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Jurisprudência em Questões Inéditas - 16 04 - Gustavo Brígido
Jurisprudência em Questões Inéditas - 16 04 - Gustavo Brígido
inéditas
Módulo XV – 16 04 2021
Prof. Gustavo Brígido
1. (Gran GB 2021 Questão Inédita) Segundo o STF, não cabe à Corte de Contas,
que não tem função jurisdicional, exercer o controle de constitucionalidade.
TCU não pode afastar aplicação de lei que prevê pagamento de bônus de
eficiência a inativos da Receita Federal 13 04 2021
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou
que o Tribunal de Contas da União (TCU), na análise de aposentadorias e pensões
submetidas à sua apreciação, não pode afastar a incidência de dispositivos da Lei
13.464/2017 que preveem o pagamento do bônus de eficiência e produtividade
aos servidores da carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho. A decisão, tomada na sessão virtual finalizada em
12/4, seguiu o voto do relator da matéria, ministro Alexandre de Moraes.
Usurpação de competência
O TCU considerou inconstitucional o pagamento do bônus aos inativos, porque não
incide sobre a parcela o desconto da contribuição previdenciária. O entendimento do
órgão sobre a não incidência da norma se baseou no argumento de que essa
competência lhe é atribuída pela Súmula 347 do STF. Editada em 1963, a súmula
dispõe que “o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”.
Mas, de acordo com o relator, não cabe à Corte de Contas, que não tem função
jurisdicional, exercer o controle de constitucionalidade nos processos sob sua análise
com fundamento nesse enunciado. Em seu voto, o ministro Alexandre afirmou que a
subsistência do verbete está comprometida desde a promulgação da Constituição de
1988.
Ele observou que o TCU é um órgão técnico de fiscalização contábil, financeira e
orçamentária, com competência funcional claramente estabelecida no artigo 71 da
Constituição Federal. Ao declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de
dispositivos da Lei 13.464/2017 aos casos concretos submetidos à sua apreciação, a
corte de contas, na prática, retira a eficácia da lei e acaba determinando aos órgãos da
administração pública federal que deixem de aplicá-la aos demais casos idênticos,
extrapolando os efeitos concretos e entre as partes de suas decisões. Com isso,
estaria usurpando competência exclusiva do STF.
Além do desrespeito à função jurisdicional e à competência exclusiva do STF, o ministro
considera que o entendimento do TCU afronta as funções do Legislativo, responsável
pela produção das normas jurídicas, gerando um “triplo desrespeito” à Constituição.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo
Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias,
não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a
respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão
eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente,
relatório de suas atividades.
2. (Gran GB 2021 Questão Inédita) Segundo o STF, a imunidade assegurada pelo
artigo 150, inciso VI, alínea ‘c’, da Constituição da República aos partidos
políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e às
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que atendam
aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações
financeiras.
Imunidade tributária de partidos, sindicatos e instituições educacionais sem
fins lucrativos alcança IOF 15 04 2021
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a
imunidade tributária assegurada aos partidos políticos e suas fundações, às
entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de
assistência social sem fins lucrativos alcança o Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF). Na sessão virtual encerrada em 12/4, o colegiado negou
provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 611510, com repercussão geral
reconhecida (Tema 328), interposto pela União.
Finalidades distintas
A imunidade está prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, que
proíbe a criação de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dessas entidades. Em seu
voto, a relatora, ministra Rosa Weber, considerou que o dispositivo tem a finalidade geral de
proteger direitos individuais dos cidadãos frente ao poder lesivo da tributação e finalidades
específicas distintas, relacionadas à área de atuação da entidade imune.
De acordo com ela, a imunidade dos partidos destina-se a garantir o regime democrático e o
livre exercício dos direitos políticos, que seriam abalados se eles tivessem de arcar com o ônus
tributário que impera no Brasil. Já a imunidade das suas fundações objetiva proteger a difusão
da ideologia partidária e promover o exercício da cidadania.
