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Curso: Psicologia Data: 10/11/2020

Professor(a): Luciana Semestre:


Disciplina: Neuropsicologia Turno: Noturno
Aluno: Giovanna da Cunha Durães de Souza Período: 3 período

ADP2 - Questões sobre Emoção

1. Diferencie as dimensões emocionais de valência e alerta.


R. A valência se refere à agradabilidade de um estímulo. Se o estímulo for considerado muito agradável,
será ativado um sistema motivacional apetitivo ou de aproximação; entretanto, se desagradável, ativará um
sistema motivacional defensivo, aversivo. Já o de alerta se refere à intensidade da ativação do sistema
aversivo ou apetitivo e varia entre os extremos “calmo” e “alertante”

2. Explique o funcionamento do Circuito de Papez.

R. O circuito seria o atuante ativo no mecanismo das funções emotivas e expressões periféricas.

Papez defendia que o córtex cingulado determinava antes das outras áreas a experiência da emoção.
O giro cingulado se encaminha ao hipocampo e este, por sua vez, ao hipotálamo através de um feixe
chamado fórnix. Nisso, os impulsos hipotalâmicos chegam ao córtex pele relé no núcleo talâmico
anterior.
Eles se superpõem um sobre o outro, de modo que, de certa maneira, tenham encoberto sua vista.
São eles:
Arquipálio: Também nomeado de cérebro primitivo, é composto por estruturas do tronco cerebral.
Assim, bulbo, cerebelo, ponte e mesencéfalo, o núcleo de base chamado globo pálido e pelos bulbos
olfatórios. Segundo o neurocientista Paul MacLean, corresponde ao cérebro dos répteis, chamado
também de complexo-R.
Paleopálio: ou o cérebro intermediário é composto por estruturas originadas do sistema límbico.
Situa-se entre a parte mais antiga e a recente, formando a intermediação entre elas. Nesse caminho,
fica correspondido diretamente ao cérebro de mamíferos vistos como inferiores
Neopálio :Também chamado por cérebro superior, abraça maior parte dos hemisférios cerebrais.
Indica o cérebro dos mamíferos superiores, incluindo, claro o homem e primatas, especialmente os
novos mamíferos.
3. Como a percepção emocional é associada a amígdala, nucleus accumbens e ao córtex pré-
frontal.
R. O funcionamento da amígdala está fortemente associado ao processamento de estímulos
emocionais, sejam eles agradáveis ou desagradáveis, a fim de avalar o ambiente quanto à
periculosidade para o organismo e prepará-lo para a reação adequada A amígdala a responde com
rápido ao estímulo emocional, mesmo sem a consciência sobre ele e independente do foco
atencional.
O envolvimento do córtex pré-frontal na experiência emocional advém da observação do paciente
Phineas Gage, em 1848, que, apos sofrer uma perfusão do lobo frontal por uma barra de ferro,
começou a apresentar exclusivamente alterações comportamentais, de personalidade e humor, sem
prejuízo em funções cognitivas, como memória e raciocínio. Mais recentemente, pesquisadores
atribuíram ao córtex pré-frontal, de forma mais específica à porção ventromedial, o papel de
processar códigos ou marcadores somáticos referentes às emoções vividas previamente. Entende-se
por marcadores somáticos as reações fisiológicas relacionadas a eventos do passado
emocionalmente significativos. Na ocorrência de um conhecido estado somático, o córtex pré-
frontal o avalia e propicia decisões mais rápidas e efetivas, a fim de evitar possíveis consequências
negativas
Núcleo accumbens, é uma parte da via de recompensa, gerando prazer, impulsividade e
comportamento maternal. Sua função é o prazer, que tem a função de aumentar as probabilidades de
sobrevivência como comer comidas calóricas, dormir bem, aprender habilidades, conseguir apoio
social e fazer sexo. Esse prazer também aumentava a motivação para repetir essas atividades até
estar saciado.

