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Workshop

Movimento Humano e Neurociências

Prof.ª Dra. Nathalie Artigas


Fundamentos das Neurociências e do
Movimento Humano

• APRESENTAÇÃO DO MÓDULO:

A disciplina objetiva oferecer conhecimento acerca dos Fundamentos


que norteiam a Neurociências e o Movimento Humano, e das
estruturas internas do sistema nervoso, abrangendo correlações
funcionais e clínicas.
Fundamentos das Neurociências e do
Movimento Humano
• CONTEÚDO:

ü Aspectos gerais do Sistema Nervoso.


ü Origem e desenvolvimento do sistema nervoso.
ü SNC e SNP.
ü Tecido nervoso (substância branca e cinzenta).
ü Anatomia Funcional do Córtex Cerebral.
ü Vias aferentes e eferentes.
ü Neuroplasticidade e correlações com o movimento humano.
Dra. Nathalie Artigas
• Graduada em Fisioterapia, IPA, 2011.
• Mestre em Ciências da Reabilitação, UFCSPA, 2014.
• Doutora em Ciências Médicas, UFRGS, 2019.
• Pós-graduada em Neurociências e Comportamento, PUCRS, 2021.
• Formação em Reabilitação Vestibular básica e avançada, tratamento de zumbidos,
cefaleias e formação no método Pilates.
• Docente no Ensino Superior há 8 anos.
• Ex-coordenadora do Curso de Fisioterapia e da Pós-Graduação em Reabilitação
Traumatológica e Ortopédica, do Centro Universitário Fadergs.
• Docente do curso de pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional, FisioWork.
• Professora do Curso de Reabilitação Vestibular, Instituto Golden.
• Membro do conselho fiscal e delegada da ABRAFIN.
Divisão anatômica doSN
vSNC:
Cerebelo
Telencéfalo

Diencéfalo
Bulbo
Mesencéfalo Ponte Medula
Espinhal
Divisão anatômica doSN
vSNP:
Origem e desenvolvimento do
sistema nervoso
ØPrimeiro fenômeno importante ocorre um dia após a fecundação, ainda na
trompa da mulher.
Divisão mitóticas do zigoto até a formação da mórula.
Mórula continua a se dividir no útero, surgindo uma cavidade em seu
interior denominada Blástula.
As células da blástula continuam a se dividir, mais predomínio em um
polo, tornando a parede mais espessa.
Final da 1ª semana a blástula passa a se chamar blastocisto e está
ligada ao útero.
Divisão embrionária do SN

Cavidade amniótica forma-se na parede mais espessa.


Estrutura em plana em forma de fita, composta por dois folhetos,
separa a cavidade amniótica da blastocele.

Embrião em sua
Folheto mais interno é o endoderma
forma mais
Folheto mais externo é o ectoderma precoce

3ª semana as células se proliferam mais no ectoderma e migram para


dentro de um orifício = invaginação do ectoderma formando o terceiro
folheto = mesoderma.
Divisão embrionária do SN
Ectoderme
Ø Camada exterior de um embrião em desenvolvimento.

Ø Está em contato com o meio externo.

Ø Camada que dá origem a epiderme e seus anexos, encéfalo e


medula espinhal.

CAMADA QUE DA ORIGEM AO SISTEMA NERVOSO


Embriogênese do SN
1°) Espessamento do Ectoderme, formando a PLACA NEURAL.
2°) A placa neural cresce, torna-se mais espessa e adquire um sulco longitudinal
denominado SULCO NEURAL.
3°) O Sulco neural se aprofunda formando a GOTEIRA NEURAL.
4°) Os lábios da goteira neural se fundem para formar o TUBO NEURAL.
5º) O ectoderme não diferenciado se fecha sobre o tubo neural.
6º) No ponto em que o ectoderme encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se
células que formam de cada lado, uma lâmina longitudinal, denominada CRISTA NEURAL.
Embriogênese do SN
Embriogênese do SN

TUBO NEURAL CRISTA NEURAL

Dá origem a elementos Dá origem a elementos


do Sistema Nervoso do Sistema Nervoso
Central Periférico

Ø Embrião com 1 mês de vida intrauterina.


