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DIREITO DE ASSOCIAÇÃO
DIREITO DE REUNIÃO
SIGILO BANCÁRIO
LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
O art. 166 do CPM tipifica como crime a conduta de militares que fazem críticas públicas;
esse dispositivo é constitucional. STF. Plenário. ADPF 475/DF, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 13/4/2023 (Info 1090).
INTIMIDADE
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
MANDADO DE INJUNÇÃO
STF | RE 970823 (Tema 1038) | 20: É cabível mandado de Injunção para que se
apliquem, aos militares estaduais, as normas que regulamentam o adicional noturno
dos servidores públicos civis, desde que o direito a tal parcela esteja previsto na CE ou
na LODF.
HABEAS DATA
Não se admite o emprego do habeas data como meio para a obtenção de cópia de
autos de processo administrativo disciplinar, em que o autor figure como implicado,
porquanto tal propósito não encontra abrigo no que dispõe o art. 7º, inciso I, da Lei
9.507/1997. STJ. 1ª Seção. HD 282/DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 12/12/2018.
DIREITOS SOCIAIS
(i) em relação aos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas federais
(Lei nº 7.498/86, art. 15-B), a implementação do piso salarial nacional deve ocorrer na forma
prevista na Lei nº 14.434/2022;
(ii) em relação aos servidores públicos dos estados, Distrito Federal, municípios e de suas
autarquias e fundações (Lei nº 7.498/86, art. 15-C), bem como aos profissionais contratados por
entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo SUS (Lei nº 7.498/86,
art. 15-A):
(ii.a) a implementação da diferença remuneratória resultante do piso salarial nacional deve
ocorrer na extensão do quanto disponibilizado, a título de “assistência financeira
complementar”, pelo orçamento da União (art. 198, §§ 14 e 15, com redação dada pela EC
127/2022);
(ii.b) eventual insuficiência da “assistência financeira complementar” mencionada no item “ii.a”
instaura o dever da União de providenciar crédito suplementar, cuja fonte de abertura serão
recursos provenientes do cancelamento, total ou parcial, de dotações tais como aquelas
destinadas ao pagamento de emendas parlamentares individuais ao projeto de lei orçamentária
destinadas a ações e serviços públicos de saúde (art. 166, § 9º) ou direcionadas às demais
emendas parlamentares (inclusive de Relator-Geral do Orçamento). Não sendo tomada tal
providência, não será exigível o pagamento por parte dos entes referidos no item “ii”; e
(ii.c) uma vez disponibilizados os recursos financeiros suficientes, o pagamento do piso salarial
deverá ser proporcional nos casos de carga horária inferior a 8 (oito) horas por dia ou 44
(quarenta e quatro) horas semanais.
(iii) Além disso, pelo voto médio, o Plenário também referendou o seguinte item “i” da decisão,
nestes termos: em relação aos profissionais celetistas em geral (Lei nº 7.498/86, art. 15-A), a
implementação do piso salarial nacional deverá ser precedida de negociação coletiva entre as
partes, como exigência procedimental imprescindível, levando em conta a preocupação com
demissões em massa ou prejuízos para os serviços de saúde. Não havendo acordo, incidirá a Lei
nº 14.434/2022, desde que decorrido o prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de
publicação da ata deste julgamento.
STF. Plenário. ADI 7.222 MC-Ref-segundo/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, redatores do
acórdão Min. Roberto Barroso e Gilmar Mendes (voto conjunto), julgado em 01/7/2023 (Info
1101).
PCD
É constitucional lei estadual que obriga empresas do setor têxtil a identificarem as peças de
roupa com etiquetas em braile ou outro meio acessível que atenda as pessoas com deficiência
visual.
Essa lei não viola os princípios da livre iniciativa (arts. 1º, IV; e 170, “caput”), da livre
concorrência (art. 170, IV), da propriedade privada (art. 170, II) e da isonomia (arts. 5º, “caput”;
e 19, III).
A norma também não invade a competência privativa da União para legislar sobre comércio
interestadual (art. 22, VIII).
STF. Plenário. ADI 6.989/PI, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/6/2023 (Info 1099).
