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CONSTITUCIONAL

DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS

STF determinou, em julgamento de mandado de injunção, que o


governo federal implemente, a partir de 2022, o programa de renda
básica de cidadania, previsto na Lei nº 10.835/2004
O STF decidiu que, como está presente estado de mora
inconstitucional, deve ser fixado o valor da renda básica de cidadania para
o estrato da população brasileira em condição de vulnerabilidade
socioeconômica — pobreza e extrema pobreza — a ser efetivado, pelo
Presidente da República, no exercício fiscal seguinte ao da conclusão do
julgamento de mérito (2022). STF. Plenário. MI 7300/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/4/2021
(Info 1014).

DIREITO DE ASSOCIAÇÃO

Condicionar a desfiliação de associado à quitação de débitos e/ou


multas constitui ofensa à dimensão negativa do direito à liberdade de
associação (direito de não se associar), cuja previsão constitucional é
expressa. Tese fixada pelo STF: “É inconstitucional o condicionamento da
desfiliação de associado à quitação de débito referente a benefício obtido
por intermédio da associação ou ao pagamento de multa.”. STF. Plenário.
RE 820823/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Repercussão
Geral – Tema 922) (Info 1070).

DIREITO À OCUPAÇÃO PROFISSIONAL

É inconstitucional o inciso XXIII do art. 34 da Lei 8.906/1994


(Estatuto da Advocacia), que prevê constituir infração disciplinar o não
pagamento de contribuições, multas e preços de serviços devidos à
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), depois de regular notificação para
fazê-lo. Também é inconstitucional a aplicação aos advogados
inadimplentes do que dispõe o art. 37 da mesma norma, que institui,
como pena, a suspensão, a qual acarreta, por conseguinte, a interdição do
exercício profissional. ADI 7.020/DF, relator Ministro Edson Fachin,
julgamento virtual finalizado em 16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59
Em processo de execução, juiz não pode determinar que o advogado do
executado junte aos autos contrato de prestação de serviços advocatícios
para que se verifique o real endereço do devedor, por estar protegida pela
inviolabilidade do sigilo profissional. STJ. 4ª Turma. RMS 67.105-SP, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/09/2021 (Info 710).

a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência


(Sisbin) somente podem fornecer dados e conhecimentos específicos à
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quando comprovado o interesse
público da medida, afastada qualquer possibilidade de esses dados
atenderem interesses pessoais ou privados;
b) toda e qualquer decisão que solicitar os dados deverá ser
devidamente motivada para eventual controle de legalidade pelo Poder
Judiciário;
c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes
a comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva de jurisdição não
podem ser compartilhados na forma do dispositivo em razão daquela
limitação, decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e
d) nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à
Abin, é imprescindível procedimento formalmente instaurado e existência
de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso, inclusive para
efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou
abusos.

DIREITO DE REUNIÃO

O que se entende por aviso prévio para os fins do direito de reunião do


art. 5º, XVI, da CF/88? A exigência constitucional de aviso prévio
relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se
dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo
local. STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral –
Tema 855) (Info 1003).

Primeira pergunta: esse aviso prévio é uma condição para o exercício da


reunião? A reunião realizada sem esse aviso prévio é ilegal? NÃO. Deve-se
afastar qualquer interpretação que condicione a exigência de “prévio aviso” à
realização de uma manifestação. Em outras palavras, a exigência constitucional
de prévia notificação não pode se confundir com a necessidade de autorização
prévia.
A exigência de aviso prévio existe unicamente para permitir que o poder público
zele para que o exercício do direito se dê de forma pacífica e que não frustre
outra reunião no mesmo local.
é possível que a reunião seja convocada ou divulgada nas redes sociais, sem que
exista uma notificação formal aos órgãos públicos.

SIGILO BANCÁRIO

Corregedor Nacional de Justiça pode requisitar dados bancários e fiscais


sem prévia autorização judicial. STF. Plenário. ADI 4709/DF, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

O art. 166 do CPM tipifica como crime a conduta de militares que fazem críticas públicas;
esse dispositivo é constitucional. STF. Plenário. ADPF 475/DF, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 13/4/2023 (Info 1090).

Não é cabível a condenação de empresa jornalística à publicação do


resultado da demanda quando o ofendido não tenha pleiteado
administrativamente o direito de resposta ou retificação de matéria
divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social no
prazo decadencial estabelecido no art. 3º da Lei nº 13.188/2015, bem
ainda, à adequação do montante indenizatório fixado. STJ. 4ª Turma. REsp
1.867.286-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 24/08/2021 (Info 706).

 Publicação da decisão judicial condenatória não é mesmo que


direito de resposta.
 Direito de resposta deve ser requerido do veículo de imprensa.

Veículo de imprensa jornalística possui direito líquido e


certo de obter dados públicos sobre óbitos relacionados a
ocorrências policiais. REsp 1.852.629-SP, Rel. Min. Og
Fernandes, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em
06/10/2020, DJe 15/10/2020
A redução da transparência dos dados referentes à pandemia de COVID-
19 representa violação a preceitos fundamentais da Constituição Federal,
nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e
transparência da Administração Pública e o direito à saúde. STF. Plenário.
ADPF 690 MC-Ref/DF, ADPF 691 MC-Ref/DF e ADPF 692 MC-Ref/DF, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).

INTIMIDADE

É legítimo, desde que observados alguns parâmetros, o compartilhamento


de dados pessoais entre órgãos e entidades da Administração Pública
federal, sem qualquer prejuízo da irrestrita observância dos princípios
gerais e mecanismos de proteção elencados na Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) e dos direitos constitucionais à
privacidade e proteção de dados. STF. Plenário. ADI 6649/DF e ADPF
695/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 15/9/2022 (Info 1068).

Os órgãos do SISBIN somente podem fornecer informações à ABIN quando


comprovado o interesse público e mediante decisão motivada para
controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

O parágrafo único do art. 4º da Lei 9.883/99 prevê que os órgãos


que compõem o SISBIN deverão fornecer informações para a ABIN: Art. 4º
(...) Parágrafo único. Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de
Inteligência fornecerão à ABIN, nos termos e condições a serem aprovados
mediante ato presidencial, para fins de integração, dados e
conhecimentos específicos relacionados com a defesa das instituições e
dos interesses nacionais.
O Plenário do STF afirmou que esse dispositivo é constitucional
desde que seja interpretado com base em quatro critérios definidos pela
Corte. Assim, o STF conferiu interpretação conforme à Constituição
Federal ao parágrafo único do art. 4º da Lei 9.883/99, para estabelecer
que:
a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência
(Sisbin) somente podem fornecer dados e conhecimentos específicos à
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quando comprovado o interesse
público da medida, afastada qualquer possibilidade de esses dados
atenderem interesses pessoais ou privados;
b) toda e qualquer decisão que solicitar os dados deverá ser
devidamente motivada para eventual controle de legalidade pelo Poder
Judiciário;
c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes
a comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva de jurisdição não
podem ser compartilhados na forma do dispositivo em razão daquela
limitação, decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e
d) nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à
Abin, é imprescindível procedimento formalmente instaurado e existência
de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso, inclusive para
efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou
abusos. STF. Plenário. ADI 6529 MC/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 13/8/2020 (Info 986).

Os provedores de aplicações de internet não são


obrigados a guardar e fornecer dados pessoais dos
usuários, sendo suficiente a apresentação dos registros de
número IP.

A determinação judicial de quebra de sigilo de dados


informáticos estáticos (registros), relacionados à
identificação de usuários que operaram em determinada
área geográfica, suficientemente fundamentada, não
ofende a proteção constitucional à privacidade e à
intimidade. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
Terceira Seção, por maioria, julgado em 26/08/2020, DJe
04/09/2020 LEMBRAR GEOREFERENCIAMENTO

AÇÕES CONSTITUCIONAIS

MANDADO DE INJUNÇÃO

Não é cabível mandado de injunção em caso de ineficácia da norma, apenas em


razão de sua inexistência. Vejamos: (…) o mandado de injunção não é o meio
processual adequado para questionar a efetividade da lei regulamentadora. [MI 4.831
AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 29-5-2013, P, DJE de 28-8-2013.]
O mandado de injunção é ação constitutiva; não é ação condenatória, não se
presta a condenar o Congresso ao cumprimento de obrigação de fazer. Não cabe
a cominação de pena pecuniária pela continuidade da omissão legislativa 4.
Mandado de injunção não conhecido." (MI 689, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal
Pleno, julgado em 07/06/2006, DJ 18-08-2006 PP-00019 EMENT VOL-02243-01 PP-
00001 RTJ VOL-00200-01 PP-00003 LEXSTF v. 28, n. 333, 2006, p. 139-143) - destaca-se.

STF | RE 970823 (Tema 1038) | 20: É cabível mandado de Injunção para que se
apliquem, aos militares estaduais, as normas que regulamentam o adicional noturno
dos servidores públicos civis, desde que o direito a tal parcela esteja previsto na CE ou
na LODF.

HABEAS DATA

2. É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de


interesse do falecido. (HD 147/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 12/12/2007, DJ 28/2/2008, p. 69) De forma geral, afirma o Ministro
Og Fernandes em decisão monocrática que“ Aos herdeiros ou ao cônjuge
supérstite, admite-se a impetração do habeas data para a tutela de direito do de
cujus, como a preservação da memória.” (STJ – HD: 382 DF 2020/0011276-5, Relator:
Ministro OG FERNANDES, Data de Publicação: DJ 10/03/2020)”.

Não se admite o emprego do habeas data como meio para a obtenção de cópia de
autos de processo administrativo disciplinar, em que o autor figure como implicado,
porquanto tal propósito não encontra abrigo no que dispõe o art. 7º, inciso I, da Lei
9.507/1997. STJ. 1ª Seção. HD 282/DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 12/12/2018.

Cabe HD para a obtenção de dados concernentes ao pagamento de tributos do


próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação
da administração fazendária. REPERCUSSÃO GERAL

DIREITOS POLÍTICOS E DIREITO ELEITORAL

É constitucional a modificação dos critérios de cálculo para a fixação do


limite de gastos com publicidade institucional dos órgãos públicos no
primeiro semestre do ano eleitoral, promovendo ajustes na redação do
art. 73, VII, da Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições). Entretanto, essa alteração
não se aplica ao pleito eleitoral de 2022, em razão do princípio da
anterioridade eleitoral (CF/1988, art. 16). ADI 7.182/DF, relator Ministro
Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 16.12.2022 (sexta-feira), às
23:59

Os partidos políticos podem, no exercício de sua autonomia


constitucional, estabelecer a duração dos mandatos de seus dirigentes,
desde que compatível com o princípio republicano da alternância do
poder concretizado por meio da realização de eleições periódicas em
prazo razoável. É inconstitucional a previsão do prazo de até oito anos
para a vigência dos órgãos provisórios dos partidos, para evitar distorções
ao claro significado de “provisoriedade”, notadamente porque, nesse
período, podem ser realizadas distintas eleições em todos os níveis
federativos. É constitucional a previsão de concessão de anistia às
cobranças, devoluções ou transferências ao Tesouro Nacional que tenham
como causa as doações ou contribuições feitas em anos anteriores por
servidores públicos que exerçam função ou cargo público de livre
nomeação e exoneração, desde que filiados a partido político. STF.
Plenário. ADI 6230/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
5/8/2022 (Info 1062).

Não existe no Brasil a candidatura nata, ou seja, o direito de o titular do


mandato eletivo ser, obrigatoriamente, escolhido e registrado pelo
partido como candidato à reeleição. STF. Plenário. ADI 2530/DF, Rel. Min.
Nunes Marques, julgado em 18/8/2021 (Info 1026).

 O indivíduo que já ocupa o cargo eletivo e vai em busca da reeleição


possui o direito subjetivo de ser escolhido pelo partido como
candidato? Ex: João, filiado ao Partido “X”, já é vereador; ele deseja
concorrer à reeleição; pelo fato de já ser vereador; o Partido “X” é
obrigado a escolher João como sendo um dos candidatos da
agremiação? NÃO.
 Viola a isonomia entre os postulantes a cargos eletivos como,
sobretudo, por atingir a autonomia partidária (art. 5º, “caput”, e art.
17 da CF/88)

É vedada a realização, remunerada ou não, de “showmícios”, conforme o


disposto no art. 39, § 7º, da Lei nº 9.504/1997. A apresentação artística
em eventos de arrecadação para campanha eleitoral não está inserida na
proibição à realização de “showmícios”. STF. Plenário. ADI 5970/DF, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 7/10/2021 (Info 1033).

É vedada a fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido


o registro definitivo do TSE há menos de 5 anos. STF. Plenário. ADI
6044/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).
A ausência do título de eleitor no momento da votação não
constitui, por si só, óbice ao exercício do sufrágio.
O art. 91-A da Lei 9.504/1997, com a redação dada pela Lei
12.034/2009, e o art. 47, § 1º, da Resolução 23.218/2010 do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de combater a
fraude eleitoral, determinaram, para o exercício do sufrágio, a
apresentação concomitante do título eleitoral e de documento oficial
com foto.

DIREITOS SOCIAIS

Estão presentes os pressupostos necessários para a concessão da medida cautelar (fumaça do


bom direito e perigo da demora na efetivação de uma decisão judicial), eis que:
i) a discussão acerca das condições precárias de vida da população em situação de rua no Brasil
demanda uma reestruturação institucional que decorre de um quadro grave e urgente de
desrespeito a direitos humanos fundamentais; e
ii) a violação maciça de direitos humanos — a indicar um potencial estado de coisas
inconstitucional — impele o Poder Judiciário a intervir, mediar e promover esforços para
estabelecer uma estrutura adequada de enfrentamento.
Nesse contexto, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem, de modo imediato,
observar, obrigatoriamente e independentemente de adesão formal, as diretrizes contidas no
Decreto federal 7.053/2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de
Rua, em conjunto e nos moldes das determinações estabelecidas na parte dispositiva da decisão
desta Corte.
STF. Plenário. ADPF 976 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 22/8/2023
(Info 1105).

A Lei nº 14.489/2022 alterou o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) para vedar o


emprego de técnicas construtivas hostis em espaços livres de uso público.
O caput do art. 2º do Estatuto da Cidade passa a vigorar acrescido do seguinte inciso
XX:
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes
diretrizes gerais:
(...)
XX - promoção de conforto, abrigo, descanso, bem-estar e acessibilidade na
fruição dos espaços livres de uso público, de seu mobiliário e de suas interfaces
com os espaços de uso privado, vedado o emprego de materiais, estruturas,
equipamentos e técnicas construtivas hostis que tenham como objetivo ou
resultado o afastamento de pessoas em situação de rua, idosos, jovens e outros
segmentos da população.
1. A intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de direitos
fundamentais, em caso de ausência ou deficiência grave do serviço, não viola o princípio da
separação dos Poderes;
2. A decisão judicial, como regra, em lugar de determinar medidas pontuais, deve apontar as
finalidades a serem alcançadas e determinar à Administração Pública que apresente um plano
e/ou os meios adequados para alcançar o resultado;
3. No caso de serviços de saúde, o déficit de profissionais pode ser suprido por concurso público
ou, por exemplo, pelo remanejamento de recursos humanos e pela contratação de organizações
sociais (OS) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP).
STF. Plenário. RE 684.612/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 01/7/2023 (Repercussão Geral – Tema 698) (Info 1101).

É constitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a instituir, no


âmbito do ente federado, programa destinado ao pagamento de aluguel
de imóvel a famílias que residam em local de situação de risco iminente
ou que tenham seu imóvel atingido por catástrofes, utilizando o valor do
salário mínimo como parâmetro para a concessão do benefício de
programa social. ADI 4.727/DF, relator Ministro Edson Fachin, redator do
acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado em 23.2.2023

Nos casos de internações pós-parto que durem mais de duas semanas, o


termo inicial da licença-maternidade e do salário-maternidade é a alta
hospitalar da mãe ou do recém-nascido — o que ocorrer por último —,
prorrogando-se ambos os benefícios por igual período ao da internação,
visto que não podem ser reduzidos de modo irrazoável e conflitante com
o direito social de proteção à maternidade e à infância. STF. Plenário. ADI
6327/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).

