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Neuroanatomia-funcional da

actividade cognitiva, motora e


emocional

Prof. Doutor Enrique Vázquez-Justo


Departamento de Psicología
Universidade Lusíada do Porto
Antecedentes Históricos
⚫ Pré-historia: Ja existiam
conhecimentos de que o
cérebro era fundamental
para a vida. (trepanação).
⚫ Antigo Egipto: Existência
de escritos os quais
refletem que os médicos
conheciam muito bem os
sintomas de lesões
cerebrais. A sede da alma
e a memória era o
coração.
Antecedentes históricos
⚫ Antiga Grécia: O cérebro é o orgão de
sensações.
⚫ Hipócrates (460-379 a. C.): O cérebro não só
participa nas sensações, mas também é a
sede da inteligência.
⚫ Aristóteles (384-322 a. C.): O coração é o
centro do intelecto. O cerebro arrefece o
sangue aquecido pelo coração.
Antecedentes históricos
⚫ Império Romano:
⚫ Galeno: O cérebro é o
receptor das sensações e o
cerebelo dá ordens aos
músculos. Sistema
ventricular.
⚫ Renascimento-S.XIX:
⚫ Descartes (1596-1650):
Dualismo Mente-corpo.
⚫ Substância Cinzenta e
substância branca.
⚫ Circunvoluções e sulcos.
Antecedentes históricos
⚫ Siglo XIX:
⚫ Luigi Galvani e Emil du Bois-Reymond:
“quando os nervos são estimulados
electricamente, pode provocar-se
movimento dos músculos e o próprio
cerebro pode gerar electricidade”.
⚫ Localização das funções específicas em
diferentes partes do cérebro.
⚫ Franz Joseph Gall (1758-1828):
Frenologia
⚫ Paul Broca (1824-1880): Localização
da linguagem.
Antecedentes históricos
⚫ Siglo XIX:
⚫ Evolução do sistema nervoso:
⚫ Charles Darwin em 1859 publica
“On the origin of species”.
⚫ A conducta é um traço hereditário
sujeito à evolução.
⚫ Semelhanças no sistema nervoso
de muitas espécies.
⚫ O neurónio é a unidade básica
do cérebro.
E–R

E–O-R
Composição celular do ser vivo

⚫ Estrutura e função da
célula
⚫ Membrana Plasmática
⚫ Citoplasma
⚫ Núcleo
⚫ Outras estruturas
Células do sistema nervoso
Células do sistema nervoso

⚫O neurónio

⚫ As células da glía
Estrutura e função do neurónio

⚫ Corpo
celular
ou Soma

⚫ Dendrites

⚫ Axónio
O neurónio
Características que as distinguem de outras
células:

⚫ Membrana externa que possibilita a


condução de impulsos nervosos.

⚫ Capacidade de transmitir informação de


uma célula a outra.
Tipos de neurónios
⚫ Neurónio multipolar: Nestes neurónios
para além do axónio e do soma, surgem
várias ramificações dendríticas.
⚫ Neurónio bipolar: Possui duas
prolongações (axónio e uma dendrite) que
partem de lugares opostos do soma
celular.
⚫ Neurónio unipolar: Têm uma só
prolongação que sai do soma.
Tipos de neurónios

⚫ Sensoriais

⚫ Motores (motoneurónios)

⚫ Interneuronios
Células da Glia
⚫ A complexa rede neuronal encontra-se
rodeada pelas células gliais (neuroglia ou
glia) que lhe proporciona suporte
estrutural e metabólico.
⚫ No SNC existem três tipos de células
gliais: astrócitos, oligodendrócitos e
micróglia; enquanto que no SNP as
células de Schwann são o tipo de glia
existente.
Astrócitos
⚫ Forma estrelada
⚫ Astrócitos fibrosos: sustancia branca
⚫ Astrócitos protoplasmáticos: Sustancia cinzenta
⚫ Funções:
⚫ Suporte estrutural
⚫ Separação e isolamento dos neurónios
⚫ Captação de transmissores químicos
⚫ Reparação e regeneração
⚫ Administração de nutrientes
Oligodendrócitos e células de
Schwann
⚫ Formam a mielina
⚫ Nódulos de Ranvier
⚫ Mielinização está relacionada com a
capacidade funcional dos neurónios

⚫ No SNP as células de Schwann realizam


as mesmas funções que as diferentes
células gliais no SNC
Micróglia
⚫ Pequenas células dispersas por todo o SN
⚫ Movem-se entre os neurónios e as células da
glia.
⚫ O número de células de micróglia não supera o
10% do total das células gliais, mas quando
ocorre uma lesão ou inflamação do tecido
nervoso, estas células proliferam rapidamente e
migram até à zona da lesão, onde fagocitam
restos celulares, fragmentos de mielina ou
neurónios lesionados.
Sinais nervosos e
comunicação interneural
⚫ Potenciais neuronais
⚫ Potencial de Repouso.
⚫ Potencial de acção.

