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Tetraplegia

Espástica
01
Introdução
Introdução
A forma mais comum de tetraplegia espástica é quando está
associada à paralisia cerebral.
- A tetraplegia espástica é a forma de paralisia
cerebral mais grave (1).
- É uma patologia de desenvolvimento causada
pelo dano no cérebro antes do nascimento, durante o parto,
ou nos primeiros anos de vida.
- Esta condição afeta o normal
desenvolvimento motor da criança. Muitas vezes as crianças
com paralisia cerebral também desenvolvem outras
condições como resultado da lesão cerebral. (ex.: transtorno
de défice de atenção e hiperatividade).
17 Milhões
Paralisia cerebral em todo o mundo

70%
Paralisia cerebral espástica
Tipos de Paralisia Cerebral Espástica
Paralisia Cerebral espástica

Displegia Hemiplegia Tetraplegia


Espástica Espástica espástica

Afeta os dois membros, Ocorre quando os 4


principalmente membros estão
Afeta um lado completo
membros afetados. As pernas
do corpo. O hematoma
inferiores. Diplegia é estão geralmente mais
cerebral pré-natal pode
geralmente um afetadas. Afeta mais
levar a hemiplegia.
resultado de nascimento músculos flexores do
prematuro. MS e extensores do MI.

Acompanhamento do
fisioterapeuta
A tetraplegia espástica é a condição mais severa.
Normalmente o indivíduo não consegue andar e esta está
associada a muitas outras condições.
Uma criança com esta condição beneficia com intervenções e
tratamento precoces, no entanto, precisam de
acompanhamento durante toda a vida (2).
Prematuridade

AVC interauterino e lesão


da substância branca, Resulta de dano no
cérebro, antes, durante,
Causas ou momentos depois do
nascimento.
Negligência médica e
exposição a toxinas

Infeções e condições
médicas maternas
Efeitos da tetraplegia espástica

Marcha Restrição do Dor Crónica


Padrão anormal ou movimento
incapacidade de realizar.

Dificuldade de Movimentos Postura


coordenação e involuntários Crescimento desproporcional
equilíbrio e deformidades
musculoesqueléticas
Outras condições associadas

Epilepsia Dificuldades na Problemas de


fala visão e perda de
audição

Baixa qualidade do Dificuldades na Dificuldades


sono alimentação cognitivas e de
aprendizagem
Primeiros sinais de alerta
Membros
Tónus elevado espásticos
Rigidez ou pernas e braços Músculos tensos e
cruzados movimentos involuntários
(tremores)

Desenvolvimento
motor
Não conseguem alcançar
algumas metas de
desenvolvimento motor no
tempo esperado.
Complicações
- Malnutrição (podem apresentar disfasia ou complicações
respiratórias se a alimentação ocorrer por aspiração)
- Convulsões
- Incontinência
- Escoliose
- Deformidades no tornozelo (ex.: tornozelo equino)
- Contraturas

Uma vez que afeta todo o corpo, há um risco aumentado


para que a criança desenvolva deformidades nos membros,
devido, principalmente, ao impacto da espasticidade no
corpo.
Prognóstico
Embora não haja uma cura para a tetraplegia
espástica, existem algumas terapias,
medicamentos e até cirurgias que podem
melhorar a qualidade de vida do indivíduo.

No entanto, o prognóstico de uma criança com


tetraplegia é pior do que com outras formas de
paralisia cerebral. Este tipo aumenta o risco de
mais complicações e está associado a outras
condições que diminuem a esperança média de
vida e comprometem a independência da criança.
Caso Clínico
- Carlota, 8 anos, sexo feminino. Nasceu com 34 semanas, de cesariana,
devido a complicações na gravidez.
- Aos 13M, os pais detetaram atrasos de desenvolvimento
comparativamente às outras crianças, visto que a mesma não conseguia
sentar-se.
- Numa consulta com a pediatra, e alguns exames complementares de
diagnóstico, a Carlota foi diagnosticada com paralisia cerebral espástica na
forma de tetraplegia. Na escala de GMFCS, encontrava-se no nível IV e na
MACS nível IV. Começou a fisioterapia aos 15M.
- Devido a fatores do foro pessoal, a família mudou de cidade. Neste
momento tem oito anos. Pais dizem que a criança tem dificuldade para
dormir em algumas noites e que necessita de ajuda dos pais para realizar
as AVD. Embora já consiga sentar-se com apoio, sem apoio não apresenta
estabilidade para adquirir essa posição.
02
Avaliação
Escalas

