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Direito Previdenciá rio

Aula 4

AUXILIO DOENÇA:

O auxilio doença sempre que o segurado ficar incapacitado para o seu


trabalho ou para sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Ou seja, a incapacidade pode ser decorrente de prejuízo laboral ou de


natureza diversa.

Não será devido ao segurado que filiar-se ao regime de previdência social já


portador de doença incapacitante ou da lesão invocada como ensejadora da
concessão do benefício salvo nos casos de agravamento.

A lei excetua as doenças congênitas (aquelas


adquiridas com o nascimento) e os casos de
agravamento, pois se assim não fosse, as
pessoas que nascerem com o vírus HIV não
poderiam ser amparadas pelo sistema
previdenciário caso viessem a ter uma
invalidez ou agravamento de seu quadro na
idade adulta.

Outro exemplo é da criança que nasceu com


diabetes, caso venha a perder a visão na fase
adulta, também será amparada pela
legislação previdenciária em razão desta
exceção à regra.

A lei não impõe a extensão da incapacidade, de tal forma que, seja ela leve
ou extrema, ou seja, uma simples torção de tornozelo ou uma fratura
cervical, o beneficio será devido nas mesmas proporções (estando o
segurado parcialmente ou totalmente incapacitado).

Requisitos:

Para que faça jus ao auxílio doença é necessário comprovar:

1. Quadro de incapacidade laboral.


2. Carência – 12 contribuições ininterruptas.
A carência será dispensada quando:
a. Restar comprovada que a incapacidade é decorrente de doença
profissional ou de acidente de trabalho.
b. Quando a enfermidade estiver apontada no art. 151 da lei
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8213/91.
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3. Perícia médica junto ao INSS.


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Espécies de incapacidades geradoras do auxilio doença:

O Regulamento n. 77 do INSS subdivide os fatores geradores dos benefícios


em espécies numeradas. De tal forma o auxilio doença é previsto nas
espécies 31 e 91 do mesmo.

Espécie 31: DOENÇAS NÃO DECORRENTES DE NATUREZA LABORAL – Deve-


se neste caso ser respeitado a carência mínima de 12 contribuições
ininterruptas, salvo se for caso previsto no art. 151 da lei 8213/91.

Espécie 91: DOENÇA OU LESÃO OCUPACIONAL – que os incapacitem


temporariamente ao trabalho. Neste caso não é exigida a comprovação da
carência, mas deverá haver imprescindivelmente a abertura de CAT
(Comunicado de Acidente de Trabalho).

Prazos e validade do benefício:

Independentemente da espécie do beneficio, este será devido a contar do


16º dia de afastamento da atividade e permanecerá vigente enquanto
perdurar sua incapacidade.

Caso seja cessado indevidamente pelo INSS o termo inicial para seu
reestabelecimento será considerado o dia em que cessou equivocadamente
o benefício.

Valor:

O valor do auxilio doença corresponderá a 91% do valor apurado da média


dos salários do segurado, no curso do recebimento do auxilio doença o seu
contrato de trabalho será considerado suspenso (art. 476 da CLT) e forma
que não há possibilidade do empregador demitir o empregado no gozo do
beneficio previdenciário.

AUXILIO ACIDENTE

O auxilio acidente será devido ao segurado a título de indenização.

Quem tem direito:

a. Segurado empregado (exceto o doméstico).


b. Trabalhador avulso.
c. Segurado especial.
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Hipóteses:
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Quando a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer
natureza resultar sequela definitiva que implique:

I. Redução da capacidade de trabalho que habitualmente exercia


II. Redução da capacidade de trabalho que habitualmente exercia e
exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que
exercia à época do acidente.
III. Impossibilidade de desempenho da atividade que exercia à época
do acidente, porém permita o desempenho de outra, após
processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela
perícia médica do INSS.

A diferença do auxilio acidente para o doença


consiste no fato da vigência de cada
benefício. Em que pese as confusões, o
auxilio acidente tem caráter indenizatório e é
devido imediatamente após o término do
auxilio doença.

Características:

a. O auxilio acidente é devido após a consolidação das lesões, ou seja,


enquanto não for diagnosticada a consolidação das lesões o benefício
devido é o auxilio doença.
Assim, uma vez terminado o tratamento médico (todos os
procedimentos médicos aptos a reverterem o quadro clinico
instaurado) e, sendo possível a reabilitação do segurado, ainda que
para função diversa ou com a necessidade de maior esforço ou ainda
com o comprometimento de sua produtividade será devido o
benefício do auxilio acidente.

b. O auxilio acidente será concedido em caráter permanente até que


seja concedida a aposentadoria do segurado.
Antes da lei 9528/97 era possível a cumulação em razão do benefício
àquela época ter caráter vitalício.

c. O auxilio acidente, diferente dos demais benefícios que buscam


somente a substituição da remuneração, tem caráter indenizatório.
Desta maneira, é plenamente possível que possa ser concedido em
patamares inferiores ao salário mínimo (e isto sem afrontar as
normas constitucionais do art. 201 §2º).
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APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


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Previsão legal:

Art. 42 da lei 8213/91.

Será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxilio doença,


for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta subsistência, e lhe será paga enquanto perdurar a
incapacidade.

A irreversibilidade do quadro é presumível.

Requisitos:

1. Somente será devida quando constatada que a incapacidade é total e


permanente, haja vista a constatação de incapacidade total
temporária acarretará a concessão de auxilio doença.
Apesar da lei prever somente a incapacidade
total, jurisprudencialmente é admitida a
incapacidade parcial permanente também
como ensejadora da aposentadoria por
invalidez.
2. Carência – 12 contribuições consecutivas.
A carência será dispensada quando:
a. Restar comprovada que a incapacidade é decorrente de doença
profissional ou de acidente de trabalho.
b. Quando a enfermidade estiver apontada no art. 151 da lei
8213/91.
3. Perícia médica junto ao INSS que avaliará o quadro do segurado e
concederá o beneficio mais adequado.

Questões relevantes:

Assim como no caso do auxílio doença a ap. por invalidez prevê que aqueles
casos de doenças anteriores (crônicas) que tem o quadro agravado após a
aquisição da qualidade de segurado também será concedido o benefício.

A jurisprudência tem entendido que o beneficio é devido ainda que a


capacidade seja parcial e permanente. Há um caso específico onde uma
mulher que possuía apenas o 1º grau e trabalhou a vida inteira como
domestica, aos 57 anos foi diagnosticada com artrite reumatoide e tendinite
nos membros superiores. Embora invalidada parcialmente, o seu quadro
socioeconômico a impede de ser recolocada no mercado de trabalho em
outra função, bem como ser inviável sua readequação e requalificação.
Assim foi considerada devida a aposentadoria por invalidez.
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Momento e valor:
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O benefício será devido a contar da data que restou diagnosticada a
incapacidade total e permanente para o trabalho. Sendo devida a
aposentadoria no valor de 100% da média das contribuições sem a
incidência do fator previdenciário.

O benefício cessará com o retorno voluntário do segurado ao trabalho, em


razão da constatação da sua recuperação de fato.

Aumento do valor do benefício:

Quando for observado que o segurado teve seu quadro clinico afetado a tal
ponto de necessitar do auxilio de terceira pessoa para seus cuidados, como
por exemplo, que não consigam tomar banho, se vestir ou alimentar
sozinhas, farão jus ao recebimento de um acréscimo de 25% sobre o valor
do benefício pago.

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