emoções, conteúdo e forma do pensamento,
memória, capacidade cognitiva e juízo crítico;
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RELATOS E REGISTROS
● Relatos em supervisão:
priorize os pacientes que
estiver com maior
dificuldade, e seja sucinta
na apresentação do caso
devido às limitações de
tempo.
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RELATOS E REGISTROS
● Registro de atendimento: discorra sobre os
principais temas abordados em sessão, situações
consideradas importantes para o paciente,
comportamentos e sentimentos expostos, aspectos
que foram trabalhados como reflexões e técnicas
aplicadas, de forma sucinta e direta. Obs.: Caso
precise mencionar o paciente, citar apenas as
iniciais (exemplo: DAS).
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RELATOS E REGISTROS
“Conta que teve uma semana difícil por conta do excesso de
cobranças no trabalho, e percebe que também costuma se
cobrar bastante e não se permite errar. Tem receio de
decepcionar as pessoas ao seu redor, e se preocupa com a
opiniões dessas para consigo. Relembra que sua mãe
também se preocupava bastante com a forma que era vista
pelos outros, e se identifica com esse funcionamento, que
lhe deixa bastante angustiada. Se sente mais a vontade com
sua irmã, com quem consegue jogar e sair as vezes, sem se
preocupar em ser julgada.”
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RELATOS E REGISTROS
● Apreciação teórica: correlacione o que foi
levantado no tópico anterior com alguma
concepção teórica através de citação direta ou
indireta;
● Citação direta: é aquela que transcreve parte de
uma obra, com as palavras do autor. Quando
usamos esse tipo de citação devemos colocar
entre parênteses o sobrenome do autor, o ano da
publicação da obra e o número da página (tudo
separado por vírgulas);
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RELATOS E REGISTROS
● Exemplo de citação direta:
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RELATOS E REGISTROS
● Citação indireta: é aquela que se baseia em uma
obra, com as nossas palavras. Neste caso,
indicamos o sobrenome do autor e o ano da
publicação da obra (o número da página é
opcional);
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RELATOS E REGISTROS
● Exemplo de citação indireta:
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RELATOS E REGISTROS
● Citação de citação: é aquela que é mencionada no
nosso texto, sem que tenhamos tido acesso ao
texto original. Aqui utilizamos a expressão latina
apud, que significa “citado por”.
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RELATOS E REGISTROS
● Exemplo de citação de citação:
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RELATOS E REGISTROS
● Referências: Em ordem, os itens obrigatórios em uma
referência bibliográfica são: autor, título da obra, local,
editora e data de publicação. Vide exemplos:
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TIPOS DE ANTEDIMENTOS QUE
NÃO PODERÃO ACONTECER NA
MODALIDADE REMOTA
● Pacientes menores de 18 anos;
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TIPOS DE ANTEDIMENTOS QUE
NÃO PODERÃO ACONTECER NA
MODALIDADE REMOTA
● Não faz parte do planejamento dos
atendimentos do estágio, casos que necessitem
de acompanhamento no formato de longa
duração. Tal orientação é de responsabilidade
do estagiário em repassar as informações do
caso ao supervisor para que planeje as
intervenções;
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TIPOS DE ANTEDIMENTOS QUE
NÃO PODERÃO ACONTECER NA
MODALIDADE REMOTA
● Pacientes com desorganização mental severa,
sintomas psicóticos graves, transtornos
esquizofrênicos ou de personalidade severa,
dependentes de álcool ou drogas em estado
evidente de intoxicação; tentativas recentes ou
risco atual importante de suicídio, ou outros
tipos de atendimentos cujo suporte não possa
ser oferecido adequadamente na Clínica-Escola
de Psicologia da FAB;
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TIPOS DE ANTEDIMENTOS QUE
NÃO PODERÃO ACONTECER NA
MODALIDADE REMOTA
● Em situações nas quais os atendidos são vítimas
ou suspeitos de estarem em situação de
violência e/ou violação de direitos, pois não há
como ter garantias de sua segurança e/ou do
sigilo do atendimento. Assim, quando houver
certeza ou suspeita de tais condições, tornam-
se impossibilitadas as práticas de forma remota
(recomendações do CFP).
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QUESTÕES BUROCRÁTICAS
● Será realizada chamada em todas as
supervisões;
● A estagiária deverá estar presente durante todo
o horário de supervisão;
● Não será permitida a gravação das supervisões,
visto o caráter sigiloso dos assuntos que serão
tratados na mesma.
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QUESTÕES BUROCRÁTICAS
● Os atendimentos terão início a partir da semana do
dia 11/04 e serão finalizados na semana do dia 13/06 ;
● Ao todo, serão dez atendimentos por paciente ;
● Estágio Específico I – Irão atender 1 paciente por
semana (120 horas necessárias no total);
● Estágio Específico II – Irão atender 3 pacientes por
semana (140 horas necessárias no total).
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“
“Até cortar os próprios defeitos
pode ser perigoso. Nunca se
sabe qual é o defeito que
sustenta nosso edifício inteiro”
Clarice Lispector
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Referências:
• BRAIER, Eduardo Alberto. Psicoterapia breve de orientação psicanalítica. Martins Fontes, 2000.
• FIORINI, H. J. Teoria e técnicas de psicoterapias. Ed. ampliada. 2008.
• ZIMERMAN, David E. Manual de técnica psicanalítica: uma re-visão. Artmed Editora, 2009.
• ZIMERMAN, David E. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Artmed Editora, 2013.
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