Este documento discute a história da psicologia escolar no Brasil e suas contribuições à educação. A psicologia escolar surgiu no século XIX influenciada pelos trabalhos de Stanley Hall nos EUA e pelos estudos de Alfred Binet na França. No Brasil, os primeiros trabalhos focaram em avaliar o desenvolvimento mental de estudantes e identificar dificuldades de aprendizagem. Recentemente, a discussão tem avançado sobre a atuação do psicólogo escolar e as relações entre psicologia e educação.
Este documento discute a história da psicologia escolar no Brasil e suas contribuições à educação. A psicologia escolar surgiu no século XIX influenciada pelos trabalhos de Stanley Hall nos EUA e pelos estudos de Alfred Binet na França. No Brasil, os primeiros trabalhos focaram em avaliar o desenvolvimento mental de estudantes e identificar dificuldades de aprendizagem. Recentemente, a discussão tem avançado sobre a atuação do psicólogo escolar e as relações entre psicologia e educação.
Este documento discute a história da psicologia escolar no Brasil e suas contribuições à educação. A psicologia escolar surgiu no século XIX influenciada pelos trabalhos de Stanley Hall nos EUA e pelos estudos de Alfred Binet na França. No Brasil, os primeiros trabalhos focaram em avaliar o desenvolvimento mental de estudantes e identificar dificuldades de aprendizagem. Recentemente, a discussão tem avançado sobre a atuação do psicólogo escolar e as relações entre psicologia e educação.
Docente Psicologia Escolar / Especialista em Metodologia de Ensino Superior / Terapeuta Comunitário/ Psicóloga CRP 06/83556 PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO- UMA INTRODUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA À COMPREENSÃO DO COTIDIANO ESCOLAR As análises buscam mostrar as razões e questões que levaram os trabalhos críticos à uma redefinição das contribuições da psicologia à educação empreendidos pelas pesquisas e reflexões de vários autores, a partir dos anos 80.
Como nos recorda Nóvoa (1999)” aprender a relativizar
as ideias e as propostas educativas, e a percebe-las no tempo, é uma condição de sobrevivência de qualquer HISTÓRIA da escolaRIZAÇÃO.... Ribeiro(2006) apresenta três momentos da escolarização: a escolarização feudal, a escolarização moderna e a escolarização contemporânea. Escolarização feudal Séculos X a XV, a escola não tem grande importância, uma vez que o aprendizado de atividades produtivas e do trabalho se dá pela transmissão, pela oralidade e convivência. Os valores e os saberes são aprendidos pela tradição familiar.
A atividade artesanal “não exigia leitores e muito menos
escritores para desenvolvê-la”. Porém a atividade comercial, em plena ascensão, exige o domínio da leitura, da escrita e dos cálculos. Surgem as escolas de primeiras letras e as de àbaco nas cidades comerciais, para filhos de família mercantil.
A escolarização destina-se para poucos, cujo
ingresso acontece por volta dos 10 anos de escolarização moderna Sob a perspectiva de Ribeiro(2006), a sociedade moderna situa-se entre os séculos XV e XVIII e constrói um processo de civilização que não se transforma a sociedade como também os comportamentos. A luta religiosa gera a necessidade de escolarização para um contingente muito maior. Nesse período é escrita a Didática Magna de Comenius. Vincula-se à igreja e às ordens religiosas, havendo preocupação em assistir um grande número escolarização contemporâneo No século XVIII, manifesta-se na crise pela instauração da escola elementar única. Esse fato associa-se a dois movimentos: a intervenção do Estado no oferecimento dessa escola e as forças sociais e políticas do proletariado industrial e do movimento socialista, cuja defesa consiste no direito à escola, e a crítica refere-se ao acesso à A escola pode ser considerada como uma instituição gerada pelas necessidades produzidas por sociedades que, por sua complexidade crescente, demandavam formação específica de seus membros.
