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Art. CF OK Item 218


de 398.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
TÍTULO VIII
Da Ordem Social
SUMÁRIO

CAPÍTULO II
Da Seguridade Social
SUMÁRIO

Seção III
Da Previdência Social
SUMÁRIO

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral
de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, na forma da lei, a: (Redação da EC 103/2019)

Controle concentrado de constitucionalidade

O núcleo essencial do direito fundamental à previdência social é


imprescritível, irrenunciável e indisponível, motivo pelo qual não deve ser
afetada pelos efeitos do tempo e da inércia de seu titular a pretensão relativa
ao direito ao recebimento de benefício previdenciário. Este Supremo Tribunal
Federal, no RE 626.489, de relatoria do i. Min. Roberto Barroso, admitiu a
instituição de prazo decadencial para a revisão do ato concessório porque
atingida tão somente a pretensão de rediscutir a graduação pecuniária do
benefício, isto é, a forma de cálculo ou o valor final da prestação, já que,
concedida a pretensão que visa ao recebimento do benefício, encontra-se
preservado o próprio fundo do direito.
[ADI 6.096, rel. min. Edson Fachin, j. 13-10-2020, P, DJE de 26-11-2020.]

Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de


aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição
previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária.
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. EC 41/2003 (art. 4º,
caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos geradores ocorridos
depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts.
5º, XXXVI; 146, III; 149; 150, I e III; 194; 195, caput, II e § 6º, da CF; e art. 4º,
caput, da EC 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há norma,
expressa nem sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva da
aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito subjetivo como
poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e
pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à
incidência de contribuição previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso
ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do
fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as pensões, de
modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer que seja a
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modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito adquirido
com o aposentamento. (...) Ofensa a outros direitos e garantias individuais.
Não ocorrência. (...) Instrumento de atuação do Estado na área da
previdência social. Obediência aos princípios da solidariedade e do equilíbrio
financeiro e atuarial, bem como aos objetivos constitucionais de
universalidade, equidade na forma de participação no custeio e diversidade
da base de financiamento. (...) Aplicação dos arts. 149, caput; 150, I e III;
194; 195, caput, II e § 6º; e 201, caput, da CF. Não é inconstitucional o art. 4º,
caput, da EC 41, de 19-12-2003, que instituiu contribuição previdenciária
sobre os proventos de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações
[ADI 3.105, red. do ac. min. Cezar Peluso, j. 18-8-2004, P, DJ de 18-2-2005.]

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado


No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode
criar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão
legal do direito à 'desaposentação' ou à reaposentação, sendo constitucional
a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91”; b) modular os efeitos do acórdão
embargado e da tese de repercussão geral, de forma a preservar a
desaposentação aos segurados que tiveram o direito reconhecido por
decisão judicial transitada em julgado até a data deste julgamento; c) declarar
a desnecessidade de repetição dos valores recebidos a título de
desaposentação até a data deste julgamento.
[RE 381.367 ED e RE 827.833 ED, red. do ac. min. Alexandre de Moraes, j.
6-2-2020, P, DJE de 14-12-2020, RG, Tema 503.]

(...) os benefícios concedidos entre 5-10-1988 e 5-4-1991 (período do buraco


negro) não estão, em tese, excluídos da possibilidade de readequação
segundo os tetos instituídos pelas EC 20/1998 e EC 41/2003, a ser aferida
caso a caso, conforme os parâmetros definidos no julgamento do RE
564.354, em regime de repercussão geral.
[RE 937.595 RG, rel. min. Roberto Barroso, j. 2-2-2017, P, DJE de 16-5-2017,
Tema 930.]
Vide RE 564.354, rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-9-2010, P, DJE de 15-2-2011,
Tema 76

Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (3-9-


2014), sem que tenha havido prévio requerimento administrativo nas
hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha
sido ajuizada no âmbito de juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido
administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já
tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse em
agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se
enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a
sistemática a seguir. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar
entrada no pedido administrativo em trinta dias, sob pena de extinção do
processo. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado a
se manifestar acerca do pedido em até noventa dias, prazo dentro do qual a
autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e proferir
decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu
mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-
se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito
deverá prosseguir. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a
análise administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do
início da ação como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos
legais.
[RE 631.240, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-9-2014, P, DJE de 10-11-2014,
Tema 350.]
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O direito à previdência social constitui direito fundamental e, uma vez


implementados os pressupostos de sua aquisição, não deve ser afetado pelo
decurso do tempo. Como consequência, inexiste prazo decadencial para a
concessão inicial do benefício previdenciário. É legítima, todavia, a instituição
de prazo decadencial de dez anos para a revisão de benefício já concedido,
com fundamento no princípio da segurança jurídica, no interesse em evitar a
eternização dos litígios e na busca de equilíbrio financeiro e atuarial para o
sistema previdenciário. O prazo decadencial de dez anos, instituído pela MP
1.523, de 28-6-1997, tem como termo inicial o dia 1º-8-1997, por força de
disposição nela expressamente prevista. Tal regra incide, inclusive, sobre
benefícios concedidos anteriormente, sem que isso importe em retroatividade
vedada pela Constituição. Inexiste direito adquirido a regime jurídico não
sujeito a decadência.
[RE 626.489, rel. min. Roberto Barroso, j. 16-10-2013, P, DJE de 23-9-2014,
Tema 313.]

O direito adquirido ao melhor benefício implica a possibilidade de o segurado


ver o seu benefício deferido ou revisado de modo que corresponda à maior
renda possível no cotejo entre a renda mensal inicial obtida e as rendas
mensais que estaria percebendo, naquele momento, se houvesse requerido
em algum momento anterior o benefício, desde quando possível a
aposentadoria proporcional.
[RE 630.501, red. do ac. min. Marco Aurélio, voto da min. Ellen Gracie, j. 21-
2-2013, P, DJE de 26-8-2013, Tema 334.]

Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da EC


20/1998 e do art. 5º da EC 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a
teto do regime geral de previdência estabelecido antes da vigência dessas
normas, de modo que passem a observar o novo teto constitucional.
[RE 564.354, rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-9-2010, P, DJE de 15-2-2011, Tema
76.]
Vide RE 937.595 RG, rel. min. Roberto Barroso, j. 2-2-2017, P, DJE de 16-5-
2017, Tema 930

Inexiste direito adquirido a determinado regime jurídico, razão pela qual não é
lícito ao segurado conjugar as vantagens do novo sistema com aquelas
aplicáveis ao anterior. A superposição de vantagens caracteriza sistema
híbrido, incompatível com a sistemática de cálculo dos benefícios
previdenciários.
[RE 575.089, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-9-2008, P, DJE de 24-10-
2008, Tema 70.]

