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TEORIA DA PERSONALIDADE FREUD, REICH E

JUNG

F U PA C / U B Á
P rof e s s o r a

R i s i e l C r i s ti ne P i re s K oc h To r re s
Teoria da personalidade
◦ podemos resumidamente associar o surgimento da psicologia como ciência a
duas vertentes: a psicologia experimental e a psicologia clínica. Aqui está a
construção definitiva das chamadas “teorias da personalidade”: o protoprojeto
de clínica agenciado por Freud, Jung e tantos outros analistas preocupados em
entender as histórias, os sintomas e a subjetividade de cada pessoa atendida.
Foram eles os responsáveis pelo começo, por volta do século XX, desse campo
de estudos tão interessante e tão interessado nos detalhes comuns e incomuns
entre as pessoas

28/03/2023
Freud e a Psicanálise
◦ Um pouco da História da Psicanálise

◦ Após seu estágio em Paris, Freud retorna a Viena e segue seu trabalho ao
◦ lado de Breuer, atendendo pacientes histéricas. Tanto Breuer quanto Charcot estudavam a histeria e praticavam a hipnose, mas
tinham entendimentos diferentes em relação ao sintoma neurótico. Charcot partia da premissa de que a hipnose acessava as
memórias e as emoções que ficavam no inconsciente e causavam os sintomas histéricos; então, por meio da sugestão, ele
levava as pacientes a interpretar esses sintomas de outra maneira para, com isso, curá-las. Breuer, por sua vez, lançava mão de
um método que também era usado por Freud: o chamado “método catártico”, que não visava ao desaparecimento do sintoma,
mas à investigação de sua causalidade, fazendo as pacientes recordarem da experiência traumática que deu origem ao
sofrimento (GARCIA-ROZA, 2009).

28/03/2023
◦ A primeira grande descoberta de Freud sobre a causalidade dos sintomas veio da sua experiência clínica,
especificamente o tratamento de Bertha Pappenheim, que ficou famosa pelo pseudônimo Anna O.
Tratada inicialmente por Breuer, essa paciente apresentava sintomas como alucinações, paralisias, fobias,
entre outros. Em determinado momento, ela elaborou a ideia histérica de que estava grávida de seu
médico, Breuer, e então, as pesquisas de Freud já o orientavam para uma hipótese sobre a causalidade
dos sintomas: ele observou que suas pacientes rememoravam uma ideia traumática e a representavam
como um sintoma no corpo. Em suas primeiras publicações sobre a histeria, Freud suspeitava que essas
ideias traumáticas eram marcadas por um afeto sexual (FREUD, 1996). O caso de Anna O. comprovou a
hipótese freudiana de que havia um componente sexual na situação traumática que era a causalidade do
sintoma de suas pacientes histéricas. Para Freud, os sintomas histéricos e neuróticos eram formados a
partir de experiências sexuais do passado. Diante da situação envolvendo-os acabou sendo assumido por
Freud (GARCIA-ROZA, 2009).

28/03/2023
Em determinado momento, Freud decide abandonar a hipnose, sobretudo por duas razões. A
primeira delas está relacionada ao fato de nem todas as pessoas serem hipnotizáveis, o que
limitava a abrangência do tratamento. A segunda razão é a constatação de que a hipnose
proporcionava um alívio apenas pontual dos sintomas, que acabavam voltando a se manifestar
com o passar do tempo. Então, Freud desenvolve seu próprio método de escuta das histéricas,
que tem relação direta com a fundação da psicanálise: o método da associação livre
(GARCIA-ROZA, 2009

28/03/2023
PRINCIPAIS CONCEITOS:

A suposição de que o corpo é a única fonte de toda a energia mental subjaz todo o
pensamento de Freud.
Ele ansiava pelo dia em que todos os fenômenos mentais pudessem ser explicados com
referência direta à fisiologia cerebral (Sulloway, 1979)

Seus principais conceitos incluem uma repartição


estrutural das partes da mente, seus estágios de
desenvolvimento, o que elas fazem com a energia e o que
as impulsiona.

28/03/2023
DETERMINISMO PSIQUICO:

Freud pressupunha que não havia descontinuidade na vida


mental e que todo pensamento e comportamento possui
significado. Ele afirmava que nada ocorre casualmente, muito
menos os processos mentais. Existe uma causa, até múltiplas
causas, para todo pensamento, sentimento, memória ou ação.
Todo evento mental é ocasionado por intenção consciente ou
inconsciente e é determinado pelos eventos que o precederam.

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Consciente. A consciência é evidente por si mesma, e por isso ela é a parte da mente com a qual a ciência mais se
preocupou – antes de Freud.
Entretanto, o consciente é apenas uma pequena porção da mente; ele inclui apenas aquilo de que estamos
cônscios em um dado momento.

Pré-consciente. Em termos exatos, o pré-consciente é uma parte do inconsciente, mas uma parte que pode
facilmente tornar-se consciente. As porções da memória que são acessíveis são parte do pré-consciente. Isso
poderia incluir, por exemplo, a lembrança de tudo que uma pessoa fez ontem.

