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História e Sistemas Teóricos da Psicologia

Psicanálise

→ O que é para si o ser humano? E a mente humana?


→ Como explica as ações/reações e comportamentos humanos?
→ Que dimensões lhe parecem mais importantes na explicação
do ser humano? Ex: emoções, comportamentos, valores sociais,
desejos, etc…

Pensando sobre o ser humano…

→ Acredita que existe uma dimensão da vida mental que nos é desconhecida/inconsciente?

→ Qual o seu papel e importância nos nossos atos?

→ Seremos seres racionais? Qual o papel das emoções na nossa vida? E do desejo/paixões?

→ O ser humano é livre? Ou o contexto determina o que somos? Em que medida/extensão?

→ Podemos mudar aquilo que somos? Com ou sem limites? Como?


Psicanálise
- Fundação da Escola de Pensamento – Início formal da Psicanálise

Behaviorismo

1895 Wundt Titchner Funcionalismo a


dar os 1ºs
63 anos 28 anos passos
Início formal

Apesar das fortes divergências entre as várias Gestalt


escolas de pensamento: todas têm uma herança
académica.

Sigmund Freud:
Sigmund Freud foi um médico vienense que alterou o modo de pensar a vida psíquica;

Freud ousou colocar os “processos misteriosos” do psiquismo, suas “regiões obscuras”, isto é,
as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como problemas
científicos;

A investigação sistemática desses problemas levou Freud à criação da Psicanálise;

Sigmund Freud (1856-1939)


Algumas notas biográficas

 Nasce na Áustria em 1856;


 Formou-se em Medicina na Universidade de Viena, em 1881, e especializou-se em
Psiquiatria;
 Trabalhou algum tempo em um laboratório de Fisiologia e deu aulas de
Neuropatologia no instituto onde trabalhava;
 Inicia prática clínica, atendendo pessoas com “problemas nervosos”;
 Obteve no final do internato de medicina uma bolsa de estudo em Paris, onde
trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que tratava as histerias com hipnose;
 1895: Estudos sobre a histeria (com J.Breuer)
 1900: A interpretação dos sonhos
 1901: A psicopatologia da vida quotidiana
 1905: Três ensaios sobre a teoria da sexualidade
 1913: Totem e Tabu
 1920: Além do princípio de prazer
 1923: O Ego e o Id

Algumas das maiores figuras do movimentos psicodinâmico, depois de Freud

 Carl Jung
 Alfred Adler
 Anna Freud
 Heinz Hartmann
 Melanie Klein
 Harry S. Sullivan
 Karen Horney
 Erich Fromm
 Erik Erikson
 Margaret Mahler
 Heinz Kohut

O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e a


uma prática profissional.

TEORIA

 Conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.


 Freud publicou uma extensa obra, durante toda a sua vida, relatando suas descobertas
e formulando leis gerais sobre a estrutura e o funcionamento da psique humana.
MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO

 Método interpretativo, que procura o significado oculto daquilo que é manifesto por
meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios,
as associações livres e os atos falhados.

A PRÁTICA PROFISSIONAL

 Forma de tratamento – a análise – que procura o autoconhecimento ou a cura e que


ocorre através do autoconhecimento.

Atualmente, o exercício da Psicanálise ocorre de muitas outras formas:

Como base para psicoterapias, aconselhamento e orientação;

É aplicável no trabalho com grupos e instituições;

Como instrumento importante para a análise e compreensão de fenómenos sociais relevantes


(formas de sofrimento psíquico, o excesso de individualismo no mundo contemporâneo, a
exacerbação da violência, etc.).

PSICANÁLISE – influências anteriores:

PSICANÁLISE:

1) Reflexões sobre o inconsciente


2) Ideias sobre Psicopatologia
3) Teoria da Evolução
4) Outras influências (mecanicismo)

PSICANÁLISE – Antecedentes históricos:

1) Reflexões sobre o inconsciente


Leibnitz (1646-1716)
Mónadas (entidade psíquica) com atividade semelhante às percepções (petites
perceptions) e a sua atualização inconsciente comparável à aperceção.
2) Herbart (1776-1841)
Aperfeiçoar as ideias de Leibnitz propondo o conceito de limiar da consciência.
3) Fechner (1801-1887)
A mente equivale a um iceberg.
PSICANÁLISE – Antecedentes históricos:

2) Ideias sobre a Psicopatologia (Séc. XIX)

→Indícios da visão psíquica

Movimento da Igreja Emmanuel (EUA)

