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DIREITO TRIBUTÁRIO
CARREIRAS JURÍDICAS – MÓDULO I
PROF. EDUARDO SABBAG

DOUTOR EM DIREITO TRIBUTÁRIO – PUC/SP


DOUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA – PUC/SP
PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO (UNIVERSIDADE MACKENZIE/SP)
ADVOGADO TRIBUTARISTA

CONTEÚDO A MINISTRAR NO MÓDULO I:


Sistema Constitucional Tributário; Princípios Gerais de Direito Tributário; Princípios Constitucionais Tributá-
rios. Imunidades; Conceito e espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos com-
pulsórios e contribuições).

NOSSA ORGANIZAÇÃO: CONTEÚDO A MINISTRAR NO CURSO.

- IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – PARTE I (Aula 1);


- IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – PARTE II (Aula 2);
- TRIBUTOS - CINCO ESPÉCIES (Aula 3);
- TRIBUTOS - CINCO ESPÉCIES (Aula 4).

TEMA DE HOJE (AULA 2/4):

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS E
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (INÍCIO)

NOSSA SUGESTÃO DE CONCEITO PARA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA:

“Norma constitucional de exoneração tributária, que, justificada no conjunto de caros valores proclamados na Car-
ta Magna, inibe negativamente a atribuição de competência impositiva e credita ao beneficiário o direito público
subjetivo de ‘não incomodação’ perante o ente tributante”. (SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito Tri-
butário. 10. ed., São Paulo: Saraiva, 2018, p. 298)

ART. 150, VI, “c”, CF


IMUNIDADES NÃO AUTOAPLICÁVEIS

DISSECANDO O DISPOSITIVO...

ALÍNEA “C”:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distri-
to Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos tra-
balhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos OS REQUISITOS
DA LEI;

ALÍNEA “C”: quatro pessoas jurídicas protegidas:


1. partidos políticos (e suas fundações);
2. sindicatos dos trabalhadores;
3. instituições de educação; e
4. entidades de assistência social.

VOLTANDO AO TEXTO CONSTITUCIONAL...

DEVE-SE LER A ALÍNEA “C” COM O §4º DO ART. 150 DA CF:

Art. 150, § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a ren-
da e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

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VER, AINDA:

SÚMULA 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qual-
quer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.

SÚMULA VINCULANTE N. 52 – Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel perten-
cente a qualquer das entidades referidas pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, desde que
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. (Sessão Plená-
ria: 18 de junho de 2015)

DICAS FINAIS:

1. SÚMULA N. 730, STF: “A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos
pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se
não houver contribuição dos beneficiários”.

ENTIDADES FECHADAS DE PREV. SOCIAL PRIVADA

Em 2001, o STF reiterou o posicionamento no RE n. 259.756, cujo teor deu ensejo à edição da Súmula n. 730.
Note a ementa e a súmula:

EMENTA/2001: IMUNIDADE. ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. (...) o fato de mostrar-se one-
rosa a participação dos beneficiários do plano de previdência privada afasta a imunidade prevista na alínea “c” do
inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal. Incide o dispositivo constitucional, quando os beneficiários não
contribuem e a mantenedora arca com todos os ônus. (...) (RE 259.756/RJ, Pleno, rel. Min. Marco Aurélio, j.
28-11-2001)

2. ENTIDADES DO “SISTEMA S” (SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS): imunidade para o ITBI na aquisição de


imóvel pelo SENAC (STF, RE 470.520, em set. 2013)

AS ENTIDADES DO “SISTEMA S” e a IMUNIDADE

Ainda no plano jurisprudencial, após decisão monocrática prolatada pelo Min. Dias Toffoli, em 11-03-2013, na qual
se reconheceu a imunidade tributária (ITBI) diante da aquisição de bem imóvel pelo SENAC para a realização de
seu propósito institucional, (...) o STF pôs fim à questão, no mesmo ano, chancelando a benesse constitucional
(RE 470.520, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª T., j. em 17-09-2013). O dado curioso é que se tratava de compra de um
terreno para a futura construção da edificação. Daí se ter evidenciado, no referido julgado, com base em veredicto
exarado no mês anterior, que “a constatação de que um (...) imóvel está vago ou sem edificação não é suficien-
te, por si só, para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não utilização temporária deflagra uma
neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a fruição da imunidade”. (...)