No caso dos sindicatos, o objetivo é garantir o pleno exercício da liberdade de associação
sindical e dos direitos individuais e coletivos dos trabalhadores. A imunidade das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, protege os direitos à educação, à
saúde, ao livre desenvolvimento da personalidade e à assistência social.
Patrimônio e renda
Segundo a relatora, o IOF incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou
relativas a títulos e valores mobiliários. “Embora, juridicamente, a tributação
incida sobre essas operações, acaba por, de fato, alcançar o patrimônio ou a
renda dos respectivos contribuintes”, ressaltou.
A ministra observou que, apesar da posição da União contra a imunidade, o
Decreto 6.306/2007, que regula o IOF, prevê expressamente que o imposto não
incide sobre as operações realizadas pelos entes imunes. “Ele restringe a
desoneração às operações vinculadas às suas finalidades essenciais, mas, ao fazê-
lo, reconhece a aplicabilidade da imunidade ao IOF”, frisou.
Inflação
Na origem, o Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga do Porto de Santos (SP)
pretendia o reconhecimento da inexistência da obrigação de pagar o IOF relativo a
aplicações de parcela das verbas recebidas dos associados em fundos de investimentos
de curto prazo no mercado financeiro. O juízo de primeira instância e o Tribunal
Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) julgaram o pedido procedente, levando a União a
interpor o recurso ao STF.
No caso concreto, a relatora assinalou que as aplicações de curto prazo visam proteger
o patrimônio do sindicato do efeito da inflação, num período de rápida desvalorização
da moeda (1990). A seu ver, é indubitável a vinculação dessas operações às finalidades
essenciais do sindicato, pois, sem as aplicações, seus recursos financeiros “virtualmente
desapareceriam em pouquíssimo tempo”.
Vinculação
Outro ponto ressaltado pela relatora foi que, conforme a jurisprudência do STF, a
vinculação do patrimônio, da renda e dos serviços às finalidades essenciais da
entidade imune é presumida, pois elas estão sujeitas ao cancelamento do direito
à imunidade caso distribuam qualquer parcela do seu patrimônio ou de suas
rendas, de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN). Com base nessa
premissa, foi aprovada a Súmula Vinculante 52, que reconhece a imunidade de
imóveis alugados a terceiros quando o valor dos aluguéis for aplicado nas
atividades essenciais.
A decisão foi unânime, com ressalvas de fundamentação do ministro Alexandre
de Moraes.
Tese
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte:
“A imunidade assegurada pelo artigo 150, inciso VI, alínea ‘c’, da Constituição
da República aos partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades
sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o
incidente sobre aplicações financeiras”.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
03. (Gran GB 2021 Questão Inédita) Segundo o STF, a proibição de reeleição para
Mesas Legislativas prevista na Constituição Federal não é de reprodução
obrigatória pelas constituições estaduais. No entanto, esse entendimento não
significa autorização para reconduções sucessivas “ad aeternum”.
Barroso concede liminar para permitir apenas uma reeleição na Assembleia
Legislativa de Alagoas 14 04 2021
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu medida
liminar para vedar sucessivas reeleições para os membros da Mesa Diretora da
Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, objeto da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 6720, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A decisão, contudo, não invalida a eleição para o biênio 2021-2023, pois os atuais
dirigentes foram reconduzidos pela primeira vez, o que se enquadra na limitação de
apenas uma reeleição para mandatos consecutivos.
A PGR questiona, na ADI, o artigo 70, parágrafo único, da Constituição do Estado de
Alagoas e o artigo 10 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa que permitem a
reeleição do presidente e dos demais membros da Mesa Diretora. A alegação era de
que o artigo 57, parágrafo 4º, da Constituição Federal, que veda a recondução na
eleição imediatamente subsequente, seria de reprodução obrigatória pelos estados.
Reconduções sucessivas
Nos mesmos termos da liminar deferida em relação ao Estado do Rio de Janeiro, o
ministro Barroso afirmou que a proibição de reeleição prevista na Constituição Federal
não é de reprodução obrigatória pelas constituições estaduais. No entanto, esse
entendimento não significa autorização para reconduções sucessivas “ad aeternum”.
