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RESENHA IBF

Nome: CAROLINA LUIZA SILVA MEDINA - COD 310849

Curso: PÓS GRADUAÇÃO – NEUROPSICOPEDAGOGIA E PSICANÁLISE


CLÍNICA

Disciplina: PSICANÁLISE – TEORIA.

Fundamentos da Psicanálise

Desenvolvida pelo neurologista e psiquiatra Sigmund Freud, a


psicanálise surgiu como uma proposta inovadora de atendimentos para as
mulheres denominadas histéricas. A psicanálise surge então e, durante seu
desenvolvimento, foram elaborados conceitos como associação livre,
inconsciente, repressão, sexualidade infantil, fases, complexo de Édipo, atos
falhos, transferência, estruturas, ego, id, superego, entre outros.

Após experiências negativas de Freud com a hipnose, o mesmo chegou


à conclusão de que a hipnose não cura nada – ela apenas desloca
determinado sintoma, fazendo com que ocorra uma sensação de cura. Com
isso, Freud continuava sua inquietação em relação a pacientes histéricas e
desenvolve um dos conceitos fundamentais da psicanálise: a associação livre,
que consiste em permitir que a paciente fale, sem interrupções, tudo o que vier
a sua mente – mesmo que se apresente inicialmente de forma desorganizada e
sem sentido. Foi através do método de associação livre que Freud descobre o
ponto chave de sua teoria: o inconsciente, que representa uma parte
importante da estrutura humana. É no inconsciente que ficam armazenadas
informações que não são suportadas pelo sujeito, ou seja, elas ficam
guardadas nesse lugar que é de difícil acesso, para que o sujeito consiga ter
uma vida relativamente normal.

Dando prosseguimento aos estudos, Freud descobre também sobre a


repressão, que é a força que mantêm as memórias e informações não
suportadas pelo sujeito no nível inconsciente. A repressão trabalha muito em
conjunto com o inconsciente e com a sexualidade infantil, termo esse que
gera, até hoje, diversas críticas à psicanálise. Antigamente a sexualidade era
vista exclusivamente para adultos, porém Freud descobriu que é na infância
que ocorrem as primeiras experiências sexuais, sejam elas no âmbito real
(como a satisfação oral durante a amamentação e até mesmo a masturbação)
ou da fantasia. Além disso, a sexualidade infantil não está intimamente ligada à
questão sexual, mas sim a experiências com o seu corpo e que causam prazer
na criança. Essas experiências vivenciadas pela criança podem ser vistas nas
seguintes fases: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase
genital. Cada uma dessas fases tem uma ligação maior com a zona erógena
em questão – boca, ânus, pênis e genitais como um todo – e representam as
maturações das funções corporais, bem como com os pensamentos das
crianças.

Paralelamente as fases supracitadas, Freud descobriu um


acontecimento que denominou de Complexo de Édipo, pegando como base o
texto mitológico de Édipo. Freud traz esse conceito como uma fase que todos
os indivíduos perpassam, que são fundamentais para a definição da estrutura
do sujeito, podendo ser neurótica, psicótica ou perversa. Cada uma delas
conta com uma estruturação própria, dependendo da escolha inconsciente de
cada sujeito, bem como a sua vivência dos primeiros anos de vida. Assim, o
sujeito define-se em uma dessas três estruturas.

Ao se falar de estruturas, Freud também apresenta três conceitos


fundamentais da psicanálise que se ligam ao inconsciente, ou seja, são três
instâncias que formam a psique humana; são eles o id, ego e superego. O id
é a parte inconsciente e inata da mente, aquela que armazena instintos e
desejos primitivos; o ego é a parte conhecida da consciência, conhecido
também como princípio da realidade. É por causa dele que o sujeito consegue
se manter saudável, pois ele consegue amenizar os desejos do id, realizando-
os de forma mais realista e menos arriscada; por fim, temos o superego, que é
o responsável por definir o que é ético e moralmente aceito para que o sujeito
possa viver de forma aceita pela sociedade.
Para além destes fundamentos, Freud traz também, em sua teoria, os
conceitos de atos falhos, que consistem em manifestações do inconsciente,
através de palavras e até mesmo atitudes. São os atos falhos que permitem
que o inconsciente venha a tona da consciência. Junto aos atos falhos,
podemos citar os sonhos e chistes como meios dessa manifestação do
inconsciente.

Não menos importante, Freud também apresenta o conceito de


transferência, ítem fundamental para a realização de uma análise. É com a
transferência que a paciente vê e coloca o analista como uma figura parental,
podendo então dar prosseguimento ao tratamento, permitindo que a paciente
possa reexperimentar e revivenciar situações traumáticas ou mal resolvidas
durante a sua vida, visando sempre uma melhora em seu quadro.

Após as leituras, é possível perceber a grande influência de Freud para


os estudos da mente humana. Além desses fundamentos, Freud traz em sua
teoria conceitos até então desconhecidos e/ou não aceitos, comprovando
através da teoria e da prática o seu uso, a sua fundamentação e a sua
validade. Além disso, Freud é o pai da psicanálise e foi através de seus
estudos que a psicanálise tornou uma das ciências mais conhecidas e
respeitadas no mundo todo – sem contar que ele abriu a porta para estudos
antes considerados polêmicos: sexualidade, sexualidade infantil, histeria,
dentre vários outros.

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