 Movimento de cura pela palavra

Trabalhos sobre hipnose

 Reconhecimento profissional com médico Charcot

3)Teoria da Evolução: Charles Darwin


4)Outras influências

 Ideias Mecanicistas

→Determinismo psíquico

 Zeitgeist: Atitude em relação ao sexo em Viena no final do séc. XIX

→Florescimento da indústria do sexo: pornografia e prostituição

O surgimento da Psicanálise
Anna O. – Paciente de Breuer:

Apresentava um conjunto de sintomas:

 Paralisia com contratura muscular;


 Inibições e convulsões;
 Dificuldades de raciocínio;

Sintomas tiveram origem na época em que ela cuidou do pai doente;

Durante o processo teve pensamentos e emoções que se referiam a um desejo de que o pai
morresse;

Estes pensamentos e sentimentos foram reprimidos e substituídos pelos sintomas.

No estado de vigília, não era capaz de identificar a origem dos seus sintomas, mas sob o efeito
da hipnose, relatava a origem de cada um deles;

Os relatos indicavam que estavam ligados a vivências, os sintomas desapareciam, devido à


libertação das reações emotivas associadas ao evento traumático – a doença do pai e o desejo
inconsciente da morte do pai doente.

Método Catártico
Segundo Breuer:

O tratamento que possibilita a libertação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos


traumáticos e que não puderam ser expressos no momento da vivência desagradável ou
dolorosa.

Através da libertação de emoções é possível eliminar/curar os sintomas.

Segundo Freud:

Afirma que desde o início de sua prática médica usara a hipnose, não só com objetivos de
sugestão, mas também para obter a história da origem dos sintomas.

Posteriormente, passou a utilizar o método catártico e,


aos poucos, foi modificando a técnica de Breuer: abandonou a hipnose, porque nem todos os pacientes se
prestavam a ser hipnotizados; desenvolveu a técnica de ‘concentração’, na qual a rememoração sistemática era
feita por meio da conversação normal; e por fim, acatando a sugestão (de uma jovem) anônima, abandonou as
perguntas ‘— e com elas a direção da sessão — para se confiar por completo à fala desordenada do paciente”4 .
[pg. 72]

A descoberta do Inconsciente
O esquecido era considerado algo penoso para o indivíduo;

Penoso não significa, necessariamente, algo mau, mas pode referir-se a algo bom que se
perdera ou que fora intensamente desejado;

Freud abandonou as perguntas no trabalho terapêutico com os pacientes e deixou-os dar azo
às suas ideias;

Observou que os pacientes ficava, envergonhados, e/ou resistentes com algumas ideias ou
imagens que lhes ocorriam.

Resistência

Força psíquica que se opõe a tornar consciente, a revelar um pensamento.

Recalcamento

Processo psíquico que visa a encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou
representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma.

Estes conteúdos psíquicos “localizam-se” no inconsciente.

Tais descobertas
“(...) constituíram a base principal da compreensão das neuroses e impuseram uma modificação do trabalho
terapêutico. Seu objetivo (...) era descobrir as repressões e suprimi-las através de um juízo que aceitasse ou
condenasse definitivamente o excluído pela repressão. Considerando este novo estado de coisas, dei ao método de
investigação e cura resultante o nome de psicanálise em substituição ao de catártico”

Documentário “A invenção da Psicanálise”

Questões de exploração

Quem foi o primeiro autor a abandonar a ideia de que a histeria não tinha ligação com o
útero?

De que forma classificou a histeria?

A histeria foi entendida como o “desejo refreado no âmbito da razão” nas jovens da alta
sociedade. Porquê?

Como surge a teoria da fantasia?

Quem foi o “homem perfeito” para a psicanálise na visão de Freud e porquê?


Introdução à Psicanálise de Freud
Questões de terminologia e tradução

 Id-Ego-Superego = Isso-Eu-Supereu
 Recalcamento = Repressão/recalque
 Trieb: pulsão = instinto
 Investimento = catexia

(a negrito estão assinalados os termos adoptados nas aulas)

 “A Psicanálise procura e conquista nada mais do que a


descoberta do inconsciente na vida mental”
 Freud, 1924, p.397

A PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO


APARELHO PSÍQUICO
Primeira conceção sobre a estrutura e o funcionamento
da personalidade.

Refere-se à existência de três sistemas ou instâncias


psíquicas:

Inconsciente;

Pré-consciente

Consciente.

