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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Prof.ª Thamiris Felizardo
Salário Maternidade
Salário Maternidade – 01ª Parte
Aula em texto
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CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO –
REFORMA DA PREVIDÊNCIA COM
THAMIRIS FELIZARDO
Olá pessoal!
Sou a Professora Thamiris Felizardo, e nessa aula nós iremos tratar do benefício
previdenciário Salário-Maternidade.
Conceito: É o benefício devido à segurada, durante 120 dias, com início 28 dias antes
e término 96 dias depois do parto. Mesmo em caso de parto antecipado, esse
benefício será devido por 120 dias.
Regra geral, o benefício do salário-maternidade, ele será concedido por 120 dias,
mas nós temos exceções. Nós temos hipóteses em que o salário-maternidade será de
180 dias.
Serviço Público Federal: Também o salário-maternidade ocorrerá por 180 dias, mas
a regra geral é que a duração seja de 120 dias.
Outra exceção em que salário-maternidade será de 180 dias: De acordo com o § 3º,
do art. 18, da Lei 13.301/2016, a licença-maternidade previsto no art. 392 da CLT
será de 180 dias, no caso das mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas
decorrentes de doenças transmitidas pelo aedes aegypti, assegurado, nesse período,
o recebimento de salário-maternidade previsto no art. 71 da Lei 8.213, sendo devido
à segurada especial, contribuinte individual, facultativa e trabalhadora avulsa.
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Para a empregada, para domésticas e para a avulsa, não existe carência mínima para
o recebimento do salário-maternidade, ou seja, se uma empresa contrata uma
empregada grávida de 8 meses, e no dia seguinte ela vem ter o bebê, o bebê nasce,
nesse caso ela não precisará cumprir a carência para o salário-maternidade. Ela vai
ter direito normalmente, ainda que tenha trabalhado apenas um único dia.
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Uma outra situação importante: No caso da empregada adotante, ainda que no caso
de empregadas, quem tem a obrigação de pagar o salário-maternidade seja a
empresa, se ela for adotante quem paga é o INSS.
- Renda mensal. O valor a ser pago a título de salário-maternidade, ele não vai incidir
sobre o salário de benefício. É um dos poucos benefícios previdenciários cuja base
de cálculo não é o salário de benefício. Por qual motivo?
Então, se uma empregada recebe 50 mil reais por mês de salário, ela não vai receber
50 mil reais de salário-maternidade. Ela vai receber o teto do STF.
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Então, por exemplo, uma empregada que recebe 20 mil reais por mês. De acordo
com a lei, a empresa deve recolher a cota patronal de 20% sobre esse valor de 20 mil
reais e repassar à Previdência Social.
Além disso, essa mesma empresa deve reter a cota da empregada, da contribuição
para o embolso da empregada, e repassar para a Previdência Social. Todavia, em
jurisprudência recentíssima, o STF entendeu que não irá incidir a cota patronal sobre
o valor do salário-maternidade, por não se tratar de uma remuneração, e sim de um
benefício previdenciário.
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O que significa isso? O contribuinte individual facultativo nem sempre vai recolher
piamente todos os meses. Isso nem sempre vai acontecer. Pode ter mês que o
facultativo não recolheu, o contribuinte individual não recolheu.
Por esse motivo, o legislador vem dizendo o seguinte, que no caso do salário-
maternidade para contribuinte individual facultativo, como vai ser o cálculo? 1/12
avos da soma dos 12 últimos salários de contribuições em um período de 15 meses.
Ou seja, não vai verificar a média aritmética só dos 12 últimos salários anteriores,
os 12 últimos meses anteriores. Pode ser que nesse período, não tenha tido todos os
meses salários de contribuição, então, o legislador ampliou o período de apuração.
É 1/12 dos 12 últimos salários dentro de 15 meses.
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A adoção é muito importante. A mais de 10 anos atrás, quando eu comecei a dar aula
de direito previdenciário, sim, sou velha, rugas. Então, a muitos anos atrás, quando
eu dava aula de Direito Previdenciário, eu falava que o homem não tinha direito a
salário-maternidade, só tinha direito a salário-maternidade a mulher, e era realmente
assim. De fato, era dessa forma.
