Benefício devido aos segurados empregados, empregados
domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais que comprovarem redução da capacidade de trabalho em decorrência de acidente de qualquer natureza ou doenças equiparadas a acidente do trabalho. Nesse ponto nada foi alterado. A Emenda Constitucional não trouxe nenhuma modificação quanto a tal benefício. Tal ausência, contudo, fez com que o Governo editasse a Medida Provisória n. 905/2019 e trouxesse duas modificações envolvendo tal benefício, a saber: • § 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do benefício de aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito e será devido somente enquanto persistirem as condições de que trata o caput. (grifei). • § 1º-A. Na hipótese de manutenção das condições que ensejaram o reconhecimento do auxílio-acidente, o auxílio será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.” • Isto é, (1) agora passou a ser devido, como já suscitado, também em situações temporárias de redução da capacidade, porém (2) atrelou-se ao novo cálculo da aposentadoria por invalidez (atual aposentadoria por incapacidade permanente) inaugurado pela Emenda Constitucional n. 103/2019, o que não tinha sido previsto nesta. • De todo modo, continua tendo seu valor incorporado aos salários-de-contribuição quando da aposentadoria ou enquanto durar, com a condição de haver, nas duas hipóteses, contribuições previdenciárias simultâneas. Estudo de caso
Fernando trabalhou como empregado da empresa Alfa Ltda. por pouco
mais de 15 anos, entre 01.1995 e 02.2010, quando então passou a receber auxílio-doença em decorrência de um acidente que sofreu no percurso entre seu trabalho e sua casa. • À época do seu afastamento, seu salário-de-benefício era na ordem de R$3.000,00, o que lhe ocasionou, inicialmente, um auxílio-doença no valor de R$2.730,00, eis que excluídos 3 anos que teria recebido salário mínimo. Depois de 3 anos recebendo tal benefício, foi aposentado por invalidez recebendo 100% do seu salário-de-benefício, é dizer, R$3.000,00; assim permaneceu até 02.2019 (dez anos depois de ter iniciado a percepção do auxílio- doença (atual auxílio por incapacidade temporária), quando então, após passar por perícia médica perante o INSS, teve sua aposentadoria revista, sendo que atualmente está recebendo “parcelas de recuperação”. A despeito de ter voltado a trabalhar em ocupação distinta da que ocupava quando de seu afastamento, eis que considerado inapto para seu ofício habitual, hoje busca intentar uma ação para que seja assegurada a manutenção de sua aposentadoria por invalidez. • Quais possibilidades podemos aferir diante da eventualidade de restabelecimento desta aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez)? Caso a perícia concluísse que a invalidez atual não tivesse relação com a enfermidade que o autorizou inicialmente ser aposentado, mas em decorrência de uma doença, não relacionada ao trabalho, adquirida em 12.2019 e que se agravou de lá para cá, faria diferença? Se, ao invés de aposentadoria por invalidez (hoje, aposentadoria por incapacidade permanente), fosse reconhecido apenas o direito ao auxílio-acidente, como seria este calculado? A propósito, no tocante à possibilidade de se voltar a trabalhar e receber as “mensalidades de recuperação”, confiramos trecho da notícia exposta no site do Tribunal Superior do Trabalho – TST a respeito de ação trabalhista envolvendo tal conjuntura: • “No julgamento do recurso de revista do operador, a Sexta Turma ressaltou que o artigo 47, inciso II, da Lei 8.213/1991, ao dispor que a aposentadoria será mantida sem prejuízo da volta à atividade, contém autorização expressa para a acumulação do benefício com o salário. A Turma registrou ainda que as duas parcelas têm naturezas jurídicas distintas. O salário decorre do vínculo de emprego, e a mensalidade de recuperação deriva da relação jurídica previdenciária mantida entre o segurado e o INSS.” (TST, Processo: ARR-10403-72.2014.5.05.0131; fonte: http://www.tst.jus.br/noticias/- /asset_publisher/89Dk/content/mensalidade-de-recuperacao-paga-pelo- inss-nao-afasta-direito-a-salar-1?inheritRedirect=false)
Ação Previdenciária de Concessão de Benefício Por Incapacidade Temporária e Sua Convesão em Benefício Por Icapacidade Permanente Cumulada Com Pedido de Tutela Antecipada de Urgência Mãe