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29/06/2023, 11:30 Documento:710017080457

Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
Gab. Juíza Federal JOANE UNFER CALDERARO (RS-5B)

RECURSO CÍVEL Nº 5027341-35.2022.4.04.7100/RS


RELATORA: JUÍZA FEDERAL JOANE UNFER CALDERARO
RECORRENTE: BRUNO TRUJILLO MARTINS (AUTOR)
ADVOGADO(A): JOANA GRACIELLE MIRANDA TAVARES SARTIN (OAB DF055588)
RECORRIDO: UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (RÉU)

VOTO

Trata-se de ação em que o autor, licenciado das Forças Armadas


após a prestação do serviço militar obrigatório,  postula a condenação da
União a indenizar-lhe, proporcionalmente, as férias decorrentes da prestação do
serviço militar obrigatório, durante o período de 09/02/2009 a 28/11/2009, o
qual, quando do licenciamento, não lhe foi concedido ou indenizado.

Em suas razões recursais, em suma, sustenta que  permaneceu na


instituição incorporado por 8 anos, para tanto, indicou que foram apresentadas
provas de mais de 12 meses de serviço, sendo indicado em sua Certidão de
Situação Militar 8 anos 1 mês e 10 dias. Destaca que no aclaratórios indicou
que o entendimento da 5ª Turma Recursal não guardava similaridade com o
caso em questão, pois a situação analisada pela turma era de um militar que
permaneceu somente o período compreendido do Serviço Militar Obrigatório,
situação diversa do caso em análise. Alega que a Constituição não determina
que o direito a férias somente existe caso haja a prestação de 12 meses
completos. Defende que a Lei nº 4.375/64 sofreu uma alteração para determinar
que o militar fará jus a férias, em nenhum ponto verifica-se uma limitação a
esse direito, não houve imposição de somente após 12 meses de prestação de
serviço. Aduz que não se pode admitir utilizar o §1º do art. 443 do RISG, para
suprimir um direito previsto na Constituição.  Por fim, afirma que merece
reforma a sentença que considerou que houve um novo vínculo em 01/03/2010
que nada guardaria relação com o estabelecido em 09/02/09 a 27/11/09, quando
claramente a lei determina a contabilização dele no tempo total de serviço, pois
é indiferente a continuidade ou não demonstrando um único vínculo de militar
temporário com prazo máximo de 96 meses previsto. Ainda, requer a concessão
do benefício da gratuidade judiciária.

Gratuidade Judiciária

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A respeito do pedido de concessão da gratuidade da justiça


formulado em instância recursal, assim dispõe o art. 99, § 7º da Lei 13.105/2015
(Novo CPC):

§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente


estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao
relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para
realização do recolhimento.

Sendo assim, passo ao exame do pedido de gratuidade.

Em relação aos pressupostos legais para a concessão do benefício,


parte-se do que prevê a Constituição Federal sobre a gratuidade judiciária:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos;

Por sua vez, dispõe a Lei nº 13.105/2015:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Grifei

(...)

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição


inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em
recurso.

(...)

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos


que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. Grifei

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural. Grifei

Evidencia-se, assim, que tanto a Constituição Federal quanto a


legislação infraconstitucional preveem o acesso à assistência jurídica
gratuita como direito fundamental, destinando-a, contudo, somente àqueles que
comprovarem insuficiência de recursos.

Todavia, a alegação de insuficiência presume-se verdadeira apenas


quando deduzida por pessoa natural, sendo que, "para a concessão de
assistência judiciária gratuita à pessoa jurídica, é indispensável a

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comprovação de que ela não tem condições financeiras de suportar os


encargos processuais, ainda que se trate de entidade sem fins lucrativos ou
microempresas. Com efeito, não basta, para esse fim, a mera declaração de
necessidade" (STJ, MC 025016, Relatora Ministra Regina Helena Costa, DJe
02/02/2016; grifei).

Na ausência de um critério legal objetivo, esta 5ª Turma Recursal


adota como parâmetro geral para concessão da gratuidade judiciária  o
percebimento de rendimentos líquidos - rendimento bruto desconsiderados os
descontos legais - em valor inferior ao teto de benefícios da Previdência Social,
que corresponde, atualmente, à quantia de R$ 7.507,49.

Caso dos autos: Os documentos anexados ao evento 54,


demonstram que a remuneração líquida da parte requerente (remuneração bruta
desconsiderados os descontos legais obrigatórios IRPF e INSS) é inferior ao teto
de benefícios da Previdência Social, o qual na data de ajuizamento era de R$
7.087,22.

Com base no exposto, defiro a gratuidade judiciária.