É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre direito civil
e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88), lei estadual que veda, no âmbito de seu
território, operadoras de plano de saúde de limitarem consultas e sessões para o tratamento de
pessoas com deficiência. STF. Plenário. ADI 7172/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
17/10/2022 (Info 1072).
SAÚDE
A) Nas hipóteses de ações relativas à saúde intentadas com o objetivo de compelir o Poder
Público ao cumprimento de obrigação de fazer consistente na dispensação de
medicamentos não inseridos na lista do SUS, mas registrado na ANVISA, deverá
prevalecer a competência do juízo de acordo com os entes contra os quais a parte autora
elegeu demandar.
B) B) As regras de repartição de competência administrativas do SUS não devem ser
invocadas pelos magistrados para fins de alteração ou ampliação do polo passivo
delineado pela parte no momento da propositura da ação, mas tão somente para fins de
redirecionar o cumprimento da sentença ou determinar o ressarcimento da entidade
federada que suportou o ônus financeiro no lugar do ente público competente, não
sendo o conflito de competência a via adequada para discutir a legitimidade ad causam,
à luz da Lei nº 8.080/90, ou a nulidade das decisões proferidas pelo Juízo estadual ou
federal, questões que devem ser analisadas no bojo da ação principal.
C) C) A competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, I, da CF/88, é determinada
por critério objetivo, em regra, em razão das pessoas que figuram no polo passivo da
demanda (competência ratione personae), competindo ao Juízo federal decidir sobre o
interesse da União no processo (Súmula 150/STJ), não cabendo ao Juízo estadual, ao
receber os autos que lhe foram restituídos em vista da exclusão do ente federal do feito,
suscitar conflito de competência (Súmula 254/STJ). STJ. 1ª Seção. CC 188.002-SC,
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 12/4/2023 (IAC 14) (Info 770).
Depois do julgamento acima, o STF, concedeu tutela provisória para estabelecer que,
até o julgamento definitivo do Tema 1.234 da Repercussão Geral, sejam observados os
seguintes parâmetros:
STF. Plenário. RE 1366243 TPI-Ref, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/04/2023.
CULTURA
DIREITO DO TRABALHO
“Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho em face de
empresa estatal, com o propósito de invalidar a contratação irregular de pessoal, não é
cabível o ingresso, no polo passivo da causa, de todos os empregados atingidos, mas é
indispensável sua representação pelo sindicato da categoria.”. STF. Plenário. RE
629647/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 28/10/2022 (Repercussão Geral – Tema 1004) (Info 1074).
TRANSPORTE PÚBLICO
constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados
por pessoas obesas, correspondente a 3% dos lugares em salas de projeções, teatros e
espaços culturais localizados em seu território e a, no mínimo, 2 lugares em cada
veículo do transporte coletivo municipal e intermunicipal. STF. Plenário. ADI 2477/PR e
ADI 2572/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 21/10/2022 (Info 1073).
EDUCAÇÃO
1. A complementação ao FUNDEF realizada a partir do valor mínimo anual por aluno fixada
em desacordo com a média nacional impõe à União o dever de suplementação de recursos.
2. Sendo tal obrigação imposta por título executivo judicial, aplica-se a sistemática dos
precatórios, nos termos do art. 100 da Constituição Federal.
STF. Plenário. RE 635.347/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/7/2023 (Repercussão
Geral – Tema 416) (Info 1101).
É inconstitucional norma estadual que regulamenta o Programa Jovem Aprendiz. Isso porque
compete privativamente à União legislar sobre direito do trabalho (art. 22, I, CF/88). STF.
Plenário. ADI 7.148/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1091).
AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
É inconstitucional lei estadual que cria cadastro de usuários e dependentes de drogas, com
informações concernentes ao registro de ocorrência policial, inclusive sobre reincidência.
Essa lei invade a competência privativa da União para legislar sobre matéria penal e processual
penal (art. 22, I, da CF/88), bem como viola o Estado de direito, os direitos fundamentais e o
sistema constitucional especial de proteção de dados.
STF. Plenário. ADI 6.561/TO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).
É inconstitucional lei estadual que proíbe a entrega, em caixas postais comunitárias, das
correspondências que se enquadram como carta, cartão-postal e correspondência agrupada. Essa
lei é inconstitucional porque invade a competência exclusiva da União para manter o serviço
postal e a competência privativa do ente central para legislar sobre a matéria (arts. 21, X; e 22,
V, CF/88).