Embriogênese do SN
ØTubo neural se fecha primeiro no centro, em seguida a porção superior
fecha e depois a inferior
ØAssim, permanece nas extremidades cranial e caudal do embrião, dois
orifícios que são as últimas partes do Sistema Nervoso a se fecharem.
Ø São denominados:

Neuróporo rostral = superior → origina elementos do encéfalo


Neuróporo caudal = inferior → origina a medula espinhal
Embriogênese do SN
Ø O prosencéfalo e o rombencéfalo sofrem estrangulamento, dando
origem, cada um deles, a duas outras vesículas.

Ø O prosencéfalo divide-se em:


- Telencéfalo (hemisférios cerebrais)
- Diencéfalo (tálamo e hipotálamo)

Ø O romboencéfalo divide-se em:


- Metencéfalo (ponte e cerebelo)
- Mielencéfalo (bulbo).
Embriogênese do SN
Embriogênese do SN

ü Dica de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Cu4lQYbOzzY


Embriogênese do SN
Correlações clínicas!
Defeitos no fechamento do Tubo Neural
Composição Do Sistema Nervoso
Composição Do Sistema Nervoso
Ø O tecido nervoso é composto por dois tipos de célula:
· Neurônios
· Neuroglias ou células da glia.
Neurônios
Ø Os neurônios são responsáveis pela recepção e transmissão dos
estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a
execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase.

Ø Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades


fundamentais:
ü Irritabilidade (excitabilidade)
ü Condutibilidade.
Neurônios
Neurônios
Ø Corpo celular ou soma - centro trófico da célula, capaz de receber
estímulos.

Ø Axônio - projeção longa da célula, transporta a mensagem eletroquímica


(impulso nervoso ou potencial de ação) pela extensão da célula.

ØDependendo do tipo do neurônio, os axônios podem ser cobertos por uma


camada de substância lipídica, a bainha de mielina.
Ø Neurônios com mielina costumam ser encontrados nos nervos periféricos.
Ø Neurônios sem mielina são encontrados no cérebro e na medula espinhal.
Neurônios
ØNódulo de Ranvier - é o espaçamento isento de bainha de mielina no
axônio. Tal espaçamento permite a chamada condução saltatória e
consequentemente um impulso nervoso mais rápido.

ØDendritos ou terminações nervosas - unidades estimuladoras, são as


ramificações pequenas, realizam as conexões com outras células e permitem
que o neurônio se comunique com outras células ou perceba o ambiente a
seu redor.
Classificação dos neurônios
Conforme a função:

I. Aferentes (ou sensoriais): recebe as informações da pele ou outros


órgãos sensoriais e leva para o SNC.
II. Eferentes (ou motores): traz informações do SNC para os músculos e
glândulas.
III. Interneurônios ou de Associação: recebem as informações dos
neurônios aferentes e se comunicam entre si e com os neurônios
eferentes.
Classificação dos neurônios
Classificação dos neurônios
Conforme a estrutura:
Neuroglias ou Células da Glia
Ø A neuroglia compreende células que ocupam os espaços entre os
neurônios.
Ø Tem função de sustentação, revestimento e isolamento e defesa.
Ø Não produzem potencial de ação.
Ø Embora menores em tamanho que os neurônios, a sua proporção
populacional é bem maior.
ü Cada neurônio tem pelo menos 10 glias auxiliando.
Neuroglias ou Células da Glia
Ø Astrocito: São as maiores células da neuroglia e estão associadas a
sustentação e a nutrição dos neurônios.
Ø Oligodendrocitos: são as células responsáveis pela formação da bainha de
mielina.
Ø Micróglia: É constituída por células fagocitárias, análogas aos macrófagos
e que participam da defesa do SNC.
Ø Células de Schwanm: formam a bainha de mielina no SNP.
Neuroglias ou Células da Glia
Sinapses
ØComunicação entre um neurônio e a célula pós-sináptica (glândula,
célula muscular ou outro neurônio).

