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As Sete Escolas

da Psicanálise

Profa : samira Mahmud


E- mail: samymahmud.sm@gmail.com
AS SETE ESCOLAS DA PSICANÁLISE

Muito além de Freud: escolas e autores da psicanálise

Muito se fala e ouve sobre Freud, mas você conhece outras escolas e autores da
psicanálise?
Desde uma concepção mágico-religiosa até o divã de Freud, ocorreram certos
indícios de escuta ativa e preocupação com pessoas com faculdades mentais
prejudicadas. Desde o Padre Joan Jofré em Valencia com seu hospício para
doentes mentais até o tratamento por parte da comunidade de escutar o doente
não como um louco, mas como um mensageiro da palavra de Deus.
á muitas tentativas de fazer psicologia, pois, como dizia Skinner, na
verdade a política não vai nos salvar, apenas com o conhecimento
sobre nós mesmos teremos uma chance. Nós evoluímos como espécie
quase por tentativa e erro, sem fazer grandes esforços para separar
tudo que, não sendo verdade, foi tomado como tal nesse processo.
Por isso, vamos analisar uma visão que pode ser considerada como
uma das primeiras aproximações formais da psicologia. Muitas
vezes atacada e ignorada, mas que, devido ao seu interesse por
analisar certos casos clínicos, plantou a semente para que surgisse
essa ciência apaixonante.
O início da psicanálise: Sigmund Freud