É inconstitucional lei estadual que proíbe a postagem, em caixas postais comunitárias, de
boletos de pagamento alusivos a serviços prestados por empresas públicas e privadas. Isso
porque essa lei está em contrariedade ao que dispõe a legislação federal que trata da matéria,
sem demonstrar interesse particular ou justificativa objetiva e precisa do respectivo ente
federativo.
STF. Plenário. ADI 3081/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 28/8/2023 (Info 1105).
É constitucional lei do Estado do Rio de Janeiro que institui o feriado comemorativo do “Dia de
São Jorge”.
Essa lei está inserida dentro da competência comum dos entes federados para proteger
documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, monumentos, paisagens
naturais notáveis e sítios arqueológicos (art. 23, III, CF/88). Além disso, é competência
concorrente legislar sobre esses temas (art. 24, VII, CF/88).
STF. Plenário. ADI 4.092/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 28/8/2023 (Info 1105).
É inconstitucional — por usurpar a competência privativa da União para legislar sobre direito
do trabalho (art. 22, I, CF/88) — lei estadual que, ao criar o “estágio supervisionado, educativo
e profissionalizante” sob a forma de bolsa de iniciação ao trabalho ao menor que frequente o
ensino regular ou supletivo, constitui relação jurídica que se aproxima do instituto do contrato
de aprendizagem.
STF. Plenário. ADI 3.093/RJ, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 28/8/2023 (Info 1105).
É inconstitucional lei estadual que prevê normas de proteção aos consumidores filiados às
associações de socorro mútuo.
Essa lei invade a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, política de
seguros e sistemas de captação de poupança popular (art. 22, I, VII e XIX, CF/88).
STF. Plenário. ADI 7.099/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/8/2023 (Info 1103).
É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre associações de socorro mútuo e associações
e cooperativas de autogestão de planos de proteção contra riscos patrimoniais. Essas
normas violam a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros e
sistema de captação da poupança popular (art. 22, I, VII e XIX, CF/88), bem como a sua
competência exclusiva para fiscalizar o setor de seguros (art. 21, VIII, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6753/GO e ADI 7151/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 3/5/2023
(Info 1092).
São inconstitucionais leis estaduais, de origem parlamentar, que versam sobre a autodeclaração
do proprietário de veículos automotores acerca de sua conformidade quanto à segurança
veicular e ambiental, e determinam que eventual fiscalização seja realizada e filmada por
agentes do DETRAN.
Essas leis afrontam a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte
(art. 22, XI) e violaram a reserva de iniciativa do chefe do Poder Executivo para dispor sobre
servidores públicos e órgãos da Administração Pública (art. 61, § 1º, II, “c” e “e”, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6.597/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/4/2023 (Info 1091).
É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e
transporte (art. 22, XI, CF/88) — lei distrital que prevê a possibilidade de parcelamento de
multas decorrentes de infrações de trânsito e o pagamento de débitos com cartão de crédito.
STF. Plenário. ADI 6578/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/3/2023 (Info
1088).
“É inconstitucional, por violação à competência da União para legislar sobre direito civil e
seguros (art. 22, I e VII, CF/88), lei estadual que estabelece obrigações contratuais para
operadoras de planos de saúde.”.
STF. Plenário. ADI 7208/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/3/2023 (Info 1088).
É inconstitucional lei municipal que disponha sobre a instalação de estação rádio base
(ERB) em seu território. STF. Plenário. ARE 1370232/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
8/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 1235) (Info 1067).
É inconstitucional, por violar os arts. 21, XI, 22, IV, e 48, XII da CF/1988,
norma estadual que proíbe concessionárias de serviços de
telecomunicação de ofertarem e comercializarem serviço de valor
adicionado (SVA). STF. Plenário. ADI 6199/PE, Rel. Min. Nunes Marques,
julgado em 15/8/2022 (Info 1063).