Julgados correlatos

Ação cível originária que objetiva a emissão de Certificado de Regularidade


Previdenciária – CRP, negado pela União em razão do descumprimento do
art. 9º, §§ 2º e 3º, da Emenda Constitucional 103/2019. Diferentemente de
precedentes anteriores, a questão principal consiste em saber se o Estado-
autor tem direito à emissão do CRP quando descumpridas normas da própria
Constituição Federal. A Reforma da Previdência restringiu o rol dos
benefícios pagos pelos regimes próprios de previdência social às
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aposentadorias e pensões por morte (art. 9º, § 2º, da EC 103/2019). Com
isso, impôs aos entes subnacionais a necessidade de alteração de seus
regimes próprios para que fosse transferida ao tesouro local a
responsabilidade pelo pagamento de benefícios diversos, como é o caso do
auxílio-doença, salário-maternidade, auxílio-reclusão e salário-família. Tanto
(i) a norma que limita os benefícios pagos pelos regimes próprios às
aposentadorias e pensões por morte como (ii) aquela que determina a
responsabilidade do tesouro local pelo pagamento dos benefícios decorrentes
de incapacidade temporária para o trabalho e o salário-maternidade,
encontram-se no mesmo artigo da EC 103/2019 que prevê o prazo de dois
anos para a instituição do regime de previdência complementar e a
adequação do órgão gestor do regime próprio às novas regras. Ou seja:
todos os comandos acima são parte da lógica do art. 9º da EC 103/2021 e
demandam intermediação legislativa. Além disso, são normas que interferem
no planejamento orçamentário do ente federado, a justificar tratamento
conjunto e em igual prazo.
[ACO 3.529 MC-Ref, rel. min. Roberto Barroso, j. 4-11-2021, Plenário, DJE
de 3-12-2021.]

O julgamento pela ilegalidade do pagamento do benefício previdenciário não


importa na obrigatoriedade da devolução das importâncias recebidas de boa-
fé.
[AI 746.442 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 25-8-2009, 1ª T, DJE de 23-10-
2009.]

Contribuição previdenciária. Natureza tributária. Incidência de juros de mora a


partir do trânsito em julgado de decisão que determina a devolução de
valores indevidamente recolhidos (CTN, art. 167, parágrafo único).
[AI 650.107, rel. min. Celso de Mello, j. 26-8-2008, 2ª T, DJE de 3-10-2008.]
= RE 565.498 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 6-10-2009, 2ª T, DJE de 27-11-
2009

Tempo de serviço rural anterior à edição da Lei 8.213/1991. Exigência de


recolhimento de contribuição como pressuposto para a concessão de
aposentadoria. Impossibilidade. Norma destinada a fixar as condições de
encargos e benefícios, que traz em seu bojo proibição absoluta de concessão
de aposentadoria do trabalhador rural, quando não comprovado o
recolhimento das contribuições anteriores. Vedação não constante da
Constituição do Brasil. Precedente: ADI 1.664, rel. min. Octavio Gallotti, DJ
de 19-2-1997.
[RE 344.446 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-10-2007, 2ª T, DJ de 30-11-2007.]

É firme a jurisprudência do STF, "o aposentado tem direito adquirido ao


quantum de seus proventos calculado com base na legislação vigente ao
tempo da aposentadoria, mas não aos critérios legais com base em que esse
quantum foi estabelecido, pois não há direito adquirido a regime jurídico" (RE
92.511, Moreira Alves, RTJ 99/1267).
[AI 145.522 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 15-12-1998, 1ª T, DJ de 26-
3-1999.]

Redação Anterior:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação da EC 20/1998) (Vide EC
20/1998)

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I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho


e idade avançada; (Redação da EC 103/2019)

Redação Anterior:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação da EC
20/1998)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação da EC 20/1998)

Redação Anterior:
II - ajuda à manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação da


EC 20/1998)

Redação Anterior:
III - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa


renda; (Redação da EC 20/1998)

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado


Segundo decorre do art. 201, IV, da Constituição, a renda do segurado preso
é que deve ser utilizada como parâmetro para a concessão do benefício e
não a de seus dependentes. Tal compreensão se extrai da redação dada ao
referido dispositivo pela EC 20/1998, que restringiu o universo daqueles
alcançados pelo auxílio-reclusão, a qual adotou o critério da seletividade para
apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. Diante disso, o art. 116 do
Decreto 3.048/1999 não padece do vício da inconstitucionalidade.
[RE 587.365, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-2009, P, DJE de 8-5-
2009, Tema 89.]

Julgado correlato
Nos termos do art. 201, IV, da CF, o destinatário do auxílio-reclusão é o
dependente do segurado recluso.
[RE 486.413, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-2009, P, DJE de 8-5-
2009.]

Redação Anterior:
IV - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e


dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação da EC 20/1998)

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado

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É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e
mulheres (CF, art. 5º, I), a exigência de requisitos legais diferenciados para
efeito de outorga de pensão por morte de ex-servidores públicos em relação
a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (CF, art. 201,
V).
[RE 659.424, rel. min. Celso de Mello, j. 13-10-2020, P, DJE de 26-11-2020,
Tema 457.]

Julgados correlatos
Rateio entre companheira e viúva de servidor público. (...) É possível o
reconhecimento de união estável de pessoa casada que esteja separada
judicialmente ou de fato (CC/2002, art. 1.723, § 1º). O reconhecimento da
referida união estável pode se dar administrativamente, não se exigindo
necessariamente decisão judicial para configurar a situação de separação de
fato. No caso concreto, embora comprovada administrativamente a
separação de fato e a união estável, houve negativa de registro de pensão
por morte, fundada unicamente na necessidade de separação judicial.
Segurança concedida.
[MS 33.008, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-5-2016, 1ª T, DJE de 14-9-2016.]
Vide RE 590.779, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-2-2009, 1ª T, DJE de 27-3-
2009

A jurisprudência do STF admite a autoaplicabilidade do art. 201, V, da


Constituição. Desse modo, o cônjuge varão tem direito à pensão por morte,
ainda que o óbito da segurada tenha ocorrido em data anterior ao advento da
Lei 8.213/1991.
[RE 285.276 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 17-3-2015, 1ª T, DJE de 31-3-
2015.]

Servidor público. Associado obrigatório do instituto previdencial. Inclusão do


cônjuge como dependente após a EC 20/1998. (...) Aplicabilidade direta e
imediata do art. 201, V, da CF. (...) Independe da indicação de fonte de
custeio, a inclusão do cônjuge, pelo servidor público, como seu dependente
para fins previdenciários.
[RE 207.282, rel. min. Cezar Peluso, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE de 19-3-2010.]

