EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __
VARA FEDERAL/ESTADUAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE
CIDADE/ESTADO
NOME DA PARTE, nacionalidade, estado civil, regularmente inscrito(a)
no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador(a) de RG nº XX.XXX.XXX, residente e domiciliado(a) na Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, CEP nº XX.XXX-XXX, na comarca de Cidade/Estado, com endereço eletrônico XXXX, vem, por meio de seus advogados infra-assinados, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5º, inciso LXIX, e 109, inciso VIII, ambos da Constituição Federal, e na Lei nº 12.016/2009, impetrar o presente
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
em face da JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO DE RECURSOS
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (CRPS), com endereço à Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, CEP nº XX.XXX-XXX, na comarca de Cidade/Estado, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 1. DOS FATOS
O impetrante, segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
requereu junto ao INSS, em XX/XX/XXXX, a concessão do benefício [especificar o benefício requerido], conforme protocolo nº XXXXXXXXXXX.
Contudo, passado o prazo legal de 30 (trinta) dias, não houve qualquer
manifestação por parte do INSS acerca do pedido.
Nesse passo, importante ressaltar que a demora na apreciação da
demanda, tem trazido enormes prejuízos à parte autora, vez que se trata de direito líquido e certo.
Nessa senda, insta salientar que o impetrante, obteve decisão favorável
em recurso administrativo interposto contra ato de indeferimento de benefício previdenciário. Contudo, o INSS interpôs recurso contra essa decisão, e desde então, os valores atrasados não foram pagos e o recurso não foi julgado há mais de 6 (seis) meses.
Diante da inércia do INSS, resta ao impetrante buscar a tutela
jurisdicional para garantir a análise e decisão de seu requerimento administrativo de forma célere e dentro dos prazos legais.
2. DO DIREITO
Conforme preceitua o artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal,
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.
O princípio da razoável duração do processo, consagrado no
ordenamento jurídico brasileiro, deve ser observado também no âmbito administrativo, conforme jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). EMENTA PREVIDENCIÁRIO. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO ADMINISTRATIVO. LEI Nº 9.784/99. TRINTA DIAS. DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DEMORA INJUSTIFICADA. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. A duração razoável dos processos é preceito fundamental garantido constitucionalmente no artigo 5º, inciso LXXVII, da Constituição Federal, que dispõe: "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.". Observância dos princípios da eficiência, da moralidade e da razoabilidade. 2. O notório volume excessivo de processos, bem como a falta de estrutura, seja ela material ou pessoal, suportadas pela autoridade impetrada não podem servir de pretexto para a morosidade no cumprimento do seu dever legal, ultrapassando de forma desarrazoável o prazo para resposta ao particular. 3. As regras que regulam o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal estão estabelecidas na Lei nº 9.784/99, que no artigo 49 fixou o prazo de 30 (trinta) dias contados da conclusão da instrução do processo para decisão. 4. Prazo ultrapassado, sem justificativa. Segurança concedida. 5. Remessa necessária não provida. (TRF-3 - RemNecCiv: 50016297620204036183 SP, Relator: Desembargador Federal PAULO SERGIO DOMINGUES, Data de Julgamento: 24/09/2021, 6ª Turma, Data de Publicação: Intimação via sistema DATA: 28/09/2021)
A Lei nº 12.016/2009, que disciplina o mandado de segurança,
estabelece em seu artigo 23 o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias para a impetração da presente ação, contados da ciência pelo interessado do ato a ser impugnado.
Por outro lado, a demora na análise e decisão de requerimentos
administrativos pelo INSS fere o princípio da eficiência administrativa, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, e prejudica sobremaneira os segurados que aguardam ansiosamente pela concessão de seus benefícios previdenciários.
O direito líquido e certo do impetrante ao recebimento dos valores
atrasados decorrentes do benefício previdenciário já reconhecido na via administrativa encontra respaldo na legislação previdenciária e na jurisprudência dos tribunais superiores.
Ademais, a demora excessiva na análise e julgamento do recurso pelo
CRPS viola o princípio da razoável duração do processo, bem como o direito fundamental à prestação jurisdicional célere e efetiva, assegurado pela Constituição Federal.
Assim, resta configurado o direito líquido e certo do impetrante à análise
e decisão de seu requerimento administrativo dentro dos prazos legais, o que não vem sendo observado pelo INSS.
3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
1) A concessão de liminar, inaudita altera parte, determinando que a Junta de
Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) análise e julgue o recurso interposto pelo INSS no prazo máximo de 30 (trinta) dias, sob pena de aplicação de multa diária em caso de descumprimento;
2) A notificação da Junta de Recursos do CRPS para prestar informações no
prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/2009;
3) A citação do representante judicial da União para, querendo, contestar o
presente mandado de segurança;
4) A intimação do Ministério Público Federal para intervir no feito, nos termos
do artigo 12 da Lei nº 12.016/2009;
5) A procedência do presente mandado de segurança para confirmar a liminar
concedida e determinar à Junta de Recursos do CRPS a análise e julgamento do recurso interposto pelo INSS no prazo legal;
6) A condenação da União ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios.
7) Requer-se, ainda, a concessão dos benefícios da assistência judiciária
gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/1950, por ser o impetrante pessoa jurídica de direito privado e não possuir condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo de sua subsistência.
Dá-se à causa o valor de R$ 1 salário-mínimo vigente para fins de alçada.