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Em outras palavras, se a entidade imune adquirir bem imóvel vago (sem edificação) para ulterior destinação ao
propósito institucional, não haverá a necessidade de aguardar a realização objetiva do projeto arquitetônico para o
desfrute da norma protetiva, ou seja, não se pode presumir que a alegação da interessada é simplesmente con-
jectural. (...)

Por fim, no mesmo RE 385.091, o STF ratificou o entendimento de que “adquirido o ‘status’ de imune, as presun-
ções sobre o enquadramento originalmente conferido devem militar a favor do contribuinte, de modo que o afas-
tamento da imunidade só pode ocorrer mediante a constituição de prova em contrário produzida pela administra-
ção tributária”. (RE 385.091, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª T., j. em 06/08/2013). (...)

Alguns dias depois, o STJ (AgRg no AREsp 304.162-RJ, rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª T., j. em 13-08-2013)
teve a oportunidade de confirmar o entendimento da Corte Suprema, em caso assemelhado. Posto isso, há que
se estender a imunidade aos serviços sociais autônomos, que cumprem o sublime mister de integrar os trabalha-
dores no mercado de trabalho.

JURISPRUDÊNCIA ATUALIZADA – STF - 2017


ENTIDADES BENEFICENTES

Afirmou que a reserva de lei complementar aplicada à regulamentação da imunidade tributária, prevista no art.
195, § 7º, da Constituição Federal (CF), limita-se à definição de contrapartidas a serem observadas (...)para ga-
rantir a finalidade beneficente dos serviços prestados pelas entidades de assistência social, o que não impede
seja o procedimento de habilitação dessas entidades positivado em lei ordinária. (...)

Assim, diante da relevância das imunidades de contribuições sociais para a concretização de uma política de Es-
tado voltada à promoção do mínimo existencial e da necessidade de evitar que as entidades compromissadas
com esse fim sejam surpreendidas com bruscas alterações legislativas desfavoráveis à continuidade de seus tra-
balhos, deve incidir nesse caso a reserva legal qualificada prevista no art. 146, II, da CF. (...)

Aspectos meramente procedimentais referentes à certificação, à fiscalização e ao controle administrativo continu-


am passíveis de definição em lei ordinária. A lei complementar é forma somente exigível para a definição do modo
beneficente de atuação das entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmen-
te quanto às contrapartidas a serem observadas por elas. Por essas razões, o ministro Teori Zavascki concluiu
pela inconstitucionalidade dos artigos da Lei 9.732/1998 que criaram contrapartidas a serem observadas pelas
entidades beneficentes, e também dos arts. 1º, IV; 2º, IV e §§ 1º e 3º; 7º, § 4º, do Decreto 752/1993, que perde-
ram o indispensável suporte legal do qual derivam.
(...)
As sucessivas redações do art. 55, II, da Lei 8.212/1991 têm em comum a exigência de registro da entidade no
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), a obtenção do certificado expedido pelo órgão e a validade
trienal do documento. Como o conteúdo da norma tem relação com a certificação da qualidade de entidade bene-
ficente, fica afastada a tese de vício formal. (...)

Essas normas tratam de meros aspectos procedimentais necessários à verificação do atendimento das finalidades
constitucionais da regra de imunidade.

ADI 2028/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 23.2 e 2.3.2017.
ADI 2036/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 23.2 e 2.3.2017.
ADI 2621/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 23.2 e 2.3.2017.
ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 23.2 e 2.3.2017.
ART. 150, VI, “d”, CF

IMUNIDADE DE IMPRENSA

PRINCIPAL DISPOSITIVO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distri-
to Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos tra-
balhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da
lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela EC n. 75/2013)

DISSECANDO O DISPOSITIVO...

ALÍNEA “D”:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distri-
to Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

ALÍNEA “D”: Imunidade de Imprensa

Imunidade objetiva (protege bens/coisas)


Portanto, não é subjetiva o que ocorre nas alíneas “a”, “b” e “c”)

Efeito prático: se ela é “objetiva”, afastam-se o ICMS, o IPI, e o II, basicamente. Por outro lado, a editora deverá
arcar com o normal pagamento do IPTU, IPVA, IR, ITBI etc.

