Você está na página 1de 10

FINANCEIRO

São constitucionais dispositivos da Lei Complementar nº 159/2017 e do Decreto nº


10.681/2021, que estabelecem e regulamentam o Regime de Recuperação Fiscal dos estados e
do Distrito Federal.
É também constitucional o art. 20, § 7º, da LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que
prevê que as despesas com inativos e pensionistas integram o cômputo da despesa total com
pessoal dos respectivos Poderes e órgãos.
STF. Plenário. ADI 6.892/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 15/8/2023 (Info 1103).

Lei 8.212/1991. Art. 47. (...) § 6º Independe de prova de inexistência de débito: d) o


recebimento pelos Municípios de transferência de recursos destinados a ações de
assistência social, educação, saúde e em caso de calamidade pública. (Incluído
pela Lei nº 11.960, de 2009)

STF autorizou a realização de concurso para reposição de cargos vagos nos Estados e
Municípios que tenham aderido ao RRF e excluiu do teto de gastos os investimentos com
recursos de fundos públicos especiais vinculados ao Judiciário, TCE e funções essenciais à
Justiça. STF. Plenário. ADI 6.930/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/7/2023 (Info
1101).

São constitucionais — à luz do regime constitucional de repartição de competências (arts. 24, I;


e 169, “caput”, da CF/88) e do equilíbrio federativo — dispositivos da Lei Complementar
101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) que incluem, no cálculo dos gastos com pessoal pela
Administração Pública, as despesas com inativos e pensionistas, bem como o imposto de renda
retido na fonte. STF. Plenário. ADC 69/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
01/7/2023 (Info 1101).

É inconstitucional norma de lei complementar que distribui os recursos do Fundo de


Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) entre esses entes da Federação sem a
devida promoção do respectivo equilíbrio socioeconômico.
Essa previsão viola o art. 161, II, da CF/88.
O critério de rateio adotado pela LC 143/2013, que alterou a redação do art. 2º, II e III, da LC
62/89, manteve de forma dissimulada a sistemática fixada no Anexo Único da LC 62/89, além
de estabelecer uma transição muito longa entre a metodologia de rateio originária e a nova.
A sistemática originária previa a distribuição dos recursos do FPE em coeficientes fixos e foi
declarada inconstitucional pelo STF, por não promover a justa distribuição de recursos em
conformidade com o texto constitucional e, por conseguinte, não dar cumprimento à principal
finalidade do Fundo, ou seja, a redução das desigualdades regionais.
Modulação dos efeitos: para evitar prejuízos aos Estados, o STF manteve a aplicação dos
dispositivos até 31/12/2025. Até essa data, o Congresso Nacional deve editar lei com os
critérios de rateio que observem os parâmetros definidos pelo STF no julgamento desta ação e
das ADIs 875, 1987, 2727 e 3243.
STF. Plenário. ADI 5.069/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/6/2023 (Info 1099).

É inconstitucional — por violar a competência da União para estabelecer normas gerais sobre
direito financeiro e orçamentário (art. 24, I, II e §§ 1º a 4º, CF/88) e por afrontar o princípio do
equilíbrio fiscal (art. 169, CF/88) — lei distrital que, ao tratar do cálculo do limite da despesa
total com pessoal para o exercício financeiro, estabelece regime contrário ao fixado na Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). STF. Plenário. ADI 5598/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado
em 27/3/2023 (Info 1088).
É indispensável a efetiva participação do Poder Judiciário e do Ministério Público no ciclo
orçamentário, não podendo ser imposta limitação de despesas na folha complementar
desses órgãos sem a sua participação nessa estipulação. STF. Plenário. ADI 7340
MC-Ref/CE, Rel. Min. André Mendonça, julgado em 20/03/2023 (Info 1087).

Ofendem os princípios da legalidade orçamentária, da separação dos Poderes e da


continuidade da prestação dos serviços públicos as decisões judiciais que, com o
objetivo de satisfazer créditos trabalhistas, determinam o bloqueio de recursos
públicos federais transferidos às Associações de Pais e Professores (APPs) pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a implementação do Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE). STF. Plenário. ADPF 988/SC, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 17/10/2022 (Info 1072).

São constitucionais — por não violarem o direito à saúde — os arts. 2º e 3º da EC


86/2015 (“Emenda do Orçamento Impositivo”), os quais alteraram a forma de cálculo
dos recursos mínimos aplicados anualmente, pela União, em Ações e Serviços Públicos
de Saúde (ASPS) mediante a instituição de subpisos anuais progressivos, neles incluída
a parcela oriunda das receitas de “royalties” de petróleo e de gás natural. STF.
Plenário. ADI 5595/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2022 (Info 1073).