Ø Composto por Terminal pré-sináptico


Terminal pós-sináptico
Fenda sináptica

ü Dica de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=x91KdZ83lRo


Sinapses
Sinapses
1. Potencial de ação (impulso de corrente elétrica) chega ao terminal pré-
sináptico;
2. A membrana do terminal pré-sináptico se despolariza, ocasionando a abertura
de canais de Ca++ com portais de voltagem;
3. O fluxo de Ca++ desencadeia o movimento de vesículas sinápticas que contém
neurotransmissores;
4. As vesículas sinápticas se fundem com a membrana, liberando os
neurotransmissores na fenda.
5. Os neurotransmissores se difundem na fenda;
6. Os neurotransmissores se fundem aos receptores específicos na membrana pós-
sináptica;
7. A forma dos receptores da membrana se altera acarretando a abertura de um
canal iônico associado ao receptor da membrana e ativação de mensageiros
intracelulares associados ao receptor da membrana.
Neurotransmissores
Ø A mensagem do axônio é liberada na forma de mediadores químicos, os
neurotransmissores.

ØSão substâncias químicas que entram em contato com receptores


localizados nas membranas pós-sinápticas e desencadeiam uma alteração no
comportamento do 2º neurônio ou célula muscular.

ØOs neurotransmissores mais conhecidos no SN são a acetilcolina (SNP) e a


noradrenalina (SNA, tálamo e hipotálamo).
Sistema Nervoso Central (SNC)
Encéfalo:
1
1 - Telencéfalo (ou cérebro)
2– Diencéfalo (tálamo,
hipotálamo, epitálamo)
3 - Tronco encefálico: 2
1. - Mesencéfalo 3.1
2. – Ponte
4
3. – Bulbo 4 3.2
– Cerebelo
3.3
5 - Medula espinhal 5
Substância Branca e Cinzenta
Substância Branca e Cinzenta
Ø Se diferem basicamente pela presença ou ausência de mielina nas células nervosas:

Ø A substância branca possui grande parte de suas fibras mielinizadas (são os


prolongamentos dos neurônios), o que dá o aspecto branco ao interior do cérebro e a
parte externa da medula.

Ø A substância cinzenta não possui mielina (são os corpos dos neurônios), localizada na
parte mais externa, formando o córtex cerebral e o interior da medula (“H” medular).

Ø Há um terceiro tipo de substância que é a negra ou nigra, essa região localizada no


mesencéfalo é responsável pela produção de dopamina e a sua cor característica é
devido à neuromelanina.
Lobos Cerebrais
A divisão em lobos não corresponde a uma divisão funcional, pois em um
mesmo lobo há áreas corticais de funções diferentes.

Lobo Frontal Lobo Temporal Lobo Parietal Lobo Occipital Lobo da Ínsula
Lobos Cerebrais
Lobo da Ínsula
üÉum lobo profundo, situado no
fundo do sulco lateral, no encéfalo.

üA ínsula funciona como uma espécie


de intérprete do cérebro ao traduzir
sons, cheiros ou sabores
em emoções e sentimentos como
nojo,
desejo, orgulho, arrependimento ou
üTem conexões com outras estrutcuurlapsal.ímbicas
(giro do cíngulo, amígdala) e com o corpo estriado.
Sistema Límbico
Conjunto de estruturas (substância cinzenta) situadas em volta do tronco
cerebral, formando um anel.
Sistema Límbico
Ø Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e
tristeza, são criações mamíferas, originadas no sistema límbico.

Ø É importante destacar que as estruturas envolvidas com a emoção se


interligam intensamente e que nenhuma delas é exclusivamente
responsável por este ou aquele tipo de estado emocional.