JURISPRUDÊNCIA ATUALIZADÍSSIMA:

O STF, em março de 2017, analisou importante caso. Veja, antes, o que havíamos destacado em nosso Manual,
acerca do tema (Trecho extraído do Manual de Direito Tributário, 9ª ed., 2017, p. 394):

“Em fevereiro de 2010, o Ministro Dias Toffoli, em decisão monocrática no RE 330.817/RJ, afastou a imunidade do
livro eletrônico. O mencionado recurso extraordinário foi movido pelo governo do Rio de Janeiro contra acórdão da
Justiça fluminense, que imunizara a Editora Elfez Edição Comércio e Serviços quanto ao pagamento de ICMS
sobre a venda de CDs (...)relativos à sua Enciclopédia Jurídica Soibelman. É oportuno registrar, ainda, que, antes
de Toffoli, os ministros Joaquim Barbosa, Eros Grau e Cezar Peluso já haviam votado monocraticamente contra a
extensão da imunidade a conteúdos eletrônicos (ver, respectivamente, RE 416.579/RJ, RE 282.387/RJ e AI
530.958/GO). Ocorre, porém, que o Ministro Toffoli reconsiderou a sua decisão e manifestou pela existência da
repercussão geral da questão constitucional suscitada. (...)

O Pleno do STF acatou a decisão em setembro de 2012. (...)”

O STF, em 8 de março de 2017, julgou o caso. Observe o excerto do julgado:


“ De igual modo, as mudanças históricas e os fatores políticos e sociais da atualidade, seja em razão do avanço
tecnológico, seja em decorrência da preocupação ambiental, justificam a equiparação (...)do “papel”, numa visão
panorâmica da realidade e da norma, aos suportes utilizados para a publicação dos livros. Nesse contexto moder-
no, portanto, a teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (“e-
readers”) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que eventualmente equipados com funcionalidades
acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos, marcadores, escolha
do tipo e tamanho da fonte e outros. (...)

Apesar de não se confundirem com os livros digitais propriamente ditos, esses aparelhos funcionam como o papel
dos livros tradicionais impressos, e o propósito seria justamente mimetizá-lo. Estão enquadrados, portanto, no
conceito de suporte abrangido pela norma imunizante. Entretanto, esse entendimento não é aplicável aos apare-
lhos multifuncionais, como “tablets”, “smartphones” e “laptops”, (...)os quais são muito além de meros equipamen-
tos utilizados para a leitura de livros digitais. No caso concreto, o CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou supor-
te e aquilo que está nele fixado (seu conteúdo textual) é o livro, ambos abarcados pela imunidade do citado dispo-
sitivo constitucional. (RE 330.817/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, j. em 8.3.2017; RE 595.676/RJ, rel. Min. Marco Aurélio,
j. em 8.3.2017)

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IMUNIDADE DE IMPRENSA E O ÁLBUM DE FIGURINHAS:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, “D” DA CF/88. “ÁLBUM DE FIGURI-
NHAS”. ADMISSIBILIDADE. (...) 2. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor
artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. 3. Não
cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão
importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor
pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário conhecido e provi-
do. (RE 221.239/SP, 2ª T., rel. Min. Ellen Gracie, j. 25- 05-2004)

OBSERVAÇÃO: e as listas telefônicas? Para o STF, são periódicos igualmente imunes (“utilidade social do bem”).
IMUNIDADE DE IMPRENSA

ART. 150, VI, “D”, CF


Análise do papel destinado à impressão: o insumo protegido, com exclusivismo.

IMUNIDADE DE IMPRENSA - ART. 150, VI, “D”, CF


JURISPRUDÊNCIA ATUAL:
STF:

29 de maio de 2018
1ª Turma,
ARE 1.100.204/SP
(rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes)

IMUNIDADE DE IMPRENSA
ART. 150, VI, “D”, CF

FONTE:
SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito Tributário. 10. ed., Saraiva: São Paulo, 2018, p. 406-411.
E O PAPEL, COMO INSUMO?

HÁ PROBLEMAS QUANTO À IMUNIDADE?