A fascinação que Freud e sua obra provocaram têm


limites tão amplos quanto difusos. Atualmente muitos
consideram que ele foi um mero especulador, distante da
luz que emana do método científico. No entanto, outros o
consideram um visionário que soube enxergar o ser
humano e seus problemas a partir de uma perspectiva
revolucionária
Devemos a Freud a primeira aproximação séria
com a subjetividade humana, algo revolucionário.
O que nos diferencia, por que nos comportamos de
uma maneira e não de outra. Ao mesmo tempo,
também lhe devemos o entendimento da causa e do
alimento da neurose.
Explicações como o complexo de Édipo, o medo da
castração, a origem de todos os problemas psicológicos
por uma libido sexual mal definida estão completamente
excluídas de um estudo sério e científico de uma teoria
psicológica, e todas elas coincidentemente fazem mais
referência ao estudo da origem do transtorno na infância
do que ao estudo de um adulto em consulta.
No entanto, devemos agradecer a Freud pela descrição
minuciosa de casos clínicos.  Também pela identificação
de certos fenômenos inconscientes, como a sugestão, a lei
da atenção flutuante, a resistência ou a transferência e
contratransferência que hoje estão bem articuladas no
âmbito da terapia.
Depois de Freud: Adler, Carl
Jung, neofreudianos e a tradição
analítica do eu.
Alfred Adler foi um dos primeiros autores da
psicanálise a discordar de Freud, pois defendia uma
abordagem finalista do comportamento, e não causal. A
verdade é que muitos dos nossos comportamentos têm
como causa o objetivo pelo qual são realizados, no
entanto outras vezes isso não acontece. No caso de não
ser, pense em uma criança à qual pediram para que
arrumasse seu quarto: o objetivo é o quarto arrumado, a
causa o fato de que sua mãe mandou.
Além disso, Adler defende a força do eu contra a
fraqueza “natural” do eu freudiano. Ele fala do
estilo de vida individual marcado pelas primeiras
relações com a família, os valores familiares e a
constelação familiar.  Adler se refere ao
desenvolvimento do indivíduo não como uma
resposta à libido, mas como um desejo de poder
para superar sua inferioridade orgânica.
Por outro lado, Jung difere de Freud no seu conceito
do inconsciente: para Jung, este transcende o
individual. O tratamento vai buscar uma visão mais
ampla na maneira de entender o processo de
individualização. Ele fala de diferentes arquétipos
coletivos e tipos psicológicos. Sua leitura é
recomendável e apaixonante.
 “A solidão não vem de não haver pessoas
ao seu redor, mas de não conseguir
comunicar as coisas que são importantes
para si mesmo ou de sustentar certos pontos
que os outros acham inadmissíveis.”
-Carl Jung-
Por outro lado, muitos dos seguidores de Freud que se
identificaram com parte do seu legado minimizaram, em
maior ou menor grau, a importância da sexualidade no
desenvolvimento da neurose. Alguns dos seguidores
também menosprezaram o papel do inconsciente,
enfatizaram a área cultural e social, as relações
interpessoais ou prestaram mais atenção às experiências e
às circunstâncias que estavam acontecendo no momento
com o paciente. Alguns desses neofreudianos seriam
Erich Fromm, Karen Horney e Harry S. Sullivan
Na tradição analítica do eu, outra corrente da
psicanálise, encontramos sua filha Anna
Freud, Melanie Klein, Erik Erikson e Bolwlby.
Esse grupo dá especial relevância às funções do
eu, atribuindo-lhe uma grande importância nas
relações interpessoais, precisamente como motor
para a construção desse eu.
Vale destacar autores como Melanie Klein e seu
desenvolvimento do jogo na terapia ou a teoria
do objeto transicional de Winnicott, tão estudada
e reconhecida por outras correntes.
Além disso, Anna Freud se destaca nessa corrente
psicanalítica por seus famosos mecanismos de defes
a: a repressão, a regressão, a formação reativa, a
anulação retroativa, a introjeção, a projeção, o
isolamento, a volta contra si mesmo e a transformação
no seu contrário ou a sublimação.
“As mentes criativas são conhecidas por
serem capazes de sobreviver a qualquer
tipo de mau aprendizado.”
-Anna Freud-
Erik Erikson encontrou a fama e o prestígio ao
descrever os estágios do eu e sua teoria é
amplamente aceita devido a sua utilidade clínica. 
No quadro definido por Erikson existiriam oito
etapas do ser humano e sua antítese:
confiança/desconfiança, autonomia/vergonha,
iniciativa/culpa, construtividade/inferioridade,
identidade/confusão de papéis,
intimidade/isolamento, generatividade/estagnação,
integridade do eu/desespero.
Para finalizar esse ponto, destacamos que John
Bowlby teve uma grande influência com a sua
teoria do apego. A articulação da sua teoria goza
de uma ampla aceitação como quadro de
referência útil para entender como as crianças se
relacionam com as suas figuras de referência.
Além disso, explica, a partir desse tipo de relação
tão importante e suas dinâmicas, como
construímos nossas outras relações à medida que
crescemos.
Outros desenvolvimentos e autores da
psicanálise
Seria impossível descrever toda a riqueza das
escolas e autores da psicanálise que surgiram ao
longo do tempo, embora valha a pena nomear
algumas delas devido ao seu maior peso e
influência:
•A terapia psicodinâmica breve, que limita a
duração da terapia, aborda um foco principal do
problema e tem uma atitude mais diretiva e ativa do
terapeuta. Os representantes mais conhecidos são
Sandor Ferenczi e Otto Rank.
•Alexander e sua experiência emocional
corretiva, um reconhecido fator do sucesso
terapêutico na atualidade.
•Ackerman e seu estudo das relações
familiares nos transtornos neuróticos e
psicóticos.
•Jacob Moreno com a criação do psicodrama.
•Lacan com seu retorno aos postulados de
Freud, incorporando contribuições de Saussure
e Levis-Strauss.
Podemos aceitar ou não os pensamentos de Freud,
mas não podemos negar que o seu pensamento
representou uma revolução na forma de
entender nossos atos e as motivações que os
fundamentam. Também representou um toque de
atenção, dando espaço a uma ideia que hoje
levamos muito em consideração: no nosso passado
remoto foram formadas memórias, conscientes ou
inconscientes, que condicionam o nosso
comportamento atual.
Os 8 tipos de personalidade, segundo
Carl Jung
Se quisermos entender a história da psicologia,
Carl Gustav Jung é, sem dúvida, um dos
nomes que devemos ter em conta. As suas teorias
têm sido tanto fonte de controvérsia quanto de
inspiração. Não é a toa que ele é o fundador de uma
escola do campo psicanalítico, a escola de 
psicologia analítica, também denominada psicologia
dos complexos e psicologia profunda.
Durante muito tempo, Jung foi discípulo de
Freud. No entanto, afastou-se dele
principalmente porque não estava de acordo
com a sua teoria da sexualidade. Mesmo
assim, Jung postulou a existência de um “
inconsciente coletivo“, que antecedia o
inconsciente individual.
Jung foi um intelectual inquieto, que bebeu de
várias fontes. Além da neurologia e da
psicanálise, as teorias de Jung receberam
influência da mitologia, e até mesmo da
religião e da parapsicologia. Uma das suas
grandes paixões foi a arqueologia, e é
provavelmente dessa tendência que emerge a
construção da teoria dos arquétipos, ou
símbolos universais que estão presentes no
inconsciente humano.
A teoria da personalidade de Jung
Para Carl Jung existem quatro funções
psicológicas básicas: pensar, sentir, intuir e
perceber. Em cada pessoa, uma ou várias desta
funções têm uma ênfase particular. Por exemplo,
quando alguém é impulsivo, segundo Jung, deve-
se ao fato de predominarem as funções de intuir e
perceber, antes das de sentir e pensar.
A partir das quatro funções básicas, Jung postula
que se formam dois grandes tipos de caráter: o 
introvertido e o extrovertido. Cada um deles
tem traços específicos, que os diferenciam um do
outro.
Caráter do tipo extrovertido
O tipo extrovertido caracteriza-se por:
•O seu interesse foca-se primeiramente na
realidade exterior, e só depois se foca no mundo
interior.
•As decisões são tomadas pensando no seu
efeito na realidade exterior, em vez de pensar
na sua própria existência.
•Cont..
•As ações são realizadas em função do que os
outros possam pensar sobre delas.
•A ética e a moral são construídas de acordo
com o que predomina no mundo. 
•São pessoas que se encaixam em quase
qualquer ambiente, mas têm dificuldade em
realmente se adaptar.
•São sugestionáveis, influenciáveis e tendem a
imitar os demais.
•Precisam que reparem neles e que sejam
reconhecidos pelos outros. 
Caráter do tipo introvertido
Por outro lado, o tipo introvertido tem as
seguintes características:
•Sente interesse por si mesmo, pelos seus
sentimentos e pensamentos.
•Orienta o seu comportamento de acordo com
o que sente e pensa, mesmo que isso vá contra a
realidade exterior.
•Não se preocupa muito com o efeito que as suas
ações possam causar ao seu redor. Preocupa-se
sobretudo com que as ações o satisfaçam
interiormente.
•Cont..
•Tem dificuldades em se encaixar e adaptar
aos diferentes ambientes. No entanto, se
conseguirem se adaptar, farão isso de forma
verdadeira e criativa.