Consciente:

 Sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo


exterior e as do mundo interior;
 Na consciência, destaca-se o fenómeno da perceção do mundo exterior, a atenção, o
raciocínio;
 Processo secundário de funcionamento mental;
 Conteúdos mentais acessíveis no presente;
Pré-Consciente:
 Refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência.
 É aquilo que não está na consciência, neste momento, e no momento seguinte pode
estar;
 Reúne conteúdos inconscientes somente num estado descritivo: Uma espécie de
“memória disponível”.

Inconsciente:
 Conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência;
 Constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-
consciente/consciente, pela ação de censuras internas.
 Podem ter sido conscientes, em algum momento, isto é, “foram” para o inconsciente,
ou podem ser genuinamente inconscientes;
 É atemporal, não existem as noções de passado e presente.

O termo psicodinâmico refere-se à luta interna incessante entre os vários aspetos da


Personalidade.

Analogia espacial

Associação Livre
A Psicanálise e a Psicologia no princípio do séc.XX
“O conceito de inconsciente há muito que anda a bater à porta da psicologia,
pedindo que o deixem entrar. (…) A psicanálise apoderou-se do conceito, tomou-o a sério e
deu-lhe um novo conteúdo.”

 Segundo Anna Freud, são quatro as “descobertas” (i. e. os pressupostos) que a


Psicanálise introduziu na Psicologia:
1. O inconsciente como objeto de estudo na ciência psicológica
2. As duas espécies de inconsciente: o inconsciente (topográfico) versus o
inconsciente (descritivo)
3. O processo primário como forma de funcionamento do inconsciente.
4. As relações tensionais/conflituosas internas da mente, a censura e a noção de
recalcamento.

Sinais e oportunidades de acesso ao Inconsciente

 Resistências durante o tratamento psicanalítico: omissões, hesitações, bloqueios na


associação livre
→Resistência intelectual: curiosidade ou crítica
→O mecanismo da transferência (afetuosa ou competitiva)

 Os sonhos e seu simbolismo: conteúdo manifesto vs. conteúdo latente


(disfarçado/distorcido)

 Manifestações diversas do Inconsciente na vida quotidiana:


→Actos falhados: esquecimentos ou lapsos linguísticos que refletem motivos
inconscientes

 Os sintomas psicopatológicos como substitutos de desejos sexuais inconscientes que


foram censurados
→Recalcamento como requisito essencial na formação de sintomas

O simbolismo dos sonhos explorado pela pintura surrealista


 Salvador Dali,
Sonho causado pelo voo de uma abelha à volta de uma romã,
um segundo antes de despertar, 1944.

 A descoberta da sexualidade infantil

A maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual


localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos;

Na vida infantil estavam as experiências de caráter traumático, reprimidas, que se


configuravam como origem dos sintomas atuais;

As ocorrências deste período da vida deixam marcas profundas na estruturação da pessoa.

As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é postulada a existência da


sexualidade infantil.

As excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo, havendo um desenvolvimento


progressivo;

Fases do desenvolvimento sexual em:

→Fase oral (a zona de erotização é a boca),

→Fase anal (a zona de erotização é o ânus),

→Fase fálica (a zona de erotização é o órgão sexual);

Período de latência (prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das
atividades sexuais;

Fase genital (o objeto de erotização ou de desejo já não se localiza no próprio corpo, mas sim
num objeto externo ao indivíduo – o outro).

Complexo de Édipo

É em torno que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo;

Acontece entre os 3 e os 5 anos de idade, durante a fase fálica;


No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino e o pai é o rival que o impede
de ter acesso ao objeto desejado;

Tenta ser o pai para “ter” a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a
internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna.

Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, “desiste” da mãe;

A mãe é “trocada” pela imposição das regras sociais e culturais;

O filho pode, assim, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas
através da identificação com o pai.

Este processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de
identificação – Complexo de Electra ou Complexo de Édipo feminino.

A SEGUNDA TEORIA SOBRE O APARELHO PSÍQUICO


Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz novos conceitos.