O papel é o único insumo previsto na alínea “d”, ao lado dos três veículos de pensamento (livros, jornais e periódi-
cos) ali protegidos.

E como fica a interpretação quanto à extensão da norma a outros insumos (diversos do papel)?

Certos Tribunais vêm entendendo que a imunidade deve ser estendida, por exemplo, à tinta destinada à impres-
são desses veículos de pensamento, com o fundamento de que é um insumo imprescindível para sua publicação.

O STF, por sua vez, mantém-se fiel à literalidade do texto constitucional, interpretando restritivamente a alínea e
vedando-lhe alcançar outros insumos. Aceita, nesse passo, a imunidade para todo e qualquer tipo de papel que
venha a ser utilizado na produção de livros, jornais e periódicos, guardando com ele correspondência, na materia-
lidade e natureza.

Em outras palavras, chancelou uma imunidade para materiais que se mostrem assimiláveis ao papel, abrangendo,
em consequência, para esse efeito o papel para telefoto, o papel fotográfico (para fotocomposição por laser) e os
filmes fotográficos, sensibilizados ou não impressionados (para imagens monocromáticas).

Pacificou, assim, o entendimento segundo o qual “o benefício constitucional alcança não só o papel utilizado dire-
tamente na confecção dos bens referidos, como também insumos nela consumidos, como são os filmes e papéis
fotográficos” (RE 174.476, Pleno, rel. Min. Maurício Corrêa, j. em 26-09-1996).

A partir desse julgado, que serviu de precedente para inúmeros outros que a ele sobrevieram, sacramentou-se a
interpretação restritiva para o insumo mencionado na parte final da alínea “d” – o papel destinado à impressão de
livros, jornais e periódicos. Essa diretriz jurisprudencial exclui do alcance tutelar da garantia constitucional em
estudo quaisquer outros insumos, ainda que referentes a:

a) importação de insumos gráficos;

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b) tintas;
c) maquinários e peças necessárias à produção (impressora rotativa de jornal e chapas de gravação para compo-
sição de imagem monocromática);
d) equipamentos a serem utilizados no parque gráfico;
e) tiras plásticas (fios de polipropileno) para amarração de jornais;
f) filmes (películas de polímero de propileno) utilizados para dar resistência a capas de livros;
g) produtos à base de solução alcalina, para acelerar o processo de secagem da tinta na impressão de jornais.

Nessa esteira, despontou a Súmula n. 657 do STF, segundo a qual “a imunidade prevista no art. 150, VI, ‘d’, da
CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”. Daí se falar que,
segundo a jurisprudência do STF, a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos não
é restrita ao papel, sendo por isso extensiva aos filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e
periódicos.

É importante esclarecer que, na doutrina, entretanto, tem havido uma sedutora defesa da interpretação extensiva
para os insumos da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF, pretendendo homenagear a teleologia da cláusula
constitucional em detrimento de uma exegese literal.

Tal interpretação, dita “finalística”, destina-se a assegurar o próprio exercício das liberdades de manifestação do
pensamento e de informação jornalística, vocacionadas, na especificidade dos fins a que se dirigem, a conferir
efetividade e a atribuir concreção a valores inafastáveis do texto constitucional. Para os defensores dessa exege-
se, a interpretação literal não presta obséquio nem ao Direito nem à Justiça.

Por outro lado, a jurisprudência vem se mantendo irredutível quanto à interpretação literal. Um bom exemplo se
viu no desenrolar do emblemático RE 202.149: em breve relato histórico, em 2008, o ministro do STF Menezes
Direito afastara a tese da imunidade para o ICMS, IPI e II, relativamente ao despacho aduaneiro de peças sobres-
salentes de equipamento de preparo e acabamento de chapas de impressão ‘offset’ para jornais, por se tratar de
equipamento acessório.

Houve divergência nos votos, e, em 2011, finalizou-se o julgamento com o voto (favorável) de desempate da mi-
nistra Cármen Lúcia, em cuja ementa constou que “a imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é
ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos.

A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não exaustiva”. Em 14 de abril de 2015, o ministro Celso de
Mello admitiu e julgou os Embargos de divergência – opostos pela União com o propósito de uniformização da
jurisprudência –, vindo a adotar um oposto entendimento restritivo quanto à já garantida imunidade.

