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Direito Previdenciário

Aula 10: Outras prestações previdenciárias e acumulação de


benefícios

Apresentação
Nesta aula, finalizaremos nosso estudo conhecendo outros tipos de prestações previdenciárias e as hipóteses em que são
permitidas a acumulação dos benefícios. Serão estudadas as prestações de salário-maternidade, salário-família, auxílio-
acidente, abono anual, pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação profissional.

Ao final, o discente estará totalmente preparado para reconhecer qual benefício previdenciário deverá ser requerido
perante o Instituto Nacional do Seguro Social.
Objetivo
Identificar as categorias de segurados e as alíquotas de contribuição de cada categoria;

Apontar a relação direta entre o custeio da previdência social e o recebimento dos benefícios previstos na legislação.

Palavras iniciais

Iniciaremos nosso estudo conhecendo o restante dos principais benefícios previdenciários previstos na nossa legislação. Entre
as razões de sua instituição, destaca-se a busca pela garantia de uma amplitude na cobertura dos sinistros que poderiam
comprometer a vida laboral e social dos segurados.

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Benefício é devido à pessoa que se afasta de sua atividade, por motivo de nascimento de filho, aborto não criminoso, adoção
ou guarda judicial para fins de adoção. Tem previsão constitucional através do Art. 7º, inciso XVIII, que garante a licença à
gestante sem prejuízo de su salário ou emprego com duração de 120 (cento e vinte) dias e no Art. 201, inciso II do texto
constitucional.
A Lei 8.213 de 1991 regulamentou o salário-maternidade em seu Art. 71 e
seguintes: O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social,
durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito)
dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e
condições previstas na legislação no que concerne à proteção à
maternidade.

O benefício de salário maternidade também foi estendido aos segurados da Previdência Social que adotarem ou obtiverem
guarda judicial para fins de adoção de criança, tal benefício será devido também pelo período de 120 (cento e vinte dias) e será
pago diretamente pela Previdência Social, conforme disposição no Art. 71 –A.

Para que o segurado tenha direito ao salário-maternidade, devem ser atendidos os seguintes requisitos na data do parto, aborto
ou adoção:

• Carência mínima de 10 meses de contribuição para o trabalhador contribuinte individual, facultativo e segurado especial.
Recebem isenção do cumprimento de carência o segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso (que
estejam em atividade na data do afastamento, parto, adoção ou guarda com a mesma finalidade);
• Quando se tratar de pessoa desempregada é necessário comprovar a qualidade de segurada do INSS e, conforme o caso,
cumprir carência de 10 meses trabalhados;
• Caso tenha perdido a qualidade de segurado, deverá cumprir metade da carência de 10 (dez) meses antes do parto ou evento
gerador do benefício (Lei nº 13.457/2017).

Segue abaixo uma tabela disponibilizada pela previdência social com as principais informações para requerimento do benefício:

Evento Tipo de Onde


Quando pedir? Como comprovar?
gerador trabalhador pedir?

Parto Empregada (só de Na empresa A partir de 28 dias antes do ▪ Atestado médico (caso se afaste 28
empresa) parto dias antes do parto)
▪ Certidão de nascimento ou de
natimorto

Desempregada No INSS A partir do parto Certidão de nascimento

Demais seguradas No INSS A partir de 28 dias antes do ▪ Atestado médico (caso se afaste 28
parto dias antes do parto)
▪ Certidão de nascimento ou de
natimorto

Adoção Todos os adotantes No INSS A partir da adoção ou guarda Termo de guarda ou certidão nova
para fins de adoção

Aborto não- Empregada (só de Na empresa A partir da ocorrência do Atestado médico comprovando a
criminoso empresa) aborto situação

Demais trabalhadoras No INSS


Fonte: https://www.inss.gov.br/beneficios/salario-maternidade/

A Lei n. 11.770, de 09.09.2008, instituiu o Programa Empresa Cidadã,


destinado a prorrogar por 60 (sessenta) dias a duração da licença-
maternidade prevista no art. 7º, XVIII, da CF. Entretanto, a licença-
maternidade com duração de 180 dias só pode ser concedida a partir de
2010.

A prorrogação da duração da licença-maternidade não foi acompanhada de igual disposição em matéria previdenciária. Caberá
à empresa empregadora pagar os salários do período de prorrogação da licença e, tratando-se de pessoa jurídica tributada
com base no lucro real, poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total dos valores pagos à
empregada no período; porém esses valores não poderão ser deduzidos como despesa operacional.