Refere-se à existência de três sistemas da


personalidade:

ID

Superego

Ego

Video (ppt)

O Id
“um caos, um caldeirão cheio de fervilhantes excitações” (Freud,1933,p,87)

 Intraduzível (“isso”; “it”)


 Próximo do sentido tópico de inconsciente:
 Sede do processo de funcionamento primário
➔ Fonte de toda a energia pulsional
➔ Governado pelo Princípio do Prazer
 Funcionamento de acordo com o princípio hidráulico, termodinâmico
➔ Objetivo: redução da tensão
 Sem contacto com a realidade
 Sendo inato, faz depender a sobrevivência do indivíduo do
desenvolvimento de outras estruturas

O Ego
“O ego representa aquilo a que podemos chamar a razão e o bom senso,
em contraste com o id, que contém as paixões”. (Freud, 1923, p.25)

 Origem muito precoce a partir do Id:


➔ “é a porção do id que foi modificada pela proximidade e influência do mundo externo…”
 Contacto com o real e sede da consciência
 Rege-se pelo Princípio da Realidade
➔ Adiamento de gratificações
➔ Processo de funcionamento secundário → Separação de desejo, fantasia e realidade
 Mecanismos de defesa: Parte do Ego é inconsciente
 Os 3 tiranos do Ego e angústia: o Ego como vítima e como manipulador

O Superego
Composto por dois sistemas:

1. A CONSCIÊNCIA (MORAL): segue o princípio da moralidade


2. O IDEAL DO EGO: associado a padrões ideais, perfeccionismo

Funções:

1. Observar, julgar e punir o ego – funciona como um censor moral no


funcionamento mental
2. Estabelecer o ideal do ego → Pressiona o Ego, causando culpa, vergonha ou
inferioridade (ex. Superego e Depressão/Melancolia)
 Funcionamento arcaico, rígido e irrealista

A SEGUNDA TEORIA SOBRE O APARELHO PSÍQUICO

 Divisão do aparelho mental em 3 instâncias:


➔ Id-Ego-Superego
 Ilustração da relação entre a 1ª e 2ª teoria:

O desenvolvimento das estruturas psíquicas à luz da


sexualidade infantil

Desenvolvimento das estruturas psíquicas


 Id: inato, presente no bebé desde o início
 Ego: desenvolve-se muito precocemente na vida da criança
➔ Resulta do contacto do Id com o mundo real e da não satisfação imediata dos desejos
pulsionais
➔ Frustração como motor do desenvolvimento humano
 Superego: Introjeção das normas parentais/sociais
➔ Estado amoral inicial no bebé
➔ Início: Controlo e imposição de normas pela autoridade paternal gera punição e ameaças
de perda de amor – autoridade externa como precursora da autoridade interna (Superego)
➔ Completa a sua formação na criança durante o estádio fálico (importância do Complexo de
Édipo/Electra e do recalcamento)

O desenvolvimento do Superego nos meninos


 Estádio fálico
➔ Complexo de Édipo: Investimento afetivo (Mãe) + Inveja/ competição (Pai)
➔ Exploração da sexualidade (libido → genitais)
➔ Ameaças de perda de amor/ameaças de castração por parte do pai
➔ Constatação da ausência de pénis nas meninas: Ausência = Castração?
 Angústia real precursora da angústia moral
➔ Medo do castigo do pai pelo investimento afetivo na mãe gera a identificação com este
desenvolvimento da masculinidade e recalcamento
 Superego: Substituto intrapsíquico do controlo social/moral externo pela
introjeção/internalização das normas parentais e sociais
➔ Consciência moral (Normas e proibições sociais: culpa) + Ideal do ego (Perfeccionismo,
sentimento de inferioridade e idealização dos imagos parentais)

O Édipo feminino e o Superego nas meninas


Estado fálico nas meninas

 A exploração da sexualidade nas meninas gera a descoberta da ausência de pénis → Inveja


do pénis nas meninas e sentimento de inferioridade
“Depois da mulher tomar consciência dessa ferida no seu narcisismo, vai desenvolver-se
nela, como uma cicatriz, um sentimento de inferioridade” (Freud, 1925, p.150)
 Segundo Freud, o sentimento de inferioridade permanente nas mulheres e o desejo de
possuir um pénis leva à insegurança, ao ciúme possessiva e ao desejo de ter um bebé
➔ Identificação com a mãe e incorporação dos seus valores → Feminilidade e formação do
Superego

Variações no desenvolvimento das 3 instâncias do aparelho psíquico


 Ego pouco desenvolvido e Superego ausente/subdesenvolvido
➔ Procura descontrolada do prazer imediato
 Superego dominante
➔ Predomínio de sentimento de culpa e/ou inferioridade
➔ Dificuldades em lidar com oposição entre Id e Superego
 Ego bastante desenvolvido
➔ Maior capacidade de regular conflitos
➔ Níveis satisfatórios de saúde mental
 Gratificações em excesso ou por defeito nas diferentes fase do desenvolvimento infantil,
podem gerar a possibilidade de fixação parcial líbido em alguma das fases do
desenvolvimento infantil
➔ Uma frustração intensa poderá originar regressão → Ex: Compulsão pela comida, pelo
prazer imediato

