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Licença-maternidade é o benefício concedido às mulheres grávidas ou que tiveram filhos. Entretanto, tal benefício só é
concedido para as mulheres que contribuem para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).Assim, as mulheres que
trabalham com registro em carteira, sejam fixas, temporárias, terceirizadas, autônomas ou domésticas, têm direito a receber tal
benefício quantas vezes for necessário.
A licença-maternidade garante que as mães possam se recuperar do pós-parto, criando vínculos afetivos com o bebê, sem
riscos ao trabalho.
Tal benefício está previsto no artigo 7º da Constituição Federal e também tem previsão legal pela CLT.
A Lei Federal nº 10.421, de 15.04.2002, alterou o artigo 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para constar
o seguinte:
A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
Os dois benefícios são extensivos em casos de nascimento (120 dias) aborto não criminoso (14 dias), bebês que nascem
mortos (120 dias), adoção ou guarda judicial para adoção (120 dias).
A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data do início do afastamento do emprego,
que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste.
Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um, mediante atestado
médico.
Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo.
O salário-maternidade é devido à segurada da previdência social, durante cento e vinte dias, com início vinte e oito dias
antes e término noventa e um dias depois do parto, podendo ser prorrogado. O salário-maternidade para a segurada empregada
consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral. Antes de 2003 o salário era pago exclusivamente pela previdência,
sendo atualmente responsabilidade da empresa. O INSS é o responsável em fazer os pagamentos durante o período de licença-
maternidade.
No entanto, as profissionais que trabalham com carteira assinada, pelo regime de CLT, a própria empresa faz os
pagamentos e, posteriormente, solicita o reembolso do INSS.
A trabalhadora que atua em mais de um emprego, com carteira assinada, pode requerer o benefício de todas as empresas
Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 dias previstos na Lei.
É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos:
I – transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente
exercida, logo após o retorno ao trabalho;
II – dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e
demais exames complementares.
O início do afastamento do trabalho da segurada empregada será determinado com base em atestado médico ou certidão
de nascimento do filho.
Todas as mulheres que trabalham sob o regime de CLT, autônomos, facultativos, microempreendedores individuais
(MEIs) têm direito à licença-maternidade.
Tal benefício se estende também às desempregadas, trabalhadoras domésticas e rurais, entretanto elas devem ter
contribuído com o INSS.
Além disso, os cônjuges ou companheiros também têm o direito de receber tal benefício caso a gestante venha a óbito.
Porém essa concessão pelo INSS deve atender a alguns critérios como o período trabalhado e de contribuição para a
Previdência, entre outros.
No caso das desempregadas é preciso comprovar no mínimo dez meses trabalhados.
A licença não é cumulativa, tanto para tempo como para valor pago, independente da quantidade de filhos gerados ou
adotados.
Benefícios da Lincença-Maternidade
Mãe:
Previne hemorragias pós-parto e a regressão mais acelerada do útero;
Contribuiu para recuperação dos estoques de ferro no sangue;
Permite um melhor planejamento familiar, com maior espaçamento entre as gestações;
Aumenta o vínculo entre mãe e filho;
Melhor adaptação às rotinas de casa, nos cuidados com o bebê e na amamentação;
Diminui os riscos de câncer de mama e de ovário;
Reduz os custos, pois afinal o leite materno é gratuito.
Bebê:
Benefícios nutricionais, pois o leite materno é o alimento mais saudável para ele;
Melhora o sistema imunológico, reduzindo diarreias, infecções, entre outros;
Reduz riscos de internações;
A amamentação ainda melhora o desenvolvimento da estrutura facial e suas funções, previne distúrbios da fala
e protege os dentes;
O aleitamento materno diminui os riscos de distúrbios de aprendizagem e concentração. Além disso, pode
aumentar o coeficiente de inteligência (QI);
A aproximação entre mãe e filho nos primeiros meses de vida, estimula o desenvolvimento psicomotor, social
e afetivo da criança;
Reduz riscos de câncer, de morte súbita no berço e de doenças crônicas como diabetes, hipertensão,
arteriosclerose ou colopatias inflamatórias.