Dica de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=OgVA2_piJ4o


Sistema Límbico
Pólo Temporal
Ø Porção mais anterior do lobo temporal.
Ø Tem conexões com a amígdala e hipotálamo.
Ø Recebe informações olfatórias, gustativas,
visão e audição.
Ø Participa no processamento emocional e
interações sociais.
Sistema Límbico
Giro do Cíngulo
Ø Circunda o Corpo Caloso e é ligado com córtex pré-frontal medial.
Ø Conecta com tálamo, amígdala, córtex pré-motor e motor.
Ø Auxilia no processamento da dor, atenção, motivação (motora).
Ø Lesões:
ü Mudanças da personalidade
ü Apatia,
ü Alzheimer,
ü Esquizofrenia
ü Depressão
ü TOC
Sistema Límbico
Hipocampo
Ø Hipocampo posterior: aprendizagem e memória.
Ø Hipocampo anterior: memória emocional e motivação.
ü Ocorre neurogênese ao longo da vida.
ü No envelhecimento normal não existe perda neuronal
significativa no hipocampo.
ü Na doença de Alzheimer ocorre acentuada diminuição
dos neurônios hipocampais
.
Sistema Límbico
Amígdala
Ø Coordena respostas emocionais (aversivas e medo).
Ø Regula comportamento agressivo.
ØEnvolvida em mecanismos de recompensa
e motivação.
ØParticipa em processos cognitivos
(atenção, percepção, memória).
Ø Lesões:
ü Não reconhecem faces ameaçadoras
ü Não reconhecem medo
ü Não reagem de forma adequada e adaptativa
Telencéfalo
Ø O córtex cerebral é uma fina camada de substância cinzenta que reveste o
centro branco medular do cérebro.
Ø Nele chegam impulsos provenientes de todas as vias sensitivas, que aí se
tornam conscientes e são interpretados.

ØDele saem impulsos nervosos que iniciam e


comandam os movimentos voluntários e
estão relacionados os fenômenos psíquicos.

Dica de vídeo:
https://www.ted.com/talks/allan_jones_a_map_of_the_brain
Funções corticais específicas
Área pré-motora 6 – responsável por
preparar os movimentos. Recebe
aferências do cerebelo e leva eferência ao
núcleo rubro e área motora primária.
Área de Broadman 10 - responsável pelo
planejamento motor, pensamentos de
planejamento, memória de trabalho,
contenção comportamental.
Área 17 – córtex visual.
Área de Wenicke 39 - responsável pela
compreensão da linguagem
Área 43 – área gustativa.
Área de Broca 44: área motora da fala.
Funções corticais específicas

ÁREAS CORTICAIS MOTORAS

ü Córtex associativo pré-frontal: idealização


ü Córtex motor associativo (área pré-motora/6
e área motora suplementar/8): planejamento
ü Córtex motor primário/4: iniciação
Homúnculo de Penfield
Homúnculo de Penfield
Núcleos da Base
Ou gânglios (ou núcleos) da base, são um conjunto de núcleos de substância
cinzenta na substância branca do cérebro.
Emitem e recebem projeções entre si e com o córtex cerebral, tálamo, tronco
encefálico.
São responsáveis por diversas funções como: fazer ajustes motores, isto é, o
planejamento e a execução de estratégias motoras complexas.
Também faz conexões com outras estruturas, envolvendo-se em funções
cognitivas e de memória.

Principais constituintes: 1. corpo estriado (1.1 núcleo caudado e 1.2 putâmen), 2. globo
pálido, 3. núcleo subtalâmico e 4. substância negra.
Núcleos da Base
A ligação estabelecida entre os gânglios da base, tálamo e zonas corticais é responsável por
recolher informação das zonas sensoriais por todo o corpo e integrá-las em sinais que
posteriormente controlam e corrigem a ação muscular.
Diencéfalo
Representa apenas 20% do cérebro e localiza-se em uma porção central e
inferior de tal forma que só pode ser visualizado quando observamos a face
inferior do cérebro ou fazemos um corte sagital no mesmo.
Todas as estruturas do diencéfalo dispõem-se em torno do terceiro ventrículo:
Diencéfalo - Tálamo
Ø Funções do Tálamo:
ü Integração Sensorial
ü Integração Motora

Ø O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex


cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para o tálamo que
posteriormente são distribuídas pelo corpo.