⚫ Sinapses e Potenciais Sinápticos.


⚫ As células respondem à estimulação
ambiental gerando potenciais de
receptores.
⚫ Os potenciais de receptores dão lugar a
impulsos ou potenciais de acção.
⚫ Devido a estes potenciais de acção
transmite-se a informação de um neurónio
a outro, e produzem-se potenciais
sinápticos.
⚫ Todos os potenciais das células têm origem nas
membranas.
⚫ O movimento de iões e outras moléculas
pequenas está regulado pelas proteínas das
membranas, as quais formam poros aquosos ou
canais, e bombas para o transporte de iões e
moléculas através da membrana.
⚫ Os potenciais eléctricos dos neurónios
dependem do movimento dos iões.
POTENCIAL DE REPOUSO
⚫ Os neurónios quando não estão activos,
em repouso, têm uma diferença de
potencial através da membrana de entre
60 e 70 milivolts.
⚫ O interior molecular é negativo em relação
ao meio extracelular.
⚫ Potencial de repouso entre -60 e -70 mV:
Há um excesso de carga negativa no
interior da célula e um excesso de carga
positiva no exterior da célula.
⚫ A carga eléctrica e proporcionada pelos
iões e a sua distribuição desigual é
resultado de:
⚫ Diferencias na concentração de iões no
interior e exterior celular.
⚫ Diferencias no grau de permeabilidade aos
distintos iões.
⚫ Dentro da célula, o ião positivo
(catião) em maior concentração é o
K+, enquanto que no exterior da
célula o ião positivo em maior
concentração é o Na+.
⚫ Os iões negativos (aniões) mais
abundantes no interior da célula
são moléculas orgânicas
pequenas, enquanto que fora da
célula o anião mais abundante é o
cloro (Cl-).
O grau de permeabilidade da
membrana neuronal para os
diversos iões é também
diferente:

⚫ A membrana é mais
permeavel ao K+ que ao Na+.
⚫ O grau de permeabilidade ao
Cl- é intermédio, relativamente
aos dois catiões.
⚫ Para o resto dos aniões é
practicamente impermeável.
POTENCIAL DE ACÇÃO
⚫ Os potenciais de acção são os impulsos
eléctricos que empregam os neurónios
para se comunicarem uns com os outros.

⚫ Regeneram-se continuamente ao longo do


axónio.
Quando se produz a estimulação:
⚫ – 70 / -55 Mv: a resposta do neurónio não
se produz.
⚫ Superior a -55mV: o potencial de
membrana muda de repente:
⚫ A distribuição das cargas faz-se na direcção
inversa, em relação à situação de repouso.
⚫ Durante 1 milisegundo, a diferença de potencial
chega a +50 mV e depois baixa rapidamente.
⚫ Outro milisegundo depois, aproximadamente, a
diferença de potencial é de -90 mV.
⚫ Posteriormente, retorna ao valor de repouso, -70
mV.
Potencial de acção
⚫ Despolarização: a diferença de potencial
ocorre bruscamente positiva.
⚫ Hiperpolarização: a diferença de potencial
muda para uma maior negatividade.
⚫ Repolarização: a recuperação do
potencial de repouso.
⚫ Período refractário: desde que se produz
a despolarização até à repolarização.
Sinapse
Organização Anatómica e
funcional do Sistema Nervoso
EIXOS E PLANOS DE
REFERÊNCIA
⚫ O conjunto do encéfalo e a medula
espinhal está organizado nos eixos
rostro-caudal e dorso-ventral do corpo.
⚫ O eixo rostro-caudal também é conhecido
de neuroeixe.
⚫ Perpendicular ao eixo rostro-caudal
encuentra-se o eixo dorso-ventral.
⚫ Mediais vs. laterais.
EIXOS E PLANOS DE
REFERÊNCIA
⚫ O corte médio ou sagital, realiza-se em plano
vertical ao longo da linha média e divide o SN
em duas metades simétricas, direita e esquerda.
Os cortes paralelos a este, denominam-se para-
sagitais.
⚫ O corte horizontal realiza-se no plano paralelo
ao solo e divide o encéfalo em partes superior e
inferior.
⚫ O corte frontal, coronal ou transversal, divide
o SN nas partes rostral e caudal.
EIXOS E PLANOS DE
REFERÊNCIA
⚫ Vias aferentes: as que levam informação
ao SNC.
⚫ Vias eferentes: as que se dirigem desde
o SNC até áreas periféricas.

