Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Luís era empregado da Caixa Econômica Federal, tendo se aposentado, voluntariamente, em 2018, por
tempo de contribuição, no regime geral de previdência social (INSS), mas continuou trabalhando
normalmente no banco.
Em 2021, a Caixa Econômica Federal determinou o desligamento de Luís alegando que ele não poderia ter
continuado trabalhando tendo em vista que a aposentadoria voluntária do empregado público causa a
Inconformado, Luís ingressou com ação de reintegração, na Justiça do Trabalho, argumentando que a
mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e
RESPOSTA
1
2
CONSIDERAÇÕES SOBRE A QUESTÃO
O Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese pela sistemática da repercussão geral:
STF. Plenário. RE 655283/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Dias Toffoli, julgado em 16/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 606) (Info 1022).
Inicialmente, cumpre ressaltar que a justiça comum (federal ou estadual, a depender da entidade
envolvida) é competente para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados públicos
dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. Isso porque, neste caso, não se discute
Sobre este tema, importante fazer uma distinção: antes da EC 103/2019 e depois da EC 103/2019.
Antes da EC 103/2019, era possível a manutenção do vínculo trabalhista, com a acumulação dos
de contribuição, leva ao rompimento do vínculo trabalhista nos termos do art. 37, § 14, da CF/88. Veja:
Art. 37 (...)
3
Assim, após a inserção do art. 37, § 14, pela EC 103/2019, a Constituição Federal, de modo expresso,
definiu que a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de
contribuição embasou a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob
o RGPS.
Não obstante, a EC 113/2019 afirmou, expressamente, que não se aplica o novo § 14 do art. 37 da
CF/88 às aposentadorias já concedidas pelo RGPS até a data de sua entrada em vigor da Emenda. Veja:
Assim, levando em consideração que a aposentadoria de Luís foi concedida pelo Regime Geral de
Previdência Social antes da data de entrada em vigor da Emenda Constitucional 103/19, nos termos do que
dispõe seu art. 6º, a ação deve ser julgada procedente para reintegrá-lo.
ESPELHO DE RESPOSTA
Inicialmente, cumpre ressaltar que a justiça comum (federal ou estadual, a depender da entidade
envolvida) é competente para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados públicos
dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea. Isso porque, neste caso, não se discute
Sobre este tema, importante fazer uma distinção: antes da EC 103/2019 e depois da EC 103/2019.
Antes da EC 103/2019, era possível a manutenção do vínculo trabalhista, com a acumulação dos
contribuição, leva ao rompimento do vínculo trabalhista nos termos do art. 37, § 14, da CF/88.
Assim, após a inserção do art. 37, § 14, pela EC 103/2019, a Constituição Federal, de modo expresso, definiu que
a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo de contribuição embasou
a passagem do servidor/empregado público para a inatividade, inclusive quando feita sob o RGPS.
Não obstante, a EC 113/2019 afirmou, expressamente, que não se aplica o novo § 14 do art. 37 da CF/88
às aposentadorias já concedidas pelo RGPS até a data de sua entrada em vigor da Emenda.
4
Portanto, levando em consideração que a aposentadoria de Luís foi concedida pelo Regime Geral de
Previdência Social antes da data de entrada em vigor da Emenda Constitucional 103/19, nos termos do que
dispõe seu art. 6º, a ação deve ser julgada procedente para reintegrá-lo.
PONTUAÇÃO
TOTAL 10,00