A escola adotou ao longo da história diversas formas, em
função das necessidades a que teria que responder, tendo sido, em geral, destinada a uma parcela privilegiada da população, a quem caberia desempenhar funções específicas, articuladas aos interesses dominantes de uma dada sociedade. A escola, tal como nós a concebemos, tem como finalidade promover a universalização do acesso aos bens culturais produzidos pela humanidade, Considerando o percurso histórico, percebe-se, atualmente, a emergência de uma postura pedagógica que pressupõe uma concepção de ser no mundo que permita compreender os processos de desenvolvimento e aprendizagem em A trajetória da psicologia escolar no Brasil... Um dos primeiros movimentos da psicologia escolar no século XIX estava ligado aos trabalhos realizados por Stanley Hall, nos Estados Unidos.
Dentre eles, destacam-se a publicação de um artigo no ano
de 1882 sob o título: "O conteúdo da mente das crianças quando ingressam na escola", e o surgimento de clínicas e revistas de divulgação de pesquisas ligadas, principalmente, à área da psicometria e da psicologia experimental. (Pfromm Netto, 2001). No cenário europeu, sobressaía a Psicologia Escolar desenvolvida na França, caracterizada principalmente pela intervenção psicológica junto aos alunos com necessidades escolares especiais e pelos trabalhos desenvolvidos por Alfred Binet, que focalizava, dentre outros objetivos, o desenvolvimento de instrumentos psicométricos capazes de avaliar a inteligência humana (Gomes, 2004). O surgimento em 1906 do Laboratório de Psicologia Experimental no Rio de Janeiro, planejado por Alfred Binet e Manoel Bomfim, em Paris, vem atestar a preocupação de A Psicologia Escolar norte-americana e a francesa configuraram-se como as duas principais fontes de influência na área por todo o mundo, inclusive no Brasil. A esse respeito, Campos e Jucá (2006, p.37) comentaram: "(a psicologia escolar no Brasil) se configurou menos como ciência experimental, voltada para a pesquisa básica, produção de conhecimentos, e mais como um campo de aplicação na medicina e na educação. Cruces (2006, p.20) destacou que "a psicologia desenvolveu-se no Brasil principalmente para atender problemas da educação, sobretudo a formação de professores", mas não como área específica de atuação em psicologia escolar (Campos & Jucá, 2006).
Nessa perspectiva, foram criados, em vários estados brasileiros,
laboratórios de psicologia ligados às escolas normais, onde eram desenvolvidas pesquisas junto aos alunos com necessidades especiais e dificuldades de aprendizagem (Antunes, 1999). No início da psicologia escolar no Brasil, evidenciou-se o caráter clínico e terapêutico das intervenções realizadas; vale destacar, nesse sentido, o livro de Franco, datado do ano de 1915 e intitulado "Noções de pedagogia experimental", que, além de trazer reflexões sobre as capacidades mentais elementares, apresentava definições de retardatários escolares e comentários acerca da educação especial de deficientes visuais e auditivos em consonância com estudos de Binet, Simon e Pestalozzi (Pfromm Netto, 2001). Também no início do século XX, Clemente Quaglio realizou pesquisa sobre deficiência mental em escolares, utilizando instrumento de medição da inteligência desenvolvido por Binet e Simon. Laboratórios de psicologia espalhados pelo país produziram diversas pesquisas com foco na medição do desenvolvimento mental, aprendizagem e maturidade para leitura e escrita por meio de testes (Gomes, 2004). O avanço das discussões propiciou, no final dos anos de 1980 e início da década de 1990, a criação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE).