⚫ Ipsilateral: designa as estruturas do


mesmo lado do corpo.
⚫ Contralateral: são as estruturas situadas
no lado contrário do corpo.
DIVISÕES DO SN
⚫ SN = SNC + SNP

⚫ O SNC inclui o encéfalo e a medula


espinhal, as partes do SN que se
localizam respectivamente dentro do
crânio e do canal vertebral.

⚫ Os nervos e gânglios situados no exterior


do SNC e que o colocam em contacto
com os órgãos sensoriais, os músculos e
as glândulas, constituem o SNP.
Divisões do encéfalo:
⚫ Prosencéfalo (cérebro anterior).
⚫ Telencéfalo: Hemisférios
⚫ Diencéfalo

⚫ Mesencéfalo (cérebro medio).


⚫ Rombencéfalo (cérebro posterior).
⚫ Metencéfalo: Protuberancia e cerebelo
⚫ Mielencéfalo: Bulbo raquidiano
Estruturas protectoras do
Sistema nervoso, sistema
ventricular, vascularização e
barreiras encefálicas.
AS MENINGES
AS MENINGES
Dura-máter
⚫ A mais externa. Constituída por tecido
conjuntivo grosso e resistente e designa-
se dura-máter ou paquimeninge. Adere
firmemente à superfície interna do crânio
mas só laxamente ao canal vertebral,
onde entre a dura-máter e o osso existe
um espaço com tecido conjuntivo mole,
designado espaço epidural.
Aracnóide
⚫ Unida à dura-máter mas sem estar fixada
a ela, localiza-se a membrana intermédia
designada aracnóide. Está formada por
uma membrana esponjosa análoga a uma
malha devido ás suas longas
prolongações, dando a este espaço o
aspecto de uma teia de aranha.
Pia-máter
⚫ A capa mais profunda, a pia-máter,
encontra-se tão firmemente aderente ao
encéfalo e à médula espinhal que
inclusivé penetra em cada sulco e em
cada fissura. Entre a pia-máter e a
aracnóide existe um espaço ocupado por
líquido cefalorraquidiano denominado
espaço subaracnóideo.
SISTEMA VENTRICULAR
⚫ O SNC encontra-se protegido contra os
traumatismos envolvido por um fluído
aquoso designado líquido
cefalorraquiddiano (LCR). O LCR que
rodeia a superfície do SNC comunica com
umas cavidades existentes no interior do
encéfalo e com o conducto central da
medula espinhal.
⚫ Os dois ventrículos laterais
que se situam próximos do
plano médio em cada
hemisfério cerebral,
extendendo-se desde o centro
do lobo frontal até ao lobo
occipital.
⚫ O terceiro ventrículo
encontra-se situado na linha
média que separa ambos
tálamos, extendendo-se para a
frente e para baixo entre as
metades adjacentes do
hipotálamo.
⚫ O quarto ventrículo situa-se
no tronco encefálico, dorsal à
protuberância e o bulbo, mas à
frente do cerebelo.
⚫ Foramen de Monro:
conectam os ventrículos
laterais com o terceiro
ventrículo.
⚫ Aqueducto de Silvio:
conecta o terceiro
ventrículo com o quarto
ventrículo.
⚫ Orificio medio e orificios
laterais: a traves de estes
orificios o LCR sae do
quarto ventrículo para o
espaço subaracnoideo.
⚫ O LCR é sustituido 6/7 veces por día.

⚫ O LCR é segregado pelos plexos


coroideos, situados nas paredes dos
ventrículos, especialmente nas dos
ventrículos laterais.