(i) em relação aos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas federais
(Lei nº 7.498/86, art. 15-B), a implementação do piso salarial nacional deve ocorrer na forma
prevista na Lei nº 14.434/2022;
(ii) em relação aos servidores públicos dos estados, Distrito Federal, municípios e de suas
autarquias e fundações (Lei nº 7.498/86, art. 15-C), bem como aos profissionais contratados por
entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo SUS (Lei nº 7.498/86,
art. 15-A):
(ii.a) a implementação da diferença remuneratória resultante do piso salarial nacional deve
ocorrer na extensão do quanto disponibilizado, a título de “assistência financeira
complementar”, pelo orçamento da União (art. 198, §§ 14 e 15, com redação dada pela EC
127/2022);
(ii.b) eventual insuficiência da “assistência financeira complementar” mencionada no item “ii.a”
instaura o dever da União de providenciar crédito suplementar, cuja fonte de abertura serão
recursos provenientes do cancelamento, total ou parcial, de dotações tais como aquelas
destinadas ao pagamento de emendas parlamentares individuais ao projeto de lei orçamentária
destinadas a ações e serviços públicos de saúde (art. 166, § 9º) ou direcionadas às demais
emendas parlamentares (inclusive de Relator-Geral do Orçamento). Não sendo tomada tal
providência, não será exigível o pagamento por parte dos entes referidos no item “ii”; e
(ii.c) uma vez disponibilizados os recursos financeiros suficientes, o pagamento do piso salarial
deverá ser proporcional nos casos de carga horária inferior a 8 (oito) horas por dia ou 44
(quarenta e quatro) horas semanais.
(iii) Além disso, pelo voto médio, o Plenário também referendou o seguinte item “i” da decisão,
nestes termos: em relação aos profissionais celetistas em geral (Lei nº 7.498/86, art. 15-A), a
implementação do piso salarial nacional deverá ser precedida de negociação coletiva entre as
partes, como exigência procedimental imprescindível, levando em conta a preocupação com
demissões em massa ou prejuízos para os serviços de saúde. Não havendo acordo, incidirá a Lei
nº 14.434/2022, desde que decorrido o prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de
publicação da ata deste julgamento.
STF. Plenário. ADI 7.222 MC-Ref-segundo/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, redatores do
acórdão Min. Roberto Barroso e Gilmar Mendes (voto conjunto), julgado em 01/7/2023 (Info
1101).

É constitucional o art. 32 do Estatuto da Juventude, que assegura


passagens gratuitas em ônibus interestaduais para jovens de baixa renda.
STF. Plenário. ADI 5657/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16 e
17/11/2022 (Info 1076).

À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da


criança com absoluta prioridade e do princípio da paternidade
responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e
regulamentada pelo art. 207 da Lei nº 8.112/90, estende-se ao pai genitor
monoparental. STF. Plenário. RE 1348854/DF, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 12/5/2022 (Repercussão Geral – Tema 1182) (Info
1054).

 Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da


licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas
prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar
prazos diversos em função da idade da criança adotada. STF.
Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
10/3/2016 (Repercussão Geral – Tema 782) (Info 817).

O STF determinou que:

1) o Estado do Rio de Janeiro elabore e encaminhe ao STF, no prazo


máximo de 90 dias, um plano para redução da letalidade policial e
controle das violações aos direitos humanos pelas forças de
segurança, que apresente medidas objetivas, cronogramas
específicos e previsão dos recursos necessários para a sua
implementação.
2) 2) o emprego e a fiscalização da legalidade do uso da força sejam
feitos à luz dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de
Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da
Lei. ONU.

3) 3) seja criado um grupo de trabalho sobre Polícia Cidadã no


Observatório de Direitos Humanos localizado no Conselho Nacional
de Justiça;

4) 4) nos termos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de


Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da
Lei, só se justifica o uso da força letal por agentes de Estado
quando, ressalvada a ineficácia da elevação gradativa do nível da
força empregada para neutralizar a situação de risco ou de
violência, exauridos os demais meios, inclusive os de armas não-
letais, e necessário para proteger a vida ou prevenir um dano sério,
decorrente de uma ameaça concreta e iminente.

5) 5) as investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças


ou adolescentes terão a prioridade absoluta;

6) 6) No caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança


do Estado do Rio de Janeiro, devem ser observadas as seguintes
diretrizes constitucionais, sob pena de responsabilidade:

(i) a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado


judicial, deve ser realizada somente durante o dia, vedando-
se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite;
(ii) (ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, pode ter
por base denúncia anônima;
(iii) (iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da
elaboração de auto circunstanciado, que deverá instruir
eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de
adolescente por ato infracional e ser remetido ao juízo da
audiência de custódia para viabilizar o controle judicial
posterior; e (iv) a diligência deve ser realizada nos estritos
limites dos fins excepcionais a que se destina.
(iv) (iv) a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins
excepcionais a que se destina
7) 7) seja obrigatória a disponibilização de ambulâncias em operações
policiais previamente planejadas em que haja a possibilidade de
confrontos armados, sem prejuízo da atuação dos agentes públicos
e das operações;
8) 8) o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instale
equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e vídeo nas
viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o
posterior armazenamento digital dos respectivos arquivos.

 Protocolo de Minnesota O Protocolo de Minnesota sobre


Investigação de Mortes Potencialmente Ilícitas consiste em um
conjunto de regras de orientação sobre como proceder a
investigação de mortes que possam ser tidas como ilícitos.
 Caso Juan Humberto Sánchez vs. Honduras (Corte IDH)

A fixação do piso salarial em múltiplos do salário mínimo mostra-se


compatível com o texto constitucional, desde que não ocorra vinculação a
reajustes futuros. STF. Plenário. ADPF 53 Ref-MC/PI, ADPF 149 Ref-MC/DF
e ADPF 171 Ref-MC/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 18/2/2022
(Info 1044).

É inconstitucional lei estadual que proíba a Administração Pública de


contratar empresa que tenha tido empregado condenado por crime ou
contravenção relacionados com a prática de atos discriminatórios. Essa lei
viola os princípios da intransmissibilidade da pena, da responsabilidade
pessoal e do devido processo legal. STF. Plenário. ADI 3092, Rel. Marco
Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Info 987 – clipping)

A restrição imposta pela Lei 13.021/2014, no sentido de que apenas


farmacêuticos legalmente habilitados podem figurar como responsáveis
técnicos de farmácias e drogarias, não é incompatível com o 5º XIII, da
Constituição Federal. STF. Plenário. RE 1156197, Rel. Marco Aurélio,
julgado em 24/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 1.049) (Info 991 –
clipping).

PCD

É constitucional lei estadual que obriga empresas do setor têxtil a identificarem as peças de
roupa com etiquetas em braile ou outro meio acessível que atenda as pessoas com deficiência
visual.
Essa lei não viola os princípios da livre iniciativa (arts. 1º, IV; e 170, “caput”), da livre
concorrência (art. 170, IV), da propriedade privada (art. 170, II) e da isonomia (arts. 5º, “caput”;
e 19, III).
A norma também não invade a competência privativa da União para legislar sobre comércio
interestadual (art. 22, VIII).
STF. Plenário. ADI 6.989/PI, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/6/2023 (Info 1099).

É inconstitucional lei estadual que obriga as operadoras de planos saúde a assegurar


atendimento médico-hospitalar integral e adequado às pessoas com deficiência. STF. Plenário.
ADI 7029/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/5/2022 (Info 1053).

É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre direito civil
e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88), lei estadual que veda, no âmbito de seu
território, operadoras de plano de saúde de limitarem consultas e sessões para o tratamento de
pessoas com deficiência. STF. Plenário. ADI 7172/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
17/10/2022 (Info 1072).

SAÚDE

É inconstitucional a lei estadual que preveja o arquivamento de materiais genéticos de


nascituros e parturientes, em unidades de saúde, com o fim de realizar exames de DNA
comparativo em caso de dúvida.
STF. Plenário. ADI 5545/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/4/2023 (Info 1090).

A) Nas hipóteses de ações relativas à saúde intentadas com o objetivo de compelir o Poder
Público ao cumprimento de obrigação de fazer consistente na dispensação de
medicamentos não inseridos na lista do SUS, mas registrado na ANVISA, deverá
prevalecer a competência do juízo de acordo com os entes contra os quais a parte autora
elegeu demandar.
B) B) As regras de repartição de competência administrativas do SUS não devem ser
invocadas pelos magistrados para fins de alteração ou ampliação do polo passivo
delineado pela parte no momento da propositura da ação, mas tão somente para fins de
redirecionar o cumprimento da sentença ou determinar o ressarcimento da entidade
federada que suportou o ônus financeiro no lugar do ente público competente, não
sendo o conflito de competência a via adequada para discutir a legitimidade ad causam,
à luz da Lei nº 8.080/90, ou a nulidade das decisões proferidas pelo Juízo estadual ou
federal, questões que devem ser analisadas no bojo da ação principal.
C) C) A competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, I, da CF/88, é determinada
por critério objetivo, em regra, em razão das pessoas que figuram no polo passivo da
demanda (competência ratione personae), competindo ao Juízo federal decidir sobre o
interesse da União no processo (Súmula 150/STJ), não cabendo ao Juízo estadual, ao
receber os autos que lhe foram restituídos em vista da exclusão do ente federal do feito,
suscitar conflito de competência (Súmula 254/STJ). STJ. 1ª Seção. CC 188.002-SC,
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 12/4/2023 (IAC 14) (Info 770).

Depois do julgamento acima, o STF, concedeu tutela provisória para estabelecer que,
até o julgamento definitivo do Tema 1.234 da Repercussão Geral, sejam observados os
seguintes parâmetros:

 nas demandas judiciais envolvendo medicamentos ou tratamentos


padronizados (está nas listas do RENAME, RENASUS, isto é, foi padronizado
pelo SUS): a composição do polo passivo deve observar a repartição de
responsabilidades estruturada no Sistema Único de Saúde, ainda que isso
implique deslocamento de competência, cabendo ao magistrado verificar a
correta formação da relação processual (JÁ HÁ MAIORIA NA DEFINIÇÃO DA
TESE);

a) O STF afirmou que a solidariedade da responsabilidade pelo fornecimento


da saúde não significa que o cidadão tenha livre escolha para definir contra
qual ente federativo pretende litigar. Não se trata, portanto, de uma
solidariedade irrestrita, mas sim de compartimentalização de
responsabilidades à luz da estrutura do SUS.
b) Ademais, convém salientar que a solidariedade deve ser percebida como
elemento de garantia, de modo que o ente federativo não responsável pelo
medicamento na repartição de atribuições da política pública pode
permanecer no polo passivo, mas não isoladamente, sem a presença do ente
responsável.
c) Logo, para o STF, mesmo sendo caso de solidariedade, existem situações
nas quais o juiz deverá determinar a correção do polo passivo se o ente
responsável não estiver na lide, mesmo que isso implique mudança de
competência.

 2. nas demandas judiciais relativas a medicamentos não incorporados (NÃO


está nas listas do RENAME, RENASUS, não foi padronizado pelo SUS): devem
ser processadas e julgadas pelo Juízo, estadual ou federal, ao qual foram
direcionadas pelo cidadão, sendo vedada, até o julgamento definitivo do Tema
1.234 da Repercussão Geral, a declinação da competência ou determinação de
inclusão da União no polo passivo (NÃO HÁ MAIORIA PARA DEFINIÇÃO DO
ASSUNTO);
 3. diante da necessidade de evitar cenário de insegurança jurídica, esses
parâmetros devem ser observados pelos processos sem sentença prolatada;
diferentemente, os processos com sentença prolatada até a data desta decisão
(17 de abril de 2023) devem permanecer no ramo da Justiça do magistrado
sentenciante até o trânsito em julgado e respectiva execução;
 4. ficam mantidas as demais determinações contidas na decisão de suspensão
nacional de processos na fase de recursos especial e extraordinário.

STF. Plenário. RE 1366243 TPI-Ref, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/04/2023.

 O STF vinha entendendo de forma diversa do que decidiu o STJ no IAC 14


acima explicado. Confira: É obrigatória a inclusão da União no polo passivo de
demanda na qual se pede o fornecimento gratuito de medicamento registrado na
Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não incorporado aos Protocolos
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de Saúde.
 Esse entendimento está em consonância com a tese fixada pelo STF nos
embargos de declaração do RE 855.178 (Tema 793). STF. 1ª Turma. RE
1286407 AgR-segundo/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
26/4/2022 (Info 1052).
Determinado partido político ajuizou ADI pedido que fosse conferida interpretação conforme a
Constituição a dispositivos das Leis nº 13.979/2020 e 14.020/2020, que tratam do prazo de
vigência de medidas do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda (PEMER).
O STF negou o pedido. Os artigos impugnados não comportam mais de uma exegese, uma vez
que limitam o período de vigência da política de “manutenção de emprego e renda” a 31 de
dezembro de 2020, em razão da pandemia da Covid-19. O seu sentido é unívoco, não sendo
cabível a interpretação conforme a Constituição.
STF. Plenário. ADI 6662/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 31/03/2023 (Info 1089).

 Em outra oportunidade, o STF havia decidido de forma ligeiramente diferente


ampliando o prazo de outras medidas da Lei nº 13.979/2020: A prudência —
amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que
continuem em vigor as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da
Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação de emergência na área da
saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

Nas demandas em que se alega desequilíbrio econômico-financeiro de


contrato ou convênio firmado com hospitais particulares para
prestação de serviços de saúde em caráter complementar, o polo
passivo deve ser composto necessariamente pela União e o
contratante subnacional (Estado ou Município).
AREsp 2.067.898-DF, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma,
por maioria, julgado em 15/12/2022, DJe 20/12/2022.

ão inconstitucionais — por violarem os princípios da separação de Poderes, da


legalidade orçamentária, da eficiência administrativa e da continuidade dos serviços
públicos — decisões judiciais que determinam a penhora ou o bloqueio de receitas
públicas destinadas à execução de contratos de gestão para o pagamento de despesas
estranhas aos seus objetos. STF. Plenário. ADPF 1012/PA, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 12/12/2022 (Info 1079).

Em demandas relativas a direito à saúde, é incabível ao juiz


estadual determinar a inclusão da União no polo passivo da
demanda se a parte requerente optar pela não inclusão,
ante a solidariedade dos entes federados. AgInt no CC
182.080-SC, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador
convocado do TRF da 5ª Região), Primeira Seção, por
unanimidade, julgado em 22/06/2022.

Covid-19 É vedada a utilização, ainda que em caráter excepcional, de


recursos vinculados ao Fundeb para ações de combate à pandemia do
novo coronavírus (Covid-19). STF. Plenário. ADI 6490/PI, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 18/2/2022 (Info 1044).

É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label?

• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o


fornecimento de medicamento para uso off label.

• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija o medicamento


caso esse determinado uso fora da bula (off label) tenha sido autorizado
pela ANVISA.

O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label,


salvo autorização da ANVISA. STJ. 1ª Seção. PUIL 2.101-MG, Rel. Min.
Sérgio Kukina, julgado em 10/11/2021 (Info 717).

A operadora do plano de saúde deve custear medicamento importado, o


qual, apesar de não registrado pela ANVISA, possui autorização para
importação em caráter excepcional. STJ. 3ª Turma. REsp 1.943.628-DF,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/10/2021 (Info 717).

 Como regra geral: as operadoras de plano de saúde não estão


obrigadas a fornecer medicamento não registrado pela ANVISA(STJ.
2ª Seção. REsp 1.712.163-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em
08/11/2018. Recurso Repetitivo – Tema 990).
 No entanto, seo medicamento prescritopelo médico, embora se
trate de fármaco importado ainda não registrado pela ANVISA, teve
a sua importação excepcionalmente autorizada pela referida
Agência Nacional, neste caso, ele será considerado como de
cobertura obrigatória pela operadora de plano de saúde. Trata-se,
portanto, de uma exceção ao que o STJ decidiu no Tema 990 acima
exposto.

O caráter extraordinário dos valores de complementação do


FUNDEB pagos pela União aos estados e aos municípios, por força de
condenação judicial, justifica o afastamento da subvinculação prevista
nos arts. 60, XII, do ADCT e 22 da Lei nº 11.949/2007.
É inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios
contratuais com recursos destinados ao FUNDEB, o que representaria
indevido desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à educação.
STF. Plenário. ADPF 528/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
18/3/2022 (Info 1047

1 - O rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar é, em regra,


taxativo;
2 - A operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com
tratamento não constante do rol da ANS se existe, para a cura do
paciente, outro procedimento eficaz, efetivo e seguro já incorporado ao
rol;
3 - É possível a contratação de cobertura ampliada ou a negociação de
aditivo contratual para a cobertura de procedimento extra rol;
4 - Não havendo substituto terapêutico ou esgotados os procedimentos
do rol da ANS, pode haver, a título excepcional, a cobertura do
tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente, desde que (i)
não tenha sido indeferido expressamente, pela ANS, a incorporação do
procedimento ao rol da Saúde Suplementar; (ii) haja comprovação da
eficácia do tratamento à luz da medicina baseada em evidências; (iii) haja
recomendações de órgãos técnicos de renome nacionais (como CONITEC e
NATJUS) e estrangeiros; e (iv) seja realizado, quando possível, o diálogo
interinstitucional do magistrado com entes ou pessoas com expertise
técnica na área da saúde, incluída a Comissão de Atualização do rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar, sem deslocamento da
competência do julgamento do feito para a Justiça Federal, ante a
ilegitimidade passiva ad causam da ANS. EREsp 1.886.929-SP, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, Segunda Seção, por maioria, julgado em 08/06/2022.

É inconstitucional lei estadual que obriga planos de saúde a atenderem os


clientes com Covid-19 mesmo que eles estejam no período de carência
contratual. Competência privativa da Uniõa para legislar sobre Direito Civil
e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88).

