Curso: PÓS GRADUAÇÃO – NEUROPSICOPEDAGOGIA E PSICANÁLISE
CLÍNICA
Disciplina: PSICANÁLISE – TEORIA.
Fundamentos da Psicanálise
Desenvolvida pelo neurologista e psiquiatra Sigmund Freud, a
psicanálise surgiu como uma proposta inovadora de atendimentos para as mulheres denominadas histéricas. A psicanálise surge então e, durante seu desenvolvimento, foram elaborados conceitos como associação livre, inconsciente, repressão, sexualidade infantil, fases, complexo de Édipo, atos falhos, transferência, estruturas, ego, id, superego, entre outros.
Após experiências negativas de Freud com a hipnose, o mesmo chegou
à conclusão de que a hipnose não cura nada – ela apenas desloca determinado sintoma, fazendo com que ocorra uma sensação de cura. Com isso, Freud continuava sua inquietação em relação a pacientes histéricas e desenvolve um dos conceitos fundamentais da psicanálise: a associação livre, que consiste em permitir que a paciente fale, sem interrupções, tudo o que vier a sua mente – mesmo que se apresente inicialmente de forma desorganizada e sem sentido. Foi através do método de associação livre que Freud descobre o ponto chave de sua teoria: o inconsciente, que representa uma parte importante da estrutura humana. É no inconsciente que ficam armazenadas informações que não são suportadas pelo sujeito, ou seja, elas ficam guardadas nesse lugar que é de difícil acesso, para que o sujeito consiga ter uma vida relativamente normal.
Dando prosseguimento aos estudos, Freud descobre também sobre a
repressão, que é a força que mantêm as memórias e informações não suportadas pelo sujeito no nível inconsciente. A repressão trabalha muito em conjunto com o inconsciente e com a sexualidade infantil, termo esse que gera, até hoje, diversas críticas à psicanálise. Antigamente a sexualidade era vista exclusivamente para adultos, porém Freud descobriu que é na infância que ocorrem as primeiras experiências sexuais, sejam elas no âmbito real (como a satisfação oral durante a amamentação e até mesmo a masturbação) ou da fantasia. Além disso, a sexualidade infantil não está intimamente ligada à questão sexual, mas sim a experiências com o seu corpo e que causam prazer na criança. Essas experiências vivenciadas pela criança podem ser vistas nas seguintes fases: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase genital. Cada uma dessas fases tem uma ligação maior com a zona erógena em questão – boca, ânus, pênis e genitais como um todo – e representam as maturações das funções corporais, bem como com os pensamentos das crianças.
Paralelamente as fases supracitadas, Freud descobriu um
acontecimento que denominou de Complexo de Édipo, pegando como base o texto mitológico de Édipo. Freud traz esse conceito como uma fase que todos os indivíduos perpassam, que são fundamentais para a definição da estrutura do sujeito, podendo ser neurótica, psicótica ou perversa. Cada uma delas conta com uma estruturação própria, dependendo da escolha inconsciente de cada sujeito, bem como a sua vivência dos primeiros anos de vida. Assim, o sujeito define-se em uma dessas três estruturas.
Ao se falar de estruturas, Freud também apresenta três conceitos
fundamentais da psicanálise que se ligam ao inconsciente, ou seja, são três instâncias que formam a psique humana; são eles o id, ego e superego. O id é a parte inconsciente e inata da mente, aquela que armazena instintos e desejos primitivos; o ego é a parte conhecida da consciência, conhecido também como princípio da realidade. É por causa dele que o sujeito consegue se manter saudável, pois ele consegue amenizar os desejos do id, realizando- os de forma mais realista e menos arriscada; por fim, temos o superego, que é o responsável por definir o que é ético e moralmente aceito para que o sujeito possa viver de forma aceita pela sociedade. Para além destes fundamentos, Freud traz também, em sua teoria, os conceitos de atos falhos, que consistem em manifestações do inconsciente, através de palavras e até mesmo atitudes. São os atos falhos que permitem que o inconsciente venha a tona da consciência. Junto aos atos falhos, podemos citar os sonhos e chistes como meios dessa manifestação do inconsciente.
Não menos importante, Freud também apresenta o conceito de
transferência, ítem fundamental para a realização de uma análise. É com a transferência que a paciente vê e coloca o analista como uma figura parental, podendo então dar prosseguimento ao tratamento, permitindo que a paciente possa reexperimentar e revivenciar situações traumáticas ou mal resolvidas durante a sua vida, visando sempre uma melhora em seu quadro.
Após as leituras, é possível perceber a grande influência de Freud para
os estudos da mente humana. Além desses fundamentos, Freud traz em sua teoria conceitos até então desconhecidos e/ou não aceitos, comprovando através da teoria e da prática o seu uso, a sua fundamentação e a sua validade. Além disso, Freud é o pai da psicanálise e foi através de seus estudos que a psicanálise tornou uma das ciências mais conhecidas e respeitadas no mundo todo – sem contar que ele abriu a porta para estudos antes considerados polêmicos: sexualidade, sexualidade infantil, histeria, dentre vários outros.