Os tipos de personalidade
A partir das funções psicológicas básicas e dos
tipos de caráter fundamentais, Jung assinala
que se formam oito tipos de
personalidade bem diferenciadas. Todas as
pessoas pertencem a um ou a outro tipo. São
estas:
Reflexivo extrovertido
A personalidade reflexiva extrovertida
corresponde aos indivíduos cerebrais e
objetivos, que atuam quase exclusivamente na
base da razão. Só dão como certo aquilo que se
comprove com as devidas provas. São pouco
sensíveis e podem ser até mesmo prepotentes e 
manipuladores com os outros.
Reflexivo introvertido 
O reflexivo introvertido é uma pessoa com
grande atividade intelectual, que, no
entanto, tem dificuldade para se relacionar
com os outros. Normalmente é uma pessoa
teimosa e determinada em alcançar os seus
objetivos. Por vezes é visto como um
inadaptado, inofensivo e ao mesmo tempo
interessante.
Sentimental extrovertido
As pessoas com grande habilidade para
entender os outros e para estabelecer
relações sociais são os sentimentais
extrovertidos. No entanto, é muito difícil para
eles se afastar do seu grupo e sofrem quando
são ignorados. Têm muita facilidade
de comunicação.
Sentimental introvertido
A personalidade sentimental introvertida
corresponde a pessoas solitárias e com grande
dificuldade para estabelecer relações com os
outros. Pode ser pouco sociável e melancólico.
Faz todo o possível para passar despercebido e
gosta de permanecer em silêncio. Contudo, é
muito sensível às necessidades dos outros .
Perceptivo extrovertido
Os indivíduos perceptivos extrovertidos têm
uma fraqueza especial por objetos, ao ponto
de lhes atribuir qualidades mágicas, ainda que
façam isso de modo inconsciente. Não são
apaixonados pelas ideias, a não ser que
ganhem uma forma concreta. Procuram o 
prazer acima de tudo.
Perceptivo introvertido
É um tipo de personalidade muito própria de
músicos e artistas. As pessoas perceptivas
introvertidas colocam uma ênfase especial
nas experiências sensoriais: dão muito valor
à cor, à forma, à textura…  O mundo deles é
o mundo da forma, como fonte de
experiências interiores.
Intuitivo extrovertido
Corresponde ao típico aventureiro. As pessoas
intuitivas extrovertidas são muito ativas e
inquietas. Elas precisam de vários estímulos
diferentes.  São determinadas a alcançar
objetivos, e uma vez que conseguem, passam
para o próximo e esquecem o anterior. Elas não
ligam muito para o bem-estar daqueles que as
rodeiam.
Intuitivo introvertido
São extremamente sensíveis aos estímulos mais
sutis. A personalidade intuitiva introvertida
corresponde ao tipo de pessoas que quase
“adivinham” o que os outros pensam, sentem
ou se dispõem a fazer. São criativas, sonhadoras
e idealistas. É difícil para elas “colocar os pés no
chão”.
10 diferenças entre Freud e
Jung
São inúmeras, e em muitos casos controversas, as
polêmicas geradas ao redor das figuras de Sigmund
Freud e Carl Gustav Jung. Neste artigo, falaremos
sobre as principais diferenças entre Freud e Jung.
Em geral, para cada uma de suas propostas,
encontramos especialistas que se posicionam a favor
e contra, cada um com suas variantes. Além disso,
quando, ao invés de analisá-los separadamente, os
colocamos em um mesmo plano, a comparação faz
com que os debates sejam muito ricos.
As diferenças entre Freud e Jung são interessantes
porque, paradoxalmente, no início da prática
profissional de Jung eles coincidiam em pensamentos
e abordagens teóricas. Na verdade, a coincidência
inicial faz com que em alguns casos tenhamos dúvidas
sobre o autor de uma determinada ideia; algo que já não
acontece, por exemplo, nas últimas fases de sua
evolução, em que suas diferenças aumentaram e sua
marca se tornou muito mais particular. De uma forma ou
de outra, a caminhada que propomos pela história desses
dois grandes autores parece realmente incrível.
Por que diferenciar entre Freud e Jung?