A proteção do Estado à união estável alcança apenas as situações legítimas


e nestas não está incluído o concubinato. (...) A titularidade da pensão
decorrente do falecimento de servidor público pressupõe vínculo agasalhado
pelo ordenamento jurídico, mostrando-se impróprio o implemento de divisão a
beneficiar, em detrimento da família, a concubina.
[RE 590.779, rel. min. Marco Aurélio, j. 10-2-2009, 1ª T, DJE de 27-3-2009.]
= MS 33.555, rel. min. Cármen Lúcia, j. 6-10-2015, 2ª T, DJE de 9-11-2015
Vide MS 33.008, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-5-2016, 1ª T, DJE de 14-9-
2016

Previdenciário. Pensão. Pessoa designada. Direito intertemporal.


Precedentes. O óbito do instituidor é o marco temporal para definição do
regime jurídico a que está sujeita a concessão do benefício: MS 21.540, rel.
min. Octavio Gallotti (...). Inexistência de preterição a direito adquirido da
autora de receber benefício com base em normas não recepcionadas pelo
atual sistema constitucional: ADI 762, da minha relatoria, DJ de 14-5-2004.
[RE 436.995 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-11-2008, 2ª T, DJE de 28-11-
2008.]

Benefício previdenciário. Preceito constitucional de eficácia condicionada.


Morte. Regulamentação posterior. Irrelevância. Art. 201, V, da CF. A
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circunstância de a morte do segurado haver ocorrido em data anterior à
regulamentação do preceito constitucional não afasta o direito à pensão,
devendo ser observados os parâmetros que passaram a viger.
[RE 366.246 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 1º-4-2008, 1ª T, DJE de 20-6-
2008.]

O recurso extraordinário discute se o pagamento do benefício para a


agravada constituiria tratamento não isonômico, em desfavor dos demais
descendentes de Tiradentes, bem como se a beneficiária teria direito ao
recebimento dos valores previstos na Lei 9.255, de 3 de janeiro de 1996, não
obstante o fato de receber pensão decorrente da morte de seu pai. O
benefício honorífico é de 1996, e o de natureza previdenciária remonta a
1967. A ora agravada recebe, portanto, dois benefícios distintos, a saber: a)
um de caráter previdenciário, que decorre da morte de seu pai, em 1967; e b)
outro de caráter honorífico, que vem sendo pago desde 1996, decorrente de
disposição legal, tendo em vista ser a interessada descendente do alferes
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Eis a norma que outorga o
benefício à agravada (Lei 9.255, de 3 de janeiro de 1996): "Art. 1º É
concedida (...) pensão especial mensal, individual, no valor de R$ 200,00
(duzentos reais), reajustável na mesma data e com os mesmos índices
adotados para o reajustamento das demais pensões pagas pelo Tesouro
Nacional. Parágrafo único. A pensão especial de que trata este artigo é
intransferível e extinguir-se-á com a morte da beneficiária. Art. 2º É vedada a
acumulação deste benefício de quaisquer outros recebidos dos cofres
públicos, resguardado o direito de opção. Art. 3º A despesa decorrente desta
lei correrá à conta da Encargos Previdenciários da União – Recursos sob
Supervisão de Ministério da Fazenda. Art. 4º Esta lei entra em vigor na data
de sua publicação." Alega o agravante que o "v. aresto recorrido acolheu o
pleito da autora, condenando o INSS a cumular benefício de pensão por
morte percebido pela suplicante com pensão especial, à revelia do enunciado
normativo do art. 2º da Lei 9.255, de 1996, que veda a cumulação da aludida
pensão com qualquer outro benefício pago pelos cofres públicos". (...) O
benefício honorífico outorgado pela Lei 9.255/1996 é, portanto, de natureza
reparadora, e que pretende homenagear a memória de Tiradentes, e,
portanto, não há de se confundir com os pagamentos feitos à agravada, a
título previdenciário, que representam contrapartida às contribuições feitas ao
Erário pelo pai da agravada. No que se refere à pensão por morte, a
agravada adquiriu referido direito em decorrência do falecimento de seu pai,
em 1967. Decorridos 29 entre a outorga da pensão previdenciária e a
determinação para o pagamento do benefício honorífico, não há falar,
portanto, sobre vedação para o recebimento dessas verbas de natureza
honorífica. Não se poderia ordenar o pagamento de benefício honorífico que
se condicionasse ao não recebimento de outros benefícios, de natureza
previdenciária, mesmo porque a agravada já ostentava, durante o processo
legislativo que deu origem ao benefício de natureza honorífica, a condição de
beneficiária da referida pensão por morte. Sobre esse ponto, assim se
manifestou a juíza relatora no TRF 1ª Região: "(...) Calha, aqui, indagar:
sendo conhecida, por ocasião do processo legislativo deflagrador da lei em
comento, a circunstância de ser a senhora (...) beneficiada por pensão
anterior, qual a razão ontológica da ressalva albergada no § 2º da referida
lei? Tendo-se presente que a norma em questão se propõe resolver a
situação previdenciária dessa senhora, em especial, e não a de parentes do
Mártir que possam, eventualmente, surgir para reivindicar idêntico tratamento,
por que a carga de generalidade, de imprecisão contida no sobredito
dispositivo? Ora, em tal caso duas respostas se apresentam como possíveis:
ou a lei disse mais do que devia – e como tal, deve ser escoimada da
excrescência –, ou a restrição que ali se contém, qual seja, a de percepção
da nova pensão acumulada de outro benefício dirige-se para o futuro, como é
natural entender, sabido que o Direito alicerça-se, dentre outros, no princípio
da irretroatividade da lei". (...) A jurisprudência deste STF sobre a acumulação
de benefícios de natureza previdenciária e de natureza especial, no caso de
ex-combatentes (art. 53, II, do ADCT da CF/1988), é no sentido da plena
legitimidade, como indica a ementa do RE 236.902, rel. min. Néri da Silveira,
DJ de 1º-10-1999 (...).
[AI 623.655 AgR, voto do min. Gilmar Mendes, j. 11-9-2007, 2ª T, DJ de 28-9-
2007.]