⚫ Pequenas cantidades de LCR se forman


no espaço subaracnoideo.
Funções do LCR:

⚫ Suporte e amortização contra os


traumatismos.

⚫ Eliminar produtos do metabolismo, drogas


e outras substâncias.
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
⚫ As artérias sãos vasos que transportam
sangue oxigenado.
⚫ As arteríolas são artérias de tamanho
pequeno.
⚫ Os capilares são vasos microscópicos
que transportam o sangue das arteríolas
às vénulas.
⚫ As vénulas levam o sangue às veias.
A. carótida externa

A. carótida interna

A. vertebral
A. cerebral
anterior

A. cerebral
média

A. basilar

A. cerebral
posterior
A. vertebral
A.C.A
.
Artérias vertebrais
⚫ Os ramos das artérias vertebrais e basilar
irrigam o bulbo, protuberância, cerebelo,
mesencéfalo e porção caudal do
diencéfalo.
⚫ Cada artéria cerebral posterior irriga as
porções posteriores dos hemisférios
cerebrais, a face medial do lobo occipital e
a região postero-inferior do lobo temporal.
Carótidas internas
⚫ A artéria cerebral anterior que irriga o lobo
frontal e parte do lobo parietal.
⚫ A artéria cerebral média que se divide por
sua vez em vários ramos para a irrigação
da porção lateral dos lobos frontal, parietal
e temporal.
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA
⚫ As células dos capilares do SN formam
uma parede contínua que impede a
entrada de muitas substâncias ao fluído
que rodeia os neurónios, constituindo a
chamada barreira hematoencefálica cuja
função é manter o SN isolado das
mudanças transitórias na composição do
sangue, criando o ambiente inalteravel
que este necessita .
⚫ A parede capilar permite a passagem por
difusão da água, oxígenio ou dióxido de
carbono e de algumas substâncias
lipossolúveis entre as quais, alguns
anestésicos, o álcool etílico, a nicotina e a
heroína. Mas este também necessita para
o seu funcionamento substâncias não
lipossolúveis como é o caso da glicose e
de alguns aminoácidos. Estes nutrientes
essenciais são reconhecidos e conduzidos
através da membrana por transportadores
específicos para estas moléculas.
O CEREBELO
⚫ Situado dorsalmente em relação o tronco
encefálico.
⚫ Unido ao tronco encefálico pelos pedúnculos
cerebelosos (superior, médio e inferior). Que
são a via de comunicação do cerebelo com o
SNC.
⚫ Separado do extremo posterior dos hemisférios
cerebrais pela tenda do cerebelo (tabique de
dura-máter).
⚫ Divide-se em dois hemisférios cerebelosos,
unidos na zona medial (vérmis do cerebelo).
Estrutura interna
⚫ A substância cinzenta situa-se na superfície
formando o córtex cerebeloso.
⚫ A substância branca ramifica-se entre a
substância cinzenta dando origem à “árvore da
vida”.
⚫ Dentro da substância branca há três grandes
núcleos formados por substância cinzenta,
designados núcleos profundos do cerebelo:
⚫ Núcleo dentado
⚫ Núcleos interpostos: emboliforme e gluboso
⚫ Núcleo do tecto
Estrutura interna
O córtex cerebeloso está formado por três
capas:
⚫ Capa molecular (externa): Células estreladas e
em cesto.
⚫ Capa de células de Purkinje (intermédia):
Corpos de células de Purkinje. Os axónios
destas células são a única via de saída do
cerebelo.
⚫ Capa granular (interna): Células granulares e
de Golgi.
Pedúnculos cerebelosos:
⚫ Pedúnculos cerebelosos inferiores:
⚫ Via aferente ao cerebelo.
⚫ Comunicam o bulbo e a medula com o cerebelo.
⚫ Feixes: espinocerebeloso, vestibulocerebeloso, retículo
cerebeloso e olivocerebeloso.
⚫ Pedúnculos cerebelosos médios:
⚫ Via aferente ao cerebelo.
⚫ Comunica a ponte com o cerebelo.
⚫ Feixes: pontocerebelosos.
⚫ Pedúnculos cerebelosos superiores:
⚫ Via eferente do cerebelo.
⚫ Feixes: originados, principalmente, no núcleo dentado e
dirigidos ao tálamo, passando pelo núcleo rubro.
Vias aferentes
⚫ Do córtex cerebral através da oliva inferior e os
núcleos da ponte, recebe informação de como
se está produzindo o movimento e o que o
cérebro “quer” fazer.
⚫ Das vias somatossensoriais que ascendem pela
medula espinhal e o tronco cerebral.
⚫ Da Formação Reticular.
⚫ Dos nervos cranianos vestibular e trigémio.
⚫ Do orgão vestibular.
⚫ Do locus coerulus.
Vias eferentes
⚫ Córtex cerebral
⚫ Núcleo rubro
⚫ Núcleos vestibulares
⚫ Formação Reticular
⚫ Núcleos motores do tronco e a medula
⚫ Tálamo
⚫ Núcleos da ponte
⚫ Oliva inferior, através do núcleo rubro
Funções do cerebelo
⚫ Eutonia: Tónus muscular adequado.
⚫ Distonia: hipotonia e hipertonia.
⚫ Euergia: Adequação da força muscular.
⚫ Disergia: hipoergia e hiperergia.
⚫ Eumetria: Medida do movimento dirigido a um fim.
⚫ Dismetria: hipometria e hipermetria.
⚫ Eucronia: Ajuste temporal entre dois movimentos
simétricos e simultânios.
⚫ Discronia.
⚫ Eudiadococinesia: Pericia na realização de movimentos
opostos, alternados e sucessivos.
⚫ A-diadococinesia.
Tronco encefálico
⚫Mesencéfalo

