EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃ O JUDICIÁ RIA DO RIO DE JANEIRO - RJ PRIORIDADE IDOSO, PRIORIDADE DOENÇA GRAVE
.............., brasileiro, ............, inscrito no CPF ..........., Identidade..., qualificação
completa, vem, com o devido respeito, perante Vossa Excelência, vem intermédio de seus advogados ................ com endereço ................. Rio de Janeiro-RJ, Telefone ............., endereço eletrônico: ............. , onde passará a receber todas as notificações de estilo, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar o presente: MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR Visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coator o Sr. Gerente-Executivo da Agência da Previdência Social ................. )- AGÊNCIA .................., pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor: PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: O AUTOR DA AÇÃO POSSUI MAIS DE 60 ANOS De acordo com Art. 71 da LEI No10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 - É assegurada prioridade na tramitaçã o dos processos e procedimentos e na execuçã o dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instâ ncia. AUTOR DA AÇÃO É PORTADOR DE DOENÇA GRAVE – Linfoma ou Doença de Hodgkin (tipo de câncer que se origina no sistema linfático) De acordo com Art 1048, inciso 1 CPC c/c com Lei 7713/88, visto que a enfermidade do autor é LINFOMA DE CÉ LULAS B, com predomínio de células grandes e á reas de padrã o nodular. Em curso imuno-histoquimica complementar para classificaçã o. Imuno- hispoquímica: Positividade para CD 20, CD 10,Bcl-2, Negatividade para CD3 , ciclina D1, Índice proliferativo pelo Ki-67 variando entre 20% e 60%. Diante ao exposto , requer tramitaçã o preferencial ao Pedido do Requerente. DA CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA Preliminarmente, requer seja concedido o benefício da Justiça Gratuita por tratar-se de pessoa hipossuficiente nos termos da Lei 1060/50 e alteraçõ es posteriores, com a declaraçã o de hipossuficiência anexada. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO A pretensã o do requerente versa sobre o direito de ter decidido o processo administrativo originado no pedido de concessã o de benefício de prestaçã o continuada. Nos termos do art. 25 da Resoluçã o nº TRF2-RSP-2016/00021, de 8 de julho de 2016, “As Varas Previdenciá rias (9ª, 13ª, 25ª e 31ª Varas Federais) detêm competência privativa para processar e julgar feitos que envolvam os benefícios previdenciá rios mantidos no Regime Geral da Previdência Social e causas que envolvam propriedade industrial e intelectual, inclusive marcas e patentes”. Desta forma requer respeitavelmente ao juízo que receba e defira a exordial do impetrante SR .......................... DOS FATOS O Requerente requereu administrativamente em 06 de junho de 2020 a concessã o de BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃ O CONTINUADA, considerando ter preenchido os requisitos exigidos pela legislaçã o atinente à matéria, anexando aos autos do requerimento administrativo todas exigências. Ocorre que até a presente data o pedido permanece em aná lise da Autarquia Previdenciá ria, tendo sido extrapolado (e muito) o prazo previsto na Lei nº. 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo). Onde sequer teve seus documentos analisados , tampouco agendamento do processo para assistência social e pericial. Por esse motivo o Demandante impetra o presente Mandado de Segurança, buscando o amparo do seu direito líquido e certo à aná lise e manifestaçã o acerca do seu pedido administrativo. Salienta que o requerente possui Câ ncer e passa por dificuldades alimentares, necessitando da ajuda de amigos e familiares para seu sustento e de sua família. DA GRAVIDADE DA ENFERMIDADE linfoma - acontece quando os linfó citos e seus precursores que moram no sistema linfá tico, e que deveriam nos proteger contra as bactérias, vírus, dentre outros perigos, se transformam em malignos, crescendo de forma descontrolada e “contaminando” o sistema linfá tico. Fonte: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/linfoma-de-hodgkin O risco da demora de aná lise do