Cabível o deferimento de tutela provisória incidental em arguição de


descumprimento de preceito fundamental para adoção de todas as
providências indispensáveis para assegurar a vida, a saúde e a segurança
de povos indígenas vítimas de ilícitos e problemas de saúde decorrentes
da presença de invasores de suas terras, em situação agravada pelo curso
da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19). STF. Plenário.
ADPF 709 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/6/2021
(Info 1022).
Compete à Justiça Federal julgar ação que tem como objetivo a obtenção
de oxigênio destinado às unidades de saúde estaduais do Amazonas para
o tratamento da Covid-19.

STF determinou que a União enviasse ao Estado-membro as vacinas


necessárias para a aplicação da segunda dose dentro do prazo estipulado
nas bulas dos fabricantes e autorizado pela Anvisa. STF. Plenário. ACO
3518 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 14/9/2021
(Info 1029)

Estado pode ser obrigado a fornecer medicamento não registrado na


ANVISA, se a sua importação estiver autorizada, ele se mostrar
imprescindível ao tratamento e houver incapacidade financeira do
paciente.

 Tese fixada: Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais,


medicamento que, embora não possua registro na Anvisa, tem a
sua importação autorizada pela agência de vigilância sanitária,
desde que comprovada a incapacidade econômica do paciente, a
imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de
substituição por outro similar constante das listas oficiais de
dispensação de medicamentos e os protocolos de intervenção
terapêutica do SUS. STF. Plenário. RE 1165959/SP, Rel. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1161) (Info 1022).

Exceção no caso do fornecimento de medicamentos sem registro


na ANVISA Vimos acima que, em regra, a parte pode incluir no polo
passivo qualquer um dos entes, isoladamente, ou conjuntamente.
Existe, contudo, uma exceção: se o indivíduo estiver pleiteando o
fornecimento de um medicamento que ainda não foi aprovado pela
ANVISA, neste caso terá que ajuizar a ação necessariamente contra a
União: As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem
registro na ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da
União. STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/
o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/5/2019 (repercussão geral)
(Info 941).

Estado pode ser obrigado a fornecer medicamento não registrado na


ANVISA, se a sua importação estiver autorizada, ele se mostrar
imprescindível ao tratamento e houver incapacidade financeira do
paciente.

 Tese fixada: Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais,


medicamento que, embora não possua registro na Anvisa, tem a
sua importação autorizada pela agência de vigilância sanitária,
desde que comprovada a incapacidade econômica do paciente, a
imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de
substituição por outro similar constante das listas oficiais de
dispensação de medicamentos e os protocolos de intervenção
terapêutica do SUS. STF. Plenário. RE 1165959/SP, Rel. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1161) (Info 1022).

A tabela da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve servir


de parâmetro para o pagamento dos serviços de saúde prestados por
hospital particular, em cumprimento de ordem judicial, em favor de
paciente do SUS.
Tese fixada pelo STF: “O ressarcimento de serviços de saúde prestados
por unidade privada em favor de paciente do Sistema Único de Saúde, em
cumprimento de ordem judicial, deve utilizar como critério o mesmo que
é adotado para o ressarcimento do Sistema Único de Saúde por serviços
prestados a beneficiários de planos de saúde”. STF. Plenário. RE
666094/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/09/2021
(Repercussão Geral – Tema 1033) (Info 1032).

O art. 10, III, da Lei nº 9.656/98, ao excluir a inseminação artificial do


plano-referência de assistência à saúde, também excluiu a técnica de
fertilização in vitro.
A inseminação artificial compreende a fertilização in vitro, bem como
todas as técnicas médicocientíficas de reprodução assistida, sejam elas
realizadas dentro ou fora do corpo feminino.
Isso significa que não é abusiva a negativa de custeio, pela operadora
do plano de saúde, do tratamento de fertilização in vitro, quando não
houver previsão contratual expressa.
Salvo disposição contratual expressa, os planos de saúde não são
obrigados a custear o tratamento médico de fertilização in vitro. STJ. 2ª
Seção. REsp 1.851.062-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 13/10/2021
(Recurso Repetitivo – Tema 1067)(Info 714).
Poder Público pode determinar a vacinação compulsória contra a
Covid-19 (o que é diferente de vacinação forçada).
O Estado pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as
medidas restritivas previstas em lei (multa, impedimento de frequentar
determinados lugares, fazer matrícula em escola), mas não pode fazer a
imunização à força.
Também ficou definido que os Estados-membros, o Distrito Federal
e os Municípios têm autonomia para realizar campanhas locais de
vacinação.
STF. Plenário. ADI 6586, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 17/12/2020

É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por


motivo de convicção filosófica. STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema
1103) (Info 1003)

 É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de


vacina que, registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido
incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua
aplicação obrigatória determinada em lei ou (iii) seja objeto de
determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com
base em consenso médico-científico.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no caso de


descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a Covid-19 ou na hipótese de cobertura imunológica intempestiva e
insuficiente, poderão dispensar às respectivas populações:
a) vacinas das quais disponham, previamente aprovadas pela Anvisa; e
b) no caso não expedição da autorização competente, no prazo de 72
horas, vacinas registradas por pelo menos uma das autoridades sanitárias
estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos
países, bem como quaisquer outras que vierem a ser aprovadas, em
caráter emergencial. STF. Plenário. ADPF 770 MC-Ref/DF e ACO 3451 MC-
Ref/MA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/2/2021 (Info
1006).

É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o


enfrentamento da pandemia COVID-19 nas comunidades quilombolas.
STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão
Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).

É possível que ente federado proceda à importação e distribuição,


excepcional e temporária, de vacina contra o coronavírus, no caso de
ausência de manifestação, a esse respeito, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA no prazo estabelecido pelo art. 16 da Lei nº
14.124/2021. STF. Plenário. ACO 3451 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

Os contratos de plano de saúde disciplinados sob a égide da lei anterior


obedecem a seus dispositivos em respeito ao ato jurídico perfeito, à
segurança jurídica, a autonomia da vontade e a liberdade de contratar. RE
948634/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 19.10.2020. (RE-
948634).

CULTURA

É constitucional a instituição, por lei municipal, de feriado local para a


comemoração do Dia da Consciência Negra, a ser celebrado em 20 de
novembro, em especial porque a data representa um símbolo de
resistência cultural e configura ação afirmativa contra o preconceito racial.
STF. Plenário. ADPF 634/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
30/11/2022 (Info 1078).

É constitucional a chamada cota de tela, ou seja, a obrigatoriedade de que


os cinemas brasileiros exibam filmes nacionais durante um número
mínimo de dias por ano. STF. Plenário. RE 627432/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 18/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 704) (Info
1010).

São constitucionais os procedimentos licitatórios que exijam percentuais


mínimos e máximos a serem observados pelas emissoras de rádio na
produção e transmissão de programas culturais, artísticos e jornalísticos
locais, nos termos do art. 221 da Constituição Federal. STF. Plenário. RE
1070522/PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/3/2021 (Repercussão
Geral – Tema 1013) (Info 1010).

DIREITO DO TRABALHO
“Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho em face de
empresa estatal, com o propósito de invalidar a contratação irregular de pessoal, não é
cabível o ingresso, no polo passivo da causa, de todos os empregados atingidos, mas é
indispensável sua representação pelo sindicato da categoria.”. STF. Plenário. RE
629647/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 28/10/2022 (Repercussão Geral – Tema 1004) (Info 1074).

É inconstitucional o art. 3º da Lei 13.109/2015, que fixava prazos distintos de licença


maternidade e licença adotante para integrantes das Forças Armadas. STF. Plenário.
ADI 6603/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 13/9/2022 (Info 1067).

Não viola a Constituição Federal a exclusão dos aprendizes do rol de


beneficiados por piso salarial regional. ADI

TRANSPORTE PÚBLICO

constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados
por pessoas obesas, correspondente a 3% dos lugares em salas de projeções, teatros e
espaços culturais localizados em seu território e a, no mínimo, 2 lugares em cada
veículo do transporte coletivo municipal e intermunicipal. STF. Plenário. ADI 2477/PR e
ADI 2572/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 21/10/2022 (Info 1073).

EDUCAÇÃO

1. A complementação ao FUNDEF realizada a partir do valor mínimo anual por aluno fixada
em desacordo com a média nacional impõe à União o dever de suplementação de recursos.
2. Sendo tal obrigação imposta por título executivo judicial, aplica-se a sistemática dos
precatórios, nos termos do art. 100 da Constituição Federal.
STF. Plenário. RE 635.347/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/7/2023 (Repercussão
Geral – Tema 416) (Info 1101).

É inconstitucional norma estadual que regulamenta o Programa Jovem Aprendiz. Isso porque
compete privativamente à União legislar sobre direito do trabalho (art. 22, I, CF/88). STF.
Plenário. ADI 7.148/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1091).

É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de


vagas, no mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma
etapa ou ciclo escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de
acesso ao sistema educacional e do maior convívio familiar possível. STF. Plenário. ADI
7149/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).

1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental


e ensino médio — constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens,
assegurado por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e
imediata.
2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5
anos). Sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida individualmente, como no caso
examinado neste processo.
3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas
constitucionais sobre acesso à educação básica. STF. Plenário. RE 1008166/SC, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 22/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 548) (Info 1069).

Tese fixada pelo STF: É inconstitucional decisão judicial que, sem


considerar as circunstâncias fáticas efetivamente demonstradas, deixa de
sopesar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes contratuais, e
determina a concessão de descontos lineares em mensalidades de cursos
prestados por instituições de ensino superior. STF. Plenário. ADPF 706/DF
e ADPF 713/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 17 e 18/11/2021 (Info
1038).

É inconstitucional lei estadual que inclui o pagamento de pessoal inativo


nas despesas consideradas como de manutenção e desenvolvimento do
ensino. STF. Plenário. ADI 6049/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 20/8/2021 (Info 1026).

 a EC 108/2020 incluiu o § 7º no art. 212 da CF/88 e passou a vedar


expressamente o uso dos recursos destinados à manutenção e
desenvolvimento do ensino para o pagamento de aposentadorias e
pensões.

Não é razoável exigir comprovação documental do motivo pelo qual o


candidato faltou às provas do Enem 2020 como requisito para que ele
possa obter isenção da taxa de inscrição do Enem 2021, tendo em vista
que se vivia um contexto de pandemia. STF. Plenário. ADPF 874 MC/DF,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).

As Unidades Executoras Próprias (UEx), como, por exemplo, Caixas


Escolares, podem receber recursos públicos destinados à educação, via
transferência, para a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o
reforço da autogestão escolar e a elevação dos índices de desempenho da
educação básica, por meio da gestão descentralizada.
A Justiça do Trabalho, em processos de execução, não pode decretar
medidas de constrição judicial que recaiam sobre essas verbas recebidas
pelas Caixas Escolares destinadas à educação.
Esses valores são impenhoráveis porque estão afetados a finalidades
públicas e à realização das atividades e serviços públicos decorrentes do
exercício obrigatório da função administrativa.
Vale ressaltar, no entanto, que não se aplica o regime de precatório para as
Caixas Escolares ou Unidades Descentralizadas de Educação (UDEs). Isso
porque tais entes possuem natureza jurídica de direito privado, não
integram a Administração Pública e não compõem o orçamento público.
As Caixas Escolares recebem doações particulares, e assumem outras
obrigações não necessariamente vinculadas com a educação pública. Em
relação a essas obrigações, calcadas em patrimônio decorrente de doações
privadas, não é razoável que devam ser pagas por precatório.
STF. Plenário. ADPF 484/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/6/2020 (Info
980).

 PORTANTO, NO que pese tratar-se de pessoa jurídica de direito privado, ainda


que seus bens sejam penhoráveis, não é possível a penhora de subvenções
sociais voltadas à educação.

A Constituição prevê o dever de aplicação de percentual mínimo


para investimentos na manutenção e desenvolvimento do ensino.
A definição de quais despesas podem ou não ser consideradas como
manutenção e desenvolvimento de ensino é feita por meio de lei editada
pela União. A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional), em seus arts. 70 e 71, definiu quais despesas podem ser
consideradas como sendo destinadas à manutenção e desenvolvimento
do ensino.
As despesas com encargos previdenciários de servidores inativos e os
repasses efetuados pelo Estado para cobrir o déficit no regime próprio de
previdência não podem ser computados como aplicação de recursos na
manutenção e desenvolvimento de ensino, para os fins do art. 212 da
CF/88. Logo, é inconstitucional lei estadual que faça essa previsão. STF.
Plenário. ADI 5719, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Info 990 –
clipping).

AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

O Presidente da República tem liberdade para escolher como Reitor


qualquer um dos três nomes da lista a ele encaminhada, não sendo
obrigado a nomear o mais votado.

É inconstitucional Decreto que autoriza o Ministério da Educação a


nomear diretor interino de centros técnicos federais sem observância do
processo eleitoral que conta com a participação da comunidade escolar.
STF. Plenário. ADI 6543/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
26/3/2021 (Info 1011).

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

É inconstitucional lei estadual que cria cadastro de usuários e dependentes de drogas, com
informações concernentes ao registro de ocorrência policial, inclusive sobre reincidência.
Essa lei invade a competência privativa da União para legislar sobre matéria penal e processual
penal (art. 22, I, da CF/88), bem como viola o Estado de direito, os direitos fundamentais e o
sistema constitucional especial de proteção de dados.
STF. Plenário. ADI 6.561/TO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).

É inconstitucional lei estadual que proíbe a entrega, em caixas postais comunitárias, das
correspondências que se enquadram como carta, cartão-postal e correspondência agrupada. Essa
lei é inconstitucional porque invade a competência exclusiva da União para manter o serviço
postal e a competência privativa do ente central para legislar sobre a matéria (arts. 21, X; e 22,
V, CF/88).
É inconstitucional lei estadual que proíbe a postagem, em caixas postais comunitárias, de
boletos de pagamento alusivos a serviços prestados por empresas públicas e privadas. Isso
porque essa lei está em contrariedade ao que dispõe a legislação federal que trata da matéria,
sem demonstrar interesse particular ou justificativa objetiva e precisa do respectivo ente
federativo.
STF. Plenário. ADI 3081/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 28/8/2023 (Info 1105).

É constitucional lei do Estado do Rio de Janeiro que institui o feriado comemorativo do “Dia de
São Jorge”.
Essa lei está inserida dentro da competência comum dos entes federados para proteger
documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, monumentos, paisagens
naturais notáveis e sítios arqueológicos (art. 23, III, CF/88). Além disso, é competência
concorrente legislar sobre esses temas (art. 24, VII, CF/88).
STF. Plenário. ADI 4.092/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 28/8/2023 (Info 1105).

É inconstitucional — por usurpar a competência privativa da União para legislar sobre direito
do trabalho (art. 22, I, CF/88) — lei estadual que, ao criar o “estágio supervisionado, educativo
e profissionalizante” sob a forma de bolsa de iniciação ao trabalho ao menor que frequente o
ensino regular ou supletivo, constitui relação jurídica que se aproxima do instituto do contrato
de aprendizagem.
STF. Plenário. ADI 3.093/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 28/8/2023 (Info 1105).

É inconstitucional lei estadual que prevê normas de proteção aos consumidores filiados às
associações de socorro mútuo.
Essa lei invade a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, política de
seguros e sistemas de captação de poupança popular (art. 22, I, VII e XIX, CF/88).
STF. Plenário. ADI 7.099/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/8/2023 (Info 1103).

É constitucional lei estadual que estabelece critérios para a construção e a ampliação de


presídios. STF. Plenário. ADI 2.402/ES, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 26/6/2023 (Info
1101).
É inconstitucional lei estadual que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade
do porte de armas de fogo para os vigilantes de empresas de segurança privada. Essa
norma invade a competência exclusiva da União para autorizar e fiscalizar a produção e o
comércio de material bélico (art. 21, VI, CF/88), e a competência privativa da União para
legislar sobre material bélico (art. 22, XXI, CF/88). STF. Plenário. ADI 7.252/TO, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1092).

É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre associações de socorro mútuo e associações
e cooperativas de autogestão de planos de proteção contra riscos patrimoniais. Essas
normas violam a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros e
sistema de captação da poupança popular (art. 22, I, VII e XIX, CF/88), bem como a sua
competência exclusiva para fiscalizar o setor de seguros (art. 21, VIII, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6753/GO e ADI 7151/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 3/5/2023
(Info 1092).

São inconstitucionais leis estaduais, de origem parlamentar, que versam sobre a autodeclaração
do proprietário de veículos automotores acerca de sua conformidade quanto à segurança
veicular e ambiental, e determinam que eventual fiscalização seja realizada e filmada por
agentes do DETRAN.
Essas leis afrontam a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte
(art. 22, XI) e violaram a reserva de iniciativa do chefe do Poder Executivo para dispor sobre
servidores públicos e órgãos da Administração Pública (art. 61, § 1º, II, “c” e “e”, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6.597/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/4/2023 (Info 1091).

É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre


telecomunicações, lei estadual que veda a aplicação de multa por quebra de fidelidade nos
serviços de TV por assinatura, telefonia, internet e serviços assemelhados, enquanto perdurar a
pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADI 7211/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/9/2022 (Info
1070).

É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e
transporte (art. 22, XI, CF/88) — lei distrital que prevê a possibilidade de parcelamento de
multas decorrentes de infrações de trânsito e o pagamento de débitos com cartão de crédito.
STF. Plenário. ADI 6578/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/3/2023 (Info
1088).