Importância social da licença-maternidade
A sociedade também se beneficia da licença maternidade. Afinal, crianças com laços afetivos e criadas com amor e respeito,
são mais saudáveis e estáveis emocionalmente.
Entre as vantagens podemos citar:
Redução nos índices de criminalidade e violência social;
Gastos com a saúde pública são mais reduzidos, pois mãe e filho recorrem menos aos serviços de saúde nesse
período;
Redução de tempo no uso ou superlotação em creches públicas;
Nas empresas, as funcionárias são mais motivadas e faltam menos
Ausências permitidas: as mulheres que estão grávidas têm direito a faltar ao trabalho, em qualquer dia da semana, para que
elas possam realizar consultas e exames, como pré-natal.
Entretanto, ela precisa, em todas as suas ausências, apresentar à empresa o atestado médico do atendimento. Isso porque,
caso ela não apresente o atestado, a empresa vai poder descontar esse dia dela, devido a sua falta injustificada.
Pausas para amamentar: outro direito que as mães têm e que o departamento de RH deve estar atento, é o direito a duas
pausas diárias, de meia hora, para poder amamentar seus filhos nos primeiros seis meses de vida dele. Às vezes, o mais viável é
juntar esses dois períodos e reduzir a jornada em uma hora.
Trabalhos insalubres: as grávidas podem desenvolver suas atividades laborais em postos insalubres, desde que o nível de
exposição seja baixo ou médio. Dessa forma, se o grau de insalubridade estiver no nível máximo, a colaboradora deve ser
realocada em outra tarefa, para que nem ela e nem o bebê sejam prejudicados pelo elemento insalubre.
A gestante tem estabilidade garantida em lei somente por cinco meses, contabilizados a partir da data do parto, ou seja, ela
não pode ser dispensada do trabalho nesse período, mas ao retornarem sim. Entretanto esse prazo pode ser maior, de acordo
com as convenções coletivas de cada categoria. Existem duas hipóteses em que a mulher que está grávida pode ser demitida de
seu emprego:
Caso a gestante cometa algum ato que possa ensejar à demissão por justa causa;
Caso a empresa decida demitir a grávida mediante o pagamento de indenização referente ao período da
demissão até o final da estabilidade, que vai até os 5 meses depois do parto. Nesse caso, a empresa ainda pode ser condenada
a pagar indenização por danos morais.
Em vigor desde o ano de 2009, o Programa Empresa Cidadã é administrado pela Receita Federal. Tal programa tem o
objetivo de oferecer benefícios fiscais para as empresas que prolongarem as licenças-maternidade ou paternidade para até 180
dias. Hoje a lei prevê 120 dias de licença. Para isso, a funcionária deve solicitar o benefício até o fim do primeiro mês após o
parto. O benefício é válido também para os casos de adoção variando entre 15 e 60 dias de licença de acordo com a idade da
criança.
O companheiro tem direito a licença-paternidade de cinco dias, logo após o nascimento do bebê.
Caso seja estudante, a Lei nº 6.202/1975 garante à estudante grávida o direito à licença-maternidade sem prejuízo do
período escolar. A partir do oitavo mês de gestação, a gestante estudante poderá cumprir os compromissos escolares em casa
– Decreto-Lei nº 1.044/1969. O início e o fim do período de afastamento serão determinados porá testado médico a ser
apresentado à direção da escola. Em qualquer caso, é assegurado às estudantes grávidas o direito à prestação dos exames finais.
2- Entender quais são os direitos da mulher durante a gestação e o puerpério
Direitos sociais
• Guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas para atendimento em instituições públicas e privadas (bancos,
supermercados, lojas).
• Assento prioritário para gestantes e mulheres com crianças de colo em ônibus e metrô. Peça licença e ocupe o lugar que
é seu.
• No ônibus você pode sair pela porta da frente.
• Se a sua família é beneficiária do Auxílio Brasil, você tem direito ao Benefício Composição Gestantes. Para conseguir esse
benefício extra na gravidez e após o nascimento do bebê, busque informações no Centro de Referência em Assitência Social
(Cras) do seu município
• A Lei nº 12.010/2009 garante a você o direito de receber atendimento psicossocial gratuito se desejar, precisar ou
decidir entregar a criança em adoção. Procure a Vara da Infância e Juventude de sua cidade.