Inconsciente. Quando um pensamento ou sentimento consciente parece não ter relação com os pensamentos e
sentimentos que o precederam, segundo Freud, as conexões estão presentes, mas inconscientes. Uma vez
encontrados os elos inconscientes, a aparente descontinuidade se resolve.
No inconsciente existem elementos instintuais, que nunca foram conscientes e que nunca são acessíveis à
consciência

28/03/2023
O termo pulsão (trieb em alemão) foi incorretamente traduzido por “instinto” em manuais mais antigos (Bettelheim,
1982, p. 87-88). Pulsões são pressões para agir sem pensamento consciente para determinados fins. Estas pulsões são
“a causa fundamental de toda atividade” (Freud, 1940, p. 5). Freud chamava os aspectos físicos das pulsões de
“necessidades” e os aspectos mentais de “desejos”. Necessidades e desejos impelem as pessoas a agir.
Todas as pulsões possuem quatro componentes:
uma fonte, um alvo, uma pressão e um objeto. A fonte, onde surge a necessidade, pode ser uma parte do corpo ou o
corpo inteiro.
O alvo é reduzir a necessidade até que a ação não seja mais necessária, isto é, dar ao organismo a satisfação que agora
deseja. A pressão é a quantidade de energia, força ou ímpeto utilizada para satisfazer ou gratificar a pulsão. Isto é
determinado pela urgência da necessidade subjacente. O objeto de uma pulsão é qualquer coisa ou ação que permite a
satisfação do desejo origina.
EX: Considere-se como estes componentes aparecem em uma pessoa com sede.
O corpo gradualmente se desidrata até necessitar de mais líquidos; a fonte é a necessidade crescente de líquidos. À
medida que esta necessidade aumenta, sente-se sede. Se esta não for satisfeita, torna-se mais intensa. À medida que
au- menta a intensidade, aumenta também a pressão ou energia disponível para fazer alguma coisa para aliviar a sede.
O alvo é reduzir a tensão. A solução não é simplesmente um líquido – leite, água ou cerveja , mas todos os atos que
concorrem para a redução da tensão.

28/03/2023
A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
Freud observou em seus pacientes uma sucessão incessante de
conflitos e conciliações psíquicas. Ele viu pulsão contra pulsão,
proibições sociais bloqueando pulsões biológicas, e modos de
enfrentar freqüentemente em conflito uns com os outros. Foi
somente ao final de sua carreira que ele organizou, para si mes-
mo, este aparente caos, propondo três compo- nentes estruturais
básicos da psique: o id, o ego e o superego.

28/03/2023
O id é o núcleo original de onde emerge o resto da personalidade. Ele é biológico por natureza e contém o
reservatório de energia para toda a personalidade. O id propriamente dito é primitivo e desorganizado. “As leis
lógicas do pensamento não se aplicam ao id” (Freud, 1933, p. 73.No id não há nada que corresponda à idéia de
tempo, nenhum reconheci- mento da passagem do tempo, e (algo extraordinário que aguarda a devida atenção
na reflexão filosóFica) nenhuma alteração dos processos mentais pela passagem do tempo [...]. Naturalmente o
id desconhece valores, bem e mal ou moralidade. (Freud, 1933, p. 74). O id pode ser comparado a um rei
cego que tem poder e autoridade absolutos, mas cujos conselheiros de confiança, principalmente o ego, lhe
dizem como e onde utilizar estes poderes.
Os conteúdos do id são quase totalmente inconscientes. Eles incluem pensamentos primitivos que jamais foram
conscientes e pensamentos que foram negados.
O ego
O ego é a parte da psique que está em contato com a realidade externa. Ele se desenvolve a partir do id, à
medida que o bebê toma ciência de sua própria identidade, para atender e aplacar as constantes demandas do
id. Para realizar isso, como a casca de uma árvoRe, o ego protege o id, mas também obtém energia dele. Ele
tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. Freud pressupunha que o ego tem
diversas funções em relação tanto ao mundo exterior quanto ao mundo interior, cujos anseios ele procura
satisfazer.

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Poderíamos dizer que o ego representa a razão e o bom senso, ao passo que o id representa
as paixões indômitas. (Freud, 1933). Suas principais características incluem o controle do
movimento voluntário e as atividades que resultam em autopreservação.
O superego
Esta última parte da estrutura da personalidade se desenvolve a partir do ego. O superego
serve como juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do ego. Ele é o repositório de
códigos morais, de padrões de conduta e dos construtos que formam as inibições para a
personalidade. Freud descreve três funções do superego: consciência, auto-observação e
formação de ideais.
[O superego] é como um departamento de polícia secreto, detectando infalivelmente
eventuais tendências de pulsões proibidas, especialmente do tipo agressivo, e punindo o
indivíduo inxoravelmente se elas estiverem presentes. (Horney, 1939, p. 211)

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