INTERVENÇÃO FEDERAL
PODER EXECUTIVO
PODER LEGISLATIVO
Norma estadual ou municipal não pode conferir a parlamentar,
individualmente, o poder de requisitar informações ao Poder Executivo
Compare com o Info 899-STF. STF. Plenário. ADI 4700/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 13/12/2021 (Info 1041).
Por outro lado, o parlamentar, na condição de cidadão, pode
exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º,
inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de regência
desse direito. STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899).
A CF/88 afirma que o suplente do Deputado Federal será convocado se o titular estiver de
licença superior a 120 dias; essa regra também se aplica para os Deputados Estaduais.
STF. Plenário. ADI 7253/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/05/2023 (Info 1095)
Teses fixadas pelo STF:
(i) a eleição dos membros das Mesas das Assembleias Legislativas estaduais
deve observar o limite de uma única reeleição ou recondução, limite cuja
observância independe de os mandatos consecutivos referirem-se à mesma
legislatura;
(ii) (ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo
cargo da mesa diretora, não impedindo que membro da mesa anterior se
mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto;
(iii) (iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve
orientar a formação da Mesa da Assembleia Legislativa no período
posterior à data de publicação da ata de julgamento da ADI 6.524, de modo
que não serão consideradas, para fins de inelegibilidade, as composições
eleitas antes de 7.1.2021, salvo se configurada a antecipação fraudulenta
das eleições como burla ao entendimento do Supremo Tribunal Federal.
STF. Plenário. ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS, ADI
6683/AP, ADI 6686/PE, ADI 6687/PI e ADI 6711/PI, Rel. Min. Nunes
Marques, julgados em 7/12/2022 (Info 1079).
COMISSÕES
PROCESSO LEGISLATIVO
A Casa Legislativa tem o direito de decidir quando usar o rito de urgência na apreciação
dos projetos de lei, e o Poder Judiciário não deve interferir nisso por se tratar de matéria
interna corporis. STF. Plenário. ADPF 971/SP, ADPF 987/SP e ADPF 992/SP, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgados em 29/05/2023 (Info 1096).
VÍCIO DE INICIATIVA
MEDIDA PROVISÓRIA.
Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da CF a
edição de MP no mesmo dia em que o Presidente sanciona ou veta
projeto de lei com conteúdo semelhante. Plenário. ADI 2601/DF, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 19/8/2021 (Info 1026).
TRIBUNAL DE CONTAS
É constitucional dispositivo de lei orgânica estadual que dispensa a formação de lista tríplice
para nomeação do Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
estadual.
Trata-se de opção política legítima do legislador, adotada em conformidade com a margem de
discricionariedade atribuída pela Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 4.427/AM, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).
É inconstitucional norma que preveja que os auditores dos Tribunais de Contas emitam
pareceres opinativos. STF. Plenário. ADI 5.530/MS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
22/05/2023 (Info 1096).
PODER JUDICIÁRIO
Em respeito à autonomia federativa, não viola o art. 37, V, da Constituição a lei estadual que
considera as promoções entre entrâncias para o escalonamento dos subsídios da carreira da
magistratura.
STF. Plenário. ADI 4.216/TO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).
É inconstitucional — por violar o art. 39, § 4º, da CF/88, haja vista o caráter de indevido
acréscimo remuneratório — norma estadual que prevê adicional de “auxílio-aperfeiçoamento
profissional” aos seus magistrados.
STF. Plenário. ADI 5.407/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/07/2023 (Info
1102).
Caso concreto: o Ministro Marco Aurélio já havia votado no processo; houve pedido de vista;
na volta da vista, o Ministro Marco Aurélio já havia se aposentado. Foi autorizado que o
Ministro André Mendonça, que o sucedeu na Corte, proferisse novo voto, substituindo o
pronunciamento anterior. Isso porque se entendeu que, depois do voto do Ministro Marco
Aurélio, surgiram fatos novos.
Quais foram esses fatos novos? Foram três: 1): o arquivamento de outros inquéritos policiais —
nos quais os fatos, objeto da denúncia ora em análise, se basearam; 2) a mudança de
posicionamento do Ministério Público — que inicialmente pugnava pelo recebimento da peça
acusatória, mas agora pleiteia a sua rejeição por ausência de justa causa; 3) as inovações
legislativas sobre a matéria.