• Caso seja adolescente, você tem o direito, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, de ser atendida com sigilo,
privacidade, autonomia e receber informações sobre planejamento familiar e sexualidade responsável. Também pode ser
atendida sozinha, se preferir.
Direitos em Saúde
• O acompanhamento de pré-natal deve ser assegurado de forma gratuita pela Secretaria Municipal de Saúde
• Toda gestante tem o direito de fazer pelo menos seis consultas durante toda a gravidez. O pré-natal oferece segurança,
uma gestação saudável e um parto seguro.
• Toda gestante tem o direito de levar um acompanhante nas consultas (companheiro, mãe, amiga ou outra pessoa).
• A gestante também tem o direito de conhecer antecipadamente o hospital onde será realizado seu parto
• Ser atendida com respeito e dignidade pelas equipes de saúde, sem discriminação de cor, raça, orientação sexual, religião,
idade ou condição social.
• Ser chamada pelo nome que preferir e saber os nomes dos profissionais que a atendem.
• Aguardar o atendimento sentada, em lugar arejado, tendo à sua disposição água para beber e banheiros limpos.
• No momento do parto e pós-parto, a gestante tem direito a um acompanhante: companheiro, mãe, irmã, amiga ou outra
pessoa
Direitos pós-parto
• Agora que a criança nasceu, mãe e filho têm o direito de ficar juntos no mesmo quarto
• Direito a acompanhamento de puericultura para seu bebe e de consultas na fase puerperal (ate 42 dia pós-parto)
• Se você sofrer qualquer tipo de violência física, sexual ou psicológica por parte de pessoas próximas ou desconhecidas,
procure ajuda no serviço de saúde. Existe uma rede de proteção, e você pode contar com ela. Os profissionais de saúde podem
ajudar!
• Procure orientações para defender seus direitos e não permitir que aconteça novamente. Ligue 180 ou Disque Saúde –
136, de forma gratuita, e denuncie.
3- Entender como realizar a anamnese ginecológica e obstétrica e o exame físico específico
Anamnese (primeira consulta)
Identificação:
• Idade: notar os extremos de idade, menores de 16 e maiores de 35 anos. Nas mais jovens há aumento da ocorrência de
hiperêmese e nas com idade mais avançada de mal formações estruturais no feto. A incidência de abortamento e pré-eclampsia
é maior em ambos os casos.
• Profissão: atentar para trabalhos em ambientes insalubres, que a exponha a irradiação, gases voláteis e intoxicação por
fósforo, chumbo, arsênico, nicotina, mercúrio e agrotóxicos; que exijam que a gestante permaneça muito tempo em posição
ortostática, sem para descanso ou pausa para alimentar-se.
• Nível de escolaridade: o baixo nível de escolaridade é frequentemente associado a um menor número de consultas pré-
natais, prole numerosa com falta de planejamento familiar, gestação indesejada, uniões instáveis e necessidade de manter
atividades de trabalho até períodos próximos ao parto.
• Naturalidade/Etnia: a naturalidade instiga investigação quanto a doenças da região, como malária, doença de Chagas e
talassemias. As características étnicas interferem na estrutura corporal, à exemplo da baixa estatura e pelve pequena das
mulheres orientais.
• Estado conjugal: questionar sobre casamento ou união estável. O estado conjugal interfere na esfera socioeconômica,
emocional e sexual, podendo comprometer o evoluir de uma gestação saudável, principalmente para aquelas que não
apresentam parceiro fixo. Infecções genitais, práticas abortivas, eclampsia/pré-eclampsia e morbidade puerperal aumentam
com a maior variedade de parceiros.
Dados socioeconômicos:
- Grau de instrução;
- Profissão/ocupação (deve-se identificar fatores de risco);
- Estado civil/união;
- Número e idade de dependentes (deve-se avaliar a sobrecarga de trabalho doméstico);
- Renda familiar;
- Pessoas da família com renda;
- Condições de moradia (tipo, nº de cômodos);
- Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
- Distância da residência até a unidade de saúde.
HMA: questionar sobre a presença de sintomas de alerta, assim como no ISDA.