“É inconstitucional, por violação à competência da União para legislar sobre direito civil e
seguros (art. 22, I e VII, CF/88), lei estadual que estabelece obrigações contratuais para
operadoras de planos de saúde.”.
STF. Plenário. ADI 7208/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/3/2023 (Info 1088).

É inconstitucional — por violação à competência da União para explorar os serviços e


instalações de energia elétrica e para legislar sobre energia (arts. 21, XVII, “b”; 22, IV; e 175,
parágrafo único, CF/88) — lei estadual que obriga as empresas concessionárias de energia
elétrica a expedirem notificação com aviso de recebimento para a realização de vistoria técnica
no medidor de usuário residencial.
STF. Plenário. ADI 3703/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgado em 6/3/2023 (Info 1085).
 Vale ressaltar que o julgado acima representa uma mudança de entendimento. Isso
porque o STF, no fim de 2020, havia decidido que a Lei Estadual nº 83/2010, do Estado
do Amazonas, de idêntico conteúdo, era constitucional:

É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre


trânsito e transporte (art. 22, XI, da CF/88) e conferir tratamento diverso do previsto
no Código de Trânsito Brasileiro — lei estadual que proíbe a apreensão e a remoção de
motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 150 cilindradas, por autoridade de
trânsito, em razão da falta de pagamento do IPVA. STF. Plenário. ADI 6997/RN, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/11/2022 (Info 1077).

É inconstitucional — por tratar de matéria que diz respeito a norma de direito


econômico e contrariar a disciplina conferida a benefício já previsto no art. 23 da Lei
federal nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) — lei municipal que institui o acesso
gratuito de idosos às salas de cinema da cidade, de segunda a sexta-feira. STF. 2ª
Turma. ARE 1307028/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgado em 22/11/2022 (Info 1077)

A flexibilização, via decreto presidencial, dos critérios e requisitos para a aquisição de


armas de fogo prejudica a fiscalização do Poder Público, além de violar a competência
legislativa em sentido estrito para a normatização das hipóteses legais quanto à sua
efetiva necessidade. STF. Plenário. ADI 6119 MC-Ref/DF, ADI 6139 MC-Ref/DF e ADI
6466 MC-Ref/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 20/9/2022 (Info 1069).

É formalmente inconstitucional — por vício resultante da usurpação do poder de


iniciativa (CF/1988, art. 61, § 1º, II, “a”) — lei federal de origem parlamentar que cria
conselhos de fiscalização profissional e dispõe sobre a eleição dos respectivos
membros efetivos e suplentes. ADI 3.428/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento
virtual finalizado em 28.2.2023 (terça-feira), às 23:59

É privativa da União a competência para legislar sobre condições para o exercício da


profissão de despachante (art. 22, XVI, CF/88), de modo que a disciplina legal dos
temas relacionados à sua regulamentação também deve ser estabelecida pela União.
STF. Plenário. ADI 6740/RNe ADI 6738/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em
21/11/2022 (Info 1076)

É inconstitucional lei de origem parlamentar que institui regra de reserva de vagas de


estacionamento aos órgãos públicos estaduais. STF. Plenário. ADI 6937/RO, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 21/11/2022 (Info 1076).

É inconstitucional lei estadual que veda ao Poder Executivo e às empresas públicas e


de economia mista, cujo controle acionário pertença ao estado, de assinarem
contratos ou outros instrumentos legais congêneres que viabilizem a transferência do
controle técnico, administrativo ou de gestão compartilhada. STF. Plenário. ADI
1846/SC, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).
ei municipal pode obrigar a substituição das sacolas plásticas comuns por sacolas
biodegradáveis. STF. Plenário. RE 732686/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
19/10/2022 (Repercussão Geral – Tema 970) (Info 1073

É inconstitucional, por violar competência legislativa privativa da União, lei estadual


que obriga a Fazenda Pública a antecipar o pagamento das despesas com diligências
dos oficiais de justiça. Essa lei estadual impugnada dispôs sobre dever do sujeito
processual (na hipótese, a Fazenda Pública em execução fiscal), motivo pelo qual se
pode afirmar que ela versou sobre norma de processo civil, incidindo, portanto, em
inconstitucionalidade formal por violação do art. 22, I, da CF/88. STF. Plenário. ADI
5969/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Info 1070)

 Obs: mesmo tendo a lei estadual sido declarada inconstitucional, o Estado


continua obrigado a antecipar as despesas com diligências dos oficiais de
justiça. Isso porque esse é o entendimento sumulado do STJ (Súmula 190-STJ:
Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda
Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o
transporte dos oficiais de justiça), além de também ser encontrado em julgados
antigos do STF.

É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre


telecomunicações, lei estadual que veda a aplicação de multa por quebra de fidelidade
nos serviços de TV por assinatura, telefonia, internet e serviços assemelhados,
enquanto perdurar a pandemia da Covid-19. STF. Plenário. ADI 7211/RJ, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 30/9/2022 (Info 1070)

É constitucional lei estadual que proíbe, no âmbito de seu território, a fabricação, a


venda e a comercialização de armas de brinquedo que simulam armas de fogo reais.
ADI 5.126/SP, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em
16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59

É constitucional — haja vista a competência suplementar dos estados federados para


dispor sobre proteção do consumidor (CF/1988, art. 24, V e § 2º) — lei estadual que
torna obrigatória a assinatura física de idosos em contratos de operação de crédito
firmados por meio eletrônico ou telefônico com instituições financeiras. ADI
7.027/PB, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em
16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59

É inconstitucional lei estadual que isenta o pagamento de direitos autorais pela


execução de obras musicais em eventos sem fins lucrativos promovidos no âmbito de
seu território. Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, direito de
propriedade, direito autoral, bem como estabelecer regras substantivas de
intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da Constituição Federal). STF. Plenário.
ADI 6151/SC, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 7/10/2022 (Info 1071).
É inconstitucional — por violação à competência da União para explorar os serviços e
instalações de energia elétrica e para legislar sobre energia (CF/1988, arts. 21, XVII,
“b”; 22, IV; e 175, parágrafo único) — lei estadual que obriga as empresas
concessionárias de energia elétrica a expedirem notificação com aviso de
recebimento para a realização de vistoria técnica no medidor de usuário residencial.
ADI 3.703/RJ, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgamento virtual finalizado em 3.3.2023 (sexta-feira), às 23:59

É inconstitucional lei municipal que disponha sobre a instalação de estação rádio base
(ERB) em seu território. STF. Plenário. ARE 1370232/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
8/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 1235) (Info 1067).

É inconstitucional, por violar competência da União para legislar sobre materiais


bélicos, norma estadual que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade do
porte de arma de fogo ao atirador desportivo integrante de entidades de desporto
legalmente constituídas e ao vigilante de empresa de segurança privada. STF. Plenário.
ADI 7188/AC e ADI 7189/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgados em 23/9/2022 (Info
1069)

É inconstitucional lei federal, de iniciativa parlamentar, que veda medida


privativa e restritiva de liberdade a policiais e bombeiros militares dos
estados, dos territórios e do Distrito Federal. Compete ao chefe do Poder
Executivo local. STF. Plenário. ADI 6595/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055).

É inconstitucional, por violar os arts. 21, XI, 22, IV, e 48, XII da CF/1988,
norma estadual que proíbe concessionárias de serviços de
telecomunicação de ofertarem e comercializarem serviço de valor
adicionado (SVA). STF. Plenário. ADI 6199/PE, Rel. Min. Nunes Marques,
julgado em 15/8/2022 (Info 1063).

Lei federal não pode conceder anistia a policiais e bombeiros militares


estaduais que praticaram infrações disciplinares. STF. Plenário. ADI
4869/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

É inconstitucional, por violação à competência privativa da União para


legislar sobre direito civil (art. 22, I, da CF/88), norma estadual que impede
as instituições particulares de ensino superior de recusarem a matrícula de
estudantes inadimplentes e de cobrar juros, multas, correção monetária
ou quaisquer outros encargos durante o período de calamidade pública
causado pela pandemia da COVID-19. STF. Plenário. ADI 7104/RJ e ADI
7179/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 5/8/2022 (Info 1062)
É inconstitucional norma de Constituição estadual que amplia o rol de
autoridades sujeitas à fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção
por crime de responsabilidade. STF. Plenário. ADI 6640/PE e ADI 6645/AM,
Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/8/2022 (Info 1064).

É inconstitucional, por violar o art. 22, I, da CF/88, norma distrital que


obriga os sindicatos a divulgarem na internet a prestação de contas das
verbas recebidas a título de contribuição confederativa, sindical e de
outros recursos recebidos do Distrito Federal. Não se admite que ente
federativo diverso imponha espécie de obrigação tributária acessória a
entes destinatários de exação. STF. Plenário. ADI 5349/DF, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 19/8/2022 (Info 1064).

É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes


públicas estadual e municipais de ensino o benefício da meia-entrada nos
estabelecimentos de lazer e entretenimento. STF. Plenário. ADI 3753/SP,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de


bilhetes de transporte rodoviário intermunicipal de passageirosSTF.
Plenário. ADI 4289/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 8/4/2022 (Info
1050).

É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de


televisão por assinatura e estabelecimentos comerciais de vendas no
varejo e no atacado — que já possuam Serviço de Atendimento ao
Consumidor (SAC) — a fornecerem atendimento telefônico gratuito a seus
clientes. STF. Plenário. ADI 4118/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
25/2/2022 (Info 1045).

É inconstitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água


e luz, em determinados dias, pelas empresas concessionárias (pode
cortar), por falta de pagamento. ADI.

 Compete à União definir regras de suspensão e interrupção do


fornecimento dos serviços de energia elétrica.
 Em razão disso, é inconstitucional lei estadual que proíbe que as
empresas concessionárias ou permissionárias façam o corte do
fornecimento de água, energia elétrica e dos serviços de telefonia,
por falta de pagamento, em determinados dias (ex: sextas-feiras,
vésperas de feriados etc.).

É constitucional norma estadual que determine que as prestadoras de


serviço telefônico são obrigadas a fornecer, sob pena de multa, os dados
pessoais dos usuários de terminais utilizados para passar trotes aos
serviços de emergência. STF. Plenário. ADI 4924/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 4/11/2021 (Info 1036).

É inconstitucional lei estadual que preveja que os serviços privados de


educação são obrigados a conceder, a seus clientes preexistentes, os
mesmos benefícios de promoções posteriormente realizadas. STF.
Plenário. ADI 6614/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min.
Roberto Barroso, julgado em 12/11/2021 (Info 1037).

É inconstitucional lei estadual que imponha obrigações às empresas


seguradoras, sendo também inconstitucional lei estadual, de iniciativa
parlamentar, que imponha obrigações ao DETRAN. STF. Plenário. ADI
6132/GO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 26/11/2021 (Info 1039).

É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de


proteção ao crédito de usuário inadimplente dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário. STF. Plenário. ADI
6668/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).

Estado-membro possui competência para editar lei obrigando empresas


de internet a apresentar na fatura da conta a velocidade efetivamente
oferecida no mês.

A decisão de promover a imunização contra a Covid-19 em adolescentes


acima de 12 anos, observadas as evidências científicas e análises
estratégicas pertinentes, insere-se na competência dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios. STF. Plenário. ADPF 756
TPI-oitava-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 8/10/2021
(Info 1033).

É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo para que os


planos de saúde autorizem solicitações de exames e procedimentos
cirúrgicos. Competência privativa da Uniõa para legislar sobre Direito Civil
e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88). STF. Plenário. ADI 6452/ES,
Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

É formalmente inconstitucional portaria do Departamento Estadual de


Trânsito (Detran) que dispõe sobre condições para o exercício de atividade
profissional. Caso concreto: o Detran/TO editou portaria regulamentando
a profissão de despachante de trânsito. STF. Plenário. ADI 6754/TO, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 25/6/2021 (Info 1023).

É constitucional lei estadual que obriga a empresa de telefonia celular a


disponibilizar na internet extrato detalhado das chamadas telefônicas e
serviços utilizados nos planos pré-pagos. Trata-se de direito do
consumidor. Matéria relacionada com direito civil e com política de
crédito. STF. Plenário. ADI 5724/PI, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red.
p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/11/2020 (Info 1000)

É inconstitucional lei estadual que reduziu o valor das mensalidades


escolares durante a pandemia da Covid-19. Essa lei viola a competência
privativa da União para legislar sobre Direito Civil (art. 22, I, da CF/88).
STF. ADI 6575, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/12/2020
(Info 1003)

É inconstitucional lei estadual que obriga a concessão de descontos a


idosos na compra de medicamentos. STF. Plenário. ADI 2435/RJ, Rel. Min.
Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em
18/12/2020 (Info 1003).

É inconstitucional lei estadual que autoriza suspensão da cobrança de


empréstimos consignados, mesmo que durante a pandemia da covid-19.
STF. STF. Plenário. ADI 6495/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 20/11/2020 (Info 1000).

inconstitucional lei estadual que fixa critério etário para o ingresso no


Ensino Fundamental diferente do estabelecido pelo legislador federal e
regulamentado pelo Ministério da Educação. STF. Plenário. ADI 6312, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2020 (Info 1003).

Atualize o Info 822-STJ. MUDANÇA DE ENTENDIMENTO. Normas estaduais


que disponham sobre obrigações destinadas às empresas de
telecomunicações, relativamente à oferta de produtos e serviços, incluem-
se na competência concorrente dos estados para legislarem sobre direitos
do consumidor. STF. Plenário. ADI 5962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 25/2/2021 (Info 1007).

Lei estadual pode proibir publicidade dirigida às crianças nos


estabelecimentos de educação básica. STF. Plenário. ADI 5631/BA, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).

É inconstitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a cobrar um


valor das concessionárias de energia elétrica pela utilização das faixas de
domínio e das áreas adjacentes às rodovias estaduais e federais
delegadas. STF. Plenário. ADI 3763/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 7/4/2021 (Info 1012)

É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10


(dez) anos para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela
Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 6019/SP, Rel. Min.
Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
12/4/2021 (Info 1012).

 O STF afirmou que a previsão é inconstitucional, no entanto, com


base em um outro argumento não invocado pela autora da ADI:
violação ao princípio da igualdade.

COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS

É constitucional lei municipal que proíbe a soltura de fogos de artifício e artefatos


pirotécnicos. STF. Plenário. RE 1.210.727/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9/5/2023
(Repercussão Geral – Tema 1056) (Info 1093).

Compete aos municípios legislar sobre a obrigatoriedade de instalação de


hidrômetros individuais nos edifícios e condomínios, em razão do
preponderante interesse local envolvido. STF. Plenário. RE 738481/SE, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 16/8/2021 (Repercussão Geral – Tema
849) (Info 1025).

É inconstitucional lei municipal que:


a) institui direitos e obrigações das rádios comunitárias;
b) autoriza seu funcionamento e exploração no âmbito de seu território; e
c) estabelece infrações, sanções e o pagamento de taxa de
funcionamento. Essa lei apresenta vício de inconstitucionalidade formal
porque trata de matéria de competência reservada à União. STF. Plenário.
ADPF 335/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/8/2021 (Info
1027).

É inconstitucional norma de Constituição Estadual que veda aos


municípios a possibilidade de alterarem destinação, os fins e os objetivos
originários de loteamentos definidos como áreas verdes ou institucionais.

É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições


financeiras, correspondentes bancários e sociedades de arrendamento
mercantil façam telemarketing, oferta comercial, proposta, publicidade ou
qualquer tipo de atividade tendente a convencer aposentados e
pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo. Essa lei trata sobre
defesa do consumidor, matéria que é de competência concorrente (art.
24, V, da CF/88), servindo para suplementar os princípios e as normas do
CDC e reforçar a proteção dos consumidores idosos, grupo em situação de
especial vulnerabilidade econômica e social. STF. Plenário. ADI 6727/PR,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).

INTERVENÇÃO FEDERAL

A excepcionalidade e a gravidade que circundam a intervenção federal,


bem como a complexidade que emana do cumprimento da ordem de
desocupação, sobrepõem-se ao interesse particular dos proprietários do
imóvel.

É inconstitucional norma constitucional estadual pela qual se prevê


hipótese de intervenção estadual em municípios não contemplada no art.
35 da Constituição Federal.

PODER EXECUTIVO

Os Estados possuem autonomia relativa na solução normativa do problema da dupla vacância da


Chefia do Poder Executivo, não estando vinculados ao modelo e ao procedimento federal (art.
81, CF), mas tampouco pode desviar-se dos princípios constitucionais que norteiam a matéria,
por força do art. 25 da Constituição Federal devendo observar:
(i) a necessidade de registro e votação dos candidatos a Governador e Vice-Governador por
meio de chapa única;
(ii) a observância das condições constitucionais de elegibilidade e das hipóteses de
inelegibilidade previstas no art. 14 da Constituição Federal e na Lei Complementar a que se
refere o § 9º do art. 14;
(iii) que a filiação partidária não pressupõe a escolha em convenção partidária nem o registro da
candidatura pelo partido político; e
(iv) a regra da maioria, enquanto critério de averiguação do candidato vencedor, não se mostra
afetada a qualquer preceito constitucional que vincule os Estados e o Distrito Federal.
STF. Plenário. ADPF 969/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/8/2023 (Info 1104).