O STF afirmou que a preservação do voto do ministro sucedido só deve ocorrer se as condições
e circunstâncias levadas a julgamento permanecerem as mesmas.
STF. 1ª Turma. QO no INQ 3.515/DF, Rel. Min. André Mendonça, julgado em 6/6/2023 (Info
1098).
Se, após elaborar a lista sêxtupla para o quinto constitucional, a OAB perceber que um
dos indicados não preencheu os requisitos, ela não poderá pedir a desconsideração da lista
já enviada. STJ. 2ª Turma. AREsp 2.304.110-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
12/3/2023 (Info 770).
É constitucional — por não violar o princípio da legalidade — lei estadual que prevê
que o Órgão Especial do Tribunal de Justiça pode transformar, instalar juizado em
substituição a adjunto e fixar a competência dos juizados especiais. STF. Plenário. ADI
4235/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/12/2022 (Info 1079).
Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do
poder público. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 25/3/2021 (Info 1011)
DEFENSORIA PÚBLICA
É inconstitucional norma estadual que fixa o tempo de serviço público no ente federado ou o
tempo de serviço público em geral como critério de desempate na aferição da antiguidade para a
promoção e a remoção dos defensores públicos locais.
Essa norma afronta a competência do legislador complementar nacional para tratar sobre o tema
(arts. 61, § 1º, II, “d”; 93; e 134, §§ 1º e 4º, CF/88), além de violar o princípio da isonomia (arts.
5º, “caput”; e 19, III, CF/88). STF. Plenário. ADI 7.317/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 3/5/2023 (Info 1092).
Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do
poder público. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 25/3/2021 (Info 1011)
Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de
inconstitucionalidade após o recebimento das informações dos
requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União e do
Procurador-Geral da República. STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).
MINISTÉRIO PÚBLICO
É inconstitucional lei estadual que autoriza a remoção por permuta, em âmbito nacional, entre
membros dos Ministérios Públicos dos estados e do Distrito Federal e Territórios.
Essa norma é inconstitucional porque:
• fere o princípio federativo e a autonomia dos estados (arts. 1º; 25 e 60, § 4º, I);
• ofende a autonomia e a independência do Ministério Público (arts. 128, § 5º e 129, § 4º).
A investidura no cargo de membro do Parquet exige prévia aprovação em certame de provas e
títulos (art. 129, § 3º). Assim, a migração entre quadros, mediante permuta, constitui forma de
ingresso em cargo diverso daquele para o qual o servidor foi aprovado, em inobservância ao
princípio do concurso público (art. 37, II).
STF. Plenário. ADI 6.780/RN, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 04/09/2023 (Info 1106).
A norma do art. 36, III, “b”, da Lei 8.112/90 (remoção por motivo de doença em pessoa da
família) não pode ser aplicada de maneira subsidiária aos membros do MPU. STJ. 1ª
Turma. REsp 1.846.400/PB, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 9/5/2023 (Info 774).
O STJ, contudo, interpretando esse dispositivo, afirma que a aplicação do Estatuto dos
Servidores Públicos Federais para os membros do MPU somente pode ocorrer quando
a legislação específica da carreira não prever instituto próprio para solucionar a questão
jurídica controvertida.
É constitucional lei estadual que cria Grupo de Atuação Especial contra o Crime
Organizado (GAECO), no âmbito do Ministério Público. STF. Plenário. ADI 2838/MT e
ADI 4624/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/4/2023 (Info 1090).
ADVOCACIA PÚBLICA
O art. 132 da Constituição Federal confere aos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,
organizados em carreira única, a atribuição exclusiva das funções de representação judicial,
consultoria e assessoramento jurídico das unidades federativas.
O modelo constitucional da atividade de representação judicial e consultoria jurídica dos
Estados exige a unicidade orgânica da advocacia pública estadual, incompatível com a criação
de órgãos jurídicos paralelos para o desempenho das mesmas atribuições no âmbito da
Administração Pública Direta ou Indireta.
Desse modo, é inconstitucional, por violação do art. 132 da CF/88, a criação de órgão ou de
cargos jurídicos fora da estrutura da Procuradoria do Estado, com funções de representação
judicial, consultoria ou assessoramento jurídico de autarquias e fundações públicas estaduais.