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Pensão por morte de servidora pública estadual, ocorrida antes da EC
20/1998: cônjuge varão: exigência de requisito de invalidez que afronta o
princípio da isonomia. (...) No texto anterior à EC 20/1998, a Constituição se
preocupou apenas em definir a correspondência entre o valor da pensão e a
totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, sem qualquer
referência a outras questões, como, por exemplo, os possíveis beneficiários
da pensão por morte (Precedente: MS 21.540, Gallotti, RTJ 159/787). No
entanto, a lei estadual mineira, violando o princípio da igualdade do art. 5º, I,
da Constituição, exige do marido, para que perceba a pensão por morte da
mulher, um requisito – o da invalidez – que não se presume em relação à
viúva e que não foi objeto do acórdão do RE 204.193, 30-5-2001, Carlos
Velloso, DJ de 31-10-2002. Nesse precedente, ficou evidenciado que o dado
sociológico que se presume em favor da mulher é o da dependência
econômica, e não a de invalidez, razão pela qual também não pode ela ser
exigida do marido. Se a condição de invalidez revela, de modo inequívoco, a
dependência econômica, a recíproca não é verdadeira; a condição de
dependência econômica não implica declaração de invalidez.
[RE 385.397 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 29-6-2007, P, DJ de 6-9-
2007.]
= RE 607.907 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 21-6-2011, 1ª T, DJE de 1º-8-2011

Redação Anterior:
V - pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, obedecido o disposto no § 5º e no art. 202.

"Por preterir a exigência de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo para a


elaboração de normas que disponham sobre servidores públicos e seu regime jurídico, de
acordo com o art. 61, § 1º, II, c, da CF; e, ainda, por ultrapassar a ordem de beneficiários
inscrita no art. 201, V, da mesma Carta, é inconstitucional o art. 283 da Constituição
Fluminense, ao facultar o legado da pensão por morte, a pessoas que não satisfaçam
àquelas condições de dependência.” (ADI 240, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em
26-9-1996, Plenário, DJ de 13-10-2000.)

“Servidor público: pensão por morte: arguição de inconstitucionalidade de preceito


constitucional que, na falta de dependentes, faculta a livre indicação de beneficiário:
plausibilidade da arguição e periculum in mora.” (Pet. 707-MC, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 17-6-1993, Plenário, DJ de 20-8-1993.)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de


benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão
de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de
aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação da EC 103/2019)

Redação Anterior:
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os
casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar. (Redação da EC 47/2005)

I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada


por equipe multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela EC 103/2019)

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,


físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela EC 103/2019)

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Repercussão geral reconhecida com mérito julgado

Aposentadoria especial. Art. 201, § 1º, da Constituição da República.


Requisitos de caracterização. Tempo de serviço prestado sob condições
nocivas. Fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI). (...) A
interpretação do instituto da aposentadoria especial mais consentânea com o
texto constitucional é aquela que conduz a uma proteção efetiva do
trabalhador, considerando o benefício da aposentadoria especial excepcional,
destinado ao segurado que efetivamente exerceu suas atividades laborativas
em "condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física".
Consectariamente, a primeira tese objetiva que se firma é: o direito à
aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a
agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI for realmente capaz de
neutralizar a nocividade, não haverá respaldo constitucional à aposentadoria
especial. A administração poderá, no exercício da fiscalização, aferir as
informações prestadas pela empresa, sem prejuízo do inafastável judicial
review. Em caso de divergência ou dúvida sobre a real eficácia do EPI, a
premissa a nortear a administração e o Judiciário é pelo reconhecimento do
direito ao benefício da aposentadoria especial. Isso porque o uso de EPI, no
caso concreto, pode não se afigurar suficiente para descaracterizar
completamente a relação nociva a que o empregado se submete. (...) Desse
modo, a segunda tese fixada neste recurso extraordinário é a seguinte: na
hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de
tolerância, a declaração do empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do EPI, não descaracteriza o
tempo de serviço especial para aposentadoria.
[ARE 664.335, rel. min. Luiz Fux, j. 4-12-2014, P, DJE de 12-2-2015, Tema
555.]

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do


trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação da EC
20/1998)

Julgados correlatos
Previdenciário. Revisão de benefício. Autoaplicabilidade do art. 201, § 2º
(antigo § 5º), da Constituição da República.
[RE 597.022 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 27-10-2009, 1ª T, DJE de 20-11-
2009.]

Longe fica de transgredir a Carta da República pronunciamento judicial que


implique a satisfação dos proventos considerado o valor representado pelo
salário mínimo.
[AI 482.810 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 30-6-2009, 1ª T, DJE de 21-8-
2009.]

Redação Anterior:
§ 2º - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

"Reajuste dos benefícios de prestação continuada mantidos pela Previdência Social na


data da Constituição de 1988 de acordo com o salário mínimo. Aplicação do art. 58 do
ADCT. Limitação da norma constitucional transitória à edição das Leis 8.212/1991 e
8.213/1991, que regulamentaram, na forma do art. 201, § 2º, da CF, os critérios de revisão
dos benefícios previdenciários. Reajuste dos benefícios iniciados no período compreendido
entre a promulgação da Constituição e o início da vigência das leis de custeio e benefício,
matéria disciplinada no art. 15 da Lei 7.787/1989." (AR 1.572, Rel. Min. Ellen Gracie,
julgamento em 30-8-2007, Plenário, DJ de 21-9-2007.) No mesmo sentido: RE 422.362-
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AgR, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 15-10-2013, Primeira Turma, DJE de 7-
11-2013.

"Previdência Social. Benefícios de prestação continuada mantidos à data da CF/1988.


Acórdão que mandou reajustá-los, até o sétimo mês após a nova Carta, pelo critério
previsto no art. 58 do ADCT/1988, e, daí em diante, pelo referido art. 58 c/c o art. 201, § 2º,
da CF. Alegada ofensa aos referidos dispositivos. Decisão que, efetivamente, ofendeu,
primeiramente, o art. 58 do ADCT que, no § 1º, mandou pagar os benefícios por valores
expressos no número de salários mínimos que tinham à data da concessão, tão somente,
a partir de sétimo mês posterior à promulgação da nova Carta e até a implantação do plano
de custeio e benefícios; e, em segundo lugar, o art. 201, § 2º, que atribuiu ao legislador
ordinário a escolha do critério pelo qual há de ser preservado, em caráter permanente, o
valor real dos benefícios previdenciários. Recurso conhecido em parte e nela provido." (RE
239.899, Rel. p/ o ac. Min. Ilmar Galvão, ,julgamento em 23-3-1999, Primeira Turma, DJ
de 10-11-2000.)

“Previdenciário. Benefício concedido anteriormente à promulgação da CF de 1988. Critério


da equivalência salarial. Inaplicabilidade. Preservação do valor real do benefício.
Legislação infraconstitucional. Observância. Benefício de prestação continuada, deferido
pela Previdência Social sob a égide da CF vigente. Inaplicabilidade do critério da
equivalência salarial previsto no art. 58 do ADCT-CF/1988. Reajuste de benefício
previdenciário. Superveniência das leis de custeio e benefícios. Integralização legislativa. A
CF assegurou tão somente o direito ao reajustamento, outorgando ao legislador ordinário a
fixação dos critérios para a preservação do seu valor real.” (RE 199.994, Rel. p/ o ac. Min.
Maurício Corrêa, julgamento em 23-10-1997, Plenário, DJ de 12-11-1999.)