Para o ministro, aquele veredicto da 1ª Turma, ao acolher a tese da imunidade, teria gerado um dissenso em rela-
ção à jurisprudência dominante nas duas Turmas da Corte Suprema, embora tenha deixado evidente, na ocasião,
que ele próprio divergia desse posicionamento, sendo até a favor da interpretação extensiva da imunidade.

Desse modo, reformando a decisão sob a égide do princípio da colegialidade, adequou aquele entendimento favo-
rável da 1ª Turma à orientação dominante e restritiva da Corte Suprema. Em 30 de abril de 2015, foi interposto
agravo regimental, cujo julgamento ocorreu, finalmente, em 4 de junho de 2018, confirmando-se a interpretação
restritiva e a vedação da imunidade tributária.

A propósito, dias antes, em 29 de maio de 2018, a 1ª Turma do STF, no ARE 1.100.204/SP (rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes) – QUE HOJE NOS TRAZ AQUI –, entendeu que a imunidade do
art. 150, VI, “d” da CF não abarca o maquinário utilizado na produção de livros, jornais e periódicos.

Para a Corte Suprema, aquilo que é considerado “equipamento do parque gráfico” (uma máquina automática
grampeadeira) não se confunde com o material assimilável ao papel – o que poderia dar margem à cogitação de
imunidade –, razão pela qual deve ser afastada a benesse constitucional, evitando-se uma interpretação ampla e
irrestrita no tema.

CONCLUSÃO: para fins de interpretação do insumo constante da parte final da alínea “d”, vem prevalecendo, no
STF, a interpretação literal.

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IMUNIDADE MUSICAL
ART. 150, VI, “E”, CF

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de


autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

Comentários:
Imunidade Musical (EC 75/2013);
Objetivo: desonerar de impostos a obra artística musical brasileira;

ALÍNEA “e”: Imunidade Musical

Proteção para o som gravado E para a imagem/som gravados


(fonograma) (videofonoframa)

Proteção inclui os suportes materiais (CDs, DVDs desde que contenham os fonogramas ou videofonogramas
etc.);
Proteção, ainda, para os arquivos digitais;

OS CONCEITOS TÉCNICOS EMPREGADOS NO DISPOSITIVO IMUNIZANTE:

Fonograma é o “registro exclusivamente sonoro em suporte material, como disco, fita magnética, etc.”. Em termos
simples, podemos dizer que fonograma é toda gravação de som (art. 5º, IX, da Lei sobre os Direitos Autorais nº
9.610/98)

Videofonograma é o “produto da fixação de imagem e som em suporte material.”. A título de exemplificação, po-
demos citar a gravação da imagem e do som de um show em um DVD.

Suportes materiais, tais como DVDs, CDs, Blu-Rays, também serão objeto de exoneração de impostos. Da mes-
ma forma, a não incidência alcançará os arquivos digitais, por exemplo, músicas baixadas pela internet ou por
meio de aplicativos de música para celular.

A DIFUSÃO DA CULTURA COMO MANDAMENTO CONSTITUCIONAL PERANTE A NORMA DE IMUNIDADE

“(...) o afastamento da tributação vem proteger a livre manifestação de pensamento e a expressão da atividade
artística e intelectual, sem embargo de dar guarida à livre comunicação e ao irrestrito acesso à informação. Não é
demasiado perceber que toda essa liberdade almejada deságua, em última análise, no direito à educação, que
deve ser fomentado pelo Estado, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa e ao seu preparo, para o exercício
da cidadania, e à sua qualificação para o trabalho, na atividade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte,
o pensamento e o saber (art. 5º, IV, IX, XIV, XXVII; arts. 205, 206, II, 215 e 220, §§ 2º e 6º, todos da CF). (SA-
BBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 414)

O ELÁSTICO CONCEITO DE CULTURA:

A cultura pode ser considerada como toda manifestação do homem, seja artística, literária, musical, desportiva,
religiosa, gastronômica, capaz de introduzi-lo no meio social.
No plano lexicográfico, o verbete “cultura” encontra-se dicionarizado, representando

“o conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através
da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. (...) A parte ou o aspecto da vida coletiva, relacio-
nados à produção e transmissão de conhecimento, a criação intelectual e artística. (...)
(...)
O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que resulta do aprimora-
mento de seus valores, instituições, criações, etc.; civilização e progresso. Atividade e desenvolvimento intelectu-
ais de um indivíduo; saber, ilustração, instrução. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da
língua portuguesa. 2. ed., 24. impr., Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1986, p. 508, verbete “cultura”)

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Frise-se que a defesa da cultura nacional é de competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municí-
pios, conforme dispositivo constitucional:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.

