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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XXª VARA DA INFANCIA E DA

JUVENTUDE DA COMARCA DE XXXXXX


JOANA XXXXX, brasileira, casada, vendedora, RG XXXXXXX, seu Marido, JOÃO XXXXX,
brasileiro, casado, taxista, RG XXXXXXXX, residente na rua XXXXX, bairro XXXXXX, cidade
XXXX, vêm à presença de V. Exa., devidamente assistidos e representadas por seu comum
advogado infra-assinado, por força do instrumento de mandato incluso, propor a presente
AÇÃO DE ADOÇÃO C/C GUARDA PROVISÓRIA
da criança, ANA CARLA XXXXX XXXX, tendo como genitor ROBERTO XXXXXXX brasileiro,
viú vo, pedreiro, RG xxxxxx residente e domiciliado no Sítio xxxxxx, na cidade de XXXXX, na
forma e para os efeitos do que dispõ e a Lei nº 8.069/90, de acordo com as razõ es de fato e
de direito a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
Carol XXXX XXXX, genitora da menor Ana Carla XXXXX., ao dia quatro de setembro de 2013
Registrou o nascimento da mesma, perante o Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais
da Comarca e Município de XXXXXXX, conforme certidã o em anexo.
Ainda em dois mil e dezenove quando a infante contava com seis anos de vida, a genitora
fez a entrega da criança à guarda e cuidados do casal requerente, em razã o da mesma está
com problemas de saú de e posteriormente vir a falecer, uma vez que nã o tem trabalho fixo
e era mã e de mais três filhos menores, de forma que nã o somente entregou a criança aos
cuidados do casal, como logo manifestou seu consentimento à adoçã o da criança mais nova
pelos requerentes.
O casal adotante presta ao menor, com dedicaçã o, zelo e afinco, toda a assistência
necessá ria, moral e material, dedicando-lhe o amor e o afeto pró prios do exercício da
parentalidade, oferecendo-lhe o conforto e a segurança de um lar está vel, educaçã o,
alimentaçã o adequada e acesso à tratamentos de saú de, em resumo, provendo a criança de
tudo que é preciso para seu pleno desenvolvimento físico e emocional.
O casal adotante conta com uma declaraçã o do conselho tutelar onde reconhece a
legitimidade dessa pretensa adoçã o.
É dessa afeiçã o recíproca comprová vel que advém a vontade dos requerentes em terem a
menor legalmente como filha, pois, na acepçã o afetiva, já é, tanto que atualmente pró ximo a
completar os oito anos de idade, a pequena já reconhece os requerentes como “papai” e
“mamã e”.
O pai bioló gico da adotanda reconhece a atual situaçã o da criança e nunca teve nada a
obstar à adoçã o pretendida, reconhecendo no casal adotante, as pessoas capazes de
fornecer ao infante a toda a assistência imprescindível à formaçã o da criança, manifestando
desde logo seu expresso consentimento com a adoçã o pretendida.
II – DO DIREITO
A. DA GUARDA PROVISÓRIA
Dispõ e o Estatuto da Criança e do Adolescente, no § 1º de seu Art. 33, que a guarda destina-
se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida liminarmente nos pedidos de adoçã o:
Art. 33. A guarda obriga a prestaçã o de assistência material, moral e educacional à criança
ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos
pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoçã o, exceto no de adoçã o por
estrangeiros.
No caso em tela, a tutela pretendida vem a regularizar a situaçã o fá tica do infante que já se
encontra sob a guarda de fato do casal adotante há dois anos, conforme demonstram os
documentos acostados (fotografias, comprovantes de vacinaçã o, documentaçã o da
escola/creche, atestados médicos entre outros).
Ademais, falta do reconhecimento jurídico à realidade fá tica do menor causa sérios
embaraços, uma vez que, ausente o poder familiar ou mesmo a responsabilidade pela
guarda do infante, o casal adotante encontra diversos entraves relativos à matrícula em
escola/creche e outras atividades, contrataçã o de plano médico, obtençã o de documentos, e
viagens.
B. DA TUTELA ANTECIPADA
O casal adotante pleiteia, LIMINARMENTE, a guarda provisó ria da criança, uma vez que
existe prova inequívoca e verossimilhança do alegado, no sentido de que o infante já está
sob a guarda de fato dos mesmos e plenamente inserida na família, além de nã o haver o
interesse do pai bioló gico em manter a criança consigo.
Estã o presentes os requisitos da fumaça do bom direito comprovados pelas provas
colacionadas aos autos, que demonstram a alegada a responsabilidade de fato do adotando
exercida pelos requerentes.
É presente o perigo da demora, face os prejuízos que o menor poderá sofrer em relaçã o à
tratamento de saú de e sobretudo educaçã o, pois, enquanto nã o houver definiçã o da guarda,
o infante que hoje se encontra cadastrado em fila de espera para admissã o em creche
pú blica, nã o poderá ser matriculado na rede oficial de ensino, bem como nã o poderá ser