"O reajustamento dos benefícios de prestação continuada concedidos pela Previdência


Social após a promulgação da Constituição rege-se pelos critérios definidos em lei (CF, art.
201, § 2º). O preceito inscrito no art. 201, § 2º, da Carta Política – constituindo típica norma
de integração – reclama, para efeito de sua integral aplicabilidade, a necessária
intervenção concretizadora do legislador (interpositio legislatoris). Existência da
Lei 8.213/1991, que dispõe sobre o reajustamento dos valores dos benefícios
previdenciários (arts. 41 e 144)." (RE 145.895, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-
2-1995, Primeira Turma, DJ de 18-8-1995.)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício


serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação da EC 20/1998)

Redação Anterior:
§ 3º - Todos os salários de contribuição considerados no cálculo de benefício serão
corrigidos monetariamente.

“Aposentadoria. Cálculo do benefício. Arts. 201, § 3º, e 202, caput, da CF. Art. 58 do
ADCT. Conforme precedentes do STF, o disposto nos arts. 201, § 3º, e 202, caput, da CF,
sobre o cálculo do benefício da aposentadoria, não é autoaplicável, pois, dependente da
legislação, que posteriormente entrou em vigor (Leis 8.212 e 8.213, ambas de 24-7-1991).
Precedentes: MI 306; RE 163.478; RE 164.931; RE 193.456; RE 198.314; RE 198.983.”
(RE 201.091, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 18-4-1997, Primeira Turma, DJ
de 30-5-1997.)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter


permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação da EC
20/1998)

Súmula

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É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.
[Súmula 688.]

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado

Não encontra amparo no Texto Constitucional revisão de benefício


previdenciário pelo valor nominal do salário mínimo.
[RE 968.414, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-5-2020, P, DJE de 3-6-2020, Tema
996.]

Previdenciário. Reajuste de benefícios. Índices de correção monetária


relativos aos anos de 1997, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003.
Constitucionalidade. Percentuais superiores ao INPC. (...) O Plenário do STF,
no julgamento do RE 376.846, rel. min. Carlos Velloso, DJ de 2-4-2004,
afastou a alegação de inconstitucionalidade das normas que fixaram os
índices de correção monetária de benefícios previdenciários empregados nos
reajustes relativos aos anos de 1997, 1999, 2000 e 2001, que foram de um
modo geral superiores ao INPC e observaram os comandos normativos de
regência. Tratando-se de situações semelhantes, os mesmos fundamentos
são inteiramente aplicáveis aos índices de reajuste relativos aos anos de
2002 e 2003.
[ARE 808.107 RG, rel. min. Teori Zavascki, j. 22-5-2014, P, DJE de 1º-8-2014,
Tema 728.]

Julgados correlatos
Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o disposto no art. 201, §
4º, da Constituição do Brasil, assegura a revisão dos benefícios
previdenciários conforme critérios definidos em lei, ou seja, compete ao
legislador ordinário definir as diretrizes para a conservação do valor real do
benefício.
[AI 668.444 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 13-11-2007, 2ª T, DJ de 7-12-2007.]
= AI 689.077 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-6-2009, 1ª T, DJE de
21-8-2009

Reajuste de benefício de prestação continuada. Índices aplicados para


atualização do salário de benefício. Arts. 20, § 1º, e 28, § 5º, da
Lei 8.212/1991. Princípios constitucionais da irredutibilidade do valor dos
benefícios (art. 194, IV) e da preservação do valor real dos benefícios (art.
201, § 4º). Não violação. (...) Os índices de atualização dos salários-de-
contribuição não se aplicam ao reajuste dos benefícios previdenciários de
prestação continuada.
[AI 590.177 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 6-3-2007, 2ª T, DJ de 27-4-2007.]

No caso concreto, a recorrida é pensionista do INSS desde 4-10-1994,


recebendo (...) aproximadamente o valor de R$ 948,68. Acórdão recorrido
que determinou a revisão do benefício de pensão por morte, com efeitos
financeiros correspondentes à integralidade do salário de benefícios da
previdência geral, a partir da vigência da Lei 9.032/1995. Concessão do
referido benefício ocorrida em momento anterior à edição da Lei 9.032/1995.
No caso concreto, ao momento da concessão, incidia a Lei 8.213, de 24 de
julho de 1991. Na espécie, o benefício da pensão por morte configura-se

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como direito previdenciário de perfil institucional cuja garantia corresponde à
manutenção do valor real do benefício, conforme os critérios definidos em lei
(CF, art. 201, § 4º).
[RE 415.454 e RE 416.827, rel. min. Gilmar Mendes, j. 8-2-2007, P, DJ de 26-
10-2007.]
= RE 603.344 ED-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-8-2010, 1ª T, DJE de 24-
9-2010

Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: CF, art. 201,


§ 4º; Lei 8.212/1991, art. 12: aplicação à espécie, mutatis mutandis, da
decisão plenária da ADI 3.105, rel. p/ o ac. min. Peluso, DJ de 18-2-2005. A
contribuição previdenciária do aposentado que retorna à atividade está
amparada no princípio da universalidade do custeio da Previdência Social
(CF, art. 195); o art. 201, § 4º, da CF "remete à lei os casos em que a
contribuição repercute nos benefícios".
[RE 437.640, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 5-9-2006, 1ª T, DJ de 2-3-2007.]

A adoção do INPC, como índice de reajuste dos benefícios previdenciários,


não ofende a norma do art. 201, § 4º, da Carta de Outubro.
[RE 376.145 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 28-10-2003, 1ª T, DJ de 28-11-
2003.]
= AI 754.999 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 29-9-2009, 2ª T, DJE de 23-10-2009

A presunção de constitucionalidade da legislação infraconstitucional


realizadora do reajuste previsto no art. 201, § 4º, da CF somente pode ser
elidida mediante demonstração da impropriedade do percentual adotado para
o reajuste. Os percentuais adotados excederam os índices do INPC ou
destes ficaram abaixo, num dos exercícios, em percentual desprezível e
explicável, certo que o INPC é o índice mais adequado para o reajuste dos
benefícios, já que o IGP-DI [Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna]
melhor serve para preços no atacado, porque retrata, basicamente, a
variação de preços do setor empresarial brasileiro.
[RE 376.846, rel. min. Carlos Velloso, j. 24-9-2003, P, DJ de 2-4-2004.]
= AI 676.547 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 26-6-2012, 2ª T, DJE de 24-
9-2012
Vide ARE 808.107 RG, rel. min. Teori Zavascki, j. 22-5-2014, P, DJE de 1º-8-
2014, Tema 728

Recurso extraordinário. Declaração de inconstitucionalidade, por turma


recursal, de dispositivos que regulamentam o reajuste de benefício
previdenciário. Alegada violação ao art. 201, § 4º, da CF. Princípio da
preservação do valor real dos benefícios. Concessão de medida liminar para
suspensão dos processos que versem sobre a mesma controvérsia. Arts. 14,
§ 5º, e 15 da Lei 10.259, de 12-7-2001 – Lei dos Juizados Especiais
Federais. Inviabilidade de se deferir a liminar, na forma solicitada, pelo menos
até a edição das normas regimentais pertinentes. Apreciação do pleito como
pedido de tutela cautelar. Atribuição de efeito suspensivo ao recurso
extraordinário. Pedido deferido para conferir efeito suspensivo ao recurso
extraordinário, até que a Corte aprecie a questão.
[RE 376.852 MC, rel. min. Gilmar Mendes, j. 27-3-2003, P, DJ de 13-6-2003.]