A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA MUSICAL


EO
PROPÓSITO INIBITÓRIO DA CONTRAFAÇÃO

Art. 184, CP - Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:


§ 1º - Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer
meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de (...)
§ 2º - Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à
venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonogra-
ma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do
produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa auto-
rização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.

AFASTAMENTO DAS TESES


ACERCA DA APLICAÇÃO DOS
PRINCÍPIOS
DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
E DA
INSIGNIFICÂNCIA

EMENTA (I): PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTO-
RAL. VENDA DE CD'S "PIRATAS". ALEGAÇÃO DE ATIPICIDADE DA CONDUTA POR FORÇA DO PRINCÍPIO
DA ADEQUAÇÃO SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA. NORMA INCRIMINADORA EM PLENA VIGÊNCIA. ORDEM DE-
NEGADA. I. A conduta do paciente amolda-se perfeitamente ao tipo penal previsto no art. 184, § 2º, do Código
Penal. II. Não ilide a incidência da norma incriminadora a circunstância de que a sociedade alegadamente aceita e
até estimula a prática do delito ao adquirir os produtos objeto originados de contrafação. III. Não se pode conside-
rar socialmente tolerável uma conduta que causa enormes prejuízos ao Fisco pela burla do pagamento de impos-
tos, à indústria fonográfica nacional e aos comerciantes regularmente estabelecidos. IV. Ordem denegada. (HC
98.898, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª T., j. em 20-04-2010) (Grifos nossos)

Conclusões.

A EC nº 75/2013 veio revitalizar a garantia de acesso à cultura, prestando homenagem à livre manifestação do
pensamento, à liberdade de expressão, ao acesso à informação e, sobretudo, ao direito à educação.
A contrafação, ao prejudicar sensivelmente os autores das obras, os empresários e a sociedade, (na medida em
que aumenta o desemprego e reduz o recolhimento de impostos, é responsável por prejuízos expressivos para a
nação. Por tudo isso, acreditamos que a exoneração prevista no art. 150, VI, “e”, da CF deverá provocar reflexos
positivos na indústria fonográfica nacional, a qual vem, conforme se evidenciou, claudicando diante do “fantasma
da pirataria”.

Nesse passo, anseia-se que a imunidade tributária seja concretizada em sua plenitude, de modo que o consumi-
dor seja o verdadeiro beneficiário da norma imunizante, pois, caso a benesse seja utilizada em favor da indústria
fonográfica ou de interesses escusos, estará esvaziada a norma constitucional.
Quais impostos foram afastados?

ETAPAS DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

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DOIS BONS EXERCÍCIOS (TESTES)
ACERCA DA
IMUNIDADE MUSICAL...

1. (FCC - 2014 - TJ/CE – JUIZ SUBSTITUTO) Raquel, violonista, Flávia, flautista e Beatriz, pianista, também
são cantoras de música popular brasileira. Essas três artistas brasileiras decidiram, em novembro de
2013, gravar um DVD com canções, cujas letras e melodias são de autores brasileiros. Decidiram produzir
o DVD no Estado do Ceará, porque, além de ser mais barato do que produzi-lo em outro Estado, ou até
mesmo no exterior, foram informadas de que o DVD já estaria nas lojas a tempo para as vendas de Natal. A
criação desse DVD (...)

A) está sujeita ao Imposto sobre Produtos Industrializados, na fase de multiplicação industrial de seus suportes
materiais gravados.
B) está sujeita ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, relativamente à gravação das canções.
C) não está sujeita a imposto algum, desde a gravação do videofonograma até sua comercialização no varejo,
porque Raquel, Flávia e Beatriz são brasileiras.
D) não está sujeita a imposto algum, desde a gravação do videofonograma até sua comercialização no varejo,
porque os autores das canções são brasileiros.
E) está sujeita ao ICMS, nas vendas dos DVDs pelos estabelecimentos varejistas aos consumidores finais.