judiciá rio poderá ocorrer risco ao resultado ú ltil do processo, visto que a concessã o do BPC é de cará ter pessoal e intransferível, por este fato, requer que seja deferido o pedido de mandado de Segurança, para que a autarquia analise os documentos do requerente e agende tã o breve a “perícia social” e perícia médica”. DO DIREITO DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA Conforme o Artigo 5º LXIX, da Constituiçã o da Republica Federativa do Brasil, conceder-se- á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, nã o amparado por “habeas- corpus” ou “habeas-data”, quando o responsá vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pú blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuiçõ es do Poder Pú blico. Nesse mesmo sentido é a redaçã o do artigo 1º da Lei 12.016 de 2009 ao assegurar que conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, nã o amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violaçã o ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funçõ es que exerça. No caso em tela, o direito líquido e certo está sendo violado por ato ilegal do INSS – na figura do Gerente da AGÊ NCIA DA PREVIDÊ NCIA...................... - eis que até o presente momento o seu pedido de concessã o de aposentadoria especial sequer fora analisado, estando o direito do segurado à razoá vel duraçã o do processo e à celeridade de sua tramitaçã o sendo ferido de morte. DO INTERESSE DE AGIR No presente caso o interesse processual do Impetrante assenta-se na omissã o do Gerente da APS que até o momento nã o se manifestou acerca do pedido administrativo formulado pelo Impetrante, tendo sido ultrapassado o prazo previsto na Lei nº. 9.784/99 sem que tenha sido proferida decisã o. Nessa esteira, considerando a decisã o do Gerente do INSS, evidente a presença do trinô mio necessidade-utilidade-adequaçã o que caracteriza o interesse de agir, na medida em que o ato ilegal emanado pelo Administrador somente poderá ser reparado pela atuaçã o do Poder Judiciá rio, por meio do processo, instrumento ú til e adequado para persecuçã o deste fim. Além disso, o Tema 350 do STF estabeleceu como prazo em que está caracterizado o interesse de agir 45 dias, conforme trecho a seguir transcrito de referido acó rdã o: “16. Assim, se a concessã o de um direito depende de requerimento, nã o se pode falar em lesã o ou ameaça a tal direito antes mesmo da formulaçã o do pedido administrativo. O prévio requerimento de concessã o, assim, é pressuposto para que se possa acionar legitimamente o Poder Judiciá rio. Eventual lesã o a direito decorrerá , por exemplo, da efetiva aná lise e indeferimento total ou parcial do pedido, ou, ainda, da excessiva demora em sua apreciaçã o (isto é, quando excedido o prazo de 45 dias previsto no art. 41-A, § 5º, da Lei nº 8.213/1991). Esta, aliá s, é a regra geral prevista no Enunciado 77 do Fó rum Nacional dos Juizados Especiais Federais – FONAJEF”(STF, Recurso Extraordiná rio 631.240 MG, Relator Ministro Roberto Barroso, 10/11/2014) Pelo exposto, denota-se que a omissã o e a inércia administrativa, implica em grave prejuízo ao seu direito, e assim configura o interesse de agir. DO MÉ RITO No que se refere ao mérito da presente açã o, é desnecessá rio grandes debater acerca do tema, na medida em que a Lei nº. 9.784/99, que regula o processo administrativo, é muito clara ao estabelecer o prazo de 30 dias, prorrogá veis mediante justificaçã o, por mais 30 dias: Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até 30 (trinta) dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. (grifado) Nesse sentido, caminha o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4ª Regiã o: PREVIDENCIÁ RIO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DE CONCESSÃ O DE BENEFÍCIO. DEMORA EXCESSIVA. ILEGALIDADE. 1. O prazo para aná lise e manifestaçã o acerca de pedido administrativo de concessã o de benefício previdenciá rio submete-se ao direito fundamental à razoá vel duraçã o do processo e à celeridade de sua tramitaçã o, nos termos do art. 5º, LXXVII, da CF/88. 2. A demora no processamento e conclusã o de pedido administrativo equipara-se a seu pró prio indeferimento, tendo em vista os prejuízos causados ao administrado, decorrentes do pró prio decurso de tempo. 