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DIREITO PREVIDENCIÁRIO –

REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Prof.ª Thamiris Felizardo

Salário Maternidade
Salário Maternidade – 01ª Parte

Aula em texto
- 56 -
CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO –
REFORMA DA PREVIDÊNCIA COM
THAMIRIS FELIZARDO

Olá pessoal!

Sou a Professora Thamiris Felizardo, e nessa aula nós iremos tratar do benefício
previdenciário Salário-Maternidade.

E o que consiste esse benefício de salário-maternidade? É o benefício pago àquela


gestante em virtude do nascimento do filho, ou em caso de aborto ou em caso de
adoção. Esse é o fato gerador. São esses os fatos geradores do salário-maternidade.

Conceito: É o benefício devido à segurada, durante 120 dias, com início 28 dias antes
e término 96 dias depois do parto. Mesmo em caso de parto antecipado, esse
benefício será devido por 120 dias.

Regra geral, o benefício do salário-maternidade, ele será concedido por 120 dias,
mas nós temos exceções. Nós temos hipóteses em que o salário-maternidade será de
180 dias.

Exemplo: Empresas cidadãs, empresas que possuem convênio com a Administração


Pública, elas concedem às suas empregadas o salário-maternidade pelo período de
180 dias.

Serviço Público Federal: Também o salário-maternidade ocorrerá por 180 dias, mas
a regra geral é que a duração seja de 120 dias.

Outra exceção em que salário-maternidade será de 180 dias: De acordo com o § 3º,
do art. 18, da Lei 13.301/2016, a licença-maternidade previsto no art. 392 da CLT
será de 180 dias, no caso das mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas
decorrentes de doenças transmitidas pelo aedes aegypti, assegurado, nesse período,
o recebimento de salário-maternidade previsto no art. 71 da Lei 8.213, sendo devido
à segurada especial, contribuinte individual, facultativa e trabalhadora avulsa.

Aquelas situações do zikavírus, em que algumas crianças, elas nasceram com


microcefalia. Nessas situações, o salário-maternidade também será de 180 dias.

Aumento do período: Em casos excepcionais, os períodos de repouso anteriores e


posteriores ao parto podem ser acrescidos de 2 semanas mediante atestado médico
específico.

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Então, o salário-maternidade, em si, tem duração de 120 dias, mas, em situações


específicas, ele pode ser antecipado em 2 semanas e prorrogado em mais 2 semanas.

Carência: Qual é a carência do salário-maternidade? Somente é exigida a carência


para a concessão do salário-maternidade para as seguradas contribuinte individual,
especial e facultativa, equivalente a 10 contribuições mensais.

Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em números de


contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado.

O que acontece? Para o contribuinte individual e facultativo e segurado especial, o


salário-maternidade para ser concedido, a segurada deverá cumprir uma carência
mínima de 10 contribuições mensais, mas essa regra não se aplica à empregada,
à doméstica e à avulsa.

Para a empregada, para domésticas e para a avulsa, não existe carência mínima para
o recebimento do salário-maternidade, ou seja, se uma empresa contrata uma
empregada grávida de 8 meses, e no dia seguinte ela vem ter o bebê, o bebê nasce,
nesse caso ela não precisará cumprir a carência para o salário-maternidade. Ela vai
ter direito normalmente, ainda que tenha trabalhado apenas um único dia.

Aborto não criminoso: Nesse caso, o salário-maternidade será de 2 semanas.

Natimorto: No caso do bebê que nasceu morto, 120 dias.

- Responsabilidade pelo pagamento. Quem é responsável por pagar o salário-


maternidade?

Seguradas empregadas: Pago diretamente pela empresa, devendo esta efetuar o


reembolso por meio de dedução do valor da guia de pagamento de contribuições
previdenciárias - GPS.

Então, no caso da empregada, quem paga o salário-maternidade é a empresa. As


demais seguradas das outras categorias, inclusive as empregadas domésticas,
recebem o benefício diretamente pelo INSS.