⚫Ponte ou protuberância

⚫Bulbo raquidiano
Estruturas longitudinais do tronco
encefálico:
⚫ Tecto ou tectum (porção dorsal): função
principalmente sensorial.
⚫ Cavidade ventricular (ventral ao tectum).
⚫ Tegmento (ventral à cavidade ventricular):
função principalmente de comunicação.
⚫ Porção basilar ou ventral: função
principalmente motora.
Funções do tronco encefálico:
⚫ Recebe directamente aferencias
somatossensoriaies ou somestésicas do tronco
e extremidades.
⚫ Recebe directamente aferencias sensoriais das
estruturas craneais.
⚫ Transmite grande parte da informação que
recebe a outras estruturas encefálicas.
⚫ Controla directamente ou intervem na inervação
motora dos orgãos efectores da cabeça, tronco
e extremidades.
Funções do tronco encefálico:
⚫ Zona de intercomunicação entre a
medula, cerebelo e prosencéfalo.
⚫ Centro de integração sensorial e motora.
⚫ Afecta a excitabilidade dos neurónios da
maioria do SNC através das conexões da
formação reticular.
⚫ Controla actos reflexos através de
circuitos locais troncoencefálicos.
Tecto ou tectum
(mesencéfalo)
⚫ Lâmina quadrigémia ou culiculos superiores e
inferiores.
⚫ As fibras do culiculo superior são fibras
sensoriais visuais eferentes que se dirigem aos
núcleos geniculados laterais do tálamo.
⚫ As fibras do culiculo inferior são fibras sensoriais
auditivas eferentes que se dirigem aos núcleos
geniculados mediais do tálamo.
Tecto ou tectum
(ponte)
⚫ Pedúnculo cerebeloso superior: fibras que
conectam o mesencéfalo com o cerebelo.
⚫ Pedúnculo cerebeloso médio: fibras que
conectam a ponte com o cerebelo.
⚫ Pedúnculo cerebeloso inferior: fibras que
conectam o bulbo com o cerebelo.
Tecto ou tectum
(bulbo raquidiano)
⚫ Plexo coroideo do quarto ventrículo.
⚫ Cisura medial dorsal: Fascículo gracilis ou
de Goll.
⚫ Sulcos intermédios dorsais: Fascículo
cuneiforme ou de Burdach.
⚫ Sulcos laterais dorsais.
Tegmento
(mesencéfalo)

⚫ Núcleo rubro

⚫ Substância negra

⚫ Intervêm na regulação do movimento


Tegmento
(ponte)
⚫ Núcleos da ponte: núcleos de relevo entre
o córtex e o cerebelo contralateral.
⚫ Complexo olivar superior: recebe
informação auditiva.
⚫ Núcleos parabranquiais: recibem
informação visceral e gustativa.
⚫ Locus coerulus: conectado à formação
reticular
Tegmento
(bulbo raquidiano)
⚫ Núcleo gracilis e cuneiforme: via
somatossensorial.