É inconstitucional dispositivo de CE que preveja que, estando vago o cargo de Vice-


Governador, será realizada eleição avulsa, na própria ALE, para a escolha do novo Vice-
Governador. STF. Plenário. ADI 999/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/6/2023 (Info
1100).

É inconstitucional disposição de Constituição estadual ou Lei Orgânica distrital que, em


desacordo com o previsto no art. 78, § 3º, da Lei nº 1.079/50, atribuam à Assembleia ou Câmara
Legislativa o julgamento do Governador por crime de responsabilidade.
STF. Plenário. ADI 3.466/DF, Rel. Min. Eros Grau, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 15/5/2023 (Info 1094).

CRIMES COMUNS CRIMES DE RESPONSABILIDADE


São aqueles tipificados na lei São infrações político-administrativas praticadas
penal (Código Penal e legislação por pessoas que ocupam determinados cargos
extravagante). Exs: peculato, públicos. Caso o agente seja condenado por
corrupção passiva etc. crime de responsabilidade ele não receberá
sanções penais (prisão ou multa), mas sim
sanções político-administrativas (perda do cargo
e inabilitação para o exercício de função
pública).
Os crimes de responsabilidade estão previstos:
· Presidente: art. 85 da CF/88 e Lei
n.° 1.079/50.
· Governador: Lei n.° 1.079/50.
· Prefeito: DL 201/67.

Quem julga: Quem julga:


· Presidente: STF (após · Presidente: Senado (após autorização da CD
autorização de 2/3 da Câmara – 2/3).
dos Deputados).
· Governador: Tribunal Especial (composto
· Governador: STJ. por 5 membros da ALE e 5
Desembargadores, sob a presidência do
· Prefeito: TJ/TRF/TRE (não Presidente do TJ).
precisa de autorização da
Câmara Municipal). · Prefeito: Câmara Municipal.

É inconstitucional, por violação ao princípio democrático, norma de


Constituição estadual que, a pretexto de disciplinar a dupla vacância no
último biênio do mandato do chefe do Poder Executivo, suprime a
realização de eleições. O art. 81, § 1º, da CF/88 NÃO é norma de
reprodução obrigatória e os Estados-membros possuem autonomia
organizacional, no entanto, não podem dispensar a realização de eleições,
sejam diretas ou indiretas, considerando que, no Brasil, os mandatos
políticos são exercidos por pessoas escolhidas pelo povo mediante
votação. STF. Plenário. ADI 7137/SP e ADI 7142/AC, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 19/8/2022 (Info 1064).

A renúncia ao cargo de governador impede o recebimento


de pedido de abertura de impeachment. RMS 68.932-SP,
Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 06/09/2022.

Os estados-membros, no exercício de suas autonomias, podem


adotar o modelo federal previsto no art. 81, § 1º (ocorrendo a vacância, a
eleição será feita trinta dias depois da última vaga), da Constituição, cuja
reprodução, contudo, não é obrigatória.
No caso de dupla vacância, faculta-se aos estados-membros, ao
Distrito Federal e aos municípios a definição legislativa do procedimento
de escolha do mandatário político.
No caso de realização de eleição indireta, a previsão normativa
estadual de votação nominal e aberta é compatível com a CF/88.
Caso concreto: lei da Bahia afirmou que, se o Governador e o Vice-
Governador deixarem os cargos nos dois últimos anos do mandato, a
Assembleia Legislativa deverá realizar uma eleição indireta, de forma
nominal e aberta. Para o STF, essa lei é constitucional, sob os pontos de
vista formal e material. STF. Plenário. ADI 1057/BA, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

PODER LEGISLATIVO
Norma estadual ou municipal não pode conferir a parlamentar,
individualmente, o poder de requisitar informações ao Poder Executivo
Compare com o Info 899-STF. STF. Plenário. ADI 4700/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 13/12/2021 (Info 1041).
 Por outro lado, o parlamentar, na condição de cidadão, pode
exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º,
inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de regência
desse direito. STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899).

É incompatível com a Constituição Federal ato normativo estadual que


amplie as atribuições de fiscalização do Legislativo local e o rol de
autoridades submetidas à solicitação de informações.

É constitucional norma estadual que estabeleça o pagamento a


parlamentar — no início e no final de cada sessão legislativa — de ajuda
de custo correspondente ao valor do próprio subsídio mensal. STF.
Plenário. ADI 6468/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info
1024).

i) a eleição dos membros das mesas das assembleias legislativas estaduais


deve observar o limite de uma única reeleição ou recondução, limite cuja
observância independe de os mandatos consecutivos referirem-se à
mesma legislatura;
ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo
cargo da mesa diretora, não impedindo que membro da mesa anterior se
mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto; e
iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve
orientar a formação das mesas das assembleias legislativas que foram
eleitas após a publicação do acórdão da ADI 6.524, mantendo-se
inalterados os atos anteriores. STF. Plenário. ADI 6684/ES, ADI 6707/ES,
ADI 6709/TO e ADI 6710/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do
acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 1030).

ESTATUTO DOS CONGRESSITAS

A CF/88 afirma que o suplente do Deputado Federal será convocado se o titular estiver de
licença superior a 120 dias; essa regra também se aplica para os Deputados Estaduais.
STF. Plenário. ADI 7253/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/05/2023 (Info 1095)
Teses fixadas pelo STF:
(i) a eleição dos membros das Mesas das Assembleias Legislativas estaduais
deve observar o limite de uma única reeleição ou recondução, limite cuja
observância independe de os mandatos consecutivos referirem-se à mesma
legislatura;
(ii) (ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo
cargo da mesa diretora, não impedindo que membro da mesa anterior se
mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto;
(iii) (iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve
orientar a formação da Mesa da Assembleia Legislativa no período
posterior à data de publicação da ata de julgamento da ADI 6.524, de modo
que não serão consideradas, para fins de inelegibilidade, as composições
eleitas antes de 7.1.2021, salvo se configurada a antecipação fraudulenta
das eleições como burla ao entendimento do Supremo Tribunal Federal.
STF. Plenário. ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI
6683/AP, ADI 6686/PE, ADI 6687/PI e ADI 6711/PI, Rel. Min. Nunes
Marques, julgados em 7/12/2022 (Info 1079).

É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a


instauração de inquérito ou outro procedimento investigatório em face de
autoridade com foro por prerrogativa de função em Tribunal de Justiça.
STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
30/11/2021 (Info 1040).

Constituições estaduais podem prever a reeleição de membros das mesas


diretoras das assembleias legislativas para mandatos consecutivos, mas
essa recondução é limitada a uma única vez. Simetria federativa. STF.
Plenário. ADI 6720/AL, ADI 6721/RJ e ADI 6722/RO, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgados em 24/9/2021 (Info 1031).

Não é possível a recondução dos Presidentes da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente, dentro da mesma legislatura. Por outro lado, é possível a
reeleição dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
em caso de nova legislatura. STF. Plenário. ADI 6524, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 14/12/2020 (Info 1003).

 Ex: o mandato de Presidente da Câmara e de Presidente do Senado


é de 2 anos. Cada legislatura tem a duração de 4 anos. Imagine que
João foi eleito Deputado Federal para a legislatura de 2013 a 2016.
Suponhamos que ele foi escolhido para ser Presidente da Câmara
no período de 2013-2014. Significa que João não poderá ser reeleito
como Presidente da Câmara para o biênio de 2015-2016. Isso
porque seria uma reeleição dentro da mesma legislatura.
 O fundamento para isso está no art. 57, § 4º da CF/88: § 4º Cada
uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º
de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus
membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente.
 Havia uma tentativa de se dar interpretação conforme e dizer que o
§ 4º do art. 57 da CF/88 foi derrogado pela Emenda Constitucional
nº 16/97, que permitiu uma reeleição para os cargos do Poder
Executivo. O STF, contudo, não concordou com a alegação e
manteve a literalidade do art. 57, § 4º.

O Deputado Federal Eduardo Silveira publicou vídeo no YouTube no


qual, além de atacar frontalmente os Ministros do STF, por meio de
diversas ameaças e ofensas, expressamente propagou a adoção de
medidas antidemocráticas contra a Corte, bem como instigou a adoção de
medidas violentas contra a vida e a segurança de seus membros, em clara
afronta aos princípios democráticos, republicanos e da separação de
Poderes.
Não é possível invocar a imunidade parlamentar material (art. 53,
da CF/88), neste caso. Isso porque a imunidade material parlamentar não
deve ser utilizada para atentar frontalmente contra a própria manutenção
do Estado Democrático de Direito.
As condutas criminosas do parlamentar configuram flagrante delito,
pois verifica-se, de maneira clara e evidente, a perpetuação dos delitos
acima mencionados, uma vez que o referido vídeo continuava disponível e
acessível a todos os usuários da internet.
Os crimes que, em tese, foram praticados pelo Deputado são
inafiançáveis por duas razões:
1) porque foram praticados contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático (art. 5º, XLIV, da CF/88; art. 323, III, do CPP); e
2) porque, no caso concreto, estão presentes os motivos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, de sorte que estamos diante
de uma situação que não admite fiança, com base no art. 324, IV, do CPP.
Encontra-se, portanto, configurada a possibilidade constitucional de
prisão em flagrante de parlamentar pela prática de crime inafiançável, nos
termos do § 2º do art. 53 da CF/88. STF. Plenário. Inq 4781 Ref, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 17/2/2021 (Info 1006)
Ante o postulado da separação de Poderes, o Congresso Nacional
não pode autorizar, atuando de forma abstrata e genérica, a
distribuição de medicamento.

A Constituição Federal (CF) reservou aos parlamentares


instrumentos adequados à averiguação do correto funcionamento
das instituições pátrias, quais sejam, convocação de autoridade a
fim de prestar esclarecimentos e instauração de comissão
parlamentar de inquérito. Porém, surge impróprio aos
parlamentares substituírem agência subordinada ao Poder
Executivo.

Surge constitucional lei de iniciativa parlamentar a criar conselho de


representantes da sociedade civil, integrante da estrutura do Poder
Legislativo, com atribuição de acompanhar ações do Executivo.
Isso porque inexiste criação de cargos, funções ou empregos
públicos da Administração direta ou autárquica a ensejar a reserva
de iniciativa legislativa prevista no art. 61, § 1º, II, a, da
Constituição Federal (CF) (1 ADI 5501/DF, rel. Min. Marco Aurélio,
julgamento virtual finalizado em 23.10.2020. (ADI-5501)

 O direito à saúde não será plenamente concretizado se


o Estado deixar de cumprir a obrigação de assegurar a
qualidade de droga mediante rigoroso crivo científico,
apto a afastar desengano, charlatanismo e efeito
prejudicial.

COMISSÕES

O conselheiro de TCE não está sujeito a notificação ou intimação para


comparecimento como testemunha perante comissão parlamentar de
investigação, podendo apenas ser convidado.

São inconstitucionais os dispositivos da Lei nº 10.001/2000 que impõem


deveres aos membros do MP no que tange às conclusões da CPI. STF.
Plenário. ADI 5351/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 18/6/2021
(Info 1022).
Em juízo de delibação, não é possível a convocação de governadores de
estados-membros da Federação por Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) instaurada pelo Senado Federal. A convocação viola o princípio da
separação dos Poderes e a autonomia federativa dos estados-membros.
STF. Plenário. ADPF 848 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
25/6/2021 (Info 1023).

A instalação de uma CPI não se submete a um juízo discricionário seja do


Presidente da casa legislativa, seja do plenário da própria casa legislativa.
STF. Plenário. MS 37760 MC-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 14/4/2021 (Info 1013)

PROCESSO LEGISLATIVO

A Casa Legislativa tem o direito de decidir quando usar o rito de urgência na apreciação
dos projetos de lei, e o Poder Judiciário não deve interferir nisso por se tratar de matéria
interna corporis. STF. Plenário. ADPF 971/SP, ADPF 987/SP e ADPF 992/SP, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgados em 29/05/2023 (Info 1096).

É constitucional a previsão regimental de rito de urgência para


proposições que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal, descabendo ao Poder Judiciário examinar concretamente as
razões que justificam sua adoção. STF. Plenário. ADI 6968/DF, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 20/4/2022 (Info 1051).

“Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da


Constituição Federal, quando não caracterizado o desrespeito às normas
constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é defeso ao Poder
Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação do
sentido e do alcance de normas meramente regimentais das Casas
Legislativas, por se tratar de matéria ‘interna corporis’.” STF. Plenário. RE
1297884/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/6/2021 (Repercussão
Geral – Tema 1120) (Info 1021).

É inconstitucional, formal e materialmente, norma estadual que permite a


participação de trabalhadores inativos no sufrágio para a escolha de
membros da diretoria de empresa pública. STF. Plenário. ADI 2296/RS, Rel.
Min. Dias Toffoli, julgado em 1/10/2021 (Info 1032)
Não é possível republicar uma lei já sancionada, promulgada e publicada
para incluir novos vetos, ainda que sob o argumento de que se trata de
mera retificação da versão original. Manifestada a aquiescência do Poder
Executivo com projeto de lei, pela aposição de sanção, evidencia-se a
ocorrência de preclusão entre as etapas do processo legislativo, sendo
incabível eventual retratação. STF. Plenário. ADPF 714/DF, ADPF 715/DF
e ADPF 718/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/2/2021 (Info
1005).

VÍCIO DE INICIATIVA

Não é permitida emenda parlamentar em projeto de lei do Executivo se provocar aumento


de despesa ou não tiver pertinência estrita com a proposta original. STF. Plenário. ADI
6.091/RR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/05/2023 (Info 1096).

Dispositivo legal, de iniciativa parlamentar, que foi considerado


constitucional: “ao servidor público do Distrito Federal é proibido
substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em
greve”.
A proibição de que o trabalhador privado em greve seja substituído
por servidor público não inibe a iniciativa do Governador do Distrito
Federal para propor leis sobre organização administrativa, servidores
públicos e regime jurídico destes. STF. Plenário. ADI 1164/DF, Rel. Min.
Nunes Marques, julgado em 1º/4/2022 (Info 1049).

 Em setembro/2019, Ricardo, Deputado Federal, recebeu vantagem


indevida em razão de sua condição de parlamentar. Como Ricardo
era Deputado Federal, em novembro/2021 foi iniciado processo
penal, no STF, para apurar o crime de corrupção passiva (art. 317 do
Código Penal). Vamos supor que Ricardo, nas eleições de 2022,
concorreu ao cargo de Senador e foi eleito para um mandato de
2023 a 2026. O STF continuará competente para julgar o delito?
SIM.

MEDIDA PROVISÓRIA.

Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da CF a
edição de MP no mesmo dia em que o Presidente sanciona ou veta
projeto de lei com conteúdo semelhante. Plenário. ADI 2601/DF, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 19/8/2021 (Info 1026).

 É vedada a edição de medida provisória tratando sobre matéria já


disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
que está pendente de sanção ou veto. Isso é proibido pelo art. 62, §
1º, IV, da CF/88.
 Por outro lado, nada impede que o Presidente sancione ou vete
esse projeto e, no mesmo dia, edite uma medida provisória
tratando sobre o mesmo tema. Neste caso, não haverá afronta ao
art. 62, § 1º, IV, da CF/88. STF.

Durante a pandemia da Covid-19 ficou reconhecido que as medidas


provisórias podem ser instruídas perante o plenário das Casas, ficando
excepcionalmente autorizada a emissão de parecer por um deputado e
um senador, em substituição à Comissão Mista. STF. Plenário. ADI
6751/DF, ADPF 661/DF e ADPF 663/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgados em 3/9/2021 (Info 1028).

Inexistindo comprovação da ausência de urgência, não há espaço para


atuação do Poder Judiciário no controle dos requisitos de edição de
medida provisória pelo chefe do Poder Executivo.

 Apesar de a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) ter se


consolidado no sentido da possibilidade de controle judicial dos
pressupostos de relevância e urgência para a edição de medidas
provisórias, “o escrutínio a ser feito pelo Judiciário neste particular
é de domínio estrito, justificando-se a invalidação da iniciativa
presidencial apenas quando atestada a inexistência cabal desses
requisitos”
A forma de se realizar esse controle deve depender da motivação
apresentada pelo chefe do Poder Executivo. “A motivação, embora não
seja requisito constitucional expresso, facilita o controle da legitimidade e
dos requisitos constitucionais autorizadores, seja pelo Legislativo, seja
pelo Judiciário”. Existindo motivação, ainda que a parte não concorde com
os motivos explicitados pelo Presidente da República para justificar a
urgência da medida provisória, não se pode dizer que eles não foram
apresentados e defendidos pelo órgão competente

TRIBUNAL DE CONTAS
É constitucional dispositivo de lei orgânica estadual que dispensa a formação de lista tríplice
para nomeação do Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
estadual.
Trata-se de opção política legítima do legislador, adotada em conformidade com a margem de
discricionariedade atribuída pela Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 4.427/AM, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).