4. Como as reações emocionais ocorrem no corpo humano? Quais as principais reações


associadas?
R. Após a avaliação de um estímulo com conteúdo emocional que pode ser ameaçador à
homeostase do organismo, ocorrem respostas fisiológicas e comportamentais que visam a sua
defesa. Entre as principais respostas fisiológicas, destaca-se a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-
suprarrenal (HHS), do sistema simpático-adrenomedular e do sistema imunológico. Na presença de
um estresse físico ou psicológico, ocorre, de início, uma rápida reação de ativação do sistema
nervoso autonômico simpático. Por meio da medula das glândulas suprarrenais, dá- se a liberação
dos hormônios adrenalina e noradrenalina, que provocam os sintomas característicos de estresse -
por exemplo, sudorese e taquicardia. A atividade eletrodérmica da pele, ou condutância, é uma das
medidas mais utilizadas nos estudos de psicofisiologia.
A resposta cardíaca é outra variável avaliada em estudos de psicofisiologia. E modulada pelo SNA
simpático e/ou parassimpático, que determinará a aceleração ou a desaceleração dos batimentos
cardíacos frente a um estímulo. Sabe-se que, em reação a figuras aversivas ou desagradáveis,
Ocorre uma desaceleração cardíaca inicial mais acentuada se comparada à exposição a figuras
neutras e/ou agradáveis. Essa desaceleração indica que houve aumento da atenção, da percepção
sensorial e da orientação ao estímulo, similar à bradicardia de medo que animais apresentam frente
aos predadores. Essa bradicardia inicial é independente do nível de alerta atribuído ao estímulo. Na
sequência, ocorre uma aceleração cardíaca, que prepara o organismo para a ação, dependendo da
avaliação do estímulo e do consequente estado motivacional para tal.
A segunda reação do organismo, mais lenta, refere-se à ativação do eixo HHS. Nesse processo, o
núcleo paraventricular do hipotálamo é estimulado e libera hormônio liberador de corticotrofina.
que, por sua vez, atuando na hipófise, liberando o hormônio adrenocorticotrofina. Este, então, atua
no córtex das glândulas suprarrenais para a liberação dos glicocorticoides endógenos: o cortisol nos
humanos e a corticosterona nos animais. Os glicocorticoides atravessam facilmente a barreira
hematencefálica e atingem receptores localizados por todo o encéfalo, com predominância no
hipocampo, no córtex pré-frontal, na amígdala e nas áreas corticais orbitofrontais. Essas estruturas
contribuem para a ocorrência de um feedback negativo do próprio eixo HHS, ou seja, a presença de
altos níveis de glicocorticoides propicia a diminuição do funcionamento do eixo, com exceção da
amígdala, que oferece um feedback positivo.
Isso sugere que tal reação manifesta-se tanto em situações defensivas como apetitivas e prepara o
indivíduo para a ação de “luta ou fuga”.

5. O que é a memória emocional e como ela auxilia ou dificulta o processo de memorização?

R Memória emocionalé a lembrança de algo baseado principalmente em uma emoção sentida no


passado, incluindo tanto as memórias boas quanto as ruins, é a que deixa as mais fortes marcas no
cérebro. Isso se deve ao fato de que geralmente as memórias emocionais são armazenadas tanto nos
sistemas de memória explícita quanto nos sistemas de memória implícita.
Entretanto, em determinadas situações, a relação entre emoção e memória pode mudar de forma
significativa. Em experiências de extrema intensidade emocional e valência negativa a emoção pode
promover amnésia sobre o evento ocorrido. Uma possível explicação desse fenômeno decorre da
exacerbada liberação de hormônios do estresse que prejudica a formação da memória, Do mesmo
modo, mecanismos de defesa do psiquismo, como a dissociação ou a repressão, que inibem a
recuperação consciente de uma experiência emocional, são alternativas para explicar o fenômeno da
amnésia traumática. Diversos estudos também têm demonstrado que homens e mulheres diferem
bastante no que diz respeito à memória emocional. Por exemplo, mulheres recordam-se mais
rapidamente e em maior quantidade das memórias emocionais em um dado período de tempo e
relatam que essas memórias são mais ricas, vividas e intensas. Ainda que a memória emocional seja
considerada uma memória implícita, a valência emocional pode afetar a memória explícita, agindo,
por meio da amígdala, em áreas de consolidação da memória, como o hipocampo.

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