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O bebê não é comparável ao adulto. Sua fisiologia é diferente, bem como suas
sensações, suas reações físico-químicas, sua maneira de vivenciar no ambiente que o
cerca. (SPITZ, 1979). Ao recém-nascido faltam a percepção, a consciência e as demais
funções psicológicas. Apresenta dois estados diferentes percussores de afeto: quietude
e desprazer. Vamos analisar uma situação comum.
Fatores Determinantes
O ser humano nasce totalmente desamparado. Ele é incapaz de sobreviver por
si só, dependendo, pois, inteiramente de outra pessoa (SPITZ, 1960).
A relação com a mãe é especial, sendo que a criança mostra desconforto quando
abandonada pela mãe, o que ainda não acontece quando é privada de algum
brinquedo. Surge a reação de medo entre o 4º e 6º mês aproximadamente, dirigido a
um objeto, pessoa ou coisa, com a qual a criança teve uma experiência negativa.
É comum a criança chorar ao entrar em consultório médico, mais ainda no
consultório odontológico. Mas é passageira, basta que a criança veja a mãe para que a
angústia suma. Quando um estranho se aproxima, basta que ele se vire de costas para
que o medo da criança seja superado. No entanto, principalmente durante as consultas
médicas e odontológicas, quem deve entender primeiro essa questão do medo é a
mãe, que servirá de apoio e reforço positivo para a criança.
O gesto “não” interfere diretamente nas relações objetais, nas relações da criança
com o meio. Inicia-se a chamada fase da teimosia. A mãe que até então funcionava
como o ego externo da criança decidindo sobre os passeios, o local de ir, a
alimentação, o que pegar, vê-se obrigada a repreender e impedir uma série de
atividades. O acontecimento mais marcante dessa fase é que a criança agora sabe
usar o “não” para decidir sobre o quer e o que não quer.
O desenvolvimento precoce do bebê
o início dos anos trinta, quando René Spitz começou a sua pesquisa,
nos círculos acadêmicos pensava-se que as crianças eram incapazes de ter
depressão . Alguns psicólogos argumentavam que os sinais depressivos eram
clinicamente irrelevantes em crianças. Os psicanalistas, por outro lado, diziam que
as crianças não tinham a capacidade necessária para refletir e que, portanto, era
impossível ficarem deprimidas.
Apesar dessas crenças generalizadas, dois pesquisadores decidiram verificar
por si mesmos qual era a validade do que era afirmado. Esses dois
pesquisadores foram René Spitz, criador do conceito de depressão anaclítica,
e John Bowlby, que estudou em detalhes a relação entre mãe e filho no início
da vida do bebê.
Spitz concluiu que as crianças, desde a mais tenra idade, também
ficavam deprimidas. Ele descobriu que esse estado incluía um quadro completo de
sintomas bem definidos e que a criança reagia com essa forma de depressão à
súbita separação de sua mãe ou aos vínculos de afeição por um período superior a
três meses.