Antecedentes familiares:
- Hipertensão arterial;
- Diabetes mellitus;
- Malformações congênitas e anomalias genéticas;
- Gemelaridade;
- Câncer de mama e/ou do colo uterino;
- Hanseníase;
- Tuberculose e outros contatos domiciliares (deve-se anotar a doença e o grau de parentesco);
- Doença de Chagas;
- Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV.
Antecedentes pessoais:
• Hipertensão arterial: a hipertensão crônica nas gestantes tende a cair no início da gestação e aumentar durante o terceiro
trimestre para níveis um pouco acima do início da gravidez. Os desfechos adversos dependem em grande parte do
desenvolvimento de pré-eclâmpsia sobrejacente. • Cardiopatia: doenças cardiovasculares variam na severidade e são
responsáveis por complicar cerca de 1% das gestações e contribuir significantemente para o aumento da morbimortalidade
materna.
• Diabetes melitus: um complicação gestacional comum. As mulheres podem ser divididas naquelas que já tinham o
diagnóstico antes da gestação (prégestacional) e nas que são diagnosticadas durante a gravidez (gestacional). A diabetes pré-
gestacional é relacionada a maiores índices de anomalias fetais e risco de morte fetal, devendo os níveis de glicemia pós pandrial
serem muito bem controlados. Não ocorre aumento de anormalidades fetais na diabetes gestacional, entretanto, nesses casos
há altas chances 69 do feto ter tamanho excessivo (macrossomia), caracterizado com peso ao nascer maior que 4.000 g.
Crianças macrossômicas são associadas à parto laborioso e trauma ao nascimento (distócia do ombro normalmente).
• Infecção urinária: é a infecção mais comum durante a gravidez. Embora a bacteriúria assintomática seja o achado mais
comum, infecções sintomáticas podem ocorrer, entre elas cistite e pielonefrite. O tratamento dessas infecções é crucial, já que
mesmo a infecção assintomática, quando não tratada, evoluirá para infecção sintomática em algum momento da gravidez. As
infecções do trato urinário por si só são associadas ao aumento do risco do nascimento de crianças com baixo-peso ao nascer,
parto prematuro, gestação associada à hipertensão e anemia.
• Cirurgia em geral/cirurgia pélvica: principalmente as do aparelho reprodutor, como cesária pregressa e miomectomia,
por aumentarem as chances de rotura uterina; corretoras de distopias genitais e fístulas vésico-vaginais, por contraindicarem
parto transvaginal; outras realizadas sobre o colo uterino e as curetagens repetidas, por favorecerem a incompetência ístmo-
cervical; além de operações mamárias, que, a depender da técnica, podem dificultar a amamentação.
• Alergias: a fatores ambientais e medicamentos ou outros recursos que poderão ser utilizados durante a gestação, parto
ou puerpério (exemplos: iodo, sulfas, dipirona, penicilina, ácido acetilsalicílico, etc).
• Medicações em uso: atentar-se para droga, posologia e duração do uso.
- Anemias e deficiências de nutrientes específicos;
- Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade);
- Epilepsia; - Doenças da tireoide e outras endocrinopatias;
- Viroses (rubéola, hepatites);
- Hanseníase, tuberculose, malária, sífilis ou outras doenças infecciosas;
- Portadora de infecção pelo HIV
- Doenças neurológicas e psiquiátricas;
- Transfusões de sangue;
- Doenças neoplásicas;
- Vacinação;
- Uso de drogas, tabagismo e alcoolismo
Antecedentes ginecológicos:
- Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade; idade da menarca);
- Uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e motivo do abandono);
- Infertilidade e esterilidade (tratamento);
- Doenças sexualmente transmissíveis, inclusive doença inflamatória pélvica (tratamentos realizados, inclusive pelo
parceiro);
- Cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
- Malformações uterinas;
- Mamas (patologias e tratamento realizado);
- Última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e resultado).
Sexualidade:
- Início da atividade sexual (idade da primeira relação);
- Dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
- Prática sexual na gestação atual ou em gestações anteriores
- Número de parceiros da gestante e de seu parceiro em época recente ou pregressa;
- Uso de preservativos masculinos e/ou femininos (“uso correto” e “uso habitual”).