Ø Participa, juntamente com o tronco encefálico, do sistema reticular, que é


encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem às partes
conscientes do cérebro.
Diencéfalo - Hipotálamo
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal
centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais
responsáveis pela homeostase corporal.

Faz ligação entre o SN e o sist. endócrino, atuando na ativação de diversas


glândulas endócrinas.
ü Controla a temperatura corporal,
ü Regula o apetite,
ü O balanço de água no corpo,
ü Ciclo sono-vigília,
üEstá envolvido na emoção e
no comportamento sexual.
Diencéfalo – Epitálamo e Subtálamo
Ø EPITÁLAMO = Regula secreção de melatonina pela glândula
hipófise/pineal, por isso se envolve no ritmo circadiano.
ü Regulação de vias motoras e de emoções.
ü Está ligado ao sistema límbico e aos núcleos da base.

Ø SUBTÁLAMO = Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o


tegumento do mesencéfalo.
ü Sua principal estrutura é o núcleo subtalâmico e
relaciona-se com funções motoras.
Cerebelo
Ø Situado atrás do cérebro, é um centro para o controle dos movimentos
iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e
a medula espinhal).
Ø Funções do Cerebelo:
ü Manutenção do equilíbrio e da postura;
ü Controla o tônus muscular;
ü Planejamento dos movimentos voluntários;
ü Aprendizagem motora.
Cerebelo
1. O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos
os estímulos enviados aos músculos.
2. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que
pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do
corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e
olhos), avalia o movimento realmente executado.
3. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar,
estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho
real seja igual ao pretendido.
4. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos,
equilíbrio, postura e tônus muscular.
Tronco Encefálico
Ø O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-
se ventralmente ao cerebelo.
Ø Possui três funções gerais:
ü Recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da
cabeça;
ü Contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até
outras regiões encefálicas e, em direção contrária;
ü Regula a atenção.
Tronco Encefálico - Mesencéfalo
Está envolvido na recepção e coordenação de informações sobre o grau de
contração dos músculos e sobre a postura corporal.

Funções do Mesencéfalo:
ü Visão
ü Audição
ü Movimento dos Olhos
ü Movimento do corpo
Tronco Encefálico - Ponte
Ø Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da
respiração, além de ser um centro de transmissão de impulsos para o
cerebelo.
Ø Serve ainda de passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à
medula.
Ø Há centros coordenados da movimentação dos olhos, do pescoço e do corpo.
ØParticipa na manutenção da postura corporal
correta, no equilíbrio e tônus muscular.
Tronco Encefálico - Bulbo
Recebe informações de vários órgãos do corpo,
controlando as funções autônomas (vida vegetativa):
ü Batimento cardíaco
ü Respiração
ü Pressão sanguínea
ü Reflexos de salivação, tosse e espirro
ü Ato de engolir.

Na sua porção mais inferior,


forma a decussação das pirâmides.
Medula Espinhal
Ø Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível
do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula no adulto
situa-se geralmente em L2.

Ø A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que


continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal.

Ø Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações


denominadas de intumescência cervical e intumescência lombar, que
correspondem às áreas em que fazem conexão com as grossas raízes
nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral.
Medula Espinhal

Intumescência cervical: C4 a T1.

Intumescência Lombossacral: T11 a L1.


Medula Espinhal
A medula é capaz de elaborar respostas rápidas em situações de
emergência, sem a interferência do encéfalo.
Sistema Nervoso Periférico (SNP)
Constituído por:
Ø Nervos
Ø Gânglios nervosos
Ø Terminações nervosas (receptores para dor, tato, frio, pressão, calor,
paladar, etc.).
SNP - Nervos
Ø Quanto ao tipo de neurônio
ü Sensitivos ou aferentes;
ü Motores ou eferentes;
ü Mistos (contém neurônios sensitivos e motores).