2. (TRF 2Rª, 2014, JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO)

Julgue o item a seguir:

É lícito exigir impostos sobre a comercialização ao consumidor final de DVD que contenha videofonograma produ-
zido por produtores brasileiros, em território nacional, contendo obras musicais de autores estrangeiros interpreta-
das por artistas brasileiros.

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


ESTUDO DOS TRIBUTOS:

1. CONCEITO DE TRIBUTO (art. 3º, CTN)

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Detalhamento:

a) A pecúnia é o modo pelo qual o tributo deve ser carreado ao Fisco. Portanto, paga-se o tributo em dinheiro
(Real). Além disso, o tributo poderá ser pago em CHEQUE (ler o art. 162, I, CTN). E quanto aos bens (i)móveis?

Não se admite o tributo “in natura”, ou seja, não se pode pagar o tributo com produtos agrícolas, por exemplo,
café, laranja etc.

Quanto aos bens imóveis, a LC n. 104/2001 trouxe para o CTN o inciso XI do art. 156, prevendo a DAÇÃO EM
PAGAMENTO, exclusivamente para tais bens. Isso significa que o expediente não era legítimo antes de 2001 e,
após essa data, passou a ter a chancela do CTN (Condições: só para bem imóvel e necessidade de lei ordinária
autorizativa).

Atenção: o art. 146, III, “b”, CF condiciona o regramento do crédito tributário, avocando a necessidade de lei com-
plementar.

Sabe-se que a dação em pagamento é causa extintiva do crédito tributário, e tal instituto se adstringe a normas
gerais constantes de uma lei complementar. Por isso que se editou a LEI COMPLEMENTAR n. 104, a qual alterou
o CTN.

b) O tributo é prestação compulsória. Com efeito, a prestação NÃO é facultativa, contratual ou voluntária (uma
constatação trivial). Além disso, o comando quer significar outra coisa (em uma constatação mais sofisticada): a
compulsoriedade decorre do fenômeno da incidência tributária, ou seja, da subsunção tributária (a hipótese de
incidência encontrando o fato gerador, e vice-versa). Exemplo:

(...)
HI: circular mercadorias (pressuposto normativo)
FG: Maria circula mercadorias (consequente)
HI → FG → NASCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (aqui está a compulsoriedade, a inafastabilidade, a
inexorabilidade do dever de pagar o imposto)

c) O tributo NÃO se confunde com multa. Paga-se o primeiro, em razão do FG (subsunção tributária); paga-se a
última, em virtude do inadimplemento obrigacional. Daí se falar no caráter pedagógico da multa. A doutrina costu-
ma ofertar duas modalidades de multa: a multa de mora (moratória), com viés indenizatório, ressarcitório; e a mul-
ta punitiva, com viés sancionatório.

Ver alguns artigos pertinentes:

- Art. 157, CTN (o tributo não elide/elimina a exigência de multa (e vice-versa), justamente por serem exações
inconfundíveis);
- Art. 113, §3º, CTN (o descumprimento de obrigação tributária acessória deflagra uma obrigação principal com
relação à multa).

MACETE: recomenda-se conceituar a multa a partir do próprio conceito de tributo (art. 3º, CTN), valendo-se, dida-
ticamente, de uma pequena adaptação

“MULTA É (...) prestação pecuniária, compulsória, diversa de tributo, instituída por lei (art. 97, V, CTN) e cobrada
por lançamento (art. 142, caput, CTN)

d) O tributo é prestação dependente de lei. Isso resgata o princípio da legalidade tributária (art. 150, I, CF c/c art.
97, CTN) em sua inteireza. Todos os tributos estarão submetidos a essa exigência, ressalvadas as hipóteses de
mitigação da legalidade: II, IE, IPI, IOF, CIDE-COMBUSTÍVEL e ICMS-COMBUSTÍVEL.

e) O tributo depende de lançamento. No CTN, menciona-se “atividade administrativa plenamente vinculada”. Com
efeito, o ato de cobrança – quer do tributo, quer da multa – é VINCULADO, ou seja, balizado pela lei, não havendo
espaço para a discricionariedade. Por fim, se o lançamento tem feição documental, (...)