Para o relator, a perpetuação dos presidentes das Assembleias Legislativas estaduais é
incompatível com os princípios republicano e democrático, que exigem a alternância de
poder e a temporariedade desse tipo de mandato.
Segundo informações prestadas nos autos, o atual presidente da Assembleia Legislativa
de Alagoas e os demais membros da Mesa Diretora foram reconduzidos pela primeira
vez no último pleito, relativo ao biênio 2021-2023. Assim, os efeitos da eleição
permanecem válidos.
Art. 57. § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros
e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
04. (Gran GB 2021 Questão Inédita) Segundo o STF, norma estadual sobre
obrigatoriedade de Bíblia em escolas e bibliotecas públicas é inconstitucional, em
razão dos princípios da laicidade do Estado, da liberdade religiosa e da isonomia
entre os cidadãos.
Norma do Amazonas sobre obrigatoriedade de Bíblia em escolas e bibliotecas
públicas é inconstitucional 14 04 2021
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade de
norma do Amazonas que obriga as escolas e as bibliotecas públicas estaduais a
manterem em seu acervo ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada para livre
consulta. A decisão foi tomada, por unanimidade, na sessão virtual encerrada em
7/2, em que foi julgada procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
5258, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Princípio da laicidade
O colegiado seguiu o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, que lembrou que o
processo histórico constitucional que resultou na adoção da laicidade do Estado
no Brasil vem desde a Constituição Federal de 1891, que consolidou a República
como novo regime de governo. Esse princípio foi mantido nas demais
constituições e reforçado na Carta de 1988, que deu ênfase aos valores
democráticos e assegurou a liberdade religiosa como direito fundamental.
A ministra citou precedentes da Corte em casos análogos, como o Recurso Extraordinário com
Agravo (ARE) 1014615, em que foi reconhecida a invalidade de lei do Rio de Janeiro que
determinava a obrigação de manutenção de exemplares da Bíblia em bibliotecas do estado, e a
ADI 5257, em que a Corte julgou inconstitucional norma de Rondônia que havia adotado a
Bíblia como livro-base de fonte doutrinária.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção
de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição
estadual, não tendo força normativa.
[ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, j. 15-8-2002, P, DJ de 8-8-2003.]
05. (Gran GB 2021 Questão Inédita) Segundo o STF, não pode o órgão diretivo ou
a maioria parlamentar se opor a requerimento de CPI que preencha os requisitos
constitucionais por questões de conveniência e oportunidade políticas.
Plenário confirma liminar para determinar ao Senado Federal instalação da CPI da Pandemia 14 04
2021
Em julgamento realizado nesta quarta-feira (14), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por
decisão majoritária, referendou liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso no Mandado de
Segurança (MS) 37760 para determinar ao Senado Federal a instalação da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) que tem como objeto investigar eventuais omissões do governo federal no
enfrentamento da pandemia da Covid-19. O procedimento a ser seguido pela CPI deverá ser definido
pelo próprio Senado, de acordo com as regras que tem adotado para o funcionamento dos trabalhos
durante a pandemia.
Segundo o colegiado, o requerimento para a abertura da CPI preencheu os três requisitos previstos na
Constituição Federal: assinatura de 1/3 dos integrantes da Casa, indicação de fato determinado a ser
apurado e definição de prazo certo para duração. Assim, não cabe a omissão ou a análise de
conveniência política pela Presidência da Casa Legislativa. Negar o direito à instalação da comissão,
quando cumpridas as exigências, fere o direito da minoria parlamentar.
Liminar
O mandado de segurança foi apresentado no mês passado pelos senadores
Alessandro Vieira (Cidadania/SE) e Jorge Kajuru (Podemos/GO). Em 8/4, o relator
deferiu a liminar para determinar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(DEM/MG), a adoção das providências necessárias à criação e à instalação da CPI
e liberou o tema para julgamento colegiado.