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Salário-família

O salário-família também é um benefício com previsão constitucional no Art. 7º, inciso XII e Art. 201, inciso IV da Constituição
Federal. Na Lei 8.213 de 1991 sua regulamentação está prevista no Art. 65: O salário-família será devido, mensalmente, ao
segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou
equiparados nos termos do § 2º do Art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 150, de 2015)
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Esse benefício é pago ao empregado de baixa renda, inclusive o doméstico e trabalhador avulso, de acordo com o número de
filhos (ou equiparados pela Lei) menores de 14 (quatorze) anos que essa pessoa possua. Filhos maiores de 14 (quatorze) anos
somente possuirão direito ao recebimento quando inválidos, situação que não fixará limite de idade. Importante ressaltar que
os dois pais têm direito ao benefício nas hipóteses em que ambos cumprirem os requisitos para a concessão do benefício.

A remuneração mensal do trabalhador será calculada pelo valor total do


salário de contribuição, quando o segurado possuir mais de uma atividade
laboral.

Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de renda estipulado pelo governo federal, conforme portaria
09/2019 do Ministério da Economia vigente para o ano de 2019, vejamos:

Vigência Remuneração Salário-família

R$907,77 R$46,54
A Partir de 01/01/2019 (Portaria Ministério da Economia 09/2019)
R$907,78 a R$1.364,43 R$32,80

Fonte: //www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_familia.htm
Auxílio-acidente

Para iniciar o estudo do auxílio-acidente é interessante analisarmos o conceito definido por Lucina Moraes Farias (2010), que
afirma ser o auxílio-acidente um benefício previdenciário que protege sequela resultante de qualquer natureza que reduza a
capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia. Podemos observar que na definição da jurista não se tem a
proteção do acidente em si, e sim das consequências geradas pelo risco social.

O auxílio-acidente é o único benefício de natureza


exclusivamente indenizatória, que visa ressarcir ao segurado,
com uma prestação pecuniária, o dano causado pelo acidente
que tenha lhe provocado redução de sua capacidade
laborativa.
(IBRAHIM, 2015)

Tal benefício teve sua previsão instituída no artigo 86 da Lei número 8.213/91, alterada pela lei 9.528 de 10 de dezembro de
1997.

Segundo Farias (2010), tanto o acidente que tenha ocorrido no trabalho, quanto aquele que não possui qualquer ligação com a
atividade laborativa, terão proteção previdenciária por meio do auxílio-acidente se forem causa das sequelas redutoras da
atividade laboral do segurado.

As situações em que o benefício auxílio-acidente será concedido são regulamentadas pelo decreto 3.048/1999, vejamos as
principais características:

Art. 104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador
avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar
sequela definitiva, conforme as situações discriminadas no anexo III, que implique: (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
2003)
I - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
2003);

II - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija maior esforço para o desempenho
da mesma atividade que exerciam à época do acidente;

III - impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho
de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional
do Seguro Social.

Com a edição da Lei Complementar número 150/2015, importantes alterações foram realizadas na Lei 8.213/91. A
principal foi a inclusão dos empregados domésticos no rol dos beneficiários do artigo 11, garantindo sua inclusão
entre os beneficiários do auxílio-acidente.

Ademais, conforme os ensinamentos de Hugo Goes (2015), se o trabalhador tiver exercido diferentes atividades durante a vida,
enquadrando-se em diferentes categorias de segurado, considerar-se-á, para fim de concessão de auxílio-acidente, a atividade
exercida na data do acidente (RPS, art. 104 §8). Se estiver no período de graça, o segurado também fará jus ao auxílio-acidente
oriundo de acidente de qualquer natureza, desde que atendidas as condições do benefício.

Abono anual

O art. 201, § 6º, da Constituição Federal, garante o pagamento de gratificação natalina aos aposentados e pensionistas com
base nos proventos do mês de dezembro de cada ano, tal pagamento é muito semelhante ao décimo terceiro salário recebido
pelos empregados dos setores público e privado. O preceito constitucional foi regulado pelo art. 40 da Lei 8.213/91.

O abono anual é benefício previdenciário, e, por isso, não é pago aos beneficiários de benefício assistencial, como por exemplo,
aos beneficiários do benefício de prestação continuada. Não há exigência de cumprimento de carência para o recebimento do
abono anual, mas é necessário que tenha ocorrido, durante o ano, o pagamento de qualquer dos benefícios relacionados no
Art. 40 da Lei 8.213/91.

Pensão por morte

A pensão por morte, com previsão no Art. 74 e seguintes da Lei 8.213/91, é um benefício destinado aos dependentes (cônjuge,
companheiro, filhos e enteados menores de 21 anos ou inválidos, desde que não tenham se emancipado; pais; irmãos não
emancipados, menores de 21 anos ou inválidos) de beneficiário que era aposentado ou trabalhador ativo.

Atenção
Importante ressaltar que há previsão legal para a perda do benefício quando o dependente tenha dolosamente concorrido pela
morte do segurado, bem como nas hipóteses de pratica de qualquer ato fraudulento ou simulação afim do recebimento do
benefício previdenciário.