A entidade vem contribuindo, desde então, com a divulgação
de reflexões acerca da identidade do psicólogo escolar, dos conhecimentos psicológicos que se aplicam à área e das possibilidades de atuação em espaços educacionais. Recentemente, a partir do ano 2000, observou-se o avanço da discussão teórica acerca da atuação do psicólogo escolar. Dentre os temas contemplados estão a atuação institucional, a participação do psicólogo escolar na formação de professores e na elaboração do projeto político pedagógico da escola e experiências de estágios baseadas em metodologias de pesquisa-ação. Reflexões em Psicologia Escolar na Atualidade Maluf (2001, p.65) afirmou: É preciso reconhecer que a psicologia convive, neste início de um novo século, com paradigmas diversos inspirados por diferentes concepções do real ... convivemos com profundas discordâncias a respeito do estatuto do saber científico. Este é, em nosso entender, um dos muitos desafios que enfrenta o psicólogo e mais especificamente o psicólogo que trabalha no campo da educação. Uma primeira questão refere-se à divergência de entendimento sobre os termos Psicologia Escolar e Psicologia Educacional. Para alguns estudiosos, trata-se de áreas com especificidades distintas: uma relacionada à produção de conhecimentos psicológicos que se direcionam à educação, e outra, à aplicação dessas construções teóricas junto à comunidade escolar. PSICOLOGIA ESCOLAR X PSICOLOGIA EDUCACIONAL Abordar a história, os compromissos e as perspectivas da Psicologia Escolar e Educacional significa tratar de dimensões fundamentais de seu estatuto como área de conhecimento articulada a um Entendemos educação como prática social humanizadora, intencional, cuja finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade. O homem não nasce humanizado, mas torna-se humano por seu pertencimento ao mundo histórico-social e pela incorporação desse mundo Relações entre Psicologia e Educação no Brasil: uma breve história A história da Psicologia Escolar e Educacional no Brasil pode ser identificada desde os tempos coloniais, quando preocupações com a educação e a pedagogia traziam elaborações sobre o fenômeno psicológico.
Massimi (1986; 1990), ao estudar obras produzidas no
período colonial, no âmbito da filosofia, moral, educação e medicina, entre outras, identifica temas como: aprendizagem, desenvolvimento, função da família, motivação, papel dos jogos, controle e No século XIX, ideias psicológicas articuladas à educação foram também produzidas no interior de outras áreas de conhecimento, embora de maneira mais institucionalizada. No campo da pedagogia, escolas normais (criadas a partir da década de Em meados do século, essa preocupação torna-se mais sistemática e frequente e, nos anos finais desse mesmo século, é possível perceber a incorporação de conteúdos que mais tarde viriam a ser considerados como objetos próprios da psicologia educacional, com particular interesse por temas anteriormente estudados, como aprendizagem e desenvolvimento, mas Deve-se destacar, no âmbito oficial, a Reforma Benjamin Constant, de 1890, que transformou a disciplina filosofia em psicologia e lógica, que, por desdobramento, gerou mais tarde a disciplina pedagogia e As escolas normais passaram a ser o principal centro de propagação das novas ideias, baseadas nos princípios escolanovistas, com vistas à formação dos novos professores, encarregando-se do ensino, da produção de obras e do início da preocupação com a produção de conhecimentos por meio dos então inaugurados laboratórios de psicologia, fatores estes que deram as bases para as reformas estaduais de ensino promovidas nos anos 1920 e foram por estas potencializados. Pode-se afirmar que o processo pelo qual a psicologia conquistou sua autonomia como área de saber e o incremento do debate educacional e pedagógico nas primeiras décadas do século XX estão intimamente relacionados, de tal maneira que é possível afirmar que psicologia e educação são, historicamente, no Brasil, mutuamente constituintes uma da outra. O período seguinte, a partir da década de 1930, caracteriza-se pela consolidação da psicologia no Brasil e tem como base a estreita relação estabelecida entre essa área e a educação. Os campos de atuação da psicologia que se desenvolveram a partir dessa época, tornando-se campos tradicionais da profissão, como a atuação clínica e a intervenção sobre a organização do trabalho, tiveram suas raízes na educação, respectivamente pela criação dos Serviços de Orientação Infantil nas Diretorias de Educação do Rio de Janeiro e de São Paulo e da Clínica do Instituto Sedes Sapientiae, com a finalidade de atender crianças com dificuldades escolares, e pela Orientação Profissional, dentre outras ações educacionais, no campo do trabalho. Muitos foram os trabalhos realizados pela psicologia no âmbito da educação, dentre os quais: Serviço de Psicologia Aplicada do Instituto Pedagógico da Diretoria de Ensino de São Paulo;
Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais e,
posteriormente, Sociedade Pestalozzi do Brasil;
"Escola para Anormais" em Recife;
Atividades realizadas no INEP, particularmente com a utilização de testes psicológicos;
Criação das Clínicas de Orientação Infantil; o trabalho
desenvolvido por Helena Antipoff na Escola de Aperfeiçoamento de Professores e na Fazenda do Rosário;
Instituto de Seleção e Orientação Profissional - ISOP-
FGV; Trabalhos desenvolvidos por Ana Maria Poppovic com "crianças abandonadas" no Abrigo Social de Menores da Secretaria de Bem-Estar Social do Município de São Paulo;
A fundação do Instituto de Psicologia da PUCSP,
oferecendo serviços de medidas escolares, pedagogia terapêutica e orientação psicopedagógica;
Muitas instituições estritamente educacionais que
desenvolviam trabalhos relacionados à Psicologia. Nesse contexto, começam a se diferenciar, ainda que de forma não sistemática e formal, a Psicologia Educacional, como conjunto de saberes que pretende explicar e subsidiar a prática pedagógica, sendo, portanto, de domínio necessário para todos os educadores, e a psicologia escolar, como campo de atuação de profissionais da psicologia que atuariam no âmbito da escola, desempenhando uma função especifica, alicerçada na psicologia e que se caracterizou inicialmente por adotar o modelo clínico de intervenção. Entretanto, as relações entre educação e psicologia vão se diferenciando. De um lado, a área da psicologia educacional, foco de interesse tanto de pedagogos como de psicólogos, e, de outro, o campo da psicologia escolar, como atributo específico do profissional da psicologia que atua no espaço escolar. O conhecimento psicológico estava incorporado à Pedagogia e à prática dos educadores e a atuação do psicólogo escolar adotava um modelo cada vez mais clínico-terapêutico, agindo fora da sala de aula, focando sua atenção na dimensão individual do educando e em seus "problemas", atendendo, sobretudo, demandas específicas da escola, que encaminhava as crianças que tinham, a seu ver, "problemas de aprendizagem" ou outras manifestações consideradas como "distúrbios" inerentes ao próprio educando. Pode-se falar que esse período herdou do período anterior o que pode ser interpretado como hipertrofia da psicologia na educação, numa tendência reducionista, que passou, na década de 1970, a ser criticada tanto por pedagogos como por psicólogos. Criticava-se a utilização dos testes e a interpretação de seus resultados, que atribuía ao aluno a determinação de seus "problemas", desconsiderando as condições pedagógicas; o encaminhamento de alunos com deficiência que, sob a justificativa de lhes proporcionar uma "educação especial", relegava-os a condições aligeiradas de ensino e sem solução de continuidade, reforçando estigmas e preconceitos e produzindo social e pedagogicamente a deficiência intelectual; as interpretações e ações A educação é constituída por múltiplos determinantes, dentre os quais os fatores de ordem psicológica; portanto, a psicologia tem contribuição para a Educação. Que seja uma psicologia capaz de compreender o processo ensino- aprendizagem e sua articulação com o desenvolvimento, fundamentada na concreticidade humana (determinações sócio- históricas), compreendida a partir das categorias totalidade, contradição, mediação e superação. Deve fornecer categorias teóricas e conceitos que permitam a compreensão dos processos psicológicos que constituem o sujeito do processo educativo e são necessários para a efetivação da ação pedagógica. Collares e Moyses (1997) propõe o seguinte: (...) é preciso aprender a olhar. Olhar o que a criança sabe, o que ela tem, o que ela pode, o que ela gosta(...)o profissional busca, nestas atividades, nas expressões que ela já adquiriu, o que subsidia e permite estas expressões. Ao invés de a criança se adequar ao que o profissional sabe perguntar, este é quem deverá se adequar às suas expressões, a seus valores, a seus gostos. (p.85).