⚫ Oliva bulbar e oliva inferior: envia axónios


ao cerebelo pelo pedúnculo cerebeloso
inferior.
Porção basilar ou ventral
(mesencéfalo)
⚫ Pedúnculos cerebrais: fibras
descendentes, continuação da cápsula
interna.

⚫ Fossa intrapeduncular.
Porção basilar ou ventral
(ponte)
⚫ Fibras transversais: conectam os núcleos
da ponte com o cerebelo através do
pedúnculo cerebeloso médio.
⚫ Sulcos protuberanciais superior e inferior.
⚫ Sulco basilar: ocupado pela artéria basilar.
⚫ Rodete piramidal: fibras descendentes,
continuação dos pedúnculos cerebrales.
Porção basilar ou ventral
(bulbo raquidiano)
⚫ Fissura mediana ventral.
⚫ Sulcos laterais ventrais.
⚫ Pirâmides bulbares: continuação do
rodete piramidal.
⚫ Decussação das pirâmides: cruzamento
de fibras das pirâmides bulbares.
FORMAÇÃO RETICULAR
⚫ Núcleo de rafe
⚫ Núcleos reticulares laterais
⚫ Núcleos reticulares centrais:
⚫ Parvocelular
⚫ Magnocelular
⚫ Caudal pontino
⚫ Oral pontino
⚫ Cuneiforme
FORMAÇÃO RETICULAR
(aferencias)
⚫ Medula espinhal
⚫ Cerebelo
⚫ Hipotálamo
⚫ Sistema límbico
⚫ Ganglios basais
⚫ Córtex cerebral
⚫ Via sensorial auditiva
⚫ Via sensorial vestibular
⚫ Via sensorial visual
⚫ Via sensorial olfativa
⚫ Via sensorial somatossensorial ou somestésica
FORMAÇÃO RETICULAR
(eferencias)
⚫ Medula espinhal
⚫ Cerebelo
⚫ Hipotálamo
⚫ Tálamo
⚫ Córtex cerebral
FORMAÇÃO RETICULAR
(funções)
⚫ Control reflexo de respostas esqueléticas
⚫ Control reflexo de respostas viscerais: regulação das
funções cardiovascular e respiratória
⚫ Intervém no control da actividade muscular: conexões
com o sistema motor extrapiramidal
⚫ Control do tonús muscular
⚫ Control do estado de ânimo
⚫ Control do estado global de conciência
⚫ Intervém nos mecanismos neuronais da aprendizagem
⚫ Intervém na condução da informação da dor
Diencéfalo
⚫ O diencéfalo tem uma situação central no
encéfalo, já que se localiza entre os
hemisférios cerebrais e o tronco do
encéfalo.
⚫ O diencéfalo localiza-se anterior ao
mesencéfalo e está coberto pelos
hemisférios cerebrais excepto na parte
mais ventral. Organiza-se à volta do
terceiro ventrículo, abaixo dos ventrículos
laterais.
⚫ Tálamo
⚫ Hipotálamo
⚫ Epifise ou glândula pineal
⚫ Hipófise ou glândula pituitária
⚫ Núcleo subtalâmico
⚫ Núcleo rubro
⚫ Sustância negra
⚫ Terceiro ventrículo
O tálamo situa-se dorsalmente no
diencéfalo e está formado por dois corpos
dispostos um a cada lado do terceiro
ventrículo. Ambos os corpos unem-se no
centro por uma ponte de substância
cinzenta, designada aderência
intertalâmica.
⚫ O hipotálamo ocupa a extensão mais
ventral do diencéfalo e está separado do
tálamo pelo sulco hipotalâmico. Situa-se
na parte anterior da base do terceiro
ventrículo.
⚫ Os núcleos subtalâmicos encontram-se
ao lado do hipotálamo, por detrás dele e
por debaixo do tálamo. Situado por cima
da substância negra e lateral ao núcleo
rubro.

⚫ A substância negra e o núcleo rubro


estão debaixo do tálamo. O núcleo rubro
está situado por cima da substância
negra.
⚫ A hipófise (glândula pituitária) situa-se na
cela turca. É uma importante glândula
endócrina que regula a actividade de
outras glândulas.