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Uma outra situação importante: No caso da empregada adotante, ainda que no caso
de empregadas, quem tem a obrigação de pagar o salário-maternidade seja a
empresa, se ela for adotante quem paga é o INSS.

Então, empregada ou avulsa contratada pelo MEI: Responsabilidade pela quitação


do benefício à Previdência Social.

Adotante: O salário-maternidade da adotante é pago diretamente pela Previdência


Social, mesmo para as seguradas empregadas, salvo se a empresa possuir convênio
com o INSS, permitindo efetuar o pagamento diretamente a sua empregada. Vai ser
regra geral. No caso de adotante, quem paga o salário-maternidade é o INSS.

- Renda mensal. O valor a ser pago a título de salário-maternidade, ele não vai incidir
sobre o salário de benefício. É um dos poucos benefícios previdenciários cuja base
de cálculo não é o salário de benefício. Por qual motivo?

No caso da empregada, o valor a ser pago a título de salário-maternidade é a sua


última remuneração. Exemplo: Se a empregada receber 20 mil reais por mês da
empresa, a empresa vai pagar a ela um salário-maternidade de 20 mil reais por mês.

Mas o salário-maternidade não está sujeito ao teto do Regime Geral de Previdência


Social? Não. Não está sujeito ao teto do Regime Geral de Previdência Social.
Todavia, o salário-maternidade está sujeito ao teto do STF, que em 2021, é de R$
39.261,96. Então, o teto atual é esse, sempre vai ter variação.

Então, se uma empregada recebe 50 mil reais por mês de salário, ela não vai receber
50 mil reais de salário-maternidade. Ela vai receber o teto do STF.

Então, empregada. O valor de sua remuneração, vai receber salário-maternidade, o


valor da sua remuneração integral, podendo ultrapassar o teto do salário de
contribuição, limitado apenas ao valor do subsídio mensal dos ministros do Supremo
Tribunal Federal – STF.

Nesse momento, eu peço para vocês recordarem a aula de contribuições. Lá eu


trouxe uma jurisprudência super-recente em que o STF decidiu que não vai incidir
contribuição previdenciária no que diz respeito à cota patronal sobre o salário-
maternidade.

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Ou seja, o salário-maternidade, de acordo com a legislação, ele é o único benefício


previdenciário que é um salário de contribuição, ou seja, sobre o valor do salário-
maternidade incide a contribuição previdenciária, tanto da segurada quanto da
empresa.

Então, por exemplo, uma empregada que recebe 20 mil reais por mês. De acordo
com a lei, a empresa deve recolher a cota patronal de 20% sobre esse valor de 20 mil
reais e repassar à Previdência Social.

Além disso, essa mesma empresa deve reter a cota da empregada, da contribuição
para o embolso da empregada, e repassar para a Previdência Social. Todavia, em
jurisprudência recentíssima, o STF entendeu que não irá incidir a cota patronal sobre
o valor do salário-maternidade, por não se tratar de uma remuneração, e sim de um
benefício previdenciário.

Então, vejam lá a aula sobre contribuições, porque essa jurisprudência é recente e


superimportante.

Se a remuneração da empregada for variável, a empresa deve calcular o valor do


salário-maternidade com base na média dos 6 meses anteriores à concessão do
benefício.

Trabalhadora avulsa: Sua última remuneração integral equivalente a um mês de


trabalho não sujeita ao limite máximo do salário de contribuição, exceto ao imposto
aos ministros do STF. Então, mesma forma de pagamento da empregada, vai ser da
avulsa.

Empregada doméstica: Valor correspondente ao seu último salário de contribuição,


sujeito ao limite do maior salário de contribuição. Ou seja, se a base para o
recebimento de salário-maternidade da doméstica é o salário de contribuição,
significa que vai ser, o salário-maternidade da doméstica vai ser de, no mínimo, 1
salário-mínimo e, no máximo, o teto do Regime Geral de Previdência Social. Então,
o salário-maternidade da doméstica se limita ao teto do RGPS.