Sigmund Freud foi um médico neurologista de origem


austríaca que deu início e forma a uma das correntes
psicológicas mais poderosas e de maior tradição: a
psicanálise. Além disso, é considerado por muitos, tanto
seguidores quanto críticos, um dos intelectuais mais importantes
do século 20. Sendo um neurologista, seu interesse inicial como
campo de estudo foi a neurologia; daí podemos situar a origem
de sua evolução, derivando progressivamente em uma vertente
mais psicológica: tanto na análise das causas, como no curso e
nas consequências dos transtornos que estudou.
Por outro lado, Carl Gustav Jung foi um
médico psiquiatra, psicólogo e ensaísta de
origem suíça. Atuou como figura chave nos
primórdios da psicanálise; posteriormente
fundou sua própria escola de “psicologia
analítica”, também conhecida como
psicologia profunda ou psicologia complexa.
Jung se interessou pelo trabalho de Freud, o que
levou este último a nomeá-lo como seu
“sucessor” publicamente. No entanto, não
demorou muito para que o professor de Viena
e o de Zurique, como resultado de seus
desentendimentos teóricos e pessoais, se
separassem. Desta forma, Jung foi expulso da
Sociedade Psicanalítica Internacional daquela
época, a mesma que presidiu em 1910.
Diferenças entre Freud e Jung
Embora existam muitas diferenças entre Freud e Jung,
neste artigo iremos citar algumas das mais relevantes.
Por outro lado, podemos dividir essas diferenças em
diferentes subdivisões.
1. Ser psicanalista
Embora não seja estranho escutar o termo “psicanalista
junguiano” – para se referir a aqueles que estudaram pela
teoria de Jung – este é um erro nominativo. Jung não é
considerado psicanalista, na verdade, decidiu separar-se
por completo dessa escola e fundou a sua própria.
2. O termo “complexo”
Freud reconheceu e concedeu a autoria desse
termo à Jung. Freud utilizou esse termo
sempre acompanhado de um sobrenome em
sua teoria: “Complexo de Édipo” ou
“Complexo de castração” para poder explicar
a teoria sexual e a dinâmica psíquica ali
existente.
por outro lado, para Jung o termo
complexo tem relação com o
conjunto de conceitos ou imagens
emocionalmente carregadas que
atuam como uma personalidade
dividida. No núcleo desses
complexos é encontrado o
arquétipo, que se relaciona com o
conceito de trauma.
3. Parapsicologia e fenômenos ocultos
Jung atribuiu muita importância à
parapsicologia e à autenticidade dos então
chamados “fenômenos ocultos”. Freud, por
outro lado, foi contrário a estudar essas questões
e ligá-las à psicanálise; considerava que fariam
muito mal à teoria.
4. Conceito de “restos arcaicos”
Para Freud, os “restos arcaicos” estão
relacionados com certos assuntos
inconscientes, teriam relação com o conceito
de traço mnêmico( relativo a memoria)
criado por ele.
Diferentemente, para Jung, os restos
arcaicos eram mais que isso; na verdade,
permitiram criar uma tipologia do
inconsciente diferente da psicanálise – o
inconsciente coletivo. Para isso, fez uso da
análise dos sonhos de seus pacientes,
interpretou diferentes mitos produzidos por
diversas culturas e os somou à investigação do
simbolismo alquímico.
Para Jung, o inconsciente coletivo é algo
comum à natureza humana. Nasce com ela;
constituído por estruturas arquetípicas
derivadas dos momentos emocionais mais
transcendentes da humanidade que resultam
no medo ancestral da escuridão, a ideia de
Deus, do bem, do demoníaco, entre outros.
5. Os fatores históricos e a importância do
presente
Para Freud, tanto no desenvolvimento da
neurose quando no da psicose, prevaleciam
os fatores históricos de cada indivíduo sobre
os fatores ou circunstâncias atuais. Ou seja, os
fatores históricos viriam a determinar os
comportamentos atuais e futuros.
No entanto, para Jung isso funcionava ao contrário.
Ele relativizava a preeminência dos fatores
históricos na fundamentação freudiana. E mesmo
que Freud não concordasse com essa peculiaridade,
ele o fazia em termos gerais, considerando o foco de
Jung em ressaltar, ao que diz respeito ao campo de
estudo das neuroses, o presente em detrimento do
passado.

“Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu


escolhi me tornar.”
-Carl Jung-
6. energia vital vs. libido
Para Jung, o conceito de libido definia uma
energia vital de natureza geral que adotava a
forma mais importante para o organismo em
cada momento de sua evolução biológica –
alimentação, eliminação, sexo. É diferente da
concepção de libido freudiana: energia
predominantemente sexual concentrada em
diferentes áreas corporais no decorrer do 
desenvolvimento psicossexual do indivíduo.
7. Estrutura psíquica
Para Freud, a estrutura psíquica estava
composta por três níveis: consciente, pré-
consciente e inconsciente. Para Jung havia o
nível consciente, mas ele fazia referência a dois
inconscientes: o inconsciente pessoal e o
inconsciente coletivo.
8. A transferência
Outra diferença entre Freud e Jung é a forma
como entendiam o fenômeno da transferência.
Ambos contemplavam esse conceito. Freud
pensava que, para que isso pudesse ocorrer,
deveria existir uma certa assimetria em que
o analista serve como objeto, tela em branco
onde o paciente pode colocar – transferir –
fantasias, figuras representativas, etc., a partir
do qual se inicia o trabalho analítico. Direção
unidirecional.
Por outro lado, embora para Jung a
transferência permaneça sendo o problema
central da análise, não compartilha sua prática
ortodoxa. Partindo de seus conhecimentos de 
alquimia, definiria a relação terapêutica a
partir da metáfora de dois corpos químicos
diferentes que, colocados em contato, se
modificam mutuamente. Sendo assim, a
relação que se estabelece entre paciente e
psicoterapeuta é de colaboração e
confrontação mútua.
9. O sofá
Para Freud, o uso da ferramenta do sofá era
imprescindível para poder realizar análises,
sempre deixando o analista fora do alcance da
visão do paciente. O oposto de Jung, que
realizava as sessões frente a frente, sentado
diante do paciente e mantendo uma interação
direta constante. Ele dispensava o sofá.
10. Frequência das sessões
A frequência das sessões é outra diferença entre Freud
e Jung. Carl Gustav Jung atendia seus pacientes, no
início, duas vezes por semana, por uma hora em cada
sessão. Mais tarde, propunha passar para uma sessão
semanal em um tratamento usual de três anos. Freud,
por outro lado, atendia à seus pacientes seis vezes por
semana, por 45 a 50 minutos em cada sessão,
estritamente.
Finalmente, embora tenhamos mencionado dez
diferenças entre Freud e Jung e seus métodos,
pensamentos e abordagens, muitas outras
poderiam ser encontradas. A relação entre
ambos e como cada um deles deixou sua
marca no outro é muito interessante; por
esse motivo, está feito o convite para conhecer
suas obras em maior profundidade.

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