⚫ A glândula pineal (epifise) encontra-se


ligada à parede dorsal do terceiro
ventrículo. Segrega neurotransmissores
(serotonina, melatonina, noradrenalina)
que regulam o ritmo sono-vigília e
controlam os ciclos de reprodução sexual.
HIPOTÁLAMO
⚫ O hipotálamo actua sobre os sistemas
efectores e através deles controla funções
básicas que proporcionam um meio
interno estável para o organismo e
organiza comportamentos básicos para a
sobrevivência do indivíduo (ex:
alimentação, comportamento sexual, etc.).
Principais aferencias do Hipotálamo:

⚫ Tronco do encéfalo: regula a


excitabilidade dos neuronios do
hipotalamo.
⚫ Hemisférios cerebrais.
⚫ Retina: informação visual.
⚫ Medula espinhal: informação visceral.
⚫ Amígdala e tálamo.
⚫ Infrmação hormanal através o fluxo
sanguineo.
Vias eferentes principais do Hipotálamo:

⚫ No hipotálamo originam-se 3 vias de


projecção fundamentais:
⚫ As que se dirigem para a hipófise: control da
sistema endocrino.
⚫ As vias descendentes ao tronco do encéfalo e
a medula espinhal: control do SN Autónomo.
⚫ As que se dirigem ao tálamo: Relevo hacia o
cortex..
TÁLAMO

⚫ Toda a informação sensorial que acede ao


encéfalo através da medula espinhal, o
tronco do encéfalo e o próprio diencéfalo,
passa pelo tálamo antes de chegar ao
córtex cerebral.
Os Núcleos Talâmicos
⚫ Os núcleos talâmicos designam-se de
acordo com a sua localização
relativamente à lâmina medular interna, e
estão agrupados em 7 grandes grupos
nucleares: anterior, medial, lateral, ventral,
reticular, intralâminar e da linha média.
⚫ Funcionalmente os núcleos talâmicos
classificam-se em núcleos de relevo e
núcleos de projecção difusa.
Núcleos talâmicos de relevo:
⚫ Os núcleos talâmicos de relevo são
estações intermédias de processamento
no trânsito da informação sensorial até ao
córtex cerebral e enviam as suas
projecções a zonas concretas da mesma.
⚫ Cada núcleo de relevo sensorial intervém
no processamento de uma modalidade
diferente.
Núcleos talâmicos de projecção
difusa:

⚫ Estes núcleos talâmicos incluem:


⚫ Núcleos intralâminares: participam no ciclo
vigilia-sono
⚫ Núcleos da linha média: regulam a
excitabilidade dos neuronios da amígdala e o
corpo estriado.
⚫ Núcleo reticular: Actúa en conjunto com a
formação reticular.
Funções do tálamo
⚫ Integra e modula a informação que recebe.
⚫ Intervém no control da actividade motora.
⚫ Intervém no reconhecimento consciente das
sensações de dor, tacto e temperatura. Uma
lesão no tálamo diminui ou incrementa os
umbrais para as sensações.
⚫ Intervém nas emoções.
⚫ Intervém no mecanismo de despertar e alerta.
Telencéfalo
CÓRTEX
⚫ A superfície externa dos hemisférios
cerebrais está formada por um manto de
substância cinzenta que é o córtex
cerebral.
⚫ Por debaixo do córtex cerebral encontra-
se a substância branca e na profundidade
desta e misturada entre ela, localizam-se
numerosas estruturas que em conjunto se
designam estruturas subcorticais.
⚫ Os componentes dos hemisférios
cerebrais organizam-se à volta dos
ventrículos laterais.
O CÓRTEX
Sulco de
Rolando
(central)

Sulco de Sylvius
(lateral)
Lobo da ínsula
Sulco de
Sulco pré- Sulco pós-
Rolando
Circunvolução frontal central
frontal superior Sulco intra-
parietal
Sulco
parietoccipital

Sulcos
frontais
superior e
inferior

Sulco de
Silvius
Circunvolução Sulcos temporais
frontal inferior superior e inferior
Circunvoluções temporais
superior, média e inferior
GANGLIOS BASAIS
GANGLIOS BASAIS
Ganglios basais
⚫ Situados no interior dos hemisférios
cerebrais.
⚫ Debaixo e laterais à porção anterior dos
ventrículos laterais.
⚫ Anteriores e laterais ao tálamo.
Núcleos
⚫ Caudado
⚫ Lenticular: putamen + globo pálido
⚫ Corpo estriado: caudado + putamen
⚫ (Claustro): participa em funções viscerais e integração
sensorial