Conversão do benefício para URV. Observância das Leis 8.542/1992,


8.700/1993 e 8.880/1994. Inconstitucionalidade da palavra "nominal" contida
no inciso I do art. 20 da Lei 8.880/1994, por ofensa à garantia constitucional
do direito adquirido (CF, art. 5º, XXXVI). Improcedência. O referido vocábulo
apenas traduz a vontade do legislador de que, no cálculo da média aritmética
do valor a ser convertido para a nova moeda fossem considerados os
reajustes e antecipações efetivamente concedidos nos meses de novembro e
dezembro de 1993 e janeiro e fevereiro de 1994.
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[RE 313.382, rel. min. Maurício Corrêa, j. 26-9-2002, P, DJ de 8-11-2002.]
= AI 587.822 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 14-9-2010, 2ª T, DJE de 3-11-2010

Redação Anterior:
§ 4º - Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário
para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos
casos e na forma da lei.

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de


segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.
(Redação da EC 20/1998)

Redação Anterior:
§ 5º - Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

"A jurisprudência do STF reconhece que as normas inscritas no art. 201, § 5º, da
Constituição da República revestem-se de autoaplicabilidade. A garantia jurídico-
previdenciária outorgada por esses preceitos constitucionais tornou-se efetiva, em face da
sua imediata aplicabilidade, a partir do dia 5 de outubro de 1988, data em que entrou em
vigor a nova Constituição do Brasil." (RE 192.647, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento
em 4-2-1997, DJ de 16-10-1998.) No mesmo sentido: RE 597.022-AgR, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgamento em 27-10-2009, Primeira Turma, DJE de 20-11-2009.

"A garantia jurídico-previdenciária outorgada pelo art. 201, § 5º e § 6º, da Carta Federal
deriva de norma provida de eficácia plena e revestida de aplicabilidade direta, imediata e
integral. Esse preceito da Lei Fundamental qualifica-se como estrutura jurídica dotada de
suficiente densidade normativa, a tornar prescindível qualquer mediação legislativa
concretizadora do comando nele positivado. Essa norma constitucional – por não reclamar
a interpositio legislatoris – opera, em plenitude, no plano jurídico, todas as suas
virtualidades eficaciais, revelando-se aplicável, em consequência, desde a data da
promulgação da Constituição Federal de 1988." (RE 151.106-AgR, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 28-9-1993, Primeira Turma, DJ de 26-11-1993.)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação da EC 20/1998)

Julgado correlato
Contribuição para a seguridade social. Incidência sobre a gratificação natalina
(13º salário) paga aos empregados. Exigibilidade da contribuição.
[RE 272.761, rel. p/ o ac. min. Nelson Jobim, j. 13-2-2001, 2ª T, DJ de 22-3-
2002.]

Redação Anterior:
§ 6º - A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano.

"A garantia jurídico-previdenciária outorgada pelo art. 201, § 5º e § 6º, da CF deriva de


norma provida de eficácia plena e revestida de aplicabilidade direta, imediata e integral.
Esse preceito da Lei Fundamental qualifica-se como estrutura jurídica dotada de suficiente
densidade normativa, a tornar prescindível qualquer mediação legislativa concretizadora do
comando nele positivado. Essa norma constitucional – por não reclamar a interpositio
legislatoris – opera, em plenitude, no plano jurídico, todas as suas virtualidades eficaciais,
revelando-se aplicável, em consequência, desde a data da promulgação da CF de 1988."
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(RE 151.106-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 28-9-1993, Primeira Turma,
DJ de 26-11-1993.)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos


da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação da EC 20/1998)

Julgados correlatos
O Plenário desta Corte, no julgamento da ADI 2.111 MC/DF, rel. min. Sydney
Sanches, entendeu constitucional o fator previdenciário previsto no art. 29,
caput, incisos e parágrafos, da Lei 8.213/1991, com redação dada pelo art. 2º
da Lei 9.876/1999.
[ARE 648.195 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-12-2011, 2ª T, DJE
de 14-2-2012.]
= ARE 652.752 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 12-6-2012, 2ª T, DJE de
1º-8-2012

Aposentadoria concedida com proventos integrais, tendo em consideração o


preenchimento dos requisitos legais exigidos. Pretensão de transformação do
benefício com proventos proporcionais: impossibilidade.
[RE 352.391 AgR, rel. min. Carlos Velloso, j. 6-12-2005, 2ª T, DJ de 3-2-
2006.]
= AI 810.744 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 2-12-2010, 1ª T, DJE de
1º-2-2011

Aposentadoria: proventos: direito adquirido aos proventos conforme a lei


regente ao tempo da reunião dos requisitos da inatividade, ainda quando só
requerida após a lei menos favorável (Súmula 359, revista): aplicabilidade a
fortiori à aposentadoria previdenciária.
[RE 243.415, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 14-12-1999, 1ª T, DJ de 11-2-
2000.]
= MS 26.196, rel. min. Ayres Britto, j. 18-11-2010, P, DJE de 1º-2-2011

Redação Anterior:
§ 7º - A previdência social manterá seguro coletivo, de caráter complementar e facultativo,
custeado por contribuições adicionais.