Em um casal que existe um homem e uma mulher, é a mulher que vai receber o
salário-maternidade. Mas se é um casal homoafetivo, obviamente, 1 dos homens vai
receber o salário-maternidade. Quando um homem adota sozinha, vai receber o
salário-maternidade. Óbvio que é necessário que esse indivíduo, ele seja segurado
do Regime Geral de Previdência Social e, se for necessário, tenha cumprido a
carência, mas é possível, sim, que um homem receba salário-maternidade.
Atualmente ocorreu uma adoção de criança, o benefício vai ser de 120 dias e ponto
final, lembrando que o adotante ou a adotante irá receber o salário-maternidade,
ainda que a mãe biológica tenha recebido o salário-maternidade.
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Art. 71-B. Essa é uma situação que a gente fala de salário-maternidade por
derivação. É uma situação que o cônjuge pode receber o salário-maternidade em
caso de falecimento da mãe.
O que acontece: Era uma vez um casalzinho. De repente, a esposa, pronto, morreu
no parto. Ela teria direito ao salário-maternidade. Imagine que ela era uma
empregada e tinha direito a salário-maternidade. O pai, ele vai ter direito ao
recebimento desse salário-maternidade, já que essa mulher morreu no parto? Sim,
desde que ele seja segurado da Previdência Social.
Então, caso essa mulher tenha direito a receber o salário maternidade, faleceu, e o
marido era segurado da Previdência Social, ou seja, ele tem que estar trabalhando,
estar recolhendo. Se ele for segurado, ele vai ter direito ao recebimento do benefício
previdenciário, ou completo ou pelo tempo restante caso a mulher já tenha recebido
alguma parcela.
Aqui, estou dando exemplo, mulher, mas pode ser um casal homoafetivo e a regra
vai ser a mesma.
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Outra observação importante: Nesse caso, qual vai ser o valor do benefício pago a
esse cônjuge sobrevivente: O da mulher que morreu, nesse meu exemplo, ou o do
marido sobrevivente? O valor pago será o do marido sobrevivente.
Então, vou ler mais uma vez o dispositivo: No caso de falecimento da segurada ou
segurado que fizer jus ao recebimento de salário-maternidade, o benefício será pago,
por todo o período ou pelo tempo restante, a que teria direito, ao cônjuge
companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso de
falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao
salário-maternidade.
Então, nesse caso, então, deixando Pedro aos cuidados do seu marido, Rodrigo,
segurado contribuinte individual há apenas 2 meses, tudo bem. Pedro era
contribuinte individual, era segurado. Independente do tempo que ele contribuiu, ele
vai ter direito, sim, ao recebimento desse salário-maternidade. Nesta situação,
Rodrigo terá direito ao salário-maternidade? Sim. Pedro é o filho. Rodrigo terá
direito ao salário-maternidade? Sim.
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Observem que, se fosse exigida de Rodrigo a comprovação da carência, ele não teria
direito ao benefício, uma vez que o contribuinte individual necessita comprovar 10
meses de contribuição para gozar de salário-maternidade, mas não é o esse caso.
Basta que o cônjuge sobrevivente seja segurado, ainda que ele tenha recolhido uma
única contribuição ou que ele esteja no período de graça.
Exemplo: Ana Carla, empregada que recebia 2 mil reais, faleceu 30 dias após estar
gozando salário-maternidade pelo nascimento do seu filho, Nino. Seu companheiro,
José Martins, empregado que recebia 10 mil reais, requereu o benefício de salário-
maternidade logo após o falecimento de Ana Carla. Qual será o valor do benefício
concedido para José Martins?
Resposta: O benefício será pago o valor de 10 mil reais durante os 90 dias restantes,
pois para o cálculo do valor do benefício, deve-se considerar a situação de quem vai
recebê-lo, e não do segurado falecido. Da mesma forma, se Ana Carla recebesse 10
mil reais e José Martins apenas 2 mil, o benefício seria pago no valor de 2 mil reais.
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Até agora, então, pessoal, nós falamos aí de vários conceitos, várias características
do salário-maternidade, até então, sem qualquer alteração. É a partir de agora, a partir
desse momento da aula, que nós iremos traçar as alterações promovidas pelo Decreto
10.410/20 ao instituto, ao benefício do salário-maternidade e as principais
jurisprudências, no que diz respeito aos benefícios.
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