Ø Quanto à posição anatômica


ü Cranianos (ligados ao encéfalo) – 12 pares;
ü Raquidianos ou espinhais (ligados à medula) – 31 pares.
SNP – Nervos espinhais

Ø Existem 31 pares de nervos espinhais


aos quais correspondem 31 segmentos
medulares assim distribuídos:

ü 8 pares cervicais,
ü 12 pares torácicos,
ü 5 pares lombares,
ü 5 pares sacrais
ü 1 par coccígeo.
SNP – Nervos espinhais

Raiz dorsal: sensitiva


Gânglio espinhal
Raiz ventral: motora
Tronco do nervo espinhal:
misto
SNP – Nervos Cranianos
SNP – Nervos Cranianos
Dermátomos e Miótomos
Ø A área da pele inervada por axônios sensitivos de cada raiz nervosa, que
corresponde a um segmento medular é chamada de dermátomo.

Ø O conjunto de fibras musculares inervadas por axônios motores de cada


raiz nervosa, de cada segmento medular, é chamada de miótomo.

Dica de Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gkaNf5D3LUo


Dermátomos
Miótomos
SNP – Divisão Funcional
Vamos Praticar?

https://www.brainfacts.org/3d-brain#intro=true
Neuroplasticidade
ØCapacidade que o SNC possui de modificar algumas de suas propriedades
morfológicas (perfil químico ou sua estrutura) ou funcionais em resposta às
alterações do ambiente como, por exemplo, quando aprendemos coisas
novas.

ØNa presença de lesões, o SNC utiliza esta capacidade adaptativa na


tentativa de recuperar funções perdidas e/ou, principalmente, fortalecer
funções similares relacionadas às originais.
Neuroplasticidade
Ø Processo plástico = adaptação às alterações nas circunstâncias externas.
Base do Controle neural e varia com a idade
SN mais
plástico
Ontogenética
Período
Plasticidade crítico

Mudanças
Adulta
morfológicas
Neuroplasticidade

Ø Cerebral – Células da glia e suporte vascular


Ø De rede – mudanças no remapeamento cortical
Ø Intercelular – entre os neurônios (brotamento sináptico e dendrítico)
Ø Intracelular – alterações na função mitocondrial e ribossômica
Ø Bioquímica – conformação proteica e mobilização enzimática
Ø Genética – modificação na transcrição, translação e pós-translação.
Neuroplasticidade
Habituação

Plasticidade
neural

Aprendizado Recuperação
e memória celular
Neuroplasticidade –
Habituação
Ø Forma mais simples de neuroplasticidade
Ø Diminuição na resposta a um estímulo benigno e repetido.
ØOcorre em decorrência da diminuição funcional na eficácia sináptica das vias
ao neurônio motor estimulado diminuição da atividade sináptica entre
neurônios sensoriais e interneurônios.
ØEm geral, após alguns segundos de repouso, os efeitos da habituação não
estão mais presentes.
Neuroplasticidade –
Habituação
Na Prática:

- Utilização de aparelhos de audição para redução do zumbido.


- Estímulo tátil leve para casos de hipersensibilidade ao toque.
- Exercícios de habituação para alterações vestibulares
Neuroplasticidade –
Aprendizado e Memória
ØEnvolvem alterações persistentes e duradouras na potência das conexões
sinápticas.
Ø Grande atividade sináptica durante a fase inicial de um processo de
aprendizado atividade vai reduzindo de acordo com o aprendizado
da tarefa quando a tarefa realmente é aprendida, somente regiões
pequenas e distintas apresentam atividade aumentada.
Neuroplasticidade –
Recuperação celular pós lesão
Deterioração dos Redução do fluxo
neurônios sanguíneo
Alteração da
Lesão do SNC
função neuronal
Alteração do
Efeitos indiretos
líquido
da lesão
cefalorraquidiano

Alteração no
metabolismo
cerebral

Dica de Vídeo:
https://www.ted.com/talks/sandrine_thuret_you_can_grow_new_brain_cells_here_s_how
Neuroplasticidade –
Recuperação celular pós lesão
O período de maior recuperação neurológica ocorre entre 3 a 6 meses
após lesão = Grande potencial de plasticidade cerebral!