beneficiado pelo plano de saú de ofertado pelo empregador do requerente, situaçã o apta a
acarretar presumíveis danos sucessivos e irrepará veis ao menor, sendo imprescindível a
intervençã o imediata do Poder Judiciá rio.
C. DA ADOÇÃO
Sobre a Adoçã o, prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente:
Art. 39. A adoçã o de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. É vedada a adoçã o por procuraçã o.
§ 1o A adoçã o é medida excepcional e irrevogá vel, à qual se deve recorrer apenas quando
esgotados os recursos de manutençã o da criança ou adolescente na família natural ou
extensa, na forma do pará grafo ú nico do art. 25 desta Lei.
No caso em tela, é patente a impossibilidade de manutençã o do menor na família natural,
bem como, nã o há outros parentes conhecidos dispostos a cuidar e educar a criança.
Para deferimento de pedido de adoçã o de menor cuja parentalidade bioló gica seja
conhecida, os genitores presentes e investidos do poder familiar, a lei exige o expresso
consentimento destes:
Art. 45. A adoçã o depende do consentimento dos pais ou do representante legal do
adotando. (ECA)
Esse requisito também se encontra preenchido conforme faz prova a declaraçã o juntada
aos autos a fim de preencher a exigência legal.
O nú cleo familiar formado pelo casal adotante é está vel, decorrente do enlace matrimonial
que perdura por quase quatorze anos, uniã o que resultou no nascimento do filho natural de
ambos. Ademais, casal adotante é conhecido na comunidade como pessoas de boa índole e
cará ter reconhecidamente ilibado, o que preenche as exigências do Estatuto da Criança e do
Adolescente para a adoçã o conjunta ora pretendida.
III – DOS PEDIDOS
Requer a Vossa Excelência:
a) a concessã o da guarda provisó ria da criança até o trâ nsito em julgado da sentença que
deferir a adoçã o postulada, de modo a regularizar de imediato a posse de fato da criança,
pelo casal Adotante;
b) Intimaçã o do Ilustre representante do Ministério Pú blico para conhecer e acompanhar o
feito até final decisã o;
c) Requerem pela procedência da presente AÇÃ O DE ADOÇÃ O, tendo como efeito a
destituiçã o do poder familiar, de modo a regularizar de imediato a guarda de fato do casal
adotante sob a criança, além de sentença declarató ria constitutiva de filiaçã o, com
expediçã o do competente mandado judicial determinando o cancelamento da inscriçã o no
registro civil, lavrando-se novo registro constando o nome e a filiaçã o dos adotantes,
conforme os ditames do Art. 47 da Lei nº 8.069/90;
d) a expediçã o do competente mandado ao Ofício de Registro em que foi lavrado o Registro
de Nascimento do adotando, para as providências determinadas no artigo 47 da Lei nº
8.069/90, mantido o prenome e mudando o sobrenome da adotanda, que passará a se
chamar ANA CARLA XXXXXX XXXXXX;
e) A intimaçã o das testemunhas desde já arroladas pelos Requerentes/Adotantes.
F) Avaliaçã o de Uma Equipe Multidisciplinar, tais como, psicó loga, nutricionista, terapeuta
ocupacional e pediatra.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas. Dá -se à causa
o valor de UM salá rio mínimo, para fins de alçada.
Termos em que pedem deferimento,
Cidade, XX de XXXX de XXXX
Assinatura do Adotante
Assinatura da Adotante
Assinatura do Pai Bioló gico
Assinatura do advogado
Nº da OAB
ROL DE DOCUMENTOS:
1. Registro de nascimento da criança/adolescente, se houver, ou Declaraçã o de Nascido
Vivo.
3. Declaraçã o dos pais ou responsá veis pela criança/adolescente consentindo com a
adoçã o, se for o caso, com firma reconhecida em cartó rio.
4. Certidã o de casamento ou Declaraçã o de Convivência Marital.
5. Carteira de identidade do (s) requerente (s) (có pia).
6. Certidã o de nascimento da prole natural dos adotantes quando houver.
7. Procuraçõ es (Lembrando que para a procuraçã o do menor, caso este seja requerente, em
algumas comarcas é exigido que seja lavrado documento pú blico).
8. Declaraçã o de idoneidade moral (É interessante acostar nada consta cível e criminal
emitido pelo Tribunal de Justiça; nada consta criminal emitido pela polícia civil e o mesmo
emitido pela polícia federal).
9. Atestado de sanidade física (emitido por médico devidamente registrado no CRM e
amparado por resultados laboratoriais – OBS: NÃ O É OBRIGATÓ RIA A JUNTADA DOS
EXAMES).
10. Atestado de sanidade mental (EMITIDO POR PSIQUIATRA).
11. Comprovante de residência.
12. Comprovante de rendimentos.
13. Declaraçã o de Escolaridade da criança/adolescente.
14. Cartã o de vacina da criança/adolescente.
15. Declaraçã o da existência/inexistência de bens, direitos ou rendimentos relativos à
criança/adolescente.
16. Endereço dos genitores da criança/adolescente, se houver (Declarado ou comprovado).
ROL DE TESTEMUNHAS:
1. XXXXXXXX;
2. XXXXXXXX;
3. XXXXXXX.

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