Ademais, para o cônjuge ou companheiro foram realizadas alterações pela lei 13.135 de 2015, que criaram regras de carência e
prazo para o término do benefício quando a viúva possui menos de 44 (quarenta e quatro) anos, vejamos:

Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais.

§ 2º O direito à percepção de cada cota individual cessará:

V - para cônjuge ou companheiro:

a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os períodos
mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” e “c”;

b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado;

c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o
óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou
da união estável:

1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;


2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade;
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.

Auxílio-Reclusão

Esse é o benefício mais contestado pelos membros da sociedade, haja vista que é destinado aos dependentes dos presidiários
de baixa renda que cumprem pena em regime fechado durante o período da reclusão. Sua previsão legal está contida no artigo
80 da lei 8.213/91, vejamos:

Art. 80. O auxílio-reclusão será devido nas condições da pensão por morte, respeitado o tempo mínimo de carência
estabelecido no inciso IV do caput do art. 25, aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime
fechado, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, pensão por morte, salário-
maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

A partir da Medida Provisória nº 871 de 2019, para que o benefício seja liberado ao dependente, será preciso que o preso tenha
cumprido a carência de 24 (vinte e quatro) meses de contribuição consecutiva, ou seja, que tenha contribuído de forma
ininterrupta por 2 (dois) anos. Além disso, caso a pessoa tenha perdido a qualidade de segurada do INSS, terá que contar
novamente com o mesmo período integral de contribuições para ter a possibilidade de instituir o benefício para os seus
dependentes.

Atenção
Para fins do recebimento do benefício, o salário do beneficiário que foi preso não pode ter ultrapassado a média dos últimos 12
meses da prisão, o valor de R$1.319,18 (referente ao ano de 2019), valor que é atualizado anualmente pelo governo. Caso o
segurado esteja desempregado no momento da prisão, mas no período de cobertura de qualidade de segurado, será
considerado o salário mínimo para fins de concessão do benefício.

Assim como foi estudado na pensão por morte, a duração do benefício é variável conforme a idade e o tipo de beneficiário.
Para o cônjuge, o companheiro, o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão alimentícia:

A duração será de 4 meses contados a partir da data da prisão:/p>

• Se a reclusão ocorrer sem que o segurado tenha realizado 18 contribuições mensais à Previdência; ou
• Se o casamento ou união estável se iniciar em menos de dois anos antes da prisão do segurado.

Se a prisão ocorreu depois de 18 contribuições mensais pelo segurado e pelo menos dois anos após o início do casamento ou
da união estável, a duração do benefício será variável, conforme a tabela abaixo:

Idade do dependente na data da prisão Duração máxima do benefício ou cota

Menos de 21 anos 3 anos

Entre 21 e 26 anos 6 anos

Entre 27 e 29 anos 10 anos

Entre 30 e 40 anos 15 anos

Entre 41 e 43 anos 20 anos

A partir de 44 anos Vitalício

Disponível em https://www.inss.gov.br/beneficios/auxilio-reclusao/ acesso em 29 de abril de 2019.

Da Habilitação, Reabilitação Profissional e do Serviço Social

Conforme já estudado em nosso conteúdo referente à aula 8, são desenvolvidos pela seguridade social alguns serviços de
assistência reeducativa e de readaptação profissional, em casos de incapacidade parcial ou total para o trabalho. Entre as
principais atividades realizadas destacamos a habilitação, reabilitação profissional e o serviço social. Conforme Art. 89 da Lei
8.213/91:
Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial
ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de
(re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

O objetivo principal desses serviços é a habilitação e a reinserção do segurado no mercado de trabalho, evitando a
sua marginalização e proporcionando-lhe meios para garantir sua própria subsistência.

No art. 88 da lei 8.213/91, veremos as regras e ordenamentos referentes ao Serviço Social, dos quais, compete à
seguridade esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los, estabelecendo
também, em conjunto, o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência
Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade.

Da Acumulação de benefícios

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Conforme já estudado desde o início do nosso curso de Direito Previdenciário, um dos principais objetivos da criação da
seguridade social foi o de assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção de sua subsistência, seja por
motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte de
quem dependiam economicamente.