• Redução do edema
Inicialmente:
• Reabsorção de toxinas locais
Resolução eventos • Melhora da circulação local
locais • Recuperação parcial do dano neural

Segundo
• Brotamento colateral
mecanismo:
• Presença de vias previamente
Neuroplasticidade latentes
tardia Exemplo de Brotamento – Recuperação Regenerativa
Neuroplasticidade –
Recuperação celular pós lesão
Ø Fatores responsáveis pelo crescimento axonal
Ø A capacidade de formação de novos brotos e crescimento dos axônios pode
ser programada geneticamente ou pode depender do meio.
Ø Existe uma classe de proteínas regenerativas, as quais promovem esse evento
e são denominadas fatores tróficos.
Ø Fatores tróficos ligam-se aos seus receptores nos terminais axônicos são
internalizados pelo mecanismo de endocitose e transportados até o corpo
celular. No soma, o DNA é ativado e promove o aumento de organelas
citoplasmáticas favorece o crescimento de dendritos e axônios.
Neuroplasticidade –
Fatores Neurotróficos
Ø NGF - fator de crescimento do nervo
Ø BDNF - fator neurotrófico derivado do cérebro
Ø Neurotrofinas 3, 4, 5 e 6
Ø CTNF - fator neurotrófico ciliar
Ø GDNF - fator neurotrófico derivado da glia
Ø aFGF - fator de crescimento fibroblástico ácido
Ø bFGF - fator de crescimento fibroblástico básico
Ø EGF - fator de crescimento epidérmico
Ø Entre outros...
Neuroplasticidade –
Fatores Ambientais e sociais
Ø Características da lesão: tempo, extensão, local...

Ø Biografia do paciente: idade, HPP, história social, prática de atividades


prévias...

Ø Informações sobre a reabilitação: tipos de terapia, inicio e duração,


medicamentos, ambiente terapêutico.

Ø Estado emocional e cognitivo: motivação, depressão, comunicação e


cognição.
Neuroplasticidade –
Ambiente
Reabilitação
enriquecido

Estimulação
sensorial

Repetição

Neuroplasticidade
Referências
• BEAR, M.F. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017;
• CARRERA, Emmanuel; TONONI, Giulio. Diaschisis: past, present, future. Brain, v. 137, n. 9, p. 2408-2422, 2014.
• DAYAN, Eran; COHEN, Leonardo G. Neuroplasticity subserving motor skill learning. Neuron , v. 72, n. 3, pág. 443-454,
2011;
• LEE, Jonathan LC; NADER, Karim; SCHILLER, Daniela. An update on memory reconsolidation updating. Trends in
cognitive sciences, v. 21, n. 7, p. 531-545, 2017.
• LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2010;
• MACHADO, A.; HAERTEL, L.M. Neuroanatomia funcional. 3. Ed. Atheneu, 2013;

• MILLER, Earl K.; LUNDQVIST, Mikael; BASTOS, André M. Working Memory 2.0. Neuron, v. 100, n. 2, p. 463-475, 2018.

• SEGAL, Menahem. Espinhas dendríticas e plasticidade de longo prazo. Nature Reviews Neuroscience , v. 6, n. 4, pág.
277-284, 2005.
• SOBRINHO, José Brenha Ribeiro. Neuroplasticidade e a recuperação da função após lesões cerebrais. Acta Fisiátrica, v.
2, n. 3, p. 27-30, 1995.

• TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10.ed. Porto alegre, RS:
Artmed, 2016.
MUITO OBRIGADA!

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