Do mérito recursal

No que tange ao mérito recursal, verifico que a sentença recorrida


espelha o entendimento deste Colegiado acerca do direito à indenização de
férias não gozadas para aquele que prestou o serviço militar inicial e foi
licenciado antes de completar 12 meses, citando, inclusive, precedente desta
Turma Recursal, o qual sintetiza os fundamentos para a rejeição da tese da
parte autora (evento 19, SENT1):

II - Fundamentação.

A parte autora busca a condenação da União ao pagamento de indenização


pecuniária em razão de férias proporcionais não usufruídas nem utilizadas na
passagem para a inatividade como militar.

O autor narrou ter prestado serviço militar obrigatório como aluno durante o
período de 09/02/2009 a 28/11/2009, consoante Certidão de Situação Militar
expedida pelo 3ª Batalhão de Polícia do Exército e que foi convocado para
servir após o curso e ficou incorporado como oficial temporário até o dia
25/06/2017.

O demandante alegou que não recebeu as férias devidas durante o período de


11 meses de prestação do serviço militar obrigatório no NPOR, tendo em vista
que a União entende que o direito a férias somente é devido ao militar que
obtiver 12 meses de serviços prestados.

Assim, a controvérsia cinge-se à existência (ou não) do direito a indenização


de férias não gozadas para aquele que prestou o serviço militar inicial  e foi
licenciado antes de completar 12 meses.

A pretensão autoral é improcedente.

Com razão a União.

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É entendimento da 5ª Turma Recursal que  o tempo de  serviço militar


obrigatório, com licenciamento em período inferior a 12 meses, não enseja
direito a férias. Neste sentido, são os Recursos Cíveis Nº  5000082-
71.2019.4.04.7132 (Rel. Andrei Pitten Velloso, j. 17.12.2019),  5000081-
86.2019.4.04.7132 (Rel. Rodrigo Koehler Ribeiro, j. 28.11.2019) e 5003364-
59.2019.4.04.7119/RS, este último de relatoria da E. Juíza Federal Joane
Unfer Calderaro, cujos fundamentos adoto como razões de decidir:

(...)

O inciso XVII do art. 7º c/c com o inciso VIII, do art. 142, ambos
da  Constituição Federal, asseguram ao militar o direito a férias, além
do adicional de 1/3 sobre a remuneração:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros


que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal;

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem.

(...)

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII,
XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37,
inciso XVI, alínea "c";   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
77, de 2014)

(...)

Assim, a Constituição Federal recepcionou os preceitos relativos às


férias, estabelecidos nos Estatutos Militares:

Art. 50. São direitos dos militares:

(...)

IV - nas condições ou nas limitações impostas na legislação e


regulamentação específicas:

(...)

o) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças;

(...)

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Art. 63. Férias são afastamentos totais do serviço, anual e


obrigatoriamente concedidos aos militares para descanso, a partir do
último mês do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte.

(...)

Desse modo, o primeiro período aquisitivo de férias somente se


incorpora ao direito do militar  após doze meses de atividade. Não é
possível, portanto, o gozo (concessão para descanso) de férias antes
desse prazo mínimo inicial.

Nesse passo, a MP 2.215-10, de 2001, assim dispôs:

Art.  2o    Além da remuneração prevista no art. 1o desta Medida


Provisória, os militares têm os seguintes direitos remuneratórios:

(...)

II - observada a legislação específica:

(...)

d) adicional de férias; e

(...)

Por sua vez, regulamentando o adicional de férias, o art. 80 do Decreto


4.307, de 2002:

Art.  80.    O adicional de férias será pago, antecipadamente, no valor


correspondente a um terço da remuneração do mês de início das férias.

§  1o    O militar excluído do serviço ativo, por transferência para a


reserva remunerada, reforma, demissão, licenciamento, no retorno à
inatividade após a convocação ou na designação para o serviço ativo,
perceberá o valor relativo ao período de férias a que tiver direito e ao
incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo serviço,
ou fração superior a quinze dias.

Como visto, o direito à férias é adquirido após o interregno


correspondente a doze meses, o qual se denomina 'período aquisitivo',
ou seja, por força do disposto no art. 63 da Lei nº 6.880/80, não há que
se falar em concessão ou indenização de férias sem que o primeiro
período aquisitivo esteja completo.

No caso do licenciamento ocorrer antes de completado o primeiro


período aquisitivo não haverá que se falar em pagamento de férias
proporcionais, apesar do que estabelece, isoladamente, o § 1º do art. 80
do Decreto nº 4.307/2002.  Na verdade, tal dispositivo disciplina o
pagamento de férias proporcionais àqueles que já lograram completar o
período aquisitivo inicial.

O pedido de indenização por danos morais resta prejudicado, pois não


reconhecida a existência de ato ilícito que ampare a pretensão.