Antecedentes obstétricos:
- Número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola hidatiforme);
- Número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, por fórceps, cesáreas – indicações);
- Número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por DST, complicados por infecções, relato de
insuficiência istmo-cervical, história de curetagem pós-abortamento);
- Número de filhos vivos;
- Idade na primeira gestação;
- Intervalo entre as gestações (em meses);
- Isoimunização Rh;
- Número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de
gestação);
- Número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500g) e com mais de 4.000g;
- Número de recém-nascidos prematuros ou pequenos para a idade gestacional;
- Mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo dos óbitos);
- Mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e motivo dos óbitos);
- Natimortos (morte fetal intraútero e idade gestacional em que ocorreu);
- Recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, ex-sanguíneo- transfusões;
- Intercorrências ou complicações em gestações anteriores (deve-se especificá-las);
- Complicações nos puerpérios (deve-se descrevê-las);
- Histórias de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame)
Gestação atual:
- Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida);
- Peso prévio e altura;
- Sinais e sintomas na gestação em curso;
- Hábitos alimentares;
- Medicamentos utilizados na gestação;
- Internação durante a gestação atual;
-Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas;
- Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse);
- Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente;
- Identificar gestantes com fraca rede de suporte social;
- Cálculo da idade gestacional e data provável do parto.
As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade (Ficha Clínica de PréNatal) quanto no Cartão da
Gestante. Em cada consulta, o risco obstétrico e perinatal deve ser reavaliado. As ações da equipe devem contemplar as
seguintes atividades:
o Preenchimento da ficha de cadastramento da gestante no SisPreNatal ou diretamente no sistema para os serviços de
saúde informatizados;
o Preenchimento do Cartão da Gestante e da Ficha Clínica de Pré-Natal: identificação e demais dados da anamnese e
exame físico; número do Cartão Nacional de Saúde; hospital de referência para o parto;
o Verificação da situação vacinal e orientação sobre a sua atualização, se necessário;
o Solicitação dos exames de rotina;
o Realização dos testes rápidos;
o Orientação sobre as consultas subsequentes, as visitas domiciliares e as atividades educativas.
Os fatores de risco deverão ser identificados em destaque no Cartão da Gestante, uma vez que tal procedimento contribui
para alertar os profissionais de saúde que realizam o acompanhamento pré-natal.
Exame Físico
São indispensáveis os seguintes procedimentos: avaliação nutricional (peso e cálculo do IMC), medida da pressão arterial,
palpação abdominal e percepção dinâmica, medida da altura uterina, ausculta dos batimentos cardiofetais, registro dos
movimentos fetais, realização do teste de estímulo sonoro simplificado, verificação da presença de edema, exame ginecológico
e coleta de material para colpocitologia oncótica, exame clínico das mamas e toque vaginal de acordo com as necessidades de
cada mulher e com a idade gestacional.
No exame físico, os mais importantes componentes que precisam ser incluídos na primeira visita pré-natal são os seguintes:
peso, altura, pressão arterial, avaliação de mucosas, da tireoide, das mamas, dos pulmões, do coração, do abdome e das
extremidades.
No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a genitália externa, a vagina, o colo uterino e, no toque bidigital, o útero
e os anexos. Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino no abdome. A ausculta fetal será possível após a 10ª-
12ª semana, com o sonar-doppler.
Nas visitas subsequentes, torna-se obrigatório medir a altura uterina, pesar a paciente mensurar a pressão arterial, verificar
a presença de anemia de mucosas, a existência de edemas e auscultar os batimentos cardíacos fetais. Deve-se avaliar o mamilo
para lactação. A definição da apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana.
Exame físico geral:
- Inspeção da pele e das mucosas;
- Sinais vitais: aferição do pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura axilar;
- Palpação da tireoide , região cervical, supraclavicular e axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades);
- Ausculta cardiopulmonar;
- Exame do abdome;
- Exame dos membros inferiores;
- Determinação do peso;
- Determinação da altura;
- Cálculo do IMC;
- Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional;
- Medida da pressão arterial;
- Pesquisa de edema (membros, face, região sacra, tronco).