É inconstitucional norma que preveja que os auditores dos Tribunais de Contas emitam
pareceres opinativos. STF. Plenário. ADI 5.530/MS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
22/05/2023 (Info 1096).

s entes federados possuem autonomia para fixar, em lei, as atribuições para o


cargo de auditor (ministros ou conselheiros substitutos) do respectivo Tribunal de
Contas, e podem, inclusive, inovar em relação às fixadas na Lei Orgânica do
Tribunal de Contas da União (Lei nº 8.443/92).
Contudo, elas devem sempre obedecer ao perfil judicante do cargo expressamente
instituído pela Constituição Federal de 1988 (arts. 73, § 4º; e 75), indispensável
para que as atividades desempenhadas pelas Cortes de Contas sejam exercidas
com qualidade, autonomia e isenção.
STF. Plenário. ADI 5.530/MS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2023 (Info
1096).

“É inconstitucional norma de Constituição Estadual que amplia as competências de


Assembleia Legislativa para julgamento de contas de gestores públicos, sem observar a
simetria com a Constituição Federal, por violação aos arts. 71, II, e 75 da CF/1988.”.
STF. Plenário. ADI 6981/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/12/2022 (Info
1079).

Os Estados não têm legitimidade ativa para a execução de multas


aplicadas, por Tribunais de Contas estaduais, em face de agentes públicos
municipais, que, por seus atos, tenham causado prejuízos a municípios.
Tese fixada pelo STF: “O Município prejudicado é o legitimado para
a execução de crédito decorrente de multa aplicada por Tribunal de
Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos causados
ao erário municipal”. STF. Plenário. RE 1003433/RJ, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
14/9/2021 (Repercussão Geral – Tema 642) (Info 1029).

 MP, nem MP de contas tem legitimidade para pomover/ajuizar


execução.
 Tribunal de contas não tem personalidade jurídica, logo não tem
capacidade de ser parte, não pode promover a execução das suas
próprias multas.

É juridicamente possível o pedido de anulação da nomeação e posse de


Conselheiro de Tribunal de Contas de Município, veiculado em ação civil
pública, com fundamento na constatação de que este não preenche os
requisitos de idoneidade moral e reputação ilibada. STJ. 1ª Turma. REsp
1.347.443-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/10/2021, DJe
21/10/2021 (Info 714).

Não é obrigatória a instituição de Ministério Público especial junto ao


TCM. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
25/3/2021 (Info 1011)

É assegurada, aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de


Contas, a prerrogativa de requerer informações diretamente aos
jurisdicionados do respectivo Tribunal, sem subordinação ao Presidente
da Corte. STJ. 1ª Turma. RMS 51.841/CE, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 06/04/2021 (Info 691).

Auditores jurídicos e Auditores do controle externo são duas classes


de servidores do Tribunal de Contas da Bahia (TCE/BA). Essas duas
carreiras não se confundem com o Auditor substituto de Ministro ou
Conselho de que trata o art. 73, § 4º, da CF/88.
Assim, não é possível a equiparação legislativa do cargo de Auditor
Jurídico e de Auditor do Controle Externo do TCE/BA com o cargo de
Auditor previsto no art. 73, § 4º, da CF/88. Somente para este último é
atribuída a substituição de Ministros do TCU ou de Conselheiros do TCE e
o exercício de atos da judicatura. STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

O art. 75, § 3º, da Lei nº 4.728/65 foi recepcionada pela Constituição


Federal de 1988. STF. Plenário. ADPF 312/DF, Rel. Min. Edson Fachin,
redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/4/2021 (Info
1013).

Compete aos Tribunais de Contas dos Estados, com exclusividade, a


iniciativa legislativa de norma que disponha sobre sua organização e
funcionamento.
O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem competência
para fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados
ao Distrito Federal. RMS 61.997-DF, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em
16/06/2020, DJe 18/06/2020

PODER JUDICIÁRIO

Em respeito à autonomia federativa, não viola o art. 37, V, da Constituição a lei estadual que
considera as promoções entre entrâncias para o escalonamento dos subsídios da carreira da
magistratura.
STF. Plenário. ADI 4.216/TO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).

É constitucional o art. 11 da Resolução nº 125/2010 do CNJ, que permite a atuação de membros


do Ministério Público, defensores públicos, procuradores e advogados nos Centros Judiciários
de Solução de Conflito e Cidadania. Assim, fica facultada a representação por advogado ou
defensor público, medida que se revela incentivadora para uma atuação mais eficiente e menos
burocratizada do Poder Judiciário para assegurar direitos.
Vale ressaltar que resolução do CNJ não afasta a necessidade da presença de advogados nos
casos em que a lei processual assim exige. Seu alcance se restringe a direitos patrimoniais
disponíveis e, mesmo nessas hipóteses, caso uma das partes venha com o advogado à mediação,
o procedimento será suspenso para que a outra parte também possa ser assistida.
Tese fixada pelo STF: É constitucional a disposição do Conselho Nacional de Justiça que prevê
a facultatividade de representação por advogado ou defensor público nos Centros Judiciários de
Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs).
STF. Plenário. ADI 6.324/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/8/2023 (Info 1104).

É inconstitucional — por violar o art. 39, § 4º, da CF/88, haja vista o caráter de indevido
acréscimo remuneratório — norma estadual que prevê adicional de “auxílio-aperfeiçoamento
profissional” aos seus magistrados.
STF. Plenário. ADI 5.407/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/07/2023 (Info
1102).

Caso concreto: o Ministro Marco Aurélio já havia votado no processo; houve pedido de vista;
na volta da vista, o Ministro Marco Aurélio já havia se aposentado. Foi autorizado que o
Ministro André Mendonça, que o sucedeu na Corte, proferisse novo voto, substituindo o
pronunciamento anterior. Isso porque se entendeu que, depois do voto do Ministro Marco
Aurélio, surgiram fatos novos.
Quais foram esses fatos novos? Foram três: 1): o arquivamento de outros inquéritos policiais —
nos quais os fatos, objeto da denúncia ora em análise, se basearam; 2) a mudança de
posicionamento do Ministério Público — que inicialmente pugnava pelo recebimento da peça
acusatória, mas agora pleiteia a sua rejeição por ausência de justa causa; 3) as inovações
legislativas sobre a matéria.
O STF afirmou que a preservação do voto do ministro sucedido só deve ocorrer se as condições
e circunstâncias levadas a julgamento permanecerem as mesmas.
STF. 1ª Turma. QO no INQ 3.515/DF, Rel. Min. André Mendonça, julgado em 6/6/2023 (Info
1098).

É constitucional a LC 152/2015, de autoria parlamentar, que aumentou para 75 anos a


idade da aposentadoria compulsória dos magistrados; não há reserva de iniciativa do STF
para regulamentação da idade de aposentadoria compulsória dos magistrados. STF.
Plenário. ADI 5.430/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2023 (Info 1095).

Se, após elaborar a lista sêxtupla para o quinto constitucional, a OAB perceber que um
dos indicados não preencheu os requisitos, ela não poderá pedir a desconsideração da lista
já enviada. STJ. 2ª Turma. AREsp 2.304.110-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
12/3/2023 (Info 770).

É inconstitucional — por violar a competência da União para dispor sobre a magistratura


brasileira — norma estadual que cria nova vantagem remuneratória (benefício de permanência
em atividade) para os magistrados do Poder Judiciário local.
A LOMAN, em seu art. 65, enumera, de forma taxativa, as vantagens que podem ser conferidas
aos magistrados e veda a concessão de outras parcelas. Isso significa que esse art. 65 da
LOMAN proíbe o legislador ordinário (federal ou estadual) e os tribunais de suprimir os
existentes ou instituir novos benefícios.
STF. Plenário. ADI 2952/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2023 (Info 1089).

É constitucional — por não violar o princípio da legalidade — lei estadual que prevê
que o Órgão Especial do Tribunal de Justiça pode transformar, instalar juizado em
substituição a adjunto e fixar a competência dos juizados especiais. STF. Plenário. ADI
4235/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/12/2022 (Info 1079).

É inconstitucional — por violar a competência da União para dispor sobre a


magistratura brasileira, tanto na justiça estadual como na justiça federal — norma
estadual que permite a remoção entre juízes de direito vinculados a diferentes
tribunais de justiça. ADI 6.782/RN, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual
finalizado em 3.3.2023 (sexta-feira), às 23:59

É inconstitucional, por disciplinar matéria concernente ao Estatuto da Magistratura,


norma estadual que prevê a adoção do maior tempo de serviço público como critério
de desempate para a promoção de magistrados. STF. Plenário. ADI 6772/AL, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).

O art. 12 do Código de Ética da Magistratura Nacional


(Resolução CNJ n. 60/2008) não impede o livre exercício do
direito de manifestação do juiz.

É inconstitucional norma de constituição estadual que, ao dispor a


respeito da remoção de magistrados, cria distinção indevida entre juízes
titulares e substitutos. STF. Plenário. ADI 3358/PE, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 22/10/2021 (Info 1035)

 Ao dispor sobre matéria própria do Estatuto da Magistratura, o


dispositivo da constituição estadual violou, formalmente, a reserva
de lei complementar nacional, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, prevista no art. 93, caput, da Constituição Federal.
 Enquanto não editada a referida lei complementar, a uniformização
do regime jurídico da magistratura permanece sob a regência da LC
35/79, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), de modo
que não é possível ao legislador estadual inovar sobre esse âmbito.
 Ademais, o dispositivo impugnado ofendeu, materialmente, o
princípio constitucional da isonomia ao estabelecer tratamento
diferenciado entre juízes titulares e substitutos.

O magistrado em gozo de licença para capacitação no exterior não faz jus


ao pagamento das vantagens de Retribuição por Direção de Fórum e
Gratificação pelo Exercício Cumulado de Jurisdição ou Acumulação de
Acervo Processual. STJ. 1ª Turma. RMS 67.416-SE, Rel. Min. Sérgio Kukina,
julgado em 29/03/2022 (Info 731)

A Ordem dos Advogados do Brasil possui autonomia para elaborar e


revisar lista sêxtupla para indicação de advogados para concorrer à vaga
do quinto constitucional. STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3.262-SC, Rel.
Presidente Min. Humberto Martins, julgado em 20/10/2021 (Info 716).

É inconstitucional lei ordinária que fixa idades mínima e máxima para


ingresso na magistratura. STF. Plenário. ADI 6794/CE, ADI 6795/MS e ADI
6796/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/9/2021 (Info 1031).

Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público não podem exercer


a advocacia. STF. Plenário. ADI 5235/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
11/6/2021 (Info 1021).

Caso concreto: Lei estadual previu a possibilidade de o Poder


Executivo fazer o controle de qualidade da prestação de serviços públicos
prestados pelo Poder Judiciário (exs: tempo médio de atendimento ao
cidadão quando de demandas judiciais; índice de satisfação do cidadão
com os serviços de justiça; taxa de resolução de demandas de cidadãos
por justiça em prazos inferiores a 90 dias).
Tais dispositivos da lei estadual são inconstitucionais. A
possibilidade de um órgão externo exercer atividade de fiscalização das
atividades do Poder Judiciário, sob pena de sanções pecuniárias e controle
orçamentário, ofende a independência e a autonomia financeira,
orçamentária e administrativa do Poder Judiciário, consagradas nos arts.
2º e 99 da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 1905/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).
São inconstitucionais normas de regimento interno de tribunal local que,
no processo de progressão na carreira da magistratura, complementam a
LOMAN com critérios de desempate estranhos à função jurisdicional. STF.
Plenário. ADI 6766/RO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
20/8/2021 (Info 1026).

 É competência da União legislar sobre a organização da


magistratura nacional, mediante Lei Complementar de iniciativa
reservada ao Supremo Tribunal Federal. Logo, deve ser reconhecida
a inconstitucionalidade formal de normas estaduais com conteúdo
em desacordo com a legislação nacional.
 O art. 164, IV, “e” e “f”, do Regimento Interno do TJRO, exorbitou
indevidamente ao estabelecido pela LOMAN, desprezando o critério
da precedência na carreira para efeito de promoção a entrância
superior em prol dos critérios do tempo de exercício de função
pública, não especificamente como magistrado, e do tempo de
serviço prestado ao Estado de Rondônia.
 Assim, é inconstitucional norma do regimento interno do Tribunal
de Justiça que preveja como critérios de desempate no processo de
promoção de magistrados: i) o maior tempo de serviço público; ii) o
maior tempo de serviço público prestado ao Estado.

É inconstitucional o art. 58, VI, da Lei nº 11.697/2008 (lei de organização


judiciária do DF), que prevê o tempo de serviço público efetivo como
sendo um dos critérios de apuração da antiguidade dos magistrados

Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas


contra o CNJ e contra o CNMP no exercício de suas atividades-fim Nos
termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência
exclusiva do STF processar e julgar, originariamente, todas as ações
ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do CNMP proferidas no
exercício de suas competências constitucionais, respectivamente,
previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88. STF. Plenário. Pet
4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info
1000). STF. Plenário. Rcl 33459 AgR/PE, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

Decisões administrativas do CNJ devem ser cumpridas mesmo que exista


decisão judicial em sentido contrário proferida por outro órgão judiciário
que não seja o STF. STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

 Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as


cominações do disposto no artigo anterior, o imediato
cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante
outro juízo que não o Supremo Tribunal Federal.
 O STF afirmou que essa previsão é constitucional e decorre do
exercício legítimo de poder normativo atribuído
constitucionalmente ao CNJ, que é o órgão formulador da política
judiciária nacional.
 Assim, o CNJ pode determinar à autoridade recalcitrante o
cumprimento imediato de suas decisões, ainda que impugnadas
perante a Justiça Federal de primeira instância, quando se tratar de
hipótese de competência originária do STF.

A fixação de limite etário, máximo e mínimo, como requisito para o


ingresso na carreira da magistratura viola o disposto no art. 93, I, da
Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5329/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, rel. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/12/2020
(Info 1002).

O art. 62 da Constituição do Estado de São Paulo, ao restringir o


universo dos possíveis candidatos aos órgãos de cúpula do TJ/SP aos
integrantes de seu órgão especial, é inconstitucional porque desrespeitou
a autonomia administrativa dos tribunais, consagrada no art. 96, I, “a”, e
no art. 99 da CF/88.
O art. 102 da LOMAN (LC 35/79) não foi recepcionado pela CF/88,
considerando que não é compatível com a Constituição Federal a regra
segundo a qual apenas os Desembargadores mais antigos possam
concorrer aos cargos diretivos dos tribunais. Essa matéria, em razão da
autonomia consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88, deve ser
remetida à disciplina regimental de cada tribunal. STF. Plenário. ADI
3976/SP e MS 32451/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 25/6/2020
(Info 983).

É constitucional norma que inclui, entre as incumbências dos oficiais de


justiça, a tarefa de “auxiliar os serviços de secretaria da vara, quando não
estiverem realizando diligência.” STF. Plenário. ADI 4853/MA, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 3/11/2020 (Info 997).
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

A Lei nº 9.882/99 foi editada com estrita observância à ordem constitucional e


representa verdadeiro marco na mudança do tipo de fiscalização realizada pelo
Supremo Tribunal Federal, com ênfase na tutela dos preceitos fundamentais não
amparados pelos outros meios de controle concentrado de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 2231/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2023 (Info
1095).

A procuradoria jurídica estadual ou municipal possui legitimidade para interpor


recurso em face de acórdão de tribunal de justiça proferido em representação de
inconstitucionalidade. STF. Plenário. ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR/RJ, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/10/2022 (Info 1072).

Ao analisar dispositivos da Constituição do Estado de Pernambuco, o STF


chegou a duas importantes conclusões:
 I – Não cabe controle concentrado de constitucionalidade de leis ou
ato normativos municipais contra a Lei Orgânica respectiva.
 II – Não compete ao Poder Legislativo, de qualquer das esferas
federativas, suspender a eficácia de lei ou ato normativo declarado
inconstitucional em controle concentrado de constitucionalidade.

É cabível ADI contra Resolução de Conselho Profissional que não tratou de


mero exercício de competência regulamentar, mas expressou conteúdo
normativo que lidou diretamente com direitos e garantias tutelados pela
Constituição. STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do
poder público. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 25/3/2021 (Info 1011)

Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de


inconstitucionalidade após o recebimento das informações dos
requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União e do
Procurador-Geral da República. STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).
Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por
força do recebimento de denúncia por crime comum — não tem
legitimidade ativa para a propositura de ação direta de
inconstitucionalidade. STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus


curiae. É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando
denegada sua participação na qualidade de amicus curiae. STF. Plenário.
ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info
985).

Vale ressaltar que existem decisões em sentido contrário e que o


tema não está pacificado. Nesse sentido: Tanto a decisão do Relator que
ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível
(STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
ac. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018. Info 920).

A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir


na qualidade de amigo da Corte em ação direta. STF. Plenário. ADI 3396
AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).

Para ser considerada entidade de classe de âmbito nacional e, assim, ter


legitimidade para propor ações de controle abstrato de
constitucionalidade, é necessário que a entidade possua associados em
pelo menos 9 Estados-membros. STF. Plenário. ADI 3287, Rel. Marco
Aurélio, Relator p/ Acórdão Ricardo Lewandowski, julgado em 05/08/2020
(Info 988 – clipping).

Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de


ações de controle concentrado, exceto se o próprio ministro firmar, por
razões de foro íntimo, a sua não participação. STF. Plenário. ADI 6362/DF,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989).

A entidade que não representa a totalidade de sua categoria


profissional não possui legitimidade ativa para ajuizamento de ações
de controle concentrado de constitucionalidade. ADI 6465 AgR/DF,
rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em
19.10.2020. (ADI-6465)
Em tese, é possível o reconhecimento de inconstitucionalidade
formal no processo constituinte reformador quando eivada de vício a
manifestação de vontade do parlamentar no curso do devido processo
constituinte derivado, pela prática de ilícitos que infirmam a moralidade, a
probidade administrativa e fragilizam a democracia representativa.
No caso, apenas sete Deputados foram condenados pelo Supremo
na AP 470, por ficar comprovado que eles participaram do esquema de
compra e venda de votos e apoio político conhecido como Mensalão.
Portanto, o número comprovado de “votos comprados” não é suficiente
para comprometer as votações das ECs 41/2003 e 47/2005. Ainda que
retirados os votos viciados, permanece respeitado o rígido quórum
estabelecido na Constituição Federal para aprovação de emendas
constitucionais, que é 3/5 em cada casa do Congresso Nacional. STF.
Plenário. ADI 4887/DF, ADI 4888/DF e ADI 4889/DF, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 10/11/2020 (Info 998).

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

DEFENSORIA PÚBLICA

É inconstitucional norma estadual que fixa o tempo de serviço público no ente federado ou o
tempo de serviço público em geral como critério de desempate na aferição da antiguidade para a
promoção e a remoção dos defensores públicos locais.
Essa norma afronta a competência do legislador complementar nacional para tratar sobre o tema
(arts. 61, § 1º, II, “d”; 93; e 134, §§ 1º e 4º, CF/88), além de violar o princípio da isonomia (arts.
5º, “caput”; e 19, III, CF/88). STF. Plenário. ADI 7.317/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 3/5/2023 (Info 1092).

A prerrogativa de requisição conferida aos membros da Defensoria Pública é


constitucional. STF. Plenário. ADI 6860/MT, ADI 6861/PI e ADI 6863/PE, Rel. Min.
Nunes Marques, julgados em 13/9/2022 (Info 1067).
É inconstitucional norma estadual que restabeleça, no âmbito do Poder
Judiciário local, cargos de Advogado da Justiça Militar vocacionados a
patrocinar a defesa gratuita de praças da Polícia Militar. A função de
defesa dos necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria da
Defensoria Pública. STF. Plenário. ADI 3152/CE, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 26/4/2022 (Info 1052).

É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos


quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. STF. Plenário. RE 1240999/SP,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/11/2021 (Repercussão Geral
– Tema 1074) (Info 1036).

A Defensoria Pública detém a prerrogativa de requisitar, de quaisquer


autoridades públicas e de seus agentes, certidões, exames, perícias,
vistorias, diligências, processos, documentos, informações,
esclarecimentos e demais providências necessárias à sua atuação. STF.
Plenário. ADI 6852/DF e ADI 6862/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em
18/2/2022 (Info 1045). STF. Plenário. ADI 6865/PB, ADI 6867/ES, ADI
6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 6873/AM e ADI 6875/RN, Rel.
Min. Alexandre de Moraes, julgados em 18/2/2022 (Info 1045).

A Defensoria Pública pode prestar assistência jurídica às pessoas jurídicas


que preencham os requisitos constitucionais. STF. Plenário. ADI 4636/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).

A prestação desse serviço público para auxílio da população


economicamente vulnerável não tem por objetivo substituir a atividade
prestada pela Defensoria Pública. O serviço municipal atua de forma
simultânea. Trata-se de mais um espaço para garantia de acesso à
jurisdição (art. 5º, LXXIV, da CF/88). STF. Plenário. ADPF 279/SP, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).

É cabível ADI contra Resolução de Conselho Profissional que não tratou de


mero exercício de competência regulamentar, mas expressou conteúdo
normativo que lidou diretamente com direitos e garantias tutelados pela
Constituição. STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do
poder público. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 25/3/2021 (Info 1011)
Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de
inconstitucionalidade após o recebimento das informações dos
requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União e do
Procurador-Geral da República. STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por


força do recebimento de denúncia por crime comum — não tem
legitimidade ativa para a propositura de ação direta de
inconstitucionalidade. STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

MINISTÉRIO PÚBLICO

É constitucional o estabelecimento, por resolução do CNMP, de cautelas procedimentais para


proteção de dados sigilosos e garantia da efetividade dos elementos de prova colhidos via
interceptação telefônica.
Essa Resolução não extrapola as competências do Conselho Nacional do Ministério Público -
CNMP (art. 130-A, caput, § 2º, II). Além disso, não viola a competência privativa da União para
legislar sobre direito processual (art. 22, I), nem ofende o princípio da legalidade (art. 5º, II)
nem a competência da Polícia Judiciária (art. 144, § 1º, IV e § 4º).
STF. Plenário. ADI 5.315/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).

É inconstitucional lei estadual que autoriza a remoção por permuta, em âmbito nacional, entre
membros dos Ministérios Públicos dos estados e do Distrito Federal e Territórios.
Essa norma é inconstitucional porque:
• fere o princípio federativo e a autonomia dos estados (arts. 1º; 25 e 60, § 4º, I);
• ofende a autonomia e a independência do Ministério Público (arts. 128, § 5º e 129, § 4º).
A investidura no cargo de membro do Parquet exige prévia aprovação em certame de provas e
títulos (art. 129, § 3º). Assim, a migração entre quadros, mediante permuta, constitui forma de
ingresso em cargo diverso daquele para o qual o servidor foi aprovado, em inobservância ao
princípio do concurso público (art. 37, II).
STF. Plenário. ADI 6.780/RN, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).

É inconstitucional — por usurpar a prerrogativa legislativa conferida ao Procurador-Geral de


Justiça e ofender a autonomia e a independência do Ministério Público (arts. 127, § 2º; e 128, §
5º, CF/88) — norma estadual, de iniciativa parlamentar, que dispõe sobre a atuação do
Ministério Público nas operações policiais de cumprimento de medidas possessórias de caráter
coletivo.
Lei estadual previu uma espécie de controle e fiscalização do Ministério Público sobre as
operações policiais de cumprimento de medidas possessórias. Ao fazer isso, esse diploma
inovou em relação ao rol constitucional de atribuições do órgão. Ainda que se conclua, à luz do
art. 129, IX, da Constituição Federal, pela compatibilidade da referida atuação com os objetivos
do Parquet, fica configurado o vício de iniciativa, considerando que a lei é fruto de proposição
legislativa de origem parlamentar.
STF. Plenário. ADI 3.238/PE, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 25/8/2023 (Info 1105).

A norma do art. 36, III, “b”, da Lei 8.112/90 (remoção por motivo de doença em pessoa da
família) não pode ser aplicada de maneira subsidiária aos membros do MPU. STJ. 1ª
Turma. REsp 1.846.400/PB, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 9/5/2023 (Info 774).

 O STJ, contudo, interpretando esse dispositivo, afirma que a aplicação do Estatuto dos
Servidores Públicos Federais para os membros do MPU somente pode ocorrer quando
a legislação específica da carreira não prever instituto próprio para solucionar a questão
jurídica controvertida.

É constitucional lei estadual que cria Grupo de Atuação Especial contra o Crime
Organizado (GAECO), no âmbito do Ministério Público. STF. Plenário. ADI 2838/MT e
ADI 4624/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/4/2023 (Info 1090).

É indispensável a efetiva participação do Ministério Público no ciclo orçamentário, não


podendo ser imposta limitação de despesas na folha complementar do Parquet sem a
sua participação nessa estipulação. STF. Plenário. ADI 7073/CE, Rel. Min. André
Mendonça, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).

A vinculação entre os subsídios dos membros do Ministério Público, ou de função


essencial à Justiça, e a remuneração da magistratura é vedada pelo art. 37, XIII, da
Constituição Federal de 1988 (1). ADI 570/PE, relator Ministro Roberto Barroso,
julgamento virtual finalizado em 10.3.2023 (sexta-feira), às 23:59
A legislação garante aos membros do MP a prerrogativa de se sentarem do lado direito
de juízes durante sessões de julgamentos e nas salas de audiência; essa previsão é
constitucional. STF. Plenário. ADI 4768/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
23/11/2022 (Info 1077).

É inconstitucional — por violar a autonomia administrativa da Defensoria Pública —


a imposição, por via judicial, de lotação de defensor público em divergência com os
critérios prefixados pela própria instituição, quando estes já considerem a
proporcionalidade da efetiva demanda de seus serviços e a respectiva população na
unidade jurisdicional, com prioridade de atendimento às regiões com maiores
índices de exclusão social e adensamento populacional. RE 887.671/CE, relator
Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Ministro Ricardo Lewandowski,
julgamento finalizado em 8.3.2023

É inconstitucional — por violar a independência do Ministério Público — norma


estadual que permite que a Secretaria de Fazenda do estado retenha, na fonte, as
contribuições previdenciárias devidas pelo órgão ministerial, e por seus membros e
servidores. ADI 4.824/PI, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual
finalizado em 10.3.2023 (sexta-feira), às 23:59

É inconstitucional norma que prevê a designação bienal para o exercício


de funções institucionais inerentes às respectivas carreiras dos membros
do MPU. STF. Plenário. ADI 5052/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
20/5/2022 (Info 1055).

É inconstitucional lei estadual que prevê movimentação funcional entre


membros do Ministério Público, mediante procedimentos e critérios
diversos dos estabelecidos pelo modelo federal. STF. Plenário. ADI
6328/GO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/8/2022 (Info
1063).

É inconstitucional a atribuição de iniciativa privativa a Governador de


estado para leis que disponham sobre a organização do Ministério Público
estadual. STF. Plenário. ADI 400/ES, Rel. Min. Nunes Marques, redator do
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).

É inconstitucional, por configurar ofensa à liberdade de locomoção, a


exigência de prévia comunicação ou autorização para que os membros do
Ministério Público possam se ausentar da comarca ou do estado onde
exercem suas atribuições. STF. Plenário. ADI 6845/AC, Rel. Min. Carmen
Lúcia, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).

É inconstitucional emenda à Constituição estadual que trate sobre normas


gerais para a organização do Ministério Público e sobre atribuições dos
órgãos e membros do Parquet. STF. Plenário. ADI 5281/RO e ADI
5324/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016)

É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que afirme ser


obrigatória a presença de um membro do MP nas comissões de concursos
públicos da Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 3841, Rel.
Gilmar Mendes, julgado em 16/06/2020 (Info 985 – clipping).

Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do


MPF e de Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel.
para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. STF.
Plenário. Pet 4891, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de
Moraes, julgado em 16/06/2020 (Info 985 – clipping).

 SITUAÇÃO 1 Se o conflito se dá entre Promotores de Justiça do


Ministério Público de um mesmo Estado (ex: Promotor de Justiça de
Iranduba/AM e Promotor de Justiça de Manaus/AM): Neste caso, a
divergência será dirimida pelo respectivo Procurador-Geral de
Justiça.
 SITUAÇÃO 2 Se o conflito se dá entre Procuradores da República
(ex: um Procurador da República que oficia em Manaus/AM e um
Procurador da República que atua em Boa Vista/RR): Nesta
hipótese, o conflito será resolvido pela Câmara de Coordenação e
Revisão;
 SITUAÇÃO 3 Se o conflito se dá entre integrantes de ramos
diferentes do Ministério Público da União (ex: um Procurador da
República e um Procurador do Trabalho);
 SITUAÇÃO 4 Se o conflito se dá entre Promotores de Justiça de
Estados diferentes (ex: Promotor de Justiça do Amazonas e
Promotor de Justiça do Acre)? Se o conflito se dá entre um
Promotor de Justiça e um Procurador da República (ex: Promotor de
Justiça do Amazonas e Procurador da República que oficia em
Manaus/AM)? Posição adotada até 2016: STF; Posição adotada de
2016 até junho de 2020: PGR; Posição atual: CNMP

3.A avocação de atribuições de membro do Ministério Público pelo Procurador-


Geral implica quebra na identidade natural do promotor responsável, já que não
é atribuição ordinária da Chefia do Ministério Público atuar em substituição a
membros do órgão. Essa hipótese de avocação deve ser condicionada à aceitação do
próprio promotor natural, cujas atribuições se pretende avocar pelo PGJ, para afastar
a possibilidade de desempenho de atividades ministeriais por acusador de exceção,
em prejuízo da independência funcional de todos os membros. (ADI 2854, Relator(a):
MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno,
julgado em 13/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-293 DIVULG 15-12-2020 PUBLIC
16-12-2020)

ADVOCACIA PÚBLICA

O art. 132 da Constituição Federal confere aos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,
organizados em carreira única, a atribuição exclusiva das funções de representação judicial,
consultoria e assessoramento jurídico das unidades federativas.
O modelo constitucional da atividade de representação judicial e consultoria jurídica dos
Estados exige a unicidade orgânica da advocacia pública estadual, incompatível com a criação
de órgãos jurídicos paralelos para o desempenho das mesmas atribuições no âmbito da
Administração Pública Direta ou Indireta.
Desse modo, é inconstitucional, por violação do art. 132 da CF/88, a criação de órgão ou de
cargos jurídicos fora da estrutura da Procuradoria do Estado, com funções de representação
judicial, consultoria ou assessoramento jurídico de autarquias e fundações públicas estaduais.
STF. Plenário. ADI 7.380/AM, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/8/2023 (Info 1104).

É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que cria o cargo de procurador


autárquico em estrutura paralela à Procuradoria do Estado.
Também é inconstitucional dispositivo de constituição Estadual que transforma os
cargos de gestores jurídicos, advogados e procuradores jurídicos em cargos de
procuradores autárquicos.
STF. Plenário. ADI 5215/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27 e 28/3/2019
(Info 935).
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que os procuradores
autárquicos e os advogados de fundação terão competência privativa para a
representação judicial e o assessoramento jurídico dos órgãos da Administração
Estadual Indireta aos quais vinculados, e que, para os efeitos de incidência de teto
remuneratório, eles serão considerados “procuradores”, nos termos do art. 37, XI, da
CF/88.
STF. Plenário. ADI 4449/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27 e 28/3/2019
(Info 935).

O art. 28 da LC 73/93 prevê que os membros efetivos da AGU não podem se manifestar, por
qualquer meio de divulgação, sobre assunto pertinente às suas funções, salvo ordem, ou
autorização expressa do Advogado-Geral da União.
O art. 38 da MP 2.229-43/01 também afirma que os integrantes da Carreira de Procurador
Federal não podem se manifestar, por qualquer meio de divulgação, sobre assunto conexo às
suas atribuições, salvo ordem, ou autorização expressa, do Advogado-Geral da União.
O STF decidiu que essa previsão é constitucional, mas que se deve dar interpretação conforme a
fim deafastar do seu âmbito de incidência a possibilidade de manifestação pelo advogado
público na seara acadêmica (liberdade de cátedra) ou para representar sobre ilegalidades de que
tenha conhecimento (dever funcional do servidor).
Tese fixada: Considerando-se a natureza do cargo, é constitucional a necessidade de ordem ou
autorização expressa do Advogado-Geral da União para manifestação do advogado público
sobre assunto pertinente às suas funções, ressalvadas a liberdade de cátedra e a comunicação às
autoridades competentes acerca de ilegalidades constatadas.
STF. Plenário. ADI 4.652/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/6/2023 (Info 1098).

A representação judicial e extrajudicial da Assembleia Legislativa, a cargo de sua Procuradoria-


Geral, somente pode ocorrer nos processos nos quais o Poder Legislativo, em nome próprio,
atua na defesa de sua autonomia e independência frente aos demais Poderes. Nesses casos, é
possível que a defesa se faça por meio de um setor pertencente à sua estrutura administrativa,
também responsável pela consultoria e assessoramento jurídico de seus demais órgãos.
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja que os integrantes da
Procuradoria-Geral do Estado e da Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa serão
remunerados por iguais subsídios.
É constitucional a inserção, por emenda constitucional estadual, de norma que determine a
nomeação do Procurador-Geral do estado dentre os integrantes ativos de sua carreira.
Norma com esse teor não diz respeito a matérias cuja iniciativa de lei é reservada ao chefe do
Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, da CF/88), na medida em que dispõe sobre a definição de
critérios de nomeação do Procurador-Geral do Estado e não trata do provimento de servidores
públicos.
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que assegure foro por prerrogativa de função
para os membros integrantes da Procuradoria-Geral do Estado e da Procuradoria-Geral da
Assembleia Legislativa.
STF. Plenário. ADI 2820/ES, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 5/6/2023 (Info 1097).

É constitucional a instituição de órgãos, funções ou carreiras especiais voltadas à consultoria e


assessoramento jurídicos dos Poderes Judiciário e Legislativo estaduais, admitindo-se a
representação judicial extraordinária exclusivamente nos casos em que os referidos entes
despersonalizados necessitem praticar em juízo, em nome próprio, atos processuais na defesa de
sua autonomia, prerrogativas e independência face aos demais Poderes, desde que a atividade
desempenhada pelos referidos órgãos, funções e carreiras especiais remanesça devidamente
apartada da atividade-fim do Poder estadual a que se encontram vinculados.”.
STF. Plenário. ADI 6433/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2023 (Info 1089).