Segurado especial: 1 salário-mínimo, salvo se recolher suas contribuições,


facultativamente, da mesma forma que o contribuinte individual. O salário-
maternidade de segurado especial vai ser de 1 salário-mínimo porque o segurado

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especial não possui a obrigatoriedade de recolhimentos mensais. Vão recolher tão


somente se houver comercialização.

Como não existe essa obrigatoriedade em recolhimentos mensais,


consequentemente, os benefícios previdenciários pagos ao segurado especial serão
de 1 salário-mínimo.

Contribuinte individual e facultativa e as seguradas que recebem salário-


maternidade durante o período de graça: Valor de 1/12 da soma dos 12 últimos
salários de contribuição, apurados em período não superior a 15 meses, limitado ao
teto do salário de contribuição.

O que significa isso? O contribuinte individual facultativo nem sempre vai recolher
piamente todos os meses. Isso nem sempre vai acontecer. Pode ter mês que o
facultativo não recolheu, o contribuinte individual não recolheu.

Por esse motivo, o legislador vem dizendo o seguinte, que no caso do salário-
maternidade para contribuinte individual facultativo, como vai ser o cálculo? 1/12
avos da soma dos 12 últimos salários de contribuições em um período de 15 meses.

Ou seja, não vai verificar a média aritmética só dos 12 últimos salários anteriores,
os 12 últimos meses anteriores. Pode ser que nesse período, não tenha tido todos os
meses salários de contribuição, então, o legislador ampliou o período de apuração.
É 1/12 dos 12 últimos salários dentro de 15 meses.

Caso a segurada possua menos de 12 contribuições nos 15 meses anteriores ao parto,


seu benefício corresponderá a 1/12 do montante correspondente à soma dos meses
de contribuição.

Assim, caso a contribuinte individual tenha efetuado apenas 6 contribuições sobre a


base de 5 mil reais no período de 15 meses anteriores ao requerimento do salário-
maternidade, o valor do seu benefício será de R$ 2.500,00 (6 x 5000/12).

Empregada que tiver mais de um emprego, ela tem direito ao salário-maternidade


relativo cada um deles. Então, uma empregada que tem vários empregos, ela vai ter
direito a 1 salário-maternidade para cada emprego.

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A adoção é muito importante. A mais de 10 anos atrás, quando eu comecei a dar aula
de direito previdenciário, sim, sou velha, rugas. Então, a muitos anos atrás, quando
eu dava aula de Direito Previdenciário, eu falava que o homem não tinha direito a
salário-maternidade, só tinha direito a salário-maternidade a mulher, e era realmente
assim. De fato, era dessa forma.

Até que a sociedade foi evoluindo, a jurisprudência foi evoluindo e, atualmente, a


própria legislação evoluiu. E o que ocorre atualmente? No caso de adoção, é
permitido que homem ou mulher receba o salário-maternidade.

Em um casal que existe um homem e uma mulher, é a mulher que vai receber o
salário-maternidade. Mas se é um casal homoafetivo, obviamente, 1 dos homens vai
receber o salário-maternidade. Quando um homem adota sozinha, vai receber o
salário-maternidade. Óbvio que é necessário que esse indivíduo, ele seja segurado
do Regime Geral de Previdência Social e, se for necessário, tenha cumprido a
carência, mas é possível, sim, que um homem receba salário-maternidade.

Esse é um dos exemplos que o homem pode receber salário-maternidade. Mais à


frente nós veremos outra situação.

Então, adoção: O segurado ou segurada, homem ou mulher, da Previdência Social


que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, é devido o
salário-maternidade pelo período de 120 dias.