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de


idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação da EC
103/2019)

Redação Anterior:
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
(Incluído pela EC 20/1998)

II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade,


se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal. (Redação da EC 103/2019)

Redação Anterior:
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os

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que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído pela EC 20/1998)

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco)


anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
complementar. (Redação EC 103/2019)

Controle concentrado de constitucionalidade


Ação direta de inconstitucionalidade manejada contra o art. 1º da Lei
federal 11.301/2006, que acrescentou o § 2º ao art. 67 da Lei 9.394/1996.
Carreira de magistério. Aposentadoria especial para os exercentes de função
de direção, coordenação e assessoramento pedagógico. Alegada ofensa aos
arts. 40, § 5º, e 201, § 8º, da CF. Inocorrência. Ação julgada parcialmente
procedente, com interpretação conforme. A função de magistério não se
circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula, abrangendo também a
preparação de aulas, a correção de provas, o atendimento aos pais e alunos,
a coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção de
unidade escolar. As funções de direção, coordenação e assessoramento
pedagógico integram a carreira do magistério, desde que exercidos, em
estabelecimentos de ensino básico, por professores de carreira, excluídos os
especialistas em educação, fazendo jus aqueles que as desempenham ao
regime especial de aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 5º, e 201, § 8º,
da CF.
[ADI 3.772, red. do ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-10-2008, P, DJE de
29-10-2009.]
= RE 1.039.644 RG, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-10-2017, P, DJE de
13-11-2017, Tema 965
Vide ADI 2.253, rel. min. Maurício Corrêa, j. 25-3-2004, P, DJ de 7-5-2004

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado


Para a concessão da aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 5º, da
Constituição, conta-se o tempo de efetivo exercício, pelo professor, da
docência e das atividades de direção de unidade escolar e de coordenação e
assessoramento pedagógico, desde que em estabelecimentos de educação
infantil ou de ensino fundamental e médio.
[RE 1.039.644 RG, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-10-2017, P, DJE de
13-11-2017, Tema 965.]
= ADI 3.772, red. do ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-10-2008, P, DJE de
29-10-2009

(...) reafirmação da jurisprudência desta Corte, a fim de assentar a vedação


da conversão do tempo de serviço especial em comum na função de
magistério após a EC 18/1981.
[ARE 703.550 RG, voto do min. Gilmar Mendes, j. 2-10-2014, P, DJE de 21-
10-2014, Tema 772.]
= ARE 742.005 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 1º-4-
2014
= ADI 178, rel. min. Maurício Corrêa, j. 22-2-1996, P, DJE de 26-4-1996

Julgado correlato
No regime anterior à EC 18/1981, a atividade de professor era considerada
como especial (Decreto 53.831/1964, Anexo, Item 2.1.4). Foi a partir dessa
emenda que a aposentadoria do professor passou a ser espécie de benefício
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por tempo de contribuição, com o requisito etário reduzido, e não mais uma
aposentadoria especial.
[ARE 742.005 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 1º-4-
2014.]
= ARE 703.550 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 2-10-2014, P, DJE de 21-10-
2014, Tema 772
Vide ADI 3.772, red. do ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-10-2008, P, DJE
de 29-10-2009

Redação Anterior:
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco
anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação da
EC 20/1998)

§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de


contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de
previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira, de
acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação da EC 103/2019)

Controle concentrado de constitucionalidade


(...) Lei 14.016, de 14-4-2010, do Estado de São Paulo (...). A extinção da
Carteira de Previdência das Serventias Não Oficializadas da Justiça daquele
Estado, embora possível por meio da referida lei, deve, contudo, respeitar o
direito adquirido dos participantes que já faziam jus aos benefícios à época
da edição da lei, bem como o direito à contagem recíproca do tempo de
contribuição para aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social
(RGPS) (CF, art. 201, § 9º) dos participantes que ainda não haviam
implementado os requisitos para a fruição dos benefícios. Ação direta de
inconstitucionalidade cujo pedido se julga parcialmente procedente para: (i)
declarar a inconstitucionalidade do art. 3º, caput e § 1º, da Lei 14.016/2010,
do Estado de São Paulo, no que excluem a assunção de responsabilidade
pelo Estado; (ii) conferir interpretação conforme à Constituição ao restante do
diploma impugnado, proclamando que as regras não se aplicam a quem, na
data da publicação da lei, já estava em gozo de benefício ou tinha cumprido,
com base no regime instituído pela Lei estadual 10.393/1970, os requisitos
necessários à concessão; (iii) quanto aos que não implementaram todos os
requisitos, conferir interpretação conforme para garantir-lhes a faculdade da
contagem de tempo de contribuição para efeito de aposentadoria pelo RGPS,
nos termos do art. 201, § 9º, da CF.
[ADI 4.420, red. do ac. min. Roberto Barroso, j. 16-11-2016, P, DJE de 1º-8-
2017.]

Servidor público. Aposentadoria. Contagem do tempo de contribuição na


atividade privada para fins de compensação financeira. Restrição do período
por lei estadual. Ofensa ao art. 202, § 2º, da Carta Magna (atual art. 201, §
9º).
[ADI 1.798, rel. min. Gilmar Mendes, j. 27-8-2014, P, DJE de 5-11-2014.]

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado

Nota: A referência ao § 2º do art. 202 da Constituição, no acórdão abaixo,


corresponde atualmente ao § 9º do art. 201, redação da EC 20/1998.

A imposição de restrições, por legislação local, à contagem recíproca do


tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada para
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fins de concessão de aposentadoria viola o art. 202, § 2º, da CF, com
redação anterior à EC 20/1998. Precedentes.
[RE 650.851 QO, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-10-2014, P, DJE de 12-12-
2014, Tema 522.]

Julgados correlatos

No sistema de compensação financeira entre regimes previdenciários, o que


deve prevalecer não é o interesse de um ou de outro regime, nem dessa ou
daquela unidade federada, mas sim o interesse público, que se expressa, em
especial, nas sadias concessões e manutenções dos benefícios
previdenciários, seja qual for o ente da federação responsável por eles.
[ACO 2.086, rel. min. Dias Tofolli, j. 18-10-2019, P, DJE de 2-12-2019.]

É inadmissível a contagem recíproca do tempo de serviço rural para fins de


aposentadoria no serviço público sem que haja o recolhimento das
contribuições previdenciárias correspondentes.
[MS 26.461, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 2-2-2009, P, DJE de 6-3-2009.]
= MS 27.699 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 21-8-2012, 1ª T, DJE de 4-9-2012

A contagem recíproca é um direito assegurado pela Constituição do Brasil. O


acerto de contas que deve haver entre os diversos sistemas de previdência
social não interfere na existência desse direito, sobretudo para fins de
aposentadoria. Tendo exercido suas atividades em condições insalubres à
época em que submetido aos regimes celetista e previdenciário, o servidor
público possui direito adquirido à contagem desse tempo de serviço de forma
diferenciada e para fins de aposentadoria. Não seria razoável negar esse
direito à recorrida pelo simples fato de ela ser servidora pública estadual e
não federal. E isso mesmo porque condição de trabalho, insalubridade e
periculosidade, é matéria afeta à competência da União (Constituição do
Brasil, art. 22, I – direito do trabalho).
[RE 255.827, rel. min. Eros Grau, j. 25-10-2005, 1ª T, DJ de 2-12-2005.]
= RE 333.246 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-11-2011, 1ª T, DJE de 7-12-
2011

Redação Anterior:
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em
que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei. (Incluído pela EC 20/1998)

§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42,
142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a
regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de
inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as
receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos
demais regimes. (Incluído pela EC 103/2019)

§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não


programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado.
(Redação da EC 103/2019)

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Repercussão geral reconhecida com mérito julgado


(...) os benefícios previdenciários devem ser regulados pela lei vigente ao
tempo em que preenchidos os requisitos necessários à sua concessão, não
sendo possível a aplicação de lei posterior para o cálculo ou majoração de
benefícios já concedidos pelo INSS, salvo quando expressamente previsto no
novo diploma legal.
[RE 613.033 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-4-2011, P, DJE de 9-6-2011, Tema
388.]