 (a) apenas os Consultores Jurídicos do Poder Judiciário do Paraná encarregados


das funções de defesa institucional devem desempenhar a representação
extraordinária prevista pelo constituinte estadual, atividade a ser desempenhada
mediante a manutenção de inscrição profissional junto ao Conselho Seccional da
OAB/PR e em regime de dedicação exclusiva e integral, vedado o exercício de outra
atividade que tenha relação, direta ou indireta, com o assessoramento da atividade
jurisdicional do Poder Judiciário e;
 (b) os demais Consultores Jurídicos do Poder Judiciário do Paraná que exerçam outras
funções, em especial funções relacionadas ao assessoramento da atividade jurisdicional
do TJ/PR, devem permanecer apartados das atividades de representação judicial
extraordinária do Poder Judiciário estadual, com inscrição profissional junto ao
Conselho Seccional da OAB/PR inativa, lhes sendo vedado o exercício da
referida atividade.

Princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal.


Exceções:

 criação de procuradorias vinculadas ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas, para


a defesa de sua autonomia e independência perante os demais Poderes, hipótese em que
se admite a consultoria e assessoramento jurídico dos órgãos por parte de seus próprios
procuradores. Nesse sentido: é constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura
de Tribunais de Contas estaduais, vedada a atribuição de cobrança judicial de multas
aplicadas pelo próprio tribunal (STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 19/12/2016).
 • Exceção 2: cargos efetivos de advogados no quadro administrativo do Poder
Judiciário com finalidade de assessoramento jurídico e também postulatória,
quando o objetivo for zelar pela independência funcional e as prerrogativas
inerentes ao Poder (STF. Plenário ADI 5024, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 20/09/2018).
 ADCT/Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas
separadas de suas Procuradorias-Gerais ou Advocacias-Gerais, desde que, na
data da promulgação da Constituição, tenham órgãos distintos para as
respectivas funções.
 O art. 69 do ADCT foi uma exceção transitória ao princípio da unicidade
orgânica da Procuradoria estadual.
 Esta exceção foi prevista com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços
de representação e consultoria jurídicas que existiam na Administração Pública
no período logo em seguida à promulgação da CF/88, quando algumas
Procuradorias estaduais ainda não estavam totalmente estruturadas. Em outras
palavras, foi pensada como uma forma de evitar lacunas e uma desorganização
da Administração Pública.
 O Min. Luis Roberto Barroso defende a existência de uma outra exceção. Para
ele, as universidades estaduais também podem criar e organizar procuradorias
jurídicas, em razão de sua autonomia didático-científica, administrativa,
financeira e patrimonial (art. 207, caput, CF/88). Tais órgãos jurídicos exercem
um papel fundamental na defesa dos interesses das universidades, inclusive em
face dos próprios Estados-membros que as constituíram. Portanto, em razão da
autonomia universitária e seguindo a lógica da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal na matéria, a existência dessas procuradorias não viola o art.
132 da Constituição.STF. Plenário. ADI 5215, Rel. Roberto Barroso, julgado em
28/03/2019.

Constitucionalidade na mudança da nomenclatura do cargo de assessor jurídico para


consultor. Vale ressaltar, contudo, que, para que a reestruturação de cargos seja
considerada adequada sem ofensa ao princípio do concurso público (art. 37, II, CF/88),
é necessária a presença simultânea de três requisitos fundamentais:
 a) a similitude entre as atribuições dos cargos envolvidos;
 b) a identidade dos requisitos de escolaridade entre os cargos e;
 c) a equivalência salarial entre eles.

Não cabe ao Poder Judiciário, sob o fundamento de isonomia, conceder


retribuição por substituição a advogados públicos federais em hipóteses não
previstas em lei.” ADI 5.519/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual
finalizado em 17.2.2023 (sexta-feira), às 23:59
É inconstitucional norma de Constituição estadual que, após o advento da
Constituição Federal de 1988, cria órgão de assessoramento jurídico auxiliar
(“Assessoria Jurídica estadual”) em caráter permanente e vinculado expressamente à
Procuradoria-Geral do estado, às quais compete o exercício de atividades de
representação judicial, consultoria e assessoramento jurídico. ADI 6.500/RN, relator
Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.3.2023 (sexta-feira), às
23:59

A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual,


é incompatível com a Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 6985/AL,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do


Estado. STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI
6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 RefMC/AL, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgados em 20/11/2020 (Info 1000).

Para que o Procurador do Estado possa propor ação civil pública (ex: ação
civil pública de improbidade administrativa), não é necessária autorização
do Govenador do Estado. No entanto, é indispensável a anuência do
Procurador-Geral do Estado. STF. 1ª Turma. ARE 1165456 AgR/SE, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
1º/9/2020 (Info 989).

 A decisão do Tribunal de origem (TJ) foi baseada em lei estadual que


exige que o contribuinte substituído apresente requerimento
administrativo ao Fisco e cumpra determinado procedimento para
obter o aproveitamento do ICMS recolhido a mais, em razão da
venda de mercadoria por preço inferior ao presumido, ou seja, no
regime de substituição tributária para frente.
 Desse modo, o STF entendeu que não cabia recurso extraordinário
porque a decisão do Tribunal de origem foi baseada na
inobservância da norma infralegal. Logo, incide a Súmula 280 do
STF: Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.

SEGURANÇA PÚBLICA

As guardas municipais são reconhecidamente órgãos de segurança pública e aquelas


devidamente criadas e instituídas integram o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP.
STF. Plenário. ADPF 995/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/8/2023 (Info
1105).
Antes do julgamento acima explicado, o STJ possuía vários julgados afirmando que:
A guarda municipal, por não estar entre os órgãos de segurança pública previstos no art.
144 da CF, não pode exercer atribuições das polícias civis e militares.
A sua atuação da guarda municipal deve se limitar à proteção de bens, serviços e
instalações do município.
STJ. 6ª Turma. REsp 1977119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
16/08/2022 (Info 746).

Diante disso, indaga-se: com a decisão do STF na ADPF 995/DF, a conclusão final
do STJ exposta no REsp 1977119-SP fica superada?
NÃO. A conclusão do julgado permanece intacta. O que muda é um dos fundamentos
invocados.
• o STJ – e nenhum outro órgão jurisdicional – pode afirmar que a guarda municipal não
é órgão de segurança pública. Isso porque o STF afirmou, com eficácia vinculante, que
a guarda municipal é sim órgão de segurança pública;
• por outro lado, o STJ continua decidindo que a guarda municipal não pode exercer
atribuições das polícias civis e militares. A sua atuação da guarda municipal deve se
limitar à proteção de bens, serviços e instalações do município.
. Poderão, todavia, realizar busca pessoal em situações excepcionais - e por isso interpretadas
restritivamente - nas quais se demonstre concretamente haver clara, direta e imediata relação
com a finalidade da corporação, como instrumento imprescindível para a realização de suas
atribuições. Vale dizer, salvo na hipótese de flagrante delito, só é possível que as guardas
municipais realizem excepcionalmente busca pessoal se, além de justa causa para a medida
(fundada suspeita), houver pertinência com a necessidade de tutelar a integridade de bens e
instalações ou assegurar a adequada execução dos serviços municipais, assim como proteger os
seus respectivos usuários, o que não se confunde com permissão para desempenharem
atividades ostensivas ou investigativas típicas das polícias militar e civil para combate da
criminalidade urbana ordinária em qualquer contexto.

É constitucional norma estadual que permite o aproveitamento transitório e por prazo certo de
policiais militares da reserva remunerada em tarefas relacionadas ao planejamento e
assessoramento no âmbito da Polícia Militar ou para integrarem a segurança patrimonial em
órgão da Administração Pública.
Isso não caracteriza investidura em cargo público nem formação de novo vínculo jurídico
concomitante com a inatividade (arts. 37, II, XVI e § 10; e 42, § 3º, CF/88).
STF. Plenário. ADI 3.663/MA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/8/2023 (Info 1104).

É constitucional a Lei federal nº 13.022/2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas
Municipais.
Essa lei não viola a autonomia dos municípios (art. 144, § 8º) e se limita a estabelecer critérios
padronizados para a instituição, organização e exercício das guardas municipais.
A lei constitui norma geral, de competência da União, que, além de tratar da organização das
guardas municipais em todos os municípios do País, reconhece a prerrogativa dos entes
municipais para criá-las ou não, por lei, e para definir sua estrutura e funcionamento.
As guardas municipais podem exercer atividade fiscalizatória de trânsito e, consequentemente, a
aplicação de multas previstas em lei, por significar fiel manifestação do poder de polícia.
Ademais, revela-se legítimo o desempenho da atividade de segurança pública pelas guardas
municipais.
STF. Plenário. ADI 5.780/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/7/2023 (Info 1101).

Não viola o art. 7º, XVI, da CF, o estabelecimento de programa de jornada extra de segurança
com prestação de serviço em período pré-determinado e com contraprestação pecuniária em
valor previamente estipulado, desde que a adesão seja voluntária.
No caso concreto, a aceitação ao programa era facultativa, sem produzir efeitos na vida
funcional do servidor público. Os plantões previstos pelas normas impugnadas não configuram
serviços extraordinários, razão pela qual não incide o adicional de 50% sobre a hora normal
trabalhada (art. 7º, XVI c/c o art. 39, § 3º). Portanto, os policiais, voluntariamente,
desempenham atividades excedentes às suas atribuições funcionais, sob regime especial de
trabalho, e recebem valor já estipulado, pago a título de prêmio ou incentivo.
O referido programa concilia o fortalecimento das ações de defesa e segurança com a necessária
contenção de gastos com pessoal e o compromisso com a responsabilidade fiscal.
STF. Plenário. ADI 7.356/PE, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 26/6/2023 (Info 1101).

Norma estadual não pode autorizar que bombeiros voluntários realizem as atribuições do
corpo de bombeiros militar. STF. Plenário. ADI 5.354/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/6/2023 (Info 1100).

É inconstitucional norma estadual que prevê a modalidade de venda direta de arma de fogo aos
membros de seus órgãos de segurança pública.
Essa previsão viola a competência privativa da União para legislar sobre material bélico (arts.
21, VI; e 22, XXI, CF/88) e para editar normas gerais sobre licitações e contratos (art. 22,
XXVII, CF/88), cujo prévio procedimento licitatório é requisito necessário para a contratação
de obras, serviços, compras e alienações pela Administração Pública (art. 37, XXI, CF/88).
STF. Plenário. ADI 7004/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1091).

É compatível com o sistema normativo-constitucional vigente, norma estadual que veda a


promoção ou a participação de policiais em manifestações de apreço ou desapreço a quaisquer
autoridades ou contra atos da Administração Pública em geral.
Os policiais civis são agentes públicos armados cujas manifestações de apreço ou desapreço
relativamente a atos da administração em geral e/ou a autoridades públicas em particular podem
implicar ofensa ao art. 5º, XVI, da Constituição, segundo o qual se reconhece a todos o direito
de reunir-se pacificamente e “sem armas”, fazendo-se necessária a conciliação entre esses
valores constitucionais: de um lado, a liberdade de expressão dos policiais civis; de outro, a
segurança e a ordem públicas, bem como a hierarquia e a disciplina que regem as organizações
policiais.
STF. Plenário. ADPF 734/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/4/2023 (Info 1090).

É inconstitucional — por ofensa aos princípios da isonomia, da moralidade e da eficiência


administrativa — norma que permite o exercício da advocacia em causa própria, mediante
inscrição especial na OAB, aos policiais e militares da ativa, ainda que estritamente para fins de
defesa e tutela de direitos pessoais.
STF. Plenário. ADI 7227/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/03/2023 (Info 1087).

“É constitucional ato normativo estadual que, respeitando as condições


mínimas definidas em diploma federal de normas gerais, estabelece exigência
adicional para a manutenção do porte de arma de fogo por servidores estaduais
aposentados das forças de segurança pública.” ADI 7.024/PR, relator Ministro
Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59
Resumo:
No exercício de sua competência constitucional para suplementar as normas
gerais fixadas pela União sobre matéria atinente à segurança pública (CF/1988,
art. 24, § 2º), os estados podem editar normas específicas quanto ao porte de arma
de fogo, desde que mais restritivas.

A guarda municipal, por não estar entre os órgãos de segurança pública previstos no art.
144 da CF, não pode exercer atribuições das polícias civis e militares.
A sua atuação da guarda municipal deve se limitar à proteção de bens, serviços e
instalações do município.
STJ. 6ª Turma.REsp 1977119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
16/08/2022 (Info 746).

Nos termos do art. 144, § 8º, da CF, deve-se conceder interpretação conforme à
Constituição ao art. 4º da Lei nº 13.022/2014 e ao art. 9º da Lei nº 13.675/2018 a fim de
declarar inconstitucionais todas as interpretações judiciais que excluem as Guardas
Municipais, devidamente criadas e instituídas, como integrantes do Sistema de
Segurança Pública.
STF. Plenário. ADPF 995/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/08/2023.

É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar,


que atribui às funções de polícia judiciária e à apuração de infrações penais exercidas
pelo Delegado de Polícia natureza jurídica e caráter essencial ao Estado. STF. Plenário.
ADI 5528/TO, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/11/2022 (Info 1076).

É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja que a Polícia Civil


exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem
jurídica. STF. Plenário. ADI 5517/ES, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/11/2022
(Info 1076).

É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre


direito penal e material bélico (CF/1988, art. 22, I e XXI) — norma estadual que
concede, de forma incondicionada, o porte de arma de fogo a agentes penitenciários.
ADI 5.076/RO, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em
10.3.2023 (sexta-feira), às 23:59

É inconstitucional a previsão de que o diretor-geral da Polícia Civil será escolhido a


partir de lista tríplice. STF. Plenário. ADI 6923/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
28/10/2022 (Info 1074).

É inconstitucional norma estadual que assegure a independência


funcional a delegados de polícia, bem como que atribua à polícia civil o
caráter de função essencial ao exercício da jurisdição e à defesa da ordem
jurídica. STF. Plenário. ADI 5522/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
18/2/2022 (Info 1044).

Não é possível que os Estados-membros criem órgão de segurança pública


diverso daqueles que estão previstos no art. 144 da CF/88. STF. Plenário.
ADI 2575/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/6/2020 (Info 983).

Lei distrital não pode conferir porte de arma nem determinar o exercício
de atividades de segurança pública a agentes e inspetores de trânsito. STF.
Plenário. Compete à União, nos termos do art. 21, VI; e 22, I, da
Constituição, a definição dos requisitos para a concessão do porte de arma
de fogo e dos possíveis titulares de tal direito. ADI 3996, Rel. Luiz Fux,
julgado em 15/04/2020 (Info 987 – clipping).

Não é possível o envio da Força Nacional de Segurança para atuar no


Estado-membro sem que tenha havido pedido ou concordância do
Governador. Isso viola o princípio da autonomia estadual. STF. Plenário.
ACO 3427 Ref-MC/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/9/2020 (Info
992).

Súmula 644 - STF: Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se


exige a apresentação de instrumento de mandato para representá-la em
juízo.
II - A representação processual de autarquia, como é o caso dos autos -
INSS -, faz-se por procurador integrante de seu quadro funcional, sendo
desnecessária a apresentação de procuração. [, rel. min. Ricardo
Lewandowski, 1ª T, j. 25-8-2009, DJE 176 de 18-9-2009.]

ÍNDIOS E QUILOMBOLAS

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB possui legitimidade ativa para
propor ADI com base no art. 103, IX, da CF/88 (entidade de classe de âmbito
nacional)?
SIM. Esse tema foi discutido com maior profundidade em um outro julgamento (ADPF
709/DF). Naquela ocasião, o Min. Relator Roberto Barroso teceu as seguintes
considerações em seu voto:

Lei estadual pode autorizar a exploração dos serviços ou do uso de áreas para ecoturismo
e exploração de madeireira ou de subprodutos florestais, desde que respeitada a legislação
ambiental e desde que não incida sobre áreas indígenas ou de quilombolas. STF. Plenário.
ADI 7.008/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2023 (Info 1095).

 É constitucional norma estadual que, sem afastar a aplicação da legislação nacional em


matéria ambiental (inclusive relatório de impacto ambiental) e o dever de consulta
prévia às comunidades indígenas e tradicionais, quando diretamente atingidas por
ocuparem zonas contíguas, autoriza a concessão à iniciativa privada da exploração de
serviços ou do uso de bens imóveis do Estado;

É necessário que a União e a FUNAI executem e implementem atividade


de proteção territorial nas terras indígenas, independentemente de sua
homologação. STF. Plenário. ADPF 709-MC-segunda-Ref/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 25/2/2022 (Info 1045)

A comunidade indígena cuja posse fundiária é questionada em ação de


nulidade de demarcação tem o direito subjetivo de ser ouvida no
processo, na qualidade de litisconsorte passivo necessário. AgInt na Pet
no REsp 1.586.943-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 17.05.2022.

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