É vedada a utilização das emendas do relator-geral do orçamento com a finalidade


de criar novas despesas ou de ampliar as programações previstas no projeto de lei
orçamentária anual, uma vez que elas se destinam, exclusivamente, a corrigir erros e
omissões (CF/1988, art. 166, § 3º, III, alínea “a”). ADPF 850/DF, relatora Ministra Rosa
Weber, julgamento finalizado em 19.12.2022ADPF 851/DF, relatora Ministra Rosa
Weber, julgamento finalizado em 19.12.2022 ADPF 854/DF, relatora Ministra Rosa
Weber, julgamento finalizado em 19.12.2022 ADPF 1.014/DF, relatora Ministra Rosa
Weber, julgamento finalizado em 19.12.2022

As emendas do relator (classificadas sob o indicador orçamentário RP 9) são


incompatíveis com a Constituição Federal em virtude de seu caráter anônimo, sem
identificação do proponente. Isso porque operam com base na lógica da ocultação dos
efetivos requerentes, por meio da qual todas as despesas nela previstas são atribuídas,
indiscriminadamente, à pessoa do relator-geral do orçamento, entre parlamentares
incógnitos e o orçamento público federal.
Assim, a sua utilização para a inclusão, na peça orçamentária, de recursos
avulsos indicados por bancadas ou parlamentares individualizados, quando não
limitados a correções e ajustes técnicos, subverte o regramento constitucional para
confecção do orçamento público (CF/1988, arts. 165 e 166).
Esta Corte já se manifestou no sentido de ser condição de validade dos atos que
compõem o ciclo orçamentário a sua prática com atenção e fidelidade aos postulados
republicanos e com a transparência necessária à garantia de acesso de todos às
informações de interesse público, desde a elaboração e o planejamento até a realização
das despesas públicas (CF/1988, arts. 1º, caput e parágrafo único; 5º, XXXIII;
37, caput e § 3º, II) (1).
Ademais, o condicionamento da liberação de recursos contemplados nas
aludidas emendas à adesão de parlamentares aos interesses do governo em votações,
ainda que potencial, evidencia desvio de finalidade na distribuição dos recursos do
orçamento, o que é incompatível com o princípio constitucional da separação dos
Poderes (CF/1988, art. 2º).
Portanto, as indicações de beneficiários e prioridades de despesas
operacionalizadas, em caráter primário, por meio de emendas do relator-geral do
orçamento, são incompatíveis com a ordem constitucional democrática e republicana,
em especial porque não observam os critérios objetivos orientados pelos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (CF/1988, art.
37, caput), além de desobedecerem os princípios da máxima divulgação, da
transparência ativa, da acessibilidade das informações, do fomento à cultura da
transparência e do controle social, nos termos da Lei de Acesso à Informação (Lei
12.527/2011, art. 3º, I a V).

STF suspendeu a execução do “orçamento paralelo” (“orçamento


secreto”), tendo posteriormente liberado a execução da execução das
emendas do relator (identificadas pela sigla RP9) relativas ao orçamento
de 2021.

O art. 113 do ADCT é aplicável a todos os entes da Federação e a opção do


Constituinte de disciplinar a temática nesse sentido explicita a prudência
na gestão fiscal, sobretudo na concessão de benefícios tributários que
ensejam renúncia de receita. Tese fixada pelo STF:“É inconstitucional lei
estadual que concede benefício fiscal sem a prévia estimativa de impacto
orçamentário e financeiro exigida pelo art. 113 do ADCT”. STF. Plenário.
ADI 6303/RR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/3/2022 (Info
1046).

Não podem ser realizadas junto a instituições financeiras estatais


operações financeiras com a finalidade de obtenção de crédito para
pagamento de pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios. STF. Plenário. ADI 5683/RJ, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051)

 o art. 167, X, da CF/88 não proíbe a concessão de empréstimos para


pagamento de pessoal. O dispositivo veda, contudo, que os
empréstimos realizados junto a instituições financeiras dos
governos federal e estaduais sejam utilizados para aquele fim.
Impede-se, portanto, a alocação das receitas obtidas com
instituições financeiras estatais para o custeio de pessoal ativo e
inativo.
São inconstitucionais atos de constrição, por decisão judicial, do
patrimônio de estatais prestadoras de serviço público essencial, em
regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, para fins de
quitação de suas dívidas.