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 Benefícios que não se acumulam

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Alguns benefícios permitem a possibilidade de acumulação, por exemplo, pensão por morte e aposentadoria por
tempo de serviço ou por idade, desde que preenchidos os requisitos legais. Todavia, a grande maioria dos benefícios
não foi criada para ser acumulável. A seguir listamos os benefícios que não se acumulam:

(i) Aposentadoria com auxílio-doença;


(ii) Aposentadoria com auxílio-acidente, exceto nos casos em que a data de início de ambos seja anterior a
10 de novembro de 1997;
(iii) Aposentadoria com auxílio-suplementar;
(iv) Auxílio-doença com outro auxílio-doença, mesmo se um deles for por motivo acidentário;
(v) Auxílio-doença com auxílio-acidente, quando ambos se referirem à mesma doença ou acidente que
lhes deram origem;
(vi) Auxílio-doença com auxílio-suplementar, observado que, caso o requerimento de auxílio-doença for
referente a outro acidente ou doença, ambos serão mantidos;
(vii) Auxílio-acidente com outro auxílio-acidente;
(viii) Salário-maternidade com auxílio-doença;
(ix) Salário-maternidade com aposentadoria por invalidez;
(x) Renda mensal vitalícia com qualquer outra espécie de benefício do INSS;
(xi) Pensão por morte com outra pensão por morte (o requerente pode optar pelo benefício que tiver o
valor mais vantajoso, desde que o óbito tenha ocorrido a partir de 29 de abril de 1995);
(xii) Pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro(a) com auxílio-reclusão de outro cônjuge ou
companheiro(a), para evento ocorrido a partir de 29 de abril de 1995 (o requerente pode optar pelo
benefício que tiver o valor mais vantajoso);
(xiii) Auxílio-reclusão com outro auxílio-reclusão, quando ambos os instituidores que foram presos
estiverem na condição de cônjuge ou companheiro(a) para evento ocorrido a partir de 29 de abril de 1995
(o requerente pode optar pelo benefício que tiver o valor mais vantajoso);
(xiv) Auxílio-reclusão, pago aos dependentes, com auxílio-doença, aposentadoria, abono de permanência
em serviço ou salário-maternidade do mesmo instituidor que se encontra preso;
(xv) Seguro-desemprego com qualquer outro benefício de prestação continuada do INSS, exceto pensão
por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-suplementar e abono de permanência em serviço;
(xvi) Benefícios assistenciais (benefício de prestação continuada constante na Lei Orgânica da Assistência
Social) com benefícios do INSS ou de qualquer outro regime previdenciário.

As hipóteses não listadas acima são passíveis de acumulação desde que atendidos os requisitos legais
de cumprimento de carência e qualidade de segurado perante a previdência social.
Atividades
1. (2018 - TRF-3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)Pode-se dizer que o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário
será violado, eis que descreve hipótese não abarcada pelo ordenamento jurídico, pela:

a) Concessão de pensão por morte ao filho não emancipado e menor de 21 (vinte e um) anos, do trabalhador que falece 2 (dois) dias
depois de ter iniciado contrato de trabalho válido, mas ainda não registrado em CTPS.
b) Concessão de auxílio-reclusão, devido à prisão do segurado de baixa renda, aos seus dependentes, mesmo que tenham quem lhes
proveja o sustento ou possam trabalhar como forma de obtê-lo.
c) Concessão de aposentadoria por idade ao produtor rural que todo mês, além de extrair o próprio sustento da atividade agropecuária
exercida, comercializa significativo excedente da produção, mas deixa de recolher sobre esse valor as contribuições devidas ao RGPS.
d) Concessão subsequente de salário-maternidade, sendo o primeiro à trabalhadora e mãe biológica do recém-nascido e que 1 (um) ano
depois seja judicialmente destituída do pátrio poder; e o segundo à trabalhadora que vier a adotar esta criança, após a conclusão do
procedimento de adoção.

2. (CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário) A respeito do regime geral da previdência social e do custeio da seguridade social,
julgue o item que se segue, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores.

A renda mensal inicial do salário-maternidade para a segurada empregada corresponde à sua remuneração integral e será paga
pela empresa, observada a compensação com o INSS.

( )Certo
( )Errado

3. (CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo) Mateus, de dezoito anos de idade, empregado de uma
empresa privada, e Gustavo, de vinte e três anos de idade, estudante e sem vínculo com a previdência social, vivem em união
homoafetiva há três anos, e resolveram adotar uma criança recém-nascida. Considerando que o judiciário tenha deferido a
guarda para fins de adoção, o salário-maternidade será:

a) Indevido tanto para Mateus quanto para Gustavo.


b) Devido apenas para Mateus.
c) Devido apenas para Gustavo.
d) Devido tanto para Mateus quanto para Gustavo.
e) Devido somente para o companheiro que comprovar mudança de sexo com autorização judicial e averbação no cartório de registro
civil de nascimento.

Notas
Referências

BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:


//www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 27 ago. 2019.
BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e
dá outras providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em: 1º jul. 2019.

FARIAS, L. M. Auxílio-Acidente. Dissertação de mestrado para obtenção do título de mestre em relações sociais. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. 2010.

GOES, H. Manual de Direito Previdenciário - teoria e questões. 10. ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2015.

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Sobre a possibilidade do recebimento do benefício salário-maternidade por meio de adoção realizada por casais homoafetivos

//www.cnj.jus.br/noticias/cnj/80257-casais-homoafetivos-conseguem-licenca-maternidade-na-adocao-de-criancas

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