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Auxilio Doença

Conceito
É um benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS acometido por uma doença ou
acidente que o torne temporariamente incapaz para o trabalho.

Auxílio-Doença: Comum e Acidentário


Você sabia que há duas espécies de auxílio-doença?
Vamos conhecê-las?

Auxílio-Doença Comum:
 Identificado pela Previdência pelo código B31;
 Destinado ao segurado que desenvolva doença incapacitante a atividade laborativa , sem
ligação de causalidade com a atividade exercida;
 Carência de 12 contribuições mensais.

Auxílio-Doença Acidentário:
 Identificado pela Previdência pelo código B91;
 Concedido ao segurado que ficou incapacitado por algum evento obrigatoriamente
relacionado à atividade exercida (acidente de trabalho);
 Não é necessário o cumprimento de carência para que o segurado faça jus ao benefício;
 Garantia da estabilidade de 12 meses após o término do benefício e o retorno ao trabalho.

Como ter acesso ao auxílio-doença?


Para ter direito ao auxílio-doença, torna-se necessário o cumprimento dos requisitos
básicos estabelecidos na legislação:

1. Cumprimento da carência;
2. Qualidade de segurado;
3. Incapacidade total ou parcial para o trabalho.

A carência exigida para a concessão do auxílio-doença comum é de 12 contribuições mensais,


sem interrupção que determine a perda da qualidade de segurado.

Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão do auxílio-doença, o


segurado deverá contar a partir da data da nova filiação à Previdência Social, com metade do
período mencionado acima, ou seja, 06 contribuições.

Na hipótese de perda da qualidade de segurado, o cidadão deverá contar com metade dos
períodos previstos, ou seja, o número de 6 contribuições, a partir da data da nova filiação à
Previdência Social. (Lei n° 13.846, de 18 de Junho de 2019).

Não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, exceto
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento da doença ou
da lesão. (Lei n° 13.846, de 18 de Junho de 2019)

O segurado especial (produtor rural que trabalha em regime de economia familiar) deve
comprovar que exerceu atividade rural por 12 meses ou, no caso de doença isenta de
carência, deve comprovar que exercia a atividade antes de contrair a enfermidade.

Doenças que dispensam carência


O Auxílio-doença não é devido em decorrência de qualquer doença. O benefício somente é
concedido em casos que incapacitem o segurado temporariamente para o exercício de
atividade laborativa.
Há também o caso das doenças especificas em lei (DEL), que dispensam carência, conforme
disposição da Lei nº 8.213/91, artigo 151:

1. Tuberculose ativa;
2. Hanseníase;
3. Alienação mental;
4. Neoplasia maligna;
5. Cegueira;
6. Paralisia irreversível e incapacitante;
7. Cardiopatia grave;
8. Doença de Parkinson;
9. Espondiloartrose anquilosante;
10. Nefropatia grave;
11. Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
12. Síndrome da deficiência imunológica adquirida – AIDS.
13. Contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

Afastamento e Prazo de Espera


O Auxílio-doença poderá ser concedido ao segurado empregado em afastamentos superiores
a 15 dias, contados a partir do dia seguinte (16) à data do último dia de trabalho. Para
concessão do auxílio-doença é necessário observar as seguintes situações:

1. Durante os primeiros quinze dias consecutivos, ou não, de afastamento da atividade por


motivo de doença ou acidente, o pagamento do salário do segurado empregado é
responsabilidade da empresa.
2. Se o segurado entrar em gozo de férias ou licença-prêmio ou qualquer outro tipo de
licença remunerada, o prazo de espera para requerimento de benefício será contado a
partir do dia seguinte ao término das férias ou da licença.
3. Quando o segurado não se afastar do trabalho no dia do acidente, os quinze dias de
responsabilidade da empresa pela sua remuneração integral serão contados a partir da
data em que de fato ele se afastar.
4. Caso o acidente ocorra em período de aviso prévio, haverá interrupção, sendo o
restante do aviso prévio cumprido quando o segurado retornar à atividade.
5. Se concedido novo benefício de igual espécie, decorrente da mesma doença dentro de
60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do
pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o
benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.

Concessão do Benefício
O segurado da Previdência Social que ficar incapacitado temporariamente para o trabalho, terá
direito ao auxílio-doença. Para isso, ele deverá agendar a Perícia Médica por meio do
Aplicativo MEU INSS, através do site gov.br/meuinss ou do telefone 135.

A empresa poderá requerer o auxílio-doença para seu empregado ou contribuinte individual


prestador de serviço e, nesse caso, terá acesso às decisões referentes ao benefício. As
informações também estão disponíveis no site do INSS.

Cabe à Perícia Médica Federal realizar a avaliação da capacidade laborativa dos segurados
para fins de concessão dos benefícios decorrentes de incapacidade. O exame médico
pericial é realizado nas Agências da Previdência Social.