Então, no caso de adoção de criança é devido salário-maternidade de 120 dias. O


legislador aqui foi bacana, porque até um tempo atrás, no caso de adoção, o período
de salário-maternidade, ele ia variar a depender da idade da criança. Acabou-se a
situação.

Atualmente ocorreu uma adoção de criança, o benefício vai ser de 120 dias e ponto
final, lembrando que o adotante ou a adotante irá receber o salário-maternidade,
ainda que a mãe biológica tenha recebido o salário-maternidade.

Observação: De acordo com o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente,


criança é a pessoa menor de 12 anos de idade, e adolescente é a pessoa de 12 anos
até completar 18 anos de idade. A lei, então, só garantiu salário-maternidade para o
segurado que adotar pessoa com menos de 12 anos.

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Ressalvado o pagamento de salário-maternidade à mãe biológica e ao benefício pago


em caso de falecimento do cônjuge ou companheiro, não poderá ser concedido o
benefício a mais de um segurado, decorrente do mesmo processo de adoção ou
guarda, ainda que os cônjuges ou companheiros estejam submetidos a regime
próprio de previdência social.

Assim, em um casal adotante, apenas um recebe o salário-maternidade, em regra.

Art. 71-B. Essa é uma situação que a gente fala de salário-maternidade por
derivação. É uma situação que o cônjuge pode receber o salário-maternidade em
caso de falecimento da mãe.

Então, a mãe, pronto, morreu. Ou morreu no parto, ou morreu alguns dias,


posteriormente ao nascimento da criança, e estava recebendo salário-maternidade.
Então, essa é uma situação que nós veremos que o homem pode receber o salário-
maternidade.

Então, no caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento


de salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo
restante, a que teria direito, ao cônjuge companheiro sobrevivente que tenha a
qualidade de segurado, exceto no caso de falecimento do filho ou de seu abandono,
observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade.

O que acontece: Era uma vez um casalzinho. De repente, a esposa, pronto, morreu
no parto. Ela teria direito ao salário-maternidade. Imagine que ela era uma
empregada e tinha direito a salário-maternidade. O pai, ele vai ter direito ao
recebimento desse salário-maternidade, já que essa mulher morreu no parto? Sim,
desde que ele seja segurado da Previdência Social.

Então, caso essa mulher tenha direito a receber o salário maternidade, faleceu, e o
marido era segurado da Previdência Social, ou seja, ele tem que estar trabalhando,
estar recolhendo. Se ele for segurado, ele vai ter direito ao recebimento do benefício
previdenciário, ou completo ou pelo tempo restante caso a mulher já tenha recebido
alguma parcela.

Aqui, estou dando exemplo, mulher, mas pode ser um casal homoafetivo e a regra
vai ser a mesma.

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Outra observação importante: Nesse caso, qual vai ser o valor do benefício pago a
esse cônjuge sobrevivente: O da mulher que morreu, nesse meu exemplo, ou o do
marido sobrevivente? O valor pago será o do marido sobrevivente.

Então, vou ler mais uma vez o dispositivo: No caso de falecimento da segurada ou
segurado que fizer jus ao recebimento de salário-maternidade, o benefício será pago,
por todo o período ou pelo tempo restante, a que teria direito, ao cônjuge
companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso de
falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao
salário-maternidade.

Então, é importante que o cônjuge sobrevivente seja segurado, esteja recolhendo as


contribuições previdenciárias ou, no mínimo, esteja dentro do período de graça.

Exemplo: Ana, segurada empregada há apenas 4 meses, morreu no parto, deixando


o seu filho Pedro aos cuidados do marido, Rodrigo, segurado contribuinte individual
há apenas 2 meses. Nesta situação, Rodrigo terá direito ao salário-maternidade? E
aí, vai ter direito? Sim ou não?

Primeiro, Ana teria direito ao salário-maternidade? Sim. Ela trabalhou só 4 meses,


mas ela era empregada. E empregada não tem carência para o recebimento do
salário-maternidade.