Requisitos
Na sessão de hoje, Barroso reiterou os fundamentos que o levaram a deferir o
pedido de liminar. Segundo afirmou, a decisão está amparada tanto em
precedentes do STF quanto na posição consensual da doutrina constitucional
brasileira de que a instauração do inquérito parlamentar depende, unicamente,
do preenchimento dos três requisitos previstos no artigo 58, parágrafo 3º, da
Constituição.
A instalação de uma CPI não se submete, portanto, a juízo discricionário do
presidente ou do plenário da casa legislativa. “Não pode o órgão diretivo ou a
maioria parlamentar se opor a tal requerimento por questões de conveniência e
oportunidade políticas”, disse o ministro.
Preservação da democracia
Barroso frisou que o papel contramajoritário do Supremo na defesa dos direitos das
minorias deve ser exercido com parcimônia. Nas situações em que não estejam em jogo
direitos fundamentais nem os pressupostos da democracia, a seu ver, a Corte deve ser
deferente para com a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo.
No caso em análise, todavia, discute-se o direito das minorias parlamentares de
fiscalizar o poder público no enfrentamento da maior pandemia dos últimos cem anos,
que já vitimou mais de 360 mil vidas apenas no Brasil, com perspectivas de, em curto
prazo, chegar a 500 mil mortos. Essas circunstâncias, para o ministro, envolvem não só
a preservação da própria democracia – manifestada pela convivência pacífica entre
maiorias políticas e grupos minoritários –, mas também a proteção dos direitos
fundamentais à vida e à saúde dos brasileiros.
Soluções
Ao finalizar seu voto, Barroso ressaltou que as CPIs não têm o papel apenas de
“apurar coisas erradas”, mas também de fazer diagnósticos dos problemas e
apontar soluções. “Neste momento brasileiro, esse papel construtivo e
propositivo é o mais necessário”, observou.
Ele citou inquéritos parlamentares instaurados em governos anteriores para
afirmar que as regras constitucionais valem para todos e que não cabe ao STF
fazer distinções políticas. Barroso cumprimentou o presidente do Senado por ter
cumprido com “elegância, correção e civilidade” a decisão liminar.
Ficou vencido na votação apenas o ministro Marco Aurélio, que entende não
caber referendo a liminar em mandado de segurança.
Art. 58. § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
06. (Gran GB 2021 Questão Inédita) Segundo o STF, a lei estadual que
regulamenta profissão de despachante é inconstitucional, pois se trata de
competência da União.
STF invalida lei alagoana que regulamenta profissão de despachante 13 04 2021
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a
inconstitucionalidade da Lei estadual 7.660/2014 de Alagoas, que dispõe sobre a
regulamentação da profissão de despachante documentalista no estado. A
decisão se deu na sessão virtual finalizada em 7/4, no julgamento da Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) 5251, ajuizada pelo governador Renan Filho (AL).
A medida liminar suspende a eficácia dos decretos na parte em que introduzem as seguintes
inovações:
- afastamento do controle exercido pelo Comando do Exército sobre projéteis para armas de até
12,7 mm, máquinas e prensas para recarga de munições e de diversos tipos de miras, como as
telescópicas;
- possibilidade de aquisição de até seis armas de fogo de uso permitido por civis e oito armas por
agentes estatais com simples declaração de necessidade, com presunção de veracidade;
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, nesta quinta-feira (14), a decisão do
ministro Edson Fachin que, ao declarar a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de
Curitiba (PR), anulou as ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por não se
enquadrarem no contexto da operação Lava Jato. Por 8 votos a 3, o colegiado rejeitou recurso
(agravo regimental) da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Habeas Corpus (HC) 193726.
Segundo Fachin, relator, as denúncias formuladas pelo Ministério Público Federal contra Lula nas ações
penais relativas aos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula (sede e doações)
não tinham correlação com os desvios de recursos da Petrobras e, portanto, com a Operação Lava Jato.
Assim, apoiado em entendimento do STF, entendeu que deveriam ser julgadas pela Justiça Federal do
Distrito Federal.