Assim, tendo em vista que a parte autora tinha menos de 12 (doze) meses de
serviço militar obrigatório, não faz jus à concessão de férias proporcionais.

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III - DISPOSITIVO.

Ante o exposto, julgo improcedente o pedido.

Posteriormente, em sede de embargos de declaração,


complementou o Julgador a quo (evento 31, SENT1):​

Trata-se de embargos de declaração opostos por  BRUNO TRUJILLO


MARTINS em razão da sentença prolatada no evento 19, SENT1.

A parte embargante alega que a sentença contém omissão e contrariedade,


pois a despeito de a fundamentação ter mencionado que o tempo de serviço
militar era inferior a 12 meses,  a parte autora prestou serviço militar por mais
de 12 meses, totalizando o período de 8 anos. Asseverou que há contradição
entre a sentença prolatada e o entendimento da 5ª turma recursal do Rio
Grande do Sul. Requereu o julgamento de procedência do recurso interposto..

(...)

Recurso de Embargos de Declaração da parte autora - evento 25,


EMBDECL1

Analisando os autos, verifico que, com efeito, deixou de constar na


fundamentação da  sentença objeto de recurso de embargos de declaração, o
fato de que a parte autora, após deixar o serviço militar obrigatório, em
27/11/2009, foi novamente admitida nas Forças Armadas em 01/03/2010,
permanecendo vinculada até 25/06/2017 (evento 1, OUT8).

De fato, o período de tempo militar total ultrapassou o período de 12 meses, o


que deve ser objeto de adequação na fundamentação da sentença proferida.

Todavia, a peculiaridade do caso concreto é a de que a parte autora, após


servir por 11 meses em serviço militar obrigatório (09/02/2009 a 27/11/2009),
desvinculou-se das Forças Armadas.

Desse modo, não atingiu o tempo necessário exigido por lei para, período de
12 meses, para ter direito a um período de férias.

Hipótese em que não se aplica o Tema 162 da Turma Nacional de


Uniformização, no julgamento do PEDILEF 50030717220184025117, pois
entre o licenciamento e o engajamento da parte autora ocorreu um hiato de
três meses sem qualquer vínculo com as Forças Armadas.

Somente após decorrido o período compreendido entre dezembro/2009 a


fevereiro/2010 sem qualquer vínculo com as Forças Armadas é que a parte
autora iniciou novo vínculo, em 01/03/2010. Todavia, nessa circunstância não
se faz possível computar o período anterior do serviço militar obrigatório para
fins de período aquisitivo de férias.

Nesse sentido, destaco o seguinte precedente:

ADMINISTRATIVO. MILITAR. INDENIZAÇÃO DE FÉRIAS NÃO


GOZADAS. LICENCIAMENTO ANTES DE COMPLETAR DOZE
MESES DE SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.
1. O direito à férias é adquirido após o interregno correspondente a
doze meses, o qual se denomina 'período aquisitivo', ou seja, por força
do disposto no art. 63 da Lei nº 6.880/80, não há que se falar em
concessão ou indenização de férias sem que o primeiro período
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aquisitivo esteja completo.


2. No caso do licencimento ocorrer antes de completado o primeiro
período aquisitivo não haverá que se falar em pagamento de férias
proporcionais, apesar do que estabelece, isoladamente, o § 1º do art. 80
do Decreto nº 4.307/2002. Na verdade, tal dispositivo disciplina o
pagamento de férias proporcionais àqueles que já lograram completar o
período aquisitivo inicial.
3. Recurso da parte autora a que se nega provimento. (Recurso Cível nº
5000084-41.2019.4.04.7132, Rel. Rodrigo Koehler Ribeiro, 5ª Turma
Recursal do RS, decisão proferida em 28/11/2019).

Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso de embargos de declaração


opostos pela parte autora para o fim tão-somente de integrar à fundamentação
da sentença proferida no evento 19, SENT1 [Click and drag to move] a
fundamentação acima, mantendo o julgamento de improcedência proferido.

Com efeito, consta das folhas de alterações do militar que o autor


foi excluído e desligado do serviço ativo do Exército em 27 de novembro de
2009 (evento 13, OFIC14, p.7):

Dessarte, em que pese tenha sido reincorporado às fileiras do


Exército em 01/03/2010 para a prestação de serviço militar voluntário, o fato é
que o autor teve dois períodos distintos com solução de continuidade
na prestação do serviço militar, não se aplicando o Tema 162 da TNU, conforme
bem anotado pelo Julgador a quo.

Assim, a sentença recorrida solucionou adequadamente a lide, em


consonância com a legislação de regência, não merecendo reparos.

Conclusão

O voto é por negar provimento ao recurso da parte autora, nos


termos da fundamentação.