Exame físico específico (gineco-obstétrico):
- Palpação obstétrica;
- Medida e avaliação da altura uterina;
- Ausculta dos batimentos cardiofetais;
- Registro dos movimentos fetais;
- Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess);
- Exame clínico das mamas;
- Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame especular, coleta de material para exame colpocitopatológico,
toque vaginal).
Exames complementares
Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário que a equipe de saúde efetue os procedimentos técnicos de forma
correta e uniforme durante a realização dos exames complementares, assim como quando da realização dos exames clínico e
obstétrico.
Consultas Subsequentes
Nas consultas subsequentes, devem ser realizados os seguintes procedimentos:
o Anamnese atual sucinta: deve-se enfatizar a pesquisa das queixas mais comuns na gestação e dos sinais de intercorrências
clínicas e obstétricas, com o propósito de se reavaliar o risco gestacional e de se realizar ações mais efetivas;
o Exame físico direcionado (deve-se avaliar o bem-estar materno e fetal);
o Verificação do calendário de vacinação;
o Deve-se avaliar o resultado dos exames complementares;
o Devem ser feitas a revisão e a atualização do Cartão da Gestante e da Ficha de Pré-Natal.
Além disso, devemos executar as seguintes tarefas:
I. Controles maternos:
o Cálculo e anotação da idade gestacional;
o Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC): anote no gráfico e realize a avaliação nutricional
subsequente e o monitoramento do ganho de peso gestacional;
o Medida da pressão arterial (observe a aferição da PA com técnica adequada);
o Palpação obstétrica e medida da altura uterina (anote os dados no gráfico e observe o sentido da curva para avaliação do
crescimento fetal);
o Pesquisa de edema;
o Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo.
II. Controles fetais:
o Ausculta dos batimentos cardiofetais;
o Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/registro dos movimentos fetais;
o Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se houver indicação clínica.
III. Condutas:
o Interpretação dos dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico e correlação com resultados de exames
complementares;
o Avaliação dos resultados de exames complementares e tratamento de alterações encontradas ou encaminhamento, se
necessário;
o Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia), para profilaxia
da anemia;
o Oriente a gestante sobre alimentação e faça o acompanhamento do ganho de peso gestacional;
o Incentive o aleitamento materno exclusivo até os seis meses;
o Oriente a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso;
o Faça o acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados, pois a mulher deverá continuar a ser
acompanhada pela equipe da atenção básica;
o Proceda à realização de ações e práticas educativas individuais e coletivas;
o Faça o agendamento das consultas subsequentes.
1. Avaliação do estado nutricional e ganho de peso da gestante
A avaliação do estado nutricional da gestante consiste na tomada da medida do peso e da altura e o cálculo da semana
gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional.
Com base no IMC obtido na primeira consulta de pré-natal, é possível conhecer o estado nutricional atual e acompanhar
o ganho de peso até o final da gestação. Recomenda-se que a gestante seja pesada em todas as consultas. A estatura pode ser
aferida apenas na primeira consulta, desde que não seja gestante adolescente (menor de 20 anos), cuja medida deverá ser
realizada pelo menos trimestralmente.
A avaliação nutricional, na primeira consulta, subsidia a previsão de ganho de peso até o fim da gestação.
1. Calcule a idade gestacional em semanas.
Quando necessário, arredonde a semana gestacional da seguinte forma: 1, 2, 3 dias, considere o número de semanas
completas; e 4, 5, 6 dias, considere a semana seguinte.
Exemplos: Gestante com 12 semanas e 2 dias = 12 semanas; Gestante com 12 semanas e 5 dias = 13 semanas.
2. Localize, na primeira coluna da tabela 1, a seguir, a semana gestacional calculada e identifique, nas colunas seguintes,
em que faixa está situado o IMC da gestante. Também realiza-se o acompanhamento pelo gráfico de IMC.
3. Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo o IMC, por semana gestacional, da seguinte forma: baixo
peso, adequado, sobrepeso ou obesidade.
Condutas conforme o diagnóstico nutricional realizado:
Baixo peso (BP): investigue a história alimentar, a hiperêmese gravídica, as infecções, as parasitoses, as anemias e as doenças
debilitantes. Dê a orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis. Remarque
a consulta em intervalo menor do que o fixado no calendário habitual. Caso necessário, é interessante discutir o caso com os
profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf).