O julgamento dos recursos no HC continuará na próxima quinta-feira (22), quando os ministros irão
examinar se os processos contra o ex-presidente serão remetidos para a Justiça Federal do DF,
conforme propõe o relator, ou para a de São Paulo, segundo proposta do ministro Alexandre de
Moraes. O Plenário também examinará o recurso da defesa contra a decisão do relator que, ao anular
as condenações, declarou a perda de objeto, entre outros processos, do HC 164493, em que é discutida
a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.
No agravo, a PGR sustentava que os fatos atribuídos a Lula no caso do triplex do Guarujá estariam
dentro dos limites definidos pelo STF sobre a competência da 13ª Vara de Curitiba em relação à Lava
Jato. Segundo a argumentação, as vantagens indevidas supostamente obtidas pelo ex-presidente
teriam sido pagas pela construtora OAS com recursos originados de contratos com a Petrobras.
Ligação não demonstrada
De acordo com o relator, nas quatro ações penais, o Ministério Público estruturou as acusações
da mesma forma, atribuindo a Lula o papel de figura central no suposto grupo criminoso,
sendo a Petrobras apenas um deles. Em seu entendimento, a acusação não conseguiu
demonstrar relação de causa e efeito entre a atuação de Lula como presidente da República e
alguma contratação determinada realizada pelo Grupo OAS com a Petrobras que resultasse no
pagamento da vantagem indevida.
Fachin observou que, após o julgamento de questão de ordem no Inquérito (INQ) 4130, a
jurisprudência do STF restringiu o alcance da competência da 13ª Vara Federal de Curitiba,
inicialmente retirando daquele juízo os casos que não se relacionavam com os desvios na
Petrobras. Em razão dessa decisão, as investigações iniciadas com as delações premiadas da
Odebrecht, OAS e J&F, que antes estavam no âmbito da Lava Jato passaram a ser distribuídas
para varas federais em todo o país, segundo o local onde teriam ocorrido os delitos.
Esse entendimento foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Dias
Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes e pelas ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia.
Conexão
O ministro Nunes Marques abriu divergência para manter a competência da 13ª Vara
Federal de Curitiba. Segundo ele, as provas dos autos mostram que os recursos que
teriam supostamente beneficiado o ex-presidente seriam originários do esquema da
Petrobras na Lava Jato. Para o ministro, a acusação teria demonstrado a conexão, e, em
nome da segurança jurídica, a competência para julgar as ações deveria permanecer na
13ª Vara.
Ele considera, ainda, que a exceção de incompetência do juízo da 13ª Vara Federal
arguida pela defesa do ex-presidente não poderia ser reiterada em outras vias
processuais depois de ter sido anteriormente rejeitada. Segundo ele, também não foi
demonstrado prejuízo à ampla defesa, não havendo motivo para declarar a nulidade
das ações penais e das condenações. Essa posição foi acompanhada pelos ministros
Marco Aurélio e Luiz Fux.
Garantia
O ministro Alexandre de Moraes divergiu parcialmente do relator apenas em
relação à remessa dos processos à Justiça Federal de Brasília. Segundo ele, como
o triplex, o sítio e o Instituto Lula estão em São Paulo, deve ser aplicada a regra
de competência do Código de Processo Penal (artigo 70), determinada pelo lugar
em que se consumar a infração.
A seu ver, a análise da competência se refere a uma das mais importantes
garantias da democracia, a do juiz natural, ou seja, da definição do juiz mediante
regras prévias de distribuição, para evitar que o magistrado decida quais causas
julgar ou que a acusação ou a defesa possam escolher quem irá analisar
determinada controvérsia.
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C C C C C C C C C
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" Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente, dize ao
Senhor: “Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em quem eu confio”. É ele quem te
livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas
encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção. Tu não temerás os terrores
noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem o
mal que grassa ao meio-dia. Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita: tu não
serás atingido. Porém, verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo. Nenhum mal te atingirá,
nenhum flagelo chegará à tua tenda, porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em
todos os teus caminhos. Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra. Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão. Pois que se uniu a
mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome. Quando me invocar, eu o
atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória. Será favorecido
de longos dias, e eu lhe mostrarei a minha salvação.”
Salmos, 90/91