GMFCS IV MACS III EDACS IV CFCS III


Utilizam métodos de Desempenha atividades Come e bebe com A comunicação não é
mobilidade que requerem selecionadas com grandes limitações consistente e eficaz
assistência física ou supervisão e tempo. precisando de com a maioria dos
mobilidade motorizada na Os movimentos do supervisão e parceiros
maioria dos ambientes. membro superior são assistência. desconhecidos, mas é
Requerem assento bruscos, grosseiros e geralmente eficaz
adaptado para o controle descoordenados. Não com os parceiros
pélvico e do tronco e consegue realizar tarefas conhecidos.
assistência física para a que necessitem de
maioria das transferências. motricidade motora fina.
Avaliação Objetiva
● Amplitudes: Amplitude articulares ativa e passiva diminuídas, Postura
principalmente no membro inferior. ● Cabeça: Ligeira inclinação cervical esquerda
● Marcha: Incapacidade de realização de marcha. Apenas se ● M.S.: flexão marcada do cotovelo e punho
consegue suportar na posição bípede com andarilho e com esquerdo. Membro superior direito em extensão

apoio do fisioterapeuta. do cotovelo e flexão do punho

● Apresenta movimentos involuntários. ● Tronco: inclinação do tronco para o lado esquerdo


● Apresenta défice cognitivo. ● M.I.: ligeira flexão da anca e do joelho com
● Equilíbrio: equilíbrio diminuído. Senta com apoio mas com rotação interna

inclinação para o lado esquerdo. ● Pé: ausência de arco plantar


● Dificuldade em manter a cabeça em posição neutra
● Instabilidade do tronco Tónus (escala de Ashworth)
● Reflexos tendinosos profundos: hiperreflexia
● Membro superior - 2
● Sensibilidade: alterada
● Membro inferior - 3
● Apresenta contraturas principalmente no membro inferior
03
Objetivos
Objetivos

01 Aumentar a qualidade de
execução dos movimentos 02 Diminuir o tempo de
execução de tarefas
do membro superior;

03 Assumir a posição de pé
com mais estabilidade e 04 Diminuição do apoio sentado
menos apoio

05 Prevenir o agravamento
de contraturas 06 Prevenir deformidades
07 Diminuição do tónus 08 Aumento do equilíbrio
postural
04
Tratamento
Tratamento
5 dias por semana duração de 45 minutos:

- Massagem dos vários grupos musculares (membros inferiores e superiores);

- Mobilização passiva de todas as articulações nos vários eixos do movimento;

- Alongamento dos membros superiores e inferiores sem causar dor;

- Sentando na cadeira de rodas em frente a uma mesa, meter as mãos em cima de


um rolo. Com o lado menos afetado empurrar o rolo para a frente, alongando o
membro mais afetado;
- Exercícios de equilíbrio sentado no chão. A mãe está à frente com uma bola e vai
alterando a posição da bola. A criança vai tentar alcançar o objeto, criando
transferência de peso;

- Treino de alcance de objeto sentado na cadeira de rodas (treino de AVD’s)


Ex: Simulação de um piquenique juntamente com a mãe. Dar objetos à criança para
colocar numa caixa. E simular o levar uma fruta à boca.

- Em pé apoiado na marquesa, com muito suporte do fisioterapeuta, aumentar


tempo na posição bípede.

Nota: todos os exercícios serão realizados tendo em conta os conceitos de Bobath


Ensinamentos aos pais
- Ensino da mobilização passiva da criança para que esta seja efetuada
diariamente, com o objetivo de diminuir o risco de deformidade e possível cirurgia;

- Incentivo aos pais para a promoção das mudanças de posicionamento da criança,


de forma a evitar que esta esteja sempre sentada na cadeira de rodas, com o
objetivo de diminuir o risco de úlceras de pressão;

- Incentivo aos pais para a inclusão da criança, sempre que seja possível, nas
atividades de vida diária.
References
● Correlações entre fatores de risco e evolução funcional em pacientes com
quadriplegia espástica - PMC (nih.gov)
● https://www.cerebralpalsyguide.com/cerebral-palsy/types/spastic/
● Os benefícios de um programa abrangente de reabilitação em pacientes
diagnosticados com quadriplegia espástica - PMC (nih.gov)
● https://www.cerebralpalsyguidance.com/cerebral-palsy/types/spastic-
quadriplegia/#:~:text=article%2Fpii%2FB1416001697500135-
,What%20Is%20Spastic%20Quadriplegic%20Cerebral%20Palsy%3F,and%
20movements%20jerky%20and%20awkward. (ver as referencias deste
artigo)
● https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4339555/pdf/IJPD-24-
345.pdf,
Obrigada!
Questões?
Docente: Ana Moreira
Discentes: Helena Santos, Maria
Beatriz Soares, Inês Antunes

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