Então, nesse caso, então, deixando Pedro aos cuidados do seu marido, Rodrigo,
segurado contribuinte individual há apenas 2 meses, tudo bem. Pedro era
contribuinte individual, era segurado. Independente do tempo que ele contribuiu, ele
vai ter direito, sim, ao recebimento desse salário-maternidade. Nesta situação,
Rodrigo terá direito ao salário-maternidade? Sim. Pedro é o filho. Rodrigo terá
direito ao salário-maternidade? Sim.

Resposta: Para elucidar a questão, é necessário, primeiramente, analisar se Ana faria


jus ao salário-maternidade, se viva estivesse. Para as empregadas, o salário-
maternidade dispensa a carência, então, Ana teria direito ao salário-maternidade.
Desta forma, Rodrigo, que mantém a qualidade de segurado, terá direito ao salário-
maternidade.

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Não interessa o tempo de contribuição de Rodrigo, o que interessa é se Ana teria


direito ao salário-maternidade ou não. Ela tendo direito ao salário-maternidade, o
cônjuge, nesse caso, Rodrigo, sendo segurado, ele vai receber o benefício.

Observem que, se fosse exigida de Rodrigo a comprovação da carência, ele não teria
direito ao benefício, uma vez que o contribuinte individual necessita comprovar 10
meses de contribuição para gozar de salário-maternidade, mas não é o esse caso.
Basta que o cônjuge sobrevivente seja segurado, ainda que ele tenha recolhido uma
única contribuição ou que ele esteja no período de graça.

Em relação ao valor do salário-maternidade, em caso de falecimento do segurado,


podemos perceber que o benefício deve ser calculado com base nos salários de
contribuição do segurado sobrevivente, que será contemplado com o benefício.

Exemplo: Ana faleceu no parto e ia receber 1 salário-mínimo. José, seu marido,


possui 1 salário de contribuição de 5 mil reais. Qual vai ser o valor do salário-
maternidade a ser recebido por José? 1 salário mínimo, que seria o que Ana iria
receber, ou o dele, de salário de contribuição, 5 mil reais? O dele, de José, o cônjuge
sobrevivente.

Exemplo: Ana Carla, empregada que recebia 2 mil reais, faleceu 30 dias após estar
gozando salário-maternidade pelo nascimento do seu filho, Nino. Seu companheiro,
José Martins, empregado que recebia 10 mil reais, requereu o benefício de salário-
maternidade logo após o falecimento de Ana Carla. Qual será o valor do benefício
concedido para José Martins?

Resposta: O benefício será pago o valor de 10 mil reais durante os 90 dias restantes,
pois para o cálculo do valor do benefício, deve-se considerar a situação de quem vai
recebê-lo, e não do segurado falecido. Da mesma forma, se Ana Carla recebesse 10
mil reais e José Martins apenas 2 mil, o benefício seria pago no valor de 2 mil reais.

Então, o que interessa é a renda, é o salário de contribuição do cônjuge sobrevivente


nesse caso de falecimento.

A percepção do salário-maternidade, inclusive o concedido no caso de falecimento,


está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade
desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.

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Então, ou seja, se o indivíduo é empregado de uma empresa, e está recebendo salário-


maternidade, ele não pode continuar trabalhando na empresa e recebendo salário-
maternidade.

A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao pagamento do salário-


maternidade.

- Alterações promovidas pelo Decreto 10.410/20.

Até agora, então, pessoal, nós falamos aí de vários conceitos, várias características
do salário-maternidade, até então, sem qualquer alteração. É a partir de agora, a partir
desse momento da aula, que nós iremos traçar as alterações promovidas pelo Decreto
10.410/20 ao instituto, ao benefício do salário-maternidade e as principais
jurisprudências, no que diz respeito aos benefícios.

Então, vamos finalizar esse bloco, e no próximo a gente volta.

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