3. Hipó tese em que restou ultrapassado prazo razoá vel para a Administraçã o decidir acerca do requerimento administrativo formulado pela parte. (TRF4 5057346-16.2017.4.04.7100, QUINTA TURMA, Relator ALTAIR ANTONIO GREGÓ RIO, juntado aos autos em 06/06/2018 - grifado) PREVIDENCIÁ RIO. MANDADO DE SEGURANÇA. APELAÇÃ O. DEMORA NA APRECIAÇÃ O ADMINISTRATIVA. ART. 49 DA LEI Nº 9.784/99. ILEGALIDADE POR OMISSÃ O. CIÊ NCIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚ BLICO. AUSÊ NCIA DE PREJUÍZO. NULIDADE. NÃ O OCORRÊ NCIA. 1. Ultrapassado em muito o prazo do art. 49 da Lei nº 9.784/1999, resta configurada ilegalidade por omissã o, passível de ser coibida por mandado de segurança. 2. A falta de ciência à pessoa jurídica de Direito Pú blico, prevista no art. 7º, inciso II, da Lei nº 12.016/2009, quando devidamente notificada a autoridade impetrante para prestar as informaçõ es e nã o demonstrado eventual prejuízo, nã o configura nulidade. (TRF4 5019052-60.2015.4.04.7100, SEXTA TURMA, Relator ARTUR CÉ SAR DE SOUZA, juntado aos autos em 17/10/2017 - grifado) Assim, requer desde já que seja determinada a apreciaçã o do pedido administrativo formulado pelo Impetrante, tendo em vista que até o presente momento nã o fora proferida decisã o, violando o prazo estipulado no art. 49 da Lei nº 9.784/99. Acarretando prejuízos ao requerente , ferindo o princípio da Dignidade Humana, pois necessita do benefício para cará ter alimentar. Oportuno salientar que o requerente já contribuiu a previdência social por mais de 20 anos, contudo nã o busca direito ao Auxilio doença temporá rio, mas sim o Deferimento de Loas, pois vive atualmente em estado de miserabilidade, tendo doença caracterizada em estado crítico e nã o reversível, mas tratá vel. O linfoma de Hodgkin tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. A doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna, capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones. Com o passar do tempo, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax denominada mediastino. Fonte: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/linfoma-de-hodgkin DA TUTELA DE URGÊNCIA O novo Có digo de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo”. No presente caso, o direito está manifestamente comprovado, uma vez que fora ultrapassado e muito o prazo de 30 dias, prorrogá veis por mais 30, previsto no art. 49 da Lei do Processo Administrativo. O periculum in mora, se dá pelo cará ter alimentar do benefício, sobretudo no presente caso, em que o segurado já se afastou do trabalho qual exercia como motorista autô nomo - desde a descoberta de sua enfermidade, pois necessita de acompanhamento médico, internaçõ es, idas e vindas ao INCA, fazendo uso de fortes medicamentos, bem como consequências da quimioterapia. Portanto, imperioso seja determinada, liminarmente, a imediata aná lise do pedido administrativo de concessã o do BPC formulado pelo Impetrante. V – DO PEDIDO ISSO POSTO, requer: a) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural; b) O deferimento do benefício da Gratuidade da Justiça, por ser o Autor pobre na acepçã o legal do termo; c) Da tramitaçã o preferencial – idoso e doença grave; d) A concessã o liminar de tutela de urgência para determinar a imediata aná lise do pedido administrativo de concessã o de BPC\LOAS formulado pelo Impetrante; e) A notificaçã o da autoridade coatora, Sr. Gerente-Executivo da AGÊ NCIA DA PREVIDÊ NCIA SOCIAL RIO DE JANEIRO ............... f) A CONCESSÃ O DA SEGURANÇA a fim de determinar confirmar a tutela de urgência, sendo analisado o pedido administrativo de concessã o do BPC formulado pelo Impetrante. Bem como o resposta da Autarquia para o tã o breve agendamento da “perícia social” e “perícia médica do requerente”; DOS REQUERIMENTOS FINAIS Requer todos os meios de provas em direitos admitidos, Ainda requer, mui respeitosamente, o Deferimento dos pedidos desta exordial, para que por fim e Justiça o Requerente tenha amparo Legal. Dá à causa o valor de R$ 1.000,00. Nestes termos, Pede Deferimento. Rio de janeiro, ........... ADVOGADOS