Ansiedade e os mecanismos de defesa


Ansiedade
 Diferentes tipos de ansiedade discriminados por Freud:
➔ Realística: uma recção que parece compreensível face a um estímulo externo (Conflito
entre o Ego e o mundo externo)
➔ Neurótica: uma recção aparentemente despropositada face a algo – o objeto fóbico
(resulta de um conflito entre o Ego e o Id)
➔ Moral: sentimento de culpa/vergonha/inferioridade (conflito entre Ego e Superego)
 O nascimento como “ansiedade tóxica”
➔ Os sinais fisiológicos da ansiedade do nascimento servem de modelo/referencial para
situações ansiógenas futuras.

Ansiedade e mecanismos de defesa

 A ansiedade e a sua relação com os mecanismos de defesa


→1ªformulação: resultado do recalcamento
→2ª formulação: Diferentes ameaças ao Ego → criação de ansiedade → ativação dos
mecanismos de defesa do Ego (“deforma” ou suprime a realidade – deixa de registrar
perceções externas, afasta determinados conteúdos psíquicos, interfere no pensamento)

Mecanismos de defesa do Ego


 Defesa
→defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis,
protegendo, desta forma, o aparelho psíquico.
 Ego
→uma instância sujeita ao princípio da realidade externa e dos processos defensivos –
mobiliza estes mecanismos, que suprimem ou dissimulam a perceção do perigo interno,
em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo exterior.
 Recalcamento
→Indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre.
→Existe a supressão de uma parte da realidade
→O aspeto que não é percebido pelo indivíduo faz parte de um todo e, ao ficar invisível,
altera, deforma o sentido do todo;
→Ao suprimir a perceção do que está a acontecer, é o mais radical dos mecanismos de
defesa (os restantes referem-se a deformações da realidade); →Exemplo: quando
entendemos uma proibição como permissão porque não “ouvimos” o “não”.
 Formação reativa
→O ego tenta afastar o desejo que o impele em determinada direção, e, para isto, o
indivíduo adota uma atitude oposta a este desejo;
→Aquilo que aparece (a atitude) visa esconder do próprio individuo suas verdadeiras
motivações (o desejo), para preservá-lo de uma descoberta acerca de si mesmo que
poderia ser bastante dolorosa;

 Regressão
→O indivíduo retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento;
→É uma passagem para modos de expressão mais primitivos.
Exemplo: Pessoa que enfrenta situações difíceis com bastante ponderação e, ao ver, por
exemplo, uma barata, sobe para cima de uma mesa aos gritos – não é só barata que a
pessoa vê na barata.
 Negação
→Mecanismo de defesa mais eficaz, pois baseia-se em simplesmente negar os factos
acontecidos à base de mentiras que acabam confundindo-se e na maioria das vezes
contrariando uma à outra;
Exemplo: Um menino que, ao ser acusado de roubo (e realmente é culpado), diz: “não foi
bem assim que aconteceu, e não acontece sempre. Nunca aconteceu e não vai acontecer
mais”.
 Sublimação
→Tentativa de satisfazer de forma socialmente aceitável, ao menos parcialmente, as
pulsões do id;
→Caracteriza-se por apresentar uma inibição do objeto e sua dessexualização;
→É responsável pela civilização, já que é resultante de pulsões subjacentes que encontram
vias aceitáveis para o que é reprimido → o único mecanismo que não se torna patológico
Exemplo: Um indivíduo que obtém prazer em cortar tecidos humanos pode tornar-se
cirurgião par satisfazer os seus impulsos, tornando este ato (cortar tecidos sem excitação)
socialmente aceitável.
 Projeção
→É uma confluência de distorções do mundo externo e interno;
→O indivíduo localiza (projeta) algo de si no mundo externo e não percebe aquilo que foi
projetado como algo seu, que considera indesejável;
Exemplo: jovem que critica os colegas por serem extremamente competitivos e não se
apercebe que também o é.
 Racionalização
→O indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que
justifica os estados “deformados” da consciência, isto é, uma defesa que justifica as outras.
→O ego coloca a razão ao serviço do irracional e utiliza para isto o conteúdo fornecido
pela cultura, ou mesmo pelo saber científico.
Exemplo 1: o pudor excessivo (formação relativa), justificando com argumentos morais.
Exemplo 2: as justificativas ideológicas para os impulsos destrutivos que eclodem na
guerra, no preconceito e na defesa da pena de morte.

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