A decisão da Turma Recursal assim proferida, no âmbito dos


Juizados Especiais, é suficiente para interposição de quaisquer recursos
posteriores.

O prequestionamento é desnecessário no âmbito dos Juizados


Especiais Federais. Isso porque o Artigo 46 da Lei 9.099/95 dispensa a
fundamentação do acórdão.

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Com isso, nos pedidos de uniformização de jurisprudência não há


qualquer exigência de que a matéria tenha sido prequestionada. Para o
recebimento de Recurso Extraordinário, igualmente, não se há de exigir, tendo
em vista a expressa dispensa pela lei de regência dos Juizados Especiais, o que
diferencia do processo comum ordinário.

Todavia, dou expressamente por prequestionados todos os


dispositivos indicados pelas partes nos presentes autos, para fins do art. 102, III,
da Constituição Federal, respeitadas as disposições do art. 14, caput e parágrafos
e art. 15, caput, da Lei nº 10.259, de 12.07.2001. A repetição dos dispositivos é
desnecessária, para evitar tautologia.

Condeno a parte recorrente vencida (art. 55 da Lei 9.099/1995) ao


pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em 10% sobre o valor da
condenação ou, não havendo condenação, 10% sobre o valor da causa
atualizado. Em qualquer das hipóteses o montante não deverá ser inferior ao
valor máximo previsto na tabela da Justiça Federal para a remuneração dos
Advogados Dativos nomeados como auxiliares no âmbito dos JEFs (Resolução-
CJF nº 305/2014, Tabela IV). Exigibilidade suspensa em caso de deferimento da
gratuidade da justiça. A verba honorária é excluída caso não tenha havido
participação de advogado na defesa da parte autora assim como na hipótese de
não ter havido citação. Custas devidas pelo(a) recorrente vencido(a), sendo
isentas na hipótese de enquadrar-se no artigo 4º, inciso I ou II, da Lei nº
9.289/96.

Ante o exposto, voto por deferir e gratuidade judiciária e negar


provimento ao recurso.

Documento eletrônico assinado por JOANE UNFER CALDERARO, Juíza Relatora, na forma do
artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26
de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
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Poder Judiciário
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Seção Judiciária do Rio Grande do Sul


Gab. Juíza Federal JOANE UNFER CALDERARO (RS-5B)
RECURSO CÍVEL Nº 5027341-35.2022.4.04.7100/RS
RELATORA: JUÍZA FEDERAL JOANE UNFER CALDERARO
RECORRENTE: BRUNO TRUJILLO MARTINS (AUTOR)
ADVOGADO(A): JOANA GRACIELLE MIRANDA TAVARES SARTIN (OAB DF055588)
RECORRIDO: UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (RÉU)

ACÓRDÃO

A 5ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul decidiu, por


unanimidade, deferir e gratuidade judiciária e negar provimento ao recurso, nos
termos do voto do(a) Relator(a).

Porto Alegre, 31 de março de 2023.

Documento eletrônico assinado por JOANE UNFER CALDERARO, Relatora do Acórdão, na forma
do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de
26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
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Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul

EXTRATO DE ATA DA SESSÃO VIRTUAL DE 24/03/2023


A 31/03/2023

RECURSO CÍVEL Nº 5027341-35.2022.4.04.7100/RS


RELATORA: JUÍZA FEDERAL JOANE UNFER CALDERARO
PRESIDENTE: JUIZ FEDERAL GIOVANI BIGOLIN
RECORRENTE: BRUNO TRUJILLO MARTINS (AUTOR)
ADVOGADO(A): JOANA GRACIELLE MIRANDA TAVARES SARTIN (OAB DF055588)

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RECORRIDO: UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (RÉU)

Certifico que este processo foi incluído na Pauta da Sessão Virtual, realizada no
período de 24/03/2023, às 00:00, a 31/03/2023, às 14:00, na sequência 366,
disponibilizada no DE de 15/03/2023.

Certifico que a 5ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul, ao apreciar os autos do


processo em epígrafe, proferiu a seguinte decisão:
A 5ª TURMA RECURSAL DO RIO GRANDE DO SUL DECIDIU, POR
UNANIMIDADE, DEFERIR E GRATUIDADE JUDICIÁRIA E NEGAR
PROVIMENTO AO RECURSO.

RELATORA DO ACÓRDÃO: JUÍZA FEDERAL JOANE UNFER CALDERARO


VOTANTE: JUÍZA FEDERAL JOANE UNFER CALDERARO
VOTANTE: JUIZ FEDERAL ANDREI PITTEN VELLOSO
VOTANTE: JUIZ FEDERAL GIOVANI BIGOLIN
PIERRE VIANNA RASSIER
Secretário

Conferência de autenticidade emitida em 29/06/2023 11:28:01.

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