STF. Plenário. ADI 7.380/AM, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/8/2023 (Info 1104).
O art. 28 da LC 73/93 prevê que os membros efetivos da AGU não podem se manifestar, por
qualquer meio de divulgação, sobre assunto pertinente às suas funções, salvo ordem, ou
autorização expressa do Advogado-Geral da União.
O art. 38 da MP 2.229-43/01 também afirma que os integrantes da Carreira de Procurador
Federal não podem se manifestar, por qualquer meio de divulgação, sobre assunto conexo às
suas atribuições, salvo ordem, ou autorização expressa, do Advogado-Geral da União.
O STF decidiu que essa previsão é constitucional, mas que se deve dar interpretação conforme a
fim deafastar do seu âmbito de incidência a possibilidade de manifestação pelo advogado
público na seara acadêmica (liberdade de cátedra) ou para representar sobre ilegalidades de que
tenha conhecimento (dever funcional do servidor).
Tese fixada: Considerando-se a natureza do cargo, é constitucional a necessidade de ordem ou
autorização expressa do Advogado-Geral da União para manifestação do advogado público
sobre assunto pertinente às suas funções, ressalvadas a liberdade de cátedra e a comunicação às
autoridades competentes acerca de ilegalidades constatadas.
STF. Plenário. ADI 4.652/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/6/2023 (Info 1098).
Para que o Procurador do Estado possa propor ação civil pública (ex: ação
civil pública de improbidade administrativa), não é necessária autorização
do Govenador do Estado. No entanto, é indispensável a anuência do
Procurador-Geral do Estado. STF. 1ª Turma. ARE 1165456 AgR/SE, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
1º/9/2020 (Info 989).
SEGURANÇA PÚBLICA
Diante disso, indaga-se: com a decisão do STF na ADPF 995/DF, a conclusão final
do STJ exposta no REsp 1977119-SP fica superada?
NÃO. A conclusão do julgado permanece intacta. O que muda é um dos fundamentos
invocados.
• o STJ – e nenhum outro órgão jurisdicional – pode afirmar que a guarda municipal não
é órgão de segurança pública. Isso porque o STF afirmou, com eficácia vinculante, que
a guarda municipal é sim órgão de segurança pública;
• por outro lado, o STJ continua decidindo que a guarda municipal não pode exercer
atribuições das polícias civis e militares. A sua atuação da guarda municipal deve se
limitar à proteção de bens, serviços e instalações do município.
. Poderão, todavia, realizar busca pessoal em situações excepcionais - e por isso interpretadas
restritivamente - nas quais se demonstre concretamente haver clara, direta e imediata relação
com a finalidade da corporação, como instrumento imprescindível para a realização de suas
atribuições. Vale dizer, salvo na hipótese de flagrante delito, só é possível que as guardas
municipais realizem excepcionalmente busca pessoal se, além de justa causa para a medida
(fundada suspeita), houver pertinência com a necessidade de tutelar a integridade de bens e
instalações ou assegurar a adequada execução dos serviços municipais, assim como proteger os
seus respectivos usuários, o que não se confunde com permissão para desempenharem
atividades ostensivas ou investigativas típicas das polícias militar e civil para combate da
criminalidade urbana ordinária em qualquer contexto.
É constitucional norma estadual que permite o aproveitamento transitório e por prazo certo de
policiais militares da reserva remunerada em tarefas relacionadas ao planejamento e
assessoramento no âmbito da Polícia Militar ou para integrarem a segurança patrimonial em
órgão da Administração Pública.
Isso não caracteriza investidura em cargo público nem formação de novo vínculo jurídico
concomitante com a inatividade (arts. 37, II, XVI e § 10; e 42, § 3º, CF/88).
STF. Plenário. ADI 3.663/MA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/8/2023 (Info 1104).
É constitucional a Lei federal nº 13.022/2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas
Municipais.
Essa lei não viola a autonomia dos municípios (art. 144, § 8º) e se limita a estabelecer critérios
padronizados para a instituição, organização e exercício das guardas municipais.
A lei constitui norma geral, de competência da União, que, além de tratar da organização das
guardas municipais em todos os municípios do País, reconhece a prerrogativa dos entes
municipais para criá-las ou não, por lei, e para definir sua estrutura e funcionamento.