Fibras
⚫ Cápsula interna: medial ao globo pálido
⚫ Cápsula externa: lateral ao putamen
⚫ (Cápsula extrema): lateral ao claustro
Funções dos gânglios basais
⚫ Sintetizam: dopamina, acetilcolina e
GABA

⚫ Modulação da actividade motora


Lesões nos gânglios basais
⚫ Hipotonia e hipertonia
⚫ Movimientos involuntários: tremores e
movimentos bruscos

⚫ Doença de Parkinson
⚫ Doença de Huntington
SISTEMA LÍMBICO
⚫ Hemisférios cerebrais:
⚫ Circunvolução do cíngulo
⚫ Circunvolução do hipocampo
⚫ Amígdala
⚫ Núcleos septais
⚫ Hipocampo
⚫ Núcleos mamilares
⚫ Fórnix
⚫ Diencéfalo:
⚫ Hipotálamo
⚫ Núcleos dorso-medial e anterior do tálamo
⚫ Mesencéfalo:
⚫ Substância cinzenta periaqueductal
Funções:
Comportamentos:
⚫ Procura de alimentos
⚫ Comportamento sexual
⚫ Medo
⚫ Agresividade
Emoções:
⚫ Plazer e desprazer
Processos cognitivos:
⚫ Memória
SUBSTÂNCIA BRANCA DOS
HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
⚫ A substância branca dos hemisférios
cerebrais está formada por três tipos de
fibras:
⚫ fibras que interconectam os hemisférios, ou
comissuras.
⚫ fibras de projecção.
⚫ fibras de associação.
As principais comissuras dos hemisférios
cerebrais são a comissura anterior e o corpo
caloso.
⚫ A comissura anterior interconecta os bulbos
olfativos e as regiões inferiores do lobo temporal
de ambos hemisférios. Transferencia visual en
aussencia de corpo caloso.
⚫ O corpo caloso é a maior comissura inter-
hemisférica e une ambos hemisférios por
debaixo da fissura longitudinal e por cima dos
ventrículos laterais.
⚫ Joelho (anterior): interconecta os lobos frontais.
⚫ Corpo (medio): interconecta áreas parietais e
temporais.
⚫ Splenium (posterior): interconecta os lobos occipitais.
⚫ As fibras de projecção do córtex cerebral
estão formadas por axónios que
ascendem até ao córtex, e os que desde o
córtex se dirigem às regiões mais caudais
do encéfalo e a medula espinhal.
⚫ No nível superior estas fibras distribuem-
se em forma de leque e são designadas
de coroa radiada.
⚫ Em níveis mais ventrais estas fibras
agrupam-se formando a cápsula interna.
⚫ As fibras de associação constituem os
axónios que conectam as diferentes áreas
do córtex cerebral do mesmo hemisfério.
ÁREAS SENSORIAIS E
MOTORAS
⚫ Áreas sensoriais primárias

⚫ Áreas sensoriais secundárias ou de


associação unimodal

⚫ Áreas de associação intermodal

⚫ Área motora primária

⚫ Áreas motoras de associação


LOBO FRONTAL
Situado anteriormente ao sulco central e superiormente ao sulco
lateral
LOBO FRONTAL

Campo Córtex pré-motor (6)


Córtex motor primário(4)
ocularCórtex
frontal
motor (8)
suplementar

Sulco central

Córtex Giro pré-central


pré-frontal

Área de
Broca (44,45)
LOBO PARIETAL
Situado posteriormente ao sulco central e superiormente ao
sulco lateral. Estende-se posteriormente até ao sulco parieto-
occipital.
LOBO PARIETAL
Córtex somatossensorial
primário (1,2,3)

Área sensorial
secundária - contribui
para a linguagem
Giro pós-central

Córtex associativo
parietal
LOBO TEMPORAL
Situado inferiormente ao sulco lateral
LOBO TEMPORAL

Córtex auditivo
de associação
Área de Wernicke
Córtex auditivo primário (41,42)
LOBO OCCIPITAL
Situado inferiormente ao sulco parieto-occipital
LOBO OCCIPITAL

Córtex visual
associação

Córtex visual
primário (17)

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