Adequado (A): siga o calendário habitual. Explique à gestante que seu peso está adequado para a idade gestacional. Dê-lhe
orientação nutricional, visando à manutenção do peso adequado e à promoção de hábitos alimentares saudáveis;
Sobrepeso e obesidade (S e O): investigue a obesidade pré-gestacional, casos de edema, polidrâmnio, macrossomia e
gravidez múltipla. Dê orientação nutricional à gestante, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares
saudáveis, ressaltando que, no período gestacional, não se deve perder peso, pois é desejável mantê-lo. Remarque a consulta
em intervalo menor do que o fixado no calendário habitual. Caso necessário, é interessante discutir o caso com os profissionais
do Nasf.
Sabe-se que a obesidade está associada a uma frequência mais alta de distócias, diabetes e hipertensão e a um risco maior
de cesariana. Por outro lado, na gestante com baixo peso há um risco maior de parto prematuro.
Estimativa do ganho de peso para as gestantes durante a gestação:
Em função do estado nutricional pré-gestacional ou no início do pré-natal, estime o ganho de peso total até o fim da
gestação. Para cada situação nutricional inicial (baixo peso, adequado, sobrepeso ou obesidade) há uma faixa de ganho de peso
recomendada. Para o primeiro trimestre, o ganho foi agrupado para todo o período, enquanto que, para o segundo e o terceiro
trimestre, o ganho é previsto por semana. Portanto, já na primeira consulta, deve-se estimar quantos gramas a gestante deverá
ganhar no primeiro trimestre, assim como o ganho por semana até o fim da gestação. Esta informação deve ser fornecida à
gestante.
2. Medida da PA
Conceitua-se hipertensão arterial na gestação a partir dos seguintes parâmetros:
o A observação de níveis tensionais absolutos iguais ou maiores do que 140mmHg de pressão sistólica e iguais ou maiores
do que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em medidas repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões.
Este conceito é mais simples e preciso. A PA diastólica deve ser identificada pela fase V de Korotkoff.
o O aumento de 30mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15mmHg ou mais na pressão diastólica
(mínima), em relação aos níveis tensionais pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana de gestação, representa um
conceito que foi muito utilizado no passado e ainda é utilizado por alguns. Entretanto, apresenta alto índice de falsos positivos,
sendo utilizado de melhor forma como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gestação é classificada nas seguintes categorias principais:
o Pré-eclâmpsia: caracterizada pelo aparecimento de HAS e proteinúria (> 300 mg/24h) após a 20ª semana de gestação
em mulheres previamente normotensas;
o Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas;
o Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida pela elevação aguda da PA, à qual se agregam proteinúria,
trombocitopenia ou anormalidades da função hepática, em gestantes portadoras de HAS crônica com idade gestacional
superior a 20 semanas;
o Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por hipertensão registrada antes da gestação, no período que precede à
20ª semana de gravidez ou além de doze semanas após o parto;
o Hipertensão gestacional: caracterizada por HAS detectada após a 20ª semana, sem proteinúria, podendo ser definida
como “transitória” (quando ocorre normalização após o parto) ou “crônica” (quando persistir a hipertensão).
As alterações hipertensivas da gestação estão associadas a complicações graves fetais e maternas e a um risco maior de
mortalidade materna e perinatal. Nos países em desenvolvimento, a hipertensão gestacional é a principal causa de mortalidade
materna, sendo responsável por um grande número de internações em centros de tratamento intensivo.
3. Palpação Obstétrica
Objetivos:
- Identificar o crescimento fetal;
- Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional;
- Identificar a situação e a apresentação fetal.
A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Ela deve iniciar-se pela delimitação do fundo
uterino, bem como de todo o contorno da superfície uterina. A identificação da situação e da apresentação fetal é feita por
meio da palpação obstétrica, procurando-se identificar os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente identificados a
partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda, estimar a quantidade de líquido amniótico.
A percepção materna e a constatação objetiva de movimentos fetais, além do crescimento uterino, são sinais de boa
vitalidade fetal.
Técnica para palpação abdominal (Manobras de Leopold):