As guardas municipais podem exercer atividade fiscalizatória de trânsito e, consequentemente, a
aplicação de multas previstas em lei, por significar fiel manifestação do poder de polícia.
Ademais, revela-se legítimo o desempenho da atividade de segurança pública pelas guardas
municipais.
STF. Plenário. ADI 5.780/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/7/2023 (Info 1101).
Não viola o art. 7º, XVI, da CF, o estabelecimento de programa de jornada extra de segurança
com prestação de serviço em período pré-determinado e com contraprestação pecuniária em
valor previamente estipulado, desde que a adesão seja voluntária.
No caso concreto, a aceitação ao programa era facultativa, sem produzir efeitos na vida
funcional do servidor público. Os plantões previstos pelas normas impugnadas não configuram
serviços extraordinários, razão pela qual não incide o adicional de 50% sobre a hora normal
trabalhada (art. 7º, XVI c/c o art. 39, § 3º). Portanto, os policiais, voluntariamente,
desempenham atividades excedentes às suas atribuições funcionais, sob regime especial de
trabalho, e recebem valor já estipulado, pago a título de prêmio ou incentivo.
O referido programa concilia o fortalecimento das ações de defesa e segurança com a necessária
contenção de gastos com pessoal e o compromisso com a responsabilidade fiscal.
STF. Plenário. ADI 7.356/PE, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 26/6/2023 (Info 1101).
Norma estadual não pode autorizar que bombeiros voluntários realizem as atribuições do
corpo de bombeiros militar. STF. Plenário. ADI 5.354/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/6/2023 (Info 1100).
É inconstitucional norma estadual que prevê a modalidade de venda direta de arma de fogo aos
membros de seus órgãos de segurança pública.
Essa previsão viola a competência privativa da União para legislar sobre material bélico (arts.
21, VI; e 22, XXI, CF/88) e para editar normas gerais sobre licitações e contratos (art. 22,
XXVII, CF/88), cujo prévio procedimento licitatório é requisito necessário para a contratação
de obras, serviços, compras e alienações pela Administração Pública (art. 37, XXI, CF/88).
STF. Plenário. ADI 7004/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1091).
A guarda municipal, por não estar entre os órgãos de segurança pública previstos no art.
144 da CF, não pode exercer atribuições das polícias civis e militares.
A sua atuação da guarda municipal deve se limitar à proteção de bens, serviços e
instalações do município.
STJ. 6ª Turma.REsp 1977119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
16/08/2022 (Info 746).
Nos termos do art. 144, § 8º, da CF, deve-se conceder interpretação conforme à
Constituição ao art. 4º da Lei nº 13.022/2014 e ao art. 9º da Lei nº 13.675/2018 a fim de
declarar inconstitucionais todas as interpretações judiciais que excluem as Guardas
Municipais, devidamente criadas e instituídas, como integrantes do Sistema de
Segurança Pública.
STF. Plenário. ADPF 995/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/08/2023.
Lei distrital não pode conferir porte de arma nem determinar o exercício
de atividades de segurança pública a agentes e inspetores de trânsito. STF.
Plenário. Compete à União, nos termos do art. 21, VI; e 22, I, da
Constituição, a definição dos requisitos para a concessão do porte de arma
de fogo e dos possíveis titulares de tal direito. ADI 3996, Rel. Luiz Fux,
julgado em 15/04/2020 (Info 987 – clipping).
ÍNDIOS E QUILOMBOLAS
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB possui legitimidade ativa para
propor ADI com base no art. 103, IX, da CF/88 (entidade de classe de âmbito
nacional)?
SIM. Esse tema foi discutido com maior profundidade em um outro julgamento (ADPF
709/DF). Naquela ocasião, o Min. Relator Roberto Barroso teceu as seguintes
considerações em seu voto:
Lei estadual pode autorizar a exploração dos serviços ou do uso de áreas para ecoturismo
e exploração de madeireira ou de subprodutos florestais, desde que respeitada a legislação
ambiental e desde que não incida sobre áreas indígenas ou de quilombolas. STF. Plenário.
ADI 7.008/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2023 (Info 1095).