O médico perito do INSS é responsável pela avaliação técnica, que pode se basear também
em pareceres especializados e exames complementares, aos quais o segurado já tenha se
submetido. Por isso, sempre que comparecer à perícia, o segurado deve apresentar os exames
e outros documentos médicos.

O médico perito avalia cada caso individualmente. Muitas vezes, o problema de saúde que
incapacita uma pessoa para uma atividade de trabalho não incapacita outra. Cabe ao perito
avaliar tais situações, levando sempre em consideração o tipo de enfermidade, se a
incapacidade é temporária ou permanente, se há ou não existência de sequelas e a natureza
do trabalho exercido pelo segurado.

Por ocasião da perícia, o segurado pode apresentar ainda informações detalhadas sobre as
causas da incapacidade para o trabalho, suas consequências, o tratamento indicado e
outras informações importantes fornecidas pelo médico assistente (médico do segurado).

A Perícia Médica deve identificar se o segurado, apesar dos problemas de saúde, tem
capacidade para o trabalho ou está incapacitado em caráter temporário para a atividade que
exerce habitualmente.

O período de duração do benefício é definido com base nessa avaliação.

Caso não possa comparecer à Perícia Médica no dia marcado, o segurado pode solicitar a
remarcação, uma única vez, até três dias antes da data agendada, por meio do Aplicativo MEU
INSS, através do site gov.br/meuinss ou do telefone 135.

Valor do benefício – Quanto será devido?


A Renda Mensal Inicial (RMI) do auxílio-doença corresponde a 91% do salário de benefício,
não podendo exceder a média dos últimos 12 salários de contribuição, inclusive em caso de
remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12 (doze), a média simples dos
salários de contribuição existentes, de acordo com a Lei 13.135, de 17/06/2015.

O auxílio-doença não poderá ser inferior ao salário mínimo e nem superior ao teto
previdenciário vigente.

O auxílio-doença será devido a partir do 16º dia do afastamento do segurado empregado.


Para os demais segurados, será devido desde a data do início da incapacidade.

O período em que o segurado esteve recebendo o benefício é contado como tempo de


contribuição para aposentadoria, entre períodos de atividade.
O segurado especial (trabalhador rural) terá direito ao auxílio-doença no valor de um salário
mínimo, caso tenha contribuído como segurado facultativo, o valor do Benefício será calculado
de acordo com o salário de contribuição.

O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade


habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de
outra atividade, quando identificada essa possibilidade. (Lei n° 13.457 de 26/06/2017).

Exemplos de cálculo do auxílio-doença


Exemplo 1

Salário de benefício = R$ 2000,00


RMI apurada = R$ 2.000,00 x 91% = R$ 1.820,00
Média dos 12 últimos SC= R$ 1.900,00
Será considerada a RMI (valor do benefício) de R$ 1.820,00, pois esta é inferior à média
aritmética simples dos 12 últimos salários de contribuição.

Exemplo 2

Salário de benefício = R$ 788,00 (salário mínimo)


RMI apurada = R$ 788,00 x 91% = R$ 717,08.
O valor da RMI será reajustado para o valor de R$ 788,00 (salário mínimo), considerando que
nenhum benefício que substituir o salário de contribuição ou rendimento do trabalho poderá ter
valor inferior ao salário mínimo (art. 33 da Lei nº 8.213/91)
Média dos 12 últimos SC= R$ 325,00
A RMI (valor do benefício) será o valor de R$ 788,00.

Exemplo 3

Salário de benefício = R$ 2000,00


RMI apurada = R$ 2.000,00 x 91% = R$ 1.820,00
Média dos 12 últimos salário de contribuição = R$ 1.700,00
Nesse caso, a RMI (valor do benefício) será limitada ao valor de R$ 1.700,00, valor da média
aritmética simples dos 12 últimos salários de contribuição.

Quando o benefício deixa de ser pago?

O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao


trabalho ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez.

Prorrogação
Segundo a Portaria Ministerial n° 152 de 25/08/2016 – o segurado que não se considerar
recuperado para o trabalho no prazo estabelecido, poderá solicitar nova avaliação de sua
capacidade laborativa, para fins de prorrogação do benefício.

O prazo para requerer a perícia de prorrogação se inicia 15 dias antes do término do auxílio e
se estende até a data da cessação do benefício.

Caso o segurado não concorde com o indeferimento emitido pela Perícia Médica do INSS,
poderá interpor recursos à Junta do Conselho de Recursos do Seguro Social.
O pedido de prorrogação poderá ser agendado por meio do Aplicativo MEU INSS, através do
site https://meu.inss.gov.br ou do telefone 135.

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