Se o crédito de ICMS for extinto mediante compensação, o Estado-


membro deverá efetuar, neste mesmo ato, o repasse das parcelas que
cabem aos Municípios. STJ. 1ª Turma. REsp 1.894.736-PR, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 21/09/2021 (Info 710).

 O repasse referente à participação que o município faz jus sobre o


ICMS compensado com precatório se dá com a aceitação desse
último com forma de quitação do crédito tributário, não estando
condicionado (o repasse) ao momento em que o crédito estampado
no precatório for efetivamente disponibilizado em espécie, segundo
a ordem cronológica.
 LC nº 63, Art. 4º (...) § 1º Na hipótese de ser o crédito relativo ao
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação extinto por
compensação ou transação, a repartição estadual deverá, no
mesmo ato, efetuar o depósito ou a remessa dos 25% (vinte e cinco
por cento) pertencentes aos Municípios na conta de que trata este
artigo.

Pertence ao Município, aos Estados e ao Distrito Federal a titularidade das


receitas arrecadadas a título de imposto de renda retido na fonte
incidente sobre valores pagos por eles, suas autarquias e fundações a
pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de bens ou
serviços, conforme disposto nos arts. 158, I, e 157, I, da Constituição
Federal. STF. Plenário. RE 1293453/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 8/10/2021 (Repercussão Geral – Tema 1130) (Info 1033).

Não é possível a adoção de novo critério do coeficiente no Fundo de


Participação dos Municípios, com aplicação imediata, em meio ao
exercício financeiro, mesmo verificado o aumento populacional da
municipalidade, em confronto com os dados do IBGE. STJ. 1ª Seção. EREsp
1.749.966-PR, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 27/10/2021 (Info
716)
Ainda que sob o argumento da pandemia da Covid-19, não pode ser
atendido pedido feito por Governador do Estado para que sejam afastadas
as limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal referentes a execução de
gastos públicos continuados. STF. Plenário. ADI 6394/AC, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).

 Somente podem ser afastados quando a despesa for de caráter


temporário, com vigência e efeitos restritos à duração da
calamidade pública, e com propósito exclusivo de enfrentar tal
calamidade e suas consequências sociais e econômicas.

A repartição de receitas prevista no art. 157, II, da Constituição Federal


não se estende aos recursos provenientes de receitas de contribuições
sociais desafetadas por meio do instituto da Desvinculação de Receitas da
União (DRU) na forma do art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT). STF. Plenário. ADPF 523/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 6/2/2021 (Info 1004).

Se o Estado-membro utiliza em outras áreas determinadas verbas que


deveriam aplicadas na saúde, ele deverá ser condenado a aplicar agora a
integralidade da quantia na saúde. STJ. 2ª Turma. REsp 1.752.162/RJ, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 13/04/2021 (Info 692).

 Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

São inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de


verbas públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem
ter aplicação compulsória na área de saúde — para atendimento de outras
finalidades específicas. STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 16/4/2021 (Info 1013)

O STF julgou inconstitucionais o art. 9º, § 3º, o caput dos arts. 56 e 57 e o


§ 2º do art. 23. Quanto ao § 1º do art. 23, da LRF, o STF declarou a
inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, de modo a obstar
interpretação segundo a qual é possível reduzir valores de função ou
cargo que estiver provido. STF. Plenário. ADI 2238/DF, Rel. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 24/6/2020 (Info 983).