Redação Anterior:
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído
pela EC 20/1998)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao


salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em
benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído pela EC 20/1998)

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado

É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito a título


de terço constitucional de férias.
[RE 1.072.485, rel. min. Marco Aurélio, j. 31-8-2020, P, DJE de 2-10-2020,
Tema 985.]

Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos


proventos de aposentadoria do servidor público, tais como ‘terço de férias’,
‘serviços extraordinários’, ‘adicional noturno’ e ‘adicional de insalubridade.
[RE 593.068, rel. min. Roberto Barroso, j. 11-10-2018, P, DJE de 22-3-2019,
Tema 163.]

A contribuição social a cargo do empregador incide sobre ganhos habituais


do empregado, a qualquer título, quer anteriores, quer posteriores à EC
20/1998 – inteligência dos arts. 195, I, e 201, § 11, da CF.
[RE 565.160, rel. min. Marco Aurélio, j. 29-3-2017, P, DJE de 23-8-2017,
Tema 20.]

Segundo afirmado por precedentes de ambas as Turmas deste STF, a


eficácia do preceito veiculado pelo art. 7º, XI, da CF – inclusive no que se
refere à natureza jurídica dos valores pagos a trabalhadores sob a forma de
participação nos lucros para fins tributários – depende de regulamentação.
Na medida em que a disciplina do direito à participação nos lucros somente
se operou com a edição da MP 794/1994 e que o fato gerador em causa
concretizou-se antes da vigência desse ato normativo, deve incidir, sobre os
valores em questão, a respectiva contribuição previdenciária.
[RE 569.441, red. do ac. min. Teori Zavascki, j. 30-10-2014, P, DJE de 10-2-
2015, Tema 344.]

Julgados correlatos
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O Tribunal Pleno, em sede de repercussão geral (Tema 20), fixou a tese no


sentido de que "a contribuição social a cargo do empregador incide sobre
ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou posteriores à EC
20/1998". Desse modo, é válida a incidência de contribuição previdenciária
patronal sobre os valores pagos a título de terço constitucional de férias, hora
extra, adicionais de insalubridade, periculosidade e trabalho noturno, cuja
natureza de contraprestação ao trabalho habitual prestado é patente.
[ARE 1.048.172 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 6-10-2017, 2ª T, DJE de 27-10-
2017.]

A compreensão da fundamentação dos votos da maioria vencedora revela a


necessária restrição dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade do
art. 4º da Lei 7.418/1985 e do art. 5º do Decreto 95.247/1987 exclusivamente
no que concerne ao domínio tributário, para afastar a incidência de
contribuição previdenciária pelo só pagamento da verba em dinheiro,
mantendo-se hígida, no mais, a sistemática do vale-transporte para os
demais fins, notadamente à luz dos domínios remanescentes do direito
positivo.
[RE 478.410 ED, rel. min. Luiz Fux, j. 15-12-2011, P, DJE de 6-2-2012.]

Contribuição previdenciária. (...) Vale-transporte. (...) Pago o benefício de que


se cuida neste recurso extraordinário em vale-transporte ou em moeda, isso
não afeta o caráter não salarial do benefício. Ao admitirmos não possa esse
benefício ser pago em dinheiro sem que seu caráter seja afetado, estaríamos
a relativizar o curso legal da moeda nacional. A funcionalidade do conceito de
moeda revela-se em sua utilização no plano das relações jurídicas. O
instrumento monetário válido é padrão de valor, enquanto instrumento de
pagamento sendo dotado de poder liberatório: sua entrega ao credor libera o
devedor. Poder liberatório é qualidade da moeda enquanto instrumento de
pagamento que se manifesta exclusivamente no plano jurídico: somente ela
permite essa liberação indiscriminada, a todo sujeito de direito, no que tange
a débitos de caráter patrimonial. A aptidão da moeda para o cumprimento
dessas funções decorre da circunstância de ser ela tocada pelos atributos do
curso legal e do curso forçado. A exclusividade de circulação da moeda está
relacionada ao curso legal, que respeita ao instrumento monetário enquanto
em circulação; não decorre do curso forçado, dado que este atinge o
instrumento monetário enquanto valor e a sua instituição [do curso forçado]
importa apenas em que não possa ser exigida do poder emissor sua
conversão em outro valor. A cobrança de contribuição previdenciária sobre o
valor pago, em dinheiro, a título de vales-transporte, pelo recorrente aos seus
empregados afronta a Constituição, sim, em sua totalidade normativa.
[RE 478.410, rel. min. Eros Grau, j. 10-3-2010, P, DJE de 14-5-2010.]

Servidor público. Contribuição previdenciária: não incidência sobre a


vantagem não incorporável ao vencimento para o cálculo dos proventos de
aposentadoria, relativa ao exercício de função ou cargo comissionados (CF,
art. 40, § 12, c/c art. 201, § 11, e art. 195, § 5º; Lei 9.527, de 10-12-1997).
[RE 463.348, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 14-2-2006, 1ª T, DJ de 7-4-
2006.]
= RE 467.624 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 26-5-2009, 1ª T, DJE de 1º-7-
2009

A gratificação natalina, em virtude de sua natureza salarial, é hipótese de


incidência da contribuição previdenciária.
[RE 411.102 ED, rel. min. Celso de Mello, j. 2-3-2004, 2ª T, DJ de 20-10-
2006.]
= RE 394.499 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 28-2-2012, 1ª T, DJE de 23-3-
2012
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§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas


diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se
encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde
que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação da EC 103/2019)

Redação Anterior:
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual
a um salário mínimo. (Redação da EC 47/2005)

§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um)


salário-mínimo. (Redação da EC 103/2019)

Redação Anterior:
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de
previdência social. (Incluído pela EC 47/2005)

§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de


concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído pela
EC 103/2019)

§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a


acumulação de benefícios previdenciários. (Incluído pela EC 103/2019)

§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das


sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados
compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao
atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma
estabelecida em lei. (Incluído pela EC 103/2019)

Item 218
Art. CF OK
de 398.

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