(...) não se admite a exigibilidade do tributo oralmente. Exemplo: um fiscal “diz” que fulano deve e exige o paga-
mento, sem o documento de cobrança pertinente.

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Observação: o detalhamento de lançamento será feito em aula posterior (art. 142, CTN).

QUAIS SÃO OS TRIBUTOS NO BRASIL?

O sistema tributário possui CINCO tipos de tributos. Todos são mencionados na CF e apresentam detalhamentos
no CTN.

O art. 146, III, “a”, CF indica que FGs, bases de cálculo, entre outros elementos, devem estar em uma lei comple-
mentar (...) o CTN “faz as vezes de”.
NA CF:

- Art. 145: indica TRÊS modalidades (impostos, taxas e contribuições de melhoria).


- Art. 148: empréstimos compulsórios (quarta modalidade);
- Art. 149: contribuições (quinta modalidade).

Trata-se da Teoria PENTAPARTIDA / PENTAPARTITE / QUINQUIPARTITE(TIDA), segundo a qual as cinco exa-


ções supracitadas enquadram-se com fidelidade ao art. 3º do CTN, já estudado. Essa teoria é a prevalecente no
STF e na doutrina majoritária.

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


ESTUDO DOS TRIBUTOS:
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (INÍCIO)

DETALHAMENTO DOS CINCO TRIBUTOS (FORA DE ORDEM):

1. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (“ECOM”)

- Tributo federal (UNIÃO);


-
LEI COMPLEMENTAR (MP, aqui, NÃO!!! – art. 62, §1º, III, CF);

- É tributo, sim, sobretudo à luz da doutrina majoritária e da jurisprudência (no passado, muito se discutiu sobre a
sua natureza, se tributária ou não);
- É tributo autônomo, sim, não se confundindo com as demais espécies tributárias (há posicionamento minoritário
que vê no ECOM a figura de “imposto restituível”);
- É tributo restituível (o STF defende a restituição em dinheiro e de modo corrigido!). O seu traço característico é a
RESTITUIBILIDADE;
- Os dois incisos do art. 148 da CF não hospedam “fatos geradores”, mas simples pressupostos fáticos (situações
deflagrantes). Vamos a eles:

a) despesas extraordinárias (em virtude de calamidade pública ou de guerra externa). Observação: a situação
calamitosa deve ser limítrofe, por exemplo, hecatombes avassaladoras, cataclismos ou catástrofes. Além disso,
quanto à guerra externa (iminente ou eclodida), veja que tal contexto pode ensejar DOIS tributos no Brasil: o
ECOM (agora estudado) E o IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO – ART. 154, II, CF.

b) investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.


Observação: a exemplificação é difícil, não sendo objeto de questionamento frequente em provas.

CUIDADO: são dois pressupostos, apenas! Qualquer ECOM que venha com base em pressuposto distinto será
inconstitucional! Exemplo (Questão Delegado PF/CESPE): “É inconstitucional o ECOM criado em face de conjun-
tura econômica que exija a absorção temporária de poder aquisitivo da moeda”. Por quê? Primeiro: porque não
está na CF; Segundo: porque o art. 15, III, CTN não foi recepcionado pela CF/88.

DICAS FINAIS:

DICA 1. O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA E O ECOM

INCISO I: exceção às duas anterioridades tributárias (exigência imediata);


INCISO II: regra às DUAS anterioridades (anual e nonagesimal), não obstante a óbvia (porque única à época)
menção ao art. 150, III, “b”, CF.

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DICA 2. Parágrafo único do art. 148 da CF: ali se mencionou que a receita do ECOM deve estar vinculada à sua
despesa. Não pode haver tredestinação ou desvio de finalidade! O comando entrou no texto constitucional em
1988!

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Gabarito:

1- A
2- Errado

X.X.X.X.X.X
Muito obrigado!
#EstudeMais #EstudeSempre
Prof. Sabbag

Se você quiser fazer testes sobre a nossa matéria, envie-me um e-mail que eu lhe encaminharei bons simulados
acerca dos temas que estudamos.
Será um prazer!
TURMACARREIRASUM@PROFESSORSABBAG.COM.BR

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