 Com relação ao § 3º do art. 9º, o STF entendeu que a norma


prevista não guarda pertinência com o modelo de freios e
contrapesos estabelecido constitucionalmente para assegurar o
exercício responsável da autonomia financeira por parte dos
Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público. Isso porque
o dispositivo estabelece inconstitucional hierarquização
subserviente em relação ao Executivo, permitindo que,
unilateralmente, limite os valores financeiros segundo os critérios
fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias no caso daqueles
outros dois Poderes e instituição não promoverem a limitação no
prazo fixado no caput. A defesa de um Estado Democrático de
Direito exige o afastamento de normas legais que repudiam o
sistema de organização liberal, em especial, na presente hipótese, o
desrespeito à separação das funções do Poder e suas autonomias
constitucionais.
 No que diz respeito aos arts. 56 e 57, o STF considerou que houve
um desvirtuamento do modelo previsto nos arts. 71 e seguintes da
CF/88. A Constituição determina que as contas do Poder Executivo
englobarão todas as contas, receberão um parecer conjunto do
Tribunal de Contas, e serão julgadas pelo Congresso. No caso do
Judiciário, do Ministério Público e do Legislativo, o Tribunal de
Contas julga as contas, e não apenas dá um parecer prévio.
 Quanto ao § 1º do art. 23, da LRF, o STF declarou a
inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, de modo a
obstar interpretação segundo a qual é possível reduzir valores de
função ou cargo que estiver provido. Quanto ao § 2º do art. 23,
declarou a sua inconstitucionalidade. É inconstitucional qualquer
interpretação de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal que
permita a redução de vencimentos de servidores públicos para a
adequação de despesas com pessoal.
 É inconstitucional o § 2º do art. 23 da LRF, que faculta a redução
temporária da jornada de trabalho com adequação dos
vencimentos à nova carga horária, caso sejam ultrapassados os
limites definidos na lei para despesas com pessoal nas diversas
esferas do poder público. Essa possibilidade de redução fere o
princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos (art. 37,
XV, da CF/88).

São inconstitucionais as fontes de receitas de fundo especial do Poder


Judiciário provenientes de rendimentos dos depósitos judiciais à
disposição do Poder Judiciário do Estado, através de conta única. A
administração da conta dos depósitos judiciais e extrajudiciais, apesar de
não configurar atividade jurisdicional, é tema de direito processual, de
competência legislativa privativa da União (art. 22, I, da CF/88).

Os limites da despesa total com pessoal e as vedações à concessão de


vantagens, reajustes e aumentos remuneratórios previstos na Lei de
Responsabilidade Fiscal somente podem ser afastados quando a despesa
for de caráter temporário, com vigência e efeitos restritos à duração da
calamidade pública, e com propósito exclusivo de enfrentar tal
calamidade e suas consequências sociais e econômicas. STF. Plenário. ADI
6394/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info
1000).

A complementação ao Fundef realizada a partir do valor mínimo


anual por aluno fixada em desacordo com a média nacional impõe à
União o dever de suplementação de recursos, mantida a vinculação
constitucional a ações de desenvolvimento e manutenção do ensino. Em
outras palavras, os Estados prejudicados com o cálculo incorreto do valor
mínimo nacional por aluno deverão ser indenizados por conta do
montante pago a menor a título de complementação pela União no
período de vigência do FUNDEF, isto é, nos exercícios financeiros de 1998
a 2007.
O tema acima foi definido pelo STJ (no REsp 1101015/BA) e pelo STF
nas ACO 648/BA, ACO 660/AM, ACO 669/SE e ACO 700/RN, jugadas em
6/9/2017. Diante disso, é possível que o Ministro do STF, Relator de ações
com pedidos semelhantes, decida monocraticamente e julgue procedente
os pedidos formulados por outros Estadosmembros contra a União. Não
haverá, neste caso, violação ao princípio da colegialidade. STF. Plenário.
ACO 701 AgR/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 18/12/2019 (Info
964).

 O FUNDEF era um fundo financeiro de natureza contábil e sem


personalidade jurídica, gerido pela União, composto por 15% do
ICMS e do IPI-exportação arrecadados, assim como o mesmo
percentual para fundos de participação obrigatórios (FPE e FPM) e
ressarcimento da União pela Desoneração de Exportações
decorrentes do Fundo Kandir.
 Com este fundo, cada Estado e cada Município recebia o
equivalente ao número de alunos matriculados na sua rede pública
do Ensino Fundamental. Além disso, havia um valor mínimo
nacional por aluno/ano. Não atingido o piso com a aplicação apenas
dos recursos estaduais e municipais, a lei determinava o aporte de
dinheiro da União para efetuar a complementação.
 Se, mesmo sendo aplicados esses percentuais de recursos no
Fundo, não se conseguisse alcançar um valor mínimo por aluno,
então, neste caso, a União deveria complementar os recursos do
FUNDEF, ou seja, repassar mais dinheiro para a educação dos
Estados e Municípios. Isso estava previsto no § 3º do art. 60 do
ADCT e também no art. 6º da Lei nº 9.424/96:
 Art. 6º A União complementará os recursos do Fundo, a que se
refere o art. 1º sempre que, no âmbito de cada Estado e do Distrito
Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido
nacionalmente. § 1º O valor mínimo anual por aluno, ressalvado o
disposto no § 4º, será fixado por ato do Presidente da República e
nunca será inferior à razão entre a previsão da receita total para o
Fundo e a matrícula total do ensino fundamental no ano anterior,
acrescida do total estimado de novas matrículas, observado o
disposto no art. 2º, § 1º, incisos I e I. (...).
 O Decreto nº 2.264/97 (atualmente revogado) foi publicado pelo
Presidente da República com o objetivo de definir esse “Valor
Mínimo Nacional por Aluno” (VMNA), nos termos do §1º do art. 6º
da Lei nº 9.424/96. Os critérios definidos no Decreto nº 2.264/97
foram considerados válidos pela jurisprudência?
 NÃO. O Decreto nº 2.264/97 afirmou que o VMNA deveria ser
calculado levando-se em conta a receita e o número de alunos em
cada Estado isoladamente, sob o argumento de que o Fundo é
estadual, sem intercomunicação. Em outras palavras, o Decreto
determinou que a complementação dos valores fosse feita com
base em coeficientes regionais, e não pela média nacional.
 A jurisprudência, contudo, afirmou que esse parâmetro do Decreto
era ilegal considerando que a Lei nº 9.424/96 exigiu que o critério a
ser utilizado levasse em conta a média nacional.

O STF reconheceu a repercussão geral na discussão sobre a inclusão


dos expurgos inflacionários na correção monetária dos depósitos judiciais
(Tema 1.016) e determinou a suspensão nacional de todos os processos
que envolvam o tema.

As receitas provenientes do adicional criado pelo art. 82, § 1º, do ADCT


não podem ser computadas para efeito de cálculo da amortização da
dívida do Estado; tais recursos devem, no entanto, ser considerados para
cálculo do montante mínimo destinado à saúde e à educação. STF.
Plenário. ACO 727/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/2/2020
(Info 966).

 O art. 82, § 1º do ADCT permite que os Estados aumentem em até


2% a alíquota do ICMS que é cobrado sobre produtos e serviços
considerados supérfluos. O valor arrecadado com esses 2% a mais
deverão ser destinados exclusivamente ao Fundo Estadual de
Combate e Erradicação da Pobreza.

Lei estadual não pode autorizar que o Estado utilize recursos de depósitos
judiciais, em percentuais e para finalidades diferentes daquilo que é
previsto na legislação federal. Contraria o art. 101, §§ 2º, I e II, e 3º, do
ADCT e a Lei Complementar federal 151/2015, além de invadir a
competência da União para legislar sobre direito processual (art. 22, I, da
CF/88) e sobre normas gerais de direito financeiro (art. 24, I, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 5353 MC-Ref/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
28/09/2016 (Info 841). STF. Plenário. ADI 5080, Rel. Luiz Fux, julgado em
15/04/2020.

DESPESAS PÚBLICAS É inconstitucional norma da CE que exclui do


limite de gastos com pessoal as despesas com os pensionistas e os valores
referentes ao imposto de renda retido na fonte dos servidores públicos
estaduais.

 Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar.
 A locução contida no texto constitucional – “não poderá exceder” –
não gera dúvidas. Ou seja, fixadas, em lei complementar federal, as
balizas concernentes aos gastos com pessoal, os entes federados
vinculamse ao versado na norma de caráter nacional.
 O Congresso Nacional, cumprindo o art. 169 da CF/88, editou a Lei
Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Essa Lei estabelece, nos arts. 18 e
seguintes, os limites de gastos com pessoal para cada ente da
Federação, em termos globais e setoriais, bem como as
correspondentes exceções.
 Ver arts. 19 e 18, LRF.

É inconstitucional norma da CE que prevê que as aplicações


mínimas dos recursos em ações e serviços públicos de saúde e ensino
corresponderão às aplicações mínimas referentes ao exercício anterior,
corrigidas pela variação do IPCA ou da RCL. STF. Plenário. ADI 6129/GO,
rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 11/9/2019 (Info 951).

O art. 9º da Lei nº 7.990/89 previu que os Estados deveriam


repassar aos Municípios 25% dos royalties recebidos pela exploração dos
recursos naturais (petróleo, recursos hídricos para produção de energia
elétrica e recursos minerais) em seu território.
De acordo com esse dispositivo, esses 25% seriam divididos entre
todos os Municípios do respectivo Estado (e não apenas entre os
Municípios onde há exploração desses recursos naturais. Para o STF, essa
previsão é constitucional e está em harmonia com o § 1º do art. 20 da
CF/88. STF. Plenário. ADI 4846/ES